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Anteriormente em Reign:

-Estou gr�vida.
-Isto n�o pode ser.

-�s uma rainha solteira.
-Ent�o o que sugeres que fa�amos?

Sua majestade,
se me permite apresentar-me.

-Lorde Cunningham.
-Os escoceses est�o em p�nico.

A Esc�cia precisa de for�a e uma
alian�a com Espanha pode dar-lha.

A Espanha j� n�o � uma op��o.

Tive de vir.

Assim que soube
que tinhas sido envenenada.

Quando me apercebi
que estava a ter um aborto,

tive de encontrar
um local privado.

Algu�m me fez isto.

Tr�s cora��es, tr�s assassinatos.

Vai acontecer novamente.
Algu�m vai morrer.

Verme imundo.

Firmeza.

Bom Deus.

A coroa��o do Carlos
� daqui a uma semana.

As aldeias vizinhas est�o todas
a celebrar em sua honra.

Quero p�o e vinho
entregues a todas as vilas

como mostra da bondade
e generosidade do nosso novo rei.

Como vosso tesoureiro,
devo informar-vos

de que o custo das festas da coroa��o
tem subido imenso.

Com os cofres ainda quase vazios
da guerra escocesa, temos de...

De provar ao mundo que o Rei Carlos
� uma for�a a ter em conta.

Concordo, Lorde Fluret.

Agora que o per�odo de luto
por Francisco passou,

est� na hora de ver a Casa de Valois
em toda a sua gl�ria.

E, para tal,
precisamos de dar um espet�culo.

Vossa Majestade,
creio que isto vos pertence.

O seu novo uniforme
de Guarda do Rei assenta-lhe bem.

Gra�as � Regente
por me ter contratado.

Quero tomar-vos aqui mesmo.

-J� se passou algum tempo.
-Tenho andado ocupada.

Ficai descansada.
Irei compensar-vos.

Obrigada por resgatardes
o meu bot�o.

Talhante, como estamos com o menu
do banquete da coroa��o?

Quinhentos pequeninos porcos
esperam ser chacinados.

Que extravag�ncia.
Esse custo � desnecess�rio.

N�o para um rei.

Leit�o ser�.

Senhora Regente.

T�nhamos concordado em fais�o.
� mais barato.

N�o t�o divertido para mim.

Eu gosto dos guinchos dos porcos.

H� algo que n�o bate certo em si,
rapaz talhante.

As minhas facas
precisam de ser afiadas.

Agrada-me a vossa presen�a,
Lorde Narcisse.

Tenho uma coisa para v�s.

-� um discurso.
-Um brinde.

Escrevi-lho para me homenagear
no banquete da coroa��o.

� para prolongar
a minha humilha��o?

Ver o Conselho Privado
destituir-vos da Reg�ncia

e depois entregar-ma
j� foi prazer suficiente.

N�o. Isto � para nos assegurarmos
de que o mundo sabe

que tenho o vosso apoio incondicional.

Estou desejosa
de o ouvir l�-lo

numa ocasi�o t�o importante,

com tantas pessoas presentes.

Mal posso esperar.

O que aconteceu?

Foi feita uma descoberta macabra
nos t�neis do castelo.

Eu sabia que a Esc�cia se estava
a virar para o Protestantismo, mas...

Este homem, o John Knox,
a minha m�e odiava-o.

Ele foi uma pedra no sapato
de Marie de Guise durante anos.

E o que ele escreveu aqui
� uma atrocidade.

-Tanto �dio aos cat�licos.
-E �s mulheres.

Especificamente
a monarcas femininas.

Os seguidores dele
aumentam diariamente.

Ele quer que seja um homem
a governar a Esc�cia,

o que n�o augura nada de bom ao
meu regresso para conservar o trono.

Mas h� uma forma
de uma mulher lutar

contra um tirano como o Knox:

uma alian�a matrimonial forte.

Com tantos dignit�rios de visita para
a coroa��o, tereis feito progressos?

Talvez dev�ssemos
adotar outra estrat�gia.

O Rei Erik da Su�cia
vai comparecer � coroa��o,

e precisa de uma noiva.

Erik da Su�cia � protestante.

Um casamento inter-religioso poderia
diminuir o sentimento anticat�lico.

