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Nesta s�rie, irei descobrir
algumas verdades sobre a prostitui��o.

Costumo apontar
a um orgasmo por cliente.

Quero saber o porqu�
de as pessoas venderem sexo...

Quanto a mim, o dinheiro
� mais poderoso que as drogas.

... e porque o compram.

Faz-me um sorriso deste tamanho.

E o que essas transa��es
dizem sobre n�s pr�prios.

Sei que soa a clich�, mas alguns de
n�s estamos numa viagem de descoberta.

As prostitutas s�o as maiores peritas
n�o reconhecidas em desejos �ntimos.

A maioria dos meus clientes
procura mais o lado emocional.

Talvez 90% dos meus clientes
querem uma experi�ncia anal.

AMOR � VENDA
com Rupert Everett

10% dos homens brit�nicos admitem
ter recorrido a uma prostituta

e v�m de todas as faixas et�rias,
sociais e �tnicas.

"N�o sou s� eu. � o teu pai,
os teus tios, os teus filhos,"

"sobrinhos..."
- Toda a gente.

Poder� um homem pagar sexo sem
explorar a pessoa a quem o compra?

O consenso � o de que n�o h� nada
de s�rdido em pagar sexo?

- N�o.
- Nem por isso.

Ser� que um homem � mau
por ser cliente?

A primeira vez que estive
com uma prostituta, teria uns 16 anos,

e adorei-a!

Epis�dio 2:
Compro Sexo

� giro ver os homens
a entrarem na esta��o,

todos eles com o seu pau
a balan�ar entre as pernas

e os seus desejos
sexuais desenfreados.

Est�o a comprar, estar�o a vender?
Ser�o atrevidos ou aborrecidos?

Ou ter�o desejos secretos?

Quem sabe o que este tipo faz?
Tem uma boca grande.

Estar� a sonhar em mordiscar
um peda�o de grelo?

Ou estar� este padre
desejoso de se p�r de quatro

e mudar tudo o que h� em si

�s m�os de uma dominadora?
Quem sabe?

Acho que a Inglaterra
� um lugar muito pervertido.

� ter�a-feira de manh�
e estou a caminho de Hull.

Estima-se que haja cerca
de mil mulheres a trabalhar

como dominadoras na Gr�-Bretanha,
por isso, vim a este sub�rbio t�pico

para saber o que a prostitui��o
nos pode dizer

acerca dos recantos mais sombrios
da mente sexual masculina.

A ex-oficial administrativa prisional,
a Mestra Dita,

p�s a render o seu talento
para pr�ticas punitivas.

- Ol�, Rupert.
- Mestra Dita?

- Entre.
- Muito obrigado.

Quando vai come�ar
com a disciplina principal?

- Qual o grau de dureza que deseja?
- Quero o pacote todo.

- Est� bem. Ma�arico, taser...
- Ma�arico?!

Qual a faixa et�ria
dos seus clientes?

Quando comecei, pensei
que seria um grupo mais velho,

contudo, diria que uns 85% dos meus
clientes ter�o entre a minha idade

e os 18 anos.

Tamb�m pensava que receberia
um certo tipo de pessoa,

por exemplo...

... pessoas
em cargos de poder.

Tenho clientes que s�o magistrados,
solicitadores, pol�cias,

agentes prisionais,
mas no geral, s�o pedreiros,

e v�m por diferentes motivos.

Normalmente, penso que v�m
satisfazer uma fantasia

que n�o podem pedir � parceira
ou despir-se das responsabilidades

se tiverem um cargo de poder.

Ouvi dizer que muitos dos homens
que v�m a uma dominadora

gostariam de acabar sodomizados
por um grande strap on.

- � verdade?
- Sim.

- E s�o heterossexuais?
- S�o.

Ent�o, o que se passa?

N�o sei bem. Talvez seja algo
que eles querem experimentar,

mas que n�o podem pedir � parceira
para fazer, por ser embara�oso.

Diria que 90% dos meus clientes
querem algum tipo de experi�ncia anal.

A Mestra Dita tem cerca
de 100 clientes regulares,

mas tem vindo a incluir no neg�cio
um surpreendente servi�o por correio.

Introduzi os "desportos duros"
no meu repert�rio.

- Se algu�m encomendar uma sess�o...
- O que � um "desporto duro"?

"Desporto duro" � com coc�
e "aqu�tico" � com xixi.

Se algu�m encomendar uma
sess�o de desporto duro aqui,

eu guardo as fezes de manh�
e dou-lhas.

E h� um grande mercado para isso,
acredite ou n�o.

- Mas tamb�m tenho o meu website...
- "Almo�o embalado" como dizem os gays.

No meu website, tenho coisas � venda,
desde cup�es de oferta,

aparas de unhas dos p�s,
cuecas usadas,

mas tamb�m vendo muito coc�.

- E envia pela DHL?
- Pelos Correios. Adoro-os.

A senhora do posto n�o faz ideia
do que eu lhe estou a entregar.

Meu Deus!

O primeiro coc� de ontem de manh�
foi para Stoke-on-Trent.

35 euros pelo coc� da manh�.

E � guardado no frigor�fico
para ser bem saboreado?

