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Uma produ��o Mavi Film-Yerli Film

ENVY
Baseado no romance de Nahid S�rr� �rik

Zonguldak, Turquia. Come�o dos anos 30.

Gostaria de dar as boas vindas
ao querido povo

de Zonguldak e aos nossos
h�spedes estrangeiros.

� uma grande honra, para mim, estar aqui

esta noite, na data mais importante
de nossa na��o.

N�o quero interromper as festividades
do Dia da Independ�ncia,

assim, vou compartilhar uma mensagem
telegr�fica de nosso grande l�der,

o honor�vel Mustafa Kemal,

e convidar voc�s

a cantar nosso Hino Nacional.

A cidade de Zonguldak � muito
preciosa para n�s,

assim como a riqueza
que cont�m suas minas.

Feliz Dia da Independ�ncia para todos!

Presidente Mustafa Kemal.

Aqui, estamos privados disso,
minha querida.

Se n�o fosse por aqueles que vem para
as minhas de carv�o e os estrangeiros,

estar�amos desoladas.

Voc� levantou um ponto.

Lembro-me das palavras de J�lio C�sar,
que a senhora Nyriye sempre cita.

O baile desta noite, nunca despertaria
o mesmo interesse em Istambul.

Diga-me o que J�lio C�sar dizia.

"Preferiria ser o 1� numa pequena aldeia
da G�lia, que o 2� no comando de Roma."

Isto n�o � uma cita��o de J�lio C�sar,

mas uma inven��o da sra. Nuriye.

Ela a atribuiu-lhe, ap�s ter descoberto
que J�lio C�sar era o rei de Roma.

Ela e seu marido, sr. Hayrettin,
ainda n�o chegaram aqui.

Pergunto-me se eles vir�o.
Tenho certeza que sim, porque

todos em Zonguldak sabem que estiveram
se preparando para hoje � noite.

Talvez n�o venham.

N�o acho que eles perderiam isto.
Eu ficaria triste, se n�o viessem.

O baile perderia a gra�a sem eles.

Pergunto-me o que h� de t�o interessante
na sra. Nuriye e seu rotundo marido?

A sra. Nuriye e seu filho, sr. N�shet,
chegaram ontem de Istambul.

Por que eles fariam este baile
t�o mais interessante?

Que qualidades extraordin�rias possuem?

A sra. Nuriye � esposa do sr. Hayrettin,

o homem mais rico da cidade.

Ela � uma mulher velha, feia
e arrogante,

mas seus vestidos e joias
atraem olhares.

Penso ter ouvido falar deles.

Por que o dinheiro de outras
pessoas nos afeta tanto?

Est� bem, ent�o. Vamos falar de
seu filho.

Nunca ouvi falar dele.

-Muito estranho.
-Por qu�?

Porque quando algu�m chega
em Zonguldak,

a �nica coisa que vale a pena conhecer
� o filho da sra. Nuriye, sr. N�shet.

Voc� j� est� aqui h� 2 meses e
ainda n�o ouviu falar em seu nome.

� muito estranho.

Muitas mulheres s�o loucas por ele.

Quando est� aqui, recebe cartas
de Istambul, pedindo que regresse.

Ele � um homem muito bonito.

Est� na casa dos 20 e j�
� t�o mulherengo.

Foi extremamente mimado pelos pais.

E � um grande esbanjador.

Pode conseguir qualquer mulher,
com uma simples piscadela.

Isto n�o tem o menor cabimento.

Voc�s est�o falando de um
homem da idade de seus filhos.

Por favor, desculpem-me,
negligenciei minha cunhada.

Gostaria de convid�-la para c�,

mas seu comportamento me deixa
desconfort�vel.

Neste preciso momento, o prest�gio
do baile aumentou 100%.

Magn�fico, n�o?

O qu�? Os diamantes?

Os diamantes s�o magn�ficos tamb�m,

mas eu falava do filho.

N�o se parece com um boneco?

Com licen�a, por favor.

Querida M�kerrem,
aonde voc� vai?

Vou ficar com minha cunhada,
um pouquinho.

-Est� bem.
-Estarei l�.

Quem s�o eles?

Quem?

A mulher bem vestida e seu filho, que se
parece com um artista de cinema franc�s.

-Se ele n�o for seu gigol�, � claro.
-� a sra. Nuriye e seu filho.

A fam�lia do sr. Hayrettin,
o mineiro mais rico da cidade.

