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O QUE VOC� EST� PRESTES A VER
� QUASE UMA HIST�RIA VERDADEIRA

INSPIRADA NA VIDA
DE GARY JOHNSON.

Pensem no que Nietzsche quis dizer com:

"O segredo de colher da exist�ncia

o mais fecundo e o maior prazer

� viver perigosamente.

Construam cidades no Ves�vio!

Enviem navios a mares inexplorados!

Vivam em guerra com seus pares
e consigo mesmos!"

Aonde ele queria chegar com isso?

Algu�m?

Sylvia.

Parece que ele diz
para nos apresentarmos ao mundo.

Precisamos arriscar
e sair da zona de conforto

porque a vida � curta.

Devemos viver intensamente
sob os nossos termos.

Tenho uma resposta para voc�:

absolutamente.

De um cara que dirige um Civic!

ASSASSINO DE MENTIRA

Sei que a minha vida
parece simples e sem gra�a.

Um cara alimentando p�ssaros,
que mora com os gatos no sub�rbio,

mas eu gostava do meu mundo interior.

Eu era bem feliz.

Pelo menos, contente.

Ali�s, meu nome � Gary Johnson
e havia alguns anos

que eu dava aulas
de Psicologia e Filosofia

na Universidade de Nova Orleans.

Eu sempre gostei de viver
num mundo de perguntas e ideias,

mas tamb�m era atra�do
por tudo digital e eletr�nico

e complementava a minha renda

em um trabalho de meio per�odo,
disfar�ado na Pol�cia de Nova Orleans.

Ap�s os treinamentos obrigat�rios,

eu j� estava escondendo c�meras
e microfones com bons resultados

em casos de assassinatos de aluguel.

O que eu posso dizer?

Estava cuidando da minha vida,
e ela me levou para outro caminho.

BOMBEIRO R.E.G.

O Jasper tem que se cuidar com esse Craig.

Muitas queixas de agress�o,
posse de drogas...

Oi, Gary.

Acabamos de saber. O Jasper n�o pode ir.

O delegado o suspendeu
por bater naqueles adolescentes.

Finalmente.

Acho que chegou a sua vez.

A minha vez de qu�?

Parab�ns, Gary, voc� foi promovido
a assassino de aluguel!

Ent�o reagende.

Ele ainda nem chegou.

Matadores n�o cancelam reuni�es.

Matadores?

Eles n�o existem.
Vamos seguir regras inventadas?

J� viu isso mil vezes. Voc� consegue.

Por que voc� n�o faz?

N�o d�! Tentei e quase fui morto.

Tamb�m n�o quero ser quase morto, t�?

Sou um civil.

N�s te protegemos.

Entraremos se a coisa ficar feia.

O tempo est� passando,
pegue o grampo do Jasper.

E � bom que veja isto.
� tudo que sabemos at� agora, Billy.

- O qu�?
- Seu pseud�nimo.

"Billy", vamos.

Meu Deus, eu vou morrer.

Essa besteira de cancelamento...

Desculpe por isso, Jasper.
A Claude me enviou para...

Muitos concordaram com o que fiz,
dadas as circunst�ncias.

Eles n�o viram problema.

Na se��o de coment�rios,
a maioria concordou comigo.

Que droga!

Eles que se danem!

Eles que se danem!
Suspens�o de 120 dias remunerada.

Por mim est� �timo.
Vou pescar, seus imbecis!

Vou passar todo o ver�o em Pensacola.

Quero ver como v�o se virar sem mim.

Por que voc� est� no meu carro?

A Claude pediu para pegar
o seu microfone e transmissor.

Quem vai no meu lugar?

Voc�?

N�o �?

Acho que tem candidatos melhores.

�.

Faz sentido.

Voc� tem um rosto ileg�vel,
bem f�cil de esquecer.

Eu sei.

Tenho escutado esses casos h� um tempo.
Sei o que falar, mas...

Teria um ensinamento ou uma dica?

Resumindo, eles precisam acreditar, t�?

Eles querem que voc� seja um assassino,
se torne isso.

N�o demonstre fraqueza.
Mantenha uma atitude agressiva

at� que eles abram a boca.

Entendi.

Mas tem que ficar relaxado.

Tranquilinho.

T� certo, ent�o eu fico...
Estou tentando...

CELULAR CLAUDE

O seu trabalho � colocar
os babacas na cadeia.

- E a�, Claude?
- O Billy tem que ir.

- O Craig est� aqui.
- T� certo.

Ai, cara!

S� tem uma primeira impress�o.
N�o estrague tudo.

Voc� n�o vai vestir isso, n�?

Sinceramente, esse short � bom!

O tecido � leve.

�.

Voc� � o Billy.

� um assassino!

Voc� mata

por profiss�o.

Escolheu uma mesa ruim.
Pegue suas coisas. Sente-se.

Esse neg�cio
tem que ser baseado na confian�a.

�, cara!

Jura?

Ent�o...

h� quanto tempo faz isso?

N�o � da sua conta.

- Olha o Gary!
- Me chamou para um trabalho.

O cara tem talento.

Est� jogando no ataque.

Voc� n�o me conhece,
eu n�o te conhe�o, e no futuro

isso ser� bom.

N�o seremos amigos. Entendeu?

Entendi.

Respire. Pense como um matador.

- Ent�o...
- Ent�o...

Voc� est� me avaliando.

Sou o cara certo
para eliminar o seu problema?

E para que saiba,
tamb�m estou te avaliando.

� um enrol�o?

Algu�m que s� fala?

E se falar s�rio agora,
mas um dia encontrar Jesus,

for tomado por culpa e remorso
e confessar os seus pecados?

Vai desabar sob press�o, Craig,

e apontar o dedo para mim?

Nunca.

Dane-se, cara, nunca!

Na verdade,

j� tenho tudo planejado.

T� legal.

Vamos ouvir.

Trabalho em turnos de sete dias,

come�ando na ter�a,
o dia de troca de servi�o em Houma,

cada segundo do meu paradeiro
� documentado e registrado.

Assim, se algo ruim acontecer,

ningu�m vai achar que fui eu, n�?

N�o foi o Craig,

porque ele estava
na plataforma de petr�leo,

a 200km Golfo adentro o tempo todo.

O que acha disso?

� um bom plano.

�.

Eu diria que na quinta ou sexta
provavelmente � melhor.

Parece bom.

No que est� pensando exatamente?

� s� cuidar dele.

O que quer dizer exatamente?

Por favor, cara!

Sabe o que quer dizer.

Ele precisa sumir para sempre.

Onde voc� estar� depois?

Como assim?

Ir� ao vel�rio?

Vel�rio?

No meu mundo ideal,

n�o haveria vel�rio, n�o �?

Ent�o, sem vel�rio?

Desculpe, mas...

Caramba!

Estamos falando da mesma coisa?

Estamos divagando.
Vamos voltar para o trilho, Gary.

Pergunto isso porque me parece

que voc� est� falando
do descarte de um cad�ver,

o que � mais arriscado para mim.

Saquei. �.

Em um suic�dio falso ou assalto forjado,
eu entro e saio.

O que quer exige que eu fique
mais tempo com o corpo

para que n�o seja descoberto.

Entendi. Por curiosidade...

como voc� faz isso?

Vou revelar alguns segredos.

- �.
- Tenho maneiras diferentes.

Mas, neste caso,

iria com a pot�ncia m�xima,

separando a cabe�a do corpo,
o que eu chamo de "enterro bayou".

- Conhece os p�ntanos de Bayou Gauche?
- Claro que sim.

A minha fam�lia tem terras l�,
ent�o, � noite,

eu entro despercebido,
saio em uma embarca��o pequena,

e deixo os jacar�s assumirem o controle.

Estamos falando do corpo

ou da cabe�a?

Do corpo.

A cabe�a...

A cabe�a � outra hist�ria.
Na cabe�a tem os dentes.

Os dentes s�o um problem�o.

Registros dent�rios, certo?

T� legal.

O que faz com eles?

Encontro um lugar no meio do nada,
ponho dinamite na boca e bum!

Sem dentes, sem problema.

Voc� explode o babaca, n�?

Porra!

Uau!

E as impress�es digitais?

S�o como os dentes.
Conseguem identificar com o que sobra?

O que voc� faz com elas?

O seu pensamento � minucioso, o que � bom.

Caso o cad�ver sem cabe�a destro�ado
seja descoberto,

o que nunca aconteceu comigo,

n�o teria mais digitais.

Eu j� as teria removido e descartado
separadamente.

Parece estranho, mas tenho um ritual.

Divido o n�mero de quil�metros
pelo n�mero de dedos,

ent�o se eu for a um local a 80km,
por exemplo,

jogo uma digital pela janela a cada 8km.

Joga os dedos pela janela?

Porra! Voc�...

- Voc� � aut�ntico, n�o �?
- Sou.

E a prop�sito,

n�o fa�o servi�o beneficente.

Trouxe a grana?

� claro que trouxe.

Trouxe US$ 2.500 agora

e darei mais US$ 2.500 depois, certo?

�timo.

Agora s� preciso da sua aprova��o final.

