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O DESTRAVADO DO TÁXI AMARELO

Boa noite, Sr. Ugo.

É sempre uma boa noite
quando se é rico, rapaz.

Um momento, Sr. Ugo.

Espera! Apanha o novo monograma
que o meu alfaiate fez. Vai!

Cópias para todos.

- Que parvalhão.
- Sim, no seu melhor dia.

Ei, o Sr. Eletricidade está
prestes a ligar-se à tua vida.

- Vejo-te depois.
- Parvalhão.

A minha miúda
esta noite está em grande.

Muito obrigada.

Está bem, está bem, está bem.
Obrigada.

Queria que soubessem
que agradeço tudo isto.

Vou fazer uma pausa e beber água.

E deixar a banda trocar as camisas
ou o que mais estiver molhado.

Não saiam daí, porque o espetáculo
de talentos amadores vai breve começar.

Carne fresca!
Carne Fresca!

Em cima deles, animais.
Em cima deles.

Táxi!

Táxi!

Táxi!

Como estão? Linda noite.
Querem boleia?

Queremos ir a um bar de sushi.

Vamos lá. Podem entrar.

Sushi, não é?

Digo-vos, bares de sushi
é algo que tem vindo a crescer.

Vejo bares de sushi a
aparecerem por aqui, por ali.

Em todo o lado. Agora,
confidencialmente, só cá para nós...

Não acham que comer peixe cru
vos faz mal à saúde?

Para mim é como andar num campo
mastigado por uma vaca, compreendem?

Agora estão na América,
têm de comer comida italiana.

- Ah, Ravioli.
- Ravioli. Isso mesmo.

Rock n' Roll.
Cuidado.

Ei, ei, ei, meu amigo. Tira as mãos de
cima da cantora. É propriedade particular.

- Vemo-nos mais tarde na nossa casa?
- Na nossa casa?

- A que horas?
- Que tal no próximo século, Freddie?

Mulher que adora judiar.
Quem está a bater?

Ei, Maurie!
Olha quem aqui está.

- Esquece isto. Prefiro estar em casa.
- Senta-te no meu escritório. Quero conversar.

Maurie, acredites ou não, o tipo
que vais esta noite é puro dinamite.

- Que tal um copo de água fresca?
- 3 cervejas e um whisky com gelo.

Não trabalhes demais, Jessie.

Olá, ouve, obrigado pelo
empréstimo. Salvaste-me.

- Vou pagar-te o mais rápido possível.
- Não te preocupes com isso.

Se fosse com o Freddie,
sabes como seria o pagamento.

Não é a toa que
o chamam de Relações Públicas

- Lá vem o sultão miserável.
- Que bom...

- Aqui está ela!
- E... aqui vai ela!

Vá lá, querida...
Diz-me a verdade.

Hoje tiveste saudades minhas,
não tiveste?

Não. E que história foi
aquela da nossa casa?

Foi engano,
queria dizer minha casa.

Salvei-te ou não
daquele artolas?

Freddie, não me envolvas
nas tuas fantasias.

Eu nunca quis nada contigo

Não ia a tua casa nem que houvesse uma
praga de formigas e eu trabalhasse nisso.

Gosto de mulheres inseguras.

Que tal jantarmos depois do espetáculo?
Eu pago, sem problemas.

Perdi o apetite.

Ei, miúda! Deixa-me dizer-te uma coisa,
não pressiones demais, está bem?

O que vais ver esta noite é a minha nova
descoberta... vai ser a minha nova estrela.

Esse tipo vai dar-me uma fortuna,
para variar... Estás-me a perceber?

Não tenho estado mal para ti.

Bem, tenho de admitir que gosto
de te ter por perto...

como fonte de inspiração.

Esquece o jantar, um almoço, amanhã?
Eu pago, sem problemas.

- Quando vou ter o meu contrato de volta?
- Tu sabes...

Freddie, existem 2 tipos de pessoas
neste mundo e tu não és nenhuma delas.

Vocês estão bem?

- Desculpem-me por isto.
- Não faz mal, foi muito interessante.

Sim, é bom para descontrair. Às vezes
sinto isto a crescer dentro de mim...

tipo stress, então grito... YEAH!
YEAH! YEAH! QUERIDA! Estão a perceber?

O stress e sandes light matam
mais taxistas que qualquer coisa.

Tirando isso, Nova York
é um lugar muito porreiro.

Ok, bar de sushi não.
Queremos ir a um lugar de cowboys.

Lugar de cowboys!
Está certo. Conheço um lugar.

Oficialmente não o posso recomendar,
mas conheço um lugar desses.

Segurem-se.
Banzai!

Ora bem, acalmem-se lá,
seus animais.

Está bem... Vá lá.
Comportem-se.

É um momento sério
aqui no Rhinestone.

Esta é uma noite muito especial.
Senhoras e senhores aqui no Rhinestone...

Porque esta noite neste mesmo palco,
vamos testemunhar o nascimento...

da fabulosa nova sensação
da música country.

Vá lá ver,
parem com isso!

Vamos dar uma calorosa
recepção Rhinestone...

ao incrível,
o verdadeiro cowboy...

o efervescente, o intoxicante,
o Sr. Elgart Brunson.

Ei, é o João Mauzão.

Calem-se.

Se tocar isso mais uma vez, Sr. vai
engolir isso como se fosse um aperitivo.

Este gajo é sério.

Como pode ele ser sério
se tem um pato na camisa.

Esta é uma canção que escrevi
para a minha namorada.

Eu disse que ele era bom.
Não acabou, espera.

Tem calma.

- Responsabilidades para colheita?
- Disse para cortar as obrigações?

Ei, isto aconteceu mesmo
com minha a Loretta.

Pisga-te daqui.

Estou impressionado. Deves ter um
dom especial para trazer alguém assim.

Esquece-o. Maurie, na próxima semana
trarei um que vai explodir este lugar.

Ele vem da Índia e canta música
country melhor que ninguém.

Espera até o veres.

Usa o turbante por debaixo do chapéu
e esporas nas sandálias. Brilhante.

Não estou interessado.

Mas por esta Sra. talvez
possa fazer alguma coisa.

Ei, ei, ei.
Fala comigo.

Eu tenho todos os
contratos dela, meu amigo.

- Tens a minha simpatia.
- Vejo-te na semana que vem.

- Não acredito em ti.
- O que foi?

Perdes tempo com qualquer anormal que
tenha uma viola e não fazes nada por mim.

- Porque estás tão chateada?
- Porque, enquanto eu estiver sob contrato...

com um sem-talento como tu,
nunca sairei daqui.

O que é que é preciso para
terminares o meu contrato? O quê?

E não digas o mesmo do costume.

Eu nunca disse uma coisa dessas.
Que se passa contigo? Que tal 30 minutos?

- Freddie.
- Sim?

Não passas de um tonto egoista...

que perde o tempo a tentar tornar
esses amadores em cowboys Rhinestone.

- Achas mesmo?
- Mesmo.

Se eu tivesse metade de uma
oportunidade podia tornar...

qualquer amador num cowboy Rhinestone.
Faria melhor do que tu. Podes crer.

- A sério?
- A sério.

- Queres apostar comigo?
- Apostar o quê?

Que podes tornar qualquer
palhaço num cowboy Rhinestone?

- Podes apostar.
- Então vá, meu anjo, digo-te uma coisa.

Eu vou dar-te duas semanas,
depois de eu encontrar alguém...

terás todo o
dinheiro que precisares.

O que tens a fazer é, que o teu
candidato atue uma vez ao vivo no palco...

sem ser devorado por estes
animais, aí serás uma vencedora, mamã!

Ok?

- O que tens para apostar?
- Aposto os 3 anos que faltam do contrato.

Se eu ganhar rasgas o contrato.

Adoro uma mulher de coragem.
Está bem. Vou dizer-te uma coisa.

Se ganhares eu rasgo o contrato.
Se perderes, o contrato mantém-se...

mais 5 anos acrescentados.

- E dormes comigo.
- Prefiro arder no inferno...

O que foi? De qualquer forma
sairás grande vencedora.

Está bem, eu aceito a aposta.
Mas vamos acertar uma coisa.

Nada de anormais, leprosos ou pessoas
mortas. Só pessoas normais. Percebeste?

Queres dizer, ninguém
extraordinário como eu.

Apenas pessoas normais.

Vá lá.

- Boa voz, o que achas?
- Acho que terás uma morte feia.

Vais andar picada comigo, é?

Bela audição, amigo.

Vamos.

- Então?
- Vá lá, Freddie. Para com isso.

O que queres dizer? Este tipo tem
um talento musical natural. Olha só.

Estás a tentar arranjar maneira
que eu não tenha hipótese nenhuma.

Então, querida. Acordo
é acordo e tu estás a recuar.

Não estou a recuar.
Nunca recuei na minha vida.

