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Surpresa.

Precisas de um guarda-costas.

Não quero.
Quero uma namorada.

Boa sorte com isso.

CORPORAÇÃO DE LOGÍSTICA
MORGANA (Nº 167)

Olá!

-Olá, Pinkie.
-"O Lago dos Cisnes."

-É a música do meu recital.
-Sim. Por falar nisso...

Capezios! Meu Deus, são lindos.

Têm o nome do sapateiro
italiano Salvatore Capezio.

-Fez sapatos para Anna Pavlova.
-Meu Deus, Pinkie!

Uma das maiores bailarinas
de sempre.

São personalizadas, Pinkie.
Como fizeste isso?

Lembras-te de quando adormeceste
durante aquele filme,

o animado? Eu medi os teus pés.

-Obrigada, Pinkie.
-O prazer é meu, querida.

-Como estás, Harold?
-Como estás tu?

Tens dormido? Pareces cansado.

Muito perspicaz, como sempre.
Foi uma noite e tanto.

-O que aconteceu?
-Tive um intruso nos banhos.

-O quê? Quem? Fizeram-te mal?
-Estou bem.

Esteve um pouco tremido no início,

mas acabei por ganhar.

E não tinhas segurança.
Raymond, isso é um erro.

-Tens de dar prioridade...
-Já me adiantei.

Sei que tenho sido
um pouco imprudente

no que toca
ao meu bem-estar pessoal.

-O Chuck?
-Não sei. Algo com o tio.

Não falo com ele há uma semana.

Mas tive uma ideia.
Podias emprestar-me o Dembe,

só um dia ou dois, no máximo,
enquanto trato de outros assuntos.

Sim, claro.
Vou informar o Zuma. Panquecas.

-De nada.
-Obrigada!

A propósito, investiguei o navio
de que me falaste.

Auberginein, Porto de Baltimore.
Pertence à Transwisk International.

É uma empresa
com várias embarcações.

O Aubergine tem pouco mais
de 11 mil contentores de 12 metros.

-Viste o manifesto?
-Vi. Parece limpo.

Umas centenas de empresas
a distribuir produtos.

Nenhuma estava sob investigação

nem levantou suspeitas.

É precisamente
essa a questão, Harold.

O que ninguém sabe é
que nesses 11 mil contentores

estão dois que não são
o que parecem ser.

A empresa chama-se
Enteron Electronics,

uma empresa de tecnologia média
com sede na Florida.

-Não é uma empresa real?
-É real no sentido

em que foi emitido
um certificado de incorporação

pelo Estado da Florida,
paga serviços públicos e impostos,

mas não fabrica nem vende
"mainframes" ou placas-mãe.

É um fantasma. Uma identidade
empresarial cuidadosamente curada.

Se procurarem, verão
que a tem mais de 200 funcionários,

uma história de 25 anos,
uma reputação imaculada...

-Mas estás a dizer que é tudo...
-Falso.

Quem faria algo assim?

O novo membro da Lista Negra.
A Corporação de Logística Morgana.

Uma empresa especializada

em fazer empresas
parecerem legítimas.

A Enteron Electronics

e essa empresa de transporte,
a Transwisk International,

são apenas duas de centenas,

talvez milhares,
de criações da Morgana.

-Milhares?
-A Morgana garante

documentação autêntica do governo

e embarcações, camiões, navios

e aeronaves com números de registo

e produzem identidades detalhadas

para executivos, funcionários...

Nenhuma agência policial sabe?

A culpa não é só deles.
Os números são esmagadores.

E muitas das empresas
que a Morgana defende são reais

e têm negócios legítimos.

Mas há bastantes fictícias
e são camuflagens para o maior

conglomerado
de transporte criminoso do país.

Se apanhares a Morgana,

acabarás com uma das maiores
empresas criminosas

da história americana.

-O Dembe?
-Está com o Reddington.

Concordou em ter mais segurança.

O Dembe foi até haver
uma solução permanente.

Segundo o Reddington,

a Morgana usa empresas falsas,

como a Enteron Electronics, como
cortina de fumo para contrabando.

Após a chamada,
investiguei a Enteron.

Declararam um rendimento
de 14 milhões de dólares por ano.

Têm um website, com fotos
e biografias da equipa executiva,

até da rececionista
que atende o telefone.

Como seria interrogá-la?

Seria a única. Porque os restantes

não existem.

Não em carne e osso.