Por que perguntou?

O baile ficou muito mais interessante,
desde que eles chegaram.

Estive me perguntando quem seriam.

Halit tornou a desaparecer, como se
n�o tiv�ssemos vindo juntos.

Ele est� conversando com os
engenheiros franceses, ali.

Penso que est� polindo seu franc�s.

Estou entediada.
Ficamos presas aqui.

N�o se preocupe comigo. V�
conversar com suas amigas.

-Por que as chama de "amigas?"
-Muito querida M�kerrem,

o Sr. N�shet insistiu em ser
apresentado para voc�

e n�o pude neg�-lo.
Espero que voc� me permita.

Sr. N�shet... Sra. M�kerrem.

Como vai? Pode me dar o
prazer desta dan�a?

Est� tudo bem, Memet.
O n�veis de g�s est�o normais.

Obrigado, sr. engenheiro.
Vamos, amigos! Vamos l�!

H� uma sess�o no cine-teatro
do sr. Hayrettin, amanh� � noite.

Eles nos mandaram um convite.

Por que fariam isto?
Estou surpresa.

Por qu�? � s� um convite.

Estamos em Zonguldak
h� 3 meses, agora.

As pessoas come�aram a
perceber que estamos aqui.

Que seja. Esteja pronta amanh�
� tarde, se quiser ir.

Se preferir n�o ir,
est� bem, tamb�m.

O que temos como sobremesa?

A cozinheira est� assando "kaday�f",
Vou verificar.

N�o h� pressa.
N�o quero agora.

De qualquer jeito, vou verificar.

Muito bom.

-Por favor, n�o se apresse em servi-lo.
Deixe-o esfriar primeiro. -Est� bem.

Dursun, como vai?

-Estou bem e pe�o a Deus por sua sa�de.
-Aproveite sua refei��o.

Seniha, sra. Seniha!

O que foi, querida M�kerrem?

Venha, pelo amor de Deus.

Eu n�o acabei ainda.

Seu trabalho jamais acaba.

Pelo amor de Deus, venha agora
ou morrerei de t�dio.

Espere um minutinho e
logo estarei a�.

Est� bem, mas venha r�pido.
Tenho uma surpresa agrad�vel para voc�.

Est� bem, estou indo.

Veja, o novo filme de Musahipzade Celal
estreou em Istambul.

Tenho certeza de que a audi�ncia
deve estar morrendo de rir.

N�o fique triste, querida.
Lembra-se do convite para o cinema?

N�o � a Academia, mas voc�s
poder�o se divertir.

Eles tamb�m apresentam
concertos de violino e flauta.

Eles podem pegar o concerto e...

Preferiria os m�sicos de rua
de Istambul.

Por que voc� se exclui do
convite?

N�o me diga que n�o ir�!

N�o posso aguentar outro convite
daquela vulgar nova rica.

S� fui ao ch�, na semana passada,
porque voc� insistiu muito.

Como posso ir sozinha?
Voc� n�o pode fazer isso comigo.

Que esp�cie de conversa � esta?

N�o inclui seu marido,
sr. Halit, como uma pessoa?

Por favor, irm�, apenas confirme
se voc� vai ou n�o.

A mulher � vulgar e as pessoas
que a cercam s�o insignificantes.

E aquele menino mimado...

S� n�o entendo como pode
suportar a tagarelice delas.

Vamos l� apenas
para uma sess�o de cinema!

Vamos ver se a chuva para.

Voc� me fez subir as escadas
s� para me dizer isto?

Nada disso. N�o lhe disse que
eu tinha uma surpresa para voc�?

Halit trouxe isto de
Istambul para n�s.

Podemos fazer no mesmo estilo.

N�o seria maravilhoso?

Um vestido vermelho exatamente
no mesmo estilo?

N�o tenho a inten��o de ser
motivo de risos desta cidade.

Por que pensa uma coisa destas?

Acho que esta cor combinaria
muito com voc�.

-Halit tamb�m pensa assim.
-N�o seja infantil, M�kerrem.

Aposto que meu irm�o escolheu
esta cor, para me fazer de tola.

Estou indo agora.
Tenho muita coisa para fazer.

Espero que o programa
valha nosso tempo.

Bem-vindos.

Como vai?

Ol�!

Est�vamos perdendo a esperan�a
de que viessem, minha linda.

Por que chegaram t�o tarde?

