All language subtitles for Lloyds of london (1936)

LLOYD'S DE LONDRES

Agradecemos com apre�o a
colabora��o do historiador

oficial de Lloyds de Londres na
prepara��o dos dados hist�ricos

para esta produ��o.

Um povoado pesqueiro em Norfolk, na
costa leste da Inglaterra. 1770.

Rec�m pescado, rec�m pescado.
Quem quer comprar meu peixe?

A VI�VA DE BLAKE.
Casa Pale. C�moda e acolhedora.

Escute, amigo. O ouro
tilintar� em seus bolsos.

E todos estaremos
na gl�ria.

Isso se n�o formos
pendurados na forca.

Vamos, beba o rum!

Ponha um pouco de calor
entre o peito e as costas.

Ou�a aqui, vi�va Blake.

- Sim, senhor.
- Traga-nos duas canecas de rum.

Depressa!

Johnathan! Onde se meteu
esse menino condenado?

- Aqui estou!
- Ora!

Leve-lhes duas canecas de rum.
E depressa!

Escute, tome cuidado que eles
n�o lhe d� moedas portuguesas.

Se n�o pagarem, acertarei
as contas consigo.

- Est� comigo?
- Claro que estou.

O que voc� est� olhando?

- Logo cantaremos a vit�ria.
- Sim, creio que sim.

D�-me o dinheiro.

N�o lhe disse que tomasse cuidado
com as moedas portuguesas?

Assim voc� aprender� a li��o.
Moedas portuguesas!

Agricolae, agricoli...

Olhe, Horatio.
Horatio.

- Continue, continue, querida.
- N�o posso, papai.

N�o tente ajudar
a sua irm�, Horatio.

Decline voc� a palavra "agr�cola".

Horatio Nelson!
N�o ouviu o que eu lhe disse?

- Nunca ouve o que digo?
- N�o, senhor... Sim, senhor.

Sacrifico meu tempo e minha for�a
tentando ensinar-lhe os cl�ssicos.

Educ�-lo no conhecimento
da literatura.

E inculcar-lhe o sentido do dever.
Susan, limpe o nariz da Anne.

S�o quatro horas. Come�aremos a
li��o de religi�o com a ladainha.

Espero que hoje voc�s
acertem suas respostas.

No domingo incomodou-me ouvi-los
tartamudear como filhos de um sapateiro.

Oh, Deus. Pai do c�u.
Tende piedade de n�s, os pecadores...

Oh, Deus. Pai do c�u.

- Que acontece, Johnathan?
- H� um navio de piratas.

- Piratas?
- Sim. Aut�nticos.

Dois estiveram
na taberna de minha tia.

Vamos dar uma olhada
em seu navio.

N�o posso. Estamos na
aula de religi�o.

- Est� com medo.
- N�o tenho medo.

Por�m, voc� sabe que meu pai
me proibiu de andar consigo.

- Voc� tem medo que ele lhe pegue.
- Tome cuidado com o que diz.

E como fica o nosso pacto?
Desafio voc� que venha comigo.

Como voc� est� me desafiando
a dar uma olhada no navio,

eu o desafio a subir a bordo.

Subir a bordo? N�o!
Eles nos far�o caminhar pela passarela.

Assim que � voc� quem est� com medo.
O que acontece com o nosso pacto?

O que eu fizer, voc� tamb�m ter� que fazer.
Terei que lhe dar um soco.

Est� bem. Toque aqui.

- Est� vendo algo?
- Sim. � um navio.

- Est� vendo o seu nome?
- Ainda n�o.

J� o vejo. "O cavalo do mar".
Reme mais. H� outro navio.

Est�o ancorados juntos.

O que estar�o fazendo?

"Maggie O"
Aproxime o barco da proa.

Prenda-o � corrente da �ncora.

- N�o vejo nenhuma alma.
- Nem eu.

- V� algo?
- N�o.

- � um navio de carga, verdade?
- Pergunto-me, por que n�o h� ningu�m?

- Estamos de acordo.
- Sim.

- O tempo est� conosco.
- Por�m, o navio n�o durar� sempre.

N�o sei o que fazemos ainda nele.

Subam, vagabundos.

Vamos ao nosso navio.

O que est�o esperando?
Vamos pegar o "Cavalo do Mar".

- Pesa muito, capit�o.
- Como n�o iria pesar?

� ouro, imbecil.
N�o uma bolsa de plumas.

Quero dizer que pesa sobre
a consci�ncia, capit�o.

Consci�ncia? Voc� n�o a tem.
Vamos, pegue.

Sabemos o que se
est� pretendendo.

V�o afundar o "Maggie O" para
reclamar seu seguro e o do ouro.

Enquanto o ouro estar� no
"Cavalo do mar" e poder�o vend�-lo.

Isso � uma fraude.
E eles querem todos os benef�cios.

- Receber� a sua parte, verdade?
- Sim.

10 guin�us a cada um por
arriscarmo-nos a ser enforcados.

Se nos pegam, nos enforcar�o
como a voc�s.

Assim que, pelo cadafalso do diabo,
iremos ter parte iguais.

- Sim, claro que sim.
- Tem raz�o. Tem raz�o.

- Assim, que � um motim?
- Chame-o como quiser.

Por�m, se souberem disto no
caf� do Lloyds de Londres...

- Vamos embora daqui!
- Sim. Vamos.

A trabalhar, ratos asquerosos!
Vamos, carreguem.

- Onde est� o bote?
- N�o se preocupe. Vamos.

- Quem s�o esses garotos?
- Peguem-nos!

Peguem-nos!

- Salte!
- N�o posso.

Salte!

Venha, capit�o.
Eles saltaram por aqui.

- Nelson.
- Aqui.

- Voc� est�s bem?
- Sim. Vamos embora.

Nade, seguindo a correnteza.

Certeza que eles pegar�o
um bote para nos encontrar.

Vamos nos esconder.

- Eu perdi minha jaqueta.
- Isso n�o � nada.

As balas que dispararam
eram verdadeiras.

Dever�amos ir para casa
e contar tudo ao meu pai.

Ao seu pai? Voc� lembra
o que eles disseram:

Se souberem no caf� do Lloyds de Londres...
Devemos contar ao Sr. Lloyd.

- O homem dos seguros.
- Mas, ele est� em Londres.

Mesmo assim.

- E como iremos?
- Andando.

- Est� a 150 km.
- Temos que faz�-lo. � nosso dever!

E, talvez o Sr. Lloyd
nos d� uma recompensa.

N�o posso. Estar�amos fora muitos
dias. Meu pai n�o saberia onde estou.

Eu vou. E voc�, fa�a
o que quiser.

- Se n�o...
- Meu Deus, como gostaria!...

E ent�o?

- Bem. Toque aqui.
- Iremos esta noite.

Devemos nos encontrar �s
7 horas, no lugar de sempre.

- Horatio.
- Sim, senhor.

- Des�a aqui.
- Sim, senhor.

Olha como est�!
Onde voc� estava?

- Tive que nadar no rio, senhor.
- Com roupa?

As circunst�ncias nos impediram...
me impediram de tirar a roupa.

Voc� estava com aquele
travesso do Jonathan Blake?

N�o � certo que eu lhe
proibi de andar com ele?

Ele � sobrinho da propriet�ria
de uma taberna pouco respeit�vel.

O que eu possa fazer, Maurice?

Nada, Edmund. N�o creio que isso
possa trazer danos ao menino.

Eu mesmo, gosto
muito das tabernas.

- N�o suporto a desobedi�ncia!
- Devo ir ao seu escrit�rio, senhor?

- E abaixar as cal�as?
- Nesse momento. Anne, traga a varinha.

- Como est�, tio?
- Bem, obrigado.

E a guerra com a Espanha,
vai bem?

As guerras nunca v�o bem,
at� que algu�m as ganhe.

Meu navio foi danificado
em nosso �ltimo combate.

Por isso estou em sua casa, por�m
ter�a-feira vamos aos A�ores.

- Que emocionante deve ser!
- Pode ser.

Mas n�o h� nada de emocionante quando uma
bala de canh�o voe sobre a sua cabe�a.

- Quantos anos voc� tem, Horatio?
- Farei 12 anos, senhor.

Ora, pode ser...
Necessito de um jovem guarda-marinha.

Pensei que seu pai conhecesse
Um rapaz adequado...

Senhor, n�o... n�o estaria
se referindo a mim?

Pode ser, rapaz.
Pode ser.

- Estou h� uma hora esperando.
- N�o pude sair antes.

Meu tio, o capit�o,
veio visitar-nos.

E o seu chap�u?
E a sua trouxa?

N�o posso ir consigo.

- Voc� est� recuando?
- Vou embarcar.

Vou ser guarda-marinha do navio
de Sua Majestade "Resolu��o"!

Vamos lutar contra os espanh�is.

- Ent�o, n�o nos veremos mais.
- � verdade. N�o.

