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UMA SÉRIE NETFLIX

Bruno Valente e o seu Border Collie Kazuza

adoram explorar as montanhas
do Vale de Lauterbrunnen,

na Suíça.

O Kazuza tem sete anos.

Tenho-o desde os seis meses.

Acredito que há uma ligação especial
entre os humanos e os cães.

E foi algo que percebi
ao passar muito tempo com o Kazuza.

Ele olha para mim e percebe

o que sinto. Não é preciso palavras.

Mas eles não estão aqui
pelos passeios revigorantes.

É aqui que Bruno se entrega
ao seu passatempo preferido.

O base-jumping.

Comecei a praticar
há uns seis anos e meio.

Deu-me uma vida.

Portanto, não o considero um desporto.

Adoro que seja no meio da natureza.
É terapia.

Sempre que ia saltar,
pedia aos meus amigos

para cuidarem dele.

E eles diziam que, assim que eu saltava,

ele tentava ir ter comigo.

E isso levou-me a pensar

que talvez ele quisesse saltar.

É um cão de ação.

Em lares do mundo inteiro,

os animais estão no centro
da vida familiar.

Partilham as nossas casas,

mas quão bem os conhecemos?

Nesta série, vamos investigar a fundo
a vida interior dos nossos animais

para desvendar os segredos
que ocultaram até agora.

Dos espetaculares feitos de comunicação…

Alexa.

… ao atleticismo extremo…

… à extraordinária inteligência…

… e aos incríveis sentidos apurados.

Vamos conhecer animais notáveis
do mundo inteiro

cujos donos aproveitaram
as suas capacidades ocultas

e as partilharam com o mundo.

E usaremos tecnologia de ponta

para revelar quão incríveis
são os seus cérebros e corpos.

Na Suíça, o basejumper Bruno
tomou uma decisão arrojada

e construiu um arnês
para o seu Border Collie, Kazuza.

Penso em todos os pormenores

para reduzir o risco ao máximo possível.

Pusemos-lhe um arnês.

Cheguei ao precipício.

Ele estava muito descontraído,
muito calado, a olhar para baixo.

Cinco segundos!

Sim. Cinco segundos.

Tudo indicava que…

… não estava a stressar, não sentia medo.

Sim.

Kazuza!

Depois, saltámos e foi lindo.

Ter o meu cão a voar comigo… incrível.

Como os humanos, os cães têm
um instinto de sobrevivência inato,

mas o elo de Kazuza com Bruno
significa que a sua inteligência emocional

se sobrepõe aos instintos,

ao ponto de estar preparado para saltar
de um penhasco de 600 metros com ele.

Sinto-me muito confortável

e o Kazuza sentia o mesmo,

talvez porque confia em mim.

Ele sabia que, se estivesse comigo,

estava tudo bem.

Considero-o um cão muito esperto,

portanto, de certeza que fugiria

de tudo o que tivesse a ver
com saltar ou voar,

se não gostasse.

Isso é 100 % garantido.

Quando aterra, começa a dar à cauda

e ri-se.

Está muito feliz.

Tento tirar-lhe o arnês

e é muito difícil.

Quer manter o arnês,

porque talvez haja a hipótese
de voltar a saltar.

Esta enorme confiança só é possível

porque Kazuza consegue ler
a linguagem corporal de Bruno.

Todos os cães têm algo de especial,
mas ele…

… é como uma pessoa.

A alma de alguém reencarnou nele.

O Kazuza é como um filho.

A vida familiar
está cheia de oportunidades

e os nossos animais
aprenderam a desfrutar.

E, quanto mais se divertem,
mais espertos se tornam.

VAMOS DANÇAR

Este é Snowball, uma cacatua resgatada
e sensação da dança na Internet.

Os seus entusiásticos movimentos
e notável sentido de ritmo

valeram-lhe quase sete milhões
de visualizações nas redes sociais.

E também chamaram a atenção
de John Iverson

e dos colegas neurocientistas
da Universidade da Califórnia.

Vimos o vídeo no YouTube
e ficámos abismados.

Snowball é uma cacatua-de-crista-amarela

de um santuário de papagaios no Indiana.

Logo que o viram, John e a equipa
perceberam que se tratava de mais

do que um vídeo cómico.

Ficámos atónitos, ao vê-lo dançar.

O que era incrível é que o Snowball
estava mesmo a ouvir a música

e a sentir mesmo o ritmo.

Revelava ter uma assombrosa inteligência

e os neurocientistas contactaram
a dona, Irena, para mais filmagens.