As fotos foram geradas
por um programa de IA

que usa diferentes rostos online

para fazer uma amálgama.

Se os executivos são falsos,

como têm documentação?

Temos de descobrir.

A Enteron é o começo.
A Morgana é o cérebro.

Eles são o nosso alvo.

Pelo manifesto da Enteron,

são de componentes eletrónicos.

Mas pode haver de tudo
nos contentores.

Com mais de 500 milhões
enviados anualmente,

apenas 2 % são inspecionados.

O que transportará a Enteron?

Podem ser répteis. Louis Vuittons.

Ou armas. Ou pessoas.

As possibilidades são infinitas.

Vão ao porto.

Vou pedir um mandado de busca.

Sem o Dorf e o Hudson,

as coisas correm-nos de feição.

Chama-se Jordan Nixon.

É um agente especial
do gabinete de Richmond.

-Deve estar a chegar.
-Vá lá, Arthur.

Estamos a investigar o FBI.

Achas que alguém do FBI
nos vai ajudar?

Trabalhámos juntos em casos
quando estive na Procuradoria.

Já foi há algum tempo.
Muito mudou.

Aposto que ele não.

Um dos casos

envolveu um grupo
de agentes táticos do FBI

a mentir sobre o que apreenderam

numa série de rusgas de drogas.

-Persegui-os como um cão de caça.
-E ainda estou a pagar por isso.

Fiz vários inimigos no FBI
por causa disso.

-Obrigado por vires, Jordan.
-Já me arrependo.

Assistente Diane Atkins.
Diane, Jordan Nixon.

-A Diane estava de saída.
-Certo.

-Prazer.
-Igualmente.

Então, é assim?
Nem o pessoal de apoio pode ficar?

Estou a proteger-me.
Isto é confidencial.

-O que preciso de saber?
-Equipa 836.

É uma operação secreta do FBI.

Descobri-a durante
uma revisão do orçamento.

Pelo que vejo,

é uma das maiores despesas
da agência

e ninguém, mesmo ninguém,
me diz porquê. Ou como. Ou quem.

-Talvez haja uma boa razão.
-Sim.

Ou talvez seja corrupção

e uso criminoso
de fundos do governo.

Tudo o que peço

é uma transparência razoável.

És congressista. Intima.

Já o fiz. E não fui só eu.
O Senador Dorf apoiou.

A Panabaker e o Cooper
convenceram a juíza a anular.

E despacharam o Dorf.

E foi por isso
que o Dorf se demitiu?

Descobri algo. Algo real.

E, se tiver razão,
é uma mancha no FBI.

Tens sido um dos bons.

Ainda és?

-De que precisas?
-Informação.

Não a consigo por fora.

Talvez consigas farejar
alguma verdade por dentro.

É só isso que quero. A verdade.

O mal não é o mandado.

Mas estão a reter mais de 11 mil
contentores para revistar dois.

Agradecemos a sua cooperação.
Muito bem. Vamos abrir alguns.

Quero que fique registado

que estavam intactos

-quando os apreenderam.
-Registado.

O que sabe da Enteron Electronics?

Nada.
Vejo o nome no meu manifesto.

Temos razões para crer

que a empresa não transporta
componentes eletrónicos.

Parece que isto é de Bordéus.

Tem aqui um Grand Crus.

Não sou especialista,
mas já vi por alto

as tarifas sobre vinhos
franceses importados.

São impostos muito caros.

Um carregamento deste tamanho?
Despercebido,

poupa umas centenas de milhar.

Não sabia
que transportava contrabando?

Não. Sou capitão.

Só navego o meu navio.

São pré-embalados. Não me
compete verificar o que contêm.

Se precisarmos, ligamos-lhe.

Fiz centenas de viagens
com material deles.

Mandaram-me um postal de Natal,
por amor de Deus!

Temos de descobrir
quem gere a Enteron.

Entre.

O FBI apreendeu os contentores

-em Baltimore.
-O quê?

A Enteron operou sem interferência
durante anos. O que mudou?

O chefe não vai gostar.

Fica de olho no FBI.

Não quero um efeito dominó.

Quanto podemos perder?

Se ficar mesmo mau,
tens muito mais

com que te preocupar.

Senhor, sabemos que a Enteron

distribui contrabando pelo país.

O quê e quanto
ainda está por descobrir.

Interrogámos outros capitães

que transportavam
contentores deles.

