All language subtitles for Abraham.Lincoln.2022.S01E01.The.Railsplitter.720p.HEVC.x265-MeGusta

HARRISBURGO, PENSILV�NIA

22 DE FEVEREIRO DE 1861

A porta est� trancada
por dentro?

Sim, senhora.

Chave, por favor.

Meu tio � inv�lido,
ele pede absoluta privacidade.

Entendeu?

Cuide disso.

HOTEL JONES HOUSE
HARRISBURGO, PENSILV�NIA

Griots Team apresenta:

ABRAHAM LINCOLN
Epis�dio 1: The Railsplitter

Tradu��o: edecker - thainasa
Dangerlay - Wuo - wOlima42

Ruivo - MilleG - Seiya
Trench21P - TatianeVS - boneco

Alzwitch71- outlier22 - Sankyre

Revis�o:
edecker - Wuo - Seiya - MilleG

Revis�o Final: Loyo

Pegaremos um trem noturno
especial.

Limpei os trilhos

e cortei as linhas do tel�grafo
daqui at� Baltimore.

Esses homens pretendem te matar.

N�o pode arriscar
ser reconhecido.

Bem...

n�o foi assim que planejei
chegar a Washington.

Senhoras e senhores,

alguns j� devem ter ouvido
falar dele.

Sua hist�ria tem sido passada
de gera��o em gera��o.

Oitenta e sete anos atr�s.

Ele sentiu que a democracia,
na sua forma mais pura,

� para todas as pessoas.

Todas as pessoas
mantidas como escravas

ser�o, daqui em diante
e para sempre, livres.

Mas h� algo mais profundo
do que ele fez.

� sobre quem ele era.

Lincoln cresceu na pobreza.

N�o fiz nada para lembrarem
que eu j� vivi.

Ele � a prova viva

de que americanos podem ascender
da obscuridade ao poder.

Com aquela sagacidade,
charme e intelecto.

� melhor ficar calado
e ser considerado um tolo

do que falar
e remover as d�vidas.

Ele tem um profundo
senso de empatia.

Ele pega a Declara��o
da Independ�ncia...

Todos os homens nascem iguais.

E a transforma na b�ssola moral
de uma na��o.

Enquanto o pa�s desmorona,

h� um ponto crucial
em que ter� que tomar posi��o.

Atacar!

O sangue estar� em suas m�os!

O sangue j� est� em minhas m�os!

Ele teve que aprender
a ser um Presidente.

Sem guerra
em duas frentes.

Ele estava disposto a admitir
que estava errado e mudar.

Podemos atacar imediatamente.

Ele era a pessoa certa
na hora certa.

Se deixarmos isto durar
mais um minuto,

podemos dizer adeus a tudo.

Uni�o, democracia,

tudo isso.

RIACHO LITTLE PIGEON, INDIANA
1818

Abe, venha aqui.

Segure firme.

Acha que algu�m vai saber
que a m�e est� a� dentro?

Deus saber�.

Dev�amos p�r uma placa
e escrever o nome dela.

Esque�a isso.

Quando a m�e de Lincoln morreu,
ela disse a ele:

"Abraham, estou indo embora
agora e n�o voltarei."

A morte era um viajante comum
durante aquela �poca.

A inf�ncia de Lincoln
foi dif�cil.

As vezes seu pai trabalhava
como carpinteiro,

como agricultor em outras.

Ele n�o era bom
em ganhar dinheiro.

Abraham Lincoln
tinha uma vida dif�cil, confusa

e muito pobre.

Eles moravam na fronteira,

em uma cabana de um c�modo
que tinha o ch�o de terra.

Havia momentos em que ca�a
em um sentimento extremo

de tristeza e melancolia,

que ficaria com ele
pelo resto de sua vida.

Ap�s a morte de sua m�e,

seu pai viajou
para a civiliza��o

em busca de uma esposa
substituta.

E ele ficou sozinho
com sua irm� mais velha

por muitos meses.

Como as crian�as
sobreviveram sozinhas,

na fronteira,
� dif�cil imaginar.

Elas ca�avam por comida.

Pareciam animais selvagens.

No in�cio de 1800,

Lincoln est� � beira
do que � a fronteira americana.

S�o apenas seis anos
ap�s a Compra da Louisiana.

A na��o se expande
at� o rio Mississippi

e partes do noroeste
e das plan�cies.

Podemos tra�ar o movimento
da popula��o americana

atrav�s do continente.

E a fam�lia Lincoln
est� ampliando essa tend�ncia

e se moviam bastante
para o oeste.

A vida na fronteira � perigosa

e consiste
em muito trabalho pesado.

Limpar a terra,
derrubar �rvores,

remover tocos de �rvores.

Lincoln � trabalhador,
mas odeia o trabalho bra�al.

Ele n�o � algu�m
que goste de agricultura.

Depois de alguns meses,
o pai de Lincoln

se casou novamente
com uma mulher

chamada
Sarah Bush Johnston.

A� est� voc�.

Vamos.

V�.

Sabe ler, Abraham?

Perd�o, senhora.

Est� tudo bem.

H� muito trabalho l� fora.

Vamos.

Estamos acostumados a ler
sobre madrastas m�s,

mas Lincoln
teve uma madrasta boa.

Ela trouxe uma pequena
biblioteca de livros.

Ela n�o sabia ler, mas os tinha.

E cria um v�nculo extraordin�rio
com Abraham.

Ela o entendia,

se simpatizava com ele.

Ela o encorajaria sobre leitura,
educa��o e ambi��o.

Ele era basicamente autodidata.

Leu alguns dos melhores textos
da l�ngua inglesa.

A B�blia King James,
Shakespeare e cl�ssicos gregos,

e alguns livros de aventura,
como Robinson Cruso�.

Ele estava atra�do a esta fonte
incrivelmente rica.

Foi para uma escola primitiva

por menos de um ano,
onde se destacou.

Um amigo disse que sua ambi��o
estava al�m de todos n�s.

Que enquanto eles brincavam,

ele estava lendo
e relendo seus livros.

O que impressiona sobre Lincoln
aprender sozinho,

� seu dom�nio de Euclides.
Ele amava geometria.

Ele leu sobre George Washington.

Leu sobre os fundadores do pa�s.

Leu que todos os homens
s�o criados iguais.

E � a declara��o
mais revolucion�ria

j� articulada por qualquer
pa�s fundador.

Essa � uma proposta alucinante.

Onde conseguiu isso?

Peguei emprestado
do Sr. Crawford.

Coloque-o de lado
e v� para a cama.

Vou precisar
que desenterre as rochas amanh�.

Seu pai n�o entendia
por que Abraham escolheu ler

em vez de trabalhar na fazenda.

Ele pensou que era um sinal
de pregui�a.

Mas Abraham
tinha ambi��es diferentes.

Atrav�s de tudo que lia,
ele come�ou a imaginar

outro modo de vida.

Choveu ontem � noite.

Isso vale 75 centavos.

Vou resolver isso.
Eu juro, Sr. Crawford.

Tr�s dias trabalhando
em meus campos.

Este garoto n�o compartilha

os valores de trabalho f�sico
do seu pai.

Ele anseia por lutar para sair,

dessa luta di�ria
pela sobreviv�ncia.

Crawford deveria se envergonhar.

Fique parado.

Tr�s dias de trabalho
e nada a ganhar com isso.

Eu fiquei com o livro.

� meu agora.

Mas apesar da tens�o entre eles,

Abe herdou seu talento
de contar hist�rias do seu pai,

que tinha um grande senso
de humor.

Ent�o, este pastor
come�a o serm�o

dizendo � congrega��o,
"hoje eu represento o Cristo."

Ent�o, este pequeno lagarto azul
sobe nas suas cal�as

e ele come�a a tirar as cal�as.

Um pequeno lagarto azul
corre pela perna do pregador.

Ele retira as cal�as.

O lagarto corre sob sua camisa.

Bem, ele tira isso tamb�m.

Uma velhinha da congrega��o
n�o aguenta mais.

Ela grita para o pastor,
sem cal�a e sem camisa,

"se voc� representa Cristo,
estou farta da b�blia!"

Quando seu pai contou
j� era mentira e continua sendo.

� uma mentira muito boa, ent�o.

Cavalheiros,

sou Denton Offutt.

Procuro pelo Sr. John Hanks.

Sou eu.

Preciso de homens
para construir um cargueiro,

para levar alguns barris
� Nova Orleans.

Ouvi dizer que � trabalhador.

Nova Orleans?

N�o posso ficar
tanto tempo fora.

Tenho fam�lia para cuidar.

Vou te pagar um sal�rio decente.

Posso ir no lugar dele,
Sr. Offutt.

Fiz uma viagem para Nova Orleans

com o primo John
alguns anos atr�s.

N�o � um trabalho
para um piadista.

� trabalho s�rio.

Vou levar o grupo todo.

O que me diz?

John, pode ser minha chance.

Tudo bem.

Temos um acordo, ent�o?

- Obrigado, Sr. Offutt.
- N�o h� de qu�.

Ele lia sobre aventuras
dos outros,

mas agora
era uma aventura pr�pria.

Ele come�a a criar
esse mundo mais amplo

que sonhava desde crian�a.

Ele fez sua viagem de cargueiro

pelo rio Mississippi
para Nova Orleans,

e viu a cidade grande.

Ele viu o que um novo mundo
pode parecer,

al�m da fazenda remota.

E durante essa visita,

ele viu mais
do que j� tinha visto.

Nova Orleans foi o maior porto
de com�rcio de escravos

dos Estados Unidos.

Ele viu seres humanos,
com cora��es e mentes,

sendo vendidos como bens m�veis,
como animais, como m�veis.

E deixou uma impress�o
duradoura e assombrosa nele.

Quando ele voltou para casa,

havia uma lei, em Illinois,
na �poca

que voc� tinha que dar
o seu sal�rio ao seu pai

at� atingir a maioridade,
que era 21 anos.

Ele agora tem 21 anos,

ent�o pode se virar
por conta pr�pria.

Offutt ofereceu um emprego
para balconista em sua loja.

Estar� de volta no inverno.

Vou ser balconista agora,

em uma nova loja.

As lojas fecham todos os dias.

Assim como os agricultores.

Vou continuar estudando,
se prepare.

Voc� vai se sair bem.

Tchau, pai.

A SEGUIR

Abraham Lincoln,
candidato � assembleia estadual.

Cheguei agora,
n�o � certo que terei sucesso.

Eu ouvi um cara dizer uma vez,

� melhor ficar calado
e ser considerado um tolo,

do que falar
e tirar todas as d�vidas.

Gostaria de dan�ar com voc�,
da pior maneira.