Recuaste, recuaste, recuaste.

Está bem, o próximo tipo normal
que aparecer é meu. O próximo.

Digo-te. O próximo que aparecer
à minha frente. Qualquer um.

Viram aquilo?
Viram aquilo?

Ei, vais aonde?

Volto já.

Volta aqui, seu malandro!
Sei quem tu és!

Ei, ouçam.
Vocês estão bem?

Peço imensa desculpa, mas
ele atravessou-se à frente.

O bar cowboy fica ao fundo da rua.
Fica daquele lado.

Não vos vou cobrar nada,
mas a gorjeta é opcional.

Olha-me isto. Quem vai pagar...
Alguém viu alguma coisa?

Um taxista de Nova York
não é um tipo normal.

Espera aí,
não concordei com isso.

Não estás à espera que eu
torne aquilo num cantor.

Eu sei.

Onde andam os leprosos
quando é preciso um.

Bem, parece tudo bastante simples.

Penso que não é preciso nenhum
diploma, de certeza que ninguém...

nesta mesa tem um, exceto eu...

Para se perceber
como funciona a aposta.

Então, o que me dizes?

- És de onde?
- Venho de Nova York...

Ok, namoradeiro, o que
pensas da aposta? Diz lá.

- Qual aposta?
- A aposta sobre cantar.

O quê, estás a gozar? Não gosto dessas
coisas campónias. Só podes estar a brincar.

Além disso, estou a tentar
conversar com ela. Importaste?

Então, pisga-te.
Está bem?

Estás interessada em dançar?
E, talvez, ter um envolvimento romântico.

Freddie, parte do
acordo é sem esquisitos.

Não podemos escolher outra pessoa?

Espera aí.

Um táxi novo foi
destruído por tua causa.

Ao menos podias ser
mais amigável, o que achas?

O que queres dizer,
por minha causa?

Por tua causa porque estava a olhar
para ti em vez de olhar para o trânsito.

É isso que quero dizer.

Oh, Senhor...
Mais um cão com cio.

Cão com cio?

Eu, o Nick?

Sabes, és muito bem parecida.
Não há dúvidas disso, querida.

Mas não estou assim tão
desesperado para conhecer ninguém.

Espera um minuto, amigo.
Desculpa. E a aposta?

Podes apostar que estou
de saída e ganhas.

Feliz continuação...

Estou aqui.

Ei, espera aí.
Vem cá.

Tenho uma coisa
importante para te dizer.

A que horas queres eu vá
a tua casa esta noite?

Estás a falar do quê?

Parece que não percebeste
mas perdeste a aposta.

Então, quando é que
recebo o meu prémio?

Ouve lá, Dr. Amor Estranho,
acabou a aposta, ele não aceitou!

Querida, essa dor de
cabeça é tua, não é minha.

Deixa-me perguntar-te...
Preferes por cima ou por baixo?

Vais estar por baixo do rio Hudson
se não me deixares em paz, Freddie.

Gosto de miúdas que jogam duro.
É na boa.

Então, esta é tua noite de sorte.

Porque estás a 2 segundos de ficares com
esse casaco desportivo horrível estragado.

Espera um segundo.
Eu ganhei, tu perdeste, então tu pagas.

- Chega-te para trás, Freddie.
- Faz isso outra vez. Vá lá.

Se queres insistir com essa
aposta estúpida, tudo bem.

Mas deste-me duas semanas, lembras-te?

E da próxima vez que
te sentires romântico...

- Sim...
- Não me chames.

Porque não tentas no Jardim Zoológico?

Vem cá.

- Acidente? Qual acidente?
- Não sabe? No lado oeste.

Não tivemos nenhum
acidente esta noite.

Amachucou o lado direito todo do táxi.

Ai sim?

Não houve nenhum acidente a noite passada.
Provavelmente foi de outra companhia.

Não. Dizia "Táxis S & J" na porta.
Eu própria vi.

- Como era o motorista?
- Tipo valentão.

Tipo...

Aquele mesmo.

Tony, então como estás?

Estás diferente esta manhã.
Fizeste risco ao meio?

- Tony, vá lá. Posso explicar.
- O que é isto?

O quê?

- Isto.
- Isto?

Isto! Isto!

Isto está um bocadinho amachucado.

Bocadinho amachucado? Isso foi
uma colisão. És o quê? Maluco?

Eu desviei-me para não
aleijar uma velhota.

Era melhor teres aleijado ela
do que o meu carro.

Sabes o que aconteceu ao último
que deu cabo dos meus carros?

Não consegue andar.

Tony, tem calma.

Dá para ver que és uma
pessoa muito emocional.

A tua cara está a ficar vermelha.
Eu também sou um gajo emocional.

Vê os meus olhos.
Não dormi a noite toda.

Adoro o meu trabalho. Adoro a empresa.
Até me visto como um táxi!

Olha-me o táxi... Quero-te daqui para fora.
Sai daqui com essa roupa horrível...

e esse estúpido dominó.
Quero todos fora daqui.

E leva a Mae West contigo, está bem?

- Estás a insultar a minha roupa?
- Esta roupa aqui mesmo.

A roupa que estou a usar?

Estas roupas horríveis, aqui mesmo.
Quero isto tudo fora daqui.

Esquece. Não aprecias nada de moda.
Eu demito-me.

Realmente és um idiota, não és.

- Estiveste bem, Humpty Dumpty.
- Quem é o Humpty Dumpty?

Ei, olha. Não queria
que fosses despedido.

Fazes-me um grande favor?
Sai da minha frente. Está bem?

Eu posso ajudar-te.

Sim, fazendo-me perder o trabalho,
sua Bimba Pacóvia.

- Bimba?
- Não, Bimba Pacóvia!

Não podes falar assim comigo.

Ai não posso? Está bem.
Lê-me os lábios, Pequena Margarida.

Algumas pessoas podem
achar-te muito gira...

Mas cá eu, o Nick, acho ridículo
não aceitares uma rejeição.

Porque não te vais embora enquanto a
carroça de feno está de abalada. Está bem?

Podes sempre
arranjar outro emprego, sabes?

És alguma conselheira? Gosto deste
trabalho. Tenho boas lembranças daqui.

Más lembranças.

- Ei!
- O quê?

Ouve, talvez eu consiga
o teu trabalho de volta.

E como farás isso?
Pedes um favor à Fada Madrinha?

O Freddie disse que pagava
as despesas todas da aposta.

Podemos dizer que só aceitas
entrar se ele pagar o arranjo.

- Consegues fazer isso?
- Consigo fazer isso.

- Ele fará isso?
- Ele fará isso!

- De certeza?
- De certeza.

- Podemos ir ver o Freddie?
- Ok, mas não te aproveites de mim.

Ah, então! Pensas que sou quem?
O Pai Natal? Vi o estrago daquele táxi.

Adorei ver-te nos
"Soldados da Fortuna".

Estamos a falar de, talvez, 2000
dólares para meter o carro como novo.

Ela tem uma irmã?

Se julgas que vou largar 2000 dólares para
este palhaço, é melhor pensares de novo.

- Palhaço?
- É só uma palavra, sim?

Ele é do tipo sensível?

- Não pagas, eu ganho. O contrato é meu.
- Espera. Espera. Espera um minuto.

- Está bem.
- Olá, boneco.

- Se tu ganhares...
- Foi da radiação, hein?

eu pago o arranjo. E vou
mostrar-te que tipo de homem sou.

Vou meter rádio Am e FM, ar condicionado
e janelas automáticas. O que dizes?

- Mete isso tudo em papel.
- Combinado.

Não te esqueças de meter perfume quando eu
for receber meu o prémio. Pois eu adoro!

Podes falar baixo, por favor?
É melhor irmos embora.

- Ei, do que estás à espera? Vamos.
- Espera, ainda não combinámos o meu preço.

Qual preço? Disseste que
querias o arranjo, não foi?

Não, não. Ela disse isso. Eu, realmente,
Freddie... Eu gostava de ter...

gostava de ter o meu próprio táxi.

- O quê?
- Sim.

Espera.
Espera. Espera!

Já alguma vez cantaste ao vivo,
à frente de uma plateia, hein?

Não, nunca.

O que pensas da música
country? Vá lá, conta-me.

É pior que fígado.

Pior que fígado.
Isto é um ódio muito sério

Temos um acordo.
Leva-o daqui.

- Agradecido, Belo espaço.
- Sim, obrigado.

- Cuida-te.
- Tenham umas ótimas duas semanas.

Ele ficou chateado comigo
porque pedi um táxi, certo?

Vamos pensar assim, não tinhas
nada a perder, fizeste bem.

Precisamos de ensaiar,
temos de começar em breve.

Preciso de cantar uma música.
Quão difícil poderá ser?

Sim, mas também tens de aprender
a agir em conformidade.

