All language subtitles for Dishonored Lady - 1947 - Mulher Caluniada

MULHER CALUNIADA - 1947

Qual � o nosso problema?

- Nosso problema � a srta. Damien.
- Outra vez a srta. Damien?

� bonita como uma flor,
mas teimosa como uma mula.

Mas desta vez h�
mais coisas envolvidas.

Entre, srta. Damien.
Est�vamos falando de voc�.

- Eu supunha.
- Nada pessoal. � sobre o Courtland.

Courtland?
Ah sim, o dono da joalharia.

Dono da Courtland e Cia. em Londres, Paris,
5� Avenida, e um dos nossos maiores patrocinadores.

- O que o Shirley quer dizer...
- Sei o que Shirley quer dizer.

Sempre sei o que Shirley quer dizer. Quer saber
porque retirei o artigo sobre as j�ias do Courtland.

E a edi��o de Abril vai
para as bancas sem o artigo?

Sim. N�o � um artigo,
� publicidade encoberta.

Corremos o risco
de perder a conta de Courtland.

Sou a respons�vel pelo
departamento ou n�o?

N�o disse nada, Madeleine.

Falei com o Courtland,
estava muito aborrecido.

N�o me interessa esse Coutland.

Se a revista vai
ceder as chantagens,

- vou querer saber!
- Por favor, Madeleine!

Se esta � a sua politica, � melhor
que arranje algu�m para o meu lugar.

Por favor, espere um momento...

Senhores se n�o se importam,
falaremos mais tarde.

- Achei que deviamos avis�-lo.
- Ao menos tentarmos.

Sim � claro, senhores. Obrigado.

Madeleine, creio que sei
o que lhe aconteceu. Sente-se.

Te arrumo uma bebida.

- N�o obrigada, n�o quero.
- N�o?

O que dizer de chantagem, tamb�m?

- Amea�a se demitir para ganhar uma discuss�o?
- N�o, senhor, falei s�rio.

Vamos Madeleine, diga o que acontece,
est� muito nervosa. O que a preocupa?

- Nada me preocupa.
- Sabe que n�o quero que saia.

Pondo de lado os sentimentos pessoais,
� a melhor editora que j� tivemos.

- Como vai a sua ins�nia?
- Tenho uns comprimidos novos para dormir.

Desta vez s�o vermelhos.

Comprimidos vermelhos para dormir e brancas
para acordar. N�o me parece muito sensato.

- Que vai fazer esta noite?
- Vou jantar com o Freddie Fancher.

Ele outra vez.

N�o pude evitar, vamos usar
hist�rias dele no pr�ximo m�s.

Mas esta ser� a �ltima vez, lhe prometo.

Madeleine,
� uma mentirosa,...

mas apesar de tudo
uma mentirosa encantadora.

Tento ser sincera,
mas nunca acredita.

N�o, querida.
Voc� que n�o cr� em voc� mesma.

Por que tem que sair com esse idiota do Freddie?
Nem tenho oportunidade te de cortejar.

Sempre tentador.

Sabe de uma coisa! � dif�cil cortejar
uma mulher que ganha mais dinheiro que eu.

- Era mais f�cil voc� me cortejar.
- Ah, sim?

Sim...
Est� tentando me evitar, n�o �?

Finalmente nos entendemos, um ao outro.

Aqui tem a mo�a
sem nenhum osso partido.

Nos veremos na reda��o, Madeleine.
At� ficaria se me pedissem.

- Ningu�m lhe pediu.
- Entendi.

- Por que dan�as com esse girino?
- Disse-lhe para n�o beber.

Bebo sempre,
ainda mais quando estou contigo.

Sou dif�cil de aguentar,
quando est� s�brio?

Voc� � como um insuport�vel pesadelo.

Estou indo para casa.

N�o n�o vai me deixar aqui.
N�o seja assim.

- Avisei que ia mais cedo.
- N�o me podes deixar aqui, abandonado.

Sou louco por voc�.
Mesmo que seja � minha maneira...

Boa noite, Freddie.

- Pode conseguir um t�xi?
- Tentarei Srta. Damien.

Est� aqui uma pessoa
que est� ansiosa por conhec�-la.

Sr. Felix Courtland, um dos nossos
principais anunciantes.

Como est�, Srta. Damien?

� um prazer. O Sr. Garet
� a alma do tato, n�o acha?

- Falou muito de voc�.
- Espero que n�o tenha sido brusco.

N�o se preocupe, sempre
tiro as minhas pr�prias conclus�es.

Posso lhe levar para qualquer lugar?
Meu carro est� l� fora.

N�o obrigada.
J� me chamaram um t�xi.

Quanto o lamento.

Lamento,
n�o h� nenhum t�xi.

- Quando haver�?
- N�o sei disso.

Tem certeza
que n�o quer que a leve?

Parece n�o tenho alternativa.

Boa noite,
Sr. Garet.

Muito boa noite,
Sr. Courtland.

- N�o fui muito agrad�vel, n�o �?
- Nem Garet tamb�m.

- Ele gosta de situa��es inc�modas.
- Ainda se sente incomodada?

N�o. Agora n�o.

- �timo, eu tamb�m n�o.
- Sabe, o senhor n�o � como imaginava.

- N�o?
- N�o.

O grande joalheiro internacional.

N�o � para tanto. Herdei um
neg�cio que funciona sem mim.

Voc� n�o me parece uma editora de arte.
Parece uma obra de arte.

O artigo sobre as j�ias �
publicidade barata.

- Admiro o seu bom gosto.
- Por isso n�o quero public�-lo.

N�o pretendo persuadi-la do contr�rio.

Sr. Courtland, acho que o senhor
� um homem muito perigoso.

Quem me dera.
Na verdade sou um homem muito comum.

- Desculpe, n�o disse o meu endere�o.
- Desculpe, eu devia ter perguntado.

- N�o quer entrar um momento?
- N�o, creio que n�o.

Tem que ver as j�ias,
s�o muito mais belas que nas fotografias.

- Ser�o s� 15 minutos.
- Mas eu disse que n�o ia entrar.

Ah, sim, n�o me diga.

- D�-me a sua estola.
- S� ficarei alguns minutos.

Mas � claro.

Que casa maravilhosa.

H� muitos anos que a tenho.
Na verdade � que sou terrivelmente rico.

E isso n�o lhe parece algo agrad�vel?

N�o � dif�cil
quando nos acostumamos.

Todos os problemas est�o
relacionados com dinheiro.

Bem como todos os prazeres.

J� sabe como sou na vida?

S� por que vejo aqui:
bons livros, belos quadros...

- alguma vezes os admira?
- Sim, sou um solteiro solit�rio.

Passo aqui o tempo
lendo velhos manuscritos.

Espera que acredite nisso?

- Este � um quadro do meu pai!
- O Stephan Damien era seu pai?

- Que interessante!
- Acha?

Lembro-me de quando pintou esse retrato de
minha m�e. Todos se sentiam fascinados por ele...

principalmente a minha m�e.
Meu pai acabou por expuls�-lo de casa.

S� podia acabar assim.

O meu pai estava
muito apaixonado pela vida.

� um costume h�ngaro, n�o �?
Mas n�o � exclusivamente h�ngara.

- N�o ia me mostrar as j�ias?
- Sim, claro. Quase me esquecia.

Foi por isso
que viemos at� aqui, n�o �?

Devia sentir-se honrada, este cofre �
um dos segredos mais �ntimos.

- Quer muito ver as j�ias?
- N�o tenho muito interesse.

N�o distingo
um brilhante de um diamante.

S� uma em cada
cem pessoas distingue.

E poucas pessoas s�o inteligentes
para o reconhecer.

- Obrigada.
- Outra bebida?

N�o, obrigada.

Precisa relaxar. Relaxar mesmos.

Tem os nervos � flor da pele.

N�o estou nervosa, veja?

� uma mulher muito curiosa,
com altos valores morais...

- N�o sou eu, � a minha mente.
- Uma mente de homem, diria eu.

Por que fa�o trabalho de homem.