Seria visto
como um gesto de toler�ncia.

Ou como o gesto de uma
rainha cat�lica enfraquecida

curvando-se ao Knox
e aos seus seguidores.

O Vaticano v�-lo-ia
como uma trai��o.

J� n�o teria o seu apoio,

nenhuma chance de obter dinheiro
ou soldados em tempo de crise.

Se n�o fizerdes algumas concess�es,

receio bem que possais ficar
sem um pa�s para onde regressar.

Talvez.

Mas, at� l�, tentarei falar
com outra monarca feminina,

ver o que ela pensa dessa for�a
desestabilizadora, John Knox.

-Maria, andava � vossa procura.
-Vossa Majestade.

Quero que assumais uma posi��o
de honra na minha prociss�o Real.

Isso � muito generoso
da vossa parte, Carlos,

mas estar�eis a quebrar a tradi��o

tendo a vi�va do falecido rei
na vossa prociss�o.

Sei que � pouco ortodoxo,

mas mostrar� ao mundo
que a Fran�a est� ao vosso lado,

que eu estou ao vosso lado.

N�o me ocorre melhor maneira
de honrar o Francisco

do que ter-vos l� comigo
quando for coroado.

Ent�o, ser� uma honra
tamb�m para mim.

Um fan�tico que odeia mulheres
como John Knox

pode amea�ar a Inglaterra
e a Esc�cia se tiver oportunidade.

Asseguro-vos,

Isabel e a Corte dela
partilham das vossas preocupa��es.

Os ensinamentos do Knox tamb�m
ganharam terreno na Inglaterra.

Descansai, n�o sois a �nica mulher
governante que ele despreza.

Dev�amos formar
uma coliga��o contra ele.

Concordo.
Talvez um inimigo comum

alivie finalmente as tens�es
com a vossa prima.

Escreverei a Isabel imediatamente
falando-lhe das vossas preocupa��es.

Ser� que tamb�m pod�eis perguntar
pela fam�lia de Lady Lola,

e pelos restantes ref�ns escoceses?

Eram para serem libertados
quando Lola chegou a Inglaterra,

mas n�o tivemos not�cias.

Os assuntos da Corte
foram interrompidos

por conta da aus�ncia da rainha
devido ao seu envenenamento.

Contudo, sei que ela dever�
voltar a casa em breve.

Muito bem.

Isso encerra a nossa reuni�o,
portanto.

Isto foi agrad�vel.

J� n�o nos v�amos
h� bastante tempo.

Em reuni�o.

N�o tenho tido necessidade
de encetar negocia��es diplom�ticas.

Portanto, a menos que tenhais algo
de natureza oficial para discutir...

Tenho. Os termos para uma dan�a
convosco no banquete da coroa��o.

Pensei que tinha sido clara

quando disse que a nossa rela��o
deveria ser estritamente pol�tica.

E fostes. S� pensei que gostar�eis
de ver uma cara amiga nesse dia.

Duvido que estejais ansiosa
por esse dia.

E porque dizeis isso?
Estou bastante feliz pelo Carlos.

Talvez me sinta
um pouco desorientada.

Eu e Francisco fomos coroados
reis da Fran�a h� pouco tempo.

Agora, sou uma convidada na corte,

uma rainha decorativa,

aqui e na Esc�cia.

Maria, tendes de acreditar
que sois muito mais do que isso.

Sois uma...

E quem � que temos aqui?

Rainha Maria, deixai-me
que vos apresente a minha filha, Aggy.

� �gata.

Anda, querida. Vamos fazer
um piquenique no jardim.

V�s certamente n�o ireis.
N�o vos encontrais bem.

Apresentai-vos
na enfermaria imediatamente.

Agora quem vai tomar conta de mim?

Ora, eu, claro.

O que tens a� na orelha?

-Posso brincar com a minha boneca?
-Sim.

N�o sei o que estou a fazer de errado.

Consigo facilmente encantar
rainhas zangadas.

N�o tenhais tanta certeza disso.

Esta menina desencoraja-me
completamente.

A Isabel manteve-vos separados
desde que ela nasceu.

Conhecerem-se levar� tempo.

Agora, o que fizestes juntos
desde que ela chegou?