Deixa-me dizer-te algo. É tradição no
Rhinestone destruir qualquer cantor novo.

- Tocas algum instrumento?
- Toco algumas notas no orgão de casa.

Escuta isto, porque não vais a
minha casa ensinar-me a música nova?

Ir a tua casa? Imagino que seja para
me mostrares o teu orgão, certo?

Porque achas que te estou a mentir?
Eu realmente tenho um orgão grande!

Obrigado.

Está bem, vamos a tua casa
e mostras-me o teu orgão.

Mas aviso-te, é melhor
que saia música dele.

Podes crer.

AGÊNCIA FUNERÁRIA MARTINELLI

- Vives numa funerária?
- Não, eu moro por cima. Vamos

Vamos no meu elevador particular.

- Onde é que vamos?
- Vamos para a penthouse.

E porque não vamos pela
porta da frente como todos?

Tu podes, se não se importares de passar por
cadáveres, caixões, zombis e coisas dessas.

Então vá, não rasgues
os meus cortinados.

Ok, salta para cá.

Porque alguém no mundo mora
por cima de uma funerária?

Porque ela é do meu pai.

- Onde está o orgão?
- Na sala do orgão, é claro.

- Na sala do orgão?
- Sim. Não têm todos uma.

Aqui está ele. Eu disse-te
que tinha um orgão grande.

- É mesmo um grande orgão.
- É mesmo. Bem, vou deixá-lo aquecer.

Não me parece.

- Porque não começas e tocas algo?
- Tipo o quê?

- Não interessa. Qualquer coisa.
- Qualquer coisa?

- Qualquer coisa.
- É agora.

Esta coisa precisa de harmonia.

Obrigado e boa noite!
Não te disse que sabia cantar?

Até à próxima digressão.

Que diabo se passa contigo?
Ficaste maluco?

Só pode. Maluco.
Olha ali.

Que a vossa mãe fale com os anjos,
está bem? Desculpem. Com licença.

Escuta, pai...
Peço desculpa por...

Desculpas... Já te disse umas 50 vezes,
nada de cantorias durante o trabalho.

Está bem.

- Quem é a cowgirl?
- Jake, este é o meu pai. Pai, a Jake.

- Boas.
- Quer dizer, tudo bem?

Eu sei o que significa. Eu li.

- Ficas para o almoço?
- Não.

Sim. Obrigada.

- Nada de Tutti-Frutti, percebeste?
- Está fora do meu reportório, juro.

O quê?

Mamma mia...

Esta miúda tem cá um corpo!
Meu Deus!

Aguentas com ela?

- Vou tentar.
- Se não chama-me, percebeste?

- Está bem.
- Chama-me. Vou estar aqui.

Eu sei.

- Chama-me, caraças.
- Eu chamo.

É o pai.

Então, como é que chamas àqueles
gritos e aos braços a chocalhar?

Então, o orgão está
um bocadinho desafinado.

Além disso, em primeiro lugar
eu nunca disse que era assim tão bom.

E preciso de treino.

Se vais cantar música country, terás de
pensar, andar, falar e dormir com ela.

Porque não falamos sobre
isso durante o almoço?

Está combinado!

Amigável...
És uma linda senhora...

Vocês comem assim todos os dias
ou pretedem abrir um restaurante?

Obrigado, mãe. Estava ótimo.
Não, isto é normal. Porquê?

Por nada, já vi cidades inteiras
consumirem menos que isto.

Além disso, vai ser muito
diferente para onde vamos.

Para onde vamos?

- Sim, para onde vão?
- Vou levá-lo para minha casa.

- Onde fica a casa?
- No Tennessee.

Mas esta é a casa dele,
não precisa de ir para outro lado.

Mas ele não vai aprender
nada de novo aqui, pessoal.

Agora é que foi.

Ele já aprendeu tudo o que precisava.
O cérebro dele parou de crescer. Capito?

Ele não precisa de ir a
lugar nenhum para aprender nada.

Mãe, não quero ferir
os teus sentimentos. Mas...

O que quiseste dizer com,
o cérebro dele parou de crescer?

Tens um microscópio na minha cabeça?

É que falta-te maturidade.

- Eu não sou maduro?
- Não és. Vê como te vestes, é só olhar.

Sinceramente, Nick...

Se não fazes nada como deve ser aqui,
como é que vais fazer lá?

Esquece isso.
Sê um pasteleiro.

Nick, meu filho.
Eu quase morri quando tu nasceste.

Mas não vires um cowboy.
Por favor.

Eles até apanham doenças
por dormirem com animais.

Se saíres alugamos o teu quarto.
Estás a ouvir?

Vais envergonhar-nos e
a ti próprio, estúpido.

Espere aí, ninguém vai envergonhar ninguém.
Este homem será um cantor de country.

Ele vai ganhar a aposta, vai ganhar
o meu contrato e vai ganhar o táxi.

Mas o principal é que ele vá lá.

Bem, agradeço a hospitalidade e
o facto de ter dado à luz este rapaz.

E já agora, prometo que o alimento
com pizza, uma vez por dia, ok?

Vens?

Mãe, depois arranjas-me
uma cópia desse discurso.

Mãe! Mãe... Está bem.
Está bem. Eu juro...

- Se não aguentares liga-me. Estou aqui.
- Eu ligo-te.

- Prometes? Liga!
- Ciao!

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Novamente

Cuidado. O que é isto, uma concentração
de ovelhas? Cuidado com os sapatos!

São ovelhas assassinas?

Que bela recepção.

Vieste aprender sobre música country,
então porque não começar agora mesmo.

- Anda.
- Elas queriam os meus sapatos?

Olá, Jake.
Como estás?

Olá, Miss Tubbs.
Como está? Prazer em vê-la.

Olá, Hugem. Sr. Polk.
Viram o meu paizinho?

Hoje ainda não.

Quero que conheçam
um amigo meu, de Nova York...

Este é o Nick Martinelli.

Boas.

- Cumprimentamos dessa forma.
- Queres ver o Nick a responder?

Como é que está tudo, companheiros?

Oh, muito maduro, Nick.
Ali está o paizinho.

BEM-VINDA A CASA, JAKE

Não te armes em esperto
Estás aqui para aprender.

- O que estão a fazer?
- Um piano.

Tchau.

- Ele é um bocado lento, não é?
- Bastante lento.

- Oh, como tive saudades tuas.
- Também tive saudades tuas, querida.

- Olha bem, estás linda.
- Obrigado, paizinho.

Quer que conheças alguém.
Este aqui é o Nick.

Boas.

- O que é que ele está a fazer?
- Tenta dizer boas, de maneira diferente.

- Oh, olá.
- Como está?

- Estou bem.
- Ainda bem.

Bem, mal posso esperar
para ir para casa!

Podes levar as malas?

Com licença. Está feito.
Obrigado. Malas, ok.

Querida, ele é meio lento, não é?

Oh, ele fica bem, paizinho

Raio das galinhas.

O que não entendo é o que
acontece se perderes a aposta?

Isso é o que eu ia perguntar.
O que ganha o Freddie?

Nada, eu só não recebo
o meu contrato de volta.

- Só isso?
- Só isso.

Então, alguma novidade
por aqui, paizinho?

O Lem Kerner comprou um porco novo...

Tem os maiores tomates
que eu alguma vez vi na vida.

Maior do que aquele
vermelho do Starkwell?

- Penso que sim.
- A sério?

Pensei em passar lá para
dar-mos uma olhadela nele.

Está bem.

Também gostavas de ver, Nick?

- Uns grandes tomates?
- Sim.

Não, obrigado. Já tive
bastantes emoções para um dia.

Está bem.

BANDA DONINHAS SELVAGENS

- O que achas do Nick?
- Com um pouco de trabalho vai resultar.

- Não, quero dizer tu e ele?
- Oh, paizinho, não sejas ridículo.

Não acho que seja ridículo.
Um pai só quer que a sua menina...

encontre um bom rapaz
e assente.

A última vez que me disseste isso
apresentaste-me ao Barnett Kale.

Peço desculpa por isso.

Falando do Barnett, ele sabe que estás
cá e que o Nick está cá também.

É melhor ele ficar afastado de mim
e afastado do Nick também.

Já chega de ensaios.
Vamos mas é chamar o nosso...

novo cantor e ver
o que ele é capaz de fazer.

- Anda lá, Nick.
- É agora.

Há sempre uma primeira vez.

Ei, é bom ver-vos, Tennessee.
É ótimo estar aqui.

E quero agradecer a todos por
comparecerem no meu, estão a ver...

primeiro concerto ao vivo.

Tenho uma música especial
que me lembra o meu bairro.

É algo assim...

Esta viola precisa de ser afinada.

Isso foi assustador, filho.

Por um minuto pensei
que fosses explodir.

- Deixem-me tentar novamente.
- Não!

