All language subtitles for Lost and Delirious FRRR

Tinha um mau
pressentimento.

Sentia-me
como um rato,

indo directamente
para a boca do gato.

E n�o havia nada
que eu pudesse fazer a esse respeito.

Como a minha m�e tinha morrido
de cancro tr�s anos antes,

estava a come�ar a esquecer-me
da sua apar�ncia.

Quando me olhava na sua caixa de p�-de-arroz
e via o meu rosto,

conseguia recordar o seu.

O p� cheirava como a sua face
quando a beijava.

A minha m�e...

nunca me teria enviado
para um col�gio.

- Obrigado por tudo.
- Passe bem.

Vai ser f�cil.

A s�rio.

Estou bem.
A s�rio.

Quero apresentar-te
algu�m fant�stico.

Victoria.

Victoria,
vem conhecer Mary.

Bom, um momento.

A comida � asquerosa,
e pode mandar-te para o hospital.

Ent�o poupamos
as nossas mesadas,

e pedimos pizza
ou comida chinesa.

E as anor�cticas comem
borrachas.

A s�rio.

Podemos sair-nos
com qualquer coisa.

Est�s muito fora
de forma.

Ter�s de vir
correr connosco,

se n�o, ter�s uma embolia
antes dos 20 anos.

Estes s�o os banhos
e os duches.

Como � que te chamas?

A maioria das pessoas
chama-me Ratinha.

Ratinha?

O meu pai sempre
me chamou assim.

A s�rio? Porqu�?

O meu pai costumava chamar-me
Princesa.

- Dava-me asco.
- � melhor que Ratinha.

A minha � o refugo.

Claro,
sou uma desordenada.

Bem,
n�o posso evit�-lo.

E enojo a minha m�e
ou qualquer coisa assim.

Esta � a da Paulie,
esta � a minha,

e...

esta � a tua.

Desculpa.

Ouve.

Olha, sei que no princ�pio
� estranho,

mas agora esta � muito mais
a minha casa que a minha verdadeira casa.

Como Os Meninos Perdidos
de ''Peter Pan.''

S� que somos
as Meninas Perdidas.

Perdidas e Delirantes.

Ent�o quando acabares aqui,
vem a divertir-te connosco.

Queres fumar?

Assustei-te?

Tens ''novata'' escrito
na cara.

Como uma cordeirinha nova.
Que idade tens? 13, 14?

�s um cerebrozinho que saltou
uns quantos graus?

Sou a Paulie.

Oster.

Mary Bedford.

Na realidade, chamam-me Ratinha.

Preferia chamar-te
est�pida do que Ratinha.

Ficas comigo
e com a Tori, n�o?

Sim, foi o que disse
a Sra. Vaughn.

Ela n�o queria que fic�ssemos,
sozinhas l� em cima.

Nunca tinha estado
como aluna num col�gio.

�s uma das Meninas Perdidas.

Bem-vinda ao clube.

Vamos,

ajuda-me a ''melhorar''
o ponche.

Vamos dar vida a esta festa.

Ruge mais.

Ruge mais.

Ol� meninas, importam-se
que fiquemos na festa?

V�o-se embora.

- O meu irm�o � t�o irritante.
- Mas � bonito.

Rapazes,
n�o leram o cartaz?

N�o s�o permitidos est�pidos.

Rapariga especial, eh?

Agora apetece-me mesmo ch�.

Sim, convidam-nos para o ch�,
por favor?

Est�o preparadas para se divertirem?

Sim.

Paulie.

- Paulie. Paulie.
- Qu�?

Creio que Paulie
acaba de ''melhorar'' o ponche.

Fingimos ignor�ncia?

Adoro.
Sei que tu tamb�m.

Mas isso n�o seria
ser boas mestras,

n�o � verdade, Sra. Bannet?

At� esse dia,

n�o sabia o que queriam dizer
as pessoas com ''divertir-se.''

Eu era uma esp�cie
de Dr. Spock.

E que era isto?
Divers�o?

N�o sei.

Era como se ela
me tivesse enfeiti�ado,

e todo o meu pressentimento,
essa sensa��o que tinha,

como que se desvaneceu.

Ouve, novata.

O que te parece a Vaughny?

N�o lhe chames ''novata,''
� muito rude.

A Sra. Vaughn � boa.

Algumas raparigas dizem
coisas horr�veis dela.

Ela e a Bannet andam juntas,
com toda a certeza.

Paulie, j� chega.

� uma senhora solteira,
e ambas s�o boas amigas,

e � tudo.

N�o sejas t�o cruel.
Nem homof�bica.

Pareceu-me boa.

Digo...

normal.

Pois n�o...

N�o digo que n�o seja boa,
novata,

digo � que � l�sbica.

Est� louca pela Tori.

Quem poderia culp�-la?
A Sra. Formosa.

Sinto muito.

Realmente n�o estava segura
do que tinha visto.

Sei que isto soar� ing�nuo,

mas no princ�pio...

acreditei que praticavam
para os rapazes.

Ver�o, em Rainy River,

nada mudou demasiado
desde os anos 50.

� altura de levantar
vaca pregui�osa.

Sai da cama,
ou damos-te uma co�a.

Alli, sai daqui.

Mary B, esta � a minha irm�, Alli.
� uma idiota.

