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ESTA � UMA OBRA DE FIC��O

QUALQUER SEMELHAN�A COM A REALIDADE
� MERA COINCID�NCIA

No in�cio, foi assustador.

Bom, eu fiquei com medo.

A rela��o n�o era perfeita,
mas funcionava.

Eu tinha medo de que o estresse
da candidatura nos abalasse.

Mas foi o contr�rio.

O conflito nos fortalece.

Agimos melhor quando somos desafiados.

Foi o nosso melhor momento.

Se voc� me perguntasse na �poca,

eu acreditava, achava...

que sempre ficar�amos bem.

Que se sobreviv�ssemos a isso,
poder�amos lidar com qualquer coisa.

Talvez nunca termine, n�o � mesmo?

A ambi��o.

� como um monstro que devora tudo.

A MENTE DO PODER

Pai, tudo bem?

Sim, filha, est� tudo bem.

Pe�o que v� embora, por favor.

Tem certeza?

Sim, n�o � nada.

"No final das contas, seja uma campanha

ou uma s�rie de estrat�gias persuasivas,

o importante � se concentrar..."

N�o, n�o � concentrar.

"�...

� posicionar-se na percep��o.

Que, no final, tudo se resume �..."

Pensei que voc� fosse contribuir
ontem � noite com Sosa.

Tive que ficar um tempo conversando
com ele sobre a reforma.

Voc� se sentiu mal?

Em que momento?

Em um momento,

quando ele agarrou meu bra�o
e ficou falando comigo.

N�o, eu n�o te vi.

Voc� n�o me viu?

Estou perguntando para onde voc� foi.

Hoje de manh�, conseguimos o Jauregui.

� mesmo?

Que bom!

Achei que n�o t�nhamos chance com ele.

Estamos mais perto.

Tenho uma reuni�o com Renata S�enz.

� ela, seu pessoal e Rizzone,
que precisam nos garantir a maioria.

Deixo isso em suas m�os.

C�sar, espero voc�
para sair em 20 minutos. Obrigada.

Vou tomar um banho.

Voc� dormiu bem?

Sim.

Caf�, torrada?

Voc� n�o toma caf� da manh�.

Bom, mas voc� sim.

Posso te acompanhar?

Claro.

Voc� parece melhor.

Ser� que � porque voc� est� aqui?

Sabe, falei com Beltr�n.

� mesmo?

Ele ficou feliz em me ouvir.

Ele me conhece melhor do que ningu�m.

Houve algum progresso ou algo assim?

Combinamos de nos encontrar hoje.

Mas me tranquiliza saber
que posso conversar com ele.

Por que voc� o deixou?

N�o era um bom momento.

�s vezes, n�o queremos
que nos digam a verdade.

Por isso demoraram tanto
para me contar sobre a mam�e?

N�o, isso foi um erro.

Para contar uma verdade,
primeiro � preciso aceit�-la.

E no momento eu n�o podia...

Lembro quando encontrei a tomografia.

Fui at� o quarto da minha m�e
e perguntei o que significava.

E ela ficou com l�grimas nos olhos.

Foi ent�o que entendi tudo.

Eu deveria ter contado a voc�.

N�o.

N�o, voc� n�o precisa se responsabilizar
por tudo sozinho.

E � f�cil julgar uma decis�o
sabendo do resultado.

Acredito que tenha sido
um inferno para voc�s.

Desculpe-me pelo atraso.

Descobriu alguma coisa?

Sim, algumas coisas.

O grupo continua
com o protesto contra a lei.

Querem aproveitar o pai de Polaco
para ganhar exposi��o na m�dia.

E tem mais.

A Sofia me disse que o pai dela
est� atendendo Noriega.

Bom.

O que ela disse? O que ela sabe
sobre a liga��o de Dorrego com Victor?

Falou que n�o pode mais v�-lo.

E que o pai, ap�s a morte da esposa,
n�o queria mais atend�-lo.

Mas...

algo aconteceu e eles voltaram.

A esposa de Dorrego...

- O que houve com ela?
- Ela morreu de c�ncer.

Voc� n�o sabia? N�o puderam fazer nada.

E foi a� que o cara ficou deprimido,
come�ou a tomar rem�dios...

E toda essa confus�o.

