All language subtitles for [pt] 23 VD Mural Tapixi

Meu e tapixi sou do Maranhão e estou mostrando
meu trabalho para vocês, estou grata, obrigada.

Meu nome é Tapixi,

sou do povo Guajajara,
sou do Maranhão,

moro há 17 anos no Rio de Janeiro,

sou artesã e trabalho
sobre grafismo indígena.

Então, esse foi o primeiro trabalho que eu
estou fazendo em paredes de rua

Mas eu já pintei quarto de algumas amigas minhas
com os grafismos,

porque eu acho que é importante de conexão
assim e de ser divulgado também

o grafismo indígena.

Essas linhas

é para a gente ter conexão da floresta.

Por isso que o grafismo se chama Proteção.

E esses quadros, como eu falei assim
vou pintar esse quadro de uma cor só

e esses detalhes aqui da linha

é o que eu vou pintar de preto.

E o vermelho eu uso vermelha
para que a gente sempre tenha

lembrar as pessoas, os nossos guerreiros
guerreiras, guerreiras que perderam a luta

Então a cor vermelha a gente usa
para ter essa conexão

Eu uso dois tipos de fita,

essa grossa aqui
para dividir o formato do desenho

Essa do meio que é de cobra,
mais para proteção

e essa daqui é mais para um

um símbolo de guerreiros, guerreiras.

como se fosse de peixe
e também como se fosse de tartaruga.

Por que tartaruga?

Porque a tartaruga,
uma imagem de, de força guerreira.

e achei importante de estar essa pintura
aqui nessa parede,

porque eu pensei muito,
então eu escolhi o nome de proteção.

A gente está aqui acompanhando
a produção do mural da Tapixi Guajajara

que é uma artista contemporânea
e a sua arte reverbera

a luta dos povos indígenas
no Brasil e dos povos Guajajara.

A arte que é essencial
para divulgar as mulheres indígenas

mas também para dar visibilidade

à pauta da luta
dos povos indígenas no Brasil.

eu sou Martinha Mendonça,
sou mulher indígena Guajajara,

sou professora,
pesquisadora, militante e mãe

e faço parte do movimento indígena
tanto na cidade quanto nos territórios.

Vamos falar então sobre marco temporal?

Você sabe o que significa?

Você já ouviu falar?

O marco temporal é uma tese jurídica
que determina

que os povos indígenas no Brasil
só têm direito ao seu território

a partir da data de 5 de outubro de 1988,

que é a data da promulgação
da Constituição Federal de 1988.

A questão do marco

ataca diretamente
os povos originários do Brasil,

porque ela tira o direito originário
à terra.

No caso dos povos indígenas,
nós reivindicamos o direito coletivo

aos território,
que é onde nós desenvolvemos

a nossa saúde, a nossa educação,
os nossos modos de vida.

Nesse sentido, o movimento indígena tem,
ao longo desses anos

se organizado em Brasília, no movimento
Terra Livre, e tem se organizado

com o movimento de mulheres,
na garantia dos nossos territórios,

porque é a nossa forma de conexão com
a natureza, com a nossa ancestralidade.

Por isso, é importantíssimo
que todas as pessoas, independente

de serem indígenas ou não,

precisam estar dentro desta luta
com os povos originários.

E se você ainda não é inscrito
no canal da NAMI

dá um like nesse vídeo
e se inscreva no canal.

Eu começo a pintar por fora

por cima da fita
e vai botando por dentro da tinta

Aí depois eu passo o pincel no meio pra

que fica bem bem a linha certo.

às vezes muitas pessoas me perguntam
“mas você não mede assim

o tamanho, com com régua, essas coisas”

não, vem tudo no meu olho
e mesmo assim tem essa conexão também.

Quando eu vou pintar uma pessoa,
não é a pessoa que vai escolher

a pintura,
já vem já a minha mesma da cabeça.

Os grafismos.

Então é isso.

Não tem erro,
não tem dificuldade para fazer a pintura.

Qualquer pessoa pode fazer em casa,
com ou com a criança de casa.

É uma tecnica bem
rápida, assim é fácil também.

A nossa luta pelo território

é uma luta também contra o racismo.

Pessoas indígenas sofrem racismo
todos os dias, em todos os espaços,

ao serem questionadas sobre o seu fenótipo
sobre a sua identidade.

Ou mesmo quando questionam
a utilização de tecnologias,

a história do nosso país
é a história do apagamento

das nossas identidades
e das nossas memórias.

Por isso, é importante
que a gente consiga olhar ao nosso redor

e perceber quais são as pessoas indígenas
que estão no nosso entorno.

Se entende pessoas indígenas,
aquela que está dentro da

dentro da floresta, estereotipada, nua

e não identifica pessoas
que estão em todos os espaços.

Tem pessoas indígenas, médicos do coração,
tem pessoas indígenas na arte,

tem várias figuras na arte,
como Daiara Tukano,

Jaider Esbell...

E tantos outros que estão
nesse meio da cidade

e que são negligenciadas
e não identificadas como indígenas,

porque não está dentro do padrão
que pessoas brancas desejam que estejam.

Então é muito importante
que a gente consiga

se conscientizar,
conscientizar o outro sobre a existência

e a resistência dos povos originários,
dos povos indígenas no Brasil.

Nós somos contemporâneos.

Nós sempre fomos contemporâneos,
nunca deixamos de existir.

São 523 anos de resistência

e a gente continua em todos os espaços.

E você, conhece outros artistas indígenas?

Coloca aqui no comentário.

As linhas do grafismo

sempre me remetem aos nossos movimentos,
ainda que a gente esteja em espaços

diferentes, tanto do território
quanto da cidade.

A gente está sempre se encontrando.

E o grafismo,

muita gente fala que os povos indígenas
não têm escrita.

E a gente sempre se comunicou
com as nossas imagens, os grafismos...

Então, exatamente,
foi para isso que usei essas linhas.

Até acabei explicando para as pessoas aqui
que às vezes

até parece que vai se encontrar,
mas não se encontra, para vir as energias

de outras pessoas
também de outras para longe também.

Então achei muito importante de botar
essa linha, de não conectar de frente.

Porque nós somos 305 povos,
mas somos diversos das nossas culturas,

é preciso dar visibilidade.

Por isso, a importância
proporcionar a divulgação

dessa produção de corpos
que anteriormente eram invisibilizados,

são menosprezados, inclusive no seu saber
e no seu fazer.

e a gente espera que o jovem, os que hoje

estão no campo da arte,
que estão nas escolas, discutam, pesquisem

e tenham olhares outros
para ver os povos indígenas.

E garantir que profissionais da arte,
todos estejam representados

e sejam visibilizados
na sua arte de fazer.

Eu queria que você
também fizesse também.

Pode fazer dentro de casa,
que é uma técnica bem fácil,

e você pode fazer chamar seu filho
ou amigos, vizinhos, para fazer

tanto como na parede ou na roupa
o que você quiser pintar também.

Você pode fazer também usar fita
crepe e você fazer dentro de casa mesmo.

Ensinar para o amigo e marcar a NAMI

É isso galera!

Beijo, tchau.

Essa erva só irá ficar toda ruim para o.