All language subtitles for Jared.from.Subway.Catching.a.Monster.S01E02

JARED FOGLE: O MONSTRO DO SUBWAY

Meu nome � Tim Evans.
Sou rep�rter investigativo e editor

no jornal Indianapolis Star.

Muito do meu trabalho se concentra
em abuso infantil e abuso sexual.

Como jornalista e contador de hist�rias,

acho a hist�ria
do Jared Fogle intrigante.

Trabalhei nesta investiga��o

e publiquei v�rias mat�rias
sobre as atividades do Jared Fogel.

Achei que eu era uma estrela.
"Agora eu consegui!"

Mas ent�o meu irm�o Jared me superou.

Ele foi al�m e agora est� l� em cima.

O p�blico considerava o Jared
uma celebridade.

Ele ia aos lugares, �s escolas.

As crian�as vibravam

e faziam fila para ter aut�grafos
e apertar a m�o dele.

Uma coisa que aprendi

� que voc� n�o pode superar o Jared.

Mas o Jared Fogle
usou seu poder e popularidade

para cair nas gra�as
das pessoas de quem ele abusou.

Estamos tentando arrecadar dinheiro
para a ONG de beisebol infantil.

E � sempre bom voltar aqui
para a ensolarada Los Angeles.

Ele parecia uma pessoa
muito inspiradora.

Um cara que perdeu muito peso
comendo sandu�ches.

E ele conseguiu capitalizar isso,

criar uma carreira

e fazer uma pequena fortuna.

O Subway se transformou completamente.

Eles ganharam 8 bilh�es de d�lares.
� muito.

Voc� se tornou um milion�rio.

E vemos uma e outra vez

que fama, celebridade,
acesso ao dinheiro

podem ser uma combina��o destrutiva.

O Jared Fogle usou a popularidade dele
para criar a Funda��o Jared.

A Funda��o Jared promovia
eventos educativos para escolas

para falar sobre alimenta��o saud�vel
e exerc�cios.

Estou na Escola Fundamental
de Soldier Creek

com o pr�prio Jared, o Cara do Subway.

Tento conscientizar as crian�as
da import�ncia de escolhas saud�veis.

A pessoa que dirigia essa funda��o
era Russell Taylor.

Se voc� quisesse ter algu�m
em sua funda��o de caridade

que fosse confi�vel, e n�o um risco,

a �ltima pessoa no mundo
em quem pensaria seria no Russel Taylor.

O Russell Taylor era uma bomba-rel�gio
esperando para explodir.

O Jared Fogle conheceu o Russell Taylor
em um evento comunit�rio

em que o Jared era o orador principal.

O Russell Taylor trabalhava
para a American Heart Association.

O Russell se ofereceu para escrever
um discurso para o Jared, e foi bom.

E n�o demorou para o Jared
oferecer um cargo ao Russell

como l�der de sua funda��o.

Acho que o Russell era um vigarista.
Ele era discreto, mas era um jogador

e tinha uma mal�cia
que o Jared n�o tinha.

DIRETOR-EXECUTIVO DA FUNDA��O JARED

Eles eram pr�ximos
e viajavam juntos com frequ�ncia.

Eles tinham uma vida dupla na estrada,

promovendo um bom estilo de vida
para os jovens.

E � noite,

eles alimentavam os v�cios
e problemas um do outro.

Jared Fogle conheceu Russell Taylor.
Eles formaram uma parceria t�xica.

E por isso aconteceu todo o resto.

O Russell Taylor entrou na nossa vida
quando namorou nossa m�e, Angela Taylor.

Nossa m�e conheceu
o Russell no Facebook,

eles conversaram pelo Facebook
por um tempo.

E, ent�o,
fizemos uma viagem para Chicago,

e foi l� que conhecemos o Russell.

Eu tinha uns dez anos,
e a Christian tinha uns 13.

S� me lembro que ele era muito bronzeado
e tinha cabelo escuro.

Ele parecia legal.

Ele era muito animado.

Muito carism�tico, muito...

- Muito charmoso.
- Muito.