E uns olhos desesperados
e cheios de sombras.

- Poucos sabem ver isso.
- � o que veremos?

- Alguma novidade?
- Tudo calmo.

Estou farto
de comer na lanchonete.

Coma onde comem os caminhoreiros,
eles nunca se enganam.

A uma milha daqui, vi uma coisa estranha.
Vi uma mulher bonita, sentada em um carro sozinha.

- O que estava fazendo?
- N�o fazia nada. S� estava parada.

Vou dar uma olhada, se n�o estiver
violando a lei, a deixarei em paz.

N�o queria assustar a senhorita.
S� queria saber se est� tudo bem.

Desculpe senhorita, esta certa
que se encontra bem?

- Como ela est�?
- Teve muita sorte.

Acabo de v�-la e se comportava
de uma maneira muito estranha.

Ser� melhor chamar
uma ambul�ncia.

N�o parece grave e n�o se
encontrar� um m�dico a esta hora da noite.

Vamos lev�-la para dentro.

Bem, n�o tem ossos quebrados,
s� alguns arranh�es.

Devia ficar aqui esta noite.

Me surpreendeu. � uma mulher jovem e bonita,
teve um acidente e n�o pediu um espelho.

Talvez tenha a ver
com a forma como dirigia.

Talvez n�o encontre atrativos
na maneira de viver.

Este n�o � assunto seu doutor.

Creio que � assunto meu.
Casualmente sou psiquiatra.

N�o preciso de psiquiatra.

N�o se importar�
que estou em desacordo com voc�.

� uma mulher jovem e bela,
creio que de boa posi��o,...

Aparentemente com bom estado f�sico,
mas n�o lhe importa com que possa acontecer.

Isso � interessante, um pouco vulgar,
mas muito interessante.

As conclus�es s�o �bvias.

Esta � a minha vida, doutor
e preferiria dirigi-la sozinha.

N�o quer que vejam o seu interior.
Nem mesmo voc�.

Tem muitas mulheres que
n�o t�m coragem de se enfrentar...

assim procuram uma sa�da
indo de aventura em aventura.

- A metade de meus pacientes s�o assim.
- N�o sou sua paciente!

Diga quanto devo.
Vou voltar para a cidade.

Muito bem,
a levarei � esta��o.

Srta. Damien � uma mulher inteligente,
n�o uma idiota. Quer me prometer algo?

Quando for se atirar da ponte do
Brooklin, venha me ver antes?

Adeus, doutor.

Sim? A senhora Damien?
Vou passar � secret�ria dela.

Escrit�rio da Srta. Damien.

Ela n�o est�, senhor Courtland.
Digo-lhe para ligar?

Sim, senhor.

- Onde est� a senhora perfeita?
- Ainda n�o chegou.

- Quem mandou isto?
- Sr.Felix Courtland.

Sr. Courtland?
Que interessante.

Ela nunca perde, nao �?

- Ci�mes?
- Qualquer coisa j� havia previsto.

Ganhei a aposta.
Tem um namorado novo.

Deve ter uma vida muito agitada, n�o �?

Sim, hoje um, amanh� outros.
Pessoalmente n�o sei como gosta disso.

- Isso te diz respeito?
- N�o, Srta. Damien.

N�o te contratei
para falar da minha vida privada.

N�o, Srta. Damien

Vai buscar o seu sal�rio,
est� despedida.

J� chegou a srta. Damien?

- O que aconteceu, querida?
- A srta. Damien me despediu.

Te despediu porqu�?

Me ouviu falando
do Sr. Courtland.

Sr. Courtland, hein! N�o se preocupe,
eu trato disto.

- Ouvi que despediu a Julie!
- Sim.

- Porqu�?
- N�o gosto que os funcion�rios falem de mim.

- N�o gosta, hein?
- N�o.

Tarde demais para pensar nisso.
E n�o gosto que descarregue na sua secret�ria.

- Sai daqui.
- N�o vai querer que isso vire um segredo?

H� apostas de que o artigo
do Courtland sai na pr�xima edi��o.

� nojento.

Por que n�o reconhece
como voc� �, todos sabem?

Um romance atr�s do outro.
Toda sua vida ser� sempre igual.

- Sai!
- N�o tente subornar com palavras bonitas.

Ningu�m ganha nada. Todos sabem como �
e nunca mudar�.

- Sai!
- N�o se importa porque se diverte.

N�o � verdade...
N�o � verdade! N�o � verdade!

Estou surpreendido. Uma mulher bela, mas n�o
se importa com o que lhe acontece.

Muitas mulheres
n�o t�m coragem de se enfrentar

assim procuram uma sa�da
indo de aventura em aventura.

Talvez n�o encontre atrativos
na maneira de viver.

Se quer se matar,
por que n�o se atire de uma ponte!

Ainda bem que eu tinha raz�o. � uma
mulher inteligente, n�o uma idiota

Sente-se.

Ent�o...

Deseja falar? Fale o quanto quiser.

Tem medo, n�o �? O nosso trabalho �
descobrir porqu�.

Explorar as sombras
e iluminar o que descobrirmos.

E assim ver com clareza
e enfrent�-los voc� mesma.

Quando conseguir,
n�o voltar� a ter medo.

Vivia com o meu pai.

A minha m�e nos deixou
antes de virmos para a Am�rica.

Tinha 10 anos...

Para mim, o seu estilo de vida
era rom�ntica e maravilhosa.

Era um pintor de sucesso
e as mulheres o adoravam.

Viva � sua maneira
e fazia o que queria.

- Como voc� tem tentado fazer?
- Acho que sim.

Porqu�?
Se isso n�o o fez feliz.

Meu pai era o homem
mais feliz do mundo,...

- At� que se suicidou.
- E voc� n�o pode compreender por que ele o fez?

O compreendeu agora?

Acho que sim.

- Pintou alguma vez?
- Fazem anos.

- Por que desistiu?
- N�o ganhava bem.

N�o queria ser como o meu pai,
queria ter a minha vida.

Tem vivido a sua pr�pria vida?

Acho que sim.

- Tem vivido sua pr�pria vida?
- N�o sei, n�o sei!

N�o acredita que est� se
escondendo de si mesma?

Alguma vez tentou descobrir
a pessoa que realmente � em seu interior?

Nunca me interessou.
Nem creio que me interesse agora.

Nesse caso,
creio que n�o poderei ajud�-la.

Mas isso depende totalmente de voc�.

Quer que continuemos?

Fazia o que queria, vivi a minha
vida e ditava as minhas pr�prias regras.

- Ningu�m se magoou.
- S� a voc� mesma.

S� n�o conseguiu faz�-la feliz.

� poss�vel que no fundo soubesse
que faltava algo importante?

- Acho que sim.
- Isso a preocupava?

E decidiu drogar-se para
lhe proporcionar mais emo��es.

Sei qual � o seu problema Srta. Damien.
Padece da doen�a destes tempos...

Melancolia neur�tica � t�o comum,
quanto o alcoolismo cr�nico.

Suponhamos por um momento
que seja alco�latra. � muito parecido.

Inseguros de si,
buscam a seguran�a em emo��es novas.

Em vez de procurar a causa, os b�bados querem
solucionar seu problema tomando outra bebida

Isso naturalmente n�o � a solu��o.
Acabam cedo b�bados em algum bar.

Sem for�as e sem nenhum
desejo de se salvar.

N�o quero continuar com isso. N�o est�
me ajudando, est� me insultando.

Est� insultando a
si mesma Srta. Damien.

Insultando seu corpo e sua alma.

A sua vida n�o tem
sido nem alegre ou bela, nunca.

Tem sido absurda e sem sentido.
E isso sabe agora.

Se quer mud�-la,
pode come�ar agora.

Depende de voc�.

Pode fica com o meu apartamento,
o aluguel deste m�s est� pago.

Pare�o um abutre
dando voltas sobre sua carca�a.

- N�o estou aqui, seja quem for.
- Escrit�rio da Srta. Damien.

Boa tarde, Sr. Courtland.

N�o sei exatamente,
talvez mais tarde...