N�o sou como as outras damas,
Sr. Lincoln.

Pode n�o ter sido s�bio
fazer esse discurso.

Receio que este possa ser
o primeiro e �nico mandato.

N�o h� uma na��o nesta terra,

culpado de pr�ticas
mais chocantes e sangrentas.

Ser� uma grande briga
neste pa�s.

Estarei pronto para isso.

- Lincoln.
- Sr. Douglas.

Ningu�m nunca olhou
para o meu rosto magro e esguio,

esperando que eu fosse
presidente.

Aquele � o Lincoln?

Tenhamos f�
que o direito faz o poder.

Quatro votos para o Sr. Lincoln.

- Isso!
- Quanto tempo Sumter aguenta?

- Espere...
- Voc� deve enviar mais navios.

- Digo para desistirmos.
- Fogo!

NEW SALEM, ILLINOIS
SETEMBRO DE 1831

Esse � o seu novo homem?

Sim, aquele � o Lincoln.

Esse � um movimento ilegal!

Nunca vi o Armstrong perder.

- Quanto tempo est�o nisso?
- Quase uma hora.

Armstrong, esque�a, ir� falhar.

Isso n�o acaba at� eu ganhar.

Vamos empatar.

Assim, n�s dois ganhamos.

� um empate.

New Salem
era uma cidade dif�cil.

Havia uma gangue
liderada por um cara dur�o,

Jack Armstrong.

Os rec�m-chegados
tinham que se provar

ou ficariam de fora.

New Salem era uma cidade
fronteiri�a emergente.

� bem pequena,
poucas centenas de pessoas.

Mas para Lincoln,
parece uma metr�pole.

H� um correio,
tr�s lojas de com�rcio geral,

h� uma oficina de ferreiro.

Tinha uma comunidade
intelectual,

uma pequena sociedade
de debates,

tinha um professor
que emprestava livros a ele.

Ele demonstrou seu poder f�sico.
Ele trabalhava duro.

Tamb�m � conhecido
por sua intelig�ncia.

E ele tinha as hist�rias
mais engra�adas para contar.

Ele fazia voc� e seus amigos
gargalharem.

E Lincoln teve que aprender
a se virar.

Ele � dono de loja,
agricultor, lojista.

Depois Lincoln
vira vendedor de u�sque.

Ele tamb�m se torna
o chefe dos correios,

que foi onde recebia not�cias
al�m de Illinois.

Lendo not�cias
al�m de seu limite.

Todos iam at� a loja,

debatiam sobre assuntos,
conversavam sobre pol�tica.

Ele sempre foi interessado
em pol�tica.

Ele amava pol�tica.

Em cidades pequenas,
como New Salem,

pol�ticos concorrendo ao cargo
iam aos s�bados discursar.

Illinois precisa de ferrovias.

Com uma ferrovia, podem levar
suas mercadorias ao mercado.

Me elejam
para a assembleia estadual

e eu prometo que trarei
uma ferrovia para New Salem.

- N�o, voc� n�o vai.
- Desculpe?

Quem disse isso?

Eu disse.

O jeito que eu vejo,

se fizerem essa ferrovia,
ser� pr�xima de Springfield.

Eu vi bastante no jornal.

E qu�o longe estamos
de Springfield?

Mais ou menos 30 quil�metros?

Isso n�o ser� bom para n�s.

Ele est� certo sobre precisarmos
chegar ao mercado,

mas o que precisamos
� ampliar o rio,

para que os navios
consigam chegar.

A� a cidade vai progredir,

feita um coelho
a frente dos lobos.

Eu poderia votar pelos dois,
hidrovia e a ferrovia.

Acho que n�o, senhor.

Quanto vai custar a ferrovia?

- Bem.
- Muito, correto?

Esse rapaz � muito bom de papo,

mas depois de constru�da
a ferrovia,

n�o haver� um centavo
para a constru��o do rio.

Ent�o n�s seremos
como o nanico da ninhada,

deixados para tr�s,
de m�os abanando.

� isso a�, Abe.

Teve algo de especial
sobre o jeito que ele falou.

Ele traduziu problemas complexos
em algo simples,

no cotidiano do povo.

Nos oito meses de perman�ncia
em New Salem,

o povo queria que concorresse
� Assembleia Legislativa.

Na �poca, eram s� dois partidos,

os Democratas e os Whigs.

O partido Whig
estava mais interessado

na infraestrutura que ajudaria
o pa�s a crescer.

Lincoln se define,
no in�cio, como um Whig.

Defensor de um governo federal
assumindo um papel ativo

em melhorias de ferrovias
ou redes de rodovias tarifadas

e rios naveg�veis.

Nos tempos de Lincoln,
se fosse concorrer a um cargo,

simplesmente
se escrevia um an�ncio,

declarando suas promessas
e o que defendia.

Ent�o, com 23 anos
ele escreve o an�ncio,

um extraordin�rio documento.

A maioria dos pol�ticos
fazia um pequeno an�ncio.

O dele tem mais
de 2.000 palavras

e � muito pessoal.

Inicia com:
"Todo homem tem sua ambi��o.

A minha � ser estimado
pelos meus semelhantes."

Ele quer dizer que deseja
realizar algo valioso,

assim a sua hist�ria
ser� contada.

No mesmo tempo
ele fala sobre sua cria��o.

"Nasci e sempre permaneci

nas mais humildes
esferas da vida."

"Se for eleito,
vou ser o mesmo cara humilde.

N�o me tornarei
uma pessoa diferente."

E conclui:
"Prometo a voc�s,

farei tudo ao meu alcance
para as promessas se cumprirem".

Ele � um jovem
em forma��o, certo?

E n�o era t�mido
sobre isso tamb�m.

Lincoln parece emergir
da severidade, ambi��o,

e da vontade de um pa�s novo,
em forma��o.

Ele havia sa�do da pobreza.

N�o tinha vergonha em dizer:
"Quero ser famoso."

Ele n�o tem vergonha
de formar alian�as

com quem pode ajud�-lo.

Quer que as pessoas gostem dele.

Ele � um pol�tico.

Eu sou de New Salem,
Abraham Lincoln.

Estou concorrendo
� Assembleia Estadual.

Combinamos assim,

se eu lan�ar a bola mais longe,
d� uma olhada nisso?

Vai dizer meus desejos.

Se jogar essa bola
mais longe do que eu,

meu voto ser� seu.

Tudo bem.

- E voc�s, rapazes?
- Receber� todos os votos.

Em 1834,
Abraham Lincoln � eleito

para a legislatura estadual
de Illinois, pelo Whig.

Um novo partido pol�tico fundado
pelo senador do EUA, Henry Clay,

para promover infraestrutura,
um banco nacional e tarifas.

E ele se torna

um dos Longos Nove
do Condado de Sangamon.

Os Longos Nove eram um grupo de
legisladores do Whig,

incluindo Lincoln.

O nome � porque todos
tinham mais de 1,80m de altura.

Defendiam melhorias internas
para o estado de Illinois.

Queriam mudar o Capit�lio

da pacata cidade de Vandalia,

para Springfield, em Illinois.

Temos de mudar a capital
de Vandalia para Springfield.

Mas os democratas far�o tudo
para nos deter.

J� est�o tentando redesenhar
as linhas de Sangamon.

Significa dois lugares a menos
para n�s.

Queremos a capital
em Springfield,

em Sangamon, no nosso condado.
Por qu�?

Porque h� valor em ter poder
em nosso quintal.

Ent�o, se � valioso,

n�o devia ter um custo
para isso?

- Tem conta de gastos chegando?
- Sim.

E se adotarmos uma emenda

que dir� que qualquer cidade
que ficar com o capit�lio

ter� que pagar a taxa estadual
para ter esse privil�gio?

Uma grande taxa, R$ 50 mil.

Vandalia nunca poderia pagar.

Mas Sangamon poderia.

� isso o que estou pensando.

Lincoln foi imediatamente visto

como diferente, �nico,
astuto e inteligente.

Mais alto que todos,
mais engra�ado que todos,

mais forte que todos.

Ele era uma pessoa magn�tica.

Estava sempre fazendo amigos
e ele os atra�a.

E ele conhece
John T. Stewart,

que o aconselha
a estudar Direito.

No entanto, teve de estudar tudo
por conta pr�pria.

Tinha que pedir livros
para o John Stewart,

que estava a 32 km dele.

Ele teria que andar
esses 32 km, pegar o livro,

voltar, ler o livro,
devolver o livro

e depois pegar outro.
Mas ele passou no exame.

Ele est� a caminho,
deu outro passo.

Estar� perto de pessoas
que fazem as coisas acontecerem.

Na verdade,
cumpriria quatro mandatos

na legislatura estadual
de Illinois.

E a cada mandato,

o perfil e seu prest�gio
cresciam.

Ele promoveu estradas,
promoveu canais.

A economia americana
est� mudando

nas primeiras d�cadas
do s�culo XIX.

A revolu��o do transporte

� t�o crucial para o transporte
de mercadorias e pessoas.

As f�bricas, que usam
a nova tecnologia a vapor,

tornam o algod�o lucrativo
como nunca.

Faz com que a colheita cres�a.

Muda a economia do sul,

onde a agricultura
baseada em escravos

se torna extremamente lucrativa.

O Estados Unidos inteiro
se beneficia da escravid�o,

mesmo que queiram argumentar
que n�o.

As f�bricas de algod�o do norte
dependem do algod�o produzido

por escravos no sul.

A ind�stria de seguros
em Nova York

� onde os escravistas
compravam ap�lices

para proteger os corpos
de homens e mulheres escravos.

Comerciantes, banqueiros,
corretores,

pessoas que concederam
empr�stimos,

todos est�o presos
� institui��o da escravid�o.

� um empreendimento global.

Em �reas-chave do extremo sul,
falamos de comunidades

que s�o 60 a 70% escravizadas.

Assim, o uso do terror
e da viol�ncia

tem sido o m�todo de controle.

Mas certamente havia
nortistas brancos

que acreditavam que a escravid�o
� moralmente errada.

S�o os abolicionistas.

E no centro
de todas essas coisas

est� a hist�ria da transforma��o
de Abraham Lincoln.

Na �poca, Lincoln era
um homem anti-escravid�o.

Ele n�o gostava de escravid�o,

mas n�o significava
que era um abolicionista.

Ele achou que a escravid�o

acabaria por morrer
e apodreceria na videira.

Mas como pol�tico,
teve de ser muito cauteloso

ao expressar
suas opini�es anti-escravid�o.

Uma vez que o capit�lio
� transferido para Springfield,

ele chega a Springfield
em um cavalo

e dois alforjes
com todos os pertences.