O mesmo
que o meu pai fazia comigo.

Pequeno-almo�o e dar as boas-noites.

Gideon, tendes
tantos anos perdidos para recuperar.

Tirai-a deste castelo abafado.

Ide e fazei algo divertido.

Muito bem. Onde � que n�s vamos?

-"N�s"?
-J� fostes uma menina outrora.

Sabeis do que as meninas gostam.

J� para n�o falar
que me dispensastes a governanta.

O homem era o escudeiro do castelo
que desaparecera h� uns dias.

Foi apenas quando o desenterr�mos
que descobrimos o outro corpo.

A mulher era nobre.

As v�timas anteriores
foram deixadas ao relento.

Ele anda a escond�-las,
a enterr�-las por debaixo do castelo.

Como � que ele entra com os corpos
nos t�neis sem ser visto?

N�o sei, mas vou descobrir.

Esta coroa��o est� destinada
a celebrar Carlos,

um rei forte com uma regente
poderosa a seu lado.

Isto certamente n�o augura
nada de bom para v�s, Catarina.

Ter um assassino � solta
numa ocasi�o t�o importante,

com tantas pessoas presentes.

Talvez deva fazer algumas altera��es
ao meu discurso.

Asseguro a todos de que estais a salvo
aqui no castelo para a coroa��o.

Poremos todos os guardas do rei
dispon�veis

em alerta a toda a hora.

Tenho a situa��o sob controlo.

Dezasseis libras, nem mais uma on�a.

Est� a� algu�m?

O que diabo estamos a fazer
a viajar nesta ratoeira de carruagem?

Pe�o desculpa pelo vosso desconforto.

N�o � certamente adequada
ao regresso oficial da rainha � Corte.

-� assim para vossa seguran�a.
-Para minha seguran�a?

Da �ltima vez que o vosso coche real
saiu do castelo,

foi atingido com pedras
e comida podre.

Vejo que a opini�o p�blica n�o tem
sido generosa na minha aus�ncia.

Persistem rumores de que
Robert Dudley era vosso amante,

-Matou a esposa para ficar convosco.
-Ser� que ningu�m aceita a verdade?

A Amy Dudley cometeu suic�dio,

e Robert foi inocentado
de todas as acusa��es.

Que novas tendes de Dudley?

Nobres que souberam do seu
paradeiro expulsaram-no do condado.

A mancha na sua reputa��o
n�o se desvaneceu.

Tendes de ficar longe dele.

Porque � que prestam mais aten��o
ao falat�rio cruel

do que ao verdadeiro terror em m�os?

Que progressos tendes feito
na busca pelo meu envenenador?

Eu encontrarei o criminoso,
mas preciso de tempo.

Tendo em conta que a opini�o p�blica
se virou contra v�s,

n�o h� falta de suspeitos.

Not�cias maravilhosas.

O embaixador Blackburn
enviou uma carta

expressando a profunda preocupa��o
de Maria, Rainha da Esc�cia,

relativamente
ao agitador protestante, John Knox.

Knox. Mas que homenzinho odioso.

Ela espera que combineis
os vossos esfor�os para o neutralizar.

Sugere que vos beneficiaria
a ambas,

tendo em conta
o seu �dio por monarcas femininas.

� uma proposta interessante.

Mas n�o posso atrever-me a alienar
os meus apoiantes protestantes.

A �nsia da Maria por discutir o Knox
diz-nos uma coisa, contudo.

Ela planeia regressar � Esc�cia.

Talvez seja hora de eu fazer uma visita
� minha convidada escocesa.

Acho que nunca vi o mundo
com tanto espanto.

O mundo pelos olhos de uma crian�a
� uma coisa maravilhosa.

O que �?

Um camelo.
� o primeiro que vejo t�o de perto.

-Bastante feio, n�o �?
-Eu acho-o lindo.

-H� mais animais l� dentro!
-Queres entrar?

Posso ir contigo,
se estiveres nervosa.

Prefiro ir sozinha,
mas preciso da minha boneca.

Deixei-a na carruagem.

Eu vou l� buscar-ta.

O vermelho assenta-vos bem,
minha senhora.

� vosso por tr�s dinheiros.