- Desligou?
- Sim.

- �timo.
- Vou ligar-lhe, pode se arrepender, algum dia.

N�o acredito nesse expediente.
Devolva estes sem coment�rios.

Estes quero ver com detalhes
e pode ficar com aqueles.

- N�o me deu o seu novo endere�o.
- N�o vou dar a ningu�m.

Ol�, Madeleine.
Querida, pode nos deixar um minuto?

Isso s�o s� 60 segundos,
fale depressa.

Preciso conseguir dinheiro,
tenho uma d�vida de 5 mil d�lares.

- Que espera que eu fa�a a respeito?
- Podia falar com o Courtland.

Certamente que consegue
se pedir com jeitinho.

N�o passa de uma ratazana.

Tenho d�vidas at� aqui.
S� ganho 100 d�lares por semana...

e n�o consigo viver com isso.
E 5 mil n�o s�o nada, para Courtland.

� melhor que sai daqui
antes que eu perca a cabe�a.

Me obriga a dizer coisa que n�o desejo falar.
Se se p�e fria e altiva, vou dizer.

Imagine que conto ao Kranish.

Contar o qu�?

Sobre o Courtland.
Tem um trabalho muito bom aqui...

mas n�o durar� muito
se contar a Kranish.

N�o quero contar, mas...

- Acha gra�a?
- Como chantagista � pat�tico.

Vamos, diga-lhe. Diga a pessoa
desprez�vel que sou, tal como tu e ele.

Use o meu telefone, se quiser
a secret�ria e o escrit�rio.

Estou farta de tudo isso.

Revista Boulevard.
A Srta. Damien n�o voltou.

Um momento, por favor.

Lamento,
j� n�o trabalha aqui.

Talvez a localize em sua casa.
Apartamentos Waldorf.

Apartamentos Waldorf.
A Srta. Damien?

N�o, ela deixou seu apartamento.

Porque n�o pergunta,
aos escrit�rios dos correios.

Dalgren, Dalgren, Dalgren...

Damien! Enviar para o Dr.Richard Caleb,
Rua West 5th, n�mero 137.

S� posso dizer que Srta.Damien seguiu
os meus conselhos m�dicos.

Andava vivendo numa zona
altamente infecciosa e decidiu livrar-se dela.

Imagino que me considere
parte desse foco infeccioso.

Veio buscar informa��o,
n�o por um diagn�stico.

Cobro um honor�rio
por insultar as pessoas.

Estou disposto a pagar
por qualquer informa��o.

Sim, eu imaginava,
mas n�o vendo nada.

Creio ser muito �tico,
mas quero falar com Madeleine.

Na sua presen�a, se desejar.

Ela vive com outro nome distinto
num mundo diferente.

Me pediu para lhe dizer,
se viesse me ver...

que estava
criando uma nova alma.

Agradeceria que deixesse em paz.
Adeus, Sr. Courtland.

Adeus, doutor.

Nunca se preocupa
estar julgando ser Deus?

N�o muito.
Estou habituado.

- Que tal?
- � melhor que o papel rasgado.

- Acredita que vir� algu�m aqui?
- Poderia estar pior.

- Espero que o novo inquilino goste.
- Parece um cara estranho.

- Trabalha num museu.
- Sempre se pode agitar.

Nunca vender� isto.

Siga o meu conselho,
pinte coisas mais alegre.

Como flores e borboletas.

Farei isso.
Obrigada, Sra. Geiger.

- Obrigado, salvou-me a vida.
- � seu?

Sim. A Sra. Geiger me mataria
se soubesse que tenho ratos aqui.

Por que os tem ratos
na sua vida?

Patologia � parte do meu trabalho.

N�o devia traz�-los do laborat�rio,
mas me apeguei a este.

Obrigado, outra vez.

As mulheres costumam gritar.
N�o tem medo de ratos?

Acho que n�o.
Mas da pr�xima vez gritarei.

- Boa tarde, Sra. Green.
- Como vai seu trabalho?

Muito bem. N�o paro de pintar.

Entre.

- Ol�.
- Ol�.

- � artista, n�o �?
- N�o sei.

A Sra. Geiger me disse que era.
E ela � uma autoridade, nessa quest�o.

- N�o sei se poderia fazer um trabalho?
- Quer que pinte um retrato seu?

O meu? N�o. Estou fazendo uma
investiga��o e preciso de ilustra��es.

- Que quer que desenhe?
- Nada do outro mundo.

C�lulas sangu�neas e coisas assim.

- Qu� emocionante.
- � sim, ver�. � quase como...

� mesmo fascinante
uma vez que se envolva.

Mas n�o poderei pagar muito.

Destes n�o poderia paga-lhe
at� ao in�cio do m�s.

- N�o importa.
- Oh! Talvez tudo foi arranjado!

- A verei no meu quarto �s seis.
- N�o posso!

Claro que pode, vivo no andar
de baixo. J� sabe, na ratoeira.

- Oh! Me apresento, meu nome � Cousins.
- O meu � Dickson.

Prazer em conhec�-la.

O que estou desenhando?
Tenho o direito de saber?

Claro. � soro de ret�culo
bacteriano em tecido celular.

Era s� o que queria saber.

Olha! Est� muito bom. Amanh�
ir� comigo ao laborat�rio.

- Pode passar para o seguinte.
- Mas j� passa da meia-noite.

Todavia n�o jantei
e voc� t�o pouco.

- Desculpe, envolvi-me nisto...
- Eu tamb�m, mas agora tenho fome.

Bem, nesse caso, vamos comer.

Acho uma id�ia brilhante.

Vou pegar seu casaco.

- Faz isto h� muito tempo?
- Desde que sa� do ex�rcito.

Tive sorte em conseguir
esta linha de pesquisa.

- Mas agora tenho que aproveit�-la.
- E depois?

Depois volto ao Oregon para ser um simples
e respeit�vel m�dico do povoado.

- Com ratos?
- N�o, sem ratos.

Enxaqueca e sem dores de barriga.
Cinco d�lares por consulta.

Talvez goste.
Vai descansar.

Sim vou descansar muito,
mas n�o acho que vou gostar.

- V�o sair a esta hora da noite?
- Vamos.

Vamos estar com uns amigos na cafeteria.
Estamos a ponto de morder as sui�as.

- Veja que ele coma. N�o tem mais ju�zo que um ganso.
- N�o se preocupe, o farei comer � for�a.

Me interessei pelo assunto
na Alemanha, quando estava no ex�rcito.

Conheci dois m�dicos russos
que estavam trabalhando...

na ret�cular e me contaminaram
com seu entusiasmados.

- Torta, senhor?
- N�o, obrigado.

Na primeira noite bebemos
uma garrafa de Vodka

Lembro que a cidade
ainda estava em chamas.

Talvez fosse da vodka, mas n�s tr�s
nos pusemos a falar da anti-ret�cular...

- e entusiasmei-me pelo assunto.
- E voc� fala russo?

Com uma garrafa de vodka
qualquer um fala russo.

- Quer caf�?
- N�o obrigada, tomarei leite.

Um, por favor.

O caso � que naquela noite
prometi a mim mesmo...

que acabando a guerra
me dedicaria a esse tema.

- N�o parou para comer desde ent�o?
- Este � um erro que estou a ponto de corrigir.

Um d�lar cada um.

- Aqui tem.
- Obrigada.

Obrigado.

- Estar certa de ter tudo o que quer?
- Sim, obrigada.

Parece mentira que seja m�dico.

Isso parece uma refei��o equilibrada?
Panquecas com pickles.

Cientificamente
existem duas dietas:

as que os m�dicos aconselham
e a que eles pr�prios comem.

Est� sempre � pressa, n�o se pode
fazer descobertas cientificas assim?

Claro que sim. Pegue Banting.
Viu moscas pousar em um p�ncreas.

Imaginou que devia conter a��car
e teve a ideia para a insulina.

Sabia que � uma mulher encantadora?

N�o est� sendo muito cient�fico, doutor.

Claro que sim, � algo da ci�ncia.
A verdade.