Depois que nossa m�e conheceu o Russell,

muitas coisas boas
come�aram a acontecer.

Quando nos mudamos para Salem Creek,
eu fiquei empolgada.

A casa era muito maior.

Parecia casa da alta classe,
para mim, pelo menos.

Eu era de classe m�dia-baixa
e achava l� muito chique.

Nas outras casas, a Christian e eu
t�nhamos que dividir um quarto.

Finalmente consegui ter
meu pr�prio espa�o. Foi incr�vel.

A paix�o do Russell
com certeza era o cinema.

Todo o nosso por�o
tinha o tema de sala de cinema,

e ele tinha fotos de filmes cl�ssicos
em todos os lugares,

e adorava fazer seus pr�prios filmes.

O Russell tinha
a pr�pria empresa de produ��o,

que ele chamou de Blueouthouse Studios.

Tinha seu pr�prio logotipo e tal.

NA VIDA DE TODO CAMPE�O

- Era um pouco estranho.
- Era.

Porque ele fez um v�deo meu
jogando softball.

Eram v�rias tomadas minhas,
jogando softball,

com algumas colegas de equipe,
os t�cnicos e outras coisas.

Os outros pais n�o faziam essas coisas.

Ent�o acho
que era um pouco estranho porque...

Parecia exc�ntrico.

- Era exagerado.
- Era mesmo.

Acho que produzir filmes
era o lance dele.

- Talvez fosse s�...
- Era o hobby dele.

Era o jeito dele de me apoiar.

PENSKE: CAMPE�S!

UM FILME DE RUSSELL TAYLOR
PENSKE: CAMPE�S!

Minha m�e mudou, como m�e,
quando conheceu Russell.

Ela passou
de uma mulher crist� rigorosa,

que ia � igreja todos os domingos,

para uma pessoa festeira e despreocupada

que eu nunca tinha visto.

Foi incr�vel, de certa forma,

porque eu senti que nossa m�e
era nossa amiga.

Ela nos encorajou a beber �lcool,
fumar maconha,

e deixou que fiz�ssemos festas
na casa deles.

Estou falando de v�rias garrafas
de bebidas destiladas.

Eu tinha 15 anos, e ela tinha 12 ou 13.

Quando voc� � adolescente,
quer se divertir,

quer se sentir como um adulto.

Parecia �timo, na teoria.

Mas na realidade...

era o completo oposto.

Eu estava em uma encruzilhada.

Eu tinha provas do Jared

dizendo o que queria
fazer, sexualmente, com crian�as.

Tipo, que idade? Nove ou dez anos?

Sim, isso seria bom,
seria muito gostoso.

Era demais para eu lidar sozinha.

Fui direto para o FBI.

Ao chegar ao escrit�rio do FBI
em Sarasota, Fl�rida,

fui apresentada � agente Billings.

Eu compartilhei todos os detalhes.

E as grava��es.

Qual idade � a mais f�cil?

No ensino fundamental � a melhor idade.

As meninas est�o come�ando
a amadurecer, sabe?

Sei.

Depois de um minuto, ela disse:
"� quem eu acho que �?"

Ela juntou alguns dos materiais,
saiu da sala,

e ent�o tr�s agentes voltaram.

As crian�as est�o amadurecendo
mais r�pido hoje em dia.

Eu sei, eu amo isso.

Eles n�o ficaram apenas chocados,

como n�o podiam acreditar
que algu�m como ele diria essas coisas.

Eles concordaram
que ele precisava ser investigado.

Mas havia um problema.

O que eu fiz
poderia ser visto como um crime.

Legalmente, voc� deve obter
o consentimento pr�vio da pessoa

antes de grav�-la.

As fitas n�o serviriam no tribunal.

Eles acreditavam
que eu havia infringido a lei.

Eu poderia enfrentar
poss�veis acusa��es criminais.

A �nica coisa que me salvaria
seria trabalhar com eles.

Eles queriam que eu continuasse fazendo
exatamente o que estava fazendo.

Conversar com o Jared e grav�-lo.