Quando come�a esta bendita chuva em
Zonguldak, parece que nunca mais para.

Voc� est� certa, minha linda.
Quase cancelamos o programa, tamb�m.

Felizmente, sr. Hayrettin comportou-se
de uma forma muito tranquila

e n�o perdemos a oportunidade
de tornar a v�-la.

N�o h� raz�o para
tanta ansiedade,

lembrem-se de que nem o pior tempo
pode impedir que a vida continue.

E onde voc� esteve?
Por que n�o me telefonou?

Estive pensando em voc�.

Todo mundo quer conhec�-la.
Est�o muito curiosos a seu respeito.

Senhoras, olhem esta beleza.
Ela n�o � como lhes falei?

Ela � realmente magn�fica.

Tire seu casaco molhado,
ou pode pegar um resfriado.

Voc� gosta daquela mulher, tamb�m?

-A sra. M�kerrem est� em casa?
-Sim, entre, por favor.

S� por um momento.
Est� um gelo aqui fora.

N�o pudemos ir visit�-la, querida kalfa.
Espero que esteja se sentindo melhor.

Gra�as a Deus, j� me levantei
h� 3 dias.

N�o deveria ter sa�do com este tempo.
Venha, sente-se aqui para se aquecer.

A gente sente mais frio ainda,
numa sala aquecida.

Bem-vinda!

Estou t�o preocupada por n�o lhe
ter perguntado como vai.

Estou bem, gra�as a Deus.

Deixe-nos preparar uma
bebida quente para voc�.

Por favor, n�o se incomodem.
Estou com pressa.

A senhora Nuriye envia-lhe sauda��es.

N�o estava se sentindo bem,
por isso n�o pode vir.

Est� pedindo-lhe que a visite,
para um assunto de real import�ncia.

Voc� sabe do que se trata?

Realmente, n�o.

Disse que ficaria muito feliz,
se voc� pudesse ir imediatamente,

para conversarem seriamente.

Dever�amos ir, n�o � mesmo, irm�?

Por favor, desculpe-me M�kerrem,
tenho muita coisa para fazer.

Voc� mesma disse que dever�amos sair e,
subitamente, tem muito o que fazer?

Bem, ent�o voc� n�o tem
companhia.

Agora que a kalfa Ruyidil est� aqui,
voc� n�o precisa de mim.

Algu�m de l� poder� acompanh�-la
de volta para casa.

Isto � f�cil de se arrumar.

Claro que n�o mandaremos
nenhum jovem com ela.

Ent�o, deixe-me vestir algo mais quente.

Vamos, kalfa.

-At� logo.
-At� logo. Tenha cuidado. N�o caia.

Levarei uma bengala.

-Fique em boa sa�de.
-At� logo.

Qual era o problema para ser
resolvido?

Ela me mostrou alguns cat�logos
franceses de m�veis.

Que falta de tato e
excesso de impertin�ncia.

Por que ela convidaria algu�m
para ver um cat�logo, com este tempo?

M�kerrem, h� algo errado?
Por que est� t�o p�lida?

N�o � nada, irm�.

Por aqui, por favor.

Por aqui.

Por favor, entre.
Vou informar a senhora.

M�kerrem!

M�kerrem!

Minha querida M�kerrem,

por favor, levante-se.

Est� doente, querida?

N�o � nada, irm�.
Sinto-me um pouco indisposta.

Halit est� prestes a chegar.
Se a vir deste jeito, vai se preocupar.

E voc� ainda precisa se aprontar.

-Irei logo.
-Est� bem, querida.

Voc� conhece o caminho t�o
bem quanto eu, minha querida.

Se n�o for muito trabalho,
v� em frente sozinha.

Est�o no andar de cima.

N�shet?

O qu�?

-Que esp�cie de conversa � esta?
-Como espera que eu converse?

N�o quero que fale desta maneira.

Parece que voc� n�o aprova nada.

O que ia dizer?

Direi se voc� se virar.

Voc� espera que eu fa�a
gracinhas?

E se voc� se cansar de mim
e come�ar a me trair?

De onde voc� tirou isso?

N�o sei. S� estou com medo.

Estou ficando obcecada com isto.
Responda-me. Faria isto comigo?

Esta esp�cie de conversa me
faz ficar irado.

Voc� entrou nesta rela��o
puramente por um capricho

e por prazer.
Eu quero que voc� saia.

Voc� est� ferindo meu orgulho.
N�o pode me tratar com uma puta.