Porque não me dizem
realmente como se sentem?

Deixa-me mostrar-te como...

um verdadeiro músico
country se move.

- É isso, só esse movimento?
- Isto é country.

Isso é rigor mortis.

Tens piada.
Mostra-me um acorde.

- Sabes tocar alguma música country?
- Se eu sei tocar country? O Nick?

Cheguem-se para trás.

- Espera. Vais acabar por te aleijares.
- Pensava que estava a ir bem.

Descontrai-te...
e segue-me.

Podemos ir ver aquele porco agora?

És um bocado apressado.
O country não é.

- Minha nossa.
- Mas ele será country, paizinho.

Só precisamos de
concentrá-lo em country.

A primeira coisa que um cowboy
aprende é andar a cavalo.

- Isto são procedimentos normais?
- Aqui nada há nada de normal.

- A sério. Como estou a ir?
- A vaca e tu não estão em sintonia.

Quer dizer que não combinamos?
Pare este Big Mac, está bem?

Algo está aqui apertado.

- Isto é um cavalo.
- Bem me parecia.

- Podes fazer festas. Não te morde.
- Lindo rapaz.

Há duas coisas que tens
de lembrar sobre cavalos.

Primeiro, nunca passes por
trás dele. Pode dar-te um coice.

- E essa é a outra.
- Lá se vai o concurso de dança.

Vá lá, Nick. Tenta divertir-te.

Toca essas colheres.
Vais dizer-me que isto não é divertido?

Muito.

Pensei que ias gostar. Vá lá, Nick.
Não sejas tão quadrado.

Demais.

Vá lá, tenta de novo.

Eu conheço um tipo que é tão feio...

que tem de pendurar uma
costeleta de porco ao pescoço...

para o cão brincar com ele.

Não, não. Tens de falar
com algum sentimento, Nick.

Age como se sentisses isso.

- Diz de novo.
- Está bem.

Eu conheço um tipo que é tão feio...

que tem de pendurar uma
costeleta de porco ao pescoço...

para o cão brincar com ele.
Muito bem!

- Espera.
- Vais-me corrigir?

Sim, um verdadeiro cowboy mistura
sempre as ervilhas com o puré.

É uma informação realmente valiosa.

- O que fazes agora?
- Tento pegar alguma manteiga.

A ideia é molhares o pão no molho.

Eu não quero molhar o pão no molho.

Eu tenho outros planos para
o pão e envolve manteiga.

Só estou a tentar
dizer-te como nós fazemos.

Eu sei como vocês não fazem.

Não sabes, isso é certo.

Vais deixar-me comer a minha
comida da minha maneira, ou quê?

Estás aqui para aprender o básico.

O básico? Então queres
básico, como vocês fazem?

Está bem.
Está combinado.

Bela comida.
Deixa-me provar desse.

Que saboroso.

Isso é mesmo imaturo, Nick.

Pelo menos não sou uma melga.

O quê?

O quê, o quê? Tens sido
uma melga desde que aqui cheguei.

Anda assim, come assim,
fala assim. Dá-me um intervalo.

Estou a tentar dar-te uma
hipótese de fazeres algo da vida.

Mas tu só te queres divertir.

Que mal é que tem isso?

Nada. A menos que o teu futuro esteja
em jogo e tu agires como um vadio.

Vadio?

Um raio de um vadio. Não queres trabalhar,
nem sabes o significado dessa palavra.

Cá o Nicholas, vai.

- Vais aonde?
- Para a sarjeta, quero descontrair.

Raio de vadio.
Chamou-me de melga.

Imagina só!

Passas-me o pão, por favor?

Paizinho, não achas que
eu sou uma melga? Pois não?

Bem...

Diz-me a verdade.

Está bem,
mas primeiro passa-me o pão.

Deixa estar...

Está muito escuro. Isto é
o que eu chamo de muita escuridão.

Ok.

Obrigado, Deus.
Serei bonzinho por um ano. Táxi.

Ora bem.

- Como vai tudo?
- Entra.

O meu carro está mesmo ali, não
preciso de boleia. Obrigado na mesma.

Porque é que não entras?

Não, por nada. Ando só aqui a fazer
uma vistoria nas estradas do campo...

E que tal esta estrada, é boa?
Esta rua... O piso?

Eu disse... Entra.

Olha lá amigo, já disse
que estou a trabalhar.

É melhor tirares isso daqui
antes que eu chame a polícia.

Estás a criar um engarrafamento.

C'um catano! Sem dúvida é o assassino
da machadinha. O que é que eu faço aqui?

Vou ter de me dar com estes tipos.

Que fixolas, música country.
Aqui...

Agradeço à mesa C pelas palmas.
Agradecido.

Bem, vou agora fazer uma pausa.
para a causa e já volto.

Isto não é um público,
é uma chatice.

Gosto da minha cerveja com
bastante espuma. Tás a ver?

Ei, és da cidade, não és?

- Da maior...
- Ah, Knoxville?

Nova York.

Tás a ver... Pizzas,
discotecas, serviço de quartos.

Nova York. Ei, ouçam...
Este tipo é de Nova York.

Fala mais baixo. Quero ficar na minha.
Não quero ser o centro das atenções.

Faz-me esse favor.

Então... Como estão os rapazes
da velha mafia, hoje em dia?

Bem. Os negócios estão a melhorar.
Faz-se as coisas certas. Andam a matar.

Deixa-me perguntar-te uma coisa.

Como é que é tomar heroína?

- Desculpa?
- Como é, quando se injeta, heroína?

Como eu odeio cowboys.

Cowboys? Cowboys? Onde? Onde?
Tragam um exterminador para aqui.

És um bocado para o esquisito.
Um verdadeiro toscaria, não és.

Não te sintas ofendido, amigo.

- Só estou na conversa contigo.
- Sim...

Então, qual é o teu nome,
rapaz da cidade?

Nick Martinelli.

Bem, não me digas...
O meu também.

Só estou a meter-me contigo.
Não, na realidade é...

Barnett...
Barnett Kale.

Não me digas...
O meu também.

Escuta, porque não
bebemos umas 1000 cervejas...

e contas-me o que
se passa na grande cidade má.

O que se passa na cidade...
Ok, pode ser.

Duas cervejas aqui
para o meu amigo.

Não me vais dizer que, o teu
passatempo são autopsias, certo?

O que é isto, um rasto de lesma?

Desculpa, ele não está na cama.

Bom dia, mãe.
Traz-me café e uns ovos.

Estou deitado na lama,
a olhar para um pato.

Nick?

Boas.

- O que estás a fazer?
- Estou na boa com o Duffy e seus amigos.

- Estou terrível.
- Pareces terrível.

Obrigado.

É bem feito que estejas
de ressaca e com dor de barriga.

Como conseguiste voltar para casa?

Vim a rastejar.

Mas arrastei-me mesmo à maneira.
Devias ter orgulho de mim.

Até depois, malta.
Foi fixe.

- O que é que fizeste ontem à noite?
- Bem, eu e o outro gajo bebemos muito...

Bebemos tanto... Foi mais divertido
do que ver um cão entalado com cio.

Bebemos tanto que dava para
encher o buraco de uma toupeira.

Estás a falar assim porquê?

Bem, ouvi o tipo falar assim
a noite toda e pareceu-me divertido.

- Não ia soar divertido se eu tentasse.
- Porque soas a Bebé-Hitler.

Então para resultar preciso
fazer com que pareça divertido?

Algo assim... Parece loucura,
mas é capaz de funcionar.

Como vais fazer para ser divertido?

Que tal trazeres esse
teu amigo divertido para nos ajudar?

Parece-me...
Digo-te...

É mais divertido do
que um grilo nos calções.

- O que é que isso quer dizer?
- Não sei. Nada disto me faz sentido.

Então, quem esse tipo divertido?

Ah... Era...
Kale.

- Barnett?
- Kale!

- Barnett Kale? O F.D.M!
- Sim, isso mesmo.

Não acredito! O Barnett
não fez mais nada na vida...

A não ser mentir, enganar e
tratar-me mal a vida inteira.

- Não me diga que ela ficou chateada.
- Fico chateada por enganos e...

Podes erguer o inferno e
dizeres o que quiseres por aqui...

A não ser que
não queiras viver mais...

Eu não diria o nome,
Barnett Kale, por aqui. Nunca mais!

Então, se calhar é melhor
não convidá-la para o almoço, certo?

Não.

Não posso lidar com
problemas domésticos.

Foi bom.
Foi mesmo muito bom.

Quero pedir desculpa pelo
que aconteceu lá embaixo.

Eu não sabia que tu e aquele gajo
tinham passado por essa coisa.

- Nós cantávamos juntos.
- Tal como nós fazemos?

Mais ou menos.

Mas não tens de te preocupar.