- Falemos da insulina.
- Da insulina...

EFEITO DO SORO ANTI-RETICULAR
EM TECIDO CELULAR

Entre.

- Ol�.
- Ol�.

Foi voc� que comprou
estas folhas para manuscrito?

- Sim. S�o boas?
- Sim, muito boas.

- Quanto lhe custaram?
- Muito pouco, s� 20 centavos.

Muito pouco, hein?
Se pode comprar um par de ratos.

Tenho uma boa not�cia,
acabo de vender um quadro.

N�o me diga.
Quem o comprou?

O inquilino l� de baixo.
Disse que parecia uma fotografia.

Este homem tem bom gosto. Que bom, estou orgulhoso
de voc�. Tamb�m estou orgulhoso disto.

David Cousins,
"Soro anti-reticular".

Isso parece maravilhoso.
� importante, n�o �?

Quero dizer que �
realmente importante.

Bem, n�o curar� todos os males
da humanidade, mas...

Sim. Acho que
pode ser importante.

E tamb�m que seja melhor entregar
antes que comece a alter�-lo.

- Vem comigo?
- Posso?

Claro. Por que n�o?
J� chega de desenhar c�lulas.

Est� na hora de
ver uma cara a cara.

DEPARTAMENTO
DE PATOLOGIA

DOUTOR LUTZ
DIRETOR DE PESQUISA

Espero que o texto seja
t�o bom quanto as ilustra��es.

Tamb�m espero, senhor.

Bem, j� est�.

Disse que os desenhos eram seus, n�o �?

N�o disse que n�o eram.
Vem ver o meu laborat�rio.

- Caf�!
- Eu n�o o beberia.

Patologista adjunto.

- Aqui est�. Que tal?
- � maravilhoso. Como encontra algo com tanto livro?

Estou aqui h� seis meses
e n�o perdi nada.

Al�m do mais j� n�o importa. Se o chefe aprovar
o meu ensaio, vou embora em uma semana.

- Volta ao Oregon?
- Sim, volto ao Oregon.

Tenho que fazer algo
para ganhar a vida.

� t�o mau como diz?

N�o quero mentir, Madeleine, estou t�o
apaixonado por voc�, que n�o posso ver claro.

N�o fa�o nada � dias, somente
passo as horas esperando por v�-la.

Sim eu sei, porque � o que eu fa�o.
Esperando de te ver.

Querida...

Nunca senti isto por ningu�m.

Diga-me, quando soube?

- Quando te vi pela primeira vez.
- Eu tamb�m.

Nunca esquecerei que estava
no corredor com o rato nas m�os.

N�o sabia o que me acontecia,
pensava que estava gripado.

Quer casar comigo?

David...

Diga-me, quer?

Apenas nos conhecemos...
Quero dizer, voc� n�o me conhece.

Como n�o ? Claro que a conhe�o.
O que quer saber sobre mim?

David Cousins, m�dico, de Oregon.
Cap. m�dico da reserva do ex�rcito.

Jovem, s�o e muito apaixonado.
Casar� comigo?

Por favor,
n�o me pe�a agora.

Tenho que pedir.
Quero casar com voc�.

Me d� um pouco de tempo, David.
Estou muito confusa.

- Quero ir para casa.
- Est� bem.

Madeleine.

N�o respondeu uma pergunta
muito importante que te fiz.

N�o posso dizer n�o
porque n�o � o que sinto.

Querida...

Eu tamb�m te amo.

- Boa noite, querido.
- Boa noite.

Deveria fechar a porta.

Um senhor me deu seu
endere�o e o molho de chaves.

E se algu�m o viu?

- N�o se importaria, n�o �?
- Achei que n�o importaria.

Esperava encontr�-la triste e solit�ria
queixando-se de seu infort�nio.

Fui um ing�nuo.

- Saia daqui!
- Claro que irei.

Mas antes n�o quer me falar dele?

Porqu�? Estou apaixonada.
E pode rir se quiser.

N�o quero rir. Nunca pensei que pudesse
haver algo com pessoas como voc� e eu.

Mas conseguiu ter a carro�a
o sapato, o baile e tudo mais.

Isso j� encontrei.

Me alegro muito, mas estou algo pesaroso
por mim. N�o sei o que lhe disse, certo?

- Dizer o qu�?
- N�o falou de mim.

Devia dizer?

Tem toda a raz�o, n�o deveria.
Os homens preferem viver com uma ilus�o.

V� embora.

Se alguma vez precisar de mim, me avise.
N�o pense no passado com rancor.

N�o me importa o que diz, me casarei
com ele, quando n�s pudermos

- Quer fugir dos seus problemas?
- N�o estou fugindo.

Sim est� fugindo. Procura seguran�a em
outra pessoa em vez de cri�-la por voc�.

Mas eu o amo. N�o d� para falar
com voc� se n�o acredita e mim.

- Apaixonar-se n�o resolvem os problemas.
- Que quer dizer?

Seja sincera. Uma parte de voc� n�o
mudou, correto? � correto, verdade?

Sim.

N�o havia contado
ao David da sua vida?

N�o pude.

O deixou se apaixonar por uma ilus�o,
por algu�m que n�o existe.

N�o pude lhe dizer,
podia deixar de me amar.

- � um risco que tem que correr.
- Est� sendo muito duro comigo.

N�o pode construir uma rela��o sobre uma mentira. Se o ama,
conte-lhe. Com os outros era diferente, mas se o ama...

Por qu� n�o quer acreditar? Quantas
vezes devo dizer que o amo?

Amar � partilhar. Se � forte para enfrentar
isto, tamb�m � forte para fazer com David.

N�o posso faz�-lo. N�o posso arriscar
a �nica felicidade que alguma vez tive.

Depende de voc�, Srta. Damien.

- Ol�.
- Ol� querido, voltou muito cedo.

N�o me despediram. Se insinua isso.
O doutor Lutz leu o ensaio.

- O que ele achou?
- Bem...

- ele gostou.
- Oh, David, isso � muito bom!

O �nico problema � que quer que v� a Chicago
e o apresente em um congresso.

- David, n�o!
- N�o foi minha ideia. N�o quero ir.

- Quando tem que ir?
- Hoje a noite, pego o avi�o �s 20h30.

- Quando voltar�?
- Dentro de uns dias.

Mas ou�a, assim
que voltar, nos casaremos.

Consigo a licen�a em tr�s dias
e casamos em 15 minutos.

- Se ainda quer casar comigo?
- Mais do que tudo no mundo.

Vou me sentir um pouco rid�culo neste
congresso. � uma grande honra e tudo isso, mas...

percebe que vou falar para
os maiores experte deste campo.

- Que est� acontecendo?
- Nada.

S� pensava em como me sentiria
se n�o me amasse.

- N�o seja boba. Isso � imposs�vel.
- Podia deixar de me amar?

Por qu� iria faz�-lo? Claro que n�o!

- E se houvesse uma raz�o?
- O que a preocupa?

- Nada. S� queria ter certeza.
- Certeza do qu�?

De que me ama e n�o a uma
ilus�o que fez sobre mim.

N�s os cientistas n�o acreditamos em ilus�es.
Acredito em voc�. � o melhor que me aconteceu.

Quatro camisas, ser�o suficientes?
Ter�o que ser, n�o tenho mais.

Meias!
Bem, isso j� est�.

Madeleine. Tem algo concreto que
a preocupa? Algo que quer me dizer?

S� que te amo, isso � tudo.

- Me escrever�?
- Todos os dias.

- Espero que tenha muitas saudades.
- Eu vou, prometo.

Custa-me deixar-te.
Vou ter ci�mes.

Ci�mes do qu�?

N�o sei, de nada, de todos,
s� com ci�mes.

Querida te perten�o, sabe disso.
Se estou viva � porque me ama.

Casaremos assim que voltar.

Mas quem est� aqui?
Sim � Madeleine!

Como est�?
Se passou muito tempo.

David, este � o senhor Garet.
Trabalh�vamos na revista Boulevard.

- Muito prazer?
- Deixei a revista... ou ela me deixou.