E voc� n�o pode me tratar
como se eu fosse seu marido.

Aposto que n�o fala com
seu marido desta forma.

"E se voc� se cansar de mim, sr. Halit?"
Aposto que n�o diz isto para ele.

Estou farto de me sentir como
se f�ssemos casados.

H� coisas das quais estou
cansada tamb�m, N�shet!

Estou farta de sua atitude
mimada e arrogante.

N�o posso suportar voc�
humilhar esta rela��o mais e mais.

Em 3 meses, afundei-me
como uma prostituta, numa cama.

Soube de seu flerte com aquela
prostituta, uma noite destas,

e a filha do m�sico franc�s.
Estou cansada de

ouvir sobre isto todos os dias,
e fico imaginando com quem estaria.

Chega desses arroubos de paix�o!
Saia daqui!

Passei por cima de tudo, por causa do
relacionamento. Os riscos que corri,

-e voc� fica a�, reclamando.
-Voc� n�o passou por cima de nada.

Sou eu quem arrisca tudo, mesmo
a ser morta e venho at� voc�.

Sabe o quanto � dif�cil lidar
com os empregados trocistas?

Meu cora��o dispara cada vez
que eu entro em minha pr�pria casa!

Estou sempre com medo de ser
pega pelo meu marido.

Se voc� teve esses pensamentos,

por que vem me manipulando com
palavras doces? Mentirosa!

-Sabe bem quem mente para voc�.
-Quem mente para mim?

Est� falando assim, por causa
das mentiras de sua m�e.

N�o pode chamar minha m�e
de mentirosa.

Sua m�e � apaixonada por voc�.
N�o quer reparti-lo com mais ningu�m.

A quest�o � simples.
E a discuss�o, sem sentido.

Saia daqui imediatamente!

N�o quero mais v�-la
nesta casa novamente.

Deixe na mesa, kalfa.

Oh, pensei que fosse a kalfa
trazendo o ch�.

Estive procurando por isto.
Pergunto-me como caiu l�.

O que aconteceu, mocinha?

-Irm�, poderia subir um pouco?
Precisamos conversar. -Est� bem.

Irm�, vou lhe dizer algo e
preciso de seu conselho.

Preciso de sua orienta��o.
Ouvirei cada palavra sua

e farei o que quer que me diga
para fazer.

N�o vai me perguntar
o que �?

N�o me diga nada.

Sabe que eu a amo muito
e compartilharei seu destino.

Por�m, n�o cabe a mim descobrir
o que a conduz ao seu destino.

N�o dever�amos agir pelas
palavras dos outros,

mas pela nossa pr�pria raz�o,
mesmo se errada.

E se n�o estiver em condi��es
de agir racionalmente?

Junte toda suas for�as e obrigue-se
a ter raz�o e estar� em condi��es.

Est� me dizendo para fazer
o que eu achar melhor?

N�o posso falar isto, uma vez que
n�o sei o que quer fazer.

Mas eu posso dizer que se
uma pessoa n�o usa seu

pr�prio racioc�nio,
outras usar�o por ela.

Ent�o, n�o ter� como se queixar.
Pegue a mim como exemplo.

Como?

Minha fraqueza e o desprezo que me t�m.
Por onde deveria come�ar?

Minha querida irm�!
O que est� dizendo?

� t�o injusto para uma pessoa forte
como voc�, se rebaixar assim.

Menosprezo pode se manifestar
desta maneira, minha querida.

Mas isto n�o mudar� a verdade interior.

� prov�vel que isto cres�a em pessoas
t�o �ridas e feias como eu.

Pe�o-lhe, irm�.
Pare de falar deste jeito.

Halit abriu um escrit�rio em
Istambul, depois que veio da Europa.

Meus pais, que haviam sido despojados
da riqueza e poder pela Rep�blica,

morreram, um ap�s o outro.

Os neg�cios de Halit o mantiveram
ocupados.

Ent�o, eu vivia no apartamento
em Pipli, quase que sozinha.

Um dia, apareceu um jovem
que parecia como

um trabalhador qualquer e bateu � porta.
Estava mal vestido e cheirava mal.

Ele fazia biscate no pr�dio onde
Halit tinha escrit�rio.

Ele veio buscar a bagagem que eu tinha
embalado, para uma viagem de Halit.

Aquele dia, eu lhe entreguei minha
virgindade e honra, sem hesitar.

