All language subtitles for En Attendant les arbares

Uma oficina que se tornou um filme.
Aconteceu em Toulouse.

A realidade de uma cidade.

A realidade de tr�s lugares...

A realidade de doze atores
e uma pequena equipe...

torna-se uma fic��o,
expressando...

a realidade do mundo.

� ESPERA DOS B�RBAROS

um filme de Eug�ne Green

Boa noite, senhor.

Boa noite.

Disseram-nos que voc� � um Mago.

Voc� acredita no que lhe dizem?

Neste caso, sim.

Liberdade de consci�ncia
� garantida pela secularidade.

N�s fomos avisados de que
estar�amos a salvo aqui.

O que voc�s temem?

Os b�rbaros.

Eles est�o vindo.

Como sabe?

Pela rede social.

Podemos entrar?

Podem entrar.

Mas devem deixar todos os
seus dispositivos nesta cesta.

Como vamos acompanhar
o progresso dos b�rbaros?

Se est�o seguros aqui,

como acreditam que est�o,

n�o h� necessidade de saber
onde eles est�o.

Vou me juntar � festa.

Eu n�o tenho nada.

Deixem-me apresentar-lhes
a minha esposa.

� da magia, tamb�m?

Eu sou uma 'Maga'.

Tem absoluta raz�o, madame.

Meu marido � um bobo,
e sempre digo que sou uma 'boba'.

Eu n�o sou nem
um pouco falocrata,

e sempre concordo
com minha esposa.

Eu sou uma pintora.

Eu gostaria de me casar,
acho.

Mas n�o com uma 'boba'.

Eu costumo dormir fora,

mas se n�o h� obje��o
a minha presen�a...

Voc� � bem-vindo aqui,
como s�o os outros.

E voc�, meu jovem?

Eu sou um celibat�rio.

E poeta.

Sentem-se.

Ent�o,

est�o fugindo dos b�rbaros.

Quem s�o esses b�rbaros?

Os citas.

Os tr�cios.

Os godos.

Os ostrogodos.

Os visigodos.

Os v�ndalos.

Os hunos.

Os �varos.

Os alanos.

Os cumanos.

Os t�rtaros.

Os pechenegues.

Os Estados Unidos.

Eu lhes disse que
estar�o seguros aqui.

Podem explorar o local.

Voc�s n�o ver�o b�rbaros se
escondendo nos cantos, aqui.

Mas, senhor,

estamos cercados pela escurid�o.

Voc�s encontrar�o a luz nela.

S�o crian�as.

Sim.

� por isso que
est�o com medo do escuro.

Estive esperando por voc�.

Mas eu n�o sabia
que estava vindo para c�.

Eu sabia que estava.

Voc� conhece o Mago e a Maga
que moram aqui?

Eu era filha deles.

Pode-se deixar de ser
filho de seus pais?

Gramaticalmente falando, sim.

Eu estou morta.

Voc� � um fantasma?

Sim.

Eu deveria dizer 'uma' fantasma?

Voc� tem um nome?

Sophie.

Que pena que � um fantasma.

Por qu�?

Voc� � t�o bela.

Eu te amo.

Eu te desejo.

Um fantasma n�o � nada
al�m de seu desejo.

Pelo qu�?

No meu caso, por viver.

Eu tinha vinte anos
quando morri.

Como voc� morreu?

Foi na v�spera
do anivers�rio de minha m�e.

Eu entrei em uma livraria,
para comprar um presente para ela.

Quando sa�, algu�m come�ou
a atirar na multid�o.

Eu ca� na cal�ada.

Esses j� eram os b�rbaros.

Eles costumam enviar vigias,
antes de chegar em massa.

Talvez.

Mas os b�rbaros s� v�m
se n�s os esperamos.

Voc� deve ter sofrido
terrivelmente.

Eu quase n�o senti nada.

S�o meus pais que sofrem.

Voc� disse que
estava me esperando.

Sim.

Voc� � o �nico
que pode me libertar.

Como?

Trazendo-me de volta � vida.

Eu poderia faz�-la
viver de novo?

Meu corpo, n�o.

Minha alma, sim.

Mas, como?

N�o � coincid�ncia
que tenha chegado aqui.

Sophie...

Sophie.