Por�m voltarei um dia, se uma bala de
canh�o n�o arrebentar minha cabe�a!

Sinto n�o poder ir consigo.

- Bem, est� certo.
- Estou rompendo nosso pacto.

N�o o p�de evitar.

Mas, um pacto � um pacto.
Vamos, acerte-me um murro.

Deve faz�-lo.

Muito frouxo.

Pode dizer-me onde
fica o caf� de Lloyds?

Limpador de chamin�s!

Limpador de Chamin�s!

Pode dizer-me onde
fica o caf� de Lloyds?

De Lloyds, amigo?
V� at� o n�mero 3, vire � direita

- e continue reto. Est� ao lado do Odeon.
- Obrigado, milorde.

Ei, vagabundo!
Onde pensa que vai?

- Tenho que ver o Sr. Lloyd.
- Vamos, vai embora. Fora daqui.

Tenho um encontro com
o doutor Samuel Johnson.

- Qual o seu nome, senhor?
- Benjamin Franklin.

O Dr. Johnson o est� esperando.

Sr. Franklin, permita-me que lhe
apresente o meu amigo, o Sr. Bosford.

Cavalheiros, o bergantim "Eggimore",
200 ton, que sai de Porstmouth

com destino a Jamaica. 2.000 libras
de seguro, estabelecidas � 8%.

- Pegar� 100 libras.
- 100. Vendido. Ou�o algu�m mais?

- 200 libras.
- 200? Obrigado.

- N�o, s� pagarei 10 libras.
- Obrigado, Sr. Jukes.

Senhor, poderia?... Poderia
dizer-me quem � o Sr. Lloyd?

- Como?
- O Sr. Lloyd. O dono do caf�.

Ah, ele?

Este jovem procura
pelo Sr. Edward Lloyd.

Voc� o encontrar� no meio da ilhota.
Na igreja de Maria.

A dez metros debaixo da terra.
H� 60 anos enterrado l�.

Est� querendo nos gozar?

- Anda, fora daqui.
- Tenho que ver o Sr. Lloyd.

Caballeros, o navio "Maggie O"
de Portsmouth se afundou ontem.

N�o houve v�timas. A embarca��o
estava assegurada em 2.000 libras.

A carga de ouro estava
assegurada em 10.000 libras.

Reclamam perda total.

500 libras!

- Quanto temos perdido?
- 2.000, e a carga.

Soltem-me!
Soltem-me, eu vou dizer!

Posso contar a hist�ria.
Toda a hist�ria.

� mentira.
O "Maggie O" n�o se afundou.

- Venha aqui...
- N�o se afundou!

Camareiro, camareiro...

- O senhor � o Sr. Lloyd?
- N�o. Chamo-me Angerstein.

O que voc� sabe
sobre o "Maggie O"?

Foi perfurado, senhor. Eu os ouvi dizer
que iam perfur�-lo.

E levaram o ouro ao
"Cavalo do Mar".

- Onde diz que isso aconteceu?
- Onde vivo. Em Northfolk.

�amos vir os dois.
Eu e meu amigo Horatio Nelson.

Por�m, ele n�o pode vir
e tive que vir sozinho.

Voc� veio caminhando
desde Northfolk?

Sim, senhor. Olhem.

E por que voc� veio ao Lloyds?

Um dos marinheiros disse que
o navio estava assegurado aqui.

- E que os senhores pagariam...
- Quando atracar� o "Cavalo"?

Quando atracar�
o "Cavalo do Mar"?

O "Cavalo do Mar" saiu h�
quatro dias... Chegar� amanh�.

Quero que v�o l� e o revistem.
Se encontram o ouro, detenhamos piratas!

Se voc� disse a verdade,
n�s o recompensaremos.

Obrigado, Sr. Angerstein, por�m...

At� que eu receba a recompensa,
pode dar-me algo para comer?

Porque minha trouxa est� vazia
e minha barriga est� roncando.

Est� bem. Pobrezinho.
Venha, venha comigo.

Gar�om, d� de comer ao rapaz.
E o melhor que tiver.

- � um rapaz muito esperto.
- Sim, muito esperto. Muito.

Tome, comece com isto.

Muito bem. Tem demostrado
um grande sentido do dever.

Est� bem.

- N�o creio que possa comer tudo isso!
- Coma, at� que esteja satisfeito.

Cavalheiros, quanto oferecem
pelo veleiro "Nancy"?

- 1.500 libras.
- 1.500... Ou�o algu�m mais?

- 600.
- 600. Ou�o algu�m mais?

Para que serve a vela, senhor?

O gar�om est� leiloando um navio.
Ele perfurou a vela com um alfinete.

Quando a chama chegar ao
alfinete, se apagar�.

E o �ltimo homem que fizer
uma oferta enquanto a chama arde,

- ser� o dono do navio.
- Os gar�ons fazem tudo isso?

Al�m de servirem as comidas,
leiloam os navios

e promovem os seguros
com os sindicatos.

Os sindicatos?
O que vem a ser os sindicatos?

S�o todos esses grupos de homens.
O Lloyds n�o � somente uma empresa.

Est� constitu�da
tamb�m por sindicatos.

Quando v�o fazer o seguro de um navio,
cada grupo contribui com o seu dinheiro

e compartilham os ganhos,
ou as perdas.

- Como com o "Maggie O"?
- Sim. Exatamente.

- Para que serve o sino?
- O sino?

Ele soa uma vez pelos desastres
e duas vezes pelas boas not�cias.

Ali est� a tabela de an�ncios,
onde se p�em as not�cias de

navios de todas as
partes do mundo.

Estou gostando, senhor.
� muito interessante.

Poderia trocar a recompensa
e deixar-me trabalhar aqui?

- Eu... Diga-me, como se chama?
- Jonathan Blake, senhor.

Sei servir porque tenho trabalhado na
taberna de minha tia, desde pequeno.

Poderia aprender tudo o mais!

Voc� � inteligente e entusiasta.
Tanto que at� se esqueceu do jantar.

- � verdade.
- Voc� nos salvou de muito dinheiro.

Poderei trabalhar aqui?

Sim, se tem raz�o com
a not�cia do "Maggie O".

Bem, acabe de comer.

Eu encontrei um capit�o
que veio de C�diz.

Jukes e o jovem Blake.
Sempre os vejo juntos.

Obrigado, senhor.

Traga-me o Jonathan aqui.

- O Sr. Angerstein o chama.
- Sim, senhor.

- Voc� recebeu dinheiro do Sr. Jukes?
- Sim, senhor.

- Tem recebido outras vezes?
- Sim, senhor.

- Por qu�?
- Vou aos cais cedo,

escuto coisas e as conto a ele.

O que lhe contou agora?

Que o "Gladiador" se afundou,
pr�ximo a Lisboa, senhor.

- Temos que despedir este rapaz.
- Por que, senhor?

As not�cias obtidas e compartilhadas
honestamente s�o a base do neg�cio.

A not�cia do "Gladiador" pertence
ao Lloyds, n�o a um particular.

- � culpado de trai��o!
- Ele disse-me que era normal.

Eu guardo suas propinas para
tornar-me um agente de seguros.

Watson, toque o sino uma vez.
Divulgaremos a not�cia do Jukes.

Toque o sino uma vez.

Cavalheiros, a escuna "Gladiador",
com uma carga de madeira,

Afundou-se perto de Lisboa.
Esperamos a confirma��o.

- Jonathan.
- Sim, senhor.

Venha. Venha aqui.

A Lloyds est� assentada
sobre dois grandes pilares.

As not�cias e os tratos honestos.
Se um falhar, falhamos todos.

E conosco, falha a marinha
mercante brit�nica!

Lloyds n�o � s� um neg�cio,
com seus ganhos e perdas.

� o sangue vital do com�rcio
brit�nico. Pense nisso.

Nos navios ingleses que navegam
atrav�s dos portos mais distantes.

Navios e cargas protegidos
pela nossa honradez.

Um poderoso com�rcio que
se baseia na confian�a.

Agora estou vendo, Sr. Angerstein.

N�o mereci a sua confian�a.
Fracassei por minha culpa.

Bem, pela sua e pela
do senhor Jukes.

Pegue o seu dinheiro. N�o quero
aceit�-lo mais. Nunca mais!

De agora em diante, farei o que
puder para ser como o senhor disse.

Honrado, com a Lloyds
e com a Inglaterra!

Garanto que a Inglaterra
o agradecer� por isso.

Cavalheiros, o bloqueio espanhol
do com�rcio brit�nico est� terminado.

O navio "Resolu��o"
chegou a salvo aos A�ores.

Tr�s hurras pelo "Resolu��o".

Senhor, senhor, senhor...

Meu amigo Horatio Nelson
est� nesse navio!

- O qu�?
- Sim, senhor.

Cavalheiros. Paris, 23 de janeiro,
1771. O parlamento franc�s

foi dissolvido pelos
soldados de Madame DuBarry.