Agora trabalha exclusivamente para mim.
Como vai, Srta. Dickson?

Este � o senhor Courtland, David.
O Dr. Cousins, meu noivo.

- � um homem de sorte.
- Sim, eu sei.

Bem, adeus, Srta. Dickson.

- Parab�ns a ambos.
- Obrigado.

- Boa noite.
- Boa noite.

N�o acredito em nada disso.

Voc� � muito c�ptico, n�o acredita
no amor verdadeiro.

- Acha que Madeleine ir� se casar?
- N�o sei, mas me fascinam os milagres.

- Entre.
- Um telegrama para voc�.

Decidi traz�-lo. Acredito que poderia
ser importante. M�s not�cias?

N�o voltar� at� quinta.

Assim s�o os homens,
n�o se pode contar com eles.

Estava esquecendo. Um doutor
n�o sei o que, a chamou e disse...

para contactar a Srta. Ethel Royce,
que est� tentando localiz�-la.

- � sua amiga?
- � sim.

Voc� saber� o que fazer, mas devia ver as suas
amigas e n�o ficar aqui fechada todos os dias.

Obrigada, Sra. Geiger.

Bom, n�o me diz respeito.

Ethel? � a Madeleine.

- Madeleine!
- Que ou�o?

Uma voz do al�m! Pedi ao seu m�dico
para te ligar, temos que falar.

Sobre qu�?

Lembra-se do suplemento
de arte que come�ou?

Preciso de ajuda,
tenho uma grande bagun�a!

Sinto muito, jurei n�o voltar � revista
enquanto estiver viva.

N�o pediria que fizesse. Podemos nos
ver, ser� somente uma hora. Prometo!

Bom, se s� estivermos as duas.
Concordo. Estarei a� �s cinco.

Que al�vio, est�vamos desesperados!
Fant�stico, estou desejosa por v�-la. Adeus.

Ela vir�.

Sabia que n�o falharia se apelasse
ao seu orgulho profissional. Como estava?

- Muito ruim, que esperava?
- Lamento.

- Victor, n�o quero que esteja presente.
- N�o me ocorreria prejudicar sua reuni�o.

N�o confio em Madeleine, com doutor
ou sem ele. Por�m voc� n�o fa�a nada.

- Srta. Damien, me alegro em v�-la.
- Eu tamb�m, Jim.

Ol�, Luigi.
A Srta. Royce j� chegou?

Acaba de chegar, Srta. Damien.
Sentimos sua falta, tem estado fora?

N�o, mas � bom voltar por aqui.

- Ol�, Ethel.
- Querida, est� maravilhosa!

- Prepare-se, vou te por em dia.
- N�o tenho muito tempo.

Entendo, vou direto ao assunto.

- O de sempre Srta. Damien?
- N�o sei, Sam.

Claro que sim,
nunca pediu outra coisa.

Obrigada, Sam.

N�o imagina o desejo que estava
em te ver, tem que me contar tudo.

N�o h� nada para contar.
Vamos trabalhar.

� maravilhosa, me salvou
o projeto. Estava perdida.

- N�o quero mais, obrigada.
- Mas s� tomou duas bebidas!

- � que j� n�o bebo.
- Nada diria. Parece a de sempre.

- � o ambiente.
- Que tal jantarmos e vamos ao teatro?

N�o obrigada. Tenho que ir para casa.

- Madeleine isto sim que � uma supresa.
- Ol�, Victor.

- Que sorte encontr�-la aqui. Se importa?
- N�o se deixe enganar, sabia que tinha ficado com voc�.

� verdade, mas negarei. S� queria voltar a v�-la.
Est� muito elegante para ser uma ermit�.

Obrigada.

- Tivemos saudades, n�o foi?
- Todos dizem na revista.

- Uma bebida com seu chefe.
- N�o, j� bebi bastante.

- Por favor, s� ser� uma.
- J� tenho os dados para o suplemento.

- E que informa��es tem de Madeleine?
- N�o h� informa��es.

- Se me desculpa, tenho que ir.
- N�o pode ir, veja quem entrou.

- Que casualidade.
- O Garet j� n�o trabalha conosco.

- Que aconteceu?
- Parece que encontrou algo melhor.

Tentarei descreve, mas elegantemente.

O Sr. Garet acredita que o mundo � umtabuleiro
de jogo e n�o se interessa quem saia perdendo.

- Ol� Madeleine, como est�?
- Muito bem.

Parece que n�o se alegraram em me ver.

- Dever�amos?
- Bem, suponho que n�o.

- Esse homem morria nos meus ossos.
- Qu�?

Esse homem corria atr�s de qualquer
coisa com saias e salto alto.

Venha. Sei o que est� pensando.

Cr� que me considero uma mulher irresit�vel.

N�o querida, s� acredito que � pouco modesta.

Bem, � mem�ria.

- Quero falar com o Sr. Courtland.
- Agora mesmo, senhor.

Um momento.

- Entre.
- O Sr. Garet ao telefone.

Obrigado.

Al�, Garet.

Tenho uma surpresa. Sabe
com quem estive?

- Com Madeleine.
- Obrigado por me informar.

Com certeza revisei as
pedras no cofre e falta uma.

N�o � que seja muito importante,
mas � o �nico que sabe do cofre...

e ontem esteve com a chave
em seu poder por v�rias horas.

- O que est� insinuando?
- Que n�o gosto de ladr�es.

Rid�culo,
vou at� sua casa e explicarei.

N�o � preciso,
vou chamar a pol�cia.

Courtland, n�o pode fazer isso!

- � o senhor Garet outra vez.
- Diga-lhe que sa�.

O Sr. Courtland acaba de sair.

- N�o est� pensando em sair, querida?
- Claro que sim.

- Desaparecer� outra vez?
- Sim, volto para minha casinha na �rvore.

- Est� chovendo, deixe que te leve.
- N�o. A Ethel te far� companhia.

- Adeus, querida, cuide-se.
- Adeus.

- E ent�o?
- Aceitemos que mudou.

Nunca mudar�, querido, s� est�
usando palavras novas, isso � tudo.

Madeleine! Quer que a leve?

- N�o, estou esperando um t�xi.

- N�o seja tola, n�o h� t�xis. Ficar� encharcada.
- Por favor!

- Deixe que a leve.
- Vou vou para minha casa sozinha.

Venha, eu a levo.

- Espero que n�o tenha se molhado muito.
- Seu interesse � comovedor.

Que coincid�ncia v�-la debaixo de chuva.

- Ah, sim?
- N�o posso mentir, n�o serviria de nada,...

me disseram que estava neste local.

� detest�vel!

N�o sou detest�vel, sou apenas
um admirador da beleza.

Isso ainda n�o � um crime.

N�o diga bobagens,
estou um pouco tonta.

Um bom jantar far� que melhore.

Porque me persegue sempre? Sabe que
o desprezo e tudo o que representa.

- Poderia mudar de opini�o e humor.
- Deixe-me em paz.

- J� lhe disse que � linda?
- Por favor n�o me incomode, n�o estou escutando.

- Onde estamos?
- N�o se recorda? J� esteve aqui faz algum tempo.

- � um porco. Disse que me levaria para casa.
- Esqueceu de me dar o endere�o.

Um lapso do subconsciente, como diria o seu psiquiatra.
Vamos, estou me molhando!

Fico feliz.
Leve-me para casa!

Depois de jantar imagine o bem que
sentir� depois de me esbofetear.

Isso lhe aquecer� do frio e os ossos
e talvez o cora��o.

- Continua com frio?
- N�o, aqui est� quente.

- Toma.
- Obrigada.

- Muito quente.
- Fogo? Disse s�rio isso de detest�vel?

- N�o. Eu � que sou.
- Porqu�?

- Porque devia ir para casa.
- Com esta chuva? Nem pensar.

- Segue sendo detest�vel.
- E voc� � muito desconcertante.

- Madeleine, somos almas g�meas, voc� sabe...
- Nunca disse isso.

- Claro que sim. Sentimos o mesmo.
- Isso n�o faz sentido, Sr. Courtland.