Por que n�s viemos at� aqui?

Para escapar dos b�rbaros,

que logo chegar�o.

Mas tudo � escurid�o por aqui.

O Mago disse que
encontrar�amos a luz.

Eu n�o confio nesse Mago.

Voc� n�o tem medo de que
ele seja um cripto-b�rbaro?

Viu?

H� luz agora.

Isso n�o prova que
o Mago n�o � um b�rbaro.

Os b�rbaros n�o t�m ilumina��o?

Eu n�o sei.

Esse � o problema daqui.

Existem muitas coisas
que n�s n�o sabemos.

N�s saberemos, no final.

Como pode esperar que
saibamos alguma coisa

se n�o temos internet?

N�s teremos, no final.

Como?

O Mago confiscou
todos os nossos dispositivos.

Isso prova que ele est�
em conluio com os b�rbaros.

A menos que ele
realmente seja um.

Posso falar com voc�
sobre algo s�rio?

Por que voc� quer que
discutamos coisas s�rias?

J� que n�o temos internet
ou mesmo televis�o,

teremos que encontrar
alguma maneira de passar o tempo.

V� em frente.

Querida,

por que n�o temos filhos?

Como eu poderia saber?

N�s somos bobos.

Por isso mesmo.

Bobos vivem felizes,

e t�m muitos filhos.

Talvez voc� tenha um problema.

Voc� sabe que eu n�o tenho.

Eu consultei os dois espermatologistas
mais conceituados da Europa.

Sou 200% f�rtil.

Eu consultei os dois ginecologistas
mais confi�veis da Fran�a,

e eles me disseram a mesma coisa.

Ent�o, qual � a explica��o?

Voc� sabe que eu me agito.

A noite toda.

N�o h� necessidade de exagero.

Ent�o, como podemos
explicar a situa��o?

Tem que haver
uma explica��o racional.

Somos franceses.

Eu tomo a p�lula.

Mas por qu�?

Voc� n�o quer
ser uma 'boba' real?

Sim.

Ent�o, por qu�?

Tenho medo.

Meu psiquiatra diz
que n�o � bom ter medo.

Eu n�o consigo ver mais nada.

N�o importa, querida.

Vamos aproveitar
e tentar fazer um beb�.

Eu j� tomei a p�lula hoje.

N�s podemos tentar
de qualquer maneira.

Querido!

Voc� parece estar me seguindo.

Eu estou indo em frente.

Como sempre fa�o.

Eu tamb�m.

Parece que compartilhamos
da mesma orienta��o.

Agora n�s temos luz.

Mesmo que n�o saibamos
de onde venha.

Eu prefiro a escurid�o.

Voc� n�o precisa de luz
para pintar?

Eu n�o posso levar-me
a sujar uma tela.

Correr um pincel
sobre uma nua,

pura e virginal superf�cie parece
um ato de viol�ncia insuport�vel.

� pura falocracia.

� estupro.

Voc� � uma n�o-pintora.

N�o � verdade.

Meu trabalho �
altamente considerado.

Suas pinturas vendem?

Claro.

Sou conhecida como a dama,
no sentido de mestre,

do nu monocrom�tico.

Mas todas as suas pinturas
s�o iguais.

Claro que n�o s�o.

Eu vario a qualidade da tela.

Hoje em dia estou
usando o friso.

� simples,

grosseiro

e sensual,

como o corpo de um monge.

Eu amo corpos.

Voc� deveria ter sido m�dica.

Eu s� gosto da
superf�cie dos corpos.

Ent�o voc� � superficial.

Voc� tem namorada?

Mas eu quero me casar.

Eu n�o gosto de ser tocado.

Ent�o como pode esperar
encontrar uma namorada?

Eu n�o estou procurando
uma namorada.

Eu disse que queria me casar.

Voc� vai querer
uma esposa online?

Nos dias de hoje,
isso � feito.

E depois,

vai proibi-la de tocar em voc�?

Vou autorizar
o m�nimo necess�rio

para se fazer filhos.

Voc� pode encomendar
crian�as online.

Se isso for verdade

� um grande avan�o.

Eu n�o acho que goste
muito de voc�.

Eu j� vou.

Voc� vai partir
na escurid�o.

N�o importa.