Teremos um acordo do qual voc�
n�o poder� sair daqui a uma semana.

Olhe nos meus olhos
e diga as palavras que preciso escutar.

Calma! Pensei que j� tiv�ssemos acordado,
mas tudo bem.

Quero que voc� apague esse cara

da maneira que lhe convir.

Pegamos ele.

Eu sabia.

Ficaremos em contato.

Tenho que dizer, cara,

� uma baita profiss�o!

�.

Da pr�xima vez que me vir,
ter� uma nova vida.

Acho que sim.

Parado. M�os para cima.

Ande, ande, ande.

- Que merda � essa?
- M�os para cima!

- Vire, m�os para cima!
- O que eu fiz?

Tire as m�os de mim.

Tem o direito de ficar calado.

Tudo o que disser pode ser usado
contra voc� no tribunal.

Tem direito a um advogado.

Se n�o puder arcar, um ser� apontado.
Entende esses direitos?

Entendo que voc� pode se danar! Que tal?

Pegou ele. Bom trabalho.

Ei!

T� legal, Daniel Day!

Fisgou ele.

Pegou a grana e as palavras certas dele!

- Ent�o foi bom?
- Foi.

Pegou ele. �timo trabalho, Gary.

Foi de boa.
Quem era aquele cara l� dentro?

N�o sei.

Caso encerrado. Voc� salvou uma vida.

Como se sente?

Me sinto muito bem.

Pode devolver a minha cal�a?

Sim.

Voc�s s�o estranhos.

Ei, Gary.

A sua fam�lia tem terra mesmo no p�ntano?

N�o, inventei essa parte.

J� fui l� algumas vezes
para observar p�ssaros.

- P�ssaros?
- �.

� mesmo?

Uma vez vi tr�s pica-pau-pilados juntos.

Pilado?

�.

Uns bonit�es parecidos com pterod�ctilos.

Tecnicamente s�o primos de primeiro grau
do pica-pau-bico-de-marfim,

que dizem ter sido visto em 2005,

depois de mais de 100 anos.

Achavam que eles estavam extintos.

Uns acreditavam que eles desenvolveram
estrat�gias para evitar as pessoas.

D� para aumentar o ar, Phil?

POL�CIA

�timo trabalho, Gary.

�, cara.

T�, tchau.

Nossa!

Tchau.

- Ele sabe que estava sendo esquisito?
- N�o sei, � dif�cil saber com o Gary.

Jogar dedos pela janela a cada 8km...

- Quem inventa algo assim?
- � bem perverso.

Podemos dizer que temos um novo matador,
pelo menos at� o Jasper voltar.

Ainda acho 120 dias pouco.

O Jasper � um escroto.

As pessoas se decepcionam ao saberem...

DESEJO
LEI

que matadores n�o existem.

A ideia de que h� pessoas no varejo

contratadas para eliminar
os piores problemas de relacionamento

ou facilitar um esquema de dinheiro,
ou a combina��o de ambos.

� uma fantasia pop cultural.
Como os matadores

viraram livros, filmes e seriados
nos �ltimos 50 anos,

� dif�cil convencer
que a exist�ncia deles seja um mito.

O meu trabalho n�o era
desmistificar a fantasia,

mas me tornar a fantasia.

E eu levava a s�rio
essa parte do trabalho.

Enquanto nunca fui o tipo de pessoa
que se motivasse o bastante

para matar ou morrer por nada,
talvez tivessem me escalado bem,

porque a �nica coisa
que me preparou para o novo cargo

foi o meu interesse principal:

o eterno mist�rio da consci�ncia
e comportamento humanos.

Consegui o seu n�mero

com um amigo.

Dizem que preciso te conhecer.

Parece que tem habilidades espec�ficas
e outras coisas.

MINHAS ARMAS DESCANSAM
NO TRAVESSEIRO

Merda!

Eu tinha que ter dito outra coisa.

CHURRASQUEIRO PROFISSIONAL

Bem,

sei que voc� est� pescando a natureza do...

Enfim, me ligue de volta.

O meu nome � Walt.

Como est� a torta?

Toda torta � boa!

T� certo.

E ent�o,

o que vem agora?

Sou fascinado pela gente

que acredita que um cara, que conhece
h� dez minutos, e por pouco dinheiro,

se arriscaria � pena de morte
para ajudar num esquema de assassinato.

Quase sinto a ingenuidade e paix�o deles.

N�o importa como pesquisavam o matador...

Estou procurando algu�m

para me ajudar com um pequeno problema
que ando tendo.

Achei que conhecesse algu�m dessa �rea.

Posso perguntar.

T� certo.

N�o sei se era s�rio,

mas ele era bem estranho.
E eu fiquei com medo.

A indica��o normalmente
chegava na pol�cia.

Que sempre dava um jeito
de dar o meu n�mero.

Precisa dobrar bem a l�ngua.

Percebi que nem todos
tinham a mesma fantasia.

Ent�o eu criava os matadores sob medida,
ao gosto do cliente,

o que era bem mais eficaz.

Eu conseguia ser
quem eles precisavam que eu fosse.

Teremos um �lbum novo em breve,
e todo o drama causado

ser� para o nosso bem.

Ele treta com esse tal de Rob49.

Ele � um g�ngster de verdade.
Ent�o todos v�o acreditar que foi ele.

Vou estar fora da cidade,
voc� s� precisa chegar e...

N�o preciso dos seus motivos
ou do seu plano de neg�cios.

S� me d� o nome e o dinheiro.

T� certo.
Direto ao ponto. Gostei.

No momento que estavam sentados comigo,
eles j� tinham se decidido.

J� tinham cruzado o Rubic�o
e s� precisavam de confirma��o

de que seus desejos obscuros
eram corretos.

Se entrar pela lateral, perto da piscina,

n�o h� c�meras.

Mo�a, � uma bela casa!

E n�o vou deixar aquele filho da m�e
roub�-la de mim.

Fa�a a sua parte,

que eu fa�o a minha.

Sim, senhora.

E depois que ele se for,

estarei naquela mans�o sozinha.

Mans�o?

Mans�o.

Claro que eu cobrava mais aos socialites
para parecer mais realista,

mas qualquer pagamento era prova,
ent�o aceitava o que eles ofereciam.

N�o � muito,
mas pode ficar com isto tamb�m.

Quer mesmo matar a sua m�e, Monte?

� jovem.

Vai virar �rf�o.

� o objetivo.

Pedi a sua opini�o?

Mate a vadia.

E eles acabavam dando
a esse futuro atirador de escolas

a liberdade condicional.

T�, chefe.

Os meus contratantes eram variados.

Mesma propor��o de homens e mulheres,

jovens e velhos, ricos e pobres.

Gosto de suic�dio. Parece limpo.

N�o parece?

� o sonho.

Mas canhotos n�o atiram neles mesmos

usando a m�o direita.

A pessoa com fobia de altura
n�o pula de um pr�dio.

Um n� bem dado exige estudo.

Suicidas querem deixar este mundo
rapidamente.

N�o querem se explicar.

Nem eu.

Talvez. Me surpreenda.

Acho �timo.

Registrei um alerta de sa�de mental
relacionado a ele,

em que o descrevia como suicida,
ent�o far� sentido.

Depois posso processar os m�dicos
por m� conduta.

� uma mulher inteligente.

Pensei em cortar os pulsos
e deixar que ele sangre at� a morte.

Minha fun��o � servir.

Ouvi dizer
que � um jeito indolor de morrer.

N�o tenho
essa quantidade de dinheiro em esp�cie

que voc� falou no telefone,

mas tenho
uma proposta melhor ainda para voc�.

Viu?

Pode ficar com este barco,
mas n�o pode vend�-lo em Louisiana

porque h� um pedido de seguro contra ele.

Mas pode lev�-lo ao Texas,
Beaumont ou Port Arthur.

Consegue uns US$ 6 mil nele.

� uma lancha.

Como em Miami Vice.

�, como em Miami Vice.

Vamos acabar discutindo tudo isso,

mas deixa eu perguntar algo,
porque sei que tem muito a ver

com o que vamos explorar neste semestre:

os conceitos de personalidade,
ser e consci�ncia.

Minha simples pergunta �:

quem acha que se conhece?

Que tem forte no��o do pr�prio ser.

Voc�s n�o se conhecem?

Claro que sim.

Toda a sua exist�ncia
� investida na no��o do ser.

� pela pr�pria sobreviv�ncia.

Mas o que faremos neste semestre

� desafiar essa no��o.

E se o seu ser for uma constru��o,

uma ilus�o, uma personagem
que voc�s interpretam

todos os dias desde sempre?

� um momento chocante

quando a sua ex vai ter um filho
com outra pessoa.

Vamos ver.

Parece uma boa aula.

Sei que muitos detestam os seus ex,
mas a Alicia era a minha melhor amiga.

Pelo menos era a pessoa
que mais que conhecia.

Se o ser � constru�do,

e tudo n�o passa de um teatro,
acha que as pessoas podem mudar?

Sim, de acordo com pontos definidos,
o que n�o s�o muita coisa.

Sei l�. Nunca tive certeza disso.