LONDRES. 5 DE MAR�O, 1784.
LLOYD'S SE MUDAR�

EM 7 DE MAR�O AOS SEUS NOVOS
ESCRIT�RIOS DA BOLSA REAL.

- Bom-dia, Sr. Angerstein.
- Bom-dia.

Permita-me, senhor.
Est� um bom dia.

Sim, isso � verdade.

- Vai parar de chover.
- J� era hora, Charles.

Sim, sim. Leve isso.

- Bom-dia.
- Bom-dia.

- Bom-dia, cavalheiros.
- Bom-dia.

- Bom-dia, Sr. Angerstein.
- Ol�, bom-dia.

- Alguma mudan�a, senhor?
- Bom-dia.

Uma barca�a de lixo
afunda no T�misa.

Puxa, uma not�cia importante!

Continua a tormenta no canal.
H� dias que n�o chega nenhum navio.

Um bonito edif�cio, uns bonitos
m�veis, um bonito quadro de an�ncios

e n�o h� not�cias importantes nele. Muito
progresso, menos em conseguir not�cias.

Quando as not�cias s�o o motivo
principal nos neg�cio dos seguros.

- N�o se pode vencer os elementos.
- Pode-se, se tivermos intelig�ncia.

- Bom-dia, Sr. Angerstein.
- Bom-dia, Polly.

- Bom-dia, Sr. Angerstein.
- Bom-dia.

- O de sempre, senhor?
- Sim, por favor.

Sua Majestade teve �xito
nas corridas, senhor.

Que not�cia! Verdade?

Permita-me apresentar-me.
Sou Stacy de Clanfort.

Bom-dia.

Meu tio � o Lord Brighton,
o primeiro ministro do Almirantado.

Assim, que � o senhor
o seu sobrinho, n�o?

Sim, por minha esposa. Minha m�e
� a duquesa de Chippendale.

Meu tio deu-me uma carta de
apresenta��o para o senhor.

Mas creio que a tenha perdido.

- Caf�?
- N�o, obrigado.

N�o, obrigado.
N�o tenho costume.

Tenho herdado algum
dinheiro de minha av�.

Muito menos do que esperava.
A velha era uma esbanjadora.

Tenho pensado que poderia beneficiar
a n�s dois, se investir no Lloyds.

Com o senhor, em seu sindicato.

Insinua que deseja aprender
o neg�cio desde o princ�pio?

Deus, n�o! Tenho que pensar em meu nome.
S� quero arriscar algumas vezes.

- Inc�gnito.
- Entendo.

Tenho ouvido que alguns seguradores
obt�m grandes ganhos.

Temos bons ganhos,
de vez em quando.

Por�m, Lloyds n�o � um cassino.

Deve haver seguradores que o aceitem
em seu sindicato como inc�gnito.

Por�m, eu n�o
seria um deles.

N�o estou de acordo, nem com o jogo,
nem com os jovens aristocratas

que depreciam o com�rcio por
parecer-lhes indigno, mas se aproveitam.

- O que acontece, Potts?
- Bom-dia.

- O que quer?
- � o seu ajudante. O Sr. Blake.

- Vai ser metido na cadeia!
- Na cadeia? De que est� falando?

- Nos calabou�os do velho Bailey.
- O velhoo Bailey?

- N�o sabia se deveria contar ao senhor.
- Fez bem, Potts.

Venha comigo.

O que est� acontecendo
com o senhor Jonathan?

- N�o me atrevo a dizer-lhe.
- Por qu�? O que ele fez?

- Trata-se de sexo feminino.
- N�o posso acreditar!

� verdade. Foi detido
por ser um �voyeur�!

� uma mentira. Passo um ano em v�o
tentando que ele olhe para mim!

Senhoria, ele � um �espreitador�.
Isso � o que ele �!

Eu estava nua lavando-me,
antes de ir para a cama...

E ele estava me espiando.

- Senhoria, permita-me explicar...
- E quando me meti na cama,

ele entrou no meu quarto,
sem sequer pedir permiss�o.

Ordem, ordem na sala!

- Esta luneta � sua?
- Sim, Senhoria.

Invadiu o telhado perto da
janela da demandante?

- Abra a boca, senhor!
- N�o foi exatamente uma invas�o.

- Deixe-me explicar.
- Responda � pergunta!

Estava experimentando.

Fazia experi�ncia com um
aparelho de tel�grafo.

Tel�grafo?...
Que classe de palavra � essa?

� uma maneira de transmitir a
informa��o pelo espa�o.

Tel�grafo? Transmitir
informa��o pelo?...

Est� tentando desvirtuar
o tribunal, senhor?

- N�o, Senhoria. Creia-me.
- Culpado!

Sentenciado a um ano de pris�o.
Ou ao pagamento de uma multa de 50 libras!

- Caso seguinte.
- 50 libras? Mas, Senhoria...

Assim aprender� a avisar-me
da pr�xima vez.

A Coroa contra George Cooper,
acusado de roubar cad�veres.

Senhoria, este jovem...
Eu gostaria de pagar a sua multa.

Pague ao oficial de justi�a.

Estou farto de socorrer sempre
voc� das confus�es.

Est� certo que tem sido acontecimentos
inocentes... At� agora.

Mas, senhor, n�o acreditar�
que sou culpado?

Voc� j� admitiu que entrou
pela janela daquela garota.

Foi sem querer. De verdade!
Eu ca�.

- Voc� caiu? De onde?
- Por causa de um invento...

Uma m�quina, senhor.
Posso faz�-la funcionar � noite.

Deixe-me mostr�-la.
Venha a minha casa esta tarde.

Demonstrarei que n�o
fiz nada de mal.

Vir�, senhor?

- Bem, talvez...
- Obrigado, senhor.

Esta � s� uma maquete.
Por�m, demonstra o que afirmo.

Pode mandar mensagens
atrav�s do canal. N�o em dois dias,

mas em 5 minutos!

- Em 5 minutos, desde a Fran�a?
- Certo, senhor.

Voc� est� louco, Jonathan.

Lembra-se daquele dia quando o
Sr. Jukes deu-me dinheiro e falamos?

Sempre o considerei como
um pai, desde ent�o.

At� um pai chega ao seu
limite, alguma vez.

Disse-me que as not�cias eram
o sangue vital dos seguros.

E que o Lloyds ao crescer,
tamb�m cresce a frota brit�nica.

E se a frota cresce,
Cresce a Inglaterra.

Sim. Bem, e da�?

Desde aquele momento, tenho querido
justificar a sua confian�a.

Sei que lhe tenho causado problemas.
E eu sinto, se lhe causaram danos.

Por�m agora talvez possa pagar
minha d�vida. Ao senhor e � Lloyds.

Estas letras colocadas aqui,
podem serem lidas com esta luneta,

desde uma dist�ncia de 500 m.

O qu�?
Estas letras pequenas?

Com a ajuda de uma l�mpada,
com pain�is de 3 ou 4 metros,

e com lunetas potentes, podemos
ter um servi�o de not�cias.

Informa��es e not�cias chegando
de todas as partes da Europa.

E sendo fixadas como alv�ssaras no
quadro de an�ncios do sal�o!

Ent�o, Lloyds ser� o centro
neur�lgico da Inglaterra!

- D, O...
- Sim, Bonaparte ordena a deten��o.

- D, E...
- Deten��o de...

- T, O, D, O, S.
- Todos!

l, N, G, L, E, S, E, S...

"Napole�o ordena a pris�o de todos
os ingleses que est�o na Fran�a".

Senhor, senhor.
Venha, r�pido.

- Recolha tudo.
- Sim, senhor.

- A luz, apague a luz.
- N�o se preocupe, senhor.

- Aqui est�.
- Obrigado, senhor.

Apresse-se, porque em Calais
� muito perigoso.

- Adeus, Pierre.
- Adeus, Sr. Blake. Boa viagem.

- Boa-noite, padre.
- Boa-noite, filho.

Padre, estou saindo em viagem,
poderia dar-me a sua b�n��o?

Com muito prazer.

- Obrigado, padre.
- Obrigado, filho.

- Que Deus o acompanhe em sua viagem.
- At� a vista, padre.

Oeste. � 500 metros.
Moinho de pedra. Barril.

- Deixe-me. Solte-me.
- Escute, senhorita.

Como se atreve a tirar-me da
cama no meio da noite?

- Eu sinto, por�m � a guerra.
- N�o sei do que est� falando.

- N�o o entendo. N�o lhe compreendo nada.
- A senhora � inglesa?

- Claro que sou inglesa!
- Isso � o suficiente.

- N�o h� ningu�m que fale Ingl�s?
- Eu falo um pouco.

Fale-lhe, por favor. N�o sei
por que estou sendo presa.

Napole�o Bonaparte ordenou que
detenham a todos os ingleses.

- � um crime ser inglesa?
- Sim, mademoiselle.