Quando envio isso pelo correio, deixo
instru��es sobre o que devem fazer.

Pode ser "espalhar na torrada
e comer", "espalhar pelo corpo",

"p�r no micro-ondas e aquecer".

Eles querem receber ordens
sobre o que fazer com aquilo.

M�e, venha conhecer o Rupert.

- Ah, a sua m�e est� aqui!
- Sim, e fez-lhe uma quiche.

- Cozinhei toda a noite para si.
- Como se chama?

- Eileen.
- Rupert.

- Prazer em conhec�-la.
- Igualmente.

Poucos podem dizer
que t�m uma filha que � dominadora.

Todo o m�rito para ela.

N�o vive de subs�dios,
toda a vida trabalhou,

ocupou cargos de relevo
e agora decidiu fazer isto.

Bom para ela.

A Mestra Dita recebeu um dos
seus clientes para uma sess�o,

e com alguma trepida��o,
entrei na sua masmorra.

Quis perceber o que se passa l�

e quais os servi�os sexuais
que ele paga e porqu�.

J� tenho um escravo pronto
� espera de ser abusado, Rupert.

E o que lhe vamos fazer?

Quer escolher?

Escolha a sua arma.

- E que tal esta besta?
- Posso us�-la nele?

- Se quiser, sim.
- Minha nossa...

Tem sticks, esp�culos anais...

- E que tal uma verga?
- � uma boa escolha.

- Isto � para fazer sangrar?
- N�o, s�o sondas de som,

que s�o introduzidas no p�nis.
- Meu Deus... quem � que engole este?

- Quer experimentar?
- Oh, n�o!

- E � muito popular?
- Sim.

� outra sensa��o diferente
que querem experimentar.

Acho que podemos deix�-la trabalhar
e repreend�-lo um pouco.

Sim, penso que sim.

Seu verme nojento!

Como te atreves
a ter esse p�nis de fora?

Pe�o desculpa, Mestra.

Seu c�o nojento!
Vais-te arrepender!

- Sim, Mestra.
- Seu verme imundo.

- Baixa-te.
- Posso experimentar?

Acho que sim. Que privil�gio
ser vergastado pelo Rupert.

Obrigado, Mestra.

- Diz "Obrigado, Rupert".
- Obrigado, Rupert.

- Faz um belo som, n�o faz?
- Sim, � bem durinho, n�o �?

Acho que vou dar-lhe uma puni��o anal
e usar o cacete da pris�o.

- Eu tenho o cacete.
- Fant�stico.

Mostra-me o teu cu imundo!

Que nojento.

Tenho de p�r luvas para esta tarefa.

Ficou com uns belos verg�es, Rupert.
Muito bem!

- Ali est�o os meus.
- Tem jeito!

- �s uma puta anal imunda, n�o �s?
- Sim, Mestra.

�s um verme nojento.
N�o te afastes de mim!

N�o, Mestra.

D�-me c� essa cratera.

Ser� que entra at� ao punho?

Enquanto isso,
dou-lhe umas vergastadas?

Oh, mas que gentil.

Aquilo foi intenso.

Mas quando nos sent�mos
no sof� da Mestra Dita,

foi a normalidade do cliente
que me impressionou.

- � casado ou algo do g�nero?
- Sou casado.

Portanto, isto � um mundo � parte.

Sei que soa a clich�, mas alguns de
n�s estamos numa viagem de descoberta.

Foi uma oportunidade.
Sentia-me atra�do pela Mestra.

Tal como voc�, tinha curiosidade
em saber o que como � isto.

Basicamente, posso ser mais submisso
do que sou, se poss�vel,

mas s� para certos indiv�duos.

Certo... e calculo que seja algo
de interessante para os homens

que costumam ter um papel de controlo.
Deve ser uma grande descoberta.

Acho que � a beleza da situa��o.

Para os homens, deve ser essa
a for�a da situa��o.

De certa forma, esta coisa com
que vivemos, o termos de controlar,

acumula obviamente muita tens�o,
e isto � um escape.

Ajuda a ter o papel inverso
de uma forma muito poderosa.

E ajuda em rela��o
aos n�veis de agressividade?

- Sim.
- Torna-o mais calmo?

Com certeza.

Em que pensa quando a Mestra
lhe pede para lamber as botas dela?

Limito-me a obedecer.

� uma dedica��o a uma deusa,
basicamente?

E, digamos, tudo o que ela pede
est� al�m da raz�o.

� uma parte muito importante
da situa��o. Acho-a muito er�tica.

Como � h�tero e eu sou gay,
� um assunto que nos fascina,

quando os h�teros parecem gostar
de ter experi�ncias anais.

- N�o � a vossa cena, ou �?
- N�o, n�o � a minha cena.

- Mas �...
- Mas � nestas circunst�ncias.

� um pormenor extraordin�rio.

� sempre estranho quando estamos
de fora a ver... um ato sexual,

mas a nossa sexualidade � not�vel,
n�o �?

� um mundo estranho.

Conhecemos o tipo mais tarde
e n�o vou dizer nada sobre ele,

al�m do facto de ser um tipo
absolutamente normal

que, de quando em vez,
cria este universo alternativo

com a Mestra Dita, onde ela o faz
passar por todo o tipo de situa��es.