H� muitas pesquisas recentes
que dizem que podemos mudar.

Me ilumine!

Tenho lido muito
as descobertas de pesquisadores

de que at� adultos
conseguem mudar de personalidade.

Tenho trabalhado nisso
com muitos clientes.

T� certo. Defina "mudar".

As cinco caracter�sticas
que comp�em a personalidade.

Extrovers�o, abertura � experi�ncia,

estabilidade emocional,
agradabilidade e consci�ncia.

Elas podem ser alteradas em alguns meses.

Em qual sentido?

Bem, voc� precisa incorporar
a caracter�stica, e n�o s� pensar nela.

� o princ�pio do "como se":

voc� se comporta como se fosse
a pessoa que quer ser,

e em pouco tempo voc� percebe

que � voc�.

O antigo ser vai para onde exatamente?

Continua l�,
s� que significativamente reduzido,

e o novo ser � acentuado.

Voc� n�o podia esperar umas d�cadas
para eu mudar?

Bem...

o menor dos seus interesses

era a mudan�a.

J� aceitei que uma rela��o normal
n�o est� nas minhas cartas.

N�o. O que � normal?

Veja por esse lado,
todo mundo � um pouco ferrado.

S� precisamos achar algu�m ferrado
do jeito que gostamos.

Ou que pelo menos complemente
o nosso lado ferrado.

� uma t�cnica diferente de sobreviv�ncia
que envolve outra pessoa.

T�.

T�.

Falando de ferrados,

achei que voc� s� desse suporte t�cnico
para a pol�cia.

Agora virou
um pegador de assassinos disfar�ado.

�.

Sou eu.

Desculpe, deve ser estranho.

Nunca vou parar de lecionar,

mas esse trabalho
� como pesquisa de campo.

Como assim?

Voc� n�o acredita o lado da humanidade
com quem eu convivo.

E muito � explicado
em como o amor se tornou �dio,

e como o assassinato � a melhor sa�da.

Uau!

Acho que voc� nunca quis me matar
quando �ramos casados.

- Fez parecer ser algo ruim.
- Bem, foi s� uma observa��o.

Para matar algu�m, eu imagino
que seja preciso ter muita paix�o.

N�o sou incapaz de ter paix�o.

Para algumas coisas, sim,

mas acho que voc� devia conhecer algu�m.

Uma terapeuta?

N�o. Uma mulher.

Ou sei l�.

Tenho a companhia leal do Id e do Ego.

T�, precisa conhecer
uma mulher e uma terapeuta.

N�o � o melhor proveito
das minhas habilidades.

Lembre-se, Jasper,
se n�o fosse o sindicato,

voc� nem teria um emprego.

Entendido,

mas, agora que voltei,
quero a minha fun��o de volta.

J� sou treinado para isso.

Com a suspens�o, talvez n�o tenha ouvido,
mas o Gary � �timo.

A taxa de condena��o dele � alta,
e, sinceramente,

ele tem um alcance melhor.

Acredita nisso, Gary?

Acham que � verdade?

Estat�sticas n�o mentem.

N�o gosta de sua posi��o, Jasper?
Posso tentar algo na patrulha de tr�nsito.

Droga!

Por que n�o me manda lavar banheiros?

Posso fazer isso.

J� que est� sendo babaca,

vou direto ao ponto.

Queremos te esconder, t�?

"Quem espancou os adolescentes?"

Teve motivo.

Deve ter se esquecido,

diferente dos milh�es de espectadores
do seu v�deo,

mas o povo est� bravo,
e n�o queremos que se metam aqui.

Fa�a esse favor a voc� mesmo
e a todos n�s,

fica na sua e de boca calada.

Consegue?

Algo mais?

A m�e foi a Miss Del Rio.

Todos se mudaram para Nova Orleans
depois do Katrina.

Pais separados, pai ausente.

Foi cabeleireira, comiss�ria de bordo.

Casada com o Ray Masters,

que trabalha
no neg�cio de petr�leo da fam�lia.

Depois...

mais nada.

Sem registro policial,

algumas queixas dom�sticas, sem pris�o.

Ent�o, Madison...

Quem � o seu matador?

RESTAURANTE TE AGRADO
CAF� E ALMO�O

Est� gostando da torta?

Toda torta � boa!

Ron.

Madison.

Me diga, Madison, o que faz da vida?

Sou esposa devota.

Obviamente.

Presumi que estamos aqui
para falar sobre isso.

E para te responder,

ele n�o me deixa trabalhar.

Ele n�o me deixa fazer nada.

Me d� um peda�o da torta?

Claro!

Ele me colocou em uma dieta rid�cula.

Isso � bom.

Ele � fofo.

Voc� gosta de cachorros?

Pare�o ser o cara dos gatos?

Sim. N�o entendo os gatos.

S�o meio esquisitos.

� mesmo?

E todas as hist�rias...

Que hist�rias?

De gatos ciumentos
que sufocam beb�s e tal.

Uau!

Conhece algu�m que perdeu o filho

por causa de um gato assassino ciumento?

S� estou verificando os fatos.

- N�o pessoalmente.
- T�.

Mas j� escutei de muitas pessoas.

A� que est�! Precisamos resolver isso.

Concordo.

Detetive,

encontramos pegadinhas de gato na v�tima?

N�o, senhor,
mas temos alguns suspeitos felinos.

� um grande desafio.

Que "gat�strofe"!

O qu�?

Voc� � boa.

Voc� tamb�m.

O que voc� faz?

Desculpe. Esqueci.

Tudo bem.

Isto tudo

� demais.

�.

N�o acredito que estou fazendo isso.

Est� em boas m�os.

Como funciona normalmente?

Como voc� quer que funcione?

Sei l�.

Estou com muito medo.

Por que est� com medo?

Porque ele � mau.

N�o sabia com quem estava me casando,
e as coisas est�o cada vez piores.

Eu te entendo.

Voc� sempre quis ser um...

N�o era um sonho de inf�ncia.

Voc� j� pensou

em fazer outra coisa?

Ou se voc� tivesse escolhido
outro caminho?

N�o penso demais. N�o sou muito emotivo.

�. Todos temos arrependimentos.

Na minha linha de trabalho,
n�o posso pensar assim.

Gostaria de poder pensar assim.

Mas me sinto em uma pris�o,

como se fosse morrer na pris�o.

Mas n�o vou morrer na pris�o.

E se a minha vinda aqui,

o meu encontro com voc�, for a melhor
decis�o que tomei porque foi por mim?

Desculpe.

Droga!

� ele.

Tenho que ir, mas trouxe o...

Posso sugerir uma coisa?

N�o h� vantagem nisso para mim.

Posso estar perdendo um servi�o agora,
mas fa�a um favor � sua vers�o do futuro,

a pessoa que merece
uma vida feliz e realizada,

e que ainda pode ter essa vida:

pegue essa quantia e comece uma nova vida.

Agora.

N�o v� para casa.

E se precisar de alguma coisa,

ou se mudar de ideia,

tem o meu n�mero.

POL�CIA DE NOVA ORLEANS

Al�?

Voc� virou coach agora?

Eu entendi bem
o que acabei de ver e ouvir?

N�o acredito.

O que foi?

"O que foi?" Esque�a a nossa opera��o!

"Posso ser o seu terapeuta?"

Ela n�o � assassina.

S� precisa se encontrar.
Estou aqui a servi�o do bem comum.

Bem comum?

O que voc� fez
foi a coisa menos profissional

que eu j� testemunhei.

Viu? � isso que acontece
quando se contrata um amador.

Por favor! Evitei o flagrante provocado...

� o j�ri que decide.
Voc� s� p�e essa gente sob cust�dia.

Concordamos em discordar
com a t�cnica. Acabou.

E voc� viu como ela era bonita?

Ser� que isso teve a ver?

Nunca saberemos, n�o �?

J� que o esquisit�o liberou a mulher
antes que ela se incriminasse.

Foi um desfecho at�pico,

vamos deixar assim.

T� legal.

T�, falamos depois, Gary.

- T� certo.
- Tchau, Gary.

Tchau.

VOLUME

Minha nossa! Ele pegou pesado com o Gary.

J� vi isso antes.

A estrela cai, o substituto entra

e arrebenta mais ainda.

Sei que ele deu mole desta vez, mas...

Qual o nome que ele usou?

- Ron.
- O Ron � irado!

� um Idris Elba branco!

Eu adoraria beber umas cervejas com ele,
e n�o estou falando do Gary!

Eu ficaria muito b�bada com o Ron.

Eu cheiraria umas carreiras
com ele em Vegas.

Eu tiraria o meu DIU pelo Ron.

Eu nem dividiria um canudo com o Gary.

O Gary � murcho, mas o Ron...

O Ron � um bast�o!

Est� parecendo que voc�
tamb�m transaria com o Ron.

Eu aproveitaria uns segundos
depois de voc�, se fosse o Ron.

Este processo nada mais �

do que uma opera��o
de flagrante provocado.

E aquele homem

� a pessoa mais desonesta, manipuladora

e fraudulenta que existe.

O Gary Johnson n�o � um ser humano.

Porque ele n�o tem humanidade.

Empatia.

