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"VINGAN�A DO AL�M (1976)"

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by tILo (MAR/2017)

- Se eu fosse voc�...
- O que?

- Te invejo, sabia?
- Maluca.

Ei, Mike?

- Mel no telefone.
- Transfira pra mim.

Sim, Mel.

Claro.

Sim, claro.

N�o, obrigado, tenho planos
para o final de semana.

� isso a�, muita labuta
e grana no banco.

Falou, Mel.

N�o, Jack, voc� sabe
que Mary est� no Hava�.

Olha, era o �nico cara de quem
eu poderia conseguir uma cita��o.

Abre aspas: "� o pior �ndice dos �ltimos
anos e verbas s�o necess�rias", fecha aspas

Ok, de qualquer modo obrigada
pela indica��o. Falo com voc� depois.

O que h� de errado com ele?

Sei l�. Provavelmente algo
que pegou na reserva.

Parece um senhor
t�o simp�tico.

Algu�m contatou
seus parentes?

Velhos assim costumam
estar por conta pr�pria.

Odeio ver idosos
assim sozinhos.

Tantos morrem sozinhos.

- O t�xi j� chegou?
- Ainda n�o.

- Conseguiu sua hist�ria?
- Com certeza.

Atendimento noturno,
Enfermeira Louise falando.

Insatisfat�rio.

- O que est� fazendo aqui fora?
- Eu precisava de ar.

Devia estar na cama.

Eu preciso fazer algo
muito importante.

Voc� parecia estar
muito doente.

Eu estou partindo.
Pode me levar pra esse lugar?

Eu preciso ver meu neto.

T�xi!
Espere.

Suponho que esteja
muito ocupada.

N�o! Acho que estou na
cidade grande tempo demais.

Ficarei feliz em ajudar.
Ser� um prazer.

Ei, Mike.

Vamos, � sua festa.

Escute, Mike, n�o havia
ningu�m na piscina.

Aquele rosto...

Eu j� o vi em algum lugar,
quando eu era crian�a talvez.

A piscina estava vazia.
Foi s� um tipo de pesadelo.

Est�vamos cansados, era tarde,
t�nhamos bebido...

Ontem � noite acordei de um sono pesado,
estava sufocando, e vi o mesmo rosto.

N�o estou sonhando, Fay.
Eu sei que n�o.

Pequeno Falc�o.
Meu cora��o se alegra ao v�-lo.

Eu n�o acredito. Vov�!
Vamos, entre.

- � meu av�, n�o o vejo a 3 ou 4 anos,
- Seu av�?

Sou meio �ndio.

Bom te ver, vov�.

N�o se passou um dia
sem que eu pensasse em voc�.

Michael, voc� tem um carro?

- Claro, por que?
- Bom.

- Eu quero que me leve pra casa essa noite.
- Essa noite?

- � sua esposa?
- N�o, essa � Fay, uma amiga.

Eu sou Maureen.

Ela me ajudou
a encontra-lo.

Bom, entrem e aproveitem a festa
Gostariam de uma bebida?

N�o eu.

- Eu gostaria de uma cerveja.
- Pode buscar uma cerveja?

Escuta, temos um problem�o.
Sua casa est� a 300 milhas de voc�.

- E de voc�?
- Vov�, minha casa est� bem aqui.

Pode esperar at� o
final de semana?

E quanto a um �nibus?
Posso te levar na rodovi�ria.

- Com licen�a, voc� contou sobre o hospital?
- Hospital?

- Duas horas atr�s ele deu entrada.
- Sou o pai do seu pai. Leve-me pra casa.

N�o posso, vov�, tem toda essa gente aqui
e tenho o meu trabalho.

Sinto muito, mas se for essa
noite ter� que ser de �nibus.

Me d� licen�a?
S� quinze minutos.

- Obrigado por ajuda-lo.
- Sem problema.

Posso te deixar em algum lugar?

- Por favor, mas leve-o primeiro.
- O que fazia no hospital?

Sou uma escritora freelance.
Estava cobrindo uma amiga doente.

Garota da imprensa.

Desculpe, vov�. Eu vou te visitar
assim que tiver um tempo.

- Faz quantos anos que n�o volta pra aldeia?
- 10 ou 12.