Por isso, penso que para algu�m assim
deixar a sua masculinidade de parte

e p�r-se sob o comando
de uma deusa,

no fundo � religi�o.
Um tipo de religi�o sexual.

Para este homem, visitar a Mestra Dita
� mais do que ter um orgasmo,

� tanto um ato de devo��o
e auto-humilha��o como de sexo.

Que mais procuram os homens
quando visitam uma prostituta?

� claro que alguns homens visitam
prostitutas pelo tipo de sexo

que n�o obteriam de outra forma,
mas o que leva um homem a gastar o seu

dinheiro no tipo de sexo que poderia
ter com uma esposa ou namorada?

Chris Dangerfield � um empres�rio
de sucesso que alega ter gastado

200 mil euros em prostitutas
nos �ltimos dois anos.

Sempre tive interesse
na ind�stria do sexo.

Cresci entre a classe oper�ria pobre
do Sudeste de Londres, Norte de Kent.

Havia um bordel a cinco portas
da casa dos meus pais.

N�o sabia que era um bordel,
mas tinha mulheres lindas.

A minha m�e e as amigas
eram donas de casa.

Limpavam, cuidavam dos filhos,
mandavam-nos � escola e viam TV.

Era o que faziam.
Vestiam roupas sem interesse.

Usavam aventais,
e estas mulheres n�o.

Era mulheres pequenas que andavam de
salto alto em grupos de dois ou tr�s

com �lcool
e a entrar e sair dos carros.

Eu quis ver como era,
visitei uma prostituta no Soho

e n�o quis mais nada.

Ganhei mais de um milh�o de euros
com uma empresa que criei

e mudei-me para o Soho.
N�o tenho nada que fazer.

Comecei a visitar prostitutas
e j� gastei...

... mais de 200 mil euros

em menos de 2 anos
com prostitutas chinesas.

- Chinesas?
- S�o massagistas.

N�o s�o acompanhantes
que se contactam online.

Mas n�o as visito para dizer:
"Quero uma massagem de 45 minutos"

"e depois quero 10 minutos
de masturba��o."

- Elas fazem e pronto?
- Quando se define que haver� sexo,

estabelece-se um ritual ou c�digo
estranho quando n�o as conhecemos.

Claro que o fazem
para evitarem a Pol�cia.

N�o dizem:
"Quer pagar por sexo?"

A m�o vai um pouco mais longe
durante a massagem, e se responder...

- "Gosta disto?"
- Sim, sim.

"Ah, gosta disto?" E �s vezes, dizem:
"Quer tudo massageado?"

E se aceitar, elas dizem:
"D�-me uma gorjeta?"

que � diferente de
"S�o 40 euros."

Para si, � importante
que a prostituta tenha prazer?

N�o.

E a maioria delas
finge bem?

� sexo.
� o mesmo que eu perguntar:

"� importante
que o seu parceiro o acaricie?"

E voc� dir�: "Em certos casos, sim.
Noutros, n�o."

Estamos a falar apenas de sexo.

Por vezes, quero que se
divirtam mais do que eu.

� bom ter uma mulher debaixo de mim
a render-se ao meu p�nis.

E noutras,
quer que fa�am de mortas?

Mortas, n�o. Perguntaram-me isso
uma vez e foi estranho.

Ela disse "Queres que fa�a de morta?"
e eu disse "Nem por isso."

Na classe oper�ria onde eu cresci,
� considerado n�o s� aceit�vel,

como normal e comum,
ir � cidade, vir a Londres,

e beber antes de sair.

N�o me refiro a dois copos, mas duas
garrafas de vodca, mais umas cervejas

e quando sa�mos do comboio
est� tudo b�bado.

Sa�mos b�bados, tomamos uns �cidos,
talvez um pouco de coca,

encontramos uma estranha
que mal conseguimos ver,

levamo-la para casa,
fodemo-la e ficamos...

E ela...

Ambos fizeram o mesmo, n�o querem
estar ali porque agora parece nojento,

est�o nus, numa situa��o que deveria
ser �ntima e que n�o teve nada disso,

mas foi acordado, sa�ram,
conheceram-se e fizeram sexo.

Com uma prostituta n�o h� isso.
O acordo � ter sexo e sair.

� engra�ado que a outra situa��o
� aceit�vel.

Se acordar de manh�, voltar a casa
e disser aos amigos e familiares:

"Oh, n�o... embriaguei-me,
conheci uma mi�da, levei-a a casa,"

"fizemos sexo e sa� de manh�"...
Ningu�m diz nada.

Mas se disser:
"Oh, n�o, estive com uma prostituta."

Todos dir�o:
"N�o pode ser!"

Em muitos casos, � essa a resposta.
Eu digo sempre �s pessoas:

"N�o sou s� eu, � o teu pai, os teus
tios, os filhos, sobrinhos..."

- Todos.
- Sim. As pessoas fazem sexo.

Gostamos de o fazer e de pagar
a outras pelo seu trabalho.

Fazemos isso. O sexo resume-se a isso.
N�o vejo qual � o problema.