Um ser humano oferece ajuda
em momentos de fraqueza.

O Gary Johnson ataca os fracos.

E com rela��o aos processos penais,

� como se o dem�nio disfar�ado

usasse uma AR-15

para matar um mosquito.

Estou acostumado.

Enquanto eu apresento provas irrefut�veis,

a �nica coisa que eles t�m
� me fazer de vil�o.

Sei que est�o fazendo o trabalho deles,

mas um ataque pessoal
ainda � um ataque pessoal,

e � duro de ouvir.

N�s, o j�ri, declaramos o r�u culpado.

Mas na categoria
"dos mist�rios das pessoas",

isso frequentemente acontecia...

Eu j� a perdoei, ela me perdoou,

e eu j� fiz coisa muito pior.

Acho que ela merece uma segunda chance.

O que era seguido de...

Em vista das provas
e do testemunho apresentados,

n�s declaramos o r�u inocente.

Parab�ns, Tammy!

Talvez o amor deles n�o fosse perfeito,

mas era alguma coisa.

Entendi.

Eu juro, nosso sistema legal...

Libere!

� uma droga!

- Aqui.
- Ah, n�o!

Precisa treinar mais que eu.

T� certo.

N�o pode culpar algu�m
por fazer justi�a com as pr�prias m�os.

- Eu acredito em uma coisa...
- No qu�?

Existe justi�a pessoal
quando o nosso sistema judicial falha.

- Quando fizermos isso do jeito certo...
- Certo.

voc� ter� a sua justi�a pessoal.

N�o vai aceitar isso sem fazer nada.

N�o vou mesmo.

Libere!

Essa � a Am�rica que eu gosto!

Am�m, am�m!

Escuta, para matar algu�m � preciso...

Sim.

- A arma.
- Certo.

As balas.

E os colh�es.

E, garoto, eu tenho os tr�s de sobra!

Filho da m�e, Tanner!

Libere!

� disso que estou falando.

MADISON
EI, RON, SEM PRESS�O,

LEMBREI DE VOC�.
ESPERO QUE ESTEJA BEM!

FEIRA DE ADO��O DE C�ES

� claro que eu n�o cruzaria essa linha.
Sou um profissional.

Mas, tecnicamente,
ela n�o mandou mensagem para mim.

Foi para o Ron.

Mas acho que n�o sou o cara dos c�es.
Devo at� ter alergia a eles.

F�sica e emocional.

Eles s�o muito carentes,
se entregam a quem estiver com a carne.

Mas...

no fim das contas, todos somos covardes,

implorando e nos envergonhando
pelos restos dos outros.

Os cachorros pelo menos
n�o se desculpam por isso.

Amiguinho.

Voc� veio.

E eu pensei que eu amasse filhotes!

Eu bochecho molho barbecue
antes desses eventos!

As cadelas piram!

Gostei que voc� veio.

Gostei que voc� me convidou.

Como voc� est�?

Estou bem.

O principal �: como voc� est�?

Estou �tima.

�, estou �tima.

Sa� de l� imediatamente.

Tenho a minha casa agora em St. Roch.

Est� uma bagun�a, mas � minha.
Eu adoro ela.

Estou me divorciando.

- Uau!
- �.

�s vezes precisamos nos movimentar.

Estou feliz por voc�.

Quando eu vi a sua mensagem, pensei:

ser� que ela escolheu o evento beneficente
para me abordar de novo?

N�o. Meu Deus, n�o!

Aquele momento louco passou.

Esta � a minha nova vers�o,
a minha nova vida.

Olha para voc�!

- Gostou do cabelo?
- Adorei o cabelo.

Ele odiava.

E odiava cachorros e minissaias.

Mas estou recuperando o tempo perdido.

Fico feliz
que tenha acabado bem para voc�.

Obrigada.

N�o, obrigada de verdade.

N�o quero soar estranha,
mas n�o conseguiria sem voc�.

Pronto, falei!

N�o recebo muitos agradecimentos
pelo meu trabalho.

Imagino que n�o.

Madison.

Temos um problema com os huskies.

C�digo Marrom.

- Oi.
- Oi.

Ron, Jill.

Jill, Ron.

Prazer. Precisam de ajuda?

N�o, estamos bem. E voc�?

Estou bem.

Tenho coisas a fazer.

T� legal.

Uau!

Vai longe, vai longe.

V�o, v�o!

A� est�.

N�o.

N�o, n�o me convenci.

O qu�?

N�o � um matador.

N�o pode ser. Fez carinho nos filhotes.

Brincou com as crian�as.

Abriu todas as portas para mim.

E ainda mata pessoas por dinheiro?

O cavalheirismo morreu, mas n�o fui eu!

Pesquisei voc� e n�o encontrei nada.
� como se n�o existisse.

Devo ser a sua fantasia.

T� legal.

Vamos ver.

Quantos?

Espere, n�o... Quero saber.

Um cavalheiro n�o pode matar e contar?

Para deixar registrado, eu amo pessoas.

Mas ainda mata elas.

N�o � aleat�rio.

Tem sempre um prop�sito.

De proteger.

E n�o se engane,

h� pessoas que precisam morrer.

Certo?

Certo.

Qual � a maior diferen�a

entre o seu verdadeiro ser
e a sua ocupa��o?

O meu verdadeiro ser gosta de pessoas.

Gosto de me divertir.

Mas...

para ser eficiente no trabalho,
preciso ser um lobo solit�rio.

N�o posso atrair aten��o.

N�o quero que se lembrem do meu rosto.
N�o quero ir al�m ou abaixo.

N�o quero ser citado
em conversas memor�veis.

� por isso que dirijo um Honda Civic.

Quero que pare�a que eu n�o exista.

Sei l�. � o meu lado profissional.

Me fale do seu lado n�o profissional.

Eu diria...

que estar aqui com voc� agora
n�o � profissional, mas...

Que bom! N�o quero que seja profissional.

Como quer que eu seja?

O qu�?

Eu te assusto?

N�o.

Eu te assusto?

Deveria estar assustada?

Depende das suas inten��es.

T� legal.

Quer saber tudo de mim. Mas e voc�?

Sabe tudo que precisa.

� mesmo?

J� me disseram que penso demais
para ser um bom amante.

Ela disse que o sexo excepcional
exige aus�ncia de pensamentos,

uma certa dose de abandono animal...

Eu gostava do Ron.

Ele n�o pensava. Ele fazia.

N�o sei se fui melhor como o Ron,

ou se foi a carga el�trica entre n�s,

mas, na cabe�a dela, ela transava

com algu�m que j� tinha matado
um bando de gente,

e eu transava com algu�m
capaz de ter o parceiro assassinado.

N�o me orgulho, mas isso elevou o jogo!

Estava sem ficar com algu�m
h� tanto tempo...

Posso te falar uma coisa?

O qu�?

Isto � divertido.

Concordo.

Gosto disto,

da gente.

�.

Divulgando uma nota de cautela,

j� tive algumas namoradas, um casamento,

mas por causa do meu trabalho
geralmente tenho problemas

em manter o que a maioria considera
um relacionamento normal.

Dane-se o normal!

Am�m.

Quer me ver de novo?

Quero.

Mas...

� um pouco complicado, n�?

N�o precisa ser.

� uma m� ideia.

Imagino que sim.

Nunca poderemos ir na minha casa.

Que bom! N�o quero ir.

Nunca poderei dar informa��es
do meu paradeiro.

Se eu for rastreado ou perseguido,
eles envolver�o voc�.

Nos veremos quando der.

E n�o podemos ser muito pr�ximos.

Quanto menos soubermos um do outro...

Qual � a sua pr�xima frase?

"N�o se apaixone por mim"?

Eu sei o que estou fazendo.

N�o quero saber onde mora,

ou o que est� fazendo o tempo todo.

S� vamos nos encontrar aqui
quando quisermos

e nada de fora importar�.

Ent�o t� legal.

Concordamos nos termos?

Onde assino?

Preciso assinar em outro lugar?

Rubrique aqui.

Em mais algum lugar?

O documento precisa estar completo.

PENA

PRAZER

Os conceitos freudianos de id e superego,

de acordo com Jung,
est�o em conflito constante.

O superego

� a nossa consci�ncia.

Que nos recompensa
por comportamentos bons,

se aderindo a normas sociais
e padr�es morais.

E o id...

Como humanos, temos desejos

e instintos primitivos.

Impulsos baseados na busca por prazer

que ignoram as consequ�ncias.

Agora o ego

� o homem do meio.

A ponte entre o instinto e a l�gica,

a lei e a aus�ncia de lei.

Tenta sempre maximizar o prazer

e minimizar os custos.

UNIVERSIDADE DE NOVA ORLEANS
GEOLOGIA E PSICOLOGIA

Bem-vindo � Companhia A�rea Madison.

Para onde vamos?

Para um lugar quente e tropical.

Siga-me ao andar superior.

Na primeira classe.

Por favor, desfivele o seu cinto.

� para a sua seguran�a.

Estamos passando por turbul�ncia.

Prepare-se para o impacto.