A �nica diferen�a
era que, por quest�es legais,

eles me orientaram o que dizer no in�cio
e no final de todas as grava��es.

Tudo tinha um protocolo.

Eles n�o me deram escolha.

Tive que me tornar
uma agente disfar�ada do FBI.

Por que acha que o FBI
precisava de voc�?

O FBI precisava de mim
porque eu j� estava envolvida.

Eles disseram:
"Voc� j� est� falando com ele.

Voc� pode obter as provas.

Queremos que continue
o que est� fazendo."

Foi muito assustador

porque, ent�o,
o que eu descobri se tornou realidade.

O trabalho sob disfarce
� uma das ferramentas investigativas

mais importantes que a pol�cia tem.

Sou Bob Hamer. Passei 26 anos no FBI.

Muitos desses anos
como agente infiltrado,

investigando crimes sexuais.

Quando estamos disfar�ados,
ficamos cara a cara

com o alvo da investiga��o.

N�s os levamos
a fazer confiss�es criminais,

e isso � muito mais valioso
do que provas circunstanciais.

As liga��es se tornaram
cada vez mais reveladoras,

O Jared finalmente come�ou
a me contar, em muitos detalhes,

o que ele fazia com as crian�as.

Quero saber qual � a idade da crian�a
mais nova que j� esteve com voc�.

Me conte.

Acho que 11 ou 12.

Essa foi a mais nova?

Foi.

Quando o Jared se gabava
de fazer sexo com menores,

era mais do que perturbador.

"Monstro" � uma palavra muito gentil.

Quando o Jared falava essas coisas,

como voc� sabia
que n�o era uma fantasia?

O que o Jared fez n�o foi fantasia.

O que ele disse, o que confessou,
o que compartilhou,

o que ele queria fazer...

era real.

Ter esse desejo, essa atra��o
por crian�as n�o � um crime em si.

Torna-se um crime quando voc� age
de acordo com essa atra��o.

O FBI queria provas de nomes,

lugares, onde ele estava indo,

mas, especificamente,

eles queriam encontrar as v�timas.

Que idade?

Uns 11 ou 12 mais ou menos.

Voc� lembra o nome dela?

N�o lembro o nome dela.

Eu tive que representar um papel.

Eu fingi ser algu�m que n�o era,

algu�m que eu odiava,

para que ele se abrisse para mim

e eu pudesse gravar o que precisava

para o FBI.

Voc� diz que quer me ensinar
essas coisas diferentes.

E quero.

Eu quero que voc� me ensine,
quero aprender, quero que voc� me diga.

Quando eu obtinha informa��es
atrav�s das conversas com o Jared,

tinha que me encontrar com os agentes
e entregar o material.

Nos encontramos
em um estacionamento abandonado

no meio da noite.

E foi muito estranho.

Olhei para o estacionamento
� minha frente

e, do outro lado,
far�is piscaram lentamente.

Entreguei o material.

E eles foram embora.

E eu fiquei sozinha.

As trocas s�o feitas de forma secreta

para proteger a testemunha.

N�o queremos que a testemunha seja vista
com um agente da lei.

Quando eu trabalhava disfar�ado,
me encontrava com o agente do caso

nos fundos de pr�dios,
estacionamentos, mercearias

para ter certeza de que eu
n�o estava sendo seguido, nem ele,

e que n�o havia ningu�m
que pudesse observar nosso encontro.

Se o Jared descobrisse
que eu o estava gravando

e reunindo provas incriminadoras
contra ele,

o que ele faria para se proteger?

At� onde ele iria?

Eu estava em perigo.

Eu estava com medo.

Eu estava apavorada.

Sab�amos que o Russell trabalhava
para algu�m ligado ao Subway

porque tudo era do Subway.

Tinha mochilas e camisetas do Subway.

Acho que ele tinha at� t�nis do Subway.

Ent�o, quando perguntamos,
ele finalmente disse:

"Eu trabalho para o Jared Fogle,

o cara que perdeu
todo aquele peso no Subway."

E, para n�s, isso era muito legal.