Não digas isso.
Porque eu gosto de me envolver...

com as histórias do
passado das pessoas.

É como um passatempo para mim.
Por isso...

Porque não contas aqui
ao velho Nick, está bem?

Está bem. Foi ele que
me iniciou neste negócio...

Ele começou a beber e eu saí.
Foi assim.

- Foi assim?
- Foi isso.

Tenho pouco tempo para ensinar-te
tudo o que sei sobre country...

Não prometo que
será sempre divertido,

mas vou tentar
não ser muito chata.

Para a música.

Não te tinha conhecido,
em primeiro lugar,.

se não me tivesses
chamado de vadio.

- A culpa é minha, então?
- A culpa não é tua.

Mas sabes, parece que
a minha vida toda...

andei à volta dessa
história do vadio.

Eu tinha um primo...

Ele era um vadio profissional.

Os dois gajos
que cresceram comigo...

Sem dúvida são vadios também.

E a miúda, que eu levei ao
baile de formatura...

Não era uma vadia.
Era tipo,

uma mala de senhora,
de todos. Portanto...

Pode dizer-se que a minha vida
tem sido andar com vadios.

O meu cão também morreu.
Não te contei?

- Não, não me contaste.
- Trágico.

És engraçado, Nick.
Queres mesmo o teu próprio táxi?

Ai sim... Tanto quanto tu
queres o teu contrato de volta.

Então vais ter que trabalhar
no duro tanto quanto eu.

E vou ajudar-te no duro se me
ajudares a ser menos chata, pode ser?

Sim, é claro.
Conseguiste um acordo, cowgirl.

Ok?

Ouve, Nick... Os músicos chegam em breve,
deixei roupa em cima da tua cama.

- Ai sim?
- Vais adorar!

Boa. Adoro roupa nova.
Vejo-te mais tarde.

Filho, deixa que te diga. Essa roupa
fica-te mesmo bem. Essa roupa é a tua cara.

Estiveste bem, Nick.
Estou orgulhosa de ti.

- O que achas da roupa?
- Acho que odeio o teu alfaiate.

Oh, o que te chateia?

O que me chateia é que isto
destrói a minha dignidade.

Sou taxista, não um saco
da lavandaria Rhinestone.

Vejam este palerma
com um chapéu ridículo, é?

Porque não arrancas
isso do chapéu, já agora?

Porque não vaistreinar o teu andar enquanto
eu treino a minha dicção, está "bain"?

Está "bain".

Então vá. Tens que
me observar, Rhinestone.

Tens que ser gingão nas ancas,
pernas arqueadas...

e confiança no andar.
Se conseguires isto...

vais sentir-te bem.
Achas que consegues fazer isto?

Sem problemas.

- Mostra-me.
- Está bem.

Tenho que ter
um sorriso no queixo...

uma folga no joelho
e charme no braço.

- Não precisas de balançar tanto.
- Olha quem fala.

- Nick, por acaso sofreste de artrite?
- Isso é mesmo feminino.

Sofreste?

Nunca irás saber porque vou levar
essa informação para a cova, ok?

Boas.

Ei, Barnett!

Continua a praticar, Nick.
Mais para os lados.

Olá, Jake. É um prazer ver-te.
Estás mais linda que nunca.

Estás a ir bem, Nick.
Continua assim.

Rapaz, estás vestido
pareces uma múmia...

pronto para o halloween, é isso?

- Mais para os lados, Nick.
- Pode ser um dia agradável...

Não distraias...
Estamos a trabalhar.

A trabalhar? É a ocupação
mais estranha que já vi.

Estás a ir bem, Nick. Não te
inclines tanto para a frente.

Desculpa, querida...
Mas, porque está ele a fazer aquilio?

Estou a ensiná-lo a andar
como um cowboy. Pode ser?

Ei, Nick...
Já tiveste chatos?

Isso aqui é algum
passatempo nacional?

Lembras-te como te fiz andar?

Aqui, tenta lá.
Faz assim.

Ora aí está.

Sinto-me como se fosse
o filho do Frankenstein.

- Balança mais. Fica melhor, não?
- Agora está altamente.

Sabes que mais, Nick. Duas horas num
cavalo e começas a andar como o Roy Rogers.

Duas horas num cavalo e ele
começa a andar como o Dale Evans.

Oh, diabo!
Atenção, é o Barnett!

Um pouco de estacionamento
Tennessee paralelo para ti.

C'um raio!
O que andas a fazer, Barnett?

Ei, Roy Carl... Estaciona
por mim e não o estragues, rapaz.

- Ei, Barnett... eu já bebi demais.
- Não senhor, ainda não...

Ouve lá, já te contei quando eu e
a Jake fomos nadar nus para o rio?

Sim, sim.
Já me contaste isso.

Então ouve esta... Uma vez fomos
ao Tasty Freeze para ver...

Já ouvi sobre a aventura
do Tasty Freeze, Barnett.

Pois foi...

De qual forma, tás a ver, eu e a Jake,
andámos juntos muito tempo, sabias?

Há quanto tempo a conheces?

Que horas são?

Adoro este gajo.

Juro por Deus.
Adoro aqui este rapaz?

Cuidado ou vou-te partir.

Aquela porta atacou-me.
Ei, Luke, como estás?

- Barnett, como estás?
- Bem e tu?

- Walt?
- Estou bem, e tu?

- E que tal, malta?
- Rapazes, apresento o Nick Martinonello.

Não, Martinelli.

Desculpa, Nick Martinonelli.

Vou pedir mais uma
cerveja para ti, rapaz.

- Não, passo, companheiro.
- O inferno é que passa. Faz favor!

- Não, não. Definitivamente, eu passo.
- Não somos bons para beber contigo?

- Não. Escuta, Malt...
- Walt.

É Walt!

Bem, Walt, não estou
com sede, mas ouve...

Obrigado por te preocupares
comigo, mesmo assim.

Qual é o teu problema, filho?

Porquê?
És médico?

Queres dançar, cowboy?

Sim, claro.
Pensava que nunca mais vinhas.

Ah, vêmo-nos depois, rapaziada.

Ei, ela está doida por mim.

Odeio aquele gajo.

Então?

Em Nova York disseste para eu guardar
as minhas mãos para mim. Lembras-te?

Mas agora estamos no Tennessee.

Sinto-me muito, muito,
muito saudável.

- Fogo, pá!
- Vá lá!

- Não está "maue".
- Olha a pronúncia.

- Isto até que, não é assim tão mau.
- Assim está bem.

Continua a falar com pronúncia.

Quero dizer-te uma coisa,
espero que não fiques magoado.

Quando começamos com isto...

Rapaz, eu tinha a certeza que
ias ser um enorme desastre.

E que seria melhor se
eu treinasse um cão.

Uau, que reviravolta.

Ela ainda é variada por mim.

Mas acabaste por
te saíres muito bem...

Com licença, caro amigo.
Importas-te que eu interrompa?

- Por acaso importo-me, caro amigo.
- Disseste o quê?

Sinto-me bem aqui, caro amigo.
Mas... segue caminho.

Obrigada.

Rapaz, ela quase não pôde se conter.

- Ela disse que queria dançar.
- O Barnett não me parece muito feliz.

O amor é coisa que dói.

Espero não me ter metido
entre vocês, velhos amigos...

Meteste-te...
Mas estás perdoada, Jake.

Parece que atropelamos alguém, Jake.

- Olá, Malt.
- O Barnett quer dançar.

Boa, dança tu com ele!
Vamos, Jake! O amor é coisa que dói.

Pelo que sei, Barnett,
ela ainda é tua mulher.

Eu não deixava que nenhum artolas da cidade
armado em esperto me fizesse de estúpido.

- Chamaste-me de estúpido?
- Eu não. Ele é que chamou.

- Lindo vestido.
- Gostas?

Sim, é bonito.

Um bocadinho revelador,
mas bonito.

Sabes, Jake, tenho de dizer
o que estou a pensar...

Porque, sabes, faz parte
da minha personalidade.

Estou a pensar que...

começo a ficar envolvido.

A sério?

- Tenho a sensação que dizes isso muito!
- Ai sim? Por acaso é verdade...

Mas desta vez falo a sério.

Tu mal me conheces.

Conheço o suficiente.

Acho que acabou o sistema de amigos.

E não sabias já disso?

Não me importa o que acontece,
não comeces uma luta.

- Isso é bastante agradável.
- O quê?

- Tu preocupares-te comigo, certo?
- Sabes que eu procupo-me contigo.

Se perderes uns dentes não vais
poder cantar em condições.

E a morte? A morte também
pode prejudicar a cantoria.

Não pensei que gostasses
de tipos manhosos e sebentos, Jake?

Pensaste que ele era um
tipo muito engraçado, hum?

Barnett, porque não tens maneiras?

Se este homem te bater, só vais ser
uma camisa cheia de ossos partidos.