Tem algo que n�o se encaixa.

Voc� acha que o Marcos
pode estar envolvido na pol�tica

com algum outro grupo?

Eu n�o sei.

Posso descobrir se voc� quiser.

O que voc� descobrir,
n�o importa a hora, me avise.

- Bom.
- Pode ir embora.

N�o gosto que voc� se atrase.

Desculpe.

- Ana.
- � sobre o problema fiscal?

N�o, n�o, n�o.

Hoje voc� tem a grande reuni�o
com a Renata.

- Espero que tudo corra bem.
- Vou fazer o poss�vel.

Olha, o que eu queria dizer

� que eu e Rizzone
estamos muito dispostos a ajud�-la.

E se voc� precisar dar um passo adiante,

voc� tem bastante material aqui.

Entendo.

Vou levar em considera��o. Obrigada.

Bem, ou�am.

"A parlamentar, uma lutadora fervorosa

e representante daqueles
que se op�em � lei do l�tio, disse:

'O encontro com representantes

dos movimentos ecologistas
nos fortalece'."

Muito bem!

"N�s fazemos a diferen�a na C�mara,
e eles nas ruas e nas redes."

Muito bem!

E ela garantiu
que a lei n�o sai, pessoal!

Eu sabia!

Mas ela menciona voc�s

ou fala apenas de ecologistas?

Sim, aqui est�. A TGA.

"Estavam presentes
membros da Valle F�rtil,

da Funda��o Aires e da TGA".

Al�.

Voc� est� atendendo?

- Pedro?
- Sim.

Tenho informa��es importantes.

Voc� me deu um belo susto.

Esta � uma linha segura.
Preciso dizer algo importante.

- Estou ouvindo.
- Comecei a investigar.

Eu me deixei levar.
Comecei aos poucos e n�o consegui parar.

De Laurent, n�o consegui encontrar nada.

Mas nada mesmo.

Sim, mas j� sab�amos disso.

Voc� n�o entende, Marcos.

Procurei em seus registros telef�nicos.

N�o h� nenhuma liga��o
entre voc� e Laurent.

Mas isso � poss�vel?

� dif�cil, mas � poss�vel.

Significa que eles v�o
aonde n�s n�o podemos ir.

Excluir um registro e ter acesso
� companhia telef�nica � demais.

Mas quem pode fazer isso?

Pessoas muito poderosas.

Pedro, voc� j� se exp�s demais.
Eu n�o queria te levar a esse ponto.

Vamos parar por aqui?

Sim?

Por mim, tudo bem.

Conte com minha assinatura
para concluir o tratamento.

Obrigado, Marcos. Boa sorte.

E, se voc� puder,
fique longe de tudo isso.

Sim, bem que eu queria.

Eu me atrasei.

- Tenho algum tempo, se voc� quiser.
- N�o, n�o, n�o.

H� muita coisa em jogo em uma lei.

S�o tempos muito estressantes, Dorrego.
Preciso desse espa�o.

Bom, vamos come�ar.

Como voc� se sente?

Sinto que, talvez com a Ana,

eu esteja...

em um momento de maior
proximidade profissional.

Mas, ao mesmo tempo,

em um momento
de grande dist�ncia pessoal.

Eu entendo.

Ela parece distante
e isso me deixa inst�vel.

Acho que a rela��o de trabalho
afeta a rela��o pessoal.

Embora ela esteja fazendo
um �timo trabalho, sem d�vida,

h� detalhes
que eu trataria de forma diferente.

Voc� os sinalizou?

Se eu tentar fazer
com que ela me obede�a,

estarei for�ando-a a pensar como eu.

Aquele que n�o aprendeu a obedecer
n�o pode ser um bom comandante.

Freud?

Arist�teles.

Victor, um l�der eficaz

� aquele que entende a perspectiva
das pessoas ao seu redor

e sabe quando ceder.

�s vezes, acho dif�cil entend�-la.

Entender o que Ana pensa,

qual � sua perspectiva,

poderia abrir o caminho.

Qualquer um pode segurar o leme
quando o mar est� calmo,

mas � nos momentos de desafio,
de conflito,

que a capacidade � realmente testada.

Escut�-la e observ�-la

� a sua tarefa.

N�o posso ajud�-lo nisso.