O Chris � evidentemente invulgar,

mais n�o seja
pelo seu v�cio de prostitutas.

Mas estar�o os clientes normais
de prostitutas tamb�m a pagar

pela aus�ncia de la�os emocionais?

Queria compreender
o cliente mais t�pico,

por isso, viajei at� um sub�rbio
an�nimo para conhecer a Jane.

� uma m�e divorciada e acompanhante
independente de sucesso.

Come�ou h� 8 anos e trabalha
de segunda a sexta, das 10h �s 17h,

com clientes regulares.

- Jane?
- Ol�!

- Sou o Rupert.
- Prazer em conhec�-lo.

Igualmente.
Obrigado por me receber.

Qual � o per�odo de validade?
N�s, atores, temos uma validade curta.

- A vossa � curta ou longa?
- Tenho mais trabalho agora,

enquanto acompanhante madura,
do que tinha no in�cio.

Que tipo de coisas
os homens costumam querer?

- Companheirismo
- Maioritariamente?

Companheirismo sem o stress.

V�m ter comigo
e falam sobre si mesmos.

Eu n�o preciso de falar sobre mim.
Falam das coisas das suas vidas

que n�o podem falar com as esposas,
para n�o sobrecarreg�-las.

A maioria dos meus clientes...
eu n�o durmo com todos eles.

A maioria vem ter comigo
e paga para conversarmos,

para car�cias e beijos.

E quando se entra numa rela��o,
e eu tive parte da culpa na minha,

esquecemo-nos dessas pequenas coisas
que nos mant�m juntos.

Que s�o os beijos e as car�cias.
E as mulheres acham que

os homens s� as beijam
porque querem ir para a cama.

E acabam com isso,
porque n�o querem ir mais longe.

A maioria dos clientes que recebo
exp�e o seu lado emocional

e eu fa�o-os sentir bem
sobre eles mesmos.

Sou uma pessoa positiva e eles
saem daqui com um sorriso no rosto.

Saem sorridentes
e sentem-se melhor sobre si mesmos.

Consegue p�r os seus homens
em categorias diferentes?

Sim, normalmente em tr�s.

A primeira tem a ver com o emocional.
N�o recebem car�cias e beijos em casa

e querem sentir-se bem
consigo pr�prios.

A segunda � a dos empres�rios.

No caso dos homens,
ter sexo � uma necessidade.

Para eles, � uma necessidade.

Quem tem um emprego de stress,
um dia ou uma semana dif�cil,

n�o quer levar isso para casa.

Ent�o, vem ter comigo
e liberta o stress.

Fazem-no e isso desaparece. Ficam
felizes e voltam para as suas esposas.

E depois h� a terceira,

a dos clientes profissionais,
como lhes chamamos.

V�m e acham que, por estarem a pagar,
podem fazer o que quiserem.

Mas n�o em minha casa.
Por isso, n�o os recebo.

O que acontece quando um cliente
fica emocionalmente ligado?

Sento-me e converso com eles.
Primeiro, come�o por brincar e digo:

"N�o me queres em casa. Tenho TOC.
Nem sequer podes tirar os sapatos"

"sem que eu me queixe. E se deixares
o dent�frico sem tampa fico louca."

Eu seria como as esposas deles
se tivessem de viver comigo,

e � por isso que � t�o diferente
nas suas pequenas bolhas

e t�o importante deix�-las
sossegadas comigo � parte.

E o que dizem as esposas?
Alguma delas sabe sobre si?

- J� recebi algumas chamadas.
- Desagrad�veis?

Algumas s�o, mas eu
compreendo o lado delas.

Antes de eu saber que isto existia,

talvez reagisse da mesma forma
na minha anterior rela��o.

N�o queria que o meu parceiro
andasse a visitar outras.

- Seria doloroso, mas...
- Talvez pudessem ser mais abertas.

� essa a quest�o.
Eu gostava de dar semin�rios.

A maioria das mulheres que conhe�o
nem sequer gosta de fazer oral.

H� que aprender a apreciar.

Eu achava aquilo extremo
quando comecei a faz�-lo.

Qual � a sua t�cnica oral?
Com a l�ngua...

N�o posso dizer.
Estaria a revelar os meus segredos.

- Oh, v� l�!
- N�o posso!

Todos fariam uma fortuna
� minha custa!

Aprendi com a Jane que o leque de
servi�os sexuais que os homens pagam

�s prostitutas � muito mais amplo
do que sexo sem compromisso.

O afeto b�sico pelo qual os homens
est�o dispostos a pagar,

mostra bem o que s�o muitos
casamentos brit�nicos.

N�o acredito que algu�m pague
bom dinheiro por um afago e um beijo!

Eu pagaria para n�o o ter!

Por detr�s da fachada respeit�vel
do sub�rbio brit�nico,

a ind�stria do sexo floresce.

Os homens compram sexo
para obterem o que querem

e as prostitutas ocupam
todo e qualquer nicho sexual.

- Ol�.
- Sammy?

- Como est�s?
- Rupert.

- Ol�. Entra.
- Muito obrigado.

Meu Deus! Tens um rabo incr�vel!
Posso tocar-lhe? � uma extens�o?