Concluíram que Snowball entretinha milhões

de fãs do mundo inteiro…

… com uns incríveis
14 passos de dança únicos.

O que notámos no processo
foi que, ao continuarmos os estudos,

o repertório de movimentos dele
parecia estar a aumentar.

Isso parece ser quase criatividade.

Mas há que referir
que todos os movimentos dele…

… foram inventados por ele.

A Irena deixou claro
que ele não estava a copiá-la.

E, pelo headbang, a não ser
que a Irena seja fã de heavy metal…

… é mesmo uma coisa dele.

Então, o que se passa afinal
no cérebro de Snowball?

Ainda queres dançar, é?

- Sim.
- Sim.

Como outros psitacídeos,

a habilidade para dançar está ligada
à capacidade de imitar sons e fala.

- Não é justo!
- Não é justo!

Não é.

Não há dúvida de que, para dançar,

há que haver ligação
entre a parte do cérebro que ouve

e a parte que se move.

A fala e a música são muito semelhantes,

sendo ambas uma série de tons e ritmos.

John acha que, se houver
uma área do cérebro que processa a fala…

… ligada à área do cérebro
que faz mexer o corpo…

… pode-se dançar.

O Snowball pode dançar sozinho,

mas é bem mais provável
que o faça se tiver um parceiro.

E, afinal, Snowball não é o único folião.

No mundo inteiro, há papagaios
que se divertem através da dança.

Tanto quanto sabemos,
alguns destes movimentos existem

nas danças de acasalamento.

Mas não se sabe
se dançam com música em estado selvagem,

portanto, pensámos em arranjar
um Humvee com um estéreo,

ir para a natureza,
ligar a música e ver o que acontece.

- Sim.
- Sim.

Quanto mais rico for o mundo dos animais,

mais felizes ficam.

Mas não é tudo.

As capacidades cognitivas
podem ser melhoradas

a níveis extraordinários
com o ambiente certo.

ANIMAIS ATIVOS MENTES ATIVAS

Para o provar,
os cientistas de Richmond preparam-se

para uma corrida sem igual.

As condutoras que se destacaram do grupo,

as mais competentes,
são a Sophia e a Aletheia.

Sophia significa sabedoria
e Aletheia, verdade.

Com ambas ao volante, quem pode perder?

E esta corrida é sobre isso.

Treinaram em separado
e depois juntámo-las.

Sophia conduz o carro vermelho
e Aletheia, o amarelo.

Sophia tem um excelente começo.
Aletheia hesita.

Será que se prejudicou?

A líder distancia-se.

Sophia corta a meta
e recebe o primeiro prémio,

uma árvore cheia de guloseimas.

Seja qual for a nossa disposição,
ver um rato a guiar

é quase como ver um porco a voar.
As pessoas riem-se.

A Professora Kelly Lambert
estuda ratos há 35 anos.

Fascina-a a capacidade que têm
de se adaptar a novos desafios.

Os ratos não têm boa reputação,
mas eu vejo-os por outro prisma.

São sobreviventes
e são muito inteligentes.

Há seis anos, ela procurava
uma nova forma de os testar.

Um colega perguntou-me
se poria os ratos a guiar

e eu disse: "Não. Porque faria isso?"

Mas depois é impossível
não se pensar nisso.

Daí a pouco, estávamos a tomar café

e a pensar no aspeto do carro
e em como pôr o rato a ativá-lo

e a pensar no comportamento dos animais.

Kelly também quis ver
se o ambiente dos ratos

afetava a aprendizagem deles.

A maioria dos ratos de laboratório
está alojada em gaiolas normais.

Têm toda a comida, tudo para viver.

Mas não é interessante.
O cérebro precisa de se envolver.

Fizemos muito com ambientes enriquecidos,

ambientes maiores,
com mais interações sociais

e objetos para interagir.

Quase uma Disneylândia de ratos.

E estar nesse ambiente enriquecido
parece preparar os animais

para aprenderem novas técnicas
ou novas tarefas.

Dos seis do palácio dos ratos,

foram Sophia e Aletheia
que mostraram mais potencial.

Até porque ambas apreciavam imenso
Froot Loops.

Erin Burns é a distribuidora principal
de guloseimas.

Primeiro, pomos os Froot Loops
em cima da gaiola

e, lentamente, introduzimo-los
no ambiente do carro

e deixamo-los comer os Froot Loops,
explorar o carro.

Pomos os Froot Loops dentro do carro,
tentando criar uma experiência positiva.

Tudo culmina com os ratos
a aprender a conduzir.

Ficam junto da alavanca para a recompensa

e têm de tocar nela para a receber.