E eu aposto que ficaria igualmente
bonito em ti, minha menina. Pronto.

T�o linda como a tua m�e.

Quem me dera
que f�sseis minha m�e.

�gata, �s muito querida.

Mas gostaria muito de ser tua amiga.

E n�o te esque�as do teu pai.
Ele ama-te muito.

Sim, eu sei,

-mas obedece �s ordens da Rainha.
-Referes-te � Rainha Isabel?

Se f�sseis minha m�e,
nunca me abandonar�eis,

porque ningu�m manda
numa rainha.

Est�s com receio
de que a Rainha Isabel

volte a tirar-te do teu pai?

Compreendo que estejais com medo.

At� as rainhas t�m medo �s vezes.

Mas n�o podemos permitir
que o nosso medo nos controle.

N�o parece agora,

mas o teu pai �
o teu maior protetor.

Achas que lhe consegues
dar uma oportunidade?

Pronto.

Pai, quereis vir antes v�s comigo?

Gostaria muito.

N�o me trouxestes para c� para que
a Maria vos pudesse conhecer melhor.

-Quereis informa��es sobre Maria.
-Sim.

Quando � que a Maria
espera regressar � Esc�cia?

Ela falou com os generais dela?

Se n�o estais informada acerca
das opera��es militares da Maria,

discutamos os assuntos do cora��o.

A coroa��o do Rei Carlos
aproxima-se.

A corte francesa
est� inundada de realeza.

Que pretendente
espera a Maria entreter

na sua busca
por uma nova alian�a matrimonial?

N�o podeis esperar
que vos diga essas coisas.

A Maria � minha amiga.

Esperava que tamb�m n�s
pud�ssemos ser amigas, Lola.

As amigas n�o v�o apenas
�s casas umas das outras,

e compram vestidos bonitos.

Elas fazem favores umas �s outras.

E se eu n�o o fizer?

Ent�o, encontrar-nos-emos
num impasse.

E isso eu n�o posso permitir.

N�o me deixais alternativa.

A vossa fam�lia
continuar� atr�s das grades,

e v�s ficareis aqui na corte inglesa,

e um pouco menos confort�vel.

At� estardes disposta a falar.

Aqui n�o.

Onde nos costum�vamos encontrar.

Mas eles puseram-lhe uma tranca.

Dai-me a chave.

Conseguis arranjar outra,
n�o conseguis?

Sim, mas esta, amante...

Agora, ganho o dobro do que ganhava.

J� vos posso comprar coisas.

Isso ser� agrad�vel, n�o ser�?

S� n�o as mostreis ao vosso marido.

-Crist�v�o, onde andastes?
-Meu senhor, as minhas desculpas...

Ordenei a todos os guardas do rei
que me viessem pedir as suas ordens.

Isso inclui-te a ti.

O Lorde Fluret desapareceu.
H� sinais de luta nos seus aposentos.

-Achais que foi o assassino.
-� por isso que preciso que trabalhe,

n�o que vagueie pelos corredores.

Escute, n�o me interessa
que Catarina vos tenha dado

esta posi��o por estar nas suas boas
gra�as, tem de levar o trabalho a s�rio.

Mostre �s pessoas
que � digno do posto que tem,

e ningu�m se lembrar�
de como chegou at� ele.

Meu senhor, soube que procurais
volunt�rios para as patrulhas noturnas.

Eu costumava cuidar
das fogueiras na Ala Este.

Ningu�m a conhece melhor.
Deixai-me patrulhar l�.

Dai-me uma oportunidade
para provar o meu valor.

Fico arrepiado ao usar a chave
dos aposentos de Catarina de M�dici.

Fico arrepiada por n�o estares
coberto de teias de aranha

por teres usado
as passagens secretas.

Algu�m te viu?

N�o, mas que importa?

Estou aqui a t�tulo oficial.

A guarda do rei
encontrou o Lorde Fluret?

Ainda n�o. V�rios nobres deixaram o
castelo, temendo pela sua seguran�a.

E continua a n�o haver progressos
na busca pelo assassino.

Estais t�o linda com isso posto.

Obrigada.

Decidi usar outro.

Este faz-me lembrar
da �ltima vez que o usei.

Na coroa��o do Francisco.