Sei que concordamos
em n�o falar sobre isso,

e n�o precisa responder se n�o quiser,

mas como consegue fazer sem ser pego?

Tem que ser inteligente, minucioso,

estar � frente do que eles procuram.

O segredo � que a maioria dos assassinatos
n�o s�o resolvidos, especialmente aqui.

Eu fa�o o engajamento
em uma �rea controlada

e levo o corpo a uma parte mais ca�tica.

N�o � bagun�ado?

S� para quem n�o � inteligente.

R�pido, vai atirar em mim! Onde?

N�o! Mais abaixo.

Mais abaixo.

Mais... t� legal.

No cora��o.

Em algumas regi�es
como a cabe�a e o pesco�o,

o sangue espirra para fora.

Vira uma bagun�a ensanguentada.

N�s somos como bolsas grandes de sangue,

e a grande e bela cavidade tor�cica

� o que segura tudo.

At� poder mexer o corpo,

ajeite a cena,

crie a hist�ria
que voc� quer que descubram.

Sempre fui t�mido demais
para o teatro da escola,

mas tinha encontrado o meu palco,

e cada pris�o era uma ova��o de p�.

Vamos para a parte mais funda agora.

� s�rio.

Se eu for embora com este envelope,

a essa hora amanh� a cabe�a dela
estar� num saco de mercado.

E o resto, com os porcos em Opelousas.

Ent�o seja claro comigo.

� isso que voc� quer?

Estou com essa mulher
que curte aplicativos de deslizar.

Os de arrumar namorado.

E ela est� mandando ver

com um gerente de lanchonete,
e eles querem levar tudo.

N�o sei como voc� acha
que as coisas funcionam,

mas n�o se tira a TV,
o cachorro e o barco de um homem.

Sem chance, T.

Mate a vadia.

Com prazer.

Vossa Excel�ncia,

um predador psicopata
sempre ser� uma amea�a � sociedade.

Por outro lado, algu�m que comete
um crime passional uma vez,

ou paix�o s�bita, que � o termo legal,

tem a mesma probabilidade de cometer
esse crime do que qualquer cidad�o.

Neste caso, eu caracterizaria

como apenas uma inten��o
de solicita��o de assassinato,

apesar de ningu�m ter se ferido,

como uma paix�o s�bita,

ao contr�rio
de um assassinato premeditado.

Protesto.

Indeferido.

Uma pergunta seria bem-vinda.

Sr. Johnson, o senhor j� testemunhou

que sentiu ser um ato premeditado.

Voc� diria que invocar tudo isto

e coagi-los num esquema de homic�dio
foi premeditado?

N�o houve nada s�bito ou impulsivo
em nosso encontro.

A inten��o era clara.
Os procedimentos foram detalhados.

Se n�o era uma tentativa de coer��o,
por que fez a pesquisa?

Por que usa fantasias e disfarces?

O meu cliente se encontrou
em circunst�ncias comprometedoras,

mas a minha pergunta ao senhor �:
quais s�o as suas circunst�ncias?

Protesto, Vossa Excel�ncia!

Deferido.

O que esconde com essas roupas?
Quem voc� quer enganar?

O que o Ron faria?

Protesto, a defesa importuna a testemunha.

N�o � meu trabalho analisar
os eventos pr�-encontro.

Meu trabalho � encontrar o cliente
nessas circunst�ncias.

Completar o desenho
que eles mesmos fizeram.

Minha fun��o n�o � dar uma segunda chance.

Consegui algo para brincarmos.

Gostei de ouvir isso.

O que tem a�?

Escolha uma m�o.

Esquerda.

Perdeu.

Merda!

Para que � isso?

O que acha?
Sou uma mulher morando sozinha.

Preciso me proteger.

E aquele papo de assassinato me perturbou.

T� legal.

Acredite,
isto n�o vai deix�-la mais segura.

Voc� tem arma.

� bem diferente. Sou profissional.

Vai me ensinar a usar ou n�o?

Agora?

N�o t�nhamos um contrato?

Que nada fora daqui importava?

Um dia temos que sair
do nosso ninho de amor.

N�o temos?

Temos?

T�, eu sou horr�vel.

- S�o alvos que se autorregeneram!
- Por que � t�o dif�cil?

Basta treinar.

Por que n�o me mostra, gostos�o?

Bem, essa dist�ncia

� para amadores e turistas.

Essa � a minha dist�ncia normal.

T�, espere. Me escuta.

- A Lua controla a mar�, n�?
- �.

E se somos praticamente �gua,
como a lua cheia n�o nos afeta?

Pense nisso.

Tecnicamente, isso n�o faz sentido.

- Faz sentido.
- N�o.

A fase da Lua
n�o tem nada a ver com gravidade.

Tem a ver com sombras.

A fase � s� quanto da luz do Sol
que bloqueamos da Lua.

A rela��o gravitacional
entre a Lua e a Terra,

dois corpos planet�rios, � fixada

de um jeito que a Lua pare�a diferente
ao longo do m�s,

mas nada realmente muda na Terra, sabe?

N�o sabia que eu estava saindo
com o Neil deGrasse Tyson!

Tenho que te surpreender.

- Vamos dan�ar, branquelo.
- �.

Vamos dar o fora daqui.

- Ray.
- Espera, cara!

Madison?

Merda!

- Te liguei.
- Ray, por favor.

Suas m�os estavam ocupadas
para atender, n�?

Quem � esse?

Sou o namorado dela.

� mesmo? Sou o marido dela.

- Ray, podemos manter...
- Manter o qu�? Me diz voc�.

- Quer simpatia?
- Prazer.

Prazer, namorado!

Madison, voc� � pat�tica.

- Quer saber? N�o.
- Ray.

Ainda n�o terminei, t�? Me largue.

S� estou brincando, pessoal.

Por favor!

Agora � crime eu me divertir
com o seu novo amigo?

Ray, pode nos deixar em paz?

Droga, Madison! N�o v� embora.

- Ray.
- N�o v� embora.

Sua vadia ingrata! Volte aqui.

- Droga!
- Pe�a desculpas, filho da m�e.

�. Ele disse para se desculpar.

Ele � um profissional. Ele atiraria.

Mostre para ele.

Merda!

Vamos.

Profissional de qu�?

Um babaca profissional.

Est� melhorando de vida, n�, Madison?

- Nos vemos, profissional.
- Vamos embora, Ray.

Quer saber? Que se danem!
Voc�s se merecem!

- Ray, por favor! Saia...
- Cale a boca!

N�o foi maneiro, cara.

Aquilo foi impressionante.

Voc� foi incr�vel.

Aquele metido
n�o abaixa a cabe�a para ningu�m.

Viu a cara dele?

- Vi.
- Ele saiu andando.

Foi selvagem.

T� certo, descolado.

Nunca ningu�m me defendeu assim.

Bom.

LANCHONETE DO TED

Aqui est�.

Ao melhor date!

Uau!

Est� bom.

Est� muito bom mesmo.

Voc� e o Ray
t�m percep��es diferentes do div�rcio.

Estou decidida.

N�o tenho culpa
de ele estar sendo um louco. Voc� viu.

Vi.

Voc�s se divorciaram, n�?

V� um anel no meu dedo?

V� um anel no meu dedo?

N�o.

Exatamente.

Qual a chance de estarmos
na mesma boate que ele?

Por que todas essas perguntas?

T� bom!

Estraguei tudo.

Quebrei nosso contrato.

Mas assinarei outro com prazer
quando chegarmos em casa.

T� certo. Parece chateado.

N�o estou chateado
por ter apontado a arma para ele.

N�o foi nada de mais.

Mas n�o te levo onde os meus amigos
e ex-namoradas frequentam.

Temos que evitar problemas.

Foi uma coincid�ncia.

N�o acredito!

Olhe quem est� aqui.

Achei que fosse voc�.

E a�?

S� peguei algo para comer.

Te vi do outro lado. N�o �?

Quais s�o as chances? Que loucura!

Vai me apresentar para o seu amigo?

- Jasper.
- Madison.

Madison.

Madison?

Madison.

J� nos conhecemos?
Voc� tem o rosto familiar.

N�o.

N�o, acho que n�o.

Esquece! Talvez eu me lembre.

Talvez.

Vou deixar voc�s voltarem � sobremesa.

S� queria dizer "oi".

Boa noite.

Aproveitem o fim de semana.

Bom te ver.

T� certo.

- Tchau.
- Tchau.

Isso foi uma coincid�ncia.

Quem � ele?

Um cara com quem eu trabalhava.

Ent�o, ex-marido,

ex-colega de trabalho...

Estamos quites?

N�o.

Sim.

Assino o contrato de novo.

O que estamos fazendo?

N�o recebi aviso nem pesquisa.
Parece que vou entrar pelado.

� nessa hora que precisa provar que � bom.

O Dia das Bruxas acabou.
Chega de fantasias.

N�o conseguimos saber muita coisa dele.

Nem deu tempo
de conseguir o mandado federal,

ent�o s� temos o �udio.

O nome dele � Mike.

Ele j� est� l� dentro esperando
e parece inst�vel.

Est� ficando pior.

Pelo menos sabemos quem ele �?

N�o, mas ele disse que estaria sozinho.