N�o � verdade, Alli?

E tem verrugas
nos dedos dos p�s.

� repugnante.

Tira os teus dedos repugnantes
da minha cama.

N�o a ou�as, Mary.
Os meus dedos s�o perfeitos.

Tirem os seus traseiros gordos
e pestilentos daqui.

Fora, fora.

Se regressarem,
dou-lhes uma co�a.

Malditas adolescentes.

Nunca mais crescem!

Creio que hoje h�
panquecas de framboesa.

Ai, Deus.

Mary. Lauren.

- Ol�, como est�s?
- Ol�.

Isto parece delicioso.

Daria a minha vida
por panquecas de framboesa.

N�o gostas de panquecas
de framboesa, Ratinha?

- Sim.
- N�o se admitem seres inferiores.

- Fora.
- Fora.

- Saiam daqui.
- Vamos.

- Vamos.
- Por favor.

Fora.

- Obrigado, Sra. Sensei.
- Adeus.

Queremos definir o valor m�nimo
da equa��o...

de segundo grau.

Para fazer isto, devemos completar
a segunda pot�ncia.

Como sabemos
que o coeficiente inicial �...

sabemos, senhoritas.

- Cordelia.
- Um?

Um.
Sim, obrigado.

Simplesmente somamos
a metade

do t�rmino linear,

a X, e elevamo-lo ao quadrado
para obter o resultado.

Para obter
o t�rmino constante de 11 ...

...n�o ia a fazer
uma excep��o.

Victoria.

- Sim.
- Vem. Ajuda-me.

Quer que resolva
o problema?

Sim.

Quero que resolvas
o problema.

Est� bem, vou tentar.

O que te est� a demorar, Victoria?

N�o o entendo.

E o que � que n�o entendes
exactamente?

O X, digo, como...

de onde sai o X?
Porqu�...?

O que � o X?

N�o entendes o que � o X?

Talvez se passar
menos tempo a dar � l�ngua

e mais tempo a ouvir...

A dar � l�ngua?

Eu considero essa express�o
uma bofetada na cara, Sra. Bannet.

Como dizes, Pauline?

� uma express�o que os homens
usam para nos rebaixar,

para trivializar
a nossas conversa��es.

Quer ser parte
dessa merda?

Pauline Oster, n�o voltar�s a usar
esse tipo de linguagem

na minha aula.
Ouviste?

Ouviste?

Estou farta,

estou at� aqui
com a tua falta de respeito.

Que pensas que fazes?

Ensino, Sra. Bannet.
O que a Sra. devia ter feito.

- Paulie.
- Fora da minha aula.

Vais ter com a Sra. Vaughn,

vais explicar
porque � que n�o est�s na aula

e sofrer�s as consequ�ncias.

Ouviste?

N�o fui clara?

Que passe um bom dia,

Eleanor.

Qual � a tua pr�xima aula?

- Leitura.
- Bom.

Pelo corredor, � tua direita.

- Entendido?
- Sim.

Ficas bem?

- Sim.
- Adeus.

Tu n�o podes...

e a Victoria pode falar
por si mesma.

Entendes?

- Entendes?
- Mas ela n�o dizia nada.

- N�o dizia nada.
- Dizia o que queria.

- N�o foi assim, foi apenas...
- Foi o seu...

N�o permitirei
que aterrorizes a minha escola.

Ouviste?

Paulie, Paulie, eu dou-te tanto.

Quem quer ouvir a carta
para a minha m�e biol�gica?

Escreveste?

Deram-te o seu endere�o?

N�o,

mas disseram
que mo enviariam,

e que se ela quisesse,
at� nos poder�amos encontrar.

Eu sei, seria t�o incr�vel...

''Querida m�e biol�gica,

N�o te assustes.

N�o me incomoda
que me tenhas dado para adop��o.

Eras apenas uma rapariga,
entendo completamente.

N�o tenhas medo de mim.

Eu n�o tenho medo.

Sei que tiveste uma vida dura,
e eu tive uma bastante boa.

C�moda, sabes,

se bem que um tanto fria.

Bem, imagino-te a viver
num s�t�o

pr�ximo de Gerard e Parliament,
a vender o teu corpo para viver,

e pensava em p�r-me em contacto,
para talvez me encontrar contigo.

A tua filha adorada,

Pauline''

''P.D. Janet,
a minha m�e adoptiva,

sorri sem os olhos,
e tem as m�os frias.''

Espero sinceramente
que ela responda, P.

Quando for velha, carregarei
com ela �s costas.

Nunca a conheceste?

Os Servi�os Sociais
foram buscar-me ao hospital.

Ela carregou-me um dia inteiro.

Cada minuto.

Isso contaram-me.

Nunca escrevo � minha m�e.
Falamos sempre por telefone.

Talvez por isso � que nunca
dizes o que pensas.

N�o posso dizer-lhe
o que quero, P.

Como poderia dizer
realmente o que sinto?

Mesmo numa carta.

Digo, como,

''Querida m�e, odeio-te.

Por m�ltiplas raz�es.

A mais recente foi porque n�o deixaste
de falar dos meus dentes

na P�scoa em frente de todas
as tuas amigas desagrad�veis.