N�o quero que essa tristeza
perturbe o dia do Carlos.

Porqu� usar uma pe�a menor?

Porque, Crist�v�o,
faz-me lembrar o meu falecido filho.

Em algumas coisas,
pareceis ser um homem feito,

mas, noutras, sois ainda t�o jovem.

Quando tiverdes filhos, sabereis
que n�o conhec�eis o amor verdadeiro.

Quando perderdes um filho,
vir�s a conhecer a dor verdadeira.

Eu n�o conhe�o a vossa dor,

mas fa�o quest�o
de nunca olhar para tr�s.

Porque haver�amos n�s de o fazer
com tanta beleza � nossa frente?

Adicionastes outra chave.

Para a arrecada��o da Guarda do Rei,
e para os meus aposentos.

Os vossos quartos n�o t�m fechadura.

Tomastes uma nova amante?

Uma antiga. Estais zangada?

N�o. S� quero ter a certeza

de que n�o haver�
conversa de amantes entre v�s.

Sabes que ningu�m pode
saber de n�s.

Ouvi dizer que a Isabel conseguia
ser mercurial, at� err�tica, mas isto?

S�o tempos muito dif�ceis
para a rainha.

A vida dela � t�o solit�ria.

Queres dizer, sem o seu amante
assassino de esposas?

O que os nobres dizem sobre
Robert Dudley n�o � verdade.

Ele � um homem bondoso.

A mulher dele, aquela
por quem toda a gente lamenta tanto,

dev�eis ter visto
a maneira como ela tratava os servos.

Se quereis a minha opini�o,
muita gente a pode ter assassinado.

Entretanto, Lorde Dudley � a �nica
pessoa em quem Isabel pode confiar.

N�o est� certo
o mundo estar contra eles.

Compreendo.

Toma.
Trouxe-te ameixas do jantar.

Toma.
Trouxe-te ameixas do jantar.

N�o, minha senhora. Eu fa�o isso.

Disparate.
Tens as m�os cobertas de fuligem.

O que � isto?

Uma peruca desta qualidade
custaria uma pequena fortuna.

-N�o � nada.
-E a cor.

Isabel. Roubaste-a?

Jamais. Uma amiga minha
foi cortes� aqui.

Ela pediu-me o favor
de a entregar a uma pessoa.

Eu n�o fiz nada de errado.

Eu n�o fiz nada de errado.

N�o...

mas est� relacionado
com algu�m pr�ximo dela.

N�o acreditareis a menos que vejais
com os vossos pr�prios olhos.

Sou nova nisto, meu senhor.

-O que quereis que fa�a?
-Onde est� a peruca?

Precisamos mesmo dela?

Sim. Para a pr�xima,
vede se a trazeis posta.

Agora, parai de falar.

Isabel.

Oh, Isabel.

Jamais conseguirei retribuir-vos
esta gentileza.

N�o h� nada a retribuir.

V�s ter�eis acabado por chegar
a este momento sozinho.

Por mais que me entriste�a diz�-lo,

esta doce folga tem de acabar.

-� hora de aceitar o meu destino.
-E qual �?

A procura de uma alian�a matrimonial
com Erik da Su�cia.

Um pr�ncipe protestante?

Os meus conselheiros acham que isso
agradar� a John Knox e seguidores,

facilitando o meu regresso � Esc�cia.

O que achais?

Acho que estaria a trair quem sou,

e � dif�cil.

Mais dif�cil do que ter sido
tomada por m�e dela?

Presumo que desej�veis
um filho vosso com Francisco.

Ser confrontada com essa dor hoje
deve ter parecido insuport�vel,

mas v�s superaste-la,

e ainda arranjastes maneira
de ajudar a �gata e a mim.

Agora, tendes de vos ajudar
a v�s pr�pria. Sois uma rainha, Maria.

E tendes de fazer o que for preciso
para alcan�ar esse prop�sito.

Se esse tal pr�ncipe sueco
vos ajudar a faz�-lo,

ent�o ide atr�s dele.

Sabeis que estais a encorajar-me

a aliar-me
a um marido muito poderoso,

e as ordens da vossa rainha
s�o para o evitardes.

Essas foram as minhas ordens
como diplomata.