Porqu� n�o? Tem mais sentido
que n�o nos falemos ou mentirmos?

- N�o tem nenhum sentido.
- Como definiria?

- Estupidez.
- Madeleine, � maravilhosa e doce como o mel.

Vou ver quem �.

O que faz aqui?

- Queria falar com voc�.
- N�o temos nada que falar.

Tem que me escutar,
tudo tem uma explica��o.

J� estou farto das suas estupidez,
v� embora daqui.

- Garanto que conseguirei o dinheiro e o pagarei.
- N�o falo com ladr�es, chamarei a pol�cia.

Se fizer isso, n�o o recuperar�. Precisava
de dinheiro temporariamente, veja o recibo.

N�o quero continuar
falando disso, boa noite.

- Tem que me dar uma oportunidade.
- Eu disse boa noite!

- Deixe-me falar e lhe explicarei..
- Est�pido, cretino!

O devolverei quando puder. Preciso de um
pouco de tempo, algumas semanas.

- Que est� fazendo?
- Chamando a pol�cia.

N�o o fa�a, n�o
deixarei me afundar.

Obrigado.

Est� muito bonita, esta manh�, Sra. Geiger!

- E voc� parece que veio de uma guerra.
- Eu tamb�m me alegro em v�-la.

- A Srta. Dickson, est� l� em cima?
- N�o a vi nesta manh�.

Quem �?

- Ol�.
- David, querido!

N�o podia esperar at� quinta,
eu li o meu relat�rio e sa�.

Precisava tanto de voc�. Me sentia
perdida sem voc�. N�o volte a me deixar.

Isso eu lhe garanto.

- Tenho novidades, fui um sucesso.
- Conta-me tudo.

O que acontece? N�o parece bem.
Melhor volta para a cama.

Veja para come�ar n�o tenho que voltar para o Oregon.
N�o vai se casar com um simples m�dico rural,...

mas vai se casar com um promissor
pesquisador cient�fico.

Foi o que disse o Dr. Brothers
que tem uma longa barba branca.

Querido, estou orgulhosa de voc�.

Vou medir a sua temperatura.

Devia ter estado l�, quando
terminei de ler meu relat�rio...

me ofereceram um laborat�rio pr�prio
na Calif�rnia. Ainda n�o acredito.

A� o tem, saiu no jornal,
no final da p�gina 10.

JOALHEIRO MILION�RIO
ASSASSINADO NA MANS�O

� um projeto muito importante.
Sabe o que disseram.

- Madeleine! O que est� acontecendo?
- David.

Oh, querida est� fria como um gelo!

- N�o se mova, voltarei em um momento.
- N�o v�. N�o me deixe.

Ser� s� um segundo, vou pegar
uma bolsa de �gua quente e cobertores.

Madeleine Dickson est� em casa?

- S�o amigos seus?
- Somos policiais. Onde � o seu quarto?

- L� em cima.
- Para que querem ver a Srta. Dickson?

- Falaremos para ela.
- Melhor dizer-me a mim ela est� doente.

- Quem � voc�?
- � m�dico, vive l� em cima.

- Se n�o � importante quero que voltem amanh�.
- � importante.

Pode me arranjar cobertores e
uma bolsa de �gua quente?

- � amigo da senhora Dickson?
- Sim, porqu�?

S� perguntava.

- Qu� aconteceu, um acidente?
- N�o chamaria de acidente.

- Porqu� n�o deixa de mist�rios e diz logo do que se trata.
- Tranquilize-se doutor.

- Madeleine, estes senhores s�o da pol�cia...
- Eu me encarrego disso.

Sargento Patella e Sargento Bartlett.

� amiga de Felix Courtland, n�o �?
Esteve com ele ontem?

N�o. N�o estive com ele.

- Viu o Sr. Courtland ontem?
- N�o, n�o o vi.

Srta. Damien, n�o estariamos fazendo as perguntas
se n�o soubessemos a maioria das respostas.

Ela n�o se chama Damien,
se enganam de pessoa.

Creio que quem est� enganado � voc�.

Seu nome � Damien e isto � um
caso de homic�dio. Veja no jornal.

Esta � minha casa e tenho o direito
de saber o que est� acontecendo.

- J� falaremos com voc�.
- Nos anos que vivo aqui nunca entrou pol�cial aqui.

- Bartlett, leve-a daqui.
- Vamos, senhora, vamos .

Diga-me Srta. Damien, o que aconteceu ontem a
noite? Que hora saiu da casa de Courtland?

- Voc� e Courtland eram amantes, certo?
- Veja o que diz. N�o � verdade.

Segundo o motorista,
chegaram �s 18h45. A que hora se foi?

N�o fui a sua casa.
Nos encontramos por acaso.

- David, n�o me olhe assim.
- Desde quando conhece a Srta. Damien.

Faz pouco, s� alguns meses.

- Sabia que estava aliada com Courtland?
- � mentira, David! � mentira!

- N�o disse que foi para a casa com Courtland?
- N�o, n�o disse!

Estou cansada. Me recusei.
Nunca entrei na casa, nunca! Juro!

A quem disse, a mim ou ao doutor?

- O qu� h�?
- Chegou �s nove.

- Em um t�xi?
- N�o, vim andando, debaixo de chuva.

- A senhoria disse que parecia perturbada.
- O qu� sabe sobre o Courtland?

Esteve aqui, a visitou
faz umas semanas.

- Sabe a data?
- Dia 10 de Abril, � meia-noite.

- Algo mais?
- A senhoria cr� que Courtland tinha a chave....

deste quarto, mas n�o
sabe como a pode conseguir.

N�o lhe dei uma chave.
David, n�o pode acreditar nisso!

Tenho aqui as chaves dele.
Esta coincide. � esta sem duvida.

Mas eu n�o a dei.

Onde vai? N�o me deixe.
David, juro que n�o o matei!

O que importa se o matou ou n�o?

- Posso v�-lo, s� um minuto?
- Vai contra as regras.

Est� bem, tem um minuto.

- David, por favor, ou�a-me.
- Mentiu. Mentiu sempre!

Mas n�o minto agora. N�o quis ir a sua casa.
Me disse que me traria aqui.

E ele a estava cortejando, certo? N�o
negue, por favor. Tinha a chave do seu quarto.

Devia ter-lhe contado muitas coisas.
Tentei, mas n�o consegui.

Se tivesse sido somente isso, me teria dito quando
me apaixonei por voc�, quando a pedi em casamento.

- Tive medo. Medo de que n�o entendesse.
- Certamente que sim.

Era horr�vel antes de te conhecer, mas
mudou tudo isso. Me fez feliz e sens�vel.

Por que continua a mentir?
Tentou antes e n�o funcionou.

Estava apaixonado
e cometi um erro.

Pensava que era maravilhosa, e o resultado
foi ser outra coisa. Ent�o, esque�a.

O melhor que pode fazer
� me deixar em paz.

Te amo, David.
Sempre te amarei.

Senhores jurados,
a acusa��o provar� sem d�vidas

que Madeleine Damien � culpada
do homic�dio de Felix Courtland.

Provaremos que esteve em sua
casa quando foi assassinado.

Mostraremos que as suas impress�es digitais
est�o no isqueiro de mesa que o matou.

E provaremos
que tinha motivos para assassin�-lo.

Se trata de um assunto muito sens�vel.

Para o Dr. Cousins,
era uma mulher nobre e pura.

Para o outro, Felix Courtland,
uma irrespons�vel fonte de amor...

ego�sta demais para ser fiel
ao homem com quem queria casar-se...

e demasiado fraca
para romper com Courtland.

Um cora��o confiante foi destru�do
por seu terr�vel engano.

Fez um homem acreditar o que todos
sabiam que era uma mentira.

Depois de amea�ar desmascar�-la, foi a sua
resid�ncia para o dissuadir da �nica maneira que sabia.

O abra�ou, fez amor com ele e, apesar disso, ele insistiu em
dar a conhecer a vida que levava e ela o silenciou para sempre.