Queres que eu seja

a tua filha adolescente perfeita,

e que cres�a para ir
a bailes de caridade

e ser a concubina
de algum banqueiro.

Como tu.

Mas a verdade �...

que sou como que viciada em ti.

Como o chocolate.

Quero estar sempre
� tua volta.

Sou como um c�ozinho est�pido,
e tu n�o deixas de reprovar-me

os meus dentes
com as tuas palavras,

e o teu tom.

E �s vezes...

N�o sei. �s vezes desejava
que estivesses morta.''

Ruge mais, Victoria.

N�o posso crer
que tenha dito isso.

A minha madrasta est� sempre a
falar de mim quando estou l�.

Odeio isso.

Odeio-a a ela.

Creio que tem ci�mes
da minha proximidade com o meu pai.

A m�e da Tori tem inveja dela.

D�-me arrepios.

Porque teria inveja de mim?

O qu�?

Mary,
ainda n�o fizeste a tua carta.

Ela morreu h� tr�s anos.

Sinto muito.

N�o, est� bem.

N�o vejo o sentido
de escrever-lhe uma carta.

Talvez ela possa ouvir-te.

- Se lhe escrevesse...
- F�-lo.

''Querida m�e,

recordas o que me pediste
quando estavas doente...

bem, morrendo?

Foi no Outono,
em Outubro.

Nesse ano ainda fazia calor,
e o teu quarto

cheirava a doces
ma��s podres.

E eu tinha a tua cabe�a
nos meus bra�os.

E a tua respira��o
era t�o r�pida,

e superficial.

Disseste, 'Mary,

por favor, lembra-te de mim.'

E o assunto �,

que �s vezes me esque�o
da tua apar�ncia.''

Valente.

� verdade que n�o te lembras
da sua apar�ncia?

�s vezes.

Deus,
isso � t�o triste.

Valente.

Esse � o teu novo nome.

Mary V.
V de Valente

Ratinha morreu.

Estamos felizes que sejas
a nossa nova companheira.

Verdade, Paulie?

N�o te alegra ser a nossa
nova companheira, Mary Valente?

Vamos, diz a verdade.

Desculpe.

Perguntava-me,

se...
se poderia...

- Gosta de jardinagem?
- Sim.

Sim, eu costumava faz�-lo todos os dias
desde Abril at� que nevava

com a minha m�e,
antes de ela falecer.

H� um par de anos.

Sinto muito.

Ent�o perguntava-me se porventura
poderia necessitar da minha ajuda.

Ou, se n�o necessita, est� bem na mesma.

N�o, n�o, n�o, est� bem.

Seria agrad�vel.

� a primeira vez
em 20 anos

que se oferece
uma das raparigas.

� como um sinal do amanhecer
de uma nova era.

Sim, bem, estava a brincar.

Perguntarei a Faye.

Digo, � Sra. Vaughn,
a directora.

Seguramente
ela n�o se vai importar.

Ouve, como te chamas?

Pois est�...

est� em transi��o.

Em transi��o?

Isso agrada-me.

Como � que escreves?
Com ''T'' grande?

�s um pouco...
intelectual, n�o?

N�o sei.

�s, sim.

Ent�o espero-te...
''em transi��o.''

E v� se arranjas umas luvas.

E...?

Esteve a planear
esta viagem a It�lia todo o ano.

N�o posso ligar-lhe
e dizer-lhe,

''Sinto muito, m�e,
a viagem cancela-se.

Vou plantar �rvores
com Paulie a oeste.''

Tori...

Sabes o que quero fazer,

mas n�o posso.

Estive a agir
como uma louca ultimamente.

E n�o sei porqu�.

Tenho de passar tempo
com ela.

Al�m disso, tu e eu estaremos juntas
no Outono, em McGill.

Estaremos t�o juntas.

Vou plantar
3.000 �rvores por dia.

E ganharei a medalha
de ouro para ti.

Ela tem pesadelos muito terr�veis.

Vamos pelo caminho mais f�cil
para a Mary Valente?

Vais gostar deste lugar.
� fant�stico.

Est�s bem?

A treinadora disse
que n�o deve custar-te a falar.

''Sem dor, n�o h� gan�ncia,''
Mary Valente.

Vais muito bem para
a primeira vez.

- N�o te parece, Paulie?
- Nada mal.

Eu diria que fazemos uma milha
em sete minutos e meio.

De modo algum.
Fazemos em nove minutos.

Estamos a arrastar-nos.

- Merda!
- Meu Deus.

� t�o bela.

N�o lhe toques, se n�o
queres ser picada.

N�o lhe ia tocar.

Deixem-na para mim, sim?

Eu cuidarei dela.

Eu disse que ma deixassem para mim.

Eu alcan�o-as mais tarde.
V�o!

Uma vez que se lhe mete
uma coisa na cabe�a...

Ol�.

- Que tal?
- Ol�.

Pergunt�vamo-nos
se as sensuais meninas

quereriam fumar
um charro connosco.

Obrigado, mas estamos
a treinar.

N�o �s a irm�
do Tim Moller?

- Sim, sou a Tori.
- Ol�.

- E esta � a Mary.
- Prazer em conhecer-te.

Sou Jake Hollander.

- Este � o John.
- Ol�.

- E este idiota � o Phil.
- Ol�.