E recebe uma oferta
para ser parceiro j�nior

em um escrit�rio
com John Stewart,

seu colega legislador.

Ele se mudou para Springfield
em 15 de abril de 1837.

Sempre acho isso
uma coincid�ncia bizarra.

Ele tinha 28 anos de idade
quando se mudou,

e tinha mais 28 anos para viver,
at� o dia de hoje.

SPRINGFIELD, ILLINOIS
15 DE ABRIL DE 1837

Pode experimentar, se quiser.

N�o, obrigado, s� estou olhando.

Posso ajudar?

Quanto custa uma cama?

Posso vender uma por R$ 17.

Dezessete d�lares.

Entendi, obrigado.

Eis o problema, senhor.

- Joshua, Joshua Speed.
- Abraham Lincoln.

Sou rec�m-chegado,
um advogado rec�m-formado,

e n�o � certo que terei sucesso.

Ser� que foi
uma boa escolha?

Ainda n�o se sabe,
mas descobrirei.

O problema � que n�o tenho
o dinheiro para a cama,

por enquanto.

Voc� tem algum cliente?

Sim, estou advogando
com John Stewart.

Ele est� bem estabelecido.

Tenho um quarto com uma cama,
sabe, se quiser compartilhar.

D� uma olhada e veja se gosta.

Sim.

Esses s�o os meninos.

- Oi, senhores.
- Abe Lincoln.

O homem que administra a loja
se chama Joshua Speed.

Speed e Lincoln se gostaram
quase instantaneamente.

Ele era uma das pessoas
mais pr�ximas

que qualquer um j� foi
de Abraham Lincoln,

que era uma pessoa muito,
muito privada.

Nos quatro anos seguintes,
eles viveram no mesmo quarto,

dormiram na mesma cama.

Havia mais pessoas
do que camas naquela �poca.

Quando os neg�cios da loja
terminavam pelo dia,

na sala dos fundos,

todos os tipos jovens pol�ticos
e ambiciosos se reuniam.

� l� que ele conhece
Stephen Douglas,

chamado de Pequeno Gigante,

porque ele � de baixa estatura,
mas enorme em personalidade.

E como democrata,
ele se op�e ao apoio do governo

a projetos de infraestrutura.

Douglas se torna rival pol�tico,
de toda a vida, de Lincoln.

E ent�o, em 1837,
uma enorme recess�o

atingiu o estado de Illinois.

At� aquele ponto,
Lincoln tinha sido o campe�o

de projetos de infraestrutura.

A economia est� um desastre

e o financiamento
para as contas de melhoria,

est� morto como o urso
sob seus p�s, Lincoln.

E se voc� continuar,

sua carreira logo ter�
o mesmo destino.

Uma economia ruim n�o significa

que as melhorias em estradas
e hidrovias devam parar.

O que deviam
era construir mais r�pido.

Mais r�pido? Agora me perdi.

Se chover,
para de construir um telhado

e fica l� se molhando,
ou constr�i mais r�pido?

Construir mais r�pido
trar� de volta o com�rcio.

- Faz sentido.
- N�o, � del�rio.

Prometi cuidar
do povo de Sangamon.

N�o seria o primeiro pol�tico
a quebrar uma promessa.

Nem o �ltimo.

Direi aos Whigs para votarem
por financiamento.

Diga aos Democratas
para fazerem igual.

� preciso de coragem
para fazer o certo.

Foi um homem corajoso
que cavou sua pr�pria cova?

Ou apenas um tolo?

Sabe, ouvi um cara
dizer uma vez,

� melhor ficar em sil�ncio
e ser considerado um tolo,

do que falar
e tirar todas as d�vidas.

Mostre toda a sabedoria
que voc� quiser, Lincoln.

N�o vai faz�-lo estar certo.

SPRINGFIELD, 1839

Voc� planeja se servir?

Obrigado.

N�o esperava v�-lo aqui,
Lincoln.

Sr. Douglas,
n�o me apresentou seu amigo.

Sra. Mary Todd,
este � o Sr. Abraham Lincoln.

Sra. Todd,

� uma honra.

O Sr. Lincoln
� um Whig teimoso,

determinado a deixar
sua carruagem cair do abismo,

quando todos os outros
reinam em seus cavalos.

Talvez o Sr. Lincoln
veja um caminho diferente.

Sra. Todd, eu gostaria
de dan�ar com voc�,

da pior maneira.

Lincoln tinha uma grande paix�o
por mulheres.

Ele era muito acanhado,
muito t�mido,

mas n�o significa
que ele n�o pensava em mulheres.

Mary Todd
era a "Bela" da cidade.

Ela era linda, era espirituosa.

Atra�a muitos pretendentes.

Foi cortejada
por Stephen Douglas,

entre outros.

Ela foi bem educada,

veio de uma longa linhagem
de diplomatas,

embaixadores, governadores.

Ela era muito interessada
em pol�tica.

Ela era de uma relevante fam�lia
de pol�ticos Whig.

Seu pai
era traficante de escravos,

mas era um Whig
que conhecia Henry Clay,

que foi o her�i pol�tico
de Lincoln.

Eu mesma sou uma admiradora
de Henry Clay.

� mesmo?

N�o pensei que uma dama
como a senhora seria�

Interessada em pol�tica?

Espero que saiba que n�o sou
como outras damas, Sr. Lincoln.

Agora, me diga,

qual � esse penhasco
que est� determinado a passar?

Lincoln sentiu uma conex�o
instant�nea com ela,

e ela com ele.

Ela viu algo nele na hora.

O senhor falou
que queria dan�ar comigo

da pior maneira
e sem d�vida dan�ou.

Bem�

N�o fique t�o magoado.

N�o � sua habilidade de dan�a
que me interessa.

Finalmente, parece os peda�os
de sua vida se juntaram

para que ele evolu�sse

al�m das circunst�ncias adversas
de sua inf�ncia na fronteira.

Na �poca, como Lincoln,

havia outro jovem
que estava tentando se levantar,

por meio da educa��o
e alfabetiza��o, para escapar.

Frederick Douglas
nasceu durante a escravid�o,

e foi separado da m�e
quando tinha cerca de um ano.

Foi escolhido
quando tinha oito ou nove anos

para ir para Baltimore,

para ser o servo dom�stico
da fam�lia de seu senhor.

Sua senhora nunca teve
um escravo antes

e n�o sabia que era ilegal
ensin�-lo a ler e escrever.

E assim,
pela bondade do cora��o,

ela come�ou a ensinar
ao jovem Frederick, o "ABC".

E quanto mais ele l�,
a chama aumenta em sua barriga.

Por isso n�o querem
educar o negro,

pois quando nos conscientizamos,
quando entendemos,

n�o mais podemos
ser escravizados.

E Frederick sabia que um dia
poderia tentar escapar.

BALTIMORE, MARYLAND
3 DE SETEMBRO DE 1838

Fred?

Fred!

Conseguiu a passagem?

Tive de mostrar meus pap�is
antes de me venderem.

Direto para Newark,
depois uma travessia de barco.

Escute,

� l� que precisa ter
cuidado extra.

Eles escravizam
quem capturam por l�.

Anna, vou ficar bem.

N�o tem como voc� saber.

Deixa eu ver de novo
a passagem de navegador.

Se te pegarem dessa vez,
v�o te vender para o sul.

Eu preciso ir.

Douglas foi ajudado
pela minha tatarav�,

Anna Murray,

que foi a primeira
da fam�lia dela a nascer livre.

Ela vendeu um colch�o de penas
para ajudar a pagar a fuga dele.

Fez o disfarce de marinheiro
que ele ia usar,

e ele carregou pap�is
de prote��o ao marinheiro

que pegou emprestado
com um amigo.

R$ 150 DE RECOMPENSA

� perigoso,
porque h� patrulhas de escravos

procurando fugitivos.

Haviam muitas consequ�ncias

para pessoas que tentaram fugir
e foram recapturadas.

As pessoas tinham o p� cortado,

outros membros cortados.

Teriam que usar
engenhocas grotescas no pesco�o.

A�oitamento severo
com um chicote.

Cortavam o tend�o de Aquiles.

Ainda poderiam trabalhar,
mas n�o poderiam correr.

E a puni��o final era a morte.

Ele escapou com sucesso
naquele trem e no barco.

E foi livre pela primeira vez
em Nova York.

Anna se juntaria a ele
em duas semanas

e se tornaria sua esposa.

Em Springfield, Abraham e Mary
namoraram por dois anos.

Mas tiveram um namoro
meio nebuloso.

Atra��es opostas e,
definitivamente,

opostos no temperamento.

Ele era lac�nico e descontra�do,

e ela era vol�vel,
temperamental.

Mas eles decidiram se casar.

Enquanto isso, por causa
da recess�o em Illinois,

a legisla��o do estado
n�o pode finalizar os projetos

que Lincoln prometeu
aos constituintes.

E ele n�o se esquivou da culpa
e realmente disse

que n�o seria deputado
na pr�xima vez.

Ent�o pareceu que era o fim
da carreira pol�tica dele.

Abraham e Mary deveriam se casar
no dia 1� de janeiro de 1841,

mas Lincoln desistiu.

Eles terminaram,

e ele chamou isso
de 1� de janeiro fatal.

E agora ele havia quebrado
duas promessas.

Quebrou a promessa
com os constituintes

e quebrou a promessa com a Mary.

E ele disse na �poca
que sua caracter�stica principal

era sua habilidade
de manter a palavra,

e agora que n�o estava confiante
que conseguiria,

n�o sabia se poderia fazer
outras coisas.

Foi isso que o levou
� mais profunda depress�o.

Os amigos se preocuparam
que ele poderia se matar.

Joshua Speed,
o colega de quarto dele,

escondeu todas as facas
e navalhas do Lincoln.

Enquanto isso,
Joshua Speed anuncia

que fecharia loja em Springfield
e voltaria a Kentucky.

Lincoln perde
o amigo mais pr�ximo.

J� vai ent�o?

JANEIRO DE 1841

O que voc� vai fazer?

Vou melhorar ou vou morrer.

N�o se preocupe, Speed,
n�o vou morrer.

N�o fiz nada para que algu�m
se lembre que j� vivi.

QUARTOS PARA ALUGAR

Lincoln estava passando
por tamanha depress�o,

que mal conseguia
levantar da cama.

JANEIRO DE 1841

Ele estava indo t�o alto,
em certo sentido,

saindo dos campos

para um cargo pol�tico,
torna-se um advogado,

e depois quase se casa
com uma mulher da elite.

E tudo desmorona.