Moldamo-los.

Depois, têm de carregar na alavanca
e mantê-la em baixo para guiar o carro

e continuar a guiar até ao Froot Loop.

Aletheia e Sophia levaram seis semanas
a aprender a ir em frente.

Mas isso foi só o começo

e rapidamente passaram
a uma condução mais avançada.

Quando os ratos aprendiam
a guiar para a frente,

púnhamos a árvore das guloseimas
onde não chegariam de frente.

Tinham de virar.

Rapidamente, tornaram-se imparáveis.

Estão a aprender o conceito
de sentido e direção,

como uma técnica.

Isso impressionou-me.
Sempre que os vejo, ainda digo: "Uau".

Parece ser positivo para os animais

e ficamos a saber mais
sobre como o cérebro aprende

e se adapta a estes desafios
tão complexos.

O trabalho de Kelly com ratos de corrida
prova sem dúvida

que, se dermos aos animais
uma vida estimulante,

haverá diferença no seu comportamento.

Portanto, é importante desafiar
os nossos animais

e dar-lhes brinquedos diferentes.

E temos de ser ativos.

E os ratos, no ambiente enriquecido,
correm mais e escalam

e faz-lhes muito bem ao cérebro
ser fisicamente ativos.

Felizmente, os ratos condutores
ainda não chegaram às nossas autoestradas.

Mas, nos subúrbios de LA,

há um animal num ambiente enriquecido
que o está a aperfeiçoar como nunca.

O MELHOR É A CASA

Este é Shai Lighter

e como muitos donos dedicados

anseia pelo momento de ver
o companheiro quando sai do trabalho.

Adoro sentir, quando regresso a casa,

que tenho alguém à minha espera.

Bini, vem cá.

É ótimo ter alguém que me vem receber.

E os coelhos podem ser afetuosos.

Ele aparece e lambe-me.

São adoráveis. São como cães.

Bini é um coelho Holland Lop
que está ao cuidado de Shai há nove anos.

Em bebé, o Bini sempre foi muito curioso

e gostava de explorar o apartamento.

Eu olhava-o nos olhos e ele olhava-me

como que para me entender.

E foi aí que percebi
que ele é mais do que um simples coelho.

Bini, anda.

Shai decidiu abrir a coelheira
e deixar Bini à solta no apartamento.

Se um coelho ficar preso
numa gaiola ou coelheira,

não interage com o dono.

Não terão a mesma ligação com eles

e não podem fazer nada com eles.

E depois espantam-se:
"O meu coelho não é tão esperto."

Claro que não. Têm de estar com eles.

Salta! Boa! Outro salto!

E não demorou muito até que Shai
visse outra faceta do seu amigo.

Um dia, vi-o a brincar
com uma bola numa caixa

e decidi que podia ser
como um jogo de basquetebol.

Então, troquei a caixa
por um cesto de basquetebol,

dei-lhe uma bola de basquetebol e…

Olá.

Mostrei-lhe umas manobras
e dei-lhe comida.

E ele percebeu o jogo.

Aprendeu bem as manobras

e gosta do jogo
porque o desenvolveu para si mesmo.

E jogamos este jogo
todos os dias antes de dormir.

Bini acabou por chegar
ao Livro dos Recordes Guinness

pelo maior número de afundanços
marcado por um coelho num minuto:

sete.

Não é só o basquetebol.

Um dia, apanhei-o a brincar com marcadores

e fiquei muito zangado
porque o chão estava todo sujo.

Mas depois pensei:
"Pode ser como o basquetebol.

Se gosta de brincar com algo,
deixa-o brincar."

Anda cá, Bini.

Troquei os marcadores por pincéis

e comprei umas telas.

Mostrei-lhe o que fazer, dei-lhe o pincel.

E ele começou a pintar.

Toma lá.

Fiquei espantado.
Tenho um coelho Picasso em casa.

Os coelhos têm uma excelente memória.

O Bini aprende tantos truques
e nunca se esquece deles.

Às vezes, é como ler o pensamento.

Mostro-lhe o truque e começa a fazê-lo.

É sempre espantoso.

Bini, anda.

Com paciência, amor e muitas guloseimas,

Shai mostrou que um coelho descontraído
pode ser extraordinário.

Acredito que todos os coelhos
podem aprender truques.

Basta dar-lhes comida,
a atenção de que precisam e amor.

E têm de saber que estão em segurança.

E é assim que sabem
que podem confiar em nós.

Graças às redes sociais,
o prazer de viver com os animais

pode ser partilhado com o mundo.

Este ato de desaparecimento é um êxito.