Voc� acha que � imprudente
ter uma sess�o com ela?

N�o seria o mais comum,

mas tamb�m n�o seria uma exce��o.

Acho que podemos tentar algo diferente.

Sim.

Dar espa�o para ela entender
o que ela v�

pode funcionar.

Fale sobre isso com ela e veremos.

Ele precisa concordar com sua decis�o.

Com rela��o ao estresse,

lembra-se de quando falamos

sobre diversificar
os fatores de ansiedade?

O plano de reestrutura��o da terra

e de conten��o da fam�lia.
Est� tudo coberto.

Sei que voc� est� ciente disso,
mas podemos conversar

sobre as d�vidas que voc� ainda tem.

N�o, o fato de voc� estar envolvida
n�o me causa d�vidas.

S� estou preocupada
com toda a quest�o da extra��o,

porque n�o quero
ter que remendar nada depois.

Victor � muito h�bil
em enxergar oportunidades

que prometem abrir horizontes no pa�s
e fica entusiasmado.

Mas, neste caso,
sou eu quem est� autorizando.

Bom, fico feliz.

Voc� sabe muito bem
que conhe�o o Victor,

mas desta vez,
n�o quero ceder a ele, entende?

Perdoe-me, mas h� algo que eu n�o saiba

desse �dio que voc� tem pelo Victor?

N�o, n�o h� �dio.

Ele simplesmente fez alian�as

com outros partidos
que nos deixaram enfraquecidos

e sem relev�ncia.

As portas para uma alian�a
tamb�m estavam abertas para voc�s.

Voc� sabe muito bem que eu jamais
faria uma alian�a com ele.

Olha, como mulher e como colega,

voc� sabe o quanto � urgente
destacar nossos pap�is

e conquistar espa�os
que ainda s�o dominados pelos homens.

Essa � uma luta
com a qual concordamos, n�o?

Sim, � claro, e eu estive nesse ambiente

a vida toda, e h� muitas de n�s.

� sempre interessante
que as mulheres se unam

e as pessoas precisam disso.

Precisam de consenso,
de v�nculos, de mulheres fortes.

A �nica coisa que eu n�o gostaria

� que isso fosse apenas
para lavar a imagem do presidente.

Estamos de acordo.

H� um espa�o que precisamos construir
e que voc� pode representar.

Bom,

vamos manter o di�logo aberto.

O que voc� descobriu?

Um dia desses,
antes de uma sess�o com Victor,

vi Marcos tomar
alguns rem�dios psiqui�tricos.

- E da�?
- N�o sei, achei estranho. Uma intui��o.

Ent�o, fiz algumas liga��es
e cheguei ao nome Ver�nica Oliva.

Quem � ela?

Era psiquiatra,
mas n�o sei nada sobre a rela��o deles.

Estive investigando

e isto chamou minha aten��o.

FAMOSA PSIQUIATRA
APARECE MORTA EM UM MOTEL

O que voc� acha?

H� dois anos, larguei o consult�rio.

A universidade tomou todo o meu tempo

e tenho cada vez mais carga hor�ria,
mais compromissos.

Sim, fiquei sabendo.

Diretor da gradua��o.

Muito bem merecido.

A posi��o n�o me interessa,
mas o conte�do sim.

E voc�?

Continuo atendendo em casa.

N�o sei se � uma quest�o de hermetismo
ou de conforto.

At� mesmo o presidente?

N�o, �s vezes n�o.

Depende um pouco da agenda dele.

Beltr�n.

Estou pior do que naquela �poca.

Foi o que pensei.

Com quem voc� est� se tratando?

Com minha cabe�a.

A mente nos engana, Dorrego.

Foi projetada para fazer isso.

Quando quero consertar uma coisa,
acabo bagun�ando outra.

Voc� se lembra de quando Sofia nasceu?

Voc� estava muito preocupado
porque n�o queria resignar tempo

no auge de sua carreira.

Sim, eu me lembro.

Muitos pacientes novos,
ganhando dinheiro.

Era um problema dif�cil de resolver.

Voc� n�o tinha tempo,
sua esposa e Sofia precisavam de voc�.

Voc� n�o queria resignar sua carreira.

Sim, � verdade.

Voc� se tornou
um psic�logo de elite, Dorrego.