Mas a jornada que ele percorreu
desde quando era crian�a,

desde a morte de sua m�e,

para criar algo que permitisse
que sua hist�ria fosse contada,

o salvou.

Ele terminou o mandato
como deputado estadual.

Voltou a ser advogado.

Ele e a Mary ficaram separados
por um ano inteiro.

E, finalmente, em 1842,
amigos os juntaram novamente

e eles reataram o noivado
e se casaram.

A ambi��o dele lhe garantiu
o combust�vel de energia.

E seu pr�ximo objetivo
seria o Congresso dos EUA.

1847
CINCO ANOS DEPOIS

Ele � eleito no Congresso
como um Whig,

e os Whigs eram cr�ticos amargos

da Guerra do M�xico.

A Guerra do M�xico
come�ou em 1846

e foi amplamente vista
como o projeto favorito

do presidente democrata
James Knox Polk.

A guerra com o M�xico
poderia abrir novo territ�rio

para ampliar a escravid�o.

- Far� aquele discurso hoje?
- Farei.

Qual discurso?

Lincoln quer colocar
o Presidente no lugar,

em rela��o � Guerra do M�xico.

Eu n�o faria isso,
o Presidente � popular.

N�o cutuque o urso.

Mas e se o urso estiver errado?

Presidente Polk causou a guerra
pois quer a Calif�rnia e oeste,

bem como os quer
como estados escravos.

O poder dos escravos
precisa reinar.

- � o fim disso.
- N�s concordamos.

Mas se discursar
contra o presidente,

antes das batalhas
sequer acabarem,

voc� ser� crucificado.
E pelo o qu�?

Lincoln faz um discurso
no Congresso

denunciando o presidente Polk

por desencadear
a Guerra do M�xico

com falsos pretextos.

A guerra foi
incrivelmente popular.

Os EUA ganharam
um grande peda�o de terra,

incluindo os futuros estados
da Calif�rnia

Novo M�xico e Arizona.

Os democratas usaram isso
contra o Lincoln,

basicamente para parecer
que ele n�o era patriota.

O discurso teve efeito contr�rio
e Lincoln sofreu com isso.

N�o deve ter sido t�o ruim.

N�o falarei sobre isso.

Talvez n�o tenha sido
muito s�bio fazer o discurso,

mas foi necess�rio.

Presidentes n�o podem guerrear
porque querem,

isso � revoltante.

Bem,

receio que este seja
o meu �nico termo.

Voc� vai discursar outras vezes.

Sei que vai.

No final de 1849,
ele � um patinho feio,

volta para Springfield,
Illinois,

muito decepcionado,
e est� fora da pol�tica.

Ele se sentia como uma farsa,

n�o era popular,
tinha vergonha de si mesmo.

Ele decide voltar
para o direito,

viajando pelo oitavo
circuito judicial em Illinois.

Ele era bem feliz
no come�o de seu casamento.

Tinham uma bela casa
na Rua Jackson, em Springfield.

Ele j� tinha dois filhos,
Robert e Edward.

Enquanto Lincoln
exerce a advocacia

e cria uma boa reputa��o,

o pa�s continua tendo que lidar
com a escravid�o.

O problema est� dividindo
a na��o.

Os escravagistas do sul querem
manter a escravid�o

e tamb�m expandi-la
para o oeste,

aos territ�rios conquistados
ap�s a guerra com o M�xico.

A Lei do Escravo Fugitivo
de 1850

diz que os estados do norte
s�o obrigados a devolver

os escravos que fugiram
do sul para o norte.

E o norte est� armado,
est�o furiosos.

Pessoas s�o sequestradas,

ca�adores est�o indo
para o norte

e capturando pessoas livres,

mesmo estando livres
h� gera��es,

era s� achar
uma pessoa negra aleatoriamente,

e poderiam captur�-la
e lev�-la de l�.

Lincoln sabe de tudo isso.

Ao mesmo tempo,
os abolicionistas

est�o se unindo
contra a escravid�o

atrav�s da forma��o
de sociedades,

publica��es de jornais,

palestras que correm o pa�s,

encorajando as pessoas
a serem contra a escravid�o.

Os abolicionistas
mais importantes

s�o homens e mulheres
que eram escravos.

N�o h� jeito melhor
de descrever a escravid�o

do que vindo de algu�m
como Frederick Douglass.

Ap�s escapar da escravid�o,

Frederick Douglas escreveu
sua primeira autobiografia,

que virou um best-seller
e o tornou famoso.

Ele virou uma celebridade
instant�nea

e juntou-se ao circuito
de palestras antiescravista.

O que �,
para o escravo americano,

o dia 4 de julho?

Eu respondo.

Um dia que revela a ele,

mais do que qualquer
outro dia do ano,

a injusti�a nojenta
e a crueldade

das quais ele �
uma constante v�tima.

Para ele, a celebra��o de voc�s
� uma farsa.

Os gritos de liberdade
e igualdade

s�o um esc�rnio.

Os serm�es
e o Dia de A��o de Gra�as,

com todas as passeatas
e solenidades religiosas

para ele, s�o s� conversa fiada,
fraude, engana��o,

desumanidade e hipocrisia.

Um disfarce para encobrir crimes

que desonraria
uma na��o de selvagens.

N�o h� na��o alguma
neste planeta

culpada de pr�ticas
mais chocantes e sangrentas

do que as pessoas
desses Estados Unidos,

neste exato instante.

Senhores do j�ri,

se estiver tudo bem,

repassarei alguns fatos
deste caso.

Pobre Sr. Fleming,
quase se queimou em um inc�ndio,

e suas pernas foram quebradas
enquanto escapava.

O Sr. Fleming implorou ao m�dico
para cur�-lo

e meu cliente assim o fez.

Mas agora a reclama��o
do Sr. Fleming

� de que uma das pernas
n�o est� reta

e que � culpa do m�dico.

E reconhe�o que ele tem
o direito de reclamar.

Lincoln era um advogado
extraordin�rio.

Quando estava na frente
de um j�ri,

ele parecia que estava
s� conversando com eles.

Normalmente, o juiz David Davis
era o presidente do tribunal.

Ele virou amigo do Lincoln.

Vossa Excel�ncia, eu poderia
fazer uma demonstra��o?

Este � o osso
de uma galinha jovem.

Bastante flex�vel.

� prov�vel que fique bem
ap�s uma les�o.

Agora, este � o osso
de uma galinha mais velha.

Excel�ncia, posso pedir ao r�u
para se levantar?

Levante-se.

Senhores do j�ri,

acho que todos concordam
que o Sr. Fleming �...

bem, ele n�o � um pintinho.

Eu n�o sou nenhuma galinha.

Mas est� reclamando
que agora est� manco

e quer dinheiro por isso.

Se fosse comigo,
eu ajoelharia

e agradeceria aos c�us.

E tamb�m a esse m�dico,

por ter curado as pernas
que te deixam de p�.

Obrigado, juiz, sem mais.

Lincoln � t�o bom
em persuadir o j�ri,

que at� pensa que j� acabou
sua participa��o na pol�tica.

� o mais longe
que ele poderia chegar.

Ele era muito bem respeitado.

Ele fundou o escrit�rio
mais bem-sucedido

Lincoln consegue ter
uma vida boa,

participar de circuitos,

contar f�bulas
e hist�rias engra�adas.

Ele tem um humor
autodepreciativo

e um charme casual,
combinados a um alto intelecto.

� uma combina��o bem potente.

Ele l� filosofia, hist�ria
e literatura.

Est� desenvolvendo sua mente.

E ent�o, Stephen A. Douglas,
antigo rival de Lincoln,

senador americano de Illinois,

introduziu uma lei em 1854

que achou que daria um fim
� quest�o da escravid�o.

Ela foi chamada
de Lei Kansas-Nebraska.

A Lei Kansas-Nebraska

diz que os novos territ�rios
de Kansas e Nebraska,

ao se unir, podem escolher,
por opini�o popular,

se gostariam de ser
um estado livre

ou um estado escravista.

Com esta lei,

a balan�a entre estados livres
e escravistas,

estaria em perigo.

Desde o Compromisso
de Missouri, em 1820,

o povo pensava que a escravid�o

nunca estaria a norte
da fronteira sul do Missouri.

Agora, possivelmente,
haveria mais estados escravistas

e eles teriam ainda mais poder.

E isso � inaceit�vel
para o Licoln.

Em vez de reduzir
e, por fim, eliminar

a exist�ncia dos escravos
com o tempo,

que foi o que ele imaginou,

isso poderia fazer
a escravid�o crescer.

Mas ele saiu da pol�tica.

Ele ainda est� na estrada
fazendo o circuito judici�rio,

fazendo amigos
e contando piadas.

Ent�o n�s est�vamos
com essa senhora,

e esse colega,
amava tudo sobre a revolu��o,

e venerava qualquer artefato
que encontrava.

Quando ele soube
que essa senhora

ainda tinha um vestido
que usou naquela �poca,

ele implorou
que ela o mostrasse.

A senhora ent�o pega o vestido
empoeirado do ba�

e o homem fica t�o animado

que at� d� um beijo carinhoso
no vestido.

A senhora v� aquilo e diz:

"Senhor, se quer beijar
algo velho,

por que n�o beija minha bunda?

Ela � 16 anos mais velha
do que o vestido."

Edi��o noturna,

a Lei Kansas-Nebraska
foi aprovada.

- L� se vai o acordo.
- J� vai tarde.

N�o, o Douglas � um idiota!

- Deixe as pessoas decidirem.
- � besteira!

Isto � uma democracia!

Lincoln estava indignado
com isso.

Chega um momento para ele
em que a moralidade

e a ideia de expans�o
da dignidade humana

tomam a frente.

Abe?

Juiz, o senhor diz
que A � branco e B � negro.

Ent�o, � a cor
que dita a hierarquia?

Abe, s�o 5 horas da manh�.

Passou a noite acordado?

Tive que voltar ao come�o

para conseguir
levar isso at� o fim.

� sobre isso, n�o �?

O direito do homem mais claro
escravizar o mais escuro?

Pela regra, deve-se ser escravo
do primeiro homem que encontrar

com pele mais clara que a sua.

Isso n�o � tudo,
e voc� sabe disso.

N�o � apenas a cor que justifica
um homem possuir outro?

H� outras maneiras pelas quais
um homem pode ser superior.

Os brancos s�o intelectualmente
superiores?

E por isso t�m o direito
de escravizar os negros?

Siga isso e se tornar� escravo

do primeiro homem
mais esperto que encontrar.

Bem, ent�o sou seu escravo, Abe.

- N�o.
- A menos que seja tolo

para pensar que resolveria tudo
em uma noite.