Ol�.

Seja com for...

- Temos de ir.
- Ouve, Tori,

querem vir � festa do Tim?
No clube Blue Note?

Sim, sim, claro.

Divertir-nos um bocado.
Vais estar l�?

Talvez.

Bem, temos de ir.

Pois espero ver-te l�, Tori.

Espero ver-te l�, Tori.

Creio que gostas dele.

- De quem?
- Tu sabes.

Gostam das minhas mamas.
Todos gostam.

- E vais?
- Aonde?

Ao anivers�rio do teu irm�o.

E que todos esses tipos
desagrad�veis se metam comigo?

Prefiro ficar
a estudar Matem�tica.

Pergunto-me onde estar� Paulie
com aquele p�ssaro.

Paulie.

Meu Deus!

- � para a ave?
- Se v�em demasiado,

assustam-se e enlouquecem.

Cr�s que poder� voar outra vez?

N�o te preocupes,
eu cuidarei dele.

Isto ser� tremendamente incr�vel.

Vem aqui.

Estaria perdida
sem ti.

Eu proteger-te-ei.

A minha m�e gostava muito
de sujar as m�os.

Eu assusto-me sempre
com os ovos de minhocas.

Ovos de minhocas?

As minhocas p�em ovos?

Acho que sim.

Ou n�o.
N�o sei.

N�o creio que ponham ovos,
� como que...

surgem da terra.

A tua m�e parecia ser
muito interessante.

Gosto das mulheres
que n�o temem sujar as m�os.

Sim, sempre dizia,

''N�o te preocupes,
� uma sujidade limpa.''

Era divertida.

Todos os anos, na Primavera,
acordava-me de manh�

e sussurrava-me ao ouvido,

''J� chegou o primeiro croco''

E sa�amos para o jardim
de camisa de dormir, descal�as e...

E sujavam
os p�s juntas?

Porque � que n�o consigo
apenas uma queca?

Acredita em mim,
eu sei o que fazer

Mas alguma coisa n�o me deixa
fazer amor contigo

Porque � que n�o consigo
apenas uma queca?

Porque � que n�o consigo
apenas uma queca?

Deve ter a ver
com a sorte...

Sim.

Tori, amo-te.

Onde � que estavas?

N�o sei se n�o sabiam
que conseguia ouvi-las,

ou se apenas fingiam
que n�o o sabiam,

mas logo,

foi como se...

N�o sei,
como se estivesse bem.

Os seus sons, os seus sussurros,

as suas sombras
tornaram-se como...

bom, como parte
dos meus sonhos ou qualquer coisa assim.

Assim eram as coisas.

� altura de te levantares,
pregui�osa...

- Dem�nios.
- Deus.

Bedford, fecha a porta.

Olha, a tua irm�
tem pesadelos.

Ela...

Gritava enquanto dormia.

Bedford...

N�o �... realmente n�o �
o que pensas.

Fora.

- Sai da minha cama.
- Acalma-te. Isso vai passar.

Tu n�o conheces a Allison.
Ficar� hist�rica.

Ir� ter
com a m�e e o pai.

E qu�?

Que se lixe,
estamos no s�culo XXI, n�o?

Tu n�o entendes.
Tu...

N�o entendes.

Juro por Deus, Alli,
ela meteu-se na minha cama.

Eu nem sabia que estava ali.

Meteu-se na tua cama?

Creio que
est� apaixonada por mim.

J� lhe disse
que n�o sou assim.

Tori, que repugnante.

Porque � que n�o contas
a algu�m?

Di-la a Vaughn.
Faz com que a expulsem.

Tenho pena,
como � adoptada e tudo isso.

Tori, �s demasiado boa.

Diz � tuas amigas, sim?
Vais dizer a verdade,

- que n�o sou assim?
- Claro.

N�o posso crer
t�-lo pensado nalgum momento.

E n�o vais dizer nada

� m�e e ao pai, n�o?

N�o, Tor.

Mas est�s certa
de que tu n�o...?

Alli,
gosto de rapazes.

Em todo caso,
estou louca por eles.

H� um rapaz
de R.A.B.

que conheci o outro dia, Jake.

E est� apaixonad�ssimo por mim.

Sim, vais sair com ele?

Est�s a brincar? Vamos juntos
� festa do Tim, sexta-feira.

Allison, vem.

N�o te preocupes.
Eu prepararei tudo.

E como � que est�s?

Em primeiro lugar,

tudo o que digam � lixo,
estupidez.

Voc�s n�o v�o fazer caso.

Claro que n�o.

Ainda que fosse verdade,
a minha reac��o seria ''E depois?

Cres�am.''

Mas n�o � verdade.

A minha tia � gay,
o que � que importa.

Sim, mas eu n�o sou,
para nada, assim que...

N�o, eu sei.

Est� chateada.

D�-lhe tempo.

Bedford,
este � um dia negro.

''�s escuras

est�o as margens cambiantes
do mundo.

Ah, Antonio,

Antonio, Antonio.''

O seu bem amado morre.

Vem?

E assim ela chama o sol

para que queime toda a esfera.
De facto, o mundo.

O seu sentimento �...

como nada na natureza
pode mudar

quando algo t�o extraordin�rio,
devastador...

Escutem isto,
um pouco depois disse...