A vida dele era assim:

sempre enviando mensagens para o Jared

ou ao telefone
ou enviando e-mails para o Jared.

E sempre tinha a ver com o Subway.

- Ele viajava muito com o Jared.
- Foram para Las Vegas algumas vezes.

Para Las Vegas, para a Tail�ndia.

O trabalho do Russell
impactou nossas vidas.

Viaj�vamos mais, sa�amos de f�rias.

E vivemos v�rias experi�ncias.

N�s n�o t�nhamos isso quando pequenas.

Mas era divertido. Eu me diverti.

A primeira vez que encontrei
o Jared pessoalmente

foi quando fomos jantar com ele.

Foi muito estressante
porque ele era famoso.

Muitas pessoas o conheciam.
Ele tinha muito dinheiro.

Ele era uma celebridade.

Ele parecia muito t�mido
e meio reservado.

Ele tinha uma personalidade
muito cuidadosa.

Ele falava,
mas n�o era muito extrovertido.

Ele gostava mais de ouvir e observar.

Eu descreveria a din�mica deles

como o Jared sendo o produtor,
e o Russell o diretor de um filme.

O Jared tinha o dinheiro
e o Russell fazia o trabalho.

Quando o Jared se envolveu
mais nas nossas vidas,

era como se tiv�ssemos
mais sobre o que falar.

T�nhamos mais
para mostrar aos nossos amigos.

Nos ach�vamos legais.
Tipo: "Conhe�o pessoas famosas.

Meu padrasto conhece o Jared Fogle
e ele � como um tio.

Ele � da fam�lia, vem para as festas
de fam�lia. N�s vamos na casa dele."

Era muito glamouroso.

Bem glamouroso.

Sem o Jared,

o Russell n�o teria
aquela casa em Salem Creek.

Ele n�o teria o emprego
ou as oportunidades que teve.

Eu diria que o Jared
tinha um dom�nio sobre todos n�s.

O Jared costumava ligar tarde da noite.

Pode me ligar a qualquer hora, sabia?

Obrigada.

Dorme um pouco agora,
falo com voc� amanh�.

- Est� bem. Tchau.
- Tchau.

Liga��o encerrada � 1h56.

Eu n�o conseguia dormir direito

porque assim que essas grava��es
eram feitas,

eu tinha que fazer a entrega.

Podia ser uma ou duas vezes por noite.

Foi muito dif�cil para minha fam�lia

porque havia muita coisa acontecendo.

A m�e deles n�o estava presente
com a frequ�ncia que deveria.

A investiga��o prejudicou
nosso relacionamento.

Ela sa�a o tempo todo.

E, quando ela estava em casa,
ficava escondida em um quarto.

Ela s� me disse que estava trabalhando
com o FBI para pegar um cara mau.

Mas eu n�o tinha ideia
de quem era esse cara.

Eu tentei perguntar
para ela v�rias vezes.

"De quem eu devo ter medo?
Quem est� atr�s de n�s?

O que ele fez? O que ia fazer?"

Mas ela nunca me deu uma resposta.

Eu n�o podia contar
para as crian�as a hist�ria toda.

Para come�ar, era ultrassecreto.

E eu n�o podia comprometer
uma investiga��o como essa

porque colocaria
centenas de crian�as em risco.

E era um pesadelo.

As crian�as n�o estavam preparadas
para entender algo assim.

Ent�o eu tinha que saber
o que contar para elas.

N�o sei se ela pensou
que estava me protegendo,

mas n�o me contar
de quem eu devia ter medo,

s� me fazia ter medo de todos.

Todo estranho era uma pessoa perigosa.

Eu ficava sozinho em casa com minha irm�
praticamente o tempo todo.

Era muito assustador.

Pensar que tem algu�m atr�s de voc�,
mirando em voc�,

pode mexer muito com nossa cabe�a.

Minha irm� ficou bem inst�vel.

Ela tinha explos�es

e n�o se comportava mais como antes.

Ela ficava sempre brava, ansiosa.

Se tinha algu�m na porta
que a gente n�o conhecia,

ela surtava.