Voc� me assusta
mais do que a escurid�o.

N�o cometa erros.

Estou t�o assustada
quanto voc�.

Ol�.

Eu n�o creio que
nos conhe�amos.

Sim, mais ou menos.

Eu entrei com voc�.

Mas eu n�o sou um cara
que as pessoas notem.

Em qualquer caso,
eu n�o notei voc�.

Voc� est� muito ocupado?

N�o particularmente.

Ent�o sente-se.

Onde?

Aqui.

Est� limpo.

Viu?

N�o � t�o ruim.

Voc� sabe o que era?

O qu�?

Todas aquelas pessoas gritando.

Eram pessoas que
n�o eram felizes.

Mas onde eles estavam?

Nas proximidades.

O que estavam fazendo aqui,
nos Magos?

N�o � da minha conta.

Mas estou falando
por mim.

Para voc�,

talvez seja da sua conta.

Pretendo participar
dos assuntos p�blicos.

Voc� � um pol�tico?

Em teoria.

Voc� ganha elei��es,

e coisas assim?

Eu nunca tive representa��o.

Mas, caso contr�rio, sim,

seria necess�rio,
para mim, ganhar.

Por que voc� nunca
teve representa��o?

Porque � poss�vel
que eu perca.

Minha m�e costumava dizer:

"Aquele que n�o aventura nada,
n�o ganha nada".

Era o dizer dela.

Eu estou simplesmente
passando adiante.

Eu n�o dou muito cr�dito
� sabedoria popular.

Como algu�m se torna
um pol�tico?

Voc� frequenta a
Sciences-Po ou a I'ENA.

De prefer�ncia, ambas.

Como eu fiz.

A etiqueta exige que voc� me pergunte
agora como algu�m se torna um sem-teto.

Mas n�o se sinta obrigado.

A minha m�e dizia que
� preciso sempre ser educado.

Considere a pergunta feita.

Eu cresci nos sub�rbios
de Bordeaux.

Sa� da escola aos dezesseis anos.

Eu fiz muitos bicos,

ent�o tive uma oportunidade
numa lanchonete em Arcachon.

Eu vendia sorvete e refrigerante
para os turistas,

engordava-os,
como a porcos.

Mas ao contr�rio dos porcos,
n�s n�o os matamos.

N�s os engordamos sem parar.

Era um neg�cio lucrativo
e eu estava motivado.

Eu ganhei o suficiente
para viver o ano todo,

e poderia at� dar aos
meus pais algum dinheiro.

O que voc� fez durante
os meses em que n�o trabalhou?

Eu vivi.

O que aconteceu?

No terceiro ano,

pouco antes do
in�cio da temporada,

o dono da terra a
vendeu para um promotor.

A loja foi derrubada
e eu me encontrei sem nada.

Voc� procurou trabalho?

A Central de Trabalhos
me ofereceu um emprego numa f�brica.

O mesmo trabalho de meu pai.

Mas eu recusei.

Se algu�m recusa um trabalho,

� respons�vel
pelas consequ�ncias.

E voc�?

Voc� aceitaria um
trabalho de f�brica?

Eu?

Eu tenho diplomas.

Eu,

eu tenho minha vidinha

e a vivo nas ruas.

Se eu fosse voc�,

procuraria fazer
um curso de treinamento.

As ruas

oferecem um curso
de treinamento completo.

Venha entregar-me,
� morte,

� injusti�a do meu destino!

Venha libertar
minha pobre carne

do inferno onde moro.

O que � isso?

Um cara que sofre.

H� muito poucos,
voc� sabe.

Agora eu sei como
fazer voc� aparecer.

Pelo meu desejo.

Sim.

Voc� pode ser o �nico
a me convocar.

E eu gostaria de ficar com voc�.

Eu tinha um passarinho
que deixava sair da gaiola.

Ele podia voar em
qualquer lugar da casa,

e at� sair pela janela.

Mas quando eu chamava
o melro com o poder da minha mente,

ele sempre voltava.

Exatamente como acabei
de convocar voc�.

S� que ele voltava
para a vida e a alegria,

e eu voltei para sofrer.

Eu quero traz�-la
de volta � vida.

Voc� mesma me disse
que era poss�vel.

