All language subtitles for 24 Vd NAMI Inspira Priscila Rooxo

eu comecei a entender o meu trabalho

e comecei nesse estudos ainda muito nova.

Eu morava em São João de Meriti,

agora moro em Mesquita, dois territórios
da Baixada Fluminense

e acho que isso contextualiza um pouco
o meu trabalho também.

Vai nessa parte agora

só toma cuidado pra não vazar.

Esfrego preto pro cabelo dela,

Eu conheci a Rede Nami
já lá pro meus 12, 13 anos, bem novinha

e uma oficina de grafite
que estava tendo no bairro onde eu morava,

em São João de Meriti.

Eu fazia algumas coisas assim na rua,
mas não tinha um preparo material.

E o incentivo que eu tive aqui na oficina
porque eu estava lá

em São João, quase não conhecendo
sobre o que era a vida.

Nunca imaginava poder trabalhar com arte,
poder viajar.

Então a Regina Mia lá me trouxe
referências,

me trouxe artistas
que já tinham essa carreira,

que já trabalhavam com isso,
me trouxe um suporte de base,

que foi uma área onde eu podia estudar,
conversar e trabalhar sobre aquilo.

Um ambiente acolhedor, com mulheres,
com pessoas que estavam comigo

pra tanto pesquisar,
conta, entender meu trabalho.

Então, bem nova ali eu fui.

Eu fui fazer a oficina
logo depois as pessoas, as meninas daqui

nada me entenderam que eu já conseguia,
que eu já conseguia desenvolver bem

e fui ser oficineiro.

Com meus 15 anos
eu já comecei a dar oficina,

aula de grafite
pra outras meninas da Nami também,

de várias faixas etárias,
de vários lugares do Rio de Janeiro.

Então aquilo dali pra mim
também foi me moldando e entendendo

a experiência
e a vivência de outras outras pessoas.

tanto quanto esse ambiente confortável,
mas também conta uma referência

e uma perspectiva de vida
para uma menina que veio de onde eu vim,

que não entendia como era passar a saber

que a gente pode chegar em outros lugares
e conhecer outras esferas.

então ali

em 2020, no período Pandemic,
O que a gente estava vivendo?

eu me vi sem muito o que fazer.

Eu não podia ir para as ruas pintar.

Eu não conseguia usar os materiais
de grafite dentro da minha casa.

E aí eu pensei Bom,

o que eu posso fazer agora para continuar
pesquisando esse meu trabalho?

eu me vi a começar a pintar telas.

No início foram folhas,

depois eu comecei a pintar telas. E ali,
bem naquela coisa de estudo.

Até que eu
pensei que estava tendo uma grande

era das exposições e do estúdio on line.

E eu pensei Não, eu vou fazer o meu.

e com a ajuda de alguns amigos meus,
eu criei a exposição on line Soledade.

e as pessoas começaram a ver
que estava muito bom,

que esse tipo de coisa que eu estava
fazendo, a pintura estava muito legal.

E aí foi a primeira venda que eu tive.

E aí foi que eu entendi.

Caraca, dá pra fazer dinheiro com isso?

Eu gente agora é real todo ano e que
é um negócio que dá pra fazer umas coisas.

Então eu preciso continuar nisso.

Porque a grande realidade da gente

é que a gente precisa de dinheiro
e isso precisa ser dito.

O artista precisa de dinheiro,
ele precisa se manter,

ele precisa levar o trabalho dele
como uma profissão.

É uma carreira mesmo.

Então eu ganhando dinheiro ali,
já me deu um gancho em um golpe pra

eu continuar
trabalhando e me afundando mais naquilo.

E ai, precisando estudar mais um pouco
aquele meu trabalho,

eu ganhei um acompanhamento de seis meses
com a curadora Carolina Laureano E ali,

com aquele acompanhamento,
a gente foi fazendo, foi pesquisando,

até que eu tive uma conversa com a Pâmela,
assim,

informal, pertubando,
hackeando o meu sistema.

Como eu podia hackear e pedir
pra que a gente fizesse uma exposição

daquele acompanhamento
e fechamos de fazer.

Em 2022, a mãe Carol na arte Sampa,

um instante individual

E a mãe.

K-On! Foi um grande sucesso.

A partir dali eu consegui adentrar
em outros espaços com o meu trabalho.

Eu participei da história de brasileiras.

No mais agora recente, também participei

da exposição Funk no Museu de Arte do Rio
e também foi uma das ganhadoras do Prêmio

Foco pela Arte Rio em 2022.

em 2023.

Eu entrei como uma das representadas
pela Galeria

Francisco Fino,
uma galeria portuguesa de Lisboa,

e tive também no ano de 2023,
a minha primeira individual lá,

que foi a protagonizando a cena, também
muito recebida em Lisboa

e já conseguindo externar
o meu trabalho para a Europa,

para outros, para outros países.

e em 2024

a gente tem como objetivo e plano
a pesquisa mais afundo.

Estudo sobre o meu objeto de trabalho
com residências, com projetos

e objetos de trabalho,
esse que fala sobre território,

gênero e classe social.

E hoje
eu sou uma das referências de artistas

mulheres, não só da Baixada Fluminense,
mas também do Brasil.

E eu acho que isso começou lá na rede,
na minha,

quando eu comecei dando aula nas oficinas
e as meninas já me viam

como aquela pessoa que estava ministrando
uma oficina, trocando informação.

Até hoje
eu acho que isso dá uma forma de elas

se espelharem e de uma perspectiva de vida
para outros futuros,

para as outras formas de trabalho
e até como uma possibilidade.

A gente
vê que aquilo dali é uma possibilidade

então também agradeço às outras mulheres
que eram referências para mim,

que chegaram lá e que foram me referências
e o de eu estar poder,

podendo ser nessa posição, referência
para as que estão por vir.

minha principal referência é a minha casa.

São as pessoas que eu convivo
e são ao meu redor.

Então eu acredito
que a principal ferramenta que eu tenho

é o olhar e o modo de observar e peneirar

o que viraria ou não a arte.

O que eu posso botar

e serve como mensagem para outras pessoas,
para uma galeria, para um museu.