És o quê?
A minha empresária?

Deixas sempre uma mulher
falar por ti, ó manhoso?

- Ei, tem lá calma, Puke(Vómito).
- Luke!

Eia!

Porque não nos deixas em paz,
Barnett? Queres provar o quê?

Ninguém vai aparecer por aqui
e provar que sou parvo.

Fizeste um bom trabalho,
tu próprio o provaste.

- Vamos indo, Nick.
- Retirar-me? O Nick retirar-se?

- Por ti, só desta vez.
- Ei, manhoso...

Estás bem? E os teus dentes,
ainda os tens todos?

Não és um encontro nada
divertido, sabias disso?

Não tem piada nenhuma.

Quanto a ti não sei, mas eu já
me diverti mais do que posso aguentar.

Vamos embora agora?

Embora?
Tenho de arrumar este gajo.

Se começares uma briga agora
a aposta termina, percebes?

Estás a perceber?

- Sim, mamã.
- Boa! Vamos embora!

Nick.

Nada mau para um trabalhinho leve.

Não sei porque estás todo arisco?
Aquilo não foi nada demais.

Para ti.

- Já acabou, não significa nada.
- Para ti!

- O que vais provar se voltares lá e lutares?
- Porque não tenho escolha. É por isso.

Isso é loucura.
Toda a gente tem escolha.

Não se fores italiano.
Ouviste sobre "Vendetta"?

- Sim. E depois?
- E depois nós é que inventámos.

Está bem! Volta para lá.
Espero que leves uma malha de cachaporra!

O quê?

Ei, não digas isso.
Porque nunca viste o miúdo em ação.

Se tentas impressionar-me, esquece.
Não me impressiono com suicídios.

Ah, dá-me um descanso.

Sabes...

Quando tens razão,
tens razão.

Não me quero envolver com
o passado de alguém,

principalmente com o teu.

Mesmo assim, não compreendo como é que
quase foste noiva daquele abutre.

- Não foi quase.
- O quê?

- Eu fui.
- Não, não foste.

- Sim, eu fui!
- Não foste!

- Eu fui!
- Ah, vá lá. Isso é péssimo!

Digo-te, estragaste a imagem toda
que eu tinha de ti.

Sabes, meti-te acima de
tudo isto e tu arruinaste.

Agora tenho de pensar nessa
imagem toda. É o que tenho de fazer.

- Por favor...
- Olha, pensei sobre isso.

Eu sou humano. Tu és humana.
Ele é uma espécie de humano.

O Nick perdoa-te.
O Nick perdoa todos.

- Isso é ótimo, Nick.
- Eu sei.

- És uma pessoa muito porreira.
- Eu sei.

- E és muito parvo, também.
- Eu também sei disso.

- É assim?
- Estás a ir muito bem.

Nick, és muito melhor
do que eu pensei que fosses.

Oh, paizinho, estás
a desafinar a minha viola.

- Pareces estar animado.
- Definitivamente inspirei-me esta noite.

- Como está o teu queixo?
- Oh, bem, está bem.

Ouve, queres ensaiar
a útima música que nós tocámos...

- Agora?
- Sim.

- Claro, pode ser...
- Sim, é melhor...

Sim, é bem melhor...

- Tranquilos...
- Podemos treinar.

Sabes, com treino
chega-se à perfeição.

Vão ficar a noite toda
aí na conversa?

- Boa noite, crianças.
- Oh, paizinho!

Belo timing, pai.

Escuta... Porque não fazemos
uma nova verificação depois?

Bem, nós precisamos mesmo...
de treinar.

Treinar bastante,
definitivamente.

- Boa noite, Nick.
- Boa noite, Jake.

Vai ser uma noite longa, Nick.
Uma noite longa.

Caraças.

Boa noite, Jake.

Boa noite, paizinho.

Boa noite, Nick.

Boa noite, Noah.

Boa noite, Nick.

Boa noite, Jake.

Deus, odeio campónios.

Isso é o gosto pelo country
que está a surgir em ti, filho?

- Sim, aqui.
- Muito bem.

Muito agradecida.

Agradeço!

Quero agradecer a
este público fabuloso.

Esta noite tenho uma
surpresa especial para vocês.

Quero apresentar alguém...
Chamamo-lo de convidado especial,

pois ele é um cantor de country
muito famoso em bastantes zonas do país.

Ah, desde quando?

Vai amanhã à noite fazer a sua estreia
numa grande cidade, Nova York.

Vamos fazê-lo sentir-se bem vindo...
O Estrondoso Nick Martin.

Anda.

O mundo do espetáculo não me
está no sangue. Já chega, esquece.

Com licença por um minuto.
Já voltamos convosco, está bem?

- Acaba com isto, não quero. Não.
- Não fiques nervoso.

Não estou nervoso. Tenho os lábios tensos.
Talvez mais tarde, agora esquece.

Isso é natural, Nick. A primeira vez
que subi num palco pensei que ia morrer!

Doía-me a cabeça,
sentía-me enjoada,

parecia eu que tinha
engolido uma faca enferrujada.

- O que é que fizeste?
- Vomitei.

Esta conversa fez com que eu me
sentisse melhor, Jake. Obrigado.

Anda lá, vais sair-te muito bem.
Lembra-te do andar.

Parece que tem chatos.

- Acho que vim aqui para tocar.
- Tira esse traseiro do palco, rapaz.

Digo-vos, é ótimo ter o presidente
do meu clube de fãs aqui esta noite.

Ele está a fazer-vos passar por parvos.
Não existe uma única gota de country nele.

É sempre fácil saber quando o
Barnett esteve em minha casa...

O autoclismo ficou por despejar
e a gata está grávida.

Mesmo, podes crer que foi o Barnett!

Barnett, sabes, parece que tens
um problema de deslize na bexiga...

Digo isso pelos fechos enferrujados
das tuas botas amarelas!

Apanhaste o Barnett muito bem!

Isso tem tanta graça como umas
muletas de borracha num Hospital.

Barnett, como consegues ser tão sebento?
Penteias o cabelo com costeletas de porco?

Já chega.

É melhor começar a minha
bem dita atuação.

Passo número 2.

Atenção ao ritmo.
Acelera mais um pouco.

Estás a ir bem.

- Agradece ao público.
- Obrigado, a minha mãe agradece-vos.

- Conseguiste. Tu conseguiste!
- Nem por isso.

O que queres dizer?
Estamos prontos para Nova York.

Ainda não.

Espera aí, Nick!

- Espera, espera, o que vais fazer?
- É hora da vendetta.

A violência não é o caminho.

Além disso, eu quero fazê-lo!

- Toma lá, cowboy artolas-seboso.
- Quem és tu, a Jane Wayne?

Ele mereceu.

- Eu é que devia fazer isso.
- Bem, é muito tarde.

- Muito tarde? Era o meu dever.
- Talvez da próxima vez.

- Qual próxima vez?
- Puseste-me o nariz a sangrar.

Sai daqui!

- Deixas-me com complexo de cobarde.
- Porque não cantamos um bocadinho?

- E o meu complexo?
- Para mim parece muito claro.

Não tem piada destruires a
minha masculinidade, sabes disso?

Ora bem, o touro agora está furioso.

- Como devo tratar destas coisas?
- Penso que acabaste de o fazer!

O meu herói!
E ainda está só a aquecer.

- Ainda és a minha empresária?
- Querem ouvir o velho Nick cantar outra?

Grande ideia.

Quero dedicar a ti e
especialmente a ti!

O que vamos fazer?

Cagar nele. Também nunca gostei
muito do filho da mãe.

Ei, Tennessee, vocês
foram um belo público.

Aliás, vocês sempre foram fiéis
e aplaudiram para lá do Arco-íris.

É assim que o Estrondoso
Nick Martin canta... ho ho!

Vejo-vos na próxima digressão.

Que Deus vos abençoe a todos.

Estás bastante alegre.

Penso que conseguiste, rapaz.

Deixe que diga, senti algo
quando estive no palco, sabe?

Foi como uma eletricidade a ir e vir,
a ir e vir entre mim e o público.

Hum...
Provavelmente foi o chilli.

- O que tem o chilli a ver com eletricidade?
- Só estava a brincar, filho.

Anda, quero mostrar-te uma coisa.

- Esta noite tive muito orgulho em ti.
- Mamma mia...

Quero que tu fiques com isto.

- Sabia que ias ficar emocionado.
- Noah, não quero ofendê-lo...

- Não vais. Quero que fiques com isso.
- Obrigado, mas a roupa fica melhor em si.

- Já não! Tu é que mereces.
- Noah, faça-me um favor. Guarde-a, ok?

- Quero que fiques com ela.
- Posso ser sincero?

Claro que podes.

Você é um bom homem, é um
bom cristão e um bom agricultor.

Veste-se mais ou menos.