Senhoras e senhores do jurado,

o Estado lhe pede
que a considerem Madeleine Damien culpada.

Culpada de homic�dio
em primeiro grau.

Quando o Courtland visitou
a acusada, abriu a porta do seu quarto?

- Claro que n�o!
- Como ele entrou?

- Devia ter sua pr�pria chave.
- Sua pr�pria chave?

Onde estava a acusada, quando chegou?

Passeando com o doutor,
tampando-lhe os olhos com uma venda.

Obrigado, Sra. Geiger.
A testemunha � sua, Mitchell.

Deixe-me interrog�-la.
N�o tenho perguntas.

N�o posso defend�-la devidamente
se n�o me deixa. Tem que lutar.

Lutar?
Para qu�?

Sr. Garet, em que consistia o seu
trabalho para o Sr. Courtland?

Eram assuntos pessoais. Era um secret�rio
particular, seria adefini��o adequada.

Diga-me. Neste posto estava consciente
de sua vida privada?

Sim, claro.

O Sr. Courtland sabia que a Srta. Damien mentia
ao doutor Cousins e ocultava a sua identidade.

Prefiro n�o responder
a essa pergunta.

A srta. Damien como o Sr. Courtland
ambos eram meus amigos.

Sim, entendo.

Voltemos
ao encontro no aeroporto.

Qual foi atitude da acusada
quando Courtland viu o Dr. Cousins?

- Parecia envergonhada.
- Sim, parecia envergonhada.

Obrigado.
A testemunha � sua, Mitchell.

Tenho que interrog�-lo,
sen�o estamos perdidos.

- N�o pergunte nada.
- N�o h� perguntas.

- Era amiga pr�xima da acusada?
- Sim, era.

- Falavam de assuntos pessoais?
- Sim, o faziamos.

Se fosse necess�rio poderia
recordar de algumas dessas intimidades?

Poderia recordar de algumas delas
e com muitos detalhes.

- Merit�ssimo protesto!
- Aceito.

Senhorita, diria que os homens achavam
a Srta. Damien atraente?

Certamente.

E diria que a Srta. Damien se sentia atraida por eles?

- Receio que tenha que dizer que sim.
- E diga.

Que tipo de rela��o existia
entre ela e seu antigo chefe, Sr. Kranish?

- Eram bons amigos.
- Em sua opini�o ou um pouco mais que apar�ncia.

Protesto, a sua resposta depende
da subjetividade da testemunha.

Se aceita o protesto.

Dr. Cousins, sou o Dr. Caleb.
A Srta. Damien era minha paciente.

N�o creio que seja culpada e o senhor?

- Tamb�m acho.
- Talvez seja culpada de outras coisas.

Est�o a culpando por assassinato
e n�o quer se defende.

- Tem um bom advogado.
- Ela precisa da sua ajuda, doutor.

Dentro de sua mente n�o a julgam por assassinato
a julgam por essas outras coisas.

E n�o � o juiz que julga esta caso, mas voc�.

- N�o quero ser grosseiro, mas n�o sabe do que fala.
- Discordo.

Venho tratando a Srta. Damien h�
algum tempo. Sou o seu psiquiatra.

- Dr. Caleb.
- Desculpe ter incomodado, doutor.

- Seu nome, por favor.
- Richard Caleb.

- � psiquiatra?
- Efetivamente.

- A srta. Damien era sua paciente?
- Sim.

- Por vontade pr�pria?
- Sim, claro.

� verdade que as pessoas
n�o v�o aos psiquiatras

a menos que n�o se considere,
digamos,muito equilibradas?

Geralmente, sim.

A senhora Damien n�o estava
a ponto de se suicidar...

- quando foi v�-lo pela primeira vez?
- Protesto!

N�o importa, isso j� ficou
demonstrado com as outras testemunhas.

No entanto, n�o � certo
que as pessoas que o consultam...

- t�m problemas?
- Protesto!

Protesto negado.

Ent�o doutor?

N�o a sentido me consultar
sen�o tivcessem problemas.

Assim a acusada tinha um problema.

Pode dizer-nos qual era
o problema da Srta. Damien?

� um assunto confidencial
entre paciente e seu m�dico.

Durante o transcorrer de suas conversas,
alguma vez falaram da rela��o...

- com o Dr. Cousins?
- Sim, falamos.

Se deu conta que ela estava
comprometida com o Dr. Cousins.

- Acredita que foi sincera com ele?
- Aconselhei-a a contar absolutamente tudo.

- E ela o fez?
- N�o, que eu saiba.

- Por que n�o, doutor?
- Isso ter� que perguntar � Srta. Damien.

- Falou com o Dr. Cousins?
- Sim, fazem s� alguns minutos.

E sem d�vida deve ter percebido que � inteligente.
Mas a acusada se negou a interar-se com ele.

Depois de o conhecer, pude perceber por que
a Srta. Damien se negou a ser sincera com ele.

Se importaria de nos dizer porqu�?

Tenho a impress�o de que o Dr. Cousins carece
de capacidade, tanto emocional, quanto intelectual,...

para entender um problema
como o da Srta. Damien.

- Como est� indo o julgamento, Dr. Caleg?
- Receio que n�o muito bem.

- O Dr.Cousins o est� esperando.
- Ah, sim!

- Disse que o senhor n�o o esperava.
- Na verdade, esqueci que o esperava.

Ol�, doutor.
Sente-se e relaxe.

- Diga-me � uma visita profissional ou pessoal?
- Dr. Caleg, disse umas coisas muito duras sobre mim.

Sim, isso eu fiz.

- Creio que mere�o uma explica��o.
- E eu tamb�m.

E dito isso, me alegro muito que tenha vindo.

- Quero falar-lhe da Srta. Damien.
- N�o me interessa a Srta. Damien.

Vejo que ainda est� apaixonado por ela.

- N�o estou apaixonado por ela.
- Melhor.

Assim podemos tratar desse tema
de m�dico para m�dico.

Estou interessado pela Srta. Damien
porque � minha paciente.

E acredito que estava a
ponto de resolver seu problema.

Seria muito frustrante, para mim, v�-la pagar
por um crime que n�o cometeu.

Seria como se voc� perdesse
um dos ratos, um que acaba-se de inocular.

- O que isso tem a ver comigo?
- Escute.

Quando testemunhar amanh�, te dir�o
que diga a verdade. Toda a verdade.

Toda a verdade sobre a alma humana �
uma quest�o muito complexa.

N�o vou dizer nada sobre Madeleine
que j� n�o tenha ouvido...

mas n�o pode, eventualmente, ter tomado fatos
isolados e chegado a uma conclus�o err�nea?

Quer sentar-se, doutor.

Aten��o, este julgamento recome�a.

Chame a sua testemunha, Sr. O'Brien.

O Dr. Cousins, por favor.

� a �ltima testemunha,
me permita que o interrogue.

O digo com toda a franqueza,
se testemunhar, estamos perdidos.

Levante a m�o direita.

Jura solenemente dizer a verdade
nada mais que a verdade?

- Juro.
- Sente-se.

- Nome, por favor.
- David Cousins.

- Com que nome conhecia a acusada?
- Madeleine Dickson.

- Disse-lhe o seu nome verdadeiro?
- N�o, senhor.

- Acredita que lhe mentiu sobre a sua identidade?
- Sim, senhor.

- Por quando tempo continuou mentindo?
- At� a manh� que veio a pol�cia.

- Falou alguma vez de sua rela��o com Courtland?
- Nunca.

- Pediu a acusada em casamento e ela aceitou?
- Sim, senhor.

- E continuou sem falar de Courtland?
- Assim foi, senhor.

- Quando soube da sua rela��o?
- Na manh� que veio a pol�cia.

Entendo, desde que a conheceu
at� que foi presa,

- nunca realmente a conheceu.
- Protesto, merit�ssimo!

Sr. O'Brien, n�o deixou isso claro?

S� quero que o jurado perceba a
verdadeira natureza do motivo da acusada.

- Continue.
- Obrigado.

