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A exposição Hackeando o Poder,
um projeto da Rede NAMI

que tem a realização da Lei Paulo Gustavo,

ela é derivada do livro
lançado pela Rede NAMI,

em parceria com a Editora Cobogó, em 2023,

que joga luz sobre os apagamentos
que corroboraram e ainda corroboram

para o apagamento sistemático das mulheres
no campo das artes.

Então, o livro foi criado como um guia
para que jovens artistas

entendam esse sistema do mercado

e possam, a partir dele,
trabalhar e entender

como inserir o seu trabalho
dentro do campo das artes.

Tanto o livro quanto essa exposição,

elas servem de incentivo
para a produção de jovens artistas.

No aspecto que eu tenho reunida numa sala,

12 artistas que estão
em momentos diferentes de carreira.

Porque eu acho que a primeira coisa
que a gente tem que pensar nesse lugar

é uma quebra de uma noção hierárquica,
colocar todas as produções

num mesmo patamar,
num sentido de estimular também

que as jovens artistas entendam
que o trabalho delas pode estar

tendo um lugar, um espaço de discussão
dentro desse cenário artístico.

Então acho que esse é um ponto inicial
muito crucial

para que uma artista

que está em começo de produção
ela se enxergue aqui dentro.

E aí, como curadora da exposição,

eu também olho para trabalhos

que eles tem uma multiplicidade entre si,

Obviamente que aqui a gente tem uma mídia
que é muito mais de parede, né?

Eu estou falando uma relação
muito mais da pintura e da fotografia,

mas eu queria trazer um conjunto de obras
que apresenta uma pluralidade

da produção de mulheres,

que partem desde o território,

do seu próprio corpo,
ou de uma liberdade de pensar o mundo

embora a exposição ela não esteja separada
por eixo temáticos.

Eu acho que é uma ideia de poder falar

para uma jovem artista
que ela tem uma liberdade para ela poder

esmiuçar o mundo
a partir do seu ponto de vista,

que não existe um certo e errado
sobre a produção de uma mulher

ela pode falar sobre si ao mesmo tempo
que ela não precisa falar sobre si.

Acho que é uma dúvida muito grande
que surge também

Sendo mulher, eu preciso necessariamente
só falar sobre ser mulher?

Sim e não, né?

Acho que é também uma coisa
que acho que passando pela exposição,

ela poder entender
que existem vários caminhos possíveis

para que o trabalho dela
chegue ao público também.

Muitas vezes uma
jovem artista

acha que aquela temática que ela está
se desdobrando não tem um interesse,

não pode haver um lugar dentro
do campo da arte.,

mas há.

Porque existem diversas motivações

aqui reunidas nessa sala, em diálogo,

em conversa, em troca, em consenso,
em dissenso também,

por quê não?

E aí eu acho que esse é um ponto inicial

em como isso também é muito
defendido pela Rede NAMI.

Eu acho que são dois objetivos
que se casam e que são muito importantes.

Essa inserção de jovens
artistas no mercado/

Acreditar no seu trabalho de arte,
apostar nele,

é também o caminho de poder
sair dessas situações

e se colocar em um outro lugar,
um lugar de autonomia mesmo,

de poder responder por si
ao mesmo tempo que responde por si

escapar de situações de vulnerabilidade

e violências ao mesmo tempo
que se forma uma corrente também.

Você acaba inspirando
outras mulheres.

O que eu acho que é um pouco...

É um pouco, não,
é o cerne do trabalho da Rede NAMI,

Incentivar que as mulheres
desenvolvam a sua carreira na arte

para escapar dessas, dessas situações
e, ao mesmo tempo,

que inspira outras mulheres
também a chegar a esse lugar,

Reunir também 12

artistas mulheres
entre cis e trans, né?

Negras e não brancas para trazer aqui,
porque eu acho que essa discussão,

ela também é muito importante.

Se a gente parte de uma ideia,
de um apagamento sistemático,

quais são os primeiros corpos
e corpos apagadas dentro desse espaço,

Então eu acho que é uma exposição
que vai fazer com que o espectador

ele lide com a noção que ele conhece
do que é a arte,

de como que a arte é produzida
e por quem que ela é produzida.

Então tira a arte um pouco
de um centro eurocêntrico

e esmiuçar isso tudo

que ficou de fora
desse processo histórico.

Então acho que isso é a interessante
do projeto que foi plantado

uma semente no livro e que agora termina
com esse desdobramento de uma exposição

reunindo o trabalho de 12 artistas
mulheres dentro do Museu da República.

Convido

todas, todos e todos a visitar a exposição
Hackeando o Poder

está em cartaz no Museu da República
e fica aberta

até junho de 2024.

A construção de carreira
como uma autonomia

e uma autonomia para uma mulher,
seja ela financeira,

seja para que ela escape de situações de
vulnerabilidade, violência.

meu nome é Carollina Lauriano,
eu sou curadora da exposição

Hackeando o Poder, um projeto da Rede NAMI
que tem a realização da Lei Paulo Gustavo