- Lendo O Apanhador no Campo de Centeio.
- Nunca � bom sinal.

Vai ficar tudo bem, Gary.
Faz isso de olhos fechados.

Outro covarde com medo de agir.

Voc� consegue.

T� legal.

Aproveite o caf�.

Mike?

Sim. Judd?

Olhe para a frente. � para a sua prote��o.

Me diga, Mike, como posso ajud�-lo?

- Voc� �...
- Sou.

E voc�...

Sim.

Diga o que est� pensando.
A menos que tenha vindo pelas panquecas.

A minha esposa.

O que tem em mente?

O que acha?

A vadia est� acabando comigo.

N�o consigo seguir sabendo

que ela est� com outra pessoa.

� por isso que estou aqui com voc�.

E por que precisa de mim?

Por que n�o cuida disso sozinho?

Acredite, eu quero,

mas estamos nos divorciando agora.

Eu seria o suspeito principal.

Preciso da fachada perfeita,
do �libi perfeito.

Ainda n�o est�o divorciados?

Por que quer saber?

Esqueci de dizer. � que...

talvez sejam dois alvos.

Ela tem um namorado novo.

Um verdadeiro ot�rio.

E?

Se ele estiver com ela,
pode eliminar ele tamb�m.

N�o tenho problemas com isso.

Mas vai custar mais.

Est� bem?

Sim. Que os dois se danem!

Feito.

Trouxe o dinheiro?

Sim, est� aqui.
Deve ser suficiente para os dois.

Tenho um pedido especial.

Minha fun��o � servir.

Quando fizer,
quero que ela saiba o motivo.

Antes de fazer,
olhe nos olhos dela e diga:

"Foi um presente do seu ador�vel marido."

Quero que seja a �ltima coisa
que ela escute.

Quer saber?

Talvez inclua o namorado de gra�a.

O qu�?

O que foi? � muito simples.

Voc� me d� o dinheiro, e eu resolvo.

Vou resolver essa merda sozinho.

O que aconteceu?

Sei l�. Ele se apavorou.

Acontece.

�?

deixe a sua mensagem.

Madison, quando ouvir a mensagem,
saia de casa.

Ouvi umas coisas do Ray. Me ligue.

O que foi aquilo?

- O qu�?
- O qu�?

Como assim? O cara pulou fora?

Sei l�. Bateu o p�nico.

N�o d� para vencer todas.

Com essa atitude n�o d� mesmo.
Tem que controlar a situa��o.

Na minha opini�o, voc� foi negligente.

Pode ser.

Queria falar com voc� sobre o outro dia.

O que que tem?

Ah, dela?

Saquei, cara. Agora faz sentido para mim.

Tranquilo.

J� peguei algumas suspeitas!

Sem problemas. � bom para voc�.

Nos encontramos por acaso, t�?

Ela s� me agradeceu
por a colocar na dire��o certa.

Aposto que sim.

N�o quero
que as coisas sejam mal interpretadas.

Gary...

Pode confiar em mim.

Espere...

Repita. Ele quer encomendar
o meu assassinato?

Sim! Ele quer me contratar para te matar.

O que n�o entendeu? Precisamos ir.

- E voc�s se viram pessoalmente?
- Sim.

- E ele sabe o que voc� faz?
- Sim.

E voc� vai me matar?

Do que est� falando?

Voc� vai me matar?

N�o.

Ent�o n�o preciso me preocupar.

Acho que ele mesmo vai fazer isso.

N�o vai, n�o.

N�o vai, n�o.

Pergunto ao j�ri moderno:
qual � o veredito?

Decidimos em pris�o perp�tua
sem condicional.

Bem modernos voc�s!

Como chegaram a essa conclus�o?

Mesmo que essa pessoa seja culpada
de um crime hediondo,

acreditamos que um homic�dio estatal
n�o resolve as coisas,

s� gera mais dor e sofrimento.

T� legal.

� um bom exemplo do sistema legal

ajustado para responder
� vontade de seus cidad�os.

Agora vamos voltar
para o Per�odo Paleol�tico,

h� 25 mil anos,
quando tudo era bem diferente.

N�o existia j�ri.
N�o existia um sistema legal oficial.

Voc�s eram uma comunidade n�made.

Como voc�s lidar�o com esse problema:

a amea�a existencial
na forma de um l�der perturbado

que invade outras tribos?

Ele mata.
Ele estupra. Ele saqueia.

Parece que todos voc�s v�o morrer.

Quais s�o as op��es?

Estamos divididos.

Uns acham que devemos exil�-lo.

N�o tem como. Vamos coloc�-lo num barco?

A maioria

quer elimin�-lo.

O que for preciso
pra nossa pr�pria sobreviv�ncia.

N�o brinquem com o Jerren!

Como resolvem o problema?

Execu��o.

� cruel,

mas historicamente
com potencial de ser a escolha certa.

H� muita pesquisa recente
neste mesmo tema.

E o novo pensamento
� de que os homic�dios dirigidos

t�m um papel maior em nossa evolu��o
do que se pensava.

O impulso de remover
for�as desestabilizadoras

� como um passado obscuro do nosso DNA.

Esses homic�dios
serviam para dois prop�sitos.

N�o s� protegiam
as normas e coer�ncias sociais,

como tamb�m eliminavam a pessoa abusiva
e n�o cooperativa da amostra de genes.

Como o professor ficou t�o gostoso?

N�o �?

V�o enviar os dados comparativos
ao QG � tarde?

Eles sabem do cad�ver?

- Ainda n�o tive a chance de contar.
- Que cad�ver?

Lembra aquela mo�a que queria matar
o marido, e a deixamos escapar?

Foi ele que a deixou escapar.

Madison Figueroa Masters.

Quando voc� foi o Ron.

O marido dela foi encontrado morto.

Desculpe.
O que aconteceu? Onde foi?

O cad�ver foi encontrado
no bairro de Cabbage Alley.

Algum esquema de droga que deu errado.
Uma bala calibre 38 na aorta.

Gary?

Quando pesquisei esse cara,

descobri que ele tinha
problemas com drogas.

Algum suspeito?

Parece que ela e o marido
entraram numa briga

em frente da boate Virgo's,

e o cara com quem ela estava puxou a arma.

Identificamos o cara?

Ainda n�o.

Pode ser um novo namorado?

Devemos procurar o cara
e conversar com ele?

Gostei.

Avisem o que descobrirem.

O Johnson e eu podemos trabalhar juntos.

Tudo bem se eu o levar?

Claro!

Tranquilo, Gary?

Sim.

O que est� fazendo?

Procurando o namorado.

Droga, eu o encontrei!

Merda, eu sou bom!

Por favor! O que estamos fazendo aqui?

N�o vou contar para ningu�m.

Contar o qu�?

Esbarrei nela de novo.

N�o significa que sou o namorado
ou que estou envolvido.

Est� na defensiva.
Ningu�m est� te acusando.

S� queria saber se conhecia o cara.

Ele parece familiar?

Sim, foi o cara que fugiu do restaurante.

Qual era o nome dele? Mike?

Ray. � o marido da Madison.

Certo?

Certo.

Eu escutei de novo a conversa de voc�s,

e tive uma conclus�o totalmente diferente.

Soube mesmo conduzir
a hist�ria do namorado, n�?

Aonde quer chegar?

Lugar nenhum. � que...

Somos amigos, certo, Gary?

Vou te revelar uma coisa.

Ao longo dos anos
aprendi a seguir o meu faro,

e ele normalmente me leva
a coisas interessantes.

Valiosas.

Me fale o que encontrar.

Talvez.

T� certo. Bem...

Sei l�. N�o h� nada aqui.

Voc� me assustou.

Oi.

Por que est� me olhando assim?

Assim como?

Como se tivesse algo errado.

Tem algo errado?

Algo fora do comum?

O que est� fazendo?

Ron, � muito cedo para isso.

Soube do Ray?

Que ele est� morto?

Sim.

Como soube?

S� soube.

Voc� ia me contar?
N�o achou que o assunto surgiria?

Sim, mas quem te contou?

Faz parte da minha �rea.

Escuto as r�dios policiais.

Sei quem est� sendo morto na cidade.

Queria saber se voc� estava bem,
e parece que est�.

� �bvio que eu ia te contar.

� que ainda estou processando tudo.

N�o sei bem como agir.

� uma posi��o estranha de se estar.

Deveria me comportar
como uma vi�va triste?

Eu n�o sei fingir.

Ele era bom? N�o.

Eu o amava? Bem, j� amei.

As pessoas sentem o luto
de maneiras diferentes.

Preciso saber.
Voc� teve algo a ver com isso?

Por que eu teria algo a ver com isso?

Qual o motivo? Voc� acha...

Fui eu quem a convenci
de n�o o matar. Lembra?

Voc� acha que eu s� saio por a� sozinho
matando sem ganhar dinheiro?

T�.

Precisava perguntar.

Desculpe.

Tudo bem. Estou...

Eu entendo.

Venha aqui.

Estou feliz que esteja aqui.

Eu tamb�m.

Como aconteceu?

- A pol�cia ligou para te contar?
- Sim.