Pode confundir os cães,

mas mostra que sabem
quando estamos a baralhá-los.

Quanto mais brincamos,
mais os animais revelam

a sua espantosa inteligência social.

ANIMAIS ALTRUÍSTAS

Jack e Nikki são dois papagaios-cinzentos

que ajudam cientistas numa investigação

na Fundação Loro Parque, em Tenerife.

São irmãos
e há um elo muito forte entre eles.

Esse elo está a alterar a visão que temos
do comportamento dos papagaios.

Eles e mais 44 papagaios

pertencem à equipa
de Cognição Comparativa do Max Planck,

na qual Anastasia Krasheninnikova
trabalha há mais de dez anos.

Os papagaios são aves muito especiais.

Os papagaios têm um cérebro muito grande.

O que aprendi é que não importa

como achamos que o papagaio se comportará.

Podemos ter a certeza absoluta
de que nos vai surpreender.

A equipa criou uma experiência

para testar a sociabilidade
do papagaio-cinzento…

… com resultados surpreendentes.

Primeiro, ensinaram
uma regra simples a Nikki e a Jack.

Treinámos os papagaios para usarem fichas,

anilhas de metal, como moeda,

que podem usar
como usamos dinheiro para comprar comida.

Separaram os irmãos,
usando um painel com um buraco.

No início, Nikki e Jack
conseguem trocar as fichas por comida.

Mas, depois,
Anastasia tapa a janela de Nikki.

Agora, Nikki tem as fichas,
mas não tem como obter a comida.

O que acontece a seguir é espantoso.

Nikki começa a passar as fichas a Jack

para ele conseguir a comida.

Percebem que o parceiro está
com dificuldades e tentam ajudar.

Ficámos muito impressionados,
porque foi a primeira vez que, com aves,

provámos que, de forma espontânea

e voluntária, se entreajudam.

E este tipo de bondade
é bastante raro no reino animal.

Quando Anastasia bloqueia a janela
de Jack, a situação inverte-se,

e, desta vez, é Nikki quem beneficia.

Usando uma série de papagaios,
Anastasia descobriu

que, quanto mais estreito o elo,
mais fichas passavam entre eles.

O que vemos aqui é algo do género:

"Ajuda-me e eu ajudo-te."

Quanto mais fichas uma ave dá à parceira

mais fichas recebe de volta.

Este trabalho de equipa
requer inteligência e empatia.

Vem do entendimento
de como ajudar um amigo.

Os papagaios são muito sociáveis

e os grupos têm uma estrutura social
muito complexa.

E esta bondade pode ajudá-los

a manter algumas relações em especial.

Acho que sublinha o quão espertos são

e que devemos ter muito respeito

pelos papagaios,
mas também pelos outros animais.

Cuidar do outro é essencial
na nossa relação com os nossos animais.

E, às vezes,
a forma como isso se manifesta

surpreende todos.

EMPATIA

Bill, um lurcher de nove anos,
tem um lugar favorito no jardim dele.

É onde está sepultada a irmã Ruby.

Enterrámo-la debaixo de uma roseira.
Ele deitava-se sempre lá.

Encontro-o sempre lá, no verão.

Será que sabe que ela está lá enterrada?

Acredito que sim.

Acho que sim. Acredito que sabe.

Acredito que sabe.

Sim.

Russell e Michelle
cuidaram de Bill e Ruby desde bebés.

Linda menina, Rubs. Linda menina. Anda cá.

Durante seis anos, Bill e Ruby foram
inseparáveis, até se dar a tragédia.

Ela teve insuficiência renal
e tivemos de a deixar partir.

- Nunca se separaram.
- Eram unidos.

Muito unidos, sim.

De repente,
a irmã desapareceu e não estava.

Depois de ela partir, ele ficou…

- Parado.
- Parado.

Por algum tempo. A habituar-se a estar só.

Não nos queria largar.

- Procurava-nos.
- Estava mais carente.

Deve ter-se sentido sozinho.

Um estudo recente sobre cães
que perderam o parceiro

revelou que muitos tinham
o comportamento alterado,

o que pode ser sinal de depressão,

com 80 % deles a tornarem-se
mais afetuosos com os donos.

Foi exatamente isso que Russell
e Michelle notaram em Bill.

Começou a segui-los para todo o lado.

E, quando Michelle lesionou as costas,

tornou-se claro que Bill
tinha uma personalidade solidária.

Eu estava com muitas dores.

As costas doíam imenso
e não me podia mexer.

E ele ficou ali, junto de mim,
como que a guardar-me.