Mas tem que ser resolvido.

N�o percebe?

Este ato do Kansas,

abriu a porta para a escravid�o
em todos os estados.

Vai ser uma grande
discuss�o neste pa�s, juiz.

Pretendo estar pronto para isso.

JORNAL "ARAUTO DA LIBERDADE"

Pegue ele!

Pegue ele!

Chame isso de Kansas sangrento.

Esse ato de Kansas-Nebraska
abre a porta

para a escravid�o
em qualquer lugar

e isso leva a um grave
derramamento de sangue.

A maioria dos colonos
quer que o Kansas seja livre

mas os rufi�es do Missouri,
que era um estado escravocrata,

invadiram o Kansas
e fraudaram as elei��es

para tentar torn�-lo
um estado escravo.

H� uma guerra completa
acontecendo.

Para Lincoln, o jovem advogado,

h� essa s�rie de eventos
de 1850 a 1860

que v�o moldar nitidamente
seu pensamento

sobre o que acontece
com o seu pa�s.

H� a lei do escravo fugitivo,

h� o Ato Kansas-Nebraska,
h� a decis�o de Dred Scott.

Dred Scott � um homem
escravizado no Missouri,

que foi levado
para um estado livre,

processa seu pedido
de liberdade,

com base em ter estado
em um estado livre.

E o caso vai at� a Suprema Corte
dos Estados Unidos.

A decis�o de Dred Scott
essencialmente diz:

"Afro-americanos,
se forem escravizados,

se tornam propriedades

e n�o possuem o direito
de processar."

A Suprema Corte decidiu

que os negros nunca foram
e n�o poderiam ser

cidad�os dos Estados Unidos.

Ent�o eles n�o t�m direitos,

o que os homens brancos
s�o obrigados a respeitar.

O que nos leva a John Brown.

John Brown � um fan�tico
abolicionista.

Ele se estabeleceu no Kansas

e acredita, atrav�s de sua f�,

que seu chamado
e prop�sito na vida

� acabar com a atrocidade

da escravid�o
nos Estados Unidos,

porque � uma ant�tese de Deus.

John Brown era um man�aco
ou um santo.

Ele era um homem branco

que se importava tanto
com a liberdade dos negros,

que tentou iniciar
uma revolu��o.

E no Kansas, John Brown
esquartejou at� a morte

cinco homens pr�-escravid�o.

Lincoln viu que toda essa s�rie
de eventos dividiu o pa�s.

Dividiu todos os partidos.

O Partido Whig divide-se
entre os Whigs anti-escravid�o

e os pr�-escravid�o.

O Democrata divide-se

entre os democratas
anti-escravid�o

e os democratas pr�-escravid�o.

O Partido Whig ir� � colapso
como resultado.

E disso nasce
o Novo Partido Republicano.

O novo partido,
o Partido Republicano,

come�a no in�cio
da d�cada de 1850

e sua plataforma
n�o � anti-escravid�o.

� uma n�o-extens�o da escravid�o
para os territ�rios ocidentais.

Mas h� republicanos radicais

que dizem
que a escravid�o � vil, m�,

que precisam se livrar dela.

No final da d�cada de 1850,
a ret�rica dentro Congresso

estava se tornando
cada vez mais quente.

Charles Sumner,
de Massachusetts,

era uma das alas radicais
do Partido Republicano.

Ele fez um discurso chamado
"O Crime contra o Kansas"

no plen�rio do Congresso,

onde usou linguagem
muito lasciva

sobre um senador
da Carolina do Sul

chamado Andrew Butler.

Senador Sumner,

voc� impugnou a honra
de meu primo, senador Butler.

Tudo o que fiz
foi dizer ao mundo a verdade,

que o seu primo apoia o hediondo
Ato de Kansas-Nebraska,

e ele tem uma amante

a quem obedece sem questionar.

Uma amante feia...

cujo nome � escravid�o.

Sumner est� inconsciente,

incapaz de retornar
ao Senado por tr�s anos.

Ap�s a surra de Sumner,
no norte, h� uma rea��o visceral

a um ataque no Capit�lio.

Com�cios s�o formados.
Um grande n�mero de pessoas

come�a a se juntar
ao Partido Republicano.

Enquanto isso, no sul,

Preston Brooks
se tornou um her�i.

As pessoas come�am
a carregar bengalas

como se fossem atacar algu�m.

A divis�o entre o norte e o sul
se aprofunda cada vez mais.

Lincoln est� t�o afetado
com o que acontece

que decide
que precisa fazer parte disso.

Esta � uma ambi��o que ele tinha
desde jovem.

Que era fazer parte de algo
que era maior do que ele.

Pode ter ficado satisfeito
em ser advogado

mas ainda tinha
o v�cio pol�tico.

Ainda tinha a coceira.

Ele ajudou a formar

o Partido Republicano
em Illinois.

E ele se torna
o principal candidato, em 1858,

para a pr�xima corrida
ao Senado,

concorrendo contra
Stephen Douglas,

que n�o s� j� era senador,

mas como tamb�m o candidato
presidencial favorito em 1860,

pelo Partido Democrata.

Lincoln d� um discurso
de aceita��o

e � a coisa mais radical
que ele j� disse.

E seus amigos,
ouvindo-o ensaiar,

imploraram para que n�o fizesse
o discurso.

Acharam que acabaria
com sua carreira.

O discurso de Lincoln
usa uma frase b�blica

do livro de Marcos,

chamando a Am�rica
de uma casa dividida.

Ele declara: "Uma casa dividida
n�o se sustentar�."

"N�o podemos ter uma na��o
meio-escrava e meio-livre."

Isso marca um ponto de virada
em sua mente.

Ele reconhece
que em sua vida pol�tica,

ele vai ter que se opor
� escravid�o

de uma forma mais dura
e controversa.

Lincoln come�a a fazer campanha
pelo estado

e convida Douglas para uma s�rie
de debates conjuntos.

Douglas o responde:

"N�o tenho obriga��o
de me reunir com voc�,

eu sou o senador em exerc�cio.

Sou o pol�tico mais famoso
da Am�rica neste momento."

"Por que vou te dar espa�o
em uma plataforma comigo?"

Mas Douglas n�o resiste.

Como v�o, todos?

Muito obrigado por ter vindo.

Eu agrade�o.

Douglas entra como o campe�o.

Ele chega em um trem
com um vag�o todo decorado.

Chega com servos
e seus secret�rios.

Prefeito, prazer em v�-lo.

E Lincoln tem que andar
de um debate para outro.

A reputa��o de Lincoln
e Douglas estava em jogo aqui.

Literalmente est�o configurando
o conflito na na��o.

Conhe�o Lincoln
desde quando �ramos jovens,

e ningu�m pode competir
com ele na luta livre,

ou em uma corrida,

ou no u�sque em sua mercearia.

Servimos juntos
no legislativo estadual.

E ent�o o Sr. Lincoln
submergiu por um tempo,

at� que reapareceu

nos sal�es sagrados
do Congresso,

onde se destacou

por sua oposi��o
� guerra com o M�xico.

Tomando o lado do inimigo comum

contra seu pr�prio pa�s.

E ele, novamente, submergiu.

Ressurgiu em 1854,

desta vez, em conluio
com Fred Douglass

e seus amigos abolicionistas,

bem a tempo de criar

essa plataforma
republicana negra.

Isso mesmo, Douglas,
bata nele de novo.

Lincoln, voc� � duas caras!

Se eu tivesse duas caras,
acha que usaria essa?

Esta velha rivalidade
veio � tona.

Muito bom, muito bom.

Lincoln sentiu que sua vida
tinha sido um fracasso

em compara��o com Douglas.

Douglas tinha ido mais longe
do que ele,

e agora est�o concorrendo
um contra o outro pelo Senado.

Agora, n�o sou gigante
como o juiz Douglas.

Eu sou um mero mortal.

N�o, a ambi��o dele,
excede em muito a minha.

Em seu partido, todos esperam
que ele seja presidente um dia.

E todos colher�o os benef�cios
de sua grandeza.

Mas ningu�m nunca olhou
para o meu rosto magro e esguio

e esperou que fosse presidente.

As pessoas v�m aos debates
com todo o amor e a aten��o

que trariam para um evento
esportivo hoje.

Mas foram mais importantes
que qualquer evento esportivo.

Estou aqui para falar
sobre princ�pios b�sicos.

Agora, se o negro � um homem,

minha antiga f� me ensina
que todos s�o criados iguais,

e que n�o pode haver nenhum
direito moral

em rela��o a um homem
escravizando outro.

Agora vamos falar
sobre princ�pios.

Eu me importo mais

com o grande princ�pio
do autogoverno.

O direito do povo de governar,

do que com todos
os negros no cristianismo.

Quando um branco se governa,
isso � autogovernado.

Mas quando governa a si mesmo
e tamb�m governa outro homem,

isso � mais do que autogoverno,
� despotismo.

O Sr. Lincoln e sua laia,

querem a igualdade dos negros
em todas as coisas.

Se eles conseguirem
o que querem,

negros e brancos
poder�o se casar.

Negros servir�o em j�ris.

Negros v�o votar.

Durante esses debates,
Lincoln n�o � um abolicionista,

de forma alguma,

mas ele est�, inadvertidamente,
fazendo seus argumentos

como se estivesse
procurando l�gica

na constitucionalidade
de tudo isso.

E ele se baseia em Euclides.

Euclides � muito
sobre como voc� prova algo

al�m de qualquer
sombra de d�vida.

E ele est� trabalhando
para esmagar

os argumentos falaciosos
em favor da escravid�o.

Mas como a maioria
das pessoas da �poca,

ele acredita fervorosamente
que os negros s�o inferiores,

mesmo sendo escravizados
ou libertados.

S� porque acredito
que o negro deve ser livre,

n�o significa que eu queira
me casar com um.

Como na��o, come�amos declarando

que todos os homens
s�o criados iguais.

N�s agora praticamente lemos

que todos s�o criados
igualmente,

exceto os negros.

Em breve ser� lido:

"Todos os homens
s�o criados iguais,

exceto negros,
estrangeiros e cat�licos.

Os negros, como muitos
outros homens,

podem n�o ser iguais
em todas as coisas.

Mas se s�o homens,

t�m direito � vida, � liberdade

e � busca da felicidade.

A verdadeira quest�o,
que durar� muito tempo depois

que o juiz Douglas
e eu nos calarmos,

� a eterna luta
entre esses dois princ�pios,

entre o certo e o errado.

O que Lincoln faz
t�o brilhantemente,

� pegar essa linguagem central

da Declara��o de Independ�ncia

e a transforma na b�ssola moral
de uma na��o.