Voc� ainda n�o sabe
como fazer isso.

Como eu posso aprender?

Talvez seja por isso
que esteja aqui.

N�s entramos neste lugar
para escapar dos b�rbaros.

Onde eu podia viver,
n�o havia b�rbaros.

Onde fica isso?

Certamente do lado de fora

do mundo.

Ent�o, como posso fazer isso?

Quando for a hora certa,

voc� saber�.

V� ver a minha m�e

que tamb�m est� sofrendo.

Est� pensando
em sua filha, madame?

Seu esp�rito n�o est� em paz,

e sinto sua presen�a
constantemente.

Como algu�m pode aceitar a morte
na idade de vinte anos,

quando o desejo de viver
� t�o forte?

Seu conhecimento
n�o oferece respostas.

Eu acredito que o sofrimento

e at� o mal
servem a um prop�sito.

Mas � dif�cil
aplicar a sabedoria a si mesmo,

quando o cora��o est� chorando.

Mas chegou a hora de compartilhar
com nossos convidados

aquilo que n�o pode nos ajudar.

Venham.

Venham.

Estou vos chamando para a luz.

Por que nos mandou
para a escurid�o?

Para que vissem o que havia l�.

Eu n�o vi nada.

Eu simplesmente tive uma oportunidade
de explicar para esse idiota aqui,

a sutileza da minha arte,

que fora totalmente perdida.

Tudo tem sua import�ncia.

N�s constatamos que
n�o h� b�rbaros aqui.

� reconfortante.

O presente ausente
nunca � reconfortante.

Voc�s entrar�o agora no corredor
do passado presente.

Meu marido vos espera l�.

Aqui,

para aqueles que
desejam receb�-lo,

o passado se torna presente.

Sentem-se.

No ch�o de novo?

O ch�o faz voc� crescer
em dire��o aos c�us.

Ele, cujas imagens voc�s ver�o,
viveu apenas por sua arte.

Ele n�o tinha esposa nem filhos.

Ele morreu,
um virtual desconhecido,

e est� enterrado sob as pr�prias
pedras em que est�o sentados.

A morte levou-o
enquanto pintava essa cena.

O lado direito est� inacabado.

A pintura retrata homens
envolvidos numa a��o violenta.

Mas eles est�o agindo
como dormentes, em um sonho.

Apenas o derrotado,
o rei em fuga est� com medo.

Ele v� a batalha como um pesadelo
do qual espera escapar ao acordar.

Aqueles que matam
e que s�o mortos.

Mas todos eles cumprem seus pap�is,

esperando que a vida,

apesar das apar�ncias,
tenha um significado.

Virem-se agora
na outra dire��o.

Aquele que est� morto
mostra apenas a beleza da vida.

Aqueles que est�o de luto
est�o tristes,

mas n�o perdem a esperan�a.

A morte � um caminho
que liga a Terra

aos c�us.

Olhem aqui.

Aqueles que levam Cristo
ao seu t�mulo,

est�o velados em uma
mortalha de tristeza.

Mas a dor deles n�o � excessiva.

Na luz clara e fria,

dois homens vivos
aproximam-se do t�mulo sem medo,

colocam dentro dele
aquele que � a sua esperan�a.

Pois a vida leva � morte,

e da morte nasce a vida.

Como a palavra falada,

que emerge do sil�ncio

e l� retorna para renascer.

Levantem-se agora

e me sigam
at� o quarto ao lado.

Sentem-se.

Voc�s ver�o apari��es
de um romance antigo.

N�o tenham medo.

S�o fic��es.

A fic��o � meramente uma tentativa
de mostrar algo mais real que o mundo.

H� um pequeno problema.

Uma das apari��es
n�o est� dispon�vel.

Ela conseguiu um emprego
nas Florestas de Azevinho.

Um de voc�s precisar�
substitu�-la.

O senhor.

Voc� ficaria muito bem.

Eu?

Eu tenho que me tornar
uma apari��o?

Por favor.

N�o sou nada demais,

mas ainda sou
feliz por estar vivo.

N�o tenha medo.

Isso n�o ser�
o fim da sua vida.

Apari��es n�o podem se tornar
carne e sangue,

mas n�s, seres humanos,

vamos todos os dias
da vida para a fic��o,

e da fic��o para a vida.