Quando chegou a hora de ele ir embora,
foi para a esquina e esperou.

Quando lhe perguntei por que esperava,
ele, sem pudor, pediu-me 2 liras.

Era um daqueles homens deca�dos, cujo
orgulho foi-lhe tirado pela pobreza.

Eu lhe dei 4 liras.
Ele ficou encantado.

Vimo-nos novamente 1 m�s mais tarde,
quando eu fui ao escrit�rio de Halit.

Ele tomava ch�.

Sem prestar aten��o �s pessoas,
perguntei-lhe se ele se casaria comigo.

Ele disse que eu parecia uma boa
mulher e que se casaria comigo.

Levei uns meses para reunir coragem
para dizer a Halit.

Um dia, fiquei sabendo que ele
fora chamado para o servi�o militar.

Nunca mais ouvi falar nele.

Algu�m, no escrit�rio, insinuou
que o empregado

tinha sido recrutado depois que Halit
alertou as autoridades militares.

Aparentemente, Halit sabia, mas
estava ocupado, procrastinando,

enquanto eu tentava falar com ele.

Voc�, alguma vez, perguntou a
Halit sobre isto?

Voc� j� me viu fazer alguma pergunta
a Halit, durante todos estes anos?

Mas o que ele fez foi muito cruel.

N�o fale assim de seu marido.

Quanto � crueldade,
talvez ele seja cruel.

Mas, antes de dizer isto, h� de me
chamar pelo nome certo: uma pessoa que

com suas pr�prias m�os, deu a outrem
uma procura��o para seu pr�prio futuro.

-A mesa j� est� posta, kalfa?
-Estou providenciando, sra. Seniha.

-E quanto � comida, kalfa Perife?
-Est� pronta, sra. M�kerrem.

O "kebab" de cordeiro ferver�,
enquanto a sopa estiver sendo servida.

E o macarr�o de queijo
est� quase pronto.

Que bom. Sr. Halit fica particularmente
nervoso ap�s o trabalho na mina.

-N�o se preocupe. Tudo est� perfeito.
-Muito bem.

-Bem feito.
-Obrigada.

A mulher com certeza
comer� o alimento que cozinha.

Mas acho muito desagrad�vel que esse
estranho coma aqui todos os dias,

e ainda espera pelo ch� ou caf�.

N�o sei como pode ser t�o
desagrad�vel ajudar 2 pobres pessoas.

N�o h� necessidade de responder assim.

E n�o h� necessidade de voc�
se envolver.

-O que teremos como sobremesa?
-Pudim de arroz.

Voc� est� muito nervosa hoje.

O que ocorreu entre voc�s?

Entre quem?

Entre voc� e Seniha, claro.

Nada. O que poderia ter
acontecido entre n�s duas?

N�o a mime em minha aus�ncia.

Por que ela ficaria mimada?

Nunca se sabe.
Fa�a como eu digo.

-A bagagem est� pronta?
-Est�.

-Voc� n�o se esqueceu de nada, certo?
-N�o, n�o me esqueci.

Voc� colocou 2 pares de meias de l�?

Coloquei 3 pares,
por via das d�vidas.

Muito bem.

Boa viagem, irm�o.

Querida kalfa, vou me deitar.

Poderia trazer o xarope
para meu quarto?

Imediatamente, sra. M�kerrem.

-Boa noite, querida irm�.
-Boa noite, sra. M�kerrem.

-Boa noite, sra. Seniha.
-Boa noite.

N�o lhe perguntei como vai, Dursun.

Estou bem, sra. Seniha, sempre
rezando pela sua sa�de.

-Precisa de alguma coisa?
-Muito obrigado, minha senhora.

Bem, ent�o, boa noite.

Crime e Castigo.

Eles chegaram.

-Algum problema?
-Nenhum, senhora.

-Muito bem. V� se deitar.
-Est� bem.

-N�o deixe nada fora de lugar.
-Est� bem.

-Como vai, Perife?
-Estou bem, sra. Seniha.

-Kalfa Ruyidil espera pela senhora.
-Cad� a sra. M�kerrem? -Foi tomar ch�.

Bem-vinda, kalfa.
Por favor, sente-se e fique � vontade.

N�o posso ficar, sra. Seniha.

A sra. Nuriye gostaria de lhe falar,
com certa urg�ncia.

Sobre o qu�?

Gostaria de conversar pessoalmente.