''Devo habitar

neste mundo entediante,
que, na sua aus�ncia,

n�o � melhor
que uma pocilga?''

Pocilga.

Isso agrada-me.

E um pouco depois, disse...

''A coroa da terra
derreteu-se...

e n�o fica nada importante

sob a lua visitante.''

Creio que esse conhe�o.

Sim, ah, sim.

Eventualmente,
todos o fazemos.

Ver�o,
tudo isto se trata de amor.

AMOR

Amor louco,

apaixonado,

que ultrapassa
todos os limites.

E por isso � que ainda hoje
nos relacionamos com ele.

Quem � que de n�s
n�o sentiu paix�o?

Agora, alguns dir�o

que o amor
passou de moda, cansado...

uma conven��o social,
se quiserem.

Que pensam voc�s?

Lauren.

Quando o meu pai abandonou
a minha m�e pela sua namorada,

disse que era por amor.

Mas era �bvio para todos
que era...

bem, sexo.

Creio que o amor
� sexo.

Eu creio que � uma projec��o,
como um espelho.

Um v� o que quer
na outra pessoa.

N�o. � uma sensa��o qu�mica
induzida pelo teu corpo,

para que queiras
fazer beb�s.

� dinheiro.

Mentiras. Mentiras.

Mentem. Mentem.

Todas t�m a cabe�a
no traseiro,

porque o amor �.

Apenas �, e nada que possam dizer
poder� faz�-lo desaparecer,

porque � a raz�o
porque estamos aqui.

� o cume mais alto,
e uma vez que est�s ali em cima,

olhando para baixo,
est�s l� para sempre.

Porque se te moves,
cais.

Cais.

Sim, Paulie.

Creio que podes ter raz�o.

Escuta, Mary,

tenho de falar-te
sobre a Paulie.

Tudo isto ser� muito estranho
para ti, e sinto muito,

mas � que �s a �nica pessoa
em que realmente posso...

Olha, tu n�o conheces
os meus pais, pois n�o?

S�o super, super rectos
e religiosos

e literalmente nunca mais
voltariam a falar-me.

E preciso que sejam
parte da minha vida.

N�o poderia lidar
com o facto de perd�-los.

Eu amo a Paulie.

Tu sabes.

Ela � a minha melhor amiga
no mundo.

Provavelmente � a �nica pessoa
que jamais amarei como...

como a tal Cle�patra...

E sem ela...

Sinto que asfixio,
sabes?

Como se n�o estivesse
no mundo dos vivos.

Mas h� uma vida
que se deve viver,

um sonho que a minha m�e
e o meu pai t�m para mim,

e embora isto
me esteja a matar...

Embora isto
me esteja a matar, Mary,

nunca voltarei a ser a mesma
Tori tonta e amorosa com ela.

N�o posso estar com ela.

Nunca mais.

Mary, agora tudo
depende de ti.

Quero dizer...

A Paulie vai encar�-lo
muito mal.

Ela � muito sens�vel,

e realmente necessitar�
de uma amiga fiel.

Vai precisar de ti mais
do que algu�m alguma vez necessitou.

Achas que
consegues aguentar?

Para que � que p�es
essa merda?

Porque sim.

Porque sim o qu�?

Porque vou sair.

Onde � que vais?

Sair, com um amigo.

Que amigo?

Um amigo meu.

Apenas me interessa saber,
� tudo.

Pois as amigas devem respeitar
a privacidade umas das outras.

Amigas?

Sim, amigas.

Aqui todas somos amigas.
Verdade, Mary V.?

N�s n�o somos
apenas amigas.

Sinto muito, Paulie.

Est�s bem?

Esse brilho nos seus olhos, eh?

Tal como a minha m�e falsa.

Esse brilho quando mente.

Far-te-� crescer
grande e forte,

para que possas
ir embora a voar.

Tu podes sair a voar.

Vais a voar.

Vais a voar daqui
para sempre.

Sim.

Tu vais sair a voar
daqui.

At� essa noite,

nunca tinha sentido nada
na minha parte inferior.

Eu era...

uma esp�cie de boneca de madeira
sem sangue no corpo.

Mas nessa noite...

nessa noite comecei a sentir
o movimento do sangue.

Divertiste-te?

N�o � da tua conta,
Paulie.

Mentiste-me.

Disse que sairia com um amigo,
e foi o que fiz.

Fornicas sempre os teus amigos
encostada �s �rvores?

A minha vida n�o �
da tua conta, Paulie.

E n�o tinhas o direito
de espiar-me.

Tori, tudo o que fazes
� da minha conta.

�s da minha incumb�ncia,
e eu, da tua.

Se volto a apanhar-te
a espiar-me...

O qu�?

N�o o voltes a fazer.

Vais voltar a v�-lo?

Escuta, Paulie.

� altura
de partir para outra.

J� n�o est� bem.

Apenas quero ser tua amiga,
de acordo?

Isto n�o se est� a passar.

Querida, por favor.

Queres soltar-me?

Isto � por causa da Allison?
Dos teus pais?

Por favor...

N�o me fa�as isto.

O que � isso, Mary?

Apenas umas sementes, tu sabes,
para o jardim.

Sementes.

� melhor do que o que
a minha m�e me compra.