Ser� apenas uma rotina.

Eu n�o sei o meu papel.

Voc� vai incorpor�-lo,

e as linhas
vir�o automaticamente,

como na vida.

Se minha m�e soubesse que eu poderia
ser um fantasma sem morrer,

ela ficaria orgulhosa de mim.

Venha entregar-me,
� morte,

� injusti�a do meu destino!

Venha libertar
minha pobre carne

do inferno onde moro.

Mas como eu poderia me resignar,

e ver meu pa�s sangrando, secar,

entregue aos poderes do mal

do vil Taulat de Rougemont?

Meu amado pa�s,

meu tesouro sagrado,

terra sagrada de Montm�lior!

Por ela, devo de fato suportar

mais uma vez, a prova��o sem fim,

e, para dar a ela descendentes,

meu corpo aceita esse sofrimento.

Eu sou o cavaleiro Jaufr�,

vindo de Carduel para encontrar

aquele que desprezou o nosso soberano

e que desdenha nossa religi�o.

Eu parei aqui,

nesta terra estranha e linda,

por Brunissen, a dama justa

deste castelo,
que faz meu cora��o desesperar

e preenche meu ser
com tamanha luta,

a ponto de querer lev�-la
como minha esposa.

Ela pretendia, primeiro,
fazer-me pagar,

para quando, em seu pomar,
eu me deitasse,

desse aos seus p�ssaros
um terr�vel susto.

Mas, vendo-me,
ela me achou justo,

e assim a raiva dela foi aplacada

em algo muito mais doce

e seu cora��o sentiu tanto fervor

por mim,

como eu tenho amor por ela.

Mas aqui em Montbrun, encontramos

comportamentos de tipo incomum.

As pessoas s�o corteses,
os cora��es cantam,

at� os sinos come�am a tocar.

ent�o todos come�am a tremer,

a uivar

e gesticular.

E se, para este espet�culo,

eu me atrevo a procurar uma causa,

em pouco tempo, mil f�rias

devem descer e me matar.

Na hist�ria de Perceval,

seu sil�ncio provou ser fatal,

considerando que,
neste lugar improv�vel,

� preciso ficar quieto
e com cara de pedra.

Mas eu corajosamente pe�o

a ela que segura meu
cora��o t�o depressa.

Que me perdoe, jovem senhor,

por ter perturbado meus
queridos p�ssaros.

De castig�-lo vou me abster,

vou permitir que permane�a

aqui, no Castelo de Montbrun.

No entanto, chegou a hora

de voc� me dizer
de onde voc� �

e o que definiu em seu curso.

Eu me propus a limpar a honra

e o nome manchado de meu Senhor,

o bom rei Artur de Carduel.

Que em minha busca
o C�u ajude.

Voc� pretende, portanto,
sair �s pressas?

Pretendo voltar �s pressas,

assim que o erro for corrigido.

Por que, posso perguntar?

Para realizar outra tarefa,

se algu�m aqui quiser saber.

Suas palavras, para mim,
s�o bastante opacas.

Um n� feito uma vez,
n�o podemos desfazer.

Mas de que n� voc� fala?

O amarrado em torno
de voc� e de mim.

Eu temo que ainda
n�o tenha entendido,

ou talvez que o ache
um homem descarado.

Nesse caso, eu me enganei

e talvez tenha me esquecido de
que estava procurando a minha morte.

Isso foi antes de
eu abrir os meus olhos.

Voc� n�o me v�, desde ent�o?

Voc� est� aqui,
diante de mim, ent�o sim.

Vendo-me, voc� ainda acha

que estou errado,
por falar de amor?

Talvez sim,

talvez n�o.

As pessoas t�m poucos insights

sobre o que o cora��o delas far�.

Isso ser� suficiente.

Estou satisfeito.

Est� de volta! O ciclo do mal!

At� a Senhora est� hist�rica!

Pelo amor de Deus, imploro,

diga-me por que eles
uivam desse jeito.

Servo do diabo!

Malfeitor!

Obsceno,

imundo, vil, do mal!

Felizmente, como os caminhos

do Senhor, o ferro permanece

em minha robusta armadura,

protege-me bem e nunca falha.