Falo-vos esta noite como amigo.

Se bem que ouvi dizer
que o Erik � entediante,

cheira a cavalas velhas,
e que a Su�cia � um bloco de gelo.

N�o gostei do prazer
que ele tirou da matan�a.

Mas � isso que os talhantes fazem,
talham animais.

N�o deve ser nada,
mas eu tamb�m vi o talhante

a discutir com o Lorde Fluret
mesmo antes dele ter desaparecido.

-Sobre qu�?
-Sobre a ementa da coroa��o,

mas a conversa aqueceu rapidamente.

Dificilmente um motivo
para inspirar um assassinato.

Se o talhante n�o for um assassino,
�, pelo menos, um ladr�o.

Esta noite, vi-o a roubar
um barril de sal da despensa.

-Sal?
-Sim.

Os aposentos dele ficam ao lado
do matadouro, rolou-o l� para dentro.

Um barril de sal
vale quase um ano de sal�rios.

O sal n�o � apenas valioso,

tamb�m � usado
para conservar carne.

Cheiram sempre assim?

S� se forem deixados ao relento.

Se estivessem
dentro de um barril de sal,

n�o exalariam um odor t�o intenso,

dando tempo ao assassino
at� que os pudesse enterrar.

Sal.

Apenas vest�gios.

O barril era muito grande?

-Dava para conter um corpo?
-Sim.

Talvez tenha sido assim que os levou
para os t�neis sem ningu�m reparar.

Vamos visitar os aposentos dele.

H� alguma coisa aqui.

J� vi isto antes.

No celeiro com a Delphine quando
and�vamos � ca�a do assassino.

Ele guarda cora��es nisto.

Aqui.

Santo Deus, �...?

O Lorde Fluret.

Quem est� a�?

O que fazeis?
Estes aposentos s�o meus.

-O que � isso?
-Pousai a faca, e conversamos.

Achais que fui eu que fiz isso.

Quereis pendurar-me
como a um porco.

N�o posso deixar que isso aconte�a.

-Parai de resistir.
-J� parei!

Fiquei satisfeita em ouvir
que quer�eis voltar a conversar.

Mudastes de ideias?

Estais preparada para me contar tudo
sobre Maria, rainha dos escoceses?

Receio que n�o.

Mas tenho outras informa��es
que podeis achar �teis.

Continuai.

Durante
as minhas �ltimas semanas aqui,

ouvi sussurros acerca
de um cavalheiro que era

um favorito vosso.

Os vossos pr�prios conselheiros
queriam que desaparecesse,

e isto causou-vos grande sofrimento.

Prossegui com cautela, Lady Lola.

Dir-vos-ei uma coisa sobre a Maria.

Ela faz-se rodear de gente
devotada ao seu contentamento.

Verdadeiros amigos.
Verdadeiros conselheiros.

Como qualquer rainha deveria fazer.
Como eu fa�o.

N�o creio que o fa�ais.

O que pensais que sabeis?

E o que tem isso a ver
com o meu favorito,

como lhe chamais?

Na verdade, Vossa Majestade,

tem que ver com Lorde William.

Isabel.

Mas que diabo?

Porque estais t�o chocado?

N�o foi isto que sempre quisestes,

a vossa esposa longe
na casa de campo,

e eu aqui, nos vossos aposentos?

-De que falais?
-J� sei da cortes�.

J� sei da peruca ruiva
que a fazeis usar,

e de como gritais o meu nome

no auge da paix�o
quando a fornicais.

-Onde ouvistes tal coisa?
-N�o vale a pena neg�-lo.

E pensar que, todos estes anos,
eu acreditei que ereis motivado

por amor ao vosso pa�s.

Mas agora sei que n�o � assim.

-Estais apaixonado por mim.
-Mas nunca agi em conformidade.

Falais como
se tivesses hip�tese.

Houve vezes em que tive.

Quando Dudley estava ausente
e quer�eis mais do que conselhos.

Podia ter-me tornado vosso amante,
mas n�o o fiz porque sou casado.

E esse facto, por si s�,
traria vergonha sobre v�s.

Eu sabia disso, e Dudley, o vosso
amante casado, tamb�m sabia.