Ninguém sabia
que tinha algo ilegal.

Temos os carregamentos,
mas não os executivos.

Não há executivos,
mas encontrei um contabilista.

Fez dos impostos da Enteron.

RENDIMENTOS

Malik, fala com o contabilista.

Vou contactar Tampa

para mandarem uma equipa
ao armazém principal da Enteron.

Não é real? Isso é absurdo.

Garanto-lhe que é muito real
e extremamente rentável.

Trato dos impostos há anos.

Tem é sido cúmplice
de uma organização criminosa.

Se soubesse,
ou como devia saber...

Espere. Os meus clientes
enviam os dados financeiros.

Trabalho com base
nos números que dão.

E o contacto que lhe dei?

Fizemos uma rusga
à sede da Enteron, em Tampa.

Não havia lá funcionários.

Só equipamento de escritório
poeirento.

Não sei nada sobre isso.

Bem, Sr. Conklin, as únicas pessoas

que poderiam corroborar
parecem não existir.

O senhor existe.
Está à minha frente.

E estou a dizer a verdade.

A Enteron é respeitável,

tem uma reputação impecável.
Não é vigarice.

Tive um jantar de trabalho
com o Roger Barrett,

o vice-presidente das operações.

-Onde?
-No Jaspiner, em Manhattan.

Sim. Sim, entendido.

Está tudo bem, senhor?

Manda todos para casa.

O chefe não ficou contente
com a apreensão.

Tanto que...

...quer vir à cidade
falar comigo a sós.

É assim tão mau?

Sim. Não o devemos desiludir.

-Deixe-me ajudar.
-Não podes ajudar, Westbrook.

Não podes ajudar.

Ele vem à cidade
para uma mudança de liderança.

E não sei o que isso significa.

O Jaspiner? Há séculos
que tento fazer uma reserva lá.

Entraram na cozinha?
Como era?

-Herbie.
-Sim.

O jantar do Conklin
foi há demasiado tempo

para terem imagens.

Mas o gerente do restaurante acedeu

aos registos das transações.

O Roger Barrett
usou um cartão empresarial,

mas não da Enteron.

Era de uma tal
Northmyer Incorporated.

-Essa Northmyer é real?
-Não sei.

Mas o cartão tem uma morada cá.

Vão para lá.
Vou arranjar outro mandado.

Provaram alguma coisa?

Meu Deus. Provaram, não foi?

Só um bolinho de peixe delicioso.

Deve ser bom estar no terreno.

Verifiquei o perímetro. Está livre.
Não há ameaças aparentes.

Diz-me o que aconteceu ontem.

Não estraguemos um momento
tão agradável com isso.

Disseste ao Harold
que houve um intruso.

-Sim, e tratei disso.
-Quem? O que fez?

Não vais esquecer isto, pois não?
Dou-te três hipóteses.

Se não acertares, avançamos.

-Combinado?
-Combinado.

-Monaco?
-Não.

-Enzo?
-Não. Já são duas.

Não foi o Monaco?

-A chef do Gage & Truffaut?
-Vá lá.

Ela não pode ainda estar zangada.

Foi há séculos.

-Mal me lembro do que fiz.
-Tu lembras-te.

Seja como for, não foi ela.
Não tens mais hipóteses.

Se não me vais dizer o que
aconteceu, vou-me embora.

Está bem. Com uma condição.

Qual?

Vences-me num jogo
de Bananagramas.

-FBI! Mãos à vista!
-Ninguém entra nem sai.

Vazio!

Isto é a Northmyer?

Um armazém
sem pontos de acesso público

e zona de carga? Que sítio é este?

Onde estão todos?
Porque é o único aqui?

Este sítio é uma mina de ouro.

O edifício estava a ser usado

para criar
empresas americanas falsas.

Estavam a candidatar-se

a licenças legítimas.

É o que faz a Morgana.
Isto deve ser deles.

Sim, está bem. Olha para isto.
Olha. Tudo isto são empresas.

Vamos demorar muito

a perceber quais são reais.
Quando falámos sobre a Morgana,

pensei em centenas de empresas.

Mas estamos a falar de milhares.

Olha. Certidões de nascimento,
registos de veículos,

de aviões,
histórico de viagens, despesas.

É real.
Tudo para criar uma empresa.

É só juntar água.

A Morgana talvez seja a maior
empresa criminosa que já vi.