Tamb�m disse que seria melhor se
a sra. M�kerrem n�o ficasse sabendo.

-Aceita um?
-Obrigada, n�o fumo.

-Ent�o, por favor, pegue um doce.
-N�o, muito obrigada.

Sr. Hayrettin pediu aos engenheiros
franceses que trouxessem estes.

O vaso � genu�no cristal bo�mio

e os doces foram feitos na Su��a.

Estou deveras curiosa para saber.
Por que me chamou aqui?

Tem alguma coisa para me pedir?

A situa��o atual est� me
incomodando muito.

Penso que dever�amos colocar
um fim nisso.

Eu n�o estou entendendo.

Seria melhor se nos pud�ssemos entender,
uma � outra.

Mas, uma vez que pediu, vou
ser mais direta.

Gostaria que a rela��o entre meu filho
e M�kerrem tivesse um fim.

Realmente come�ou a interferir na
sa�de e educa��o de meu filho.

Al�m do mais, ele est� prestes a
ficar noivo.

N�o tenho informa��o alguma
sobre os dois.

Mesmo supondo que houvesse
algo, como poderia ajudar?

Mostrando a M�kerrem o caminho certo.

Eles estiveram juntos na casa
do capit�o Mahmut, em Kapuz.

T�m-se encontrado � noite.

Ent�o, voc� tem certeza.

Esta mulher n�o tem uma fam�lia,
um guardi�o, um marido?

Como ela tem a aud�cia de ficar
com um homem, a noite inteira?

� como se fosse casada com ambos,
meu filho e o sr. Halit.

N�o sou nem m�e, nem pai
da sra. M�kerrem.

Como insinuou em v�rias ocasi�es,
n�o sou mais do que

uma h�spede indesej�vel naquela casa.

Minhas maneiras me permitem
fazer tais insinua��es.

Mesmo se fosse uma h�spede indesej�vel,
voc� � h�spede de seu irm�o.

Ent�o, � seu dever proteger sua honra.

E se meu irm�o sabe de tudo,
mas prefere fingir que n�o sabe?

Talvez seja o caso.

Se a sra. M�kerrem n�o deixar
meu filho sossegado por outra semana,

falarei diretamente com o sr. Halit.

Se ele disser que aceita tudo
que sua esposa faz,

terei que pensar em outro jeito.

Pelo menos, n�o mais sentirei culpa.

Sra. Nuriye,

a raiva pode t�-la feito se esquecer de
que n�o estou em minha casa, mas na sua.

Gostaria de ter sua permiss�o para sair.

Eu j� conhecia seu tipo,
mas nunca vi ningu�m

t�o desavergonhada como voc�
e a prostituta de sua cunhada.

Entre.

Irm�o, gostaria de falar com voc�.

Hesitei muito, antes de lhe falar.

� muito importante.

Diga.

M�kerrem vai para uma
casa em Kapuz nas noites

em que n�o est� em casa.
E retorna ao alvorecer.

Quem ela se encontra l�?

N�o tenho certeza absoluta,

mas acho que � o filho do sr. Hayrettin,
sr. N�shet.

Quando voc� descobriu?

H� um tempo.

Por que n�o me disse antes?

N�o quis dizer nada,
antes de estar segura do que dizia.

Irei para meu escrit�rio, mas diga
a ela que ficarei na mina.

Voc� me informar� a primeira noite.

Querida irm�,
por que n�o se junta a n�s?

Tenho umas coisas a fazer.

-O que Halit est� fazendo?
-Est� ocupado.

Por favor, venha quando acabar.

Venha, querida kalfa.

Voc� pegou bolo?

Tenha cuidado.

Por que est� dormindo aqui?

Meu quarto � frio.
Eu n�o queria desperdi�ar carv�o.

Ponha algo quente,
vamos sair.

Como podem duas mulheres sa�rem
a uma hora destas da noite?

O que o povo diria?

Que ideia! Voc� � velha, eu, feia.
N�o h� nada a temer.

Boa noite, sr. Halit.

Ela saiu h� uma hora.

V� para casa.

Voc� vai para Kapuz,
n�o vai?

-Seria na casa do capit�o Mahmut.
-Eu sei.

M�kerrem?

Devo ajud�-la a se trocar?

M�kerrem, h� algo de errado?
Voc� est� me deixando ansiosa.

Por favor, deixe-me em paz.
Eu s� quero dormir.

Chame, se voc� precisar
de qualquer coisa.