E o que est�o dizendo?
H� suspeitos? Houve pris�es?

Disseram que parece ser
um esquema de droga. Ele levou um tiro.

Estou com medo.

Eu sei.

� estranho...

Foi t�o de repente.

Por que est� com medo?

Porque eu o matei.

Voc� o matou?

Sim.

Por que fez isso?

Voc� mesmo disse que ele ia me matar.

Ele estava te atacando,
ent�o foi leg�tima defesa.

- Tecnicamente...
- O qu�? O que ele estava fazendo?

Ele estava desmaiado ou dormindo.

E voc� o matou?

Sim.

Inventei uma hist�ria, e eles acreditaram.

Meu Deus!

Meu Deus!

Por que est� ficando t�o nervoso?

- Faz isso todo dia.
- N�o fa�o.

Nunca fiz isso, nunca matei ningu�m.

Do que est� falando?

Sou um matador falso.

Por isso n�o te entreguei, n�o te prendi.

Porque estava trabalhando disfar�ado.

� policial?

N�o, eu...

Sou professor universit�rio.
Ser matador � um trabalho de meio per�odo

que saiu do controle.

Mentiu para mim esse tempo todo?

N�o tive sa�da.

N�o queria te perder,
e voc� conheceu o Ron primeiro.

E voc� gostou do Ron.

Eu gostei do Ron.
N�o queria aparecer como o Gary.

Quem � Gary?

Eu sou o Gary.

Eu nem sabia o seu nome?

O meu nome verdadeiro � Gary Johnson.

- Gary?
- Eu sei.

Desculpe.

Eles ligaram tr�s vezes.

Algo deve ter acontecido.

Uma situa��o...

Ei, como vai, Claude?

Gary, cad� voc�?
Precisa voltar para a delegacia agora.

- Agora?
- Sim, agora.

Temos novidades sobre a Madison Masters.

T�. J� chego a�.

Desculpe.

Tenho que lidar com uma coisa,
mas j� volto...

N�o volte.

V� embora, sei l� como se chama.

Eu entrei como Ron, mas sa� como Gary.

O Johnson chegou. Para a sala de reuni�es.

UNIDADE DE INVESTIGA��O

Espere at� ouvir isso.

Est� bonito, Gary.

Ainda bem que conseguiu chegar.

Cada vez mais parece que estragamos tudo.

A Madison Figueroa � a principal suspeita.

- � mesmo?
- � mesmo.

Sente-se.

Conte o que descobrimos.

Uns seis meses atr�s, o Ray Masters
aumentou a ap�lice do seguro de vida

em um milh�o de d�lares.

A ap�lice tinha a esposa
como �nica benefici�ria.

A ap�lice antecede � solicita��o inicial,

mas a Homic�dios acredita que h� conex�o.

Talvez ap�s o encontro com voc�,
ela tenha achado outra pessoa.

- Ou ela mesma fez.
- Isso que d� aliviar algu�m.

N�o est� ajudando.

Foi h� muito tempo.

Gary, voc� falou com ela
depois do restaurante?

Sim.

Na verdade, falei.

Falou?

Quando?

Esbarrei nela na Lanchonete do Ted.

Ela me agradeceu pelos bons conselhos.

Na verdade,
foi na noite em que esbarrei com voc�.

Voc� falou com ela.

Falou com ela tamb�m?

N�o percebi que era ela.

Era a Madison.

Acha que ela pode estar envolvida
no assassinato?

Sempre tem chance,
mas eu ficaria surpreso.

Ela estava feliz, havia deixado o marido.
Conseguiu uma casa para ela.

Parecia que ela estava muito bem.

Ent�o o que faremos agora, pessoal?

Podemos cham�-la para depor.

Ela vai arrumar um advogado,
vai se fechar,

e, se estiver por tr�s disso,
ela vai ter mentiras e �libis combinados.

Temos uma oportunidade �nica
de desvendar essa hist�ria com ela.

Esse cara!

- Eu?
- �.

Uma pergunta: quando esbarrou nela,

era o Gary ou o matador?

Por quem voc� se passou nesse caso?

Pelo Ron.

Voc� ainda � o matador Ron para ela?

Quem mais eu poderia ser?

�timo. Ela vai sempre saber

que ele sabia que ela queria matar o cara,

mas ainda deve gostar dele
ou confiar nele o bastante

para dividir um sundae
na Lanchonete do Ted.

Vamos encarar a verdade, n�?
Eles sabem coisas um do outro.

Ela jamais ia suspeitar
que ele gravaria a conversa.

Temos uma oportunidade.

Vamos armar um encontro aleat�rio
para ela falar.

N�o pode ser aleat�rio.

Um encontro surpresa.

Vamos grampear o Gary,

e entramos agora mesmo.

Pode fingir que est� preocupado com ela.

Que voc� leu sobre a morte do marido

e que quer falar sobre isso com ela.

Estou gostando.

N�o d� para saber o que ela vai dizer,
mas quando come�ar a falar,

voc� saber� se ela est� mentindo.

Exatamente.

Tudo bem por voc�, Gary?

� um bom plano.

Muito bom.

Mande o endere�o.

Encontro voc�s l�.

- Vamos peg�-la.
- N�o, vou com voc�.

Eu te preparo.

Vemos voc�s na van.

Tudo bem?

Sim.

T� legal.

Est� me deixando nervoso.

� mesmo? Ele precisa disso?

Quero que ele me escute.

V� peg�-la, Ron.

Ei.

Estou aqui.

Est�o a�?

Conseguem me ouvir?

Perfeitamente.

Voc� est� nos ouvindo bem?

- Sim.
- �timo.

Lembre-se, � s� �udio.
Precisamos de uma grava��o boa.

Entendi.

Precisamos conversar.

POL�CIA NA ESCUTA.
ESTOU DO SEU LADO.

Tem coisa para resolvermos,
ou vamos nos dar mal.

Espere, o qu�?

SOU O RON. N�O FICAMOS.

Sabem que cuido das coisas por aqui,
e, por termos nos visto,

me envolveram na morte do seu marido.

- Acham que foi um de n�s.
- N�o fui eu.

Sei que foi voc�, � �bvio...

� INOCENTE. NEGUE.

- Voc� n�o teve culpa.
- N�o o matei. Quem est� me acusando?

Voc� sabe
que eu n�o seria capaz de fazer isso.

Ent�o quem foi? O que aconteceu?

S� sei o que disseram...

O que disseram?

Ele levou um tiro comprando drogas.
Era um viciado.

Ent�o est� dizendo que n�o o matou.

SABEM DA VIRGO'S. N�O PODE SER EU.

Quando se viram pela �ltima vez?

N�o faz muito tempo, foi na Virgo's.

A boate?

Isso mesmo.
Estava saindo da Virgo's com um cara

que conheci na pista de dan�a
e esbarrei com o Ray.

Ele surtou quando me viu com o cara,

come�ou a me xingar e amea�ar,
e depois me agarrou.

E o cara, tentando me proteger,

puxou uma arma do nada
e apontou para o Ray.

Pergunte mais do cara com a arma.

O Ray se apavorou.

Fomos embora. Foi a �ltima vez que o vi.

Quem � esse cara?

O cara da arma. Qual o nome dele?

N�o sei.

- N�o sabe o nome dele?
- N�o sei.

Nos divertimos na pista de dan�a,

e perguntei
se ele queria ir para outro lugar.

Ele disse "sim".

Sa�mos, e aquilo tudo aconteceu com o Ray.

Se ele disse o nome dele, n�o ouvi.

Ent�o n�o sabe o nome dele.

Saiu da boate com um cara aleat�rio
que tinha acabado de conhecer?

Vai se ferrar!

Sou adulta e solteira.
Ele n�o era aleat�rio.

Ele era �timo dan�arino.

Fico feliz por voc�.

O seu homem misterioso � o suspeito.

Soube que est�o procurando por ele.

Pergunte da ap�lice.

Eu tamb�m estou.

Homens bons s�o raros hoje em dia.
Ele me defendeu, me protegeu.

Quer saber?
Se eles o encontrarem, me avise.

Aquele dia que te vi...

SABEM DA AP�LICE. CULPE O RAY.

n�o parecia
que o seu motivo era financeiro,

como o desses merdas que me contratam.

Porque n�o era.

E a ap�lice de seguro milion�ria
que descobriram?

N�o finja
que um milh�o de d�lares � pouco.

N�o minta para mim.
Voc� sabe do que eu sou capaz.

A fam�lia do Ray tem dinheiro.
Fazem coisas desse tipo.

Fazem seguro.

Nem sei se vou receber esse dinheiro.

Ele deve ter trocado o benefici�rio
quando nos separamos.

N�o entendo de finan�as.
O Ray conversava comigo...

GRAN FINALE.
N�O SE SEGURE. ME ENXOTE.

sobre investimentos e tal,
mas eu nem assimilava.

Est� respondendo tudo,

s� que n�o s�o as respostas certas.

Estou falando a verdade.

Sei que foi voc�.

Vai se ferrar! N�o fui eu.

Como ousa entrar na minha casa
para me acusar?

Saia da minha casa!