As rotas de transporte
são por todo o país.

Obrigado.

-Tem nome?
-Quinta Emenda.

Nome interessante.

A minha mãe achou
que me destacaria.

Seja quem for, analisámos as suas
impressões e não tem cadastro.

Mas tinha uma carta
em nome de Gerome Kavanaugh,

com uma morada em Bethesda.

Não há tal pessoa nem morada.

Não há declarações de impostos,
Segurança Social,

nenhuma certidão de nascimento.

É um fantasma,
tal como as empresas que cria.

Desculpem
dificultar-vos tanto a vida.

A minha vida está bem.
A sua é que vai piorar.

Sim? Acha?

Não me interessa o seu nome.

O procurador vai dá-lo
como anónimo,

depois vão acusá-lo
de fraude empresarial.

Como violações RICO.

Não precisa de nome
para ser preso.

Já estou pronto
para a proposta? É isso?

É um agente federal.
Significa que vive para a troca.

Apanha um peixe
e, em vez de o comer,

tenta trocá-lo por um maior.

Neste caso, é o quê? O meu patrão?

Não se preocupe com o que quero.
O que quer o senhor?

O que quero? Não quero passar
o resto da vida na prisão.

Mas também quero
que haja o resto da minha vida.

Se atraiçoar o seu chefe,
ele mata-o?

Ele vem atrás de si
de qualquer forma.

Com tudo o que sabe,
precisa de um acordo qualquer.

Olhe para si. Não conseguem evitar.
Faz parte do vosso ADN, certo?

Por falar em ADN...

Talvez tenham uma amostra aqui.

Foi por isso que o deixou, certo?
Muito bem. Acho que terminámos.

Não é preciso nada.
Não quero advogado.

Mande-me à esquadra

e seguimos viagem. Que tal?

Não correu bem.

Está calmo,
mas tem medo de alguém.

-É quem temos de encontrar.
-Em que pé ficamos?

Ele recusa-se a falar.
Não temos como saber quem é.

E ele sabe.
Aquele homem é um fantasma.

Qual é a probabilidade
de o copo nos ajudar?

Pela descontração,

tanta como eu jogar nos Yankees.

Três a zero.

À melhor de sete.

Começa a falar.

Estava meio a dormir
quando ouvi alguém entrar,

-por isso, fui investigar.
-Estavas sozinho?

Sim, mas senti-me perfeitamente
capaz de me defender.

De?

-Era a Weecha.
-A Weecha?

-Disseste que era um intruso.
-E era.

Raymond.

Fizeste-nos crer
que foi alguém com más intenções.

Não sei quais são
as intenções do Weecha.

É difícil de perceber.

Não me magoaria,
mas pode magoar-me.

Não se sabe.

É a Andrea Athens.
Já conheces a Andrea Athens?

É adorável. Foi ela que me ajudou
a encontrar um espaço adequado

-para o duplicado dos Correios.
-Acho que não nos conhecemos.

Um pau para toda a obra. Um pau?

Sendo mulher,
pode-se dizer assim?

Trata de toda a logística.

-Raymond, eu abro.
-Está bem.

Andrea. Como está?

-Este é o Dembe.
-Prazer, Dembe.

Estou ótima, obrigada.

Andrea, nem imagina

como a última casa
ficou maravilhosa.

Muito obrigada. É sempre bom
quando gostam do nosso trabalho.

Diga-me, como posso ajudar?

Quero dar uma festa. Não é apenas
uma festa, é uma celebração.

-Uma festa? O que vais celebrar?
-Inícios e fins.

A chegada da primavera.

Sem muita comida,
muitas bebidas e petiscos.

Talvez alguma decoração
nas janelas.

-Quantos convidados serão?
-Entre 25 e 30.

Maravilhoso.
Algo importante sobre eles?

São um grupo importante. Para mim.

Com licença.

Harold!
Perguntava-me quando ligarias.

Como correu com a Enteron
e com a eletrónica que não existia?

Já passámos isso.

Tinhas razão. Era fachada.

Seguimos o rasto até um armazém.

Cremos que pertence à Corporação
de Logística Morgana.

-Ótimos progressos.
-Estás parcialmente certo.

Recolhemos imensas provas.

De que milhares de empresas

que parecem legítimas
são fachadas.

Então, qual é o problema?

O problema é
que só temos uma detenção.

Só lá estava um homem.

Se tiver alta patente,
às vezes, basta um.