Pode apagar a luz?

Desde quando ela...

Eu juro sobre o Cor�o que eu
n�o sei, minha querida senhora!

Fa�o o que a sra. M�kerrem me pede.

Como eu fa�o quando a senhora
e o sr. Halit me pedem.

Juro n�o ser culpada de nada.

Ningu�m est� dizendo que
voc� � culpada.

Mas isto vai terminar aqui.

O culpado e o inocente
prestar�o contas de suas a��es.

Ou�a-me cuidadosamente,
de agora em diante,

fa�a exatamente como eu mandar.

Est� bem. S� farei o que
a senhora mandar.

Agora, pare de chorar.

Halit est� atrasado.

Traga-me um copo de �gua.

-Onde est� M�kerrem?
-Est� dormindo.

Pe�a-lhe que venha aqui.

-O que voc� fez, irm�o? Foi a Kapuz?
-Chame-a.

Bem-vindo, sr. Halit.

O sr. nos honra com sua presen�a.

Embora nossas anfitri�s
n�o sejam maravilhosas,

elas ainda s�o a melhor
esp�cie de nossa lavoura.

Uma delas � a gar�onete Emel,
filha do mestre Paban.

Ela faz os homens perderem o ju�zo.

A outra � a srta. Bianca,

uma querida violonista,
que toca no cine-teatro.

N�o acha que seja uma apresenta��o
moderna e extremamente c�bica?

Por favor, sente-se, sr. Halit.

Eu quero ver a casa,
sr. N�shet.

Escolha um quarto para ficar
com Bianca.

N�o tenho tempo para brincadeiras.
Verei a casa.

N�o gosto que falem comigo
desta maneira.

V� com ele, Faik.

Mostre-lhe toda casa.

Por aqui, sr. Halit.

Qual foi o resultado, sr. Halit?

Encontrou um tesouro?

Minhas desculpas.

Adeus, caro senhor.

Tenha cuidado.

Devo ter medo de voc�?

-N�shet, deixe para l�.
-Fique quieta!

E se eu n�o tiver, sr. Halit.

Vai reclamar para meu pai?

Voc� vai se arrepender.

Se vai come�ar a ter os ares,
deveria me escutar.

Sim, sua esposa esteve aqui.
�amos fazer uma orgia.

Mas a guardi� de sua honra e
orgulho entrou em cena

e ela regressou ao doce lar
pouco antes de voc�...

Sr. Halit, por favor,
abra a porta.

Entregue-se.

Espere aqui.
Voc�, venha comigo.

-Como est�, irm�o?
-Bem.

Trouxe-lhe um cobertor,
len��is limpos e roupa.

Diariamente, haver� entrega de comida
para voc�. Precisa de algo mais?

N�o preciso de coisa alguma.

Queria n�o ter-lhe dito nada,
mas como poderia imaginar algo assim?

Estava t�o ansiosa e preocupada
a noite inteira, que n�o pude...

Encontre o advogado H�seyin Hikmet
e pe�a-lhe que venha c�.

Est� bem.

V� imediatamente.

M�kerrem est� no andar de cima.
Ela gostaria de ver voc�.

Ela me implorou,
mas n�o ousei traz�-la aqui.

Possa o diabo ver a face dela.

V� agora.
Encontre o sr. H�seyin Hikmet.

Irei, assim que o Procurador
terminar o interrogat�rio.

Vamos esclarecer um ponto
muito importante.

Voc� � irm� do Sr. Halit,
n�o �?

Sim, sou irm� dele.

Muito bem.

Quando e como ficou sabendo
que a sra. M�kerrem

vinha se encontrando
com a v�tima, em Kapuz?

Eu n�o sabia de nada.

Ainda n�o acredito que a sra. M�kerrem
� uma mulher pecadora ad�ltera.

Tenho receio que meu irm�o cometeu o
assassinato por um mal entendido.

Como pode ser isto, minha senhora,

se foi quem informou seu irm�o que
a sra. M�kerrem

tinha ido se encontrar com
a v�tima, em Kapuz?

Foi o que declarou seu irm�o.

Nunca informei nada disso
ao meu irm�o.

Como poderia ter informado, se
eu n�o sabia das idas dela a Kapuz?

Seu irm�o alega que a senhora
lhe disse pessoalmente.

E que voc�s dois decidiram
fingir que ele estava

na mina, quando, na realidade,
estava em seu escrit�rio.