-E ele n�o se importou.
-Ele faria qualquer coisa por mim.

V�s achais que ele vos ama, mas
o amor verdadeiro implica sacrif�cio.

E eu sacrifiquei
as minhas pr�prias emo��es,

ignorei-as uma e outra vez
para vos proteger.

N�o h� nada, absolutamente nada,
que eu n�o fizesse

para vos manter no trono.

At� assassinar
o meu filho por nascer?

Sabias que eu estava gr�vida.

Juro que n�o sabia.

Falei com a cortes�
que visitastes mais recentemente.

Ela conduziu-me � rapariga
que ela tinha substitu�do,

� rapariga que mandaste embora
apenas dois meses antes.

Logo ap�s ela te ter ajudado
a arranjar a po��o que as putas usam

para se livrarem
de problemas indesejados.

Envenenaste-me
para que eu perdesse o meu beb�.

Eu fi-lo para vos proteger
e salvar o vosso reinado.

N�o t�nheis o direito!

Era o meu filho.

N�o t�nheis o direito.

Isabel, por favor.

Deixareis o meu servi�o
imediatamente,

e n�o regressar�s.

Sinto-me imensamente aliviada
por o teres apanhado.

Parab�ns, Sebasti�o.

O cr�dito n�o � s� meu.

Sem o olho atento de Crist�v�o

a apanhar o talhante
a mover o barril de sal,

n�o sei se o ter�amos apreendido.

E tens a certeza
de que � ele o homem certo?

Se encontrar o cad�ver do Fluret nos
aposentos dele n�o for prova bastante,

apenas duas pessoas t�m a chave
da despensa onde o sal � guardado:

o pr�prio talhante,
e o padeiro do castelo.

O padeiro n�o pode ser o assassino.
Tem uma perna gravemente atrofiada,

o que o torna incapaz de mover
um barril de sal pesado,

muito menos com um corpo l� dentro.

Disseste o padeiro?

Disse.
O que se passa?

Nada.

Crist�v�o.

Ent�o descobristes tudo.

Isto foi tudo obra vossa.

Pensei que tinha enterrado
os corpos suficientemente fundo.

Parece que n�o contei
com os ratos esfomeados.

Quando desenterraram
o vosso trabalho,

precisastes de arranjar
um bode expiat�rio.

Foi a� que reacendeste o caso
com a mulher do padeiro,

para que lhe pudesses tirar a chave
e incriminar o talhante estranho.

S� que eu nunca usei barris de sal
para mover as minhas v�timas.

Eu pr�prio as carreguei,
na calada da noite.

Voltastes e pusestes sal
nos cad�veres

do escudeiro e da mulher nobre
depois do acontecido

para guiar a busca nessa dire��o.

Como �
que me desmascarastes?

Conhecendo-vos.

A vossa incapacidade de compreender
que eu chorava o meu filho,

e a forma como me abordastes sem
preocupa��es com a minha posi��o.

Primeiro, associei isso
� juventude e ao atrevimento,

e depois apercebi-me
que n�o � o medo que vos falta,

falta-vos consci�ncia.

O talhante � inocente.

Aquele talhante
n�o � inocente nenhum.

J� vi a maneira como ele mata.
Ele gosta.

E serei eu a vossa pr�xima v�tima?

Eu jamais vos faria mal, Catarina.

E eu sei que v�s
jamais me far�eis mal a mim.

S� dormi com a mulher do padeiro
por causa da chave.

Disse-lhe coisas indecorosas
sobre v�s, e lamento por isso.

Lamentais ter dito coisas
indecorosas,

mas sois um assassino.

N�o digais a ningu�m.

Sei que n�o direis,
porque � um segredo.

E eu sei
um segredo vosso tamb�m.

V�s mandastes
que a vossa filha, Cl�udia,

fosse espancada para conseguirdes
roubar a reg�ncia do Narcisse.

Eu ouvi-vos a conspirar nos vossos
aposentos com o Duque Boinel

quando estava a atravessar
a passagem secreta

para ir ter convosco uma noite.

Tamb�m estava l� outra pessoa

que pode testemunhar,
se for preciso.

Jamais direi quem,

mas posso derrubar
a vossa reg�ncia para sempre.