Ela n�o era mais feliz e extrovertida
como costumava ser.

As conversas com o Jared
ficaram cada vez piores.

Eram as coisas mais sombrias
que se poderia imaginar.

Vamos pegar v�deos
de pornografia infantil para ver junto.

Em uma liga��o,
falamos sobre a viagem dele � Tail�ndia

e isso me atormenta at� hoje.

Quando ouvi o que o Jared
estava me contando,

minha alma se apagou.

Qual foi a experi�ncia mais diferente
que voc� teve

com algu�m bem jovem?

Com certeza foi na Tail�ndia.

� mesmo?

Eu adoraria que voc� fosse comigo.

Podemos conseguir a idade que quisermos.

� uma loucura, � f�cil por l�.

Tem v�rias idades.
Voc� escolhe quem voc� quer,

e h� um pre�o para isso,

e voc� consegue.

E voc� n�o tem problemas?

L� n�o.

Ele costumava ver um menino.

Acho que ele tinha uns 10 ou 11 anos.

Ele era muito descritivo.

Quero saber o que excita voc�.

Quando fiquei com aquele garotinho
na Tail�ndia foi incr�vel.

�? Me conte mais.

Foi t�o gostoso, querida.

Foi uma del�cia.

Prefere menino ou menina
para dar prazer a voc�?

E o Jared n�o abusava de crian�as
apenas na Tail�ndia,

ele estava fazendo isso
aqui nos Estados Unidos.

Este era o playground dele.

Mas voc� n�o pode ir
para a Tail�ndia o tempo todo.

N�o.

Por isso tenho que encontrar
algumas coisas aqui, sabe?

O que voc� fez com os garotinhos?

Quero que voc� me explique.
Pode me contar?

Brinquei com a bundinha deles.

Foi maravilhoso.

Assim que deslig�vamos,

eu come�ava a vomitar.

Nunca mais quero passar por isso.

Preciso de um minuto.

Desculpe.

Eu achei que tinha entregado

o que pensei serem
informa��es concretas para o FBI,

v�rias vezes ao longo dos anos.

Eu n�o conseguia entender
qual era o problema.

Ele n�o foi acusado, naquele momento,
porque n�o houve ato expl�cito.

Quando ele falou em viajar
para fazer sexo com crian�as,

n�o havia prova
de que ele tinha feito isso.

Eu tinha uma amiga que o Russell
queria muito que o Jared conhecesse.

Ela tinha 15 anos na �poca.

Ent�o eu e minha amiga
fomos jantar com o Jared.

No caminho at� l�, � claro,

o Russell ficou exaltando o Jared

e fazendo parecer
que seria um grande acontecimento.

Chegamos l� e foi bem tranquilo.

O Jared n�o se abriu muito.

Ele foi muito cuidadoso com o que dizia
e os movimentos que faria.

N�o foi t�o interessante
quanto o Russell fez parecer.

Depois daquele jantar,

comecei a ouvir mais
sobre o interesse do Jared por ela.

O Jared mandava
mensagens para o Russell.

Ele fazia coment�rios
sobre os seios dela,

sobre a apar�ncia dela
e sobre fazer sexo com nossa amiga.

Voc�s n�o acharam estranho na hora?

Eu encarei como se eles fossem

s� uns pervertidos.

Tipo, um tio pervertido.
"Eu tenho um tio pervertido, sabe?"

Mas era muito mais do que isso.

Eu contei o que o Jared
tinha dito para minha amiga.

Ela ficou muito surpresa com isso.

Ela ficou muito desconfort�vel

e meio que me questionou sobre isso,
tipo:

"Por que ele est� dizendo
isso sobre mim?"

Na hora,
me senti estranha e desconfort�vel

porque nesse momento
meio que comecei a perceber

que talvez algo n�o estivesse certo ali.

Quer me ver transando
com algu�m bem novinho?

Ouvir o que o Jared tinha a dizer
realmente come�ou a me afetar.

Eu me sentia muito estressada,
mais estressada do que nunca na vida.