Então, confie em mim quando lhe digo que
esta é a roupa mais feia que eu já vi.

Podes crer que é. Sabes, ando
a tentar livrar-me dela aos anos.

- Acho que devo limpá-la e queimá-la.
- Boa ideia.

- Boa noite, filho.
- Boa noite, Noah.

Boa noite, roupa.

Um timing perfeito
e um corpo perfeito.

Que coincidência encontrar-te aqui.
Estava a falar com o teu pai.

Ainda bem.

Sim, foi. Ele tentou,
dar-me uma roupa de cowboy.

Oh, o paizinho está sempre a querer
dar aquela roupa velha a alguém.

Aluguei para ti uma roupa bonita para o
espetáculo em Nova York, já te tinha dito?

Ai sim?

Estava a pensar se não ias querer
que eu te mostrasse aqueles acordes...

Para a música em Nova York.
O que te parece?

Oh, sim, sim.

Porque não vens para aqui?
A acústica soa melhor.

Parece ser boa ideia.
A luz também parece melhor.

Bem, não sei do que te lembras, mas
vais tocar como uma melodia aberta.

Por isso, é só fazeres assim.

- Atenção à melodia.
- Espera, espera. Tenho que fazer algo.

Não sei em relação a ti, mas...

Eu não consigo mais
resistir à tentação.

Estava a ver que não.

- Desculpa?
- Eu disse... estava a ver que não.

Queres dizer que já
estavas à espera?

Eu estava. Mas tu começavas
sempre uma briga, Capitão Ação.

E eu passei estas noites todas
a tomar banhos frios...

e a olhar as mariposas excitadas
a voarem à volta das luzes.

- Mariposas?
- Algumas com uma grande técnica.

Espero que tenhas tirado notas.

Por acaso tirei.

Bem, beijar,
beijas como um cowboy.

Mas, há mais uma coisa,
que eu gostava de descobrir.

Está bem.

Sê gentil.

Muito obrigado!

Se me tivesses ligado,
eu tinha tratado dela.

Um, dois, três,
quatro, cinco, seis...

Calma. Esperem!

Eh... Já chega.

Quero fazer um brinde ao meu filho.

Um homem que saiu daqui
um zero. Um grande nada...

Um tipo a ir para lado nenhum.
Completamente à toa, sim.

E agora ele regressou. Parece
um pouco diferente. E eu amo-o!

Um brinde ao meu filho.
Feliz almôndega!

Obrigado, pai! Foram umas
palavras muito inspiradoras.

Só te faltou me teres incendiado!

Mas, de qualquer forma.
Quero que todos conheçam...

a rapariga que me ajudou a ver as
coisas de maneira bastante diferente.

Apresento-vos, a
Saltadora Jake, de Leipers Fork.

Boa, Jake!
Olá, mãe.

Eu não sei exatamente o que dizer...

Exceto que, quando o Nick
foi comigo para o Tennessee...

dizia que sentia como se
estivesse noutro planeta.

Quero que todos saibam que,
acho que agora estamos quites.

Muito bem!

Está em cima do meu cabelo, Romeu.

Não sei exatamente o que dizer... Exceto
que espero que corra tudo bem amanhã.

Que vou recuperar o que preciso e
que o Nick terá o seu próprio táxi.

Espera.

Espera...

Não pensas que eu posso voltar
a conduzir um táxi, pois não?

Quero dizer, Jake...
Agora sou um cantor.

- Tem razão, é um Sinatra!
- Fica com o táxi.

Porque pensas que és um cantor
passadas duas semanas?

Parece-me isso. Sentir o que senti no
palco, nunca mais posso pegar num táxi!

Não é nada fácil. Porque pensas que
podes ganhar a vida a cantar? É duro!

O público... Acho que fiz
sucesso com os agricultores.

Bem, os agricultores eram
a minha família e amigos.

Eles estavam aplaudir a mim,
à banda e a ti ao mesmo tempo.

Fica com o táxi!

Eu não quero o táxi.

- Então, tanto trabalho para uma noite?
- Não. Uma canção.

E depois disso, acabou?

Acabou?
Rapaz, espero que não, Nick.

Mas penso que isso é contigo.

Nick... Estás a deixar
a festa deprimida!

Ah... Está bem. Tinha de acontecer, não é?
Tinham que vir as bolhas à superfície.

- Ciúme profissional!
- Ciúmes?

- O velho ciúme profissional.
- Não são ciúmes.

Oh, Nick, querido. Sabes o que sinto por
ti. Mas, ainda não és um cantor a sério.

Neste momento, és tipo um robô.

Nós montámos-te como...
uma torta de lama.

Tor.. Torta de lama?

Esquece isso, Nick.
Não podes trabalhar com ela.

Ele não pode começar a
carreira dele desta maneira!

Carreira? Qual carreira? Eu faço
música! Ele continua a fazer poluição.

Eu não preciso deste
constrangimento público aqui.

Bem, eu também não preciso!

Desde que me liguei a ti
só tenho tido é dores de cabeça.

Que diabo! Sou capaz de esquecer
a aposta e dormir com o Freddie!

Ups....

Dormir com o Freddie?

- Quem é o Freddie?
- Não o conheces.

Dormir com o Freddie?

Estás a pensar em enrolar-te
com aquele guru da parvoíce?

Fazia parte do acordo se eu perdesse.
De qualquer maneira não é da tua conta.

Como assim não é da minha conta?
Aquele gajo não vale nada!

Eu fiz o que tinha de fazer!
Gostava de ver o que tu terias feito!

- Não dormiria com o Freddie!
- Também não fiz nada, ainda!

Ainda? Ainda? Queres dizer que se
perderes vais para a frente com isso?

Quanto a ti não sei. Mas de onde eu venho,
honramos a palavra, não importa como!

Está bem...

Esqueço a ti, esqueço isto,
esqueço tudo! Nada de dinheiro, pai.

Ouve lá, olhos brilhantes... Eu não
te escolhi. Fiquei presa a ti.

Apenas tentei tirar o
melhor de uma má situação.

Agora pensas que és uma estrela
em ascenção. Talvez sejas...

Mas quando se olha bem, a estrela
não é mais do que uma grande bola de gás!

Gás?

- Ei, isso magoou.
- Nunca confiem num homem.

Terminou a aposta!

Ai sim?
Talvez para ti.

Mas não para mim. Porque
eu estarei lá! Eu estarei lá.

- Devias ter ligado. Tinha tratado dela.
- Mau timing, pai.

- Vá, saúde. Está tudo bem.
- Saúde!

Então, querida?
Vá lá!

Eu tratei-o pessimamente, Jessie.

Eu envergonhei-o à frente dos seus
amigos e fiz ele perder o emprego...

Chamei-o de torta de lama.

A culpa não é tua. Era a tua
carreira que estava aqui em jogo!

A culpa é minha... Fiz o pessoal
dele virar-se contra ele.

Fiz ele desistir dos seus ideais, objetivos...
E o pior de tudo, expuz ele ao Freddie Ugo.

Acredita, ele não passa
por esta multidão.

O Freddie reuniu a pior
audiência de Nova York. Esquece.

E se ele conseguir?
É capaz, sabes?

Bem, então tu ganhas!
O que há mau nisso?

O que há de mau é que ele vai ficar
todo convencido que é um grande cantor.

E se não conseguir,
provavelmente vai acabar com nada.

Provavelmente acaba
sendo um bêbado...

Junto à sarjeta ou noutro lugar,
com os vadios que ele nomeou.

És mesmo otimista, Jake.

Mas não vou até ao fim com isto.

Vou pedir ao Freddie
para cancelar tudo.

Quem será que está aí fora?

- Bem vindas... As duas.
- Freddie, preciso de falar contigo.

Sim, querida, vamos falar.
Vamos considerar isso como preliminares.

- Estou a tentar falar a sério.
- Eu estou sério.

Esta é a noite mais séria
das nossas vidas.

Finalmente, querido!
Esta será a tua grande noite!

Se esperas que ela apareça, esquece.

- Como é que sabes?
- Porque agora ela deve estar com o Freddie.

Ótimo. Parece bem.
Boa.

Eu cá não me importo.

Deixem passar!

Táxi! Táxi! Aqui!
Preciso de boleia. Táxi!

Táxi.

Vá lá!
Ajudem um humano, sim?

Nem pensar, ok?

Táxi!

O melhor para a melhor.

80 dólares a garrafa,
meu amor...

60 se comprares às caixas.

E por falar em caixas...

O Freddie de certeza que tem
uma para ti, mamã! Toma, bebe.

- Não quero nada para beber.
- Vá lá, meu anjo. Descontrai um pouco.

Não quero beber.
Estou bem descontraída.

Na boa.

Escuta, Freddie.
Acabou a aposta!