Olha, sei o que est� pensando,
mas n�o � da sua conta.

Ele � s� o seu av�.

Temos que pegar a
auto-estrada 90.

- Onde deixo voc�?
- Acho que julguei voc� mau.

Estou com fome.

Na verdade eu tamb�m.

Acho que � hora do jantar,
vov�.

- N�o entendo porque saiu do hospital.
- Um homem deve morrer sob o Sol.

- Imagino que passou por muita coisa.
- Nevascas, doen�a, mas agora vem o pior.

- Pior que tudo isso?
- � como lutar nas sombras.

Voc� pensa que ela est� aqui
e ela est� l�.

Ela? Acho que perdi alguma coisa.
Do que estamos falando?

Dsonoqua.

- Ela faz magia m�. Pessoas morrem.
- Quer dizer uma bruxa ou feiticeira?

Sim.

- O que foi?
- O mal est� nos rondando.

Se perdermos, eu vou morrer.
Nosso povo vai morrer.

Fiquem aqui.
Quando eu voltar, partimos.

O que est� acontecendo?

Meu av� � um xam�,
um homem de poder.

Aparentemente, ele acredita
estar em guerra com um tipo de bruxa.

N�o sabe muito sobre
ser um �ndio, n�o �?

- Meio �ndio.
- Oh, meio �ndio.

Sabe, ele realmente me
interessa.

Por que? Procurando
uma hist�ria?

Mas voc� est� de folga.

Estou, mas � dif�cil parar
na minha linha de trabalho.

Se superar a sua timidez eu
gostaria de passar um tempo com voc�.

- O que foi?
- N�s vamos agora.

Eu j� vou, preciso
dar um telefonema.

Ei, Fay, sou eu.
Eu sei, eu sei.

Me desculpe.

O velho est� muito doente, n�o pude
deixa-lo no �nibus, vou leva-lo pra casa.

Eu sei.
Ora, vamos, Fay...

Valeu.

- Ok, vamos.
- Fazer o que?

� uma longa viagem, sabia?
Voc� podia me manter acordado.

Escute, eu estou exausta.
Estou de p� desde as seis da manh�.

Seria bom ter ajuda,
ele n�o est� bem, lembra?

- Me promete uma hist�ria?
- De interesse humanista?

- Algo assim.
- Fechado.

- De quem era o Dodge no restaurante?
- Aquele carro � mau.

- Deve ter milhares de carros como aquele.
- Aquele carro � mau.

- Parece do tipo universit�ria.
- Eu era.

Eu frequentava uma escola chique
pra garotas l� no leste.

Mas descobri que era meio
fora da caixinha, ent�o parti.

Garotas ricas podem fazer isso.
Rapazes pobres tentam ficar ricos.

�?
O que � ser rico?

Agora vamos
filosofar?

Sabe, voc� n�o � t�o ruim.
Um pouco rude por fora, talvez.

Mas n�o � t�o ruim.

O mesmo carro, filho.

- Algo errado?
- O que?

- Errado. Tem algo errado?
- N�o, s� estou cansado.

Ei, era pra voc� falar comigo
e me manter acordado.

Tem raz�o.
No fim eu capotei.

Ei! O mesmo carro
outra vez.

N�o pode ser, n�o
nos ultrapassou.

Esquisito.

De onde diabos
esse cara veio.

Os freios n�o funcionam.

- O que aconteceu com os freios?
- Dsonoqua.

Precisamos sair disso.

Puta merda.

- O que tem l� embaixo?
- Uns 200 p�s de nada.

Abra a porta bem devagar e v�
saindo, vou logo atr�s.

Odeio esse tipo de feiti�o.

Acho que ficamos aqui por agora,
melhor n�o perde-lo de vista.

Aqui, pra nos manter aquecidos.

Maureen, vamos.

Vamos, pule.

Mike, estou com medo.
Est�o tentando nos matar.

Vamos sair daqui.

Vamos achar o velho.

- O que est� fazendo, Velho Falc�o?
- �s vezes, a noite, o vento traz mensagens.

Coisa de xam�.

- Bom, ele �?
- O que?

� um xam�?

Eu n�o sei, parti anos atr�s.
Nunca vi magia alguma.