Meu Deus, o seu gosto
� t�o Ralph Lauren.

Espero que n�o penses
que me estou a meter, mas...

devias saber

que as pessoas est�o a dizer
coisas n�o muito boas sobre ti.

Coisas?

Porque � que andas sempre
com a Paulie.

Suponho que pensam
que deves ser como ela.

Todos sabem que ela
praticamente violou a minha irm�.

A Tori disse que ela se meteu
nua na cama dela.

Paulie � minha amiga.

N�o me importa
o que pensam os outros.

- Ol�.
- Ol�.

O que � que importa
o que pensam os outros?

Depende de quanto
te estejam a pagar.

Quanto � que te est�o a pagar?

O meu pai enviou-me
umas sementes.

Perguntava-me se pod�amos
seme�-las nalgum lado.

Na terra
� um bom lugar.

Vejamos o que tens.

Ovos de minhoca.

As m�os do Jake
s�o m�gicas.

Ele sabe exactamente
como tocar-me.

Os adolescentes
s�o t�o desajeitados.

N�o, ele � t�o perfeito
que � dif�cil acreditar.

� como um escultor.

O Roger?
O Roger n�o � um escultor.

� mais como...

mais como um canalizador.

O meu acaba
e nem entra bem.

Ao segundo.

Isso acontece por o fazeres
com um de 16 anos.

O Jake?

C�us, o Jake pode faz�-lo
toda a noite.

� totalmente um homem.

Bom, vamos.

Ouve.

Roda-a. Vamos.

Abre. Vamos.

Mal visto.

Mete-te no campo,
vamos.

Tu n�o aceitarias
facilmente, n�o �?

Se uma passarita
rompesse contigo?

N�o ficarias encostado,
grasnando.

Voltarias ao ramo
mais alto

e levarias a tua amada
novamente sob a tua asa.

Voarias com ela
pelo c�u.

N�o ficarias encostado,
aceitando-o...

como uma rapariga.

Paulie?

Recolhe um fragmento.

Disse para recolheres
um fragmento.

Os nossos sangues
correm juntos, certo?

O sangue da ave de rapina?

Agora corta-me o cabelo.

Porqu�?

Porque vou � guerra.

N�o tenho nada a perder.

Isto � uma loucura.

Vamos.

Paulie?
Isto � por causa da Tori?

Corta-me apenas o cabelo.

Ela quer um homem,
n�o uma rapariga com o cabelo cortado.

Tu n�o sabes
nada disso.

Sinto muito.

Sinto muito, est� bem?

Apenas quero recuper�-la.

Paulie, escuta-me.

A Tori n�o � l�sbica,
por isso deves esquec�-la, est� bem.

L�sbica?

L�sbica? Est�s a brincar comigo?
Cr�s que sou l�sbica?

�s uma rapariga apaixonada
por outra rapariga, n�o �s?

N�o. Sou a Paulie,
apaixonada pela Tori.

Lembras-te?

E a Tori est�...
apaixonada por mim,

porque ela � minha,
e eu sou dela,

e nenhuma das duas
....

''Farei uma cabana
de salgueiro � tua porta,

E imaginarei a minha alma
dentro da casa,

Escreverei cantos fi�is
de amor condenado

E cant�-los-ei forte
ainda a meio da noite.

Gritarei o teu nome
�s colinas reverberantes

E farei com que o murm�rio sem sentido
do ar grite

Victoria.''

Paulie?

Porque � que n�o desces?

Nunca toques
numa ave de rapina.

Por favor.

Dev�amos t�-lo
visto chegar.

Eu vi-o chegar,
disse-te que vinha.

E ainda vem.

Aposto que ele n�o sabe fazer
o que eu consigo fazer.

Paulie, por favor.

Isto n�o continuar�,
de acordo?

Eu amo o Jake.

Escuta-me.
Vou dizer-to uma vez,

e n�o voltarei a repeti-lo.

Nunca amarei outra pessoa
como te amo a ti.

Nunca.

Tu sabes,

e eu sei.

E morrerei sabendo

Mas isto n�o pode...

Isto jamais poder� ser.

Entendes?

Isto n�o pode,

nunca,

jamais, ser.

Ol�, Mary.

Ol�.

O que � que tiraste
no exame de geografia?

Continua.
Ri-te. Est� bem.

Se queres rir-te, ri.

Qual � a gra�a?

Eu sei.

Eu provoco-lhes riso.

Paulie, basta.

Basta, Paulie.

Paulie, por favor.

Os teus pais est�o
muito preocupados contigo.

Dizem que n�o respondes
�s suas chamadas.

Eu n�o tenho pais.

Eu tive...

o que costuma chamar-se
um ataque de nervos uma vez.

Era um pouco mais velha que tu.

Houve algu�m
que me ajudou.

E � dist�ncia, Paulie,

alegra-me muito
que o tenham feito.

Porque caso contr�rio...

n�o sei, eu era...

como um carro
sem condutor.

''Devo habitar
neste mundo entediante,

que na sua aus�ncia
n�o � melhor que uma pocilga?''

Ol�.

Como vais?

Bem.

Na realidade,
um pouco esquisita.

Que se passa?

Alguma vez conheceu
algu�m que mudasse?

Que tipo de mudan�a?