E ele combina isso
com constitucionalidade.

E combina isso
com as Escrituras.

Ele tem um argumento
realmente poderoso.

Este � o momento
onde Lincoln faz seu nome.

Um debate ap�s o outro.

Tudo o havia preparado
para o repert�rio de talentos

que conseguiu mostrar
nesses debates.

Ele conta hist�rias,
� engra�ado.

Podia falar filosoficamente,
podia falar politicamente.

Os debates ajudaram Lincoln
a elevar seu perfil,

foram de grande ajuda,

mas ele perde a elei��o.

Uma das coisas
sobre Lincoln que � incr�vel,

� que ele perde muito.

Mas as grandes pessoas na vida

aceitam a derrota
e depois retornam.

Mesmo perdendo essa elei��o,

mais uma vez, a derrota
se torna uma plataforma

Subjacente a tudo isso,
h� uma paix�o que ele tem.

Uma paix�o pelo abolicionismo,
que est� chegando ao auge.

VIRG�NIA
16 DE OUTUBRO DE 1859

Em 1859, John Brown,
que deixou o Kansas...

Ele e seu grupo de pessoas,
negros e brancos,

muitos seus pr�prios filhos,

foram para o que era, at� ent�o,
a Virg�nia Ocidental

para a cidade de Harper�s Ferry,
que era um arsenal federal,

para atacar esse arsenal.

Ele tenta organizar um ex�rcito

de pessoas inter-raciais
para irem at� sul.

Ele armou os escravos

para destru�rem
o sistema escravista.

Quem n�o p�de se juntar a ele,
como Frederick Douglass,

deram-lhe apoio moral
e fundos.

O ataque foi um desastre.

John Brown foi capturado
e executado.

E dois de seus filhos
foram sacrificados.

No sul, h� um medo absoluto

de que haja mais John Browns
� espreita.

O pensamento de uma rebeli�o
de escravos em massa

desequilibrou
os sulistas brancos.

E assim come�amos a ver
mais conversas sobre secess�o.

Enquanto isso, muitas pessoas
no norte comemoraram Brown.

Os sinos das igrejas tocavam.

As pessoas achavam que ele fez
o que deveria fazer.

Usar a viol�ncia
para acabar com a escravid�o,

de uma maneira que a maioria
dos republicanos,

at� Lincoln, naquele momento,
n�o consideravam.

E a rea��o a Brown
� t�o importante

na cria��o da elei��o de 1860.

Em 1860, o Partido Republicano

tinha apenas um segundo
candidato presidencial.

Os republicanos acharam
que o famoso nova-iorquino,

William Henry Seward,
seria o candidato republicano.

Seward carregou a bandeira

do movimento abolicionista
por uma d�cada.

Ele era um grande orador
e amado por muitos no norte.

Mas Dred Scott,

o Ato Kansas-Nebraska,
John Brown,

todas essas coisas
t�m despeda�ado o pa�s.

Seward n�o era visto
como quem unificaria o pa�s.

Assim, os l�deres republicanos,
no leste, come�aram a procurar

outras alternativas poss�veis.

A Uni�o Republicana dos Jovens

decide organizar uma s�rie
de palestras em Nova York.

Lincoln aceitou o convite
imediatamente.

Ele era desconhecido no leste.

Se ele pudesse
causar uma impress�o l�,

ele poderia deixar uma impress�o
em todo o pa�s.

No dia do discurso
ele teve sua fotografia tirada

por Matthew Brady.

Isso � uma consci�ncia

de que ele est� se tornando
uma figura nacional.

Gostaria de come�ar expressando
minha sincera gratid�o

� Uni�o Republicana Central
dos Jovens

pela divulga��o...

Quando ele chegou
� Cooper Union,

embora tenha comprado um terno,
est� muito amassado,

seu cabelo estava desgrenhado.
Ele parece estranho.

Aquele � o Lincoln?

Parece que ele dormiu
em um celeiro.

Sr. Lincoln,
precisa de alguma coisa?

N�o, Sr. McCormick.

Se eu precisava de alguma coisa,
agora � tarde.

Cidad�o eminente do oeste,

senhoras e senhores,
Sr. Abraham Lincoln de Illinois.

Senhor Presidente
e cidad�os de Nova Iorque.

Os fatos com os quais
vou lidar...

os fatos com os quais vou lidar
esta noite

n�o s�o novidade para voc�s.

Se houver alguma novidade,
pode ser no modo

de apresenta��o dos fatos
e observa��es.

Parece um violino desafinado.

D� uma chance a ele.

Lincoln aparece

com seu sotaque caipira
de Indiana, enchendo o ar.

Um homem que toma notas,
escreve:

"Isto � Nova Iorque,
isto nunca servir�."

E agora, se eles ouvissem,
suponho que n�o ir�o,

eu dirigiria algumas palavras
ao povo do sul.

Voc� tem uma ilus�o espec�fica
e bem compreendida

de um direito constitucional
assumido,

de levar escravos
para territ�rios federais

e mant�-los l� como propriedade.

Mas tal direito

n�o est� especificamente escrito
na Constitui��o.

Seu prop�sito, ent�o,
claramente declarado,

� que voc� destruir� o governo,

a menos que lhe seja permitido
interpretar

e fazer cumprir a Constitui��o
como bem entender.

Voc� vai governar ou arruinar
em todas as situa��es.

Algo acontece
cerca de 10 minutos depois.

A sua voz relaxa,

seu tom agudo se funde

em algo mais suport�vel,
mais toler�vel.

Seus olhos come�am a piscar.

Por mais errado que pensemos
que a escravid�o seja,

ainda podemos nos dar ao luxo
de deix�-la como est�.

Mas podemos permitir
que se espalhe nacionalmente

e nos invada aqui,
nos estados livres?

Se nosso senso de dever
pro�be isso,

ent�o vamos cumprir nosso dever,

sem medo e com efic�cia.

Tenhamos f�

que o direito faz o poder.

E nessa f�, vamos at� o fim,

ousando cumprir nosso dever
como o entendemos.

Isso!

O que acha do Lincoln agora?

Muito obrigado por isso.

Muito obrigado.

Ele encantou aquela multid�o.

Depois do discurso
da Cooper Union,

ele estava por toda a m�dia.

Se ca�sse na internet
nos dias de hoje,

se tornaria viral.

Na manh� seguinte,
todos os jornais de Nova Iorque

relatavam esse discurso.

E foi reimpresso em Detroit,
Washington, Chicago,

e at� uma vers�o germ�nica
deste discurso.

Choveram convites
para ele continuar os discursos

por toda a Nova Inglaterra.

As elei��es de 1860
estavam se aproximando.

Haviam alguns Republicanos

que viam este rapaz,
o Lincoln, que era novato,

como folcl�rico, moderado.

Ele n�o parecia ser t�o radical
quanto William Seward,

o favorito absoluto,

ou Salmon Chase,
o governador de Ohio.

N�o era t�o conservador
quanto Edward Bates,

um juiz, ex-congressista
do Missouri.

Esses eram os tr�s principais
candidatos indicados.

Ent�o, passo a passo,
ele aceitou o fato

de que concorria � presid�ncia
dos Estados Unidos.

E ele tinha esse time
extraordin�rio,

liderado pelo juiz Davis,
que seria seu representante

na Conven��o Nacional
dos Republicanos.

E eles o amaram.
Queriam fazer tudo por ele.

Juiz, voc� tem que garantir
que todos saibam

qual delega��o
devem fazer alian�as em Chicago.

Eu elaborei uma lista
para nosso pessoal.

Avise-os para n�o pressionarem,
nem se preocuparem demais.

N�s temos de fazer barulho.
H� muitos homens de Nova Iorque

pressionando por Seward.

Se ele levar a primeira vota��o,
n�s perderemos.

- Ele n�o ir�.
- Ele poder�.

Eu entendo que n�o sou
o primeiro amor de algu�m,

mas posso ser o segundo.

Se eu for o segundo sapo
daquela po�a,

eu tenho uma boa chance de pular
para a po�a maior.

O que n�s precisamos fazer
� trazer os delegados

da Pensilv�nia, Indiana e Ohio

at� Lincoln.

N�o � apenas Ohio
que apoiar� Chase?

Sim, e Pensilv�nia
ficar� com Cameron.

� s� a primeira vota��o.

Eles ter�o de mudar para algu�m.

Mas...

n�s teremos
de prometer algo a eles,

que valha a mudan�a.

N�o. N�o, juiz.

N�o fa�a promessas
que me amarrem.

Est� bem?

Eu n�o posso estar l�,

ent�o voc� tem que agir
como eu ajo.

O comit� Nacional Republicano
se encontrou em Maio de 1860,

em Chicago.

� muito emocionante,

o Partido Republicano
estava en�rgico.

O candidato
para o Partido Republicano

precisava de 233 votos
para ganhar.

Enquanto Lincoln
estava em Springfield,

seu amigos estavam em Chicago,

liderados pelo Juiz Davis,

organizando-se
excepcionalmente bem.

CONVEN��O NACIONAL REPUBLICANA
18 DE MAIO DE 1860

Caros Republicanos,
juntem-se �s suas delega��es.

Sua equipe sabia
que a import�ncia era ganhar

os estados disputados.

Pensilv�nia,
Nova Jersey e Indiana.

Estamos prestes a come�ar
a primeira vota��o!

Sei que ir� votar no Cameron
nessa primeira vota��o.

E quanto ao Lincoln na segunda?

Consegue virar Pensilv�nia
para o nosso lado?

� uma grande pergunta.

O que ser� preciso?

O que voc� tem?

Na primeira rodada das vota��es,

Seward, como esperado,
conseguiu a maioria dos votos.

O extraordin�rio � que Lincoln
fica em segundo lugar.

Seward pode ter
alguns problemas.

Ele � muito radical.

O plano de fundo de tudo isso

era a recente execu��o
de John Brown

e a histeria em rela��o � ele.

Voc� tem esse partido,
relativamente novo,

falando em manter a escravid�o
como est�.

Mas tamb�m sabe que os alinhados
aos Republicanos

est�o dizendo:
"Acabe com isso agora."

E assim, o Partido Republicano
tem que fazer uma determina��o.

Princ�pio

ou elegibilidade?

Estamos prestes a come�ar
a segunda vota��o!

Ent�o, o que a Pensilv�nia
disse?

Querem a Secretaria do Tesouro
para Cameron.

Abe disse para n�o fazer
promessas, lembra?

Abe n�o est� aqui.

O que disse a eles?

Lincoln est� em Springfield
o tempo todo.

Sr. Lincoln, boa sorte hoje.

Obrigado, Sr. Hay.