- Coisas bem estranhas est�o acontecendo.
- �, talvez.

Ora, vamos.

Ok, Velho Falc�o,
o que est� havendo aqui?

Esse � um homem de poder,
nessas montanhas. Sou eu.

O falc�o, meu esp�rito-guia.
Ele me protege.

Esses s�o meu povo.

E essa � Dsonoqua.

T�, o que isso significa?

Mulher canibal.

Muitos e muitos anos atr�s,
Dsonoqua viveu em nossa aldeia.

Mulher m�.
Magia m�.

Espera a�, n�o me contou
essa hist�ria quando eu era crian�a?

N�o foi Dsonoqua que foi executada por...

- Por matar seu marido e filhos.
- Isso aconteceu a 200 anos atr�s.

Mas sua maldi��o vive hoje.

- Por que est� atr�s de voc�?
- Porque meu ancestral a matou.

Agora ela quer destruir a mim
e meu povo.

Sou velho. Pouco posso fazer, a n�o ser que
passe meu poder para algu�m mais jovem.

Ah, n�o.

Voc� vai ver.

Primeiro � s� "me leve pra casa",
depois "estou com fome",

agora � "tome meu lugar e
enfrente uma bruxa."

Voc� � cego. Eu te escolhi a muito anos,
quando beb�.

- Eu nem lembro mais a l�ngua.
- Voc� nasceu nos bra�os dos �ndios.

Quem parou sua caminhonete
na beira do abismo?

Voc�?
Foi sorte.

Palavras de poder.
Eu lhe devolvi o seu controle.

N�o quero discutir com voc�, Velho Falc�o,
mas falamos de realidades diferentes.

S�o uma. � tudo o mesmo. Homem velho morre,
homem jovem vem. N�o � acidente.

N�o sei porque, Mike,
mas faz sentido pra mim.

A� est�, come�ou.

� s� tinta vermelha.

Sim, tinta vermelha.

Desculpe, mas n�o acredito em nada disso.
J� n�o tem mais gra�a.

Queria que algu�m
assumisse por mim.

Estou cansado.

Queria ir pescar como fazia
quando era garoto.

- Ele trouxe um cobertor.
- � esperto, deve ter de tudo naquela caixa.

N�o acredita em todas essas
supersti��es, n�?

Eu n�o sei. Tem tanta coisa
nesse mundo que n�o entendo.

- Como as vezes sei o que est� pensando.
- Sabe, n�?

Ainda tem tinha vermelha
na bochecha.

Mais alto.
Eu tiro pra voc�.

Precisamos de um m�dico,
Velho Falc�o.

Essa cobra foi enviada por Dsonoqua.
J� vi acontecer antes.

- Eu vou morrer at� amanh� � noite.
- Ele precisa de um m�dico agora.

M�dicos n�o v�o saber o que fazer. Eu tenho
um rem�dio pra isso na minha aldeia.

Ele n�o vai conseguir.

Ou�a-me, Pequeno Falc�o, nenhuma
medicina de homem branco vai me ajudar.

O que vamos fazer? Devemos voltar?
Ou prosseguir?

- Temos que nos mexer.
- Sim, o estamos perdendo.

Sabemos o que h� atr�s de n�s e � mais
longe voltar do que seguir pra aldeia.

Ent�o vamos.

Vamos l�,
Velho Falc�o.

Bom, precisamos de um lugar
pra p�r gasolina.

- Acho que vi algo ali atr�s.
- Certeza?

Vi alguma coisa,
n�o tenho certeza.

Olha s�, um posto.

N�o tem ningu�m por aqui.

Bela caminhonete.

- Nos vende gasolina?
- O quanto quiser.

Completa pra mim.

Vamos l�, parada de
descanso.

Cansada?

- Feliz por ter vindo?
- Sim.

Entre no carro agora.

- Voc� est� bem?
- Sim, o que aconteceu?

- Algo errado com aqueles caras.
- Eram de Dsonoqua. Como sabia?

- Uma sensa��o que tive.
- Voc� viu que eram esp�ritos malignos.

Tome cuidado, Pequeno Falc�o.
R�pido, est�o atr�s de n�s.

- Est�o?
- Muito longe pra ver ainda.