Bonaparte tem raz�o.
Tem que se proteger dos espi�es.

E n�o sou uma espi�. Fale a eles.
Diga que s� estou aqui esta noite.

Eu asseguro que a senhorita
n�o � uma espi�.

� muito raro que una senhorita
t�o bonita viaje s�.

Tem raz�o. � muito raro que
uma mulher jovem viaje sozinha.

Tive que sair de
Paris depressa.

Quero dizer, que me decidi
sair na �ltima hora.

Senti saudade de meu pa�s.

- O que ela disse?
- Que sentiu saudade de seu pa�s.

N�o deve ter medo.
Cuidarei dela pessoalmente.

N�o tenha medo. Ele cuidar� de si,
mademoiselle, pessoalmente.

Venha. Vamos.
Um coche para a senhorita.

Um coche para o tenente.
Logo.

- Aonde quer me levar?
- Coche para o tenente.

- Mas, n�o posso ir muito longe.
- N�o perder� o seu tempo.

N�o v� muito depressa.
� uma corrida curta.

- Para onde o tenente est� indo?
- Para l�, para l�...

- Muito bem. Permita-me.
- Mas, por favor.

Este assento � muito
pequeno para tr�s pessoas.

Perd�o, padre.
Vai longe?

N�o. Fico no primeiro moinho.

- Cocheiro, pare no primeiro moinho.
- Muito bem.

E quando digo no primeiro moinho,
estou dizendo no primeiro moinho!

- Aonde me leva?
- Calma, mademoiselle.

N�o se importa que
eu me sente aqui?

O tenente � muito am�vel em levar
um sacerdote ao seu destino.

- Obrigado, meu tenente.
- � um prazer, padre.

� aqui onde quer
descer, senhor cura?

Pois j� temos chegado.

Obrigado, meu tenente.
Des�a!

Des�a do coche!

Des�a, senhorita.

Feche a porta.
Siga em frente, cocheiro.

Tenha cuidado.
At� a vista.

� agua.
Salte!

- Mas, eu n�o sei nadar...
- Salte!

At� ao outro lado.
Para l�, para l�!

- Pagar� na forca o que me est� fazendo!
- Para l�! R�pido!

- Vamos, vamos.
- O que vamos fazer?

- Aqui est�.
- O que �?

Para dentro.

Vamos, abaixe-se.

Se tudo correr bem, logo
estaremos a caminho da Inglaterra.

Bom-dia.

Bom-dia.
Faz um bom dia, n�o � verdade?

Olhe as nuvens.

- Dormiu bem?
- Como um arganaz.

- Sim, j� me dei conta.
- Posso aproximar-me?

H� mais disso
que est� comendo?

Biscoitos duros? Perd�o.
H� suficiente para uma semana.

Uma semana para chegar
� Inglaterra?

N�o. Se temos sorte,
chegaremos amanh�.

Deve estar muito cansado,
manejando o tim�o tanto tempo.

- Saberia faz�-lo?
- N�o me parece dif�cil. Eu tentarei.

N�o tem aspecto de marinheiro
com esse vestido.

Assim, � prov�vel que atraia
muitos marinheiros amorosos.

- Amorosos e demasiados curiosos.
- Eu sinto.

N�o tem culpa. Segure. Mantenha-o
ao vento. Verei o que posso fazer.

Gorro.

- Aqui est�o.
- Cal�as?

Importa-se?

Claro que n�o. Sempre desejei
saber o que se sente, usando-as.

- Mas... Onde?
- Sim, onde?

O vesti�rio est� daquele lado.

Acredita que Napole�o
invadir� a Inglaterra?

Bem, j� tenho escutado
as suas bravatas.

�D�-me o comando do canal
da Mancha ingl�s por doze horas,

e dormirei esta noite
no pal�cio de St. James�.

N�o tenha medo.
N�o se preocupe.

- Por que n�o me chamou antes?
- N�o podia. Parecia t�o tranquilo.

- Bem, n�s j� o dominamos.
- � maravilhoso.

Ent�o, Horatio me pegou pelos fundos das
cal�as e jogou-me pela borda do navio.

Enquanto isso, um dos
piratas atirava em n�s.

Hav�amos combinado para
ir a Londres naquela noite.

Por�m, Horatio n�o pode ir.

Fiz cumprir aquele pacto est�pido
e logo nos despedimos.

- N�o voltou mais a v�-lo?
- N�o.

Ele veio ao Lloyds h� alguns anos.
Mas eu estava fora.

Certa vez subi a bordo do seu navio,
quando o nomearam capit�o.

Por�m, ele estava em terra.

Depois disso, chegou ao
posto de almirante da frota.

O filho da Inglaterra.

E voc�?
O que chegou a ser?

Eu? N�o tenho import�ncia.

Eu conheci Horatio h� uns meses
Em N�poles, numa recep��o.

Na casa de Sir William Hamilton.
Nelson era o her�i do momento.

Por�m, por dentro era o homem
mais triste que eu havia visto.

T�o tragicamente apaixonado
por Lady Hamilton.

Pobre diabo! N�o posso imaginar
nada pior que estar apaixonado

por algu�m com quem
n�o possa se casar.

- Olhe. Olhe. Luzes!
- Sim. H� muito que as vejo.

Os penhascos de Dover.
Inglaterra.

Meu lar.
Toda uma hist�ria.

Mas, n�o me contou
nada da sua vida.

Voc� deve conhecer-me
melhor que ningu�m nesse mundo.

Porque, nestes dois dias inteiros,
tenho sido eu mesma de verdade.

- Aceite um pouco mais.
- N�o, n�o quero.

- � uma boa carne, senhora.
- N�o duvido.

- E um bom peda�o para o senhor.
- N�o. N�o quero mais.

Um bom peda�o de carne.
Est� defumada h� quatro meses.

- Estava deliciosa. Mas, n�o posso mais.
- Trarei um peda�o de queijo.

- Por voc�.
- Por voc�.

Desculpe. � certo que prendem
todos os ingleses que est�o na Fran�a,

- e cometem atrocidades?
- � verdade. Muito certo.

Tenho ouvido que Bonaparte se
especializa em churrascos ingleses.

Em churrascos ingleses, senhor?

Sim, � o que parece. Tem o costume
de ass�-los vivos, dando voltas no espeto.

Dando voltas, senhor?

Mas, n�o me preocuparia. 20 milhas
de �gua nos separam dele.

- E ainda temos o Nelson.
- Sim, senhor.

Isso � o que eu digo.
Que Deus o bendiga, senhor.

Um bom peda�o de queijo.

- Agora lhes prepararei o quarto
- Dois quartos!

Dois quartos? Eu lamento.
Pensei que fossem casados.

- Bem, esse � o seu.
- Muito obrigada. Boa-noite.

Boa-noite.

Boa-noite.

Soou muito bem o que disse
o estalajadeiro. Marido e mulher!

Por�m, n�o o somos.
Boa-noite, Jonathan.

- Posso fazer algo, senhor?
- Nada, meu bom homem!

Nada em absoluto.
Est� tudo feito.

Tudo feito, senhor?...

Entre, entre.

- Bom-dia, senhor.
- Bom-dia, estalajadeiro.

A carruagem para Londres
est� pronta, senhor.

Obrigado, estalajadeiro.

- Levarei sua bagagem.
- Aquela e esta.

Est� vestida?
� hora de partir.

A senhora se foi, muito cedo.

Foi no correio especial.

- Deixou algum recado?
- N�o, senhor.

E surpreendeu-me muito, porque
� noite estavam t�o bem!

O coche o espera, senhor.

Coloque o abrigo.
Faz bastante frio nesta manh�.

Tome cinco libras.
Quero pedir-lhe um favor.

Quando o cocheiro voltar,
averigue aonde levou a senhora.

O endere�o exato. Depois, mande-o para mim,
neste endere�o de Londres.

Obrigado, voc� tem feito um bom trabalho.
Estou orgulhoso de voc�.

Um dia desses vai querer
estabelecer o seu pr�prio sindicato.

E quando chegar esse momento,
eu o apoiarei. Sim, eu o apoiarei.

- N�o me est� escutando, Jonathan.
- Perd�o, senhor, o que dizia?

- N�o est� doente, n�o � verdade?
- N�o, senhor.

Est� bem. � o trabalho.
� demasiado exigente.

Deve divertir-se mais. Sair.
Visitar seus amigos.

Menos trabalho e mais divers�o.
Pense bem.

- Adeus, Polly.
- Adeus, senhor Angerstein.

Que tal se encontra? �O que vive
bem, sempre est� mal do f�gado.�

Est� escrito aqui. �O pr�ncipe
de Gales teve uma indigest�o.�

O que acontece? Faz tempo que
voc� n�o d� nem um sorriso.

- Sinto muito, Polly.
- N�o seria uma garota, pois n�o?

Sim, � isso.

H� um momento chegou
uma carta para o senhor.

Eu encontrei!