Não sei a patente dele.
Não sabemos nada.

-Nem nome. Não fala.
-Estou a ver. É invulgar.

Envia-me o que tiveres.
Foto, impressões digitais, ADN.

Consegues descobrir?

A maioria dos criminosos
com nomes falsos deixa rasto,

só temos de saber onde procurar.
Talvez encontre alguma coisa.

Desculpem,
mas estou de volta e cheio de fome.

Dembe, talvez depois
de fazer umas chamadas

possamos ir comer
umas sandes de falafel

naquele libanês
que adorávamos.

Andrea, vem?
Quantos mais, melhor.

Não, obrigada.
Tenho uma festa para planear.

Trabalhas depressa.

É fácil, quando não há nada.

A equipa do Harold Cooper

é um mistério
para quem está fora

e para quem está no FBI.

Muitos agentes desconhecem

a equipa e as suas operações.
Há operações secretas mais claras.

Não virias se só tivesses isso.

O Cooper supervisionou talvez
200 casos nos últimos dez anos.

Isso faz-me pensar
de onde vêm as informações dele.

Os casos têm origem nalgum lado.

-Ou alguém. Tens uma teoria?
-Não, tenho uma pista.

Não acedo aos arquivos secretos,

mas vejo os números dos ficheiros
e os agentes ligados aos casos.

-Isso ajuda como?
-Um chamou-me a atenção.

Só sei que não foi
uma investigação criminal.

Foi outra coisa.
Mas o Cooper esteve envolvido.

E três outros
diretores-adjuntos do FBI.

Quatro diretores-adjuntos?

Devia ser importante.

Qual é a probabilidade
de algum me contar?

Cuidado.
Não leves um oficial do FBI

-a divulgar segredos.
-Nada de mentir.

Só direi o que diria sob juramento.

Só preciso de alguma coisa.

Algo que nos dê pistas
sobre o que o Cooper anda a tramar.

Raymond, alguma coisa?

-Devias ir pela Massachusetts.
-A Constitution é mais rápido.

Começaste agora a conduzir.
Como é que sabes?

-Reddington?
-Sim, Harold, desculpa.

Mandei-te algumas informações.

Segundo as minhas fontes em Paris,

o homem chama-se Henri Guillaume,
com uma morada no Marais.

-Encontraste o nome dele.
-Um nome.

Juntamente com Johannes Baard,
cidadão da África do Sul,

e Peter Roe, um imigrante
britânico, Maxwell Voll,

um alemão de Dusseldorf.

Há outros, mas tu percebes.

Incrível.
Ainda não sabemos quem ele é.

Há precedentes disto.

Há 195 países.

Eu posso arranjar passaporte legal
para muitos, se necessário.

Não estamos mais perto
de o identificar.

Pelo contrário. Acho que estão
isso mesmo. Mais perto.

Imagino que os governos
que emitiram esses passaportes

possam esclarecer,
dar entradas e saídas.

Agradecemos a ajuda.

E já arranjaste forma
de reforçar a segurança?

-Ainda precisas do Dembe?
-Só mais um pouco.

Vês? Não há trânsito.

Congressista Hudson.
A que devo o prazer?

Sr. Shaeffer.

-O que é isso?
-Uma pequena surpresa.

Gosta de surpresas? Eu não.

Normalmente,
gosto de saber o que me espera.

Não estava nada à espera disto.

Um procedimento confidencial,

com quatro
diretores-adjuntos do FBI.

Passei a semana à espera
desta sande. E está a estragá-la.

Está bem. Talvez deva falar
com o Harold Cooper.

-O que é? Não é uma transcrição.
-Vou iniciar uma investigação.

A uma audiência secreta? Boa sorte.

Já me conhece há muito tempo.

Acha que dependo da sorte?

O que quer, Arthur?

Vim dar, não tirar.
Estou a oferecer a minha ajuda.

Se começarem a fazer perguntas,

vai precisar de amigos
bem colocados.

Está no limite.

Se isto for uma transcrição
de uma audiência confidencial,

o Arthur vai precisar de ajuda,
não eu.

Vejo que cometi um erro.
Não peço que me diga nada.

Só que saiba o que faço.

Poderá preparar-se
antes da época de caça começar.

Agradeço, retribuirei o favor.

Se sussurrar "Zuma" no Congresso,
a primeira chamada não será minha,

mas do procurador-geral.