- Jesus, Mike, ele tem raz�o. Pisa fundo.
- J� est� no ch�o.

O que acontece com essa coisa?

Esp�ritos maus fazem isso?

- Onde vai?
- Tenho que fazer isso.

O que era aquilo?

Constru� uma parede.
Uma parede invis�vel. Vamos subir.

Que tal construir um t�xi?

Est� bem?

- Preciso de �gua.
- Certo, descansem, voc�s dois.

Pegue a faca.

Cuidado.

Estou orgulhoso de voc�, Pequeno Falc�o.
Usou suas m�os com bravura.

Temos que ir agora.

O que foi?

Ela est� perto.

Onde?

Em toda parte.

- Eu n�o sou boa com alturas.
- Sempre podemos nadar.

- Acho que altura n�o � t�o ruim.
- Cuidado.

Fica perto de mim.

Vamos, vamos.

Segure-se, eu volto
pra te pegar.

Segure-se, vamos.

- Voc� se saiu bem de novo, Pequeno Falc�o.
- Queria era saber o que est� acontecendo.

Devemos continuar.

Bem escorregadio aqui.

Voc� est� bem?

Oh, Mike, n�o posso continuar.
Estou cansada.

Sua for�a, fa�a-a fluir para o seu corpo
como o rio, o vento e as �rvores.

Onde est�o todos?

Maureen, v� pra dentro
dessa casa e espere.

E isso vai te manter a salvo.

O que Pequeno Falc�o deve fazer,
precisa fazer sozinho.

� perigoso at� para mim.

E lembre-se, n�o deve
sair dessa casa.

- Eu volto logo.
- Cuidado.

Voc� deve enfrentar
esse desafio.

Voc� est� bem, Pequeno Falc�o?

Devemos agora ir
para a caverna.

Pegue a tocha.

Voc� sou eu como eu fui
para o meu pai.

E ele para o seu pai
e assim em diante at� a cria��o.

Isso � seu.

O chocalho que voc� usa para trazer
seu esp�rito-guia de al�m da montanha.

Um lugar de poder.

Como eu escolho
meu guia?

N�o escolhe.
Ele escolher� voc�.

Aqui, coma isso.

- Quem s�o eles?
- Seus ancestrais.

Pais dos meus pais, andando
no f�lego dos nossos av�s.

Fazem meu cora��o alegre.

- Estou com frio.
- Est� tudo bem. Voc� vai morrer.

- Morrer?
- E renascer como um novo homem.

Filho do meu filho, voc� � um homem livre.
Um novo homem agora.

Para se tornar um com a vida,
deve passar uma noite sob a lua,

e confiar em seu poder
espiritual para ajud�-lo.

Eu estou pronto agora,
Velho Falc�o.

Onde Dsonoqua est�?

Esperando.
Onde voc� menos espera.

Escolha o seu lugar.

- N�o caia no sono.
- O que acontecer�?

N�o sei. S� n�o deixe
seu lugar.

Esse c�rculo � a roda da vida.
Nele voc� deve ficar.

- O que voc� sente?
- Solid�o.

Um tipo de paz.

Outro sentiria raiva, outro medo
e ainda outro... nada.

Mas o que importa � sempre o mesmo.

Essa noite ver� muitas coisas.
Sentir� muitas coisas.

Confie em si mesmo.
Eu estou com voc�.

Maureen, venha c�.

Ela veio atr�s de mim.

Maureen, por favor, venha
pra dentro do c�rculo.

N�o posso.

- Maurren, por favor, falta pouco.
- N�o posso.

Michael, meu Deus!
Socorro!

Maureen, por favor!

Michael, meu Deus!
Socorro! Por favor!

- Isso � tudo que precisa, Velho Falc�o?
- Para onde vai?

Eu vou pescar.
Sou s� um velho agora.

Oh, voc� � muito mais
que isso.

Voc� enfrentou o desafio.

Meu povo vai viver.
E meu poder viver� em voc�.

- Voc� vai ficar?
- N�o agora, Velho Falc�o.

Se meu povo precisar de voc�,
voc� vai voltar?

Se precisarem mesmo de mim.

Cuide bem dele.

Segure seu cora��o
gentilmente em suas m�os.

Eu o farei.

Sentiremos sua falta.