Eu encontrei!

Espere aqui.

- Qual � o seu nome, senhor?
- Jonathan Blake.

O senhor Jonathan Blake.

O senhor Jonathan Blake.

- Boa-tarde.
- Por que voc� veio aqui?

Perd�o pela interrup��o, mas
acabo de saber onde voc� mora.

- Foi uma imprud�ncia voc� ter vindo.
- Por�m tinha muito que falar com voc�.

Concede-me a honra
desta dan�a?

- Eu pe�o que voc� v� embora.
- Por qu�?

Eu o verei mais tarde
e lhe explicarei tudo.

N�o! Agora!

Diga-me, por que voc� fugiu
sem me dizer nada?

Edward, o senhor Blake.

Ah, sim. Lembro-me da sua cara.

Um gar�om no caf� de
Lloyds, n�o � verdade?

- Sim, participo do Lloyds.
- Apresento-lhe Lord Stacy.

Meu marido.

Foi um prazer voltar a
v�-la, Lady Elizabeth.

Passava por aqui e parei
s� para cumpriment�-la.

Boa-noite.

Certeza que n�o tinha
convidado esse tipo?

- Que insolente!
- N�o! O Sr. Blake resgatou-me.

Ah, ent�o foi esse?

- Carruagem, senhor?
- N�o, obrigado. Irei caminhando.

- O almirante Lord Nelson.
- O almirante Lord Nelson.

- Por favor...
- Gar�om!

- N�o beba mais.
- Gar�om!

Acabar� sob a mesa.
N�o est� acostumado.

Tranquilo. Aqui est�.
Para que tanta pressa?

Tome, fique com o troco.
eu tamb�m sou gar�om. Na Lloyds.

� s�rio? Eu o tomei
por um cavalheiro.

Cavalheiro!...

N�o, Jonathan.
N�o arru�ne a sua vida.

N�o beba mais.
Ela n�o o merece.

Sangue azul. Ber�o alto. Alta posi��o.
Eu diria at� que ela � casada.

Que o enganou e depois
zombou de voc�.

Se fosse uma mulher de respeito,
n�o teria se portado assim.

Voc� e eu... N�s dois somos iguais.
Voc� e eu. Estou desejando tudo de bom.

Sou gar�om na Lloyds?
Pois, ver�o!

N�o grite, Jonathan!

- Vou subir t�o alto que...
- N�o arme confus�o.

- Tranquilize-se.
- N�o quero alvoro�o.

- Tirar�o o chap�u para mim!
- Jonathan, por favor...

Antes de ir embora, v�o me ouvir...
Todos v�o me ouvir, v�o me ouvir...

Vamos para casa.
Vamos para casa.

14 DE DEZEMBRO, 1799, NOVA IORQUE.
WASHINGTON MORRE NA VIRG�NIA.

2 DE ABRIL, 1801. LONDRES.
NELSON DESTROI A FROTA DINAMARQUESA.

18 DE MAYO, 1803. LONDRES.
INGLATERRA DECLARA GUERRA � FRAN�A.

- Ele a� est�!
- Bom-dia, senhor.

Poderia dizer-nos quem
ganhar� o derby?

Creio que �Rocky Lee�.

Quem � o boxeador
preferido do seu patr�o?

Apostar� em Beltner.

- Bom-dia, senhor.
- Bom-dia.

- Bom-dia, cavalheiros.
- Bom-dia.

Temos acompanhados
os informes do sindicato.

Em nome dos membros do nosso grupo,
quero dar-lhe os agradecimentos.

Por nada, esquece...

Quem dos senhores
� Jonathan Blake?

- Com quem tenho o prazer?
- N�o � um prazer.

� um crime deplor�vel fazer
apostas contra pessoas vivas.

Todos teremos que morrer,
tarde ou cedo.

Os senhores apostaram que eu morreria
antes das doze horas de hoje!

Esperando como uns abutres
para roer meus ossos!

Cr� que � o Todo Poderoso para
ordenar que eu morra antes das doze?

Alegro-me se tiver que perder a
aposta. E de v�-lo com boa sa�de.

Permita-me que o felicite.

Estava em meu leito de morte
quando li isso no Times, ontem.

Decidi pregar-lhe uma pe�a.

Decidi viver para pegar
o dinheiro da minha morte.

Oxal� chegue aos cem anos.

Deus meu! Apesar da sua juventude,
viverei para v�-lo morrer!

E agora, cavalheiros,
tomarei um caf�.

- Um momento, senhor.
- Sou o Lord Stacy.

S� os subscritores e seus
s�cios s�o admitidos aqui.

Por favor, Jonathan.
Venha aqui. Sente-se.

- Vai dar-me um pito, senhor?
- Sim. Chegou a hora em faz�-lo.

Desde que me deixou, voc� tem
tido muita sorte e muito �xito.

Por�m, tudo tem sido
�s costas da Lloyds.

Assegurar pernas de mulheres!

Apostar na rainha da Inglaterra
pela possibilidade de ter g�meos!

Isso n�o s�o seguros.
Isso s�o apostas de cassino.

Tem resultado ser um bom neg�cio.
E est� dentro da lei.

Ao diabo com a lei!
� indigno. � prejudicial.

Vai contra as nossas tradi��es!

Gostaria de observar que � t�o
honrado assegurar as pernas

de uma bailarina, como a
carga de uma embarca��o.

Creio que chegar� o dia que
se saber� em todas as partes

que a Lloyds de Londres assegura
tudo o que h� debaixo do sol!

Agora lembro como voc� era.

Quando era um rapazinho
e veio aqui, era entusiasta.

Nobre, sincero... E agora,
com este cinismo, esta dureza,

sabe? N�o posso entend�-lo.

N�o tente entender-me, senhor.
Perd�o.

Caramba! Outro traje novo!
E dois rel�gios!

O cavalheiro da moda, quereria
acompanhar-me esta noite?

Seria um prazer.

- Bem cheia, senhorita.
- Sim, Sr. Jukes.

- Deus meu! Deus meu!
- O que ocorre?

Aquele velho mal humorado
que lhe veio ver, est� morto.

Subiu em sua carruagem
t�o �gil como um jovem.

Seu cocheiro o irritou e ele o
acertou com o guarda-chuva.

E, de repente,
desabou sem vida!

Pelo menos foi uma
morte com vitalidade.

D� a minha parte das apostas �
Associa��o dos Marinheiros.

Tem a sorte do diabo, Blake.
Mas, isso mudar�.

Ningu�m pode desafiar
as leis da natureza.

Bobagem. Blake n�o perderia,
mesmo se quisesse.

Sei de uma aposta
que ele perderia.

N�o poderia me apresentar, esta noite,
ao Pr�ncipe de Gales.

Aceito! Um beijo contra
dez moedas de ouro.

Ganhar�, ainda que n�o
conhe�a o pr�ncipe.

Aposto duas mil libras
que perder�.

Aceito, duas mil libras.
Virei busc�-la �s dez, milady.

Eu o estarei esperando, milord.

Bacar�.

20 libras na banca.
Damas e cavalheiros, fa�am seus jogos.

- Ora, se n�o � o afortunado Blake!
- Encantado em v�-lo, senhor.

Maldita seja. A sorte lhe
h� sorrido, realmente.

Lady Bradford, permita-me.
O duque de Queensbury.

- � um prazer.
- Obrigada, excel�ncia.

O duque � o chefe
da casa real.

Suas cartas, senhora.
Pode olhar suas cartas.

- Sim, minhas cartas.
- Quer alguma carta?

�s. Ganhou, senhora.

Posso perguntar a sua excel�ncia
sobre a sa�de de Sua Majestade?

Completamente esgotado.
Completamente.

Nem vigor, nem for�a.
N�o posso entend�-lo.

- � uma pena.
- Exatamente.

� o seu turno de banca, milady.
Quer que a substitua?

- N�o, n�o.
- Quanto h� na banca?

H� 118 libras na banca.

- Deus meu, senhora!
- Damas e cavalheiros, fa�am seus jogos.

Cartas, por favor, senhora.

- Pensei que havia acabado, Stacy.
- N�o, at� que me acabem.

- Carta, senhor.
- A banca ganha.

Uma aposta tonta, Stacy.

Bastou uma olhada para saber
que Lady Bradford iria ganhar.

172 libras na banca.
Cavalheiros.

Muitas vezes tenho perguntado onde
voc� se encontrava todas as noites...

- Ah, ent�o se conhecem?
- Muito bem. Creio que sim.

Cavalheiros, fa�am seus jogos.

- Banca de 900 guin�us.
- Melhor passar, milady.

- Cavalheiros, fa�am seus jogos.
- 50 libras.

- Banca.
- Certo, amigo.

Carta, por favor.

- Oito!
- Oito.

- Nove!
- Nove. Ganhou.

N�o � um mau jogo
para uma criada!

� o senhor quem foi feito
de criado esta noite, milord.