Prazer em vê-lo, Mike.

-Arthur! Não se esquece de nada?
-É para si.

-Tem um segundo?
-Claro. Entre.

Tentámos contactar as autoridades
que emitiram passaportes.

-E então?
-Nada.

Não tem registo criminal
em nenhuma

e as moradas são falsas.

Mas pensei numa coisa
que o Red disse.

Talvez os nomes falsos
nos possam ser úteis.

Não sabemos quem é,
mas sabemos onde foi.

-As idas e vindas.
-Exato.

Sempre que viajou para fora,
o passaporte foi carimbado.

E têm uma localização em comum.

Todos os nomes falsos dele foram
a Paris nos últimos 14 meses.

Talvez seja a base dele.

Contacta os franceses de novo.
Foquemo-nos em Paris.

Sabemos que o suspeito
viajava muito para Paris.

Para onde foi quando aterrou?

A polícia contactou as empresas
de aluguer do Charles de Gaulle.

Todos os nomes falsos usados
alugaram um carro.

De empresas diferentes.

Cruzámos os dados do GPS.

-Há algo?
-Vejam a sobreposição.

A certa altura, todos os carros
foram para este local,

um edifício de uma empresa
chamada LT&Z Unlimited.

Não sei bem que espaço é.

Talvez bebidas alcoólicas?

Há guardas armados a patrulhar.

A acusação pediu
um mandado de busca.

Ressler, Malik,
quero-vos lá na rusga.

Podemos estar
a chegar a algum lado.

PARIS, FRANÇA

Duas unidades. Uma pela direita
e atacamos pela esquerda.

Entramos sem contarem.

Pousem as armas
e deitem-se no chão!

Parem!

Ainda está quente.

Para onde foram? Como souberam?

Alguém os avisou?

Não tiveram tempo de levar
nem destruir nada.

Olha para isto.
Parece o escritório do Kavanaugh.

Meu Deus!

Olha como é grande.

A rusga foi maior
do que podíamos ter imaginado.

Este deve ser o maior caso
que já nos deste, Red.

Há uma rede
de milhares de empresas

com documentação legítima,

funcionários com identificações

e usam equipamento legítimo
para transportar bens ilícitos.

O armazém em Paris é o centro,

onde empresas falsas
são feitas, geridas

e monitorizadas
pela organização maior.

-Mais alguma coisa?
-Não conseguimos detenções,

mas os mapas digitais revelaram

dezenas de postos regionais.

Os postos desenvolvem a informação
que passa para a sede.

Com isso, vamos encerrar a maior
operação criminosa do mundo.

E sem a colaboração do suspeito.

Sim, o homem mistério.

-Onde está?
-Teve o que queria.

Foi levado e processado.

Dado o risco de fuga,
teve uma fiança obscena.

-Ficará preso até ao julgamento.
-Obrigado e parabéns, Harold.

Chegámos, Dembe.
A tempo dos cocktails sem álcool.

Foi um dia e peras.

Como nos velhos tempos.

Porque quiseste que viesse?

O Harold estava preocupado comigo.

Foi uma boa oportunidade
para o fazer sentir-se melhor

e para nós os dois
passarmos algum tempo juntos.

Também tenho saudades tuas.

Helen Swinton, por favor.

Conselheira.
Preciso dos seus serviços.

Sim, tem um novo cliente.
Acaba de ser ouvido num tribunal.

Quero-o fora. Hoje.

Soube que vamos precisar de uma
quantia obscena para a fiança.

Chegámos à Morgana
em Hong Kong.

-Dizem que foi encerrada.
-Marrocos e Grécia a mesma coisa.

Detiveram suspeitos,
mas funcionários de baixo nível.

Não sabem nada da Morgana.

O Depto. de Justiça
vai louvar-nos por isto.

Concordo, mesmo sem condenações.

Harold Cooper.

O quê? Quando?

-O suspeito saiu sob fiança.
-Foi rápido. Quanto custou?

O advogado dele pagou
três milhões. Está fora.

Sr. Kavanaugh. Por favor, entre.

-Eu disse para entrar.
-Vai matar-me?

O que é isto?

A Corporação de Logística Morgana.

Isto é, os principais dirigentes
regionais de todo o mundo.

-Trouxe-os todos aqui.
-Porquê?

Pegue numa bebida, Charlie.

Sim, sim. Claro.

Pessoal? Obrigado por terem vindo.