Porque eu chorava de dor.
Punha a cabeça em cima de mim.

Para a reconfortar.
Sim, era o que estava a fazer.

Mas o casal só percebeu
quão empático Bill era

quando Russell partiu o tornozelo
a limpar uma janela.

Enquanto estive a habituar-me
às muletas e ao gesso,

não liguei muito ao Bill.

Não que não quisesse,
mas foquei-me mais em mover-me.

E não notei em nada.

Até a Michelle dizer algo.

O pobre Bill também parecia
ter-se magoado na pata.

Ou seria mesmo isso?

Quando vi o vídeo, nem acreditei.

Se virem bem, é um coxear exagerado.

Mas, estranhamente, parecia que Bill
podia ligar e desligar o coxear.

Se estava no jardim comigo
ou a passear, parecia ótimo.

Não parecia ter problemas.

Durante dois dias, Bill continuou
a comportar-se assim com Russell

e assim com Michelle.

O casal, preocupado,
levou-o ao veterinário.

Entrou sem coxear e eu disse à Michelle:

"Não vão encontrar nada,
porque não coxeia."

Fizeram vários testes e examinaram-no.

- E não viram nada.
- Não.

Vamos. Sai. Vem cá.

Os cientistas provaram que os cães
sentem uma empatia incrível pelos donos.

Mas a empatia de Bill era de outro nível.

Parecia fingir que sofria

para que Russell se sentisse amado.

Acho isso inteligente.

Decidiu que também quer coxear,
só de olhar para mim

e pensar: "Se calhar,
devia fazer o mesmo."

Quem é o meu lindo?

Vamos lá. Vai.

Acho os cães fantásticos.

Acho que fazem de um lar um lar.

A imitação pode ser
a melhor forma de elogio,

mas também é um claro sinal
de poder cerebral.

Ajuda-os a resolver
as tarefas mais complicadas.

DRAGÕES IMITADORES

Este é Gambit, um dragão-barbudo.

Há uma cancela que o separa
da sua comida favorita, larvas da farinha.

Ele ainda não sabe,
mas a única forma de lá chegar

é deslizando a porta para a direita.

Pobre Gambit. Tão perto, mas tão longe.

Até há pouco, os especialistas em lagartos
duvidariam que ele resolvesse o problema.

Mas os cientistas criaram uma experiência

para ver se eles aprendem a resolver
problemas observando-se uns aos outros.

Treinaram um dragão-barbudo
para abrir a cancela e filmaram-no.

Gambit vê o filme "Como fazer".

O que fará ele agora?

Espantoso.

Gambit fez a ligação
entre o que viu num ecrã

e o seu problema da vida real
e resolveu-o.

Esta forma de aprendizagem social
é um sinal de inteligência.

A inteligência dos nossos animais
de estimação liga-nos a eles.

Mas é também
o que mais valorizam uns nos outros.

CÉREBRO, NÃO MÚSCULOS

Estes são os periquitos Debbie e Bubba.

Não há dúvida de que a bela plumagem
faz de Bubba um rapaz muito bonito.

Debbie parece concordar.

Mas aparece Albert,
que claramente está de olho na Debbie.

Bubba continua acomodado, por agora.

Mas cuidado, Bubba,
Albert tem um trunfo na manga.

Um estudo pioneiro revelou

que as fêmeas não ligam só à aparência.

Albert foi treinado para obter alimento
resolvendo um puzzle.

Bom trabalho e não passou despercebido.

Bubba quer provar
que também é inteligente.

Mas, sem treino, não tem hipótese.

Isso pôs Debbie a pensar.

No estudo original,
só metade dos periquitos machos

aprendeu a resolver um puzzle.

A esmagadora maioria das fêmeas
preferiu os machos com miolos.

Um reflexo, talvez,
das suas origens selvagens,

onde encontrar alimento é crucial.

Lamento, Bubba. Desta vez,
é o totó bicudo que fica com a miúda.

Vimos como os animais
usaram a inteligência

para viver no mundo moderno,
mas não é tudo.

É a inteligência que também lhes permite
conquistar o nosso coração.

Da próxima vez…

A comunicação,

o Santo Graal para todos os animais.

- O que fazes?
- O que fazes?

- Adoro-te.
- E eu.

Como a tecnologia dá voz aos animais.

Foi um momento de iluminação para ambos.

E como, quanto mais os entendemos,
mais eles nos transformam a vida.

Nada me pode acontecer,
porque ele me protege.

É espantoso como o Ted
pode deixar as pessoas tão felizes.

Teddy.

Adoro-o.

Legendas: Celeste Ferraz