Estou do seu lado. � por isso que vim.

Quero ajud�-la a se safar.

N�o � porque sou um cara legal,

mas se a aten��o sair de voc�,
sai de mim tamb�m.

- Podemos sair desta juntos.
- Nunca ficaremos juntos.

Posso culpar outra pessoa,

mas antes preciso que diga a verdade,
para eu fazer o certo.

Para mim chega.
Chega de responder para um matador.

N�o � policial.
Deixe a pol�cia descobrir quem fez.

J� disse tudo o que eu sabia.

N�o tive nada a ver com isso.

O Ray era um drogado babaca.

Agora saia da minha casa!

Escuta! �ltima vez.

Estou lhe oferecendo uma sa�da.

Depois que eu for, estar�
por conta pr�pria. Podia ter ajudado.

N�o preciso de ajuda.

E at� onde sei,
podem estar nos vigiando agora,

n�o podemos nos encontrar mais.

�timo.

Se me vir, nem diga "oi".

N�o � nada pessoal.
Temos que evitar problemas.

Por mim tudo bem.

Merda!

O que achou?

O que voc� achou?

Deu a corda para ela se enforcar.

Ou ela � a melhor mentirosa de todas,
ou � inocente.

�.

- Caramba! Achei que fosse ela.
- Eu tamb�m.

Ela pareceu bem sincera.

O que achou, Jasper?

Eu concordo. Acho que n�o foi ela.

�timo trabalho, Gary. De verdade.

E o cara misterioso que puxou a arma,
vamos tentar ca��-lo?

N�o. Parece que � s� um cara que puxou
uma arma para um babaca num beco.

Nada de mais.

Acabamos aqui.

Meu Deus!

A� est� ele.

O cara!

Imaginei que fosse passar aqui, cara.

Comemoramos com cerveja?
Pego uma para voc�.

- Voc� j� pegou, agora � a minha vez.
- Eu pego.

Ela � maravilhosa.

O que houve, Jasper?

Estava dizendo para a Madison
como voc�s s�o atores fenomenais.

Eu tinha que ver os bastidores

e conhecer o camarim.

A sua atua��o foi impec�vel,

mas a sua...

Meu amigo,

voc� arrebentou!

Nunca lhe dei os cr�ditos, Gary.

Ou Ron. Desculpe.

Gary, Ron...

Eu confundo os dois �s vezes. E voc�?

�s vezes.

- �.
- O que est� acontecendo?

Estava dizendo � ador�vel Madison

que eu ficaria bem,
independente de como isto acabasse.

Se tudo desse errado para voc�,

pelo menos teria o meu cargo de volta.

Mas se voc� escapasse,

e parabenizo os dois,
porque parece que escaparam,

eu receberia
uma grande quantidade de dinheiro.

A� voc� diz: "Que dinheiro, Jasper?"

Ou: "Dinheiro de quem?"

E eu digo...

"Da ap�lice de seguro do seu marido."

T� legal.

Estamos entendidos?

Uma quantia
para manter a minha boca fechada

e voc�s fora da pris�o.

- N�o tem nada, Jasper.
- Bem...

Porque n�o h� nada. Que estamos juntos?

- Acha que se importam?
- Isso eu n�o sabia!

J� fez a sua jogada.

- Parab�ns!
- Vai se ferrar!

Parem!

Fique.

Amor, senta. Vamos ouvi-lo.

Amor, est� sendo escroto.

S� quero ajudar voc�s.

- Nos ajudar?
- Minha nossa, Gary!

Chega, t�? Chega.

Pare de sacanagem!

Eu come�o, t� certo?

Ando seguindo voc�s.

E serei bem sincero.

Queria o meu cargo de volta.

N�o � nada pessoal, mas porra!

Tenho prova suficiente
para voc� pegar pris�o perp�tua.

E voc�...

c�mplice de assassinato?

Caramba!

Vai ficar preso por um bom tempo.

E tenho 100% de certeza

de que foi voc�,
porque tenho 100% de certeza

de que o Sr. Dur�o aqui

n�o seria capaz de matar ningu�m.

Est� calor.

E ironicamente,

o seguro de vida salvou a vida de voc�s.

O dinheiro me fez pensar que esta...

obscura...

aventura em que estamos

pode ter um final feliz.

No dia em que me passar a grana,

� o dia...

Merda!

Merda!

Estou ferrada.

O que aconteceu?

Coloquei drogas na cerveja.
Espero n�o ter exagerado.

Se ele acordar, eu vou para a pris�o.

Eu droguei um policial.

Estou ferrada.

O que vai fazer?

Para que � isso?

Compromisso.

N�o d� para se safar de matar um policial.

Normalmente n�o, mas pela morte do Jasper,

acho que � poss�vel.

A pol�cia deve pensar dele

do mesmo jeito que n�s:

seria melhor que ele n�o existisse.

Meu Deus!

Qual � a nossa hist�ria?

Ele � encontrado no carro dele
em uma �rea remota.

Drogado, com um saco na cabe�a,

sem contus�es ou sinais de luta.

Claramente um suic�dio.

A esposa o deixou uns anos atr�s,

ent�o ningu�m vai questionar a hist�ria.

Ele � racista, mis�gino, abusivo.

Um policial corrupto.

Que se dane!

Vamos mesmo fazer isso?

N�o temos escolha.

Sei que est� se arriscando comigo,

e que temos pontas soltas
para resolver, mas...

acho que estou apaixonado por voc�.

Tudo � risco.

E acho que tamb�m
estou apaixonada por voc�.

Para o bem e para o mal?

Temos que admitir
que pior que isto n�o fica, certo?

OBRIGADO

Certo.

Estamos juntos at� o fim?

At� que a morte nos separe?

Sim, porque n�o acredito em div�rcio.

Estou brincando!

Aceitamos os termos?

Eu aceito.

Onde eu assino?

- Onde mais preciso assinar?
- Rubrique aqui.

Temos que garantir
que o documento esteja completo.

Tem um lugarzinho aqui embaixo
para rubricar.

Sei que joguei muita coisa em voc�s
neste semestre,

mas esse � o objetivo, n�?

Ser inundado e assoberbado
com perspectivas e possibilidades.

Porque � isso que a vida nos oferece,
quando escolhemos encar�-la desta forma.

E nem sempre encarei.

Eu acreditava que a realidade
era objetiva, imut�vel.

E que est�vamos presos
de um jeito Plat�o-Descartes-Kant.

Mas, com o tempo, compreendi

que a verdade
� criada atrav�s da integra��o

de pontos de vista diferentes,
e que n�o h� verdades absolutas,

sejam morais ou epistemol�gicas.

Uma forma muito mais empoderada
de viver a vida

� ter no��o de que o Universo n�o � fixo,

portanto voc� tamb�m n�o,

ent�o podemos mudar
e nos tornarmos pessoas melhores.

Uma coisa � certa:
a nossa realidade muda com o tempo,

de maneiras que nem podemos imaginar,

ent�o pe�o que voc�s estejam abertos
a essa transforma��o.

Ao fecharmos o semestre,

se eu puder lhes dar um conselho

para que sigam neste mundo complicado, �:

assumam a identidade que querem para si.

E quem quer que voc�s desejem ser
ap�s o curso,

sejam essa pessoa com paix�o e abandono.

Desejo sorte a todos na prova final.

Podem come�ar.

V� as aves brancas l� fora?

Percebe o bico laranja?
S�o os �bis-brancos.

Viu os olhos deles? S�o doidos.

T�. Temos croissants e temos bolinhos.
Vai trazer a torta de ma��?

Vou trazer a famosa torta de ma�� do Gary.

Maravilha! T�, j� temos isso.

N�o se preocupe com as fantasias.
Deixe comigo.

Gra�as a Deus!
Voc� � a melhor, Madison, obrigada.

Est�vamos esperando algu�m ajudar.

A Gabby foi para Aspen.

Eu quase matei ela estrangulada!

�, eu sei.

Nos vemos no pr�ximo encontro.

Como s� o amor pode fazer,
em algum momento ele me mudou.

Eu encontrei o mix perfeito
entre o Gary e o Ron.

Afinal, a vida � curta.

Temos que viver sob nossos termos.

Mam�e, onde conheceu o papai?

Bem...

O papai foi o cara mais legal
que eu conheci.

Mesmo agindo todo dur�o,

sabia que era fingimento.

E o que posso falar da sua m�e?

Foi amor � primeira vista.

Ela fez de mim um novo homem.

Mas respondendo � pergunta,
nos conhecemos num lugarzinho m�gico,

no Restaurante Te Agrado.

Est� gostando da torta?

Toda torta � boa!

Com certeza.

DEDICADO A GARY JOHNSON
1947-2022

VETERANO DO VIETN�
PROFESSOR UNIVERSIT�RIO

AGENTE DISFAR�ADO
COM MAIS DE 70 PRIS�ES

BUDISTA E ADORADOR DE ANIMAIS

O CARA MAIS LEGAL DO MUNDO

ZERO ASSASSINATOS
(INVENTAMOS ESSA PARTE)

ASSASSINO DE MENTIRA

Legendas: Cecilia Bedin