Normalmente, preciso de arrancar
um cora��o para o possuir,

mas o vosso j� � meu.

N�o podeis ficar aqui,
Crist�v�o.

N�o com o que eu sei.

Posso, e vou.

E se me tentardes impedir,

se eu aparecer morto,
ou simplesmente desaparecer,

uma carta ser� entregue

relatando o vosso acordo
com o Duke Boinel.

Agora, levantai-vos. O castelo precisa
do assassino castigado.

Sabeis o que tendes a fazer.

O talhante ainda insiste
na sua inoc�ncia.

Como todos os homens
antes de morrerem.

Tenho uma coisa para v�s.

O Francisco estava t�o nervoso
durante a coroa��o dele,

as palmas das m�os
estavam t�o suadas

que, quando o cardeal
lhe colocou o cetro na m�o,

ele quase escorregou para o ch�o.

Depois disso, nunca mais compareceu
a outra cerim�nia

sem isto enfiado na sua manga.

Agora � vosso.

Agarrai-vos bem a ele, e as vossas
m�os permanecer�o secas.

Esse � o conselho mais �til
que me deram hoje.

-Estou contente por c� estardes.
-Tamb�m eu.

Est� na hora.

A vossa aten��o, por favor!

Um brinde a Catarina de M�dici,

Rainha-M�e e Regente da Fran�a.

Uma mulher de grande honra,

defensora do seu povo,
protetora do territ�rio.

Que toda a fam�lia Valois
e esta grande na��o da Fran�a

fiquem descansados
sob o seu cuidado excecional.

A Catarina.

A Catarina!

Tenho andado � vossa procura,
Lorde Cunningham.

Estou preparada
para conhecer Erik da Su�cia.

Arranjareis uma apresenta��o?

Receio que uma alian�a matrimonial
com um governante protestante

j� n�o se adeque
�s vossas necessidades.

Acabei de saber
que John Knox e os seu seguidores

irromperam pelos port�es
do Castelo de Edimburgo em protesto.

Eram em n�mero t�o vasto,

que o vosso irm�o Jaime,
mesmo como regente,

teve relut�ncia em castigar
os seus atos de trai��o.

De trai��o?

Eles queimaram uma ef�gie vossa.

E, agora, Knox emitiu um ultimato.

Eles n�o aceitar�o o vosso governo,
nem a vossa volta � Esc�cia,

a menos que concordeis
em converter-vos ao protestantismo.

N�o. Vivi a minha vida inteira
como uma rainha cat�lica.

N�o permitirei que o Knox me force
a ser algo que n�o sou.

Nem agora, nem nunca.

N�o serei corrida do meu pa�s
antes de ter sequer regressado.

O que ireis fazer?

Combaterei o fogo com fogo.

Vim agradecer-vos pela nova
governante que enviastes � �gata.

Sei o que estais a fazer.

Ides ao Vaticano.

Sois certamente bom
nesse trabalho de espi�o, n�o sois?

Vou pedir fundos ao Vaticano

para fazer guerra contra John Knox.

Ele est� a tentar tomar o meu pa�s,

a atormentar cat�licos,
a persegui-los,

a queimar lares, a pilhar mosteiros.
N�o o posso permitir.

Isabel ver� o erguer de um ex�rcito
cat�lico como um ato de agress�o.

O Vaticano tem estado decidido
a reclamar a Inglaterra

desde que o pa�s se tornou protestante
ap�s a morte de Mary Tudor.

Sei que isto enfurecer� a Isabel.

Isto tem que ver com o John Knox,
um escoc�s a tentar tirar o que � meu.

E t�nheis raz�o.

Tenho de abra�ar o meu prop�sito.

Reclamar o meu poder.

Sou uma rainha e uma lutadora,

e uma mulher que n�o parar�
at� ter salvo a Esc�cia.

-N�o falei em erguerdes um ex�rcito.
-Mas tenho de o fazer.

Maria, se levardes uma for�a cat�lica
para lutar nas Ilhas Brit�nicas,

os nosso pa�ses
poder�o nunca ficar em paz.

Pode chegar o dia em que n�s,
eu e v�s,

nos encontremos frente a frente

num campo de batalha.

O que far�eis?

Seria obrigada a derrubar-vos.

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