- N�o!
- � verdadeiro?

- � natural.
- O rabo � de homem,

mas fica incr�vel com os saltos altos
e o alongamento das pernas.

Muito bem.

O Sammy � um pai divorciado
com dois filhos.

Toma hormonas femininas h� 3 anos

e fornece um servi�o especial
numa parte calma de Milton Keynes.

� um homem com peruca e seios.

No tempo morto entre clientes ao vivo,
frequenta um website

que lhe rende 70 c�ntimos por minuto
por um pouco de sexo ordin�rio.

E agora esperas?

Sim, tenho de esperar que algu�m
entre na sala e me veja a brincar.

Que tipo de coisas
costumam escrever?

Coisas do tipo
"Gostava de mamar nesse caralho"

e "Gostava que me fodesses".

H� quem diga "N�o ligo o som, porque
a minha mulher est� l� em baixo."

- � dif�cil ter de escrever e...
- E bater ao mesmo tempo.

- E tu �s canhoto?
- Fa�o com as duas m�os.

Entrou algu�m!
"Houston, temos um problema."

- � o Opatija. N�o o vejo h� muito.
- Quem �?

Opatija.
Ol�.

Est�s bom?

Sim, tenho o Canal 4
aqui no quarto.

- "N�o h� ningu�m que te foda?"
- N�o, n�o est�o c� para isso.

Somos voyeurs, Opatija.

Quer que tu te sentes
no teu brinquedo favorito.

Onde � que eles est�o...?

V�s aquele saco?

No fundo... isso.
Est�o todos a�.

- Esse que est� em cima.
- Aqui tens. Precisas de lubrificante?

Tenho um pouco algures.
Onde � que o pus? Ah, est� aqui.

Vou p�r um pouco.

Ponho as cuecas para o lado.

E fa�o-o entrar... assim.

- Entra facilmente, n�o �?
- Sim, � um brinquedo macio.

Espero que o Opatija esteja a ver.
Onde � que ela foi? Ele.

Ainda ali est�.

J� n�o me posso vir. J� n�o fa�o isso.
Recebo hormonas h� demasiado tempo.

Ol�, Opatija.

Ser� que vai falar?
Deve estar ocupado a bater uma.

- Sou s� um observador, Opatija.
- � s� um observador.

- O Opatija n�o � muito falador.
- Est� ocupado.

O Sammy n�o � a mi�da t�pica
com uma pila.

Conhec�-lo fez-me pensar no quanto os
gostos dos homens podem ser refinados.

Que tipo de homem paga para ter sexo
com algu�m como o Sammy?

Achas que os tipos que te procuram
s�o h�tero ou gays?

Isso � com eles.
Podem pensar o que quiserem.

Se querem pensar
que s�o h�tero, � com eles.

- Mas o que � que tu achas?
- S�o bissexuais.

Mas isso vem destacar
o que � ser um homem.

� uma miragem, porque
h� muitos homens h�tero casados

que gostam de ser fodidos
por mulheres com cintas

ou, ainda mais peculiarmente,
por tipos com seios.

Sim, n�o querem ver homens,
querem ver algu�m como eu.

Achas que muitos s�o casados?

Sim, acho que muitos deles
s�o casados ou t�m namorada.

Achas que qualquer um seria capaz
de qualquer coisa

se n�o tivesse
veda��es � sua volta?

Acho que sim, possivelmente.

No final de contas, s� se vive uma vez
e quer-se explorar e experimentar.

Nunca se sabe se vamos gostar.

Se n�o gostar, n�o repete.
Se n�o tiver certeza, tenta novamente.

- O que � que tu fazias?
- Era pedreiro.

- Durante quantos anos?
- 27.

Algu�m desse lado da tua vida
atravessou o espelho

e chegou a este lado?

J� estive com uma pessoa
que costumava trabalhar comigo.

J� te veio ver?

- J� veio duas vezes.
- E sabia que eras tu?

Da primeira vez, n�o,
mas na segunda vez, soube que era eu.

Queria o meu pau.

Porque n�o?

N�o creio que muitos
dos clientes do Sammy

contem �s esposas ou namoradas
acerca das suas visitas.

Talvez o secretismo
fa�a parte da emo��o.

Vou conhecer um homem
que � sincero com a esposa

acerca do sexo que compra.

Pai e gestor empresarial, David acha
que est� a enriquecer o casamento.

Parece que t�m um acordo
sobre o assunto.

Embora n�o tenha come�ado
por comum acordo,

houve casos de ambos os lados.
- Em segredo?

Sim. Mas esses casos n�o tinham
nada a ver com uma rela��o,

serviam apenas para experimentar
sexo com outra pessoa.

Para mim, � mais f�cil visitar uma
acompanhante do que tentar encontrar

outra rapariga disposta a ter um
encontro sexual sem compromisso.

E a sua esposa?
Tamb�m visita acompanhantes?

N�o, n�o tem necessidade.

Encontra facilmente outros tipos
quando quer estar com algu�m.

Quando chega a casa de uma
experi�ncia com uma acompanhante,

partilha isso com a sua esposa?
- Sim.

E a rela��o sexual entre voc�s
tem sobrevivido?

Sim, mant�m-se muito forte.