Tr�s anos fazendo meu papel com o Jared

e, mesmo eu conseguindo coletar
mais informa��es,

ele n�o era detido.

Estou tentando falar
com as crian�as nesta viagem.

E agora viajo pelo mundo
compartilhando minha hist�ria.

Viram isso?

Ele era um palestrante motivacional
nas escolas

e sa�a em turn�.

Aplausos para o Jared, do Subway.

Ele era um convidado especial
em eventos esportivos.

Quer saber, Jared?

N�o sou seu f�.

O Jared usou sua posi��o de celebridade
para ganhar a confian�a das crian�as.

O FBI e eu sab�amos quem ele era
e quais eram seus verdadeiros desejos,

mas o p�blico n�o fazia ideia.

Sinto que posso fazer tudo.

Isso afetou muito minha sa�de.

E estava interferindo no meu trabalho.

Ent�o algo aconteceu

que destruiu toda a minha fam�lia.

Eu tinha um di�rio.

E eu escrevia sobre alguns momentos
em que falava com o Jared ao telefone,

documentando cada liga��o.

Uma noite, cheguei em casa,

e algo estava errado,
eu n�o sabia o que era.

Algu�m tinha entrado no meu escrit�rio.

Tinha um monte de pap�is rasgados.

Era um dos meus di�rios.

Comecei a ficar muito ansiosa

porque meus filhos eram os �nicos
na casa, al�m de mim.

Descobri que tinha sido minha filha.

Havia coisas naquele di�rio

que nenhuma crian�a deveria ler,
ainda mais minha pr�pria filha.

Ela ficou assustada. Ela n�o entendia.

Isso a mudou.

Isso mudou sua maneira como ela
pensava em mim como m�e dela.

O relacionamento com minha filha,
por causa dessa investiga��o,

desmoronou de modo quase irrepar�vel.

Ela tinha muita raiva e sentia
como se eu a tivesse abandonado.

Eu precisava parar.

Eu tinha que me retirar dessa situa��o

porque eu precisava
proteger meus filhos.

Ent�o, junto com o FBI,
chegamos a um fim de jogo

em que esper�vamos
pegar o Jared em flagrante.

N�s atrair�amos o Jared para Sarasota,

para uma festa infantil
que eu estava organizando.

Na verdade, era uma festa
de anivers�rio falsa para meu filho.

Era uma arma��o policial.

O objetivo da arma��o n�o era
fazer uma festa de anivers�rio.

Se ele suspeitasse
que era uma arma��o do FBI,

quem sabe o que ele faria
com as crian�as?

O objetivo era provar
que ele estava disposto

a cruzar as fronteiras estaduais

para ter rela��es sexuais
com uma pessoa com menos de 18 anos.

A viagem prova a inten��o.

Mas o Jared precisava morder a isca.

� o anivers�rio do meu filho.
Vou fazer uma festa para ele.

Voc� viria para c�?

- Claro.
- Vai ser �timo.

O Jared ficou bastante interessado.

Ele queria que eu convidasse
todos os amigos do meu filho.

Quero ver todas as crian�as
olhando para voc�,

Quero ver todas elas olhando seu corpo,

olhando seus seios enormes,

olhando sua bunda.

Eu quero ver tudo isso, e quero dar...

Quero que voc� me veja
transando com uma crian�a.

O Jared estava muito empolgado
e falando sobre ideias

de como preparar as crian�as.

Ele estava, naquele momento,
me ensinando a seduzir crian�as.

Que tipo de amigos fofos
seus filhos t�m?

Eles t�m amigos muito fofos.

Eles sabem tudo sobre sexo,
� s� sobre isso que falam na escola.

O que preciso que fa�a � falar
sobre essas coisas na frente deles.

Pode falar: "Contem para o Jared
o que voc�s conversam na escola.

MENINOS

Quero tentar ver as crian�as
se trocando e outras coisas.

Sabe, podemos assistir.

MENINAS

Como eu fa�o isso?
Me explique, e eu providencio.

N�o sei, estou pensando.