Muito bem dito, milady.

Arrogante, grosseiro! Recolha seus
ganhos. Vamos tomar champanha.

Obrigada, excel�ncia.

Voc� ganha.

- Quer ocupar o meu lugar?
- Sim, obrigado.

Isto � um cassino,
e n�o o Banco da Inglaterra.

Eu sinto. N�o posso
lhe dar mais cr�dito.

- Boa-noite.
- Boa-noite, Lady Elizabeth.

Quero felicit�-lo pelo que
escuto sobre seus �xitos.

- Tudo gra�as a voc�.
- A mim?

Por infundir em mim a desconfian�a
acerca dos seres humanos.

Tem o direito de sentir
o que sente.

Por�m, eu tamb�m o tenho.
Algum dia, talvez, me escute...

- Recordando os velhos tempos?
- Certo.

Convence o Sr. Blake
para que jante conosco.

- Aceita, Sr. Blake? Na quinta-feira.
- Ser� um prazer.

- Ficaremos muito felizes.
- Muito felizes. Vamos, querida.

Mas, o que eu disse � verdade.
Sou uma pobre criada.

- Sou somente a Polly do caf� de Lloyds.
- Caramba! A Polly!

- N�o tenho sangue azul.
- � muito melhor assim.

Nem sequer o vestido � meu.
Peguei-o emprestado.

Meus olhos dizem que o vestido
assenta-lhe muito bem.

O que me incomoda � que
vai ter que devolv�-lo...

Com o mesmo outra vez?

Permita-me apresentar a Lady
Bradford. Sua Alteza, o Pr�ncipe.

- J� sei que ela conheceu o Pr�ncipe...
- Levante-se.

- O pr�ncipe de verdade?
- Sim.

Uma casa encantadora,
Lady Elizabeth.

O Sr. Chippendale sabe
expressar seus sentimentos.

A express�o de um grande talento.

O que ocorre?

Um recado importante. Reclamam
sua presen�a no Almirantado.

- No Almirantado?
- Sim, milord.

N�o imagino o que querem.
Suponho que devo atender.

- Minha carruagem.
- Sim, milord.

Espero que me desculpe.
Querida, atenda-o bem at� que regresse.

Assim farei.

- � casa de Lady Mockham.
- Sim, senhor.

N�o sei se haver� tempo para
explicar-lhe e dizer...

O erro foi meu,
por lev�-la a s�rio.

N�o diga isso. N�o acreditar� que eu...

- O fogo est� muito bem assim.
- Como deseje, milady.

Quando nos conhecemos
em Calais, estava fugindo.

Meu esposo e eu
discutimos em Paris.

Estava ofendida e humilhada.

N�o conhecia voc� e
n�o podia lhe contar.

Aqueles dias foram t�o fugazes, em liberdade.
N�o sabia o que pudesse ocorrer.

� noite na pousada,
queria contar-lhe.

Por�m, n�o queria estragar
um momento t�o perfeito.

N�o tive coragem de tornar
a v�-lo e contar minha vida.

Por isso, fugi!

Por esta raz�o, n�o mere�o uma
censura pelo resto da minha vida.

- Deve ir embora. Est�o nos vigiando.
- Tenho muito que lhe falar.

- Agora, n�o. Aqui n�o.
- Ent�o, onde?

Sir Thomas Lawrence est�
fazendo o meu retrato.

Poso todas as tardes �s tr�s horas.
Em seu est�dio.

Hoje milady est� rodeada
de uma aur�ola especial.

Agora deve me desculpar.
Vou dar um passeio.

- Assim descansarei a vista.
- Parece-me uma desculpa encantadora.

Devo voltar dentro em pouco.

Querida.

Abrace-me forte.
Abrace-me.

Passei toda a noite
pensando neste momento.

Ele j� chegou!

Sim, entre.

O que deseja?

Parece-me muito surpreso.
Espero n�o interromper.

- A que devo a honra de sua visita?
- Assunto de neg�cios.

Voc� e o seu s�cio me t�m negado
a entrada em seus sindicatos.

Como as circunst�ncias mudaram,
talvez agora queira reconsiderar...

- Nada mudou.
- Muito oportuno dizer isso, Blake.

Por�m, in�til. Mesmo porque tenho tido
a precau��o de manter-me bem informado...

- Minhas d�vidas t�m-me desesperado!
- Assim parece.

- Em consequ�ncia...
- Vamos ao que interessa. Que deseja?

Investir em sua empresa.

- Quanto?
- Que tal 5.000 libras?

- Anotarei.
- Comunicarei aos meus devedores.

E voc� adiantar� o dinheiro.
Logo compartilharemos os benef�cios.

Boa-noite. Espero n�o t�-lo
aborrecido com minha presen�a.

Obrigado, obrigado.

- Mais alguma coisa, excel�ncia?
- Ainda n�o comecei.

- Venha, sente-se aqui...
- N�o posso, estou ocupada.

- Tenho que atender aos clientes.
- Ao diabo! S�o meros contadores.

Com tinta nas veias, sem sangue real.
Nenhum pr�ncipe frequenta qualquer caf�.

Vai desperdi�ar sua
juventude com eles.

Quanto a mim, estou disposto
a ser mais obediente e atento.

- Mais ardente...
- Protetor.

- Mas, eu estou muito bem aqui.
- Bom-dia, Polly.

- Bom-dia.
- Ah, o velho Q.! Bom-dia.

� imposs�vel, excel�ncia. N�o posso sentir
mais que carinho e respeito pelo senhor.

- S� podemos ser bons amigos.
- Amigos?

A rela��o menos natural que existe.
N�o tenho sido amigo de nenhuma mulher!

E, maldita seja!
N�o mudarei aos 70 anos!

Cavalheiros, h� m�s not�cias.

245 navios da frota mercante
do Caribe foram surpreendidos

pelos franceses, nos A�ores.

63 foram afundados.
Os demais, capturados.

Leia isto.

- Cavalheiros...
- Venha comigo.

Os seguintes navios
foram afundados:

Fennimore. 200 ton.
Todos foram mortos.

Reclamam perda total.

N�o perca a calma.
Isto � uma emerg�ncia!

� o pior desastre de toda
a hist�ria da frota!

- Jonathan, isto � uma trag�dia!
- N�o perca a cabe�a.

Isso n�o nos ajudar�!

Convoque os chefes dos
sindicatos, imediatamente.

As demandas devem ser
pagas at� o �ltimo centavo!

- Deve ser assim.
- Sim, senhor.

E falando em nome
dos propriet�rios,

estamos aqui para protestar
pelos altos pre�os dos seguros

que nos tem oferecido desde
o desastre de h� uma semana.

Insinua que Lloyds se aproveita
de uma cat�strofe nacional

para enganar os armadores brit�nicos?

N�o insinuamos nada.

Os pre�os dos seguros s�o
estabelecidos matematicamente,

segundo os riscos. Se os pre�os
s�o mais altos � porque

os riscos s�o maiores.

Por�m, n�o podemos pagar
esses pre�os e seguir trabalhando.

- Mande seus navios navegar sem seguros!
- N�o os mandaremos.

Se n�o baixar as tarifas,
os navios ficar�o no porto!

� o nosso ultimato!

Muito bem. Considerando as perdas
do desastre da semana passada,

e os riscos que ocorrem, seria
um suic�dio reduzir as tarifas.

E n�o o faremos!
Este � o nosso ultimato!

N�o foi aceita.

Cavalheiros, n�o fazem concess�es.
Mas, romperemos este ponto morto.

Iremos ao Almirantado e exigiremos
que se deleguem navios de guerra

para escoltar e proteger as embarca��es
mercantes nas �guas perigosas.

Ent�o, reduziremos nossas tarifas
e o com�rcio poder� continuar.

Assim que proponho que encabecemos
um comit� para apresentar

nosso caso ao primeiro ministro
do Almirantado.

Oponho-me a essa mo��o!

Ao exigir escoltas, estar-se-� exigindo
que a frota brit�nica seja dividida em duas,

privando a Nelson da
metade de suas for�as.

- Tem raz�o...
- N�o tem raz�o...

H� anos que Napole�o est�
devastando a Europa.

Enquanto n�s, temos desfrutado de
seguran�a em nossas casas.

E temos dormido a salvo
em nossas camas.

L� fora, no mar, entre o
nosso pa�s e a Fran�a,

h� um baluarte de defesa.
Nossa frota e Nelson!

Por�m, se debilitamos suas for�as,
se lhe roubam a metade de seus navios,

digo-lhes, cavalheiros, que Napole�o
ocupar� o trono da Inglaterra!

- N�o...
- Sim...

Quanto poderemos resistir
sem com�rcio? Sem comida?

Nelson encurralou a armada
francesa em Tol�n.

� iminente uma batalha decisiva.

Proponho que continuemos
assegurando os barcos mercantis

com os pre�os antigos
e sem escoltas.

- Claro...
- � isso.