Isso � �timo.

David usa websites onde os clientes
avaliam e descrevem as mi�das

em grande detalhe. � uma esp�cie de
TripAdvisor para encontrar prostitutas

e uma estranha forma online
de coopera��o masculina.

Eu vi-o a marcar uma sess�o
ali mesmo.

Pode ler algumas opini�es
de algumas das op��es de hoje?

Vamos c� ver...

"Uma pentelheira
gloriosamente aparada."

"Um jardim a rigor com fontes."

H� mi�das como esta.
Tem bastantes opini�es positivas.

Tr�s nas �ltimas duas semanas.
Esta diz: "Senhora muito sexy,"

"excelente aptid�o oral,
vale a pena visitar."

"Sess�o muito fogosa com a Sophie.
� linda com um belo corpo."

Gosta de fazer coisas
estranhas com elas?

Nem por isso.

Portanto,
procura uma cena convencional?

Sim.

- Esta � a mi�da que eu vou ver hoje.
- Deixe ver.

Parece a Kylie Minogue.
� bonita. Que idade tem?

22. Posi��es favoritas: de quatro.
Excita-se com homens rapados.

- Voc� � rapado?
- N�o.

- Nem nos test�culos?
- N�o.

Hoje em dia, todos o fazem.

Pensei que at� os h�teros.
N�s fazemo-lo h� anos.

O que sente que est� a fazer
� mi�da a quem paga?

Muitos pensam que estas mi�das
est�o a ser exploradas.

Talvez parte delas seja,
mas com o pre�o que elas cobram,

ser� que s�o elas as exploradas?
Porque ganham imenso dinheiro.

- Quanto � que a Kylie Minogue cobra?
- 180 euros � hora.

Que � a m�dia que eu pago.

- J� fez a marca��o?
- Sim.

- Para que horas?
- �s 13h00.

� melhor irmos.

Acabei de ver um homem a combinar
um encontro com o clique de um rato.

Ser� que a esposa dele
fica realmente satisfeita com isso?

Tenho estado ansiosamente � espera
para saber como est� a correr.

Algures atr�s de uma destas janelas,

pagou a uma mulher 180 euros
por uma hora de sexo.

Ele chega acabado de sair do duche.

Sei que � um clich�, mas as fotos
n�o lhe fazem justi�a. � muito bonita.

E as mamas? Gigantes?

A c�mara n�o acrescenta nada. S� tira.
S�o enormes.

- E isso � bom?
- Sim.

- Enterrou a cara nelas?
- Com certeza.

- E quando � que se vai confessar?
- Talvez logo � noite.

- Logo � noite? Na cama?
- Sim.

E acha mesmo
que ela vai gostar dessa hist�ria?

Penso que sim.

N�o acha que haver� um momento
de nostalgia, ci�me?

Combin�mos que, sempre
que houver ci�me, falamos sobre isso.

J� o fizemos. Espero que ambos
sejamos honestos

ao ponto de falarmos sobre isso
caso volte a surgir ci�me.

Espero que n�o, mas se tal acontecer,
espero que ela fale nisso.

De forma aberta.

Resolvemos os problemas que surgem.
Se isso significa parar por um dia,

� isso que fazemos.
A rela��o � o mais importante.

Parece-me muito saud�vel.
Tr�s estrelas.

Obrigado.

David alega ter integrado
o recurso a prostitutas na sua vida

de forma funcional.

Mas ser� assim t�o simples?

Viajei para norte, at� Blackpool.

Fui convidado
para uma sess�o de terapia

onde Steve juntou um grupo de homens
com vidas disfuncionais,

que incluem droga, �lcool
e casamentos falhados,

para confront�-los com as
consequ�ncias do recurso a prostitutas

e o que ele v�
como um v�cio de sexo.

E acabei por me envolver bastante.

Quem se lembra da primeira vez
que esteve com uma prostituta?

Eu tinha 15 anos. Um colega levou-me
a um s�tio qualquer e era um bordel.

Entr�mos e havia v�rias escolhas.
Parecia uma loja de doces.

Foi isso que senti.
Pude escolher a que quis

e escolhi uma passarinha loura
bem aprumada.

Tinha umas mamas enormes.
Diverti-me nessa noite.

Depois disso, n�o se volta atr�s.
Fica ainda mais f�cil.

A primeira vez que paguei
teria uns 19 ou 20 anos.

Fui at� ao fim da rua, elas vieram
ter ao carro e perguntaram-me.

- Em Central Drive?
- Sim.

Chegam ao carro e dizem:
"Queres festa?"

E � do tipo: "Fico contigo."
Elas entram no carro

e levamo-las onde quisermos
e fazemos o que quisermos.

� para isso que pagamos.
E em Blackpool � barato.

Barato demais.

E voc�s pagam
porque elas fazem coisas diferentes?

S�o mais abertas quanto ao que fazem.
S�o mais abertas...

... � natureza sexual, n�o s�o?

Desde que se pague,
fazem o que quisermos.

E o que � que lhes pedem
que n�o possam ter noutro lado?

Um sorriso deste tamanho.

Fazer-me sentir que sou o �nico,
podendo esquecer que ela n�o �.