O Jared tinha uma estrat�gia
muito espec�fica

quando se tratava de crian�as.

Quem escolher, quem era mais vulner�vel.

Devo procurar qual
tipo de personalidade?

Acho que a garota do lar desfeito
pode ser uma possibilidade.

- Mas ela tem sete anos.
- Tudo bem, me conte sobre ela.

O Jared perguntava
sobre os amigos dos meus filhos

e os irm�os deles, as idades.

Se eu j� tinha pegado
algu�m olhando para mim.

O que eu via...

Durante uma liga��o,

ele disse algo t�o chocante,

que me enojou profundamente.

O conte�do � dif�cil de ouvir.

Voc� faria qualquer coisa
que eu pedisse?

Sim, claro.

- Voc� promete?
- Prometo.

Vai me deixar ver seus filhos nus?

Quando o Jared mencionou meus filhos...

foi...

como um tiro no cora��o.

Eles estavam na mira dele.

Eles estavam em sua mente
e seus pensamentos.

Quantos anos seus filhos t�m mesmo?

Dez e onze.

� mesmo?

E se colocarmos uma c�mera
no quarto deles? Eles aceitariam?

Prefere colocar no quarto
do seu filho ou da sua filha?

N�o sei, isso seria, sabe...

Qual voc� acha que seria melhor?

N�o sei.

Me fale.

Repugnante.

Ele me fez sentir...

tanto �dio dele.

Eu s� queria correr e nunca mais voltar.

Mas eu tive que me segurar.

A arma��o era para ser um jeito
de finalmente tirar o Jared das ruas.

Mas, no �ltimo minuto,

a agenda do Jared mudou.

Ent�o, em vez de vir em uma semana,

ele viria em dois ou tr�s dias.

Entrei em contato com o FBI,

e eles n�o conseguiram acelerar

e preparar tudo em 48 a 72 horas.

Eu implorei:
"Jared, por favor, venha na sexta-feira.

S� posso nesse dia."

E ele simplesmente n�o conseguiu.

A festa nunca aconteceu.

Como voc� se sentiu naquele momento?

Fiquei muito frustrada.

Aquela era nossa chance.

Estava quase ao nosso alcance e...

ent�o a perdemos.

Mesmo sendo um agente
infiltrado profissional,

� decepcionante quando n�o acontece.

Ela dedicou sua vida
a essa investiga��o.

Ela foi afetada emocionalmente

por causa do envolvimento
de seus filhos.

Ent�o, quando n�o aconteceu,
deve ter sido emocionalmente devastador.

A investiga��o com certeza a afetou.

Ela ficou mais retra�da.

E lentamente se tornou
uma pessoa menos alegre.

Eu estava preocupada com meus filhos
durante toda a investiga��o.

Mas agora eu estava...

mais do que preocupada.

Eles estavam na mira dele.

Com o passar do tempo,
fiquei apavorada com o Jared,

com o que ele podia fazer.

Ent�o pensei comigo mesmo:

"O que o Jared faria?"

O Jared tinha dinheiro,

status,

pessoas poderosas que o apoiavam.

Isso me assustou.

Se ele descobrisse
o que eu estava fazendo,

o que ele faria?

Quando voc� come�ou a notar
uma mudan�a na Rochelle?

Eu estava no ar, fazendo meu programa.

AMIGO E COLEGA DA ROCHELLE

A Rochelle apareceu uma noite
com um sobretudo,

sem maquiagem, com o cabelo bagun�ado,

e ela estava confusa
e totalmente diferente de quem era.

Ela n�o era a Rochelle alegre.

Ela falou: "Vou contar uma coisa,
mas n�o pode contar a ningu�m."

E o olhar dela era quase de terror.

"O Jared, do Subway,
quer ver fotos dos meus filhos nus,

e, se eu n�o mostrar, ele vai me matar."

Meu primeiro pensamento foi:
"Ela perdeu um parafuso."

E foi quando ela me falou:
"Tem vans pretas nos seguindo."

Isso � cl�ssico na esquizofrenia.

"Tem vans me seguindo.
Est�o atr�s de mim."