Poucos pacientes,
mas os mais sofisticados.

Mais tempo para sua fam�lia,
melhor qualidade em seu trabalho.

Uma solu��o sem custo.

Agora n�o vejo uma solu��o
sem custo poss�vel.

Na maioria das vezes n�o h� nenhuma.

Eu nunca deveria ter largado voc�.

Bom...

Conte-me.

Por onde voc� quer come�ar?

Duplamente negativo.

Voc� n�o conseguir� dormir
e n�o � bom para sua circula��o.

N�o consigo dormir de modo algum.

Vamos, Victor,
voc� precisa se cuidar mais.

Pensar que as pessoas n�o sabem
que foi sua a ideia

de construir nossa campanha
em torno do l�tio.

Mas eu sei, Ana.

N�o vou mentir, n�o tenho certeza
de que conseguiremos os votos,

mas tudo o que estava ao nosso alcance
foi feito. � isso.

O que foi?

Se voc� me notar nervoso ou ansioso,

� porque sei
o quanto isso � importante para n�s.

N�o podemos nos esconder
atr�s da pol�tica

quando h� algo entre n�s
que n�o est� funcionando bem.

Sim, eu sei.

E n�o quero que isso nos derrote.

Pedi ao Marcos
uma sess�o individual com voc�.

Isso � importante para voc�?

Eu confio nele.

Eu vou me organizar.

Fique tranquilo.

Voc� n�o disse nada ao velho?

N�o de voc�.

Prefiro que voc� n�o o veja.

Faz bem para mim.

N�o tem nada a ver com isso.

Como o Pedro,
que voc� mandou me investigar.

Isso foi um impulso.

Eu preciso entender.

O que voc� precisa entender
� que suas a��es t�m consequ�ncias.

Ver�nica n�o deveria ter acontecido.

- Por favor, j� chega.
- J� chega?

As circunst�ncias podem ser diferentes,
mas o resultado � o mesmo.

Com a Camila, voc� n�o teve receio...

Que quantidade voc� deu a ela?

Morfina.

Foram quantos miligramas extras
de morfina?

Isso foi outra coisa.

N�s t�nhamos um acordo.

Voc� nunca entenderia.

H� verdades que podem come�ar
a ser reveladas.

Estou progredindo.

O entorno do Victor est� abalado.

Seus v�nculos j� est�o come�ando
a se enfraquecer.

Falta pouco.

Falta pouco.

Nisso n�s concordamos.

No in�cio, foi assustador.

Bom, eu fiquei com medo.

A rela��o n�o era perfeita,
mas funcionava.

Eu tinha medo de que o estresse
da candidatura nos abalasse.

Mas foi o contr�rio.

O conflito nos fortalece.

Agimos melhor quando somos desafiados.

Talvez nunca termine, n�o � mesmo?

A ambi��o.

� como um monstro que devora tudo.

Desde que voc�
a continue alimentando, sim.

Hoje n�o tenho certeza
de que conseguiremos lidar com isso.

�s vezes me sinto encurralada.

Tem certeza
de que esta sess�o pode ajudar?

As sess�es servem para trazer clareza

em momentos em que n�o h� muita luz.

O que isso tem a ver comigo?

Ana, conhe�o voc� h� muito tempo.

Sabe o respeito e a admira��o
que tenho por voc�.

N�o me subestime.

Voc� me disse que est�o tendo
dificuldades como casal

e sei que est�o passando
por um momento muito estressante

com o projeto de lei,

com a discuss�o
com a oposi��o e sua bancada.

N�o me interessa o conte�do pol�tico,
mas o contexto pessoal.

Voc� �...

extremamente competente.

�s vezes, a vida oferece a voc�
a oportunidade de provar seu valor

sem a necessidade de procurar aprova��o.

A aprova��o do meu marido?

Ou do presidente.

Porque parecem ser
duas pessoas diferentes.

N�s nos conhecemos, � verdade.

Mas hoje n�o sou a mesma pessoa.

Mas voc� j� era muito inteligente.

Imagino que deve ter sido dif�cil
esconder essa intelig�ncia

em um mundo t�o machista, certo?

Imagino que voc� tenha crescido

com medo de fazer os homens
de sua fam�lia de bobos

e, posteriormente,
todos os homens que conheceu.