E a quest�o do controlo?
Quem sente prazer ao dar o dinheiro?

Eu.

E o que sentes nesse momento?

"� isto que eu quero
e vou t�-lo." Ponto final.

N�o h� discuss�o, mensagens,
telefonemas ou dores de cabe�a.

Acho que o prazer
vem de muitas coisas.

� demasiado simplista dizer
que � uma quest�o de controlo,

tamb�m � uma quest�o
de poderem faz�-lo.

� como ir a um bom restaurante.
Quando as pessoas...

Eu j� me considerei viciado em sexo.
Quando planeamos uma noite e pensamos

no que vamos fazer,
� todo o processo, como as drogas.

O pensar em ir obt�-lo.
Acho que h� um lado de controlo,

pagamos, portanto h� um controlo
de n�s mesmos e n�o de outrem,

porque significa que n�o
temos de nos envolver.

Para mim, h� a emo��o da sedu��o,
� falta de melhor palavra,

atrair a mulher e faz�-la
gostar de mim, conversar...

Mas isso pode levar dias.

Mas n�o � melhor acabar na cama
do que deixar uma nota de 50 na mesa

e dizer: "Chupa aqui"?

Depende, ningu�m est� a dizer
o que � melhor ou pior.

Mas eu n�o vejo que haja m�rito
quando se paga.

- Na verdade, � uma derrota.
- N�o � derrota!

� r�pido e f�cil.
N�o h� outra forma de o dizer.

Porqu� ter de aturar a berraria?

Algu�m sabe quantas vezes
esteve com uma prostituta?

- Para ser sincero, n�o sei.
- Centenas?

- Sim, provavelmente.
- Centenas, certamente.

Viaja pelo mundo, vai � internet
e escolhe uma rapariga...

- Rapaz.
- Rapaz. Pe�o desculpa.

Est� bem...

Algu�m tem a sinceridade de dizer que
j� sentiu raiva por alguma mulher?

- Pela m�e?
- N�o. Fui um menino da mam�.

Eu gosto de proteger as mulheres,
porque a minha m�e levava porrada

quando eu era novo. Esmaguei uma
coluna na cabe�a do meu padrasto

e ele nunca mais lhe tocou.
Eu tinha 12 anos

e esse momento mudou-me a vida.
- E isso � proteg�-las?

Falas em proteger a m�e,
mas quando sais e pagas por sexo

est�s a proteger essas mulheres?
- Sim. De certa forma.

Estando l� eu, n�o aparece l�
um marado qualquer para mago�-las.

Portanto, ocupas o tempo dela
para estar mais segura?

- Sim.
- Est� bem.

- Algu�m sente culpa ou remorsos?
- De todo. N�o h� sentimentos.

Nem depois?

N�o.

Sentem-se orgulhosos?

Eu tenho um sorriso na cara, ela
tem o dinheiro, todos ficam felizes.

Ejaculam, recostam-se e pensam:
"Ah, foi mesmo bom."

Eu n�o sinto nada. Nenhum orgulho
doentio. Esvazio o saco e pronto.

Talvez arranje outra
horas depois.

Acho que as pessoas querem prazer.
O ser humano em geral procura o prazer

e grande parte dele
tem uma consequ�ncia e � s� isso.

N�o estou a dizer que
o que disse n�o � verdade,

tem o seu lado moral,
mas acho que isso � irrelevante

perante o facto de que os homens
s�o muito simples.

Querem prazer
e t�m o c�rebro na ponta do pau.

Um p�nis ereto n�o tem consci�ncia...

Quer dizer que para um homem,
uma mulher ou seja que sexo for,

trata-se apenas de uma necessidade
auto-obsessiva de ejacular.

Sim, � isso.

E tamb�m a necessidade de um contacto
que n�o seja demasiado pessoal.

Podemos escolher
o n�vel de contacto.

Portanto, n�o h� emo��es.

Temos a rapariga ou o rapaz,
dependendo do que se comprou,

ela n�o mostra emo��es
e voc�s tamb�m n�o.

Podemos ter emo��es, mas n�o
o tipo de emo��es das rela��es,

que tamb�m acabam por ser desonestas,
porque no dia em que me dizem

"amo-te, querido" e eu n�o o sinto
e digo "tamb�m te amo",

estou a criar uma tens�o entre mim
e a outra pessoa. E aqui n�o h� isso.

Em todas as rela��es?

A n�o ser que sejam levadas
com total honestidade...

Ser� que algu�m aqui j� teve
uma rela��o que, embora o desejasse,

tenha sido totalmente honesta
24 horas por dia?

� poss�vel amar algu�m e sair
para ter sexo com outra pessoa?

Facilmente.

- Sim.
- Sim, facilmente.

Tente dizer isso � minha ex.

Nesse aspeto, os homens
funcionam em multitarefa.

O consenso � o de que n�o h� nada
de s�rdido em pagar sexo?

- N�o.
- Nem por isso.

Se a quantidade de homens que admitem
ter comprado sexo � de 10%,

o valor real ser� muito mais alto.

Os homens com quem falei
foram muito francos sobre isso,

mas s� um referiu o mal
que isso poderia causar-lhes.