Achei aquilo t�o improv�vel,
t�o fora do comum,

que pensei: "Ou ela � louca pra caralho

ou est� dizendo a verdade."

Um dia, fui informada pelo FBI

que ele estava vindo para minha cidade,
inesperadamente.

Tive que deixar meu local de trabalho
porque o Jared sabia onde eu trabalhava.

Me disseram que eu
n�o devia ficar em casa

porque eles n�o queriam nenhuma chance

de o Jared aparecer na minha casa.

Eu estava com muito medo.

Eu n�o tinha para onde ir

e precisava levar as crian�as
para algum lugar, sair de casa,

e, gra�as a Deus, o Rich interveio.

Sou o Dr. Rich Swier,

e conheci a Rochelle porque participava
regularmente no programa de r�dio dela

e nos tornamos amigos.

Passei 23 anos no Ex�rcito dos EUA,

sou aposentado como tenente-coronel,
e ela entendeu que eu tinha car�ter

e podia confiar em mim.

Eu n�o sabia
sobre a rela��o dela com o Jared

at� ela me chamar para conversar.

Ent�o ela abriu seu cora��o para mim

e explicou o que estava acontecendo.

O Jared queria se encontrar
com ela e os filhos dela.

Ela ficou muito preocupada e falou:

"Eu n�o quero estar em casa
quando ele for l�."

Quando ela contou isso,
o que voc� pensou?

Eu confiei nela.

Eu a conhecia.
Eu n�o conhecia o Jared, eu a conhecia.

Ela era algu�m que estava
tentando fazer a coisa certa,

e impedir que essa pessoa
prejudicasse n�o apenas os filhos dela,

mas os filhos de qualquer
outra pessoa no futuro.

Se ela estava com medo? Claro.
Eu ficaria se fossem meus filhos.

Ent�o fiz o que pude
e a hospedei em um hotel.

Ele ajudou a financiar minha estadia,

e sou eternamente grata

porque isso pode ter salvado
nossas vidas.

Mas minha vida estava fora de controle.

Eu precisava escapar desse pesadelo.

Tentei de tudo para manter o controle,

mas n�o conseguia.

A turbul�ncia emocional
tomou conta de mim.

Eu tive crises.

Eu n�o tinha ningu�m com quem conversar.

Desculpe.

Minha vida estava fora de controle,

e ele ainda estava solto.

C�es policiais...

N�o vou esquecer o dia
em que o Russell foi preso.

Foi o dia em que minha vida
virou de cabe�a para baixo.

Russell Taylor, ex-diretor executivo
da Funda��o Jared,

foi preso, acusado de posse
e produ��o de pornografia infantil.

Russell Taylor � acusado
de recrutar meninas menores de idade

sem seu conhecimento
para produzir pornografia.

Eu estava no ensino m�dio,

e vi que tinha uma liga��o perdida
da minha m�e no meu celular.

Foi estranho. Ela n�o costumava
me ligar durante a aula.

Ent�o eu liguei para ela.

"Oi, m�e. N�o vi sua liga��o."

Ela falou: "N�o posso falar agora."

"Por que est� sussurrando?"

E ela: "O Russell foi preso."

"Como assim 'foi preso'?"

Ela falou:
"N�o posso falar sobre isso agora.

Procure na internet."

Procurei "Russell Taylor, Indian�polis."

E a primeira coisa que apareceu

foi "Russell Taylor, pedofilia,
pornografia infantil".

Falavam sobre posse
de pornografia infantil.

Eu n�o sabia o que isso significava.

Ent�o, pensei: "Est� bem.

Ele deve ter algum tipo
de foto, v�deo ou alguma coisa

de uma crian�a que n�o deveria ter."

Mas era ainda pior.

Uma busca na casa de Taylor em abril

revelou mais de 500 imagens
expl�citas de crian�as.

Foi quando percebemos

que as pessoas que est�o
mais pr�ximas de n�s

s�o na verdade as mais perigosas.

Porque o que descobrimos

foi um verdadeiro pesadelo.