Sei, portanto,

que voc� deve se sentir confort�vel
com um homem poderoso,

por�m inseguro.

O desenvolvimento pessoal deve alimentar
o desenvolvimento da equipe.

Se o Victor n�o aprender
a dividir o palco,

ele ficar� sozinho.

O Victor � forte.

Ele pode superar muitas coisas.
Ele � habilidoso,

mas n�o est� pronto
para enfrentar a solid�o.

N�o � mesmo?

N�o tenho muito mais a dizer
sobre esse cara, Giancara.

Essas coisas s�o assim.

Mas n�o encerraram o caso cedo demais?

N�o foi encerrado,
mas tamb�m n�o h� nada para resolver.

N�s investigamos,

mas n�o h� muito.

A mo�a morreu de overdose.

N�o tem hematomas, nada incomum.

Ela acabou exagerando.

Isso acontece muito nesses lugares.

Sabe quantas garotas encontramos assim?

Ou idosos que morrem
depois de tomar Viagra?

Acha que eles ficam esperando
a pol�cia chegar?

N�o, mas ainda n�o se sabe
quem estava com ela.

E, convenhamos,

a fam�lia n�o pergunta nada?

O marido da v�tima acredita
que h� algo por tr�s da morte.

E o psic�logo dela tamb�m acha o mesmo.

Ele n�o podia acreditar.

Mas aqui, agora, n�o h� nada.

�s vezes a explica��o mais simples
� a correta, n�o � mesmo?

Exatamente.

Se quiser, posso enviar
o processo por e-mail.

Mas, por favor, isso nunca aconteceu.
Fa�o isso como um favor.

Mande para mim e darei uma olhada.

Como foi o encontro com a Ana?

N�o existe
um processo r�pido e confi�vel, Victor.

Eu fiz minha parte.

Agora voc�s precisam se esfor�ar
para melhorar a rela��o.

Mas o que aconteceu na sess�o?

N�o posso contar, e voc� sabe disso.

Fico incomodado
por voc� n�o querer me contar.

Gostaria que eu contasse a ela
sobre o que conversamos?

Claro que n�o, n�o � a mesma coisa.

Falamos sobre o que t�nhamos que falar,
n�o se preocupe.

Voc� n�o pode ter tudo sob controle.

Voc� se preocupa muito com a solid�o.

Precisamos trabalhar nesse ponto.

Esses pensamentos deixam voc� ansioso.

N�o � isso.

Minha ansiedade vem do l�tio.
Isso me deixa nervoso.

Com certeza.

Minha d�vida � se a ansiedade
� porque tenho que fazer algo

ou se estou ansioso
porque n�o devo fazer nada.

Voc� n�o chegou at� aqui sem fazer nada.

Voc� me surpreende, Acu�a.

Voc� sempre foi muito contido
nas coletivas de imprensa.

Tudo tem seu tempo.

E seu lugar.

Vai contar o que aconteceu com Noriega?

Mal-entendidos.

Vamos l�.

Prometo que n�o contarei nada.

Fica tudo entre n�s dois.

Extraoficialmente.

Voc� est� com algum microfone escondido?

Onde?

Me emboscaram.

Algu�m de dentro.

Quem, Giancara?

De que forma?

Voc� quer um furo?

Eu vou te dar.

Mas primeiro temos que ter confian�a.

Para isso,
voc� precisa me fazer um favor.

Eu?

Como?

Estou investigando.

Tenho v�rios documentos.

Mas est� faltando o fundamental.

O porqu�.

Quem � esse cara?

Por que voc� desconfia dele?

Qual poderia ser a motiva��o dele?

Nenhuma.

Esse � o problema.
N�o existe nenhum motivo.

Mas todas as pontas soltas
que sigo levam a ele.

Intui��o?

Apenas intui��o?

Como um sexto sentido?

Chame como quiser.

Tenho um talento especial
para encontrar informa��es.

N�o tenho d�vidas.

Aqui pode acompanhar a vota��o ao vivo.

Aqui est�o as notifica��es
das negocia��es.

E aqui a rea��o das pessoas
e o impacto nos portais.

- Muito obrigado.
- De nada.

Precisam de mais alguma coisa?