Mas para tornar o amor
ainda mais forte,

fingir a morte agora vou.

Ai!

Eu agora me tornei um fantasma

pela m�o que mais aprecio!

O que eu fiz,

� meu senhor!

Minhas l�grimas caem,
mais e mais!

Como eu poderia me livrar

do homem que eu queria amar?

Ou, em palavras um
pouco menos imperfeitas,

aquele que p�s fogo
no meu cora��o?

Ele � apenas um
simples cavaleiro,

sozinho,

sem comitiva � vista.

E eu,

nasci na nobreza.

E ainda,
a gra�a e a dignidade

em sua face servem como meu guia,

como uma estrela acenando no c�u.

O amor n�o tem utilidade
para contadores,

ele coloca a flecha onde quer,

e ele fez meu cora��o abra�ar

o tesouro que acabei de apagar.

Senhor,

Mestre da terra,

da �gua e dos grandiosos c�us,

que nos fala em or�culos,

em sinais e em milagres,

que d� a vida e a toma

desfa�a minha loucura neste dia:

Reviva, dentre os mortos,

aquele a quem meu
destino est� ligado,

e me devolva o
meu cavaleiro vivo,

do jeito que ele chegou.

Meu Deus!

Deu-me esse presente a mim?

Ou � um esp�rito que vejo?

Toque-me!

N�o � um esp�rito diante de voc�.

Acredite no que a carne lhe diz.

Meu amigo,

governante do meu cora��o,

a quem nosso Senhor
n�o deixou partir,

� voc�,
a quem aniquilei,

� voc�,
a quem eu nunca poderia odiar,

por favor,
perdoe meu ato desprez�vel

que tirou de mim
seu nobre cora��o.

Deus, em sua grande miseric�rdia

trouxe-o de volta � Terra,
para mim

e a partir de agora,
e para sempre,

ser� meu �nico amante.

E voc� ser� para sempre minha,

enquanto eu for da humanidade.

Mas, como sua vida
� importante para mim,

por favor, explique o mist�rio

de seus grandes ataques de dor,

e o refr�o furioso

que inspira a simples quest�o:

O que causa essas lamenta��es?

A luz que brilha em seus olhos

como m�gica, acalmou a minha mente.

Apesar de minha tristeza,
que a tudo consome,

agora come�arei a lhe contar

sobre a maldi��o que pesa sobre n�s,

tornando-nos desavergonhados
e sem lei.

O bom M�lian de Montm�lior,

para mim, pai e mentor,

e quem, at� o meu casamento,

- uma alegria que agora
estou contemplando -

regente e senhor da terra,

com cora��o de guardi�o,

foi trancafiado por sete anos

em um calabou�o escuro,
prisioneiro

de um bar�o desonesto e sarc�stico,

que nem mesmo Satan�s
pode suportar.

Que brutaliza sua pobre carne

com puni��es muito
piores que a morte.

J� que sua carne deu � luz

ao esp�rito desta terra,

e j� que, para n�s,
ele continua vivo

nossa afli��o � ampliada.

E quando nossa dor � despertada,

gritamos e solu�amos
como se estiv�ssemos abandonados.

Quem ousa nos perguntar por qu�,

zomba de n�s,
e de nossa f� maligna.

Nosso pesar � puro,
sem s�mbolos,

e acima de tudo,

sem palavras.

N�o, minha amiga.
Quando os males nos enfrentam,

apenas palavras podem nos salvar.

Palavras s�o a �gua e o fogo,

s�o a terra e o ar.

Com palavras apenas podemos progredir
rumo a uma felicidade futura.

Ent�o me diga,
o mais r�pido que puder,

o nome do terr�vel homem

que det�m M�lian em cativeiro.

O nome dele?

Taulat.

Taulat de Rougemont?

Esses sons

d�o voz ao seu nome.

Embora me doa dizer isso.

Ent�o � ele,
a criatura do mal

que insultou o bom
Rei Artur,

aquele que procuro descobrir,

para lutar contra ele
e faz�-lo sofrer!

Onde pode estar esse sub-homem?

Em um castelo, no pr�ximo munic�pio.

Para aquele lugar, eu irei.

Para defender a honra do meu rei.

E neste dia, restaurar a liberdade

do meu amado guardi�o.