S� mais uma pergunta. Se soubesse a verdade,
teria afetado o seu amor pela acusada?

- Protesto, merit�ssimo!
- Deixe-o responder.

Indeferido.

Diga-me Dr. Cousins, se soubesse a verdade,...

teria afetado
o seu amor pela acusada?

Estava apaixonado por ela na �poca...

e continuo apaixonado.

- A testemunha � sua.
- N�o tenho pergunta.

- Continua apaixonado?
- Sim, como o primeiro dia.

- N�o posso crer nisso...
- Me deixar� cham�-la para testemunhar?

- Foi � casa do Courtland, naquele noite?
- Sim.

- A seduziu?
- Sim.

- Tiveram uma conversa sobre o Dr. Cousins?
- N�o.

- Tem certeza?
- Tenho certeza.

- Srta. Damien, estava apaixonada pelo Courtland?
- Claro que n�o.

- E pelo Dr. Cousins?
- Sim.

- Mas apesar disso foi � casa de Courtland.
- Sim, j� disse lhe disse.

Apaixonada por um homem, mas vai � casa
de outro que n�o ama, por vontade pr�pria.

- Sim.
- O Sr. Courtland n�o a amea�ou?

- N�o.
- Ent�o por que foi com ele?

N�o sei, cometi um erro.

Cometeu um erro...

Declarou que foram interrompidos
por um intruso misterioso.

Pode dizer a este jurado algo
mais concreto sobre essa pessoa?

N�o o vi.

- Ent�o n�o o viu.
- S� ouvi sua voz.

- Estava certa que era um homem?
- Era um homem.

O que disseram?

N�o sei, falaram na entrada,
mas n�o sei o que disseram.

Jura! Jjura que � um homem
e n�o sabe dizer o que falaram.

E que tipo de pessoa visitaria
algu�m a essa hora da noite?

Um cobrador?
Um vendedor de revistas?

- Ou talvez um ladr�o?
- Porque n�o um ladr�o? Sr. Courtland era muito rico.

Devia ser um ladr�o muito t�mido,
por que n�o levou nada.

Al�m do mais o Sr. Courtland
tinhas as j�ias num cofre na loja.

Nem todas. Tinha algumas na
casa, no cofre da casa.

- Em que cofre?
- O tinha na sala.

- N�o havia visto esse cofre, n�o �?
- Sim, o vi.

Merit�ssimo n�o sab�amos nada desse cofre!
Pe�o um recesso e se reviste o apartamento.

- J� revistamos o apartamento.
- Se h� um cofre e foi roubado...

Cavalheiros, se adia o julgamento at� amanh�.

Sugiro que o inspetor e os advogados
examinem o apartamento juntos.

- Que nos diz do cofre, Sr. O'Brien?
- Que cofre?

Podemos tirar fotos do interior?

Ser� melhor que esperem fora.
Farei uma declara��o quando terminar.

- Senhor O'Brien!
- Sim.

Se importa se o acompanhar?

N�o sei o que espera.
Ami�de que testemunha revelou ser.

- N�o pude evitar.
- Muito bem Garet, onde est� o cofre?

N�o sabia
que havia um cofre aqui.

Nunca acreditei que soubesse e se
quiser saber, duvido que tenha.

Aqui est� o advogado, talvez ele
saiba. Onde est� o cofre, Mitchel?

O meu assistente perguntou
� Srta. Damien e vir� em um instante.

- Perda de tempo.
- Talves o Sr. Garet, possa no dizer onde est�?

- Eu lhe perguntei e ele n�o sabe.
- N�o compreendo era muito pr�ximo ao Courtland, n�o �?

Assim �. Se houvesse um cofre, eu saberia.

- Ao menos teria visto a chave.
- A �nica resposta � n�o existe cofre.

- O que descobriu?
- J� sei onde est�, na biblioteca.

- Parece que estava errado, Sr. O'Brien.
- Pode ser.

Quem diria?

- Necessito da chave de Courtland.
- Aqui tem.

- Isso � um cofre, Sr. O'Brien.
- Sim, isso parece.

Mas n�o parece ter sido saqueada.
N�o acho que um ladr�o deixaria isto.

- Voltamos ao ponto de partida.
- J� vi o que desejava, e voc� Mitchel?

- Ganhou este round.
- Feche-a.

Te verei no julgamento.

- O levo a sua casa, doutor?
- N�o, obrigado.

Sargento h� alguns pap�is de Courtland
para por em ordem, se importa se fico?

- Por mim tudo bem, j� terminamos.
- Obrigado.

Posso fazer algo por voc�?

Sinto curiosidade por algo. Nunca havia visto um cofre
assim antes que se abre apenas com uma chave.

Agora que o disse, eu tamb�m n�o.

Normalmente os cofres se abrem
mediante uma combina��o.

Sim, � o mais habitual.

E como sabia
que este se abria com chave?

- Disse nunca ter visto sua chave.
- Disse isso? Acho que o disse para dizer algo.

- Estou vendo. Poderia ter outra explica��o.
- Verdade?

Sim! Que mentiu quando disse
que n�o havia visto o cofre.

N�o est� falando s�rio, doutor?

Sou um cientista, Sr. Garet. Quando vejo algo
estranho, considero todas as explica��es poss�veis.

As descobertas mais importantes
se fizeram assim.

- Deve ser um trabalho fascinante.
- Sim, �.

Suponha que sabia desse cofre, algo que
n�o sabia. O que isso provaria?

Francamente, nada,
mas sugere uma teoria.

Era pr�ximo de Courtland
e sabia do cofre.

Talvez o cofre tenha sido saqueado
e talvez ele tenha descoberto.

Discutiu com o homem
na entrada e foi assassinado.

- Talvez esse homem era o senhor.
- Esta � uma teoria muito interessante

Verdade que �.

Como lhe disse, sou cientista e formulo
uma teoria, o que resta � comprov�-la.

- E isso � o que vou fazer.
- Entendo.

Ent�o n�o se importa de
trocar impress�es com a pol�cia?

- Por que importaria?
- Impress�es digitais...

Se nunca viu o cofre, n�o
se importa que procurem por elas.

Claro que n�o.

O n�mero � 73200.

Bem doutor, esquecerei. N�o acha
que isso est� fora de sua especialidade?

Suponho que tenha raz�o.

- Adeus, doutor.
- Adeus.

Disse 373200, n�o foi Sr. Garet?

Creio que o substimei, doutor.

Extra, extra, Madeleine Damien
absolvida de todas as acusa��es!

�ltima hora da notica da imprensa: Aten��o!

Madeleine Damien foi absolvida
do homic�dio de Felix Courtland.

A confiss�o de um empregado, Jack Garet,
est� sendo estudada pelo investigador.

Um estranho julgamento cheio de surpresas.

Acontecimentos inesperados deu um giro de
180� no caso do assassinato de Felix Courtland.

Madeleine Damien saiu em liberdade gra�as ao valente doutor
que enfrentou o assassino, arriscando sua pr�rpia vida.

- Sra. Geiger, estou procurando Madeleine, n�o a viu?
- Foi embora, me pediu para dar-lhe isto.

Como, para onde foi?

N�o quis me dizer, mas saiu para
o aeroporto a mais de uma hora

Querido David, ainda consigo ouvir a tua voz
neste tribunal e nunca esquecerei o que disse.

Fez muito mais do que me salvar a vida,
fez com que minha vida merece-se ser salva.

N�o posso deixar de dizer o quanto te amo
e quanto desejaria casar-me contigo,...

mas agora n�o seria justo.

Vou embora por uns tempos.
quero estar segura...

que depois disto tudo posso ser
a pessoa que acreditou que sou.

Depois de passar um tempo e ambos
estarmos seguros volte a me pedir, por favor.

Adeus, meu querido.

Passageiros do voo 41,
embarquem pelo port�o 6.

- Posso visitar-lo de vez em quando?
- Claro.

- Quero encontrar a mim mesma.
- Creio que o far�.

Cr� nisso.

Depois de tudo que passou, estou certo.

- Adeus.
- Continuo achando que cometeu um erro.