Eu suplico-lhe, Sr. Angerstein.
Quantas vezes nos disse que Lloyds

n�o � um grupo de seguradores
interessados em benef�cios,

sen�o uma empresa ligada
ao destino da Inglaterra?

Esta noite, em alguma parte, distante,
Nelson e seus homens arriscam

suas vidas por n�s. Por que n�o
arriscar nosso dinheiro por eles?

- N�o durar�amos muito...
- J� estamos sem...

Todos os sindicatos est�o
ao limite da bancarrota.

O que prop�e � a
destrui��o da Lloyds!

E voc� prop�e a destrui��o
da Inglaterra!

- Angerstein tem raz�o...
- Blake tem raz�o...

N�o se atrevam a dividir
a armada de Nelson!

Se disserem ao Almirantado que
Lloyds n�o pode assegurar os navios

sem uma escolta, estar�o mentindo.
Porque meu sindicato

continuar� assegurando-os.
E ao pre�o antigo!

O sindicato de Jonathan Blake
� a�, senhor.

O sindicato de Jonathan Blake
� a�, senhor.

O sindicato de Jonathan Blake
� a�, senhor.

- Bom-dia.
- Bom-dia, senhor.

- John Phillips.
- Phillips, 1700 libras de carga.

- Qual � a tarifa at� Lisboa?
- A antiga continua vigente. 2.000.

- Perd�o por atrapalhar.
- Pe�o que me desculpe.

- Muito obrigado.
- Com licen�a.

Podemos segurar uma
carga de escravos, senhor?

Escravos? Claro que n�o!

� este navio o "Alexander"?

Tenho muita pressa.
Tenho que falar com voc�.

Que acontece?

- Quero retirar 1.000 libras.
- Imposs�vel, Stacy.

Fa�a-me uma nota promissora
para algumas semanas.

Pede-me isso quando carregamos
com todo o peso da frota?

Est� muito bem,
mas necessito de dinheiro.

Sinto ter que lhe pressionar.

Desta vez n�o pode me pressionar!

Uni-me ao seu sindicato para pagar os
meus credores e n�o tenho sacado nada.

- Tenho direito. � a minha parte.
- � o meu sindicato.

Os devedores me amea�am com
cadeia. Necessito urgentemente.

Sem d�vida, mas um marinheiro
chamado Nelson o necessita muito mais.

At� logo, Stacy.

JOSHUA LAMB
ADVOGADO EM LEIS

- Bom-dia, Sr. Lamb.
- Bom-dia, milady.

- Bom-dia, milord.
- Bom-dia, Lamb.

Seria um al�vio n�o ter essa
quadrilha de credores atr�s de mim.

Por que n�o vamos embora da
Inglaterra, em viagem, n�s dois?

Temos chegado ao final
de uma longa viagem.

- Ao final?...
- N�o vou mais segui-lo.

- N�o desejar�, por acaso, divorciar-se de mim?
- Pagarei as suas d�vidas.

E lhe darei uma quantia generosa.

Sim, com certeza. Mas, eu sendo
seu marido, tudo dever� ser meu.

- Quer dizer que voc� quer tudo?
- Exatamente.

Ent�o, eu lhe darei.
Com muito gosto.

- Com muito gosto?
- Informarei os meus advogados.

N�o farei nenhum tr�mite at�
que se efetue o pagamento.

Eu entendo.

Charles, ao meu clube. N�o se importar�
que eu fique em meu clube?

- At� logo, querida.
- Adeus, Everett.

Charles, ao n�mero 17 da
White Hall. E depressa!

- O Sr. Blake est�?
- Alegro-me que tenha vindo.

- O que acontece?
- M�s not�cias. Muito m�s!

- Onde ele est�?
- No jardim.

O que est� acontecendo?

A not�cia chegou no
final do dia de trabalho.

A armada francesa conseguiu escapar
do bloqueio de Nelson, em Tol�n.

Escaparam?

Passaram-se meses antes
da batalha decisiva.

Meses de espera. Meu sindicato
abandonou-me e...

N�o posso continuar.

Querido.

Amanh� ir�o ao Almirantado
para pedir os navios de Nelson.

Mas, como conseguiram escapar?

Uma forte tempestade
durante a noite.

Os c�us conspiraram para
mudar o destino da Inglaterra.

Minha vida. Voc� tem trabalhado
com tanto empenho!

Tenho pensado em voc� e em mim,
se estiv�ssemos s�s. S� n�s dois.

- Agora...
- Meu amor.

Sempre voc� est� quando
mais eu necessito.

- Por�m, eu necessito de voc�.
- Com dedica��o para ajudar-me.

Isso � o que desejo.
Poder ajud�-lo a seguir.

J� n�o posso fazer nada.

Hoje recebi a minha heran�a.
Vim para dizer-lhe que ela � sua.

Toda sua. � uma fortuna.
Mais do que eu esperava.

N�o. O risco � muito grande.

Mas voc� tamb�m tem se arriscado.
E os demais, tamb�m.

Isso manter� o seu sindicato funcionando
at� que tenhamos mais valores.

N�o. Eu n�o poderia faz�-lo.

Nem sequer pelo menino
com quem fez um pacto?

N�o poderia, pelo Nelson?

Meu amor.

21 DE SETEMBRO. 1805.
O BERGANTIM "O VELONCINO

DE OURO� FOI CAPTURADO PELOS
FRANCESES NA COSTA IRLANDESA.

3 DE OUTUBRO. 1805.
AMSTERDAM CONFIRMA O AFUNFAMENTO

DE QUATRO NAVIOS MERCANTES
PELOS FRANCESES.

16 DE OUTUBRO. 1805.
29 NAVIOS DA FROTA MERCANTE

DOS MARES DO SUL, APRISIONADOS
POR FRANCESES NO GOLFO DE VIZCAYA.

O "Bellstree", 150 ton. Sem v�timas.
Reclama��o, sinistro total.

Louco, vigarista.
Voc� vai nos pagar.

N�o diga isso.
A culpa tem sido nossa.

J� n�o lembra o que
aconteceu h� um m�s?

Chegou oferecendo
dinheiro a todo o mundo.

E nos convenceu.
Confi�vamos na sua palavra.

A absurda companhia de seguros
mar�timos na Inglaterra se afunda.

- Obrigado, cavalheiros, por tudo.
- N�o se ouvir�o mais reclama��es.

Como primeiro lorde do Almirantado,
devo mostrar-me de acordo.

Muito a pesar, evidentemente.

Por�m, enfaticamente. Nossa
reputa��o deve ser protegida.

Inglaterra vencer� gloriosamente!
Comunique-se ao almirante Nelson.

Ordene-se, a metade de sua frota deve
apresentar-se ao servi�o de prote��o.

Sua decis�o, milord, resulta
gratificante para todos n�s.

Isto est� certo?
Utilizar�o os navios de Nelson?

A ordem chegar�
a Nelson amanh�.

Agora quero lhe dizer que,
ainda que me oponha � sua pol�tica,

apoio-o espiritualmente, esperando
e rezando pela vit�ria de Nelson.

Estou muito orgulhoso de voc�.
Tem muito valor.

Diz que tenho valor.
Por�m voc� carece dele.

Se vencem a Nelson,
se esta grande na��o perece,

a culpa ser� sua!

Todo o mundo j� foi embora.

Sim, eu sei.

Lady Elizabeth conhece
as ordens para Nelson?

N�o sei.

Est� todo o dia assim.
Sem fazer nada.

Nem sequer tem aberto as cartas.
De que vale escrever se voc� n�o as l�?

Eu o ajudarei.
Parece interessante.

"Querido Jonathan. Tem chegado aos meus
ouvidos a not�cia da sua luta heroica

que voc� tem empreendido na Lloyds,
quase s�. � o �nico que se

tem dado conta da necessidade
de manter-se uma frente unida.

Quem poderia imaginar que o nosso
pacto, o pacto de uns meninos,

um dia serviria para determinar
o destino da Inglaterra?

Parece ser que essa � a situa��o
neste momento"...

Leia.

"Se tudo for bem, obrigarei aos
franceses que lutem.

At� ent�o, Jonathan,
rezo a Deus para que resistamos,

custe o que custar. Seu servidor,
sempre fiel. Horatio Nelson".

Tem feito o melhor.
N�o podia ter feito nada mais.

"Custe o que custar".
� o que ele disse!

- O que vai fazer?
- Amanh� estarei fora!

Se lhe perguntam de mim,
diga que estou muito enfermo.

- Que n�o recebo visitas.
- Aonde vai?

E n�o diga nem mais uma palavra!

- V, E, N, C, E
- Nelson vence!

18 DE OUTUBRO, 1805.
NELSON DERROTA A FROTA FRANCESA.

- Tem visto o Sr. Blake?
- N�o, n�o est� aqui.

- Onde ele est�?
- Est� enfermo.

Temos que ir ao
Almirantado, logo.