N�o tem algo para n�s?

Tudo que tenho
� essa mensagem do Juiz Davis.

"Estou muito esperan�oso,
mas n�o se anime."

Alguma ideia
do que isso significa?

Depois da segunda vota��o,
Seward ganhou mais uns votos,

mas Lincoln ganhou muito mais
com as delega��es o apoiando.

Pedem uma terceira vota��o.

A ideia de que gostaria de ser
o segundo amor

se n�o conseguisse
ser o primeiro,

significa que os apoiadores
de Chase ou Bates

agora escolhem o Lincoln.

Isso conclui a terceira vota��o!

E at� agora,
nenhum candidato tem a maioria.

Ent�o, vamos nos reunir
novamente!

No final da vota��o,

Lincoln tem 231 votos e meio.

Tudo o que ele precisa
� de um voto e meio.

Ordem.

Ordem!

O Estado de Ohio
deseja mudar seu voto.

Ohio, qual � o seu voto final?

Ohio, me d� seu voto,
qual � o seu voto final?

Ordem!

O Estado de Ohio
deseja mudar seu voto.

Ele deseja mudar quatro votos

do Sr. Chase

para o Sr. Lincoln.

N�s vencemos.

Mande um telegrama
para Springfield, imediatamente!

Lincoln, Lincoln!

O cavalheiro entra no teatro,

e coloca sua cartola
ao seu lado.

Ele ficou t�o envolvido
com o drama,

que n�o percebeu aquela gorda
sentando ao lado dele.

Pois n�o?

� de Chicago.

Parab�ns, Senhor.

Sr. Hay.

- Obrigado, cavalheiros.
- Parab�ns.

Obrigado, cavalheiros.

Obrigado.

Bem...

Obrigado, cavalheiros.

Se me derem licen�a,

tem uma mulher na Rua Oito
que ficar� feliz com a novidade.

Sim, ela ficar�.

A nomea��o de Lincoln
chocou a popula��o.

Eles esperavam a vit�ria
de Seward,

mas o novato venceu.

Havia uma excita��o
e se reuniam em torno dele.

Quando Lincoln foi nomeado
em maio de 1860 no norte,

ele foi o candidato surpresa.

Ele n�o tinha muita experi�ncia
comandando nada.

Ele n�o era muito conhecido.

Frederick Douglass
e outro afro-americano

n�o estavam t�o certos
sobre Lincoln.

S� porque ele era um Republicano

n�o significa que ele seja
um abolicionista

ou que ele v� nos trazer
algo bom.

Ao mesmo tempo,
ele � odiado no sul,

e era claramente
um �dio racista.

Houve acusa��es
que ele tinha sangue africano

ou que sua esposa tivesse.

Jornais do Sul
o chamou de nomes terr�veis,

babu�no, gorila,

analfabeto, tirano.

Mas, indo para as elei��es
gerais,

havia uma grande possibilidade
de Vitoria dos Republicanos,

porque o Partido Democrata
se dividiu.

Haviam quatro candidatos
na elei��o de 1860.

Claro, Lincoln
pelo Partido Republicano.

Enquanto isso, os Democratas
se dividiram em duas fac��es.

Tinha John Breckenridge,

que representa
os escravocratas brancos do Sul.

Stephen Douglas, representando
os brancos do norte.

E se tinha o Partido Uni�o,
liderado por John Bell.

Essa � uma das elei��es
mais animadas

da hist�ria dos EUA
naquela �poca.

O futuro da na��o,
o futuro da democracia,

realmente parecia por um fio.

Na Europa,
durante aquele per�odo,

experimentos de democracia
na Fran�a e Alemanha falharam

e voltaram a ser monarquias
e ditaduras.

Esse grande experimento
americano de democracia

era muito novo e muito fr�gil.

At� ent�o, Lincoln est� em casa,
em Springfield.

N�o era considerado apropriado
para um candidato

fazer campanha para si mesmo
naquela �poca.

Mas durante a elei��o,

a fotografia de Lincoln,
tirada por Matthew Brady,

foi reproduzida tantas vezes,
que a foto estava em toda parte.

Estavam em jornais ilustrados,
em gravuras para exposi��o,

em bottons
que poderia usar na lapela.

Algumas semanas
antes da elei��o,

Lincoln recebe cartas e as l�.

E ele recebe uma carta
de uma menina de 11 anos.

Ela pediu que ele deixasse
a barba crescer.

Ela diz que achava
que ele ficaria melhor

e Lincoln deixa a barba crescer,
e ela realmente fica bem nele.

Ele est� ouvindo
o seu eleitorado.

No dia da elei��o geral,
ele est� impaciente o dia todo.

Ele estava t�o acostumado
com a decep��o,

que ele s� temia
que algo ruim aconteceria.

Umas 9h, ele, o Juiz Davis
e os amigos

v�o ao escrit�rio do Telegraph
ouvir os resultados saindo.

Finalmente, meia-noite,
a not�cia chega

de que Nova Iorque
escolheu o republicano.

Ent�o o sino da igreja toca,
as pessoas v�o �s ruas.

Esse novato ganhou.

LINCOLN ELEITO!
LINCOLN, PR�XIMO PRESIDENTE!

ELEITO!

Ele vai para casa
dizer a famosa frase a Mary:

"Mary, Mary, n�s fomos eleitos."

Mary sempre acreditou
que ele tinha um destino.

Ela acreditou nele
nos piores momentos dele.

E agora, seu grande momento
chegou.

Mas Lincoln,
nosso mais amado presidente,

ganhou com a segunda pior
quantidade do voto popular.

Ele s� ganhou 39.8% de votos,
o que � muito pouco.

Hoje nos preocupamos
se algu�m tem menos de 50%.

Ele teve menos de 40%.

No col�gio eleitoral, ele ganhou
mais da metade, ganhou 180,

mas ainda assim,
n�o era uma vit�ria estrondosa.

Estados do sul diziam:
"Se esse homem for eleito,

n�o teremos op��o
al�m de cortar rela��es."

E assim que ele � eleito,
a Carolina do Sul

decide ter
uma Conven��o de Secess�o.

E em dezembro de 1860,
eles decidem deixar a Uni�o.

Em fevereiro de 1861,

sete estados cortaram rela��es.

O governo da confedera��o
se formou

e colocou Jefferson Davis
como presidente.

Est�o cortando rela��es,
por uma �nica raz�o,

que � a preserva��o
da escravid�o e sua expans�o.

Qualquer um que diga que isso
� direito dos estados, tarifas,

n�o faz sentido.

Voc� n�o leu os artigos
de corte de rela��es

em que cada um dos estados
se apoiava.

E em cada artigo
eles deixaram muito claro

o porqu� de cortarem rela��es.

E � para preservar a institui��o
da escravid�o,

para controlar, para sempre,
aquele interesse financeiro.

Lincoln acreditava
de forma otimista

que havia uma maneira

de fazer os estados do sul
voltarem � Uni�o,

uma vez que ele
chegasse a Washington.

Mas antes de deixar Illinois,

Lincoln decidiu visitar
sua madrasta mais uma vez.

Ele se recusou a visitar o pai
no leito de morte,

ent�o o pai dele morreu
sem que Lincoln o visse.

Se dependesse de mim,
voc� n�o seria presidente.

A forma como as pessoas falam,

n�o posso deixar
de me preocupar com voc�.

Pare de se preocupar,
vou ficar bem.

� preciso uma pedra
apropriada para ele.

Ele ficaria orgulhoso de voc�.

Voc� sempre v� o melhor
nas pessoas, mam�e.

N�s nos veremos de novo,

eu prometo.

No dia 11 de fevereiro de 1861,

Lincoln inicia a jornada de trem
at� Washington D.C.

Teria sido bom
ir pela rota menor,

mas n�o ir por Kentucky,
onde tinha nascido,

ou pela Virg�nia,
porque era muito perigoso.

Ele escreveu a um amigo
que temia ser linchado.

Ent�o ele precisou ir
por esse percurso mais longo

de mais de 3 mil quil�metros.

Sempre que Lincoln
chegava a um lugar,

todos apareciam para v�-lo.

H� esperan�a,

mas tamb�m h� esse medo.

O povo devia saber

que os estados do sul
cortaram rela��es.

S�o tempos dif�ceis

e h� amea�as s�rias
de assassinato contra Lincoln.

Havia conhecimento
sobre uma conspira��o maci�a

que tentaria assassin�-lo
ao chegar em Baltimore.

O l�der da trama
tinha um sistema de sorteio,

peda�os de papel
com um ponto vermelho neles.

E quem tinha
um ponto vermelho

tentaria matar Lincoln,

com armas, facas e granadas.

Mas Allen Pinkerton,
que era um detetive ferrovi�rio,

penetrou na conspira��o
com oper�rios.

- Davis?
- Sr. Pinkerton.

� tudo verdade.

Quem pegou o papel
com ponto vermelho,

� um assassino.

Quantos t�m pontos vermelhos?

Oito.

� pior do que eu pensava.

HARRISBURG, PENSILV�NIA
22 DE FEVEREIRO DE 1861

A porta est� trancada
por dentro?

Sim, senhora.

Chave, por favor.

Meu tio � inv�lido,
ele pede absoluta privacidade.

Entendeu?

Vamos pegar
um trem noturno especial.

Limpei os rastros

e cortei a linha do tel�grafo
daqui at� Baltimore.

Esses homens pretendem
distrair a pol�cia

e te esfaquear at� a morte.

Isso � tudo?

Como J�lio C�sar.

Precisa levar isso a s�rio, Abe.

Voc� tem inimigos perigosos.

Se eu me infiltrar
no Capit�lio com medo,

mostrarei �s pessoas boas
que h� o que temer.

Senhor, a pior coisa
que poderia acontecer

� o senhor n�o chegar
em Washington.

N�o pode correr o risco
de ser reconhecido.

Cuide bem disto.

Esta � a minha s�cia,
Sra. Kate Warne.

Sr. Lincoln, � uma honra.

Srta. Warne,

estou muito simples
para me passar por seu tio.

De jeito nenhum, senhor.

Acredito que as pessoas comuns
s�o sempre as mais bonitas.

� por isso que o senhor
fez muito de n�s.

Bem,

n�o era assim que eu planejava
chegar em Washington.

Lincoln vai de Harrisburg,
Pensilv�nia,

para Filad�lfia, at� Baltimore,
e por fim Washington.

� noite, em segredo
e usando um disfarce.

Ele chega em Washington,
�s seis da manh� e de surpresa.

Ele foi atacado pela imprensa,

retratado usando
disfarces malucos,

vestindo kilts
e dan�ando o Highland Fling,

apenas para ridiculariza-lo.