Ironicamente, quem o fez foi um homem
com reputa��o de libertino sexual,

o comediante Russel Brand.

Quando era mais novo
e toxicodependente,

esse tipo de vielas escuras com luz
vermelha faziam parte do meu mundo.

Eu sentia uma esp�cie de liga��o,

porque era com esses estranhos
e segregados que eu me sentia...

Eu tamb�m. E sentia que era um mundo
onde eu queria entrar em vez de sair.

Sim. Eu n�o ca� num mundo
de escurid�o noturna il�cita,

trepei de bom grado para ele.

A primeira vez que estive
com uma prostituta, teria uns 16 anos,

e ela n�o seria muito mais velha,
talvez 17 ou 18, n�o sei,

e eu adorei-a!
Adorei-a!

Era linda e elegante e meiga,

e senti-me aliviado,
deslumbrado e assustado.

S� tinha tido sexo uma vez na vida,
e estar com aquela filipina linda

foi incr�vel e deslumbrante.

Eu tamb�m tinha 16 anos.
Havia uma revista chamada "Zipper"

e fui ver um tipo, porque nem
sequer havia fotos em Londres.

Subi as escadas de uma casa
em Notting Hill Gate,

quando ainda havia
muitas sinetas � porta,

a porta abriu-se e apareceu
um gordo careca "Ol�, querido!"

E eu era muito novo,
tinha o dinheiro, disse "Ah, ol�"

e fui em frente, porque achei
que era rude dizer "N�o, lamento".

Mas foi excitante,
embora muito diferente da tua.

Sim! Ah, essa � demais.
E foste em frente!

E n�o achaste que ele � que deveria
pagar? Eras um belo naco de 16 anos...

N�o era nada. Era alto e magro,
com cabelo estranho. Pele e osso.

N�o teria sido mais divertido
com uns grelos.

O que eu sentia quando era novo
e dormia com prostitutas

era uma esp�cie de...

... no in�cio, sentia vergonha,

mas al�m disso, � como diz
o Jack Nicholson:

"N�o pagamos para elas estarem ali,
mas para se irem embora."

Por vezes, o sexo
parece demasiado complicado

para ser feito noutras condi��es,
h� uma necessidade mec�nica

e a simplifica��o
torna-o numa troca impessoal.

Sem liga��es.

Sim, parece algo de ben�fico.

Pessoalmente, como trabalho no cinema
e ando de cidade em cidade,

quando estou sozinho num hotel
n�o h� nada melhor do que chegar

ao fim do dia e pensar:
"Hoje talvez chame um prostituto."

E entre os gays,
- entre os gays -

� bastante bom.

As pessoas s�o simp�ticas.
V�m ter ao hotel

e passamos um bom bocado.

Tornou-se numa coisa normal para mim,

porque viajo muito por a�.

Eu acho que � diferente, Rupert.
Claro que n�o sou gay, e n�o sei,

mas presumo que no caso da paridade
sexual n�o haja a explora��o mis�gina

culturalmente inerente
numa rela��o homem/mulher.

Acho que � verdade. De certa forma,
sinto que n�o � igual para os homens.

Por vezes, lamento n�o ser gay,
porque deve ser muito bom

ter sexo com algu�m
semelhante a mim.

"Anda da�, p�! Vamos foder
o mais depressa poss�vel."

"Est� bem, vamos a isso!"

Da� a inveja que se tem dos gays,
porque podemos fazer isso.

Parece-me interessante.

Voc�s precisam de jantar duas ou tr�s
vezes e talvez lambam um grelo.

"Gostaste deste jantar?
E que tal outro jantar?"

"Quantos mais s�o precisos
para ter a porra de um orgasmo?"

Penso que o problema
� a objetifica��o da mulher,

mas isso � um problema maior
que a prostitui��o.

� um grande problema cultural.
E depois h� um impulso masculino,

esta esp�cie de for�a selvagem.
Se algo � inevit�vel,

se algo � inerente e sempre ocorreu
em todas as sociedade do mundo,

ent�o, acho que n�o ajuda muito
ter uma atitude de nega��o.

Da mesma forma que eu decidi
que n�o quero mais drogas e �lcool...

Sabes, n�o sou um libertino que diz:

"Qual o problema
em foder prostitutas?"

Acho que temos de ter cuidado
com a nossa alma e connosco pr�prios.

Normalmente, no fim de um programa,
h� uma conclus�o moral bonitinha,

mas acho que este n�o tem.

Acho que condenar os homens
que compram sexo � fugir � quest�o.

Pode-se comprar sexo sem pagar
um pre�o emocional? O que achas?

N�o gosto dessa no��o de ter de me
preocupar com um gajo que compra sexo.

Acho que n�o � um problema.

Quero l� saber que as pessoas
tenham problemas por comprar sexo.

Coitadinhos deles.

T�m sorte em poder comprar sexo.
Imagina que tinham de vend�-lo.

Vender sexo � muito mais prec�rio.
� algo de aterrorizador.

Esses � que precisam de apoio
da cultura que lhes compra sexo!

� isso que eu acho.

Tradu��o e legendagem:
FragaCampos @ docsPT

www.docsPT.com