Esse canalha � formid�vel.

O amor me faz invulner�vel.

Estaremos juntos
quem sabe quando?

Eu voltarei com M�lian,

e com sua liberdade.

Adeus, ent�o,

meu amado homem.

Taulat de Rougemont
� o meu nome,

minha gl�ria est�
escrita em meu rosto.

Nenhum homem,
nenhum imperador ou rei,

sobe mais alto do que eu.

Todos eles beijam meus p�s,
e curvam-se

na esperan�a de serem coroados.

Se os entrono ou derrubo,

somente eu posso saber.

Meu tapa � uma imensa honra,

meu escarro, um buqu� de flores,

em combate sempre vencerei,

pois sou muito mais

do que isso.

Mas o que posso dizer
das senhoras?

Essas almas vazias
em corpos graciosos,

que constantemente
pululam ao meu redor,

e a quem levo alegremente?

Talvez sejam apenas bobas,

mas como eu amo

as coisas bobas.

Um homem � bom para se martirizar,

o sangue dele encanta meus olhos,

E eu caio em puro �xtase

quando ele grita
sob minha tortura.

Mas n�o sinto alegria por
ter mais influ�ncia

sobre aquele tomado
como minha presa iminente,

a quem em combate eu derrotei,

e que desde ent�o
tem sido meu brinquedo.

Eu extra� minha espada dele,

deleitando-me com seu sofrimento,

E tranquei-o numa masmorra,
que eu mesmo fiz,

alimentando-o com �gua e p�o.

Desde que o tenho,
sete anos quase,

deixo suas feridas
ensanguentadas secarem,

mas uma vez que a dor dele
esteja quase a parar,

chicoteio-o

e ent�o elas se abrem.

Ent�o, ele deve subir
aquela colina,

e suas feridas sangrentas
machucam-no ainda mais,

sob o sol quente,
sem sapatos, sem chap�u,

com as m�os amarradas
em suas costas.

E hoje,

este duro exerc�cio

mais uma vez foi o meu prazer.

Aqui est� ele,

que, quase morto,

prossegue seu destino imut�vel.

Por que seu rosto � t�o manso

depois de uma caminhada t�o linda?

Dem�nio,

ferido de Satan�s,

sempre tendo prazer
em meus solu�os!

Neste lugar,
t�o bem conhecido por si,

deve voltar com bastante frequ�ncia,

at� que, deixando esta terra mortal,

torne est�ril seu pr�prio solo,

por sua tristeza e seu quente sangue,

Primavera do corpo de seu Senhor.

Pelo amor dela, eu resistirei

contanto que um lampejo
de vida persista.

Em breve extinguirei

qualquer chama que ainda
esteja queimando,

e seu campo, verde e justo,

tornar-se-� um �rido deserto.

Finalmente, Taulat de Rougemont!

Quem se atreve a pronunciar
o meu nome,

e o seu pr�prio, n�o diz?

Eu sou o cavaleiro Jaufr�.

Este nome fala de
tumultos camponeses.

De cavalheirismo, est� quieto.

Parece um grito rebelde,

ou lobos uivantes
nos Port�es do Inferno.

Ainda assim, poderia lhe ensinar melhor
o que � o nome de um cavaleiro,

mas, prestando aten��o � cortesia,

pe�o-lhe neutralidade

para restaurar a liberdade
e o controle

do senhor que lhe ocupa atualmente.

Que magricelo,
maldito e mal-humorado,

ache diante de si, agora,

um pouco graceiro e divertido

que eu continue
trancado em uma masmorra,

onde, em uma pequena
cela escura, ele espera,

para torn�-lo seu
companheiro de pris�o.

Vou recolher as m�os primeiro.
Ent�o, diante de sua sede de sangue,

fa�o-me um humilde escravo.

Vamos ver se � corajoso.

Meu Senhor,
seja aben�oado pelo c�u.

Cem chicotadas por isso.

Meu cavalo ficou em p�,
na ponte.

O meu est� ali.

Combatamos.

A lan�a da inf�ncia n�o existe mais.

Ent�o vou usar minha espada de confian�a.

Atualmente,
seu escudo foi perfurado,

e voc� n�o � mais t�o feroz.