N�o � uma coisa boa
para um presidente

que estava indo � Washington
para exibir coragem.

Frederick Douglass disse:
"Agora o Sr. Lincoln sabe

como � viajar as escondidas.

Quando Lincoln
ascende � presid�ncia

e faz seu primeiro discurso
de posse,

afro-americanos
est�o esperando ansiosamente

para ver o que ele dir�.

Porque a essa altura,

sete estados
se separaram da Uni�o

e os afro-americanos
est�o pensando:

"esta � a nossa oportunidade."

Esta � a hora de acabar
com a escravid�o.

Temos um republicano
na presid�ncia,

que n�o � um abolicionista,

mas h� republicanos suficientes
que est�o prontos para agir

contra essas pessoas vistas
como traidoras do pa�s.

Seu primeiro discurso de posse

� um momento de grande tens�o.

Ainda havia um medo real
de assassinato.

Compatriotas dos Estados Unidos,

em suas m�os,

meus compatriotas insatisfeitos,

e n�o nas minhas,

est� a importante quest�o
da Guerra Civil.

Lincoln queria que o discurso
fosse forte, sem ser amea�ador,

para tentar conter a mar�
de secess�o.

O governo n�o atacar� voc�s.

N�o pode haver conflito

sem que voc�s
sejam os agressores.

Ele disse que fortes e arsenais
da Uni�o seriam protegidos.

E, ao mesmo tempo, disse:
"n�o sou uma amea�a."

E ele prometeu fazer valer

a odiada Lei
do Escravo Fugitivo.

N�s n�o somos inimigos,

somos amigos.

N�o devemos ser inimigos.

Embora o desejo
possa ter surgido,

isso n�o deve romper
nossos la�os de afei��o.

Lincoln mostrou o discurso
a William Seward

e Seward fez corre��es.

Seward olhou para o final
do rascunho que dizia:

"A escolha � de voc�s,
meus amigos do sul,

ser� paz ou espada?"

E Seward disse:
"n�o pode finalizar assim."

Seward escreveu um �timo texto.

Lincoln analisa a sugest�o,

e exibindo tanto brilhantismo
quanto editor,

como mostrou sendo escritor,

ele reformulou a proposta
de Seward de forma po�tica.

Os acordes m�sticos da mem�ria,

estendendo-se de cada campo
de batalha e t�mulo patriota

para cada cora��o e resid�ncia
de toda esta vasta terra,

ainda v�o engrossar
o coro desta na��o,

quando novamente tocados,
e certamente ser�o,

pelos melhores anjos
de nossa natureza.

Este �ltimo par�grafo
lindamente elaborado,

afastando-se das amea�as
e passando a mensagem:

"Lembrem-se, fazemos parte
do mesmo pais

com mem�rias igualmente
v�lidas da revolu��o,

que n�o s� nos deu
nossa independ�ncia,

mas tamb�m criou
um novo tipo de pa�s."

Mas Lincoln
foi uma total decep��o

para Frederick Douglass
e outros negros.

Porque naquele primeiro
discurso inaugural,

Lincoln falou sobre o fato
de que ele n�o tinha inclina��o,

nenhum direito,

de tomar medidas
contra a escravid�o,

onde j� existia.

Mas ele tamb�m
est� dizendo ao sul,

que ele n�o permitir�
que aconte�a uma rebeli�o ilegal

sem uma resposta.

Lincoln tem um problema militar
iminente em suas m�os.

Quando esses estados no sul
se separam,

eles assumem muitos dos arsenais
e fortes do governo.

Isso deixa os Estados Unidos

em controle
de apenas alguns portos,

incluindo Fort Sumter
em Charleston, Carolina do Sul.

No primeiro dia ap�s sua posse,

ele recebe uma mensagem
do Major Anderson

em Fort Sumter,

dizendo que est�o ficando
sem suprimentos

e a menos que uma expedi��o
leve ajuda,

eles ter�o que evacuar.

Lincoln e o Governo Federal

escreveram que todas
as propriedades federais

ainda pertencem � Uni�o.

Ent�o ele se re�ne
com seu gabinete.

Na noite de sua posse,

ele tomou uma decis�o
que definir� sua presid�ncia.

Colocar cada um de seus rivais,
Seward, Chase e Bates,

nas posi��es superiores
do gabinete.

William Seward,
Secret�rio de Estado.

Salmon Chase,
Secret�rio do Tesouro,

Edward Bates, procurador-geral.

Cada um desses tr�s rivais

achava que deveriam
ser presidentes e n�o o Lincoln.

Eles achavam Lincoln
bastante med�ocre,

mas Lincoln percebeu
que o pa�s est� em perigo.

Estes s�o os homens
mais capazes do pa�s.

Cada um tinha
seu ponto de vista.

O moderado, o conservador
e o radical.

"Preciso deles ao meu lado."

O presidente Lyndon falou disso
usando termos menos eloquentes.

Dizia: "� melhor ter os inimigos
dentro da tenda mijando fora,

do que fora da tenda
mijando dentro.

O General Scott
disse que n�o h� esperan�a,

que devemos entregar
o Fort Sumter.

Concordo.

Acho que ele est� certo.

Mas Sr. Seward, ainda ontem,

fiz meu voto solene

de manter, ocupar
e possuir nossos fortes.

Voc� me ajudou
a criar aquele discurso.

A situa��o mudou, senhor.

Fort Sumter n�o resistir�,
n�o sem suprimentos.

E a Carolina do Sul

deixou suas inten��es
mais do que claras.

Eu aconselho a retirada.

Parecer� que foi ideia nossa,

n�o que essas separatistas
nos for�aram a sair.

Parece ser a decis�o
mais razo�vel.

N�o.

Eu estaria encorajando
a rebeli�o deles.

O pa�s iria ruir.

J� est� ruindo.

Precisamos de tempo
para contra-atacar.

- Vamos esfriar a cabe�a.
- Devemos enviar mais navios.

Uma frota carregando
refor�os e canh�es.

Garanto que um bombardeio
os for�ar� a recuar.

Desde quando
voc� � da marinha, Blair?

Voto para recuarmos.

Sr. Presidente, veja onde
o meio-termo nos levou.

Temos que esmag�-los agora
antes que se tornem mais fortes.

N�o serei o primeiro a atirar
nos homens do meu pa�s.

Eu disse isso a eles
no meu discurso tamb�m.

N�o temos alternativas.

Quanto tempo o forte aguenta?

General Scott
acredita que 26 dias.

Quantos votam
para desistirmos do forte?

Voc� tem que desistir do forte,

ou levaremos este pa�s � guerra.

14 DE MAR�O DE 1861

Aquelas semanas de prepara��o,
antes do Fort Sumter,

foram as semanas mais dif�ceis
para ele.

Ele tinha a esperan�a
que houvesse alguma maneira

de evitar uma guerra.

Veja.

Todos querem saber

o que voc� far�
a respeito desse forte.

Bem, eu tamb�m quero.

Fez um �timo trabalho
com o �lbum de recortes, Willie.

Ele est� pensando:
se abastecer o Fort Sumter,

posso provocar uma guerra.

Mas se eu n�o fizer,

pode parecer que estamos
encorajando o Sul

a tornar essa secess�o
algo permanente.

H� uma divis�o no gabinete
sobre o que ele deve fazer.

Seward est� conversando
com a Carolina do Sul.

Ele est� conversando
com os l�deres separatistas.

Basicamente sugerindo
que podem negociar,

que as coisas podem se resolver.

Ele est� fazendo isso
sem o consentimento de Lincoln.

Se enviarmos tropas
perderemos a Virg�nia, Arkansas,

e todos os estados fronteiri�os.

O tempo est� se esgotando.

Abandonar o forte � inevit�vel.

N�o podemos deixar os rebeldes
nos humilharem invadindo-o.

Quanto mais cedo sairmos
por conta pr�pria, melhor.

Temos uma clara maioria
de acordo,

ent�o, est� decidido.

N�o.

N�o est� decidido,
Secret�rio Seward.

N�o est� decidido
at� que eu decida.

Sr. Presidente.

Agora,

tudo o que o secret�rio Seward
disse � verdadeiro.

Mas outras coisas tamb�m
s�o verdadeiras.

Uma delas � que n�o irei
voltar atr�s na minha palavra,

e tamb�m n�o estou pronto
para desistir.

Na minha vis�o,

a rendi��o seria a ru�na
desta na��o.

Desencorajando
as pessoas em casa,

encorajando os separatistas

e at� pot�ncias estrangeiras,
se legitimarem a confedera��o.

Conversei com um marinheiro.

Ele tem um plano.

Enviar suprimentos pelo mar,
protegidos por navios de guerra.

E eu decidi enviar.

A resposta de Lincoln
foi breve e firme.

Isso colocou Seward
bem no seu lugar.

E Seward captou a mensagem.

Ele entendeu que Lincoln
era o chefe

e que havia mais
de Abraham Lincoln

do que ele pensava.

Lincoln n�o quer uma guerra.

Ent�o ele tenta, de novo,
achar uma solu��o amistosa.

E ele diz ao governador
da Carolina do Sul:

"Olha, vou mandar comida e �gua.

N�o enviarei mais homens
ou muni��o ao Fort Sumter.

Como seria contra algu�m
que precisa de comida e �gua?

Ele coloca os confederados
em apuros.

Se permitirem,
o impasse continua.

Se dispararem,
a Confedera��o inicia a guerra.

Os Confederados decidem
pedir ao Major Anderson

para que entregue o forte.

Anderson diz que n�o.

Fogo!

Os confederados
bombardearam por 36 horas,

at� que finalmente a bandeira
dos Estados Unidos

� abaixada
dentro do Fort Sumter.

12 DE ABRIL DE 1861

Not�cias de Powhatan?

Quero saber quando o Fort Sumter
for reabastecido.

� para voc�.

Estamos em guerra.

NO PR�XIMO EPIS�DIO DE LINCOLN:

- Espero que se realistem.
- Sim.

Porque preciso de todos voc�s.

- O que voc�s querem?
- � sobre aquele seu ex�rcito.

Veio saber quando ser�
utilizado novamente?

Deixemos os assuntos militares
para os militares.

Esta guerra n�o se trata
de generais.

Os rebeldes lutam
em sua pr�pria terra.

H� algo a mais tamb�m.

Fa�a disso uma guerra
pela aboli��o

e entregaremos o Kentucky
aos rebeldes.

Trar� revoltas no norte,
massacre nas ruas.

E os rebeldes lutar�o
cada vez mais.

O sangue estar� em suas m�os!

O sangue j� est� em minhas m�os!