Cavalheiros, � sa�de
de Lorde Nelson!

Por Nelson e pelo dia mais glorioso
da hist�ria da Inglaterra!

Por Nelson!

Cancelei a mensagem para Nelson a
tempo. J� n�o necessitamos de escoltas!

E agora, tr�s hurras por Nelson!

Creio t�-lo ouvido entrar, senhor.

A cidade est� em polvorosa!

- Perguntaram por mim?
- Ainda n�o, senhor.

Irei ao meu dormit�rio. Lembre-se.
Se algu�m perguntar por mim,

diga que h� tr�s dias estou enfermo.
E n�o recebo visitas.

Sr. Potts, � maravilhoso!
Onde est� o Sr. Jonathan?

Est� enfermo e
n�o recebe visitas.

- Tenho que v�-lo.
- Srta. Polly, n�o pode...

Gra�as a Deus que voc� est� bem.
Tenho estado t�o preocupada.

- Vamos, tranquilize-se, Polly.
- Nelson venceu!

Inglaterra est� salva
e Lloyds tamb�m est� salvo!

Os s�cios est�o aplaudindo a
voc�, ao mesmo tempo que a Nelson!

O Sr. Angerstein disse que Nelson
merecia a sua confian�a e que

a na��o lhe devia
uma homenagem.

At� o Sr. Watson admitiu
que se havia equivocado.

E que voc� tinha raz�o.

Venha ver. Olhe!
Est�o todos loucos de alegria!

Eu gostaria de dizer-lhe que, sem a sua
ajuda, Nelson n�o teria vencido.

Estou t�o feliz!
T�o orgulhosa!

Potts, traga uma garrafa
de xerez, imediatamente.

Brindaremos a
vit�ria de Nelson!

Acontece algo? O Sr. Potts est�
muito s�rio. E voc� muito triste.

O que se passa? Diga-me.

Nada que voc� saiba.
N�o se passa nada, Polly.

Entende o que digo?
Nada!

Entendido.

Por Nelson!

Lutar pela na��o. Vencer os
franceses. Fiz tudo o que pude.

Insisto em uma resposta.
Tenho que saber quanto vai demorar

esse velho louco para
cumprir nosso acordo.

- N�o tenho nem ideia.
- Voc� parece ignorar o assunto.

Sempre com evasivas.
Sempre com uma desculpa nova.

- Eu tenho a culpa da demora.
- Voc�?

Tenho mudado de
ideia sobre o div�rcio.

N�o pode fazer isso.

Voc� fez um trato e eu
a obrigarei a cumpri-lo.

Se n�o aceitar o div�rcio,
desmascararei esse impostor!

Sim. Ladr�o e traidor. Ser� enforcado.
Se ele fez o que penso.

- O que ele fez?
- Sugiro que pergunte a ele.

Entretanto, aconselho-a
a visitar o Sr. Lamb

para cumprir o nosso acordo.

Sinto despert�-lo.
� de suma import�ncia.

Quer vir aqui?

Ter� dado conta de que s�o
passados dois dias desde a not�cia

da vit�ria de Nelson, e n�o chegou
qualquer confirma��o de sua veracidade.

Tem havido uma grande tormenta.

A pior dos �ltimos anos.

No entanto, tem chegado normalmente
alguns barcos vindo de Calais.

N�o o entendo, senhor...

Parece que est� havendo uma
pequena distor��o dos fatos.

De que fatos?

A not�cia da vit�ria
de Nelson � uma fraude,

uma mentira deliberada
de Jonathan Blake.

N�o sabe o que est� dizendo.

N�o � uma coincid�ncia um pouco
estranha, que o dia que iam

mandar a ordem do Almirantado
para retirar os navios de Nelson,

chegue milagrosamente a not�cia
da vit�ria de Nelson,

na qual Blake tinha arriscado
toda a sua fortuna?

Onde estava Blake nesse dia?

- Estava enfermo, em sua casa.
- N�o estava nem enfermo, nem em sua casa.

Contratei algu�m para vigi�-lo.
Ele esteve em Calais.

Foi para enviar uma
mensagem por tel�grafo.

Cometendo a maior
fraude da hist�ria!

- N�o! Imposs�vel!
- Insisto que investigue.

- Sim, certamente, por�m...
- Boa-noite, senhor.

Entre, por favor.

Tem visto alguma
vez este homem?

- Sim, senhor.
- Onde?

Eu o levei em meu coche a Dover.
Faz tr�s dias.

Em que parte de Dover?

Ao cais, senhor.
Embarcou para Calais.

Isso � tudo.

Toda a Inglaterra celebra
a vit�ria de Nelson.

L� fora, os agentes asseguram
os navios aos antigos pre�os,

porque creem que
Nelson tenha vencido.

N�o deveriam deixar de faz�-lo.

- Essa � a sua opini�o, senhor?
- Sim.

D�-se conta de que tenho
que sair daqui para denunci�-lo?

S� me dou conta de uma coisa.
Que a armada de Nelson continua inteira.

Deve estar ciente que
cometeu alta trai��o.

- Que se castiga com a morte.
- Sim. Sei tudo isso.

Algo mais, senhor?

Estarei em minha casa,
se necessitar de mim.

Quer sentar-se?

Bem. O que ele disse?

- Naturalmente, negou tudo.
- Fez uma acarea��o com o cocheiro?

O homem pareceu identific�-lo.

Por�m, n�o podemos dar cr�dito
a uma pessoa desse tipo...

Este � um assunto importante.
Temos que proceder com cuidado.

Com cuidado? Quando a na��o
� v�tima de um fraude e l� fora

est�o assegurando
navios, arruinando-se?

- Onde est� a sua integridade?
- Pediu uma investiga��o.

- E a estou levando a cabo.
- Est� adiando-a, senhor.

Insisto que divulgue o que sabemos
sobre a verdade dos fatos.

- Eu n�o sei qual � a verdade!
- Est� mentindo!

Denunciarei eu mesmo!

Um momento.

Lembre-se que denunciar Blake
o arruinar� para sempre.

E arruinar� a si pr�prio,
e tamb�m � sua mulher!

� minha mulher?...

Sua fortuna est� no
sindicato de Blake.

O qu�?

Deve pensar bem antes
de seguir adiante.

Agora, denuncie.

- Sim, senhor?
- Eu...

Que dizia o senhor?

Nada.

Ladr�o, traidor... Tudo o que Stacy
disse de mim, � verdade.

Arrisquei e perdi.

Tirei tudo de voc�.

N�o, n�o!
Estou orgulhosa por t�-lo feito.

Querida...

Acaba de falar em trai��o.
V�o enforc�-lo. Temos que fugir.

Fugirmos?
N�o posso fugir.

- Voc� me quer?
- Sabe que a quero.

Se voc� morrer,
eu tamb�m morrerei!

- No final, acabaram comigo.
- N�o, senhor.

- Minhas costas.
- Aqui, r�pido...

Espere, o len�o.
Tape-me o rosto.

N�o devem saber que o seu
almirante est� morrendo.

Mas, senhor...

Leve este homem.

Aqui.

Traga o doutor.

Ordene � primeira coluna
que mude de posi��o.

E que combata o
inimigo mais de perto.

- Fa�a-o, Hardy...
- Sim, senhor.

Primeira coluna. Mudan�a de posi��o.
Combatam o inimigo mais de perto.

Primeira coluna. Mudan�a de posi��o.
Combatam o inimigo mais de perto.

Primeira coluna. Mudan�a de posi��o.
Combatam o inimigo mais de perto.

Senhor, em Sua divina provid�ncia
receba o Seu servo...

Quinze navios inimigos
foram afundados, senhor.

Fizeram bem. Mas eu esperava
que fossem vinte.

Lan�ar �ncora, Hardy.
Lan�ar �ncora.

Sim, senhor.

Gra�as a Deus, porque
cumpri com o meu dever.

Tem que viver, senhor!
Tem que viver, tem que viver!

Tem que viver, Jonathan!
Tem que viver, por favor.

Sim, senhor. Tem que viver.
Por ela.

Deus lhe bendiga!

O que � isso?

- � uma celebra��o?
- Sim.

Sim.

Sr. Angerstein. Fale com ele.

Ele sabe?

Aconteceu uma vit�ria.

Nelson, em Trafalgar.

- Uma vit�ria?
- Tal como voc� imaginou.

- Nelson...
- Sim, em Trafalgar.

- Ganhou?
- Sim.

Ele escreveu-me uma carta.
N�o sei se o disse.

Escreveu-me em meio a
todos os seus problemas.

Agora vai voltar para casa.

Eu poderei v�-lo.

Canh�es...

Ele voltou para casa, Jonathan.

Por�m um pacto � um pacto.

Vamos, acerte-me um murro.

- Onde voc� est�?
- Deve faz�-lo, Jonathan.

Muito frouxo.
Adeus, Jonathan.

Adeus, Horatio.

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