Na noite do crime, a senhora e a
empregada foram ao

escrit�rio, para inform�-lo, assim
que a sra. M�kerrem saiu para Kapuz.

� o que meu irm�o diz?

Falei com ele h� duas horas.
Aqui est� sua declara��o.

Neste caso, vamos fingir que
n�o falei nada.

Isto n�o � poss�vel. A lei determina
que fale tudo que souber.

Estamos tratando aqui
de um caso de assassinato.

Embora o sr. Halit n�o negue que

ainda temos que conduzir
uma investiga��o justa.

Por que seu irm�o ficou em seu gabinete?
N�o era seu turno na mina?

-Ele brigou com sua esposa.
-Por que motivo?

Meu irm�o era muito ciumento
da sra. M�kerrem.

O sr. N�shet era a raz�o
de seu ci�me?

Sr. N�shet e outros.

Como ver� em breve,
a sra. M�kerrem � de uma beleza rara.

Qualquer homem que se cassasse com ela,
teria sentimentos similares.

Pessoalmente, suspeitava da rela��o
entre a sra. M�kerrem e o sr. N�shet?

N�o posso dizer que n�o.

Entretanto, nunca testemunhei
nada para confirmar minha suspeita.

Agora, vamos determinar algo
com precis�o.

Voc� foi ou n�o foi ao escrit�rio da
companhia, na noite do crime?

-Sim, fui.
-Por que foi l�?

Sra. M�kerrem estava muito chateada
e triste por causa da briga.

Estava chorando.

N�o podia suportar v�-la daquele jeito.
Fui ao escrit�rio busc�-lo para casa.

Voc� foi sozinha?

O senhor disse h� um minuto que
eu tinha ido com a empregada.

-Disse alguma coisa � empregada?
-N�o.

Eu irei, claro, fazer a
mesma pergunta para ela.

Ent�o, foi para convencer seu
irm�o a voltar para casa.

Sim.
Ele concordou em voltar,

e deixamos o escrit�rio juntos.

E ent�o?

Ele, subitamente, separou-se de n�s.
Disse que estava com dor de cabe�a,

precisava de ar fresco e estaria
de volta em 1/2 hora.

Mais tarde, descobrimos que
ele tinha ido a Kapuz.

Est�o chamando voc�.

N�o tenha medo.
Apenas, diga a verdade.

Reze por mim. sra. Seniha.

Espero que tudo acabe bem.

Tamb�m o espero, Perife.

-Reze por mim, tamb�m, Naime.
-Rezarei, Perife.

Dursun,

gostaria de que voc� aceitasse isto.

N�o � uma grande soma, mas
vai ajud�-lo a se manter por um tempo.

Poderia aceitar, por favor?

Deus a aben�oe, sra. Seniha.

A voc� tamb�m, Perife.

Boa sorte!

N�o entendo por que fez isto.

Fiz o qu�?

Deu-lhes uma grande gratifica��o,
quando sua situa��o � t�o prec�ria.

Ela tinha que ter trabalhado 6 meses
adicionais por aquele dinheiro.

Cuide de sua vida, kalfa.
Sim, permiti que a cozinheira fosse.

Se voc� come�ar agora, o jantar
mal estar� pronto na hora.

Sinto muito, sra. Seniha.

Por que a kalfa est� se desculpando?

Nada.

O que deveremos fazer, irm�?

O que poder�amos
fazer juntas?

Esperar pelo veredito.

Sabemos que n�o ser� absolvido.

Mesmo se ele o for, nunca
concordar� viver conosco.

E voc� o culpa por isto?

Ele tem todo o direito de odiar-me.

Sabendo que ele n�o
moraria com voc�

tampouco, eu ia recomendar que
mud�ssemos para Istambul.

Eu n�o quereria viver com
ele, tampouco.

Entretanto, isto � entre
meu irm�o e mim.

Quanto a voc�,

n�o posso aceitar viver com uma mulher,
cujo caso resultou em julgamento.

Ouvi dizer que os delinquentes
de Zonguldak,

assim como os ricos poderosos,
est�o ficando prontos para voc�.

Pode imaginar o resto.

Eles n�o valem o latido de um c�o.

Mas se voc� � t�o conservadora em
mat�ria de honra, gostaria de saber

por que ignorou tudo, at�
a noite em que me delatou.

Voc�, com certeza, sabia
de meu caso com N�shet.