Total.

Como a mudan�a disto
para o frio do Inverno.

Sim.

Sim.

A relva regressa cada Primavera,
t�o verde como sempre.

� igual � gente.

Mas algumas pessoas
nunca regressam, n�o �?

Sim, algumas.

- Porque � que me perguntas...?
- Tenho de ir.

N�o cair�s.

''Venham, esp�ritos,

que assistem
aos pensamentos dos mortais,

Tirem-me o sexo,

e encham-me
dos p�s � cabe�a

da crueldade mais extrema.
Espessem o meu sangue.

Detenham o acesso
e a passagem do remorso,

para que visitas
de natureza contrita

alterem o meu mesquinho
prop�sito...

Venham ao meu feminino seio,

e transformem o meu leite em fel,
ministros assassinos,

que ajudam nas travessuras
da natureza

com as suas levianas subst�ncias.

Vem, noite espessa,

e encobre-te com o vapor
mais pardo do inferno,

para que a minha faca afiada
n�o veja a ferida que causa,

nem que o c�u espie
pelo manto da escurid�o

para gritar,
''Olhem, olhem''

Agora, algu�m sabe do que fala
a nossa amiga, Lady M?

Cordelia?

De vampiros?

Pois nunca tinha ouvido
essa interpreta��o.

Mas n�o � inv�lida,
Cordelia.

Diz-nos mais.

Pois...
todo o sangue.

Bem.

Pensavas de novo
no almo�o, Cordelia?

Paulie?

Parecias envolvida
na pe�a.

Na realidade,
estava a pensar

se os Azulejos ganhar�o
novamente a S�rie Mundial.

N�o acredito em ti, Paulie.
Vi-te escutando.

V�-se lixar.

A Paulie est� a passar
por um momento dif�cil.

Ofere�o-lhes a minha interpreta��o?

Eu creio que Lady Macbeth...

Quer reunir as suas �nsias.

Sim, Mary.

Para fazer
o que tem de fazer.

Apenas que a sua parte feminina
n�o tem �nsias,

ent�o disse,
''Converte o meu leite em fel,''

e eu vejo fel
como veneno.

Mas ent�o,
que se passaria com o beb�?

O beb� morreria,

e ela n�o quer
saber.

Ela n�o se quer importar,
quer ser como um homem.

Como um homem.

Aos homens
n�o lhes importa.

Gostei do que disseste
sobre Shakespeare.

- Esse discurso espantoso?
- Gostaste?

Sim.

Oxal� pudessem tirar-me o sexo,
ou o que seja,

causa tantos problemas.

Vemo-nos logo.

L�-a.

Em voz alta?

Sim, agora mesmo.

''Estimada Sra. Oster,
depois de muitas dificuldades,

localiz�mos
a sua m�e biol�gica.

Mas lamentamos inform�-la
que ela n�o deseja

ter contacto consigo
neste momento.''

Queres que continue a ler?

Sinto muito.

N�o, sabes...
ela tem uma vida.

Tem direito
a uma maldita vida, Ratinha.

Devia ter-se afastado
do meu caminho.

Estive a procur�-la
por todo o lado.

Lamento t�-la insultado
na aula.

Estive mal.
Pode castigar-me.

Castigue-me duas vezes.

Eu conhe�o
algu�m, Paulie,

um amigo meu
que realmente pode ajudar-te.

- Ajudar-me a qu�?
- A lidar...

Acredita que os que mentem
a si mesmos necessitam de ajuda, Faye?

Verdade?

Acredita em mim, por favor.
Sei o que est�s a passar.

N�o, n�o sabe.

O amor pode ser...

uma experi�ncia muito dolorosa.
Eu sei.

Voc� n�o sabe nada.

Sim, Paulie.

Creio que sim, sei.

Ela � a �nica pessoa
que me amou.

Vou morrer sem ela.

Ouve, rapaz.

Conheces o Jake Hollander,
da secund�ria?

Sim, conhe�o-o.

Entrega-lhe isto
ou bato-te.

Jake, imbecil.

S�bado ao meio-dia.

Um meio-dia negro
para ti.

No barranco do este.

Duelo de morte pelo cora��o
da minha rainha, Victoria.

Atentamente,
Paulie a Ave de rapina.

N�o, o jantar � �s 6:00,
a visita guiada, �s 5:00.

De acordo. Desde que
chegues para o jantar.

N�o quero ser a �nica rapariga
a jantar sem o pai.

N�o sei.

Polvo � Kiev, lagosta?

De todo, � um buffet.

Bem, ver-nos-emos sexta-feira,
�s 6:00 em ponto.

Sim, estou bem.

Apenas...

Talvez te conte
quando te vir.

De acordo. Sim.

Gosto de ti.

Adeus.

- Ouve, passa-a.
- Corre.

Est� totalmente louca.

Parece realmente inst�vel.
N�o creio que seja boa ideia.

Trata a Tori terrivelmente.

Porque � que a Tori
n�o acaba com ela?

� demasiado boa.
Ela � assim.

Vamos, velho.
F�-lo pela Tori.

F�-lo pela tua namorada.

Um duelo parece divertido.

Ele nunca chegou a tempo
para nada na vida.

Talvez esteja a preso
no tr�nsito.