- Obrigada.
- Eu agrade�o.

- Preciso sair.
- Certo, com licen�a.

Bem, estou indo para a C�mara.

Preciso apertar alguns parafusos

que suspeito estarem bastante soltos.

Vou daqui a pouco.
Vai ser um dia longo.

Sim, � importante que voc� esteja l�.

- Vou comer algo e saio.
- Senhor Presidente.

O dia chegou, Ana.

N�o h� mais nada a fazer.

Sempre h� algo a ser feito.

Eu disse que n�o.

Se falarmos com S�enz nesse contexto,
pareceremos fracos.

- Isso n�o nos enfraquecer�.
- A decis�o j� foi tomada.

Isso � um erro.

- Se pressionarmos...
- Ana!

Por favor.

Renata, voc� pode falar?

Estamos no meio de um dia
muito especial.

Como sabem, o projeto de lei do l�tio
est� sendo discutido.

Essa � uma vota��o em que tanto
o governo quanto a oposi��o

podem sair vencedores.

Sabemos como essa lei � importante
para o mandato do Presidente Noriega,

especialmente pelo impulso
que a primeira-dama deu ao projeto

e a forma��o de consenso
entre as diferentes bancadas.

Sofia n�o vem?

N�o, acho que n�o.

N�o sei.

J� sab�amos que eles votariam assim.

De acordo com o que foi discutido
com os presidentes das bancadas,

n�s vamos apoiar a proposta...

� por isso
que, fiel �s minhas convic��es,

mas confiando em futuros acordos,

expresso meu voto a favor
da reforma ambiental.

O qu�?

Confiamos na firmeza da primeira-dama,

proposta como elo
entre o Parlamento e as corpora��es,

que zelar�
pelos interesses de nosso pa�s.

Esperamos,
ocupando o lugar que ocupamos,

que n�o nos decepcione.

Isso � um desastre, S�enz nos traiu.

Desgra�ada! E a reuni�o que tivemos?
Ela usou todos n�s.

Esperem um pouco. Vamos fazer uma coisa.

S�o todos a mesma porcaria.

N�o podemos ficar calados.
Polaco, ligue para seu pai.

Para qu�? � isso a�. Eles nos ferraram.

N�o est� definido.
Precisamos mostrar nossa revolta.

A nossa e a de centenas de milhares
de pessoas.

- O que est� fazendo?
- Estou convocando pessoas.

"O pa�s observa o not�vel jogo de xadrez

que a primeira-dama e o vice-presidente
jogaram na C�mara."

Outro portal fala de "um grande passo
para o mandato do Presidente Noriega,

que mostra lideran�a e futuro
em suas primeiras fileiras".

Um triunfo da primeira-dama.

Por favor, deixe-me sozinho.

Sim, Sr. Presidente.

Obrigada, S�enz.

Como sempre, o urgente
n�o deixa tempo para o importante.

N�o se preocupe, marcaremos uma reuni�o
amanh� para definir como proceder.

Teremos que ser mais r�pidos.

E espero que voc� esteja � altura.

N�s erramos na bancada,
temos o que precisamos.

Pai, voc� est� bem?

- O que faz aqui?
- O que voc� est� fazendo?

O que voc� tomou?

Pode me dizer o que est� acontecendo?

Se essa estrat�gia foi elaborada
em conjunto, parab�ns.

Se n�o foi assim, cuidado,

pois talvez seja hora
de falar diretamente com ela agora.

- Est�o seguindo voc�?
- Quem?

Percebeu se algu�m o seguia?

Como posso saber
se algu�m est� me seguindo?

Fale!

- H� uma mulher.
- Que mulher?

Filha, n�o estou atendendo
o Victor porque quero.

N�o o atendo porque quero ajud�-lo.

Est�o me extorquindo.

H� uma mulher, uma organiza��o.
N�o sei quem s�o,

mas eles t�m acesso ao meu telefone,
sabem de todos os meus passos.

Preciso derrubar o Victor.

Pai?

Victor precisa ser derrubado.

� a �nica maneira de acabar com isso.

Disseram que se eu n�o fizesse isso,
matariam voc�.

Que iam me matar.

Eles j� mataram uma pessoa.

Como assim, j� mataram uma pessoa?

Isso precisa parar.