Mas esse escudo, em minha defesa,

quebrou em peda�os a sua lan�a.

Minha espada est� pronta
para cort�-lo agora.

Voc� n�o descer� primeiro?

Por que diabos eu deveria descer,

para massacrar um palha�o vil?

A sua morte est� perto
e eu o nomeio

algo menos do que
um homem deveria ser.

Pe�a ao Senhor Deus para perdoar

sua covardia e seus pecados.

Tenha piedade!

Mostre-se um homem!

Tenha piedade!

Fico com as m�os amarradas!

Em nome de Deus
e de Sua justa lei,

bom cavaleiro,
por minha vida eu suplico!

Se jurar em nome do c�u

ir a Carduel, �s pressas,

para se curvar diante do rei,

e, explicando tudo,

pedir-lhe perd�o e gra�a,

ent�o pode se despedir
deste lugar.

Eu juro em nome de Jesus Cristo,

do Pai e do Esp�rito Santo,

por tudo que � sagrado e puro,

que irei ao rei Arthur

pedir a ele, n�o por seu perd�o,

mas por penit�ncia e expia��o.

Ele decidir� o papel
que voc� desempenhar�,

Mas viva,

porque faz o que digo.

Vamos primeiro cuidar de M�lian,

depois irei para Montbrun,

onde, em guerra,
para preservar a paz,

espero encontrar uma
liberta��o alegre.

Agora deixo essa apari��o

para recuperar minha triste posi��o,

tornando-me novamente quem eu sou,

mas tendo aprendido uma li��o.

De que cada a��o
e em todo sofrimento

um novo renascimento
em outro lugar se faz.

Pois cada vida,
at� a minha pr�pria,

tem um significado,
apesar de suas afli��es,

e embora cada um de
n�s tenha apenas um nome,

somos todos da humanidade,
do mesmo jeito.

N�s voltamos ao ponto de partida.

Voc�s devem sair agora.

Mas, senhor,

concordou em nos proteger.

Durante a noite.

Mas, senhor,

os b�rbaros!

Agora voc� pode combat�-los.

Com o qu�?

Seu presente.

N�s t�nhamos isso quando chegamos.

Talvez n�o.

Se redescobriu sua mem�ria,

isso lhe devolver� seu desejo.

Entre as duas mentiras,
a esperan�a.

O que � a esperan�a?

A realidade do presente.

Para onde poderia nos levar?

Para o que se encontra al�m.

Al�m do qu�?

Al�m do que voc�s sabem.

E os nossos dispositivos digitais?

Eles permanecer�o em seu vazio.

Nada � mais bonito
do que um novo dia amanhecendo.

N�o h� b�rbaros.

N�o.

N�o h� b�rbaros.

N�s podemos voltar para casa

e ter filhos.

Devemos come�ar com g�meos,

para compensar o tempo perdido.

Eu vou comprar um
carrinho de dois andares.

Aquele homem que chicotearam
me deu uma inspira��o.

Qual?

No meio de uma tela nua,
uma faixa solit�ria de sangue.

Brilhante.

Dessa forma eu posso
fazer o seu retrato.

Voc� concorda em posar?

Aqui est� o meu cart�o.

E voc�?

O que vai fazer agora?

Vou me mexer.
Encontrarei um partido pol�tico.

Brilhante.

E voc�?

O que vai fazer?

Eu estou indo para a igreja.

L� oferecem um caf� da manh�
gratuito.

E ent�o?

Vou ficar mais um pouco
quando a igreja estiver vazia.

Para qu�?

Para n�o ficar sozinho.

Subtitles ripped by gooz
Translation: Sionann O'Neill

Legendas em Portugu�s
por Nandodijesus

Not�cias recentes:

Um descendente de Taulat de Rougemont

est� na fila para o trono,
na Occit�nia.

Um descendente de Jaufr� e Brunissen
lidera os monarquistas vermelhos.

O Bobo e a 'Boba' tiveram trig�meos,
que est�o indo bem.

A pintora tem seu pr�prio museu
em Nova York.

O n�o-Bobo fundou o "Mova-se!"
Seu partido ganha todas as elei��es.

A primeira cole��o do poeta, Sophie,
ganhou o Pr�mio Reader, da revista.

O sem-teto ainda est� desabrigado.