Pode ser terr�vel vir aqui
a esta hora.

Sim, de certeza.

Ol�, Sra. Bannet.

- Como est�?
- Bem.

- Ouve, espera.
- Obrigado.

- Est� bem, sim?
- Estupendo.

Quero dan�ar.

Vamos, ent�o.

Com licen�a.

Boa noite, Victoria.

Ol�, Bruce.

Boa noite.

Bruce, poderia meter-me?

� uma brincadeira,
verdade, Victoria?

Brincadeira?

Pe�o-lhe...
a bem.

Posso dan�ar
com a sua filha, por favor?

N�o me parece apropriado,

e n�o creio que
a Victoria t�o pouco...

Est�s louca?

O qu�, n�o queres dan�ar?

Gostavas de dan�ar comigo
l� em cima, lembras-te?

Paulie, por favor.

O qu�?

N�o o tornes dif�cil.

Tu amas-me, Tori.

Como amiga.

Como amante.

Di-lo.

Estou apaixonada
por ti, Paulie.

Di-lo, ou acabarei com este baile
agora mesmo.

Paulie, por favor,
por favor.

Ent�o di-lo.

Di-lo.

N�o! Diz o que quiseres
a quem quiseres.

Paulie.

Paulie, vamos.

Faye.

Mary Valente?

Vamos.

Alguma vez tiveram
muita sede

e abriram um pacote
de leite,

e o levaram � boca

e estava azedo?

Isso aconteceu-me por dentro.

Para sempre.

Nunca tinha estado
t�o cansada.

Consegue voar.

Ensinaste-o a voar?

Ele mostrar� o caminho,
Mary V.

O caminho?

Ratinha, onde est� o teu pai?

Vi-te chorar?

Choravas como uma menina?

Como uma menina pequenina?

Eu tamb�m estive
a chorar, Mary V.

A chorar como uma menina,

como est�pida h� semanas,
e j� � altura.

� altura da ave de rapina.
Est�s comigo?

Odeio o meu pai.

Di-lo, � f�cil.
Vamos.

Odeio o meu pai.

Odeio...

o meu pai.

Sim, d�-me mais.

Oxal� ele estivesse morto.

Odeio-o.

Odeio o meu maldito est�pido
imbecil pai.

Odeio-o.

''Tirem-me o sexo
e transformem o meu leite em fel.

'Enche-me dos p�s
cabe�a

com a crueldade
mais absoluta.''

Vamos.
Di-lo.

Di-lo � ave de rapina.

''Tirem-me...

Tirem-me o sexo,
e transformem o meu leite em fel.''

''Espessa o meu sangue.''

''Espessa o meu sangue.''

Alimenta a ave de rapina.

N�o posso.

Sim, podes.

''Enche-me dos p�s
� cabe�a

com a crueldade
mais absoluta.''

Vamos, di-lo
e alimenta o animal.

''Enche-me dos p�s
� cabe�a,

com a crueldade
mais absoluta.''

Est�s pronta, Mary V.?

Pronta para o meio-dia negro?

Estou pronta.

Pronta para o que quer que seja?

Ruge mais.

Vamos.

Est� pronta.

Que merda � essa?

� o periquito mascote.

- N�o � uma mascote.
- Ah, n�o?

� um assassino.

Aqui estou, Paulie.

Que queres fazer?

Lutar comigo?

Tu e o teu p�ssaro?

Aviso-te que
estou na equipa de luta.

J� percebo.

Como um duelo teatral.

Teremos um duelo teatral?

Fiz de Laertes em ''Hamlet''
o ano passado.

Posso faz�-lo.

Posso divertir-me fazendo-o.

- Vamos, Paulie.
- Sim.

Tem cuidado.

Deus.

Fa�am as vossas apostas,
meus amigos.

Pela minha amada.

Se falas da Tori,
enganas-te.

Ela odeia-te.
� demasiado boa para te dizer.

Ela ama-me a mim.

Deixa de dizer
merdas, Paulie.

A Tori � a minha namorada.

Cuidado.

- Vamos.
- Paulie, cuidado.

- Merda.
- Abandona-a.

Paulie.

Di-lo.

Diz, abandono-a.''

Vai � merda.

Paulie, n�o.

Sua vaca.

- Paulie.
- Ela cortou-me.

- Sua vaca.
- O que � que est�s a fazer?

O que � que est�s a fazer?

Est�s louca.

Por favor.

''Farei uma cabana
de salgueiro � tua porta,

e imaginarei a minha alma
dentro da casa.

Vou para a casa secreta.''

Minha querida m�e

eu tamb�m quase
me perdi, n�o � verdade?

Mas o amor puro que me deste
at� morrer foi como uma chama,

que estava
sempre a arder.

E tal como
a ave de rapina,

essa chama foi
tudo o que necessitei

para poder ver
na escurid�o.

Salvou-me, m�e,

dessa profunda escurid�o.

A Paulie n�o tinha isso.

A escurid�o apoderou-se dela
e teve de escapar.

Ainda sonho com ela
todas as noites,

e creio que sempre o farei.

E sabes, agora consigo sempre
recordar o teu rosto.

Cada vez que penso em ti,
olho para cima e vejo o teu rosto.

O rosto da minha m�e.

Como uma chama
cruzando o c�u.

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