Sei que não tiveram escolha,
mas ainda bem que estão aqui.

Primeiro, notícias difíceis.

Neste momento, o FBI e uma legião
de forças policiais internacionais

estão a encerrar as instalações
operacionais da Morgana.

É difícil de imaginar, eu sei.

Mas não se preocupem,
os funcionários estão a salvo.

Felizmente, eu soube das buscas
e tomei providências.

Para eles e para todos vocês.

O que posso dizer sobre a Morgana?

De todos os negócios que criei
e mantive na minha organização,

este é um dos maiores feitos.

Se me permitem
um momento de gabarolice,

devo dizer que é uma maravilha
logística ao nível das pirâmides.

Uma maravilha do mundo,
mas concebida para estar escondida,

maravilhosa precisamente por não
estar vista à vista de todos.

A rede de transporte mais complexa

e sofisticada da História,

todos os anos a transportar bens
com mais valor do que o PIB

de países de primeiro mundo.

Um esforço monumental realizado,
como a maioria das coisas grandes,

com visão singular e ação coletiva.

Nós fizemos isso. Todos nós.

É difícil acreditar que acabou.

Todos estes anos,
isto foi mais do que uma empresa.

Foram as nossas vidas
e vivemo-las juntos.

Estou tão orgulhoso...
Não, essa palavra não chega.

Sinto-me honrado
por ter estado ao vosso lado

à medida que descobríamos
esta nossa criação juntos.

E, juntos, fizemos uma fortuna.

Uma fortuna que aumentei e que
partilharei convosco, meus sócios.

O nosso trabalho
pode ter terminado,

mas nenhum de vocês terá
de voltar a trabalhar.

Uma vez, John Singer Sargent
pintou um retrato de Henry James

que foi imediatamente
considerado uma obra-prima.

Mas, em 1914, na Royal Academy,

um ativista político encostou
um cutelo à cara do quadro.

Quando lhe perguntaram o que sentia
em relação ao ato de vandalismo,

ele disse: "Sinto-me naturalmente
escalpado e desfigurado,

mas ficará feliz por saber
que pareço ser declarado curável."

E é onde estamos agora.

A nossa obra-prima foi escalpada
e desfigurada,

mas todos nós sobreviveremos.

E todos partilharemos da cura.

Por isso, vamos celebrar.

Por favor, desfrutem da comida.
Desfrutem das bebidas.

E desfrutem do entretenimento.

-Zuma?
-Uma palavra.

Uma palavra chegou
para explicar tudo.

E consegui que o Shaeffer
a dissesse sem uma só deturpação.

O que significa?

Não é "o que". É quem.

O FBI contratou
um novo agente há uns anos.

Um agente chamado Dembe Zuma.

O que tem o Zuma que ver
com a audiência secreta?

Não sei e não consigo descobrir.

Mas posso dar
um palpite fundamentado.

O Nixon obteve uma cópia
da foto oficial do Zuma no FBI.

Fizemos uma pesquisa de imagens
com a ajuda de uma fonte dele.

-Alguma vez viste esta foto?
-Nunca.

Um fotojornalista tirou-a
há quase seis anos.

Foi publicada numa quarta,
num jornal local.

O homem no banco de trás?
Disseram ser Raymond Reddington.

-É?
-Acho que sim.

Olha para lá dele,
para o homem junto ao carro.

-É o Zuma?
-Um associado do Reddington

torna-se agente especial do FBI.

Isso parece algo que pode requerer
uma audiência confidencial.

Com a participação de quatro
diretores-adjuntos do FBI.

Isso! Assim que vi o nome
"Raymond Reddington",

tudo começou a fazer sentido.

O Cooper adotou a filha de outra
ex-agente do FBI, Elizabeth Keen.

-Keen. Porque conheço o nome?
-Ela fugiu

com o Reddington, há dez anos.
Foi notícia nacional.

E depois, o Donald Ressler.

A Blair Foster falou-me dele.

Está ligado ao Cooper
e à equipa dele.

Durante anos, no início de 2000,

o Ressler era o agente responsável
pela caça ao Reddington.

-Tudo leva ao Reddington.
-Sim.

Ele é a chave.
Estão todos ligados a ele.

Em todos estes anos, nunca
conseguimos apanhá-lo. Eis a razão.

O Raymond Reddington corrompeu
uma equipa dentro do FBI.

E eu vou desmontá-la.