Nem pensar! Espera aí um minuto.
Fizeste um acordo...

com a máquina do
amor de Manhanttan.

Por isso, nada acabou! Exceto
alguma escolha da roupa íntima.

Então... Que tal um fogo
quente e aconchegante.

Uma luz romântica e
uma música suave.

Este aqui, não precisa de
explicações, mesmo!

- Adoro isto.
- Boa noite, Freddie.

Espera aí.

O que foi isto?

Isto... foi o teu passaporte...
para o mundo do Freddie.

Bem vinda.

Ei, autocarro, autocarro, autocarro!
Espera! Espera!

Tenho tacões. O que estás a fazer?
Queres que eu voe através da cidade?

Táxi!

Táxi!

Táxi!
Onde está a tua lealdade?

Táxi...

Oh, dá-me um descanso!

Porque não?

Ei, amigo. Um teste drive.
Vou subir...

Mais uma vez.
Tranquilo. Pronto?

Isso mesmo.

Para, para! Espera, espera...
A minha perna. Olha a minha perna!

Vá lá, estou a ficar
com dor de cabeça.

Não me faças ficar mal.
Não, cavalo.

Não, não. Acalma-te.
Vá lá, por favor. Por favor.

Ok. Agora, agora.
Eia. Anda.

Para a frente! Vamos lá.
Ok. Descola.

- Seu filho da mãe!
- Andor.

- Sai do meu cavalo.
- Toca a andar.

- Que raio estás a fazer?
- Mexe-te!

Para!

Ei, volta aqui!
Oh, merda!

Deixem passar.
Saiam da frente!

Curva à esquerda!

Isso mesmo. Espera. Espera.
Vamos cavalo! Vamos cavalo!

Vou passar.

Cuidado com os pés.
Deixem passar.

Vai mais devagar. Para.
Aqui, fica aqui.

Não pode entrar aqui com um cavalo.
Ei, senhor? Ei! Ei!

- Ei, senhor, está doido? Vai aonde?
- Ao Freddie Ugo!

O que se passa contigo?
Estás maluco?

- Esse tipo entrou aqui com um cavalo!
- Ele vai a casa do Freddie Ugo.

Volta aqui, mulher!

- Acabou-se o bonzinho.
- Jake! Abre!

Jake, abre esta porta.
É o Nick.

Tira a roupa, querida! Quero que te deites
na cama, já não estou a brincar, a sério!

- Estou a ficar maluco? Mamma Mia!
- Freddie, abre a porta!

Jake! Estou a ir, querida!
Não te preocupes. Estou a ir, Jake...

Vá lá, amigo! Desiste da porta!
Ela tem 8 centímetros de espessura.

- Espertalhão!
- Jake, estou a ir!

- Porque não abres a porta?
- Ah... Jake!

- Oh, tornaste a fazer!
- O que estás a fazer aqui?

Eu, eu...
estou aqui para te resgatar.

Obrigado, mas
chegaste um pouco tarde.

Jake, se vamos ficar juntos, tens
que desistir dos combates, a sério!

Está bem. Mas tens de admitir
que pareces um herói estranho.

- Para. O que fazes aqui?
- Nada!

Acontece que tenho amigos
em lugares altos.

- Porque desististe da aposta?
- Porque não temos hipótese.

- Não acredito nisso!
- Oh, Nick, não posso continuar com isto.

- Não posso continuar desta maneira.
- Vá lá, Jake. Não te estou a pressionar!

- Eu não quero mais brigas.
- Eu também não, mas, olha...

Eu nunca terminei nada na minha vida.
Juro por Deus, é a primeira vez...

na vida que vou cumprir
uma aposta. Não importa como.

Mas tu, desistires da tua dignidade, do teu
orgulho, para ires dormir com aquele paspalho!

Está bem, já chega. És um grande herói
e eu estou muito impressionado, amigo!

Mas eu tenho aqui uma aposta
que não pretendo perder, está bem?

Portanto, leva esses ossos
para o hall, amigo! Pode ser?

Não vou demorar muito, eu na realidade
não sou bom nisso. Faz-me um favor...

- Ah, qual é a tua?
- Espera!

- Qual é a tua, tu!
- Ei, espera. Ei!

- Temos de ir ao Rhinestone.
- Não, não, não. Não! Nada de Rhinestone.

Vais ficar a dever-me 5 anos
da aposta como acordámos, ok?

5 anos, isso cobre
a aposta, está bem?

Não vais conseguir escapar desta vez.
Tu, vem cá. Vem aqui.

Espera aí. Ainda temos 35 minutos.
O prazo só acaba à meia noite.

Vamos embora.

- Espera, eu é que devia dizer isso.
- Qual é a diferença?

A diferença é que
é o meu cavalo.

- Está bem? Vamos lá.
- Palhaço.

O público vai dar cabo de ti.
35 minutos!

Nick, não sejas demasiado confiante.
Este público quer é sangue!

Não te preocupes, Jake.
Nós vamos matá-los!

Nós?

Sim, eu e tu, vamos fazer
um grande dueto, Jake.

- Nick, esta noite não vai haver um dueto.
- O quê?

A aposta é essa.
Primeiro tens que vencê-los sozinho.

Estás a brincar comigo?

Olá a todos!

Como se sentem todos esta noite?

Ótimo, fico feliz em ouvir.
É muito bom estar de volta.

Vou apresentar um novo cantor
que se vai iniciar esta noite.

Quero que me ajudem a dar uma
calorosa recepção Rhinestone.

Que tal aplaudirem o
Estrondoso Nick Martinelli!

Sejam bons com ele.

Lá se foi a irmandade.

Elvis Spaghetti!

Eh, eh... Isso é uma
piada seca, amigo...

O quê,? Não consigo ouvir.
A tua roupa faz muito barulho.

Está muito alto, certo?
Quieta! Avisei-te para te comportares.

Bem...

De qualquer maneira, ouvi dizer
que é tão difícil uma música...

agradar a todos aqui
como um burro ao amanhecer.

- É galo, Nick. Galo.
- Disseste o quê?

Galo.

Peço desculpa.
Como um galo ao amanhecer!

Aposto que o teu cabelo
é maior que o teu QI.

O que é isso? Um corte de cabelo
ou uma plataforma de lançamentos?

É um lar para
as aranhas se reunirem.

Repara bem.
Ele está a morrer...

Eu gostava de cantar uma pequena música
que aqui a minha amiga Jake, compôs.

É muito porreira.
Espero que achem o mesmo.

Baza, baza.

Duas semanas para isto?
Maravilhoso.

Ao que parece vão ser mais
5 anos de contrato, cuequinhas lindas.

Ainda não acabou, Freddie.

Cala-te, estás a fazer-me
uma úlcera!

Está bem.
Se querem, vão ter...

Então vá, pessoal. Vamos apanhar o
ritmo, está bem? Vamos a isto!

O que estás a fazer?
Estás maluco?

Se for para morrer,
morro à minha maneira.

- Olá, como estão esta noite?
- Melhor do que tu estás!

Se vocês querem ser mais duros,
então vamos ser mais duros? Ok?

Eu gostava que as mulheres
bonitas dissessem... Yey!

Oh, vá lá... Eu sei que
há aqui mulheres bonitas.

Quero ouvir-vos dizer... Yey!

Agora, quero ouvir as mulheres
que estão com tesão dizerem... Yey!

Eu sabia que estavam aí, hein?

Agora, ouviram isto, rapazes?

Quero ouvir os garanhões
dizerem... Yey!

Vá lá, eu não disse os
mariconços, disse os garanhões!

Quero ouvir vocês dizerem... Yey!

Ok, vamos lá!

Agora, quero que
digam depois de mim, ok?

Era...

Um buraco...

Continuará...

Sem telhado!

Esta noite!

Agradeço a todos.

- Seguras para mim?
- Aqui?

Ora vejam só! Acho que tens
algo que já não te pertence.

- Sim, eu sei.
- Não, não, não. O contrato!

Estiveste muito bem, sabias?
Podes fazer aqui um grande trabalho.

Tu já, assinaste com alguém?

- Eu mando-te a conta do táxi, está bem?
- Espera, espera. Quero perguntar-te algo.

Ela é alguma coisa de jeito?

Incrível!
Fantástica...

Boa...

- Pobre Freddie.
- O que queres dizer com pobre Freddie?

- Ele não pode evitar estar caído por ti.
- E a culpa é minha?

- Sim, mais ou menos.
- Porquê?

Porquê?
Quero dizer...

- Olha como tu te vestes!
- O que tem como eu me visto?

Nada. Exceto que te pareces
com uma violação ambulante.

Quando deixares de usar calças, que eu
consiga ver a tua estampa, podemos conversar.

Não pensei que ela reparasse.

- Isto certamente só pode ser amor.
- Fala com pronúncia.

Só pode ser "amori"!

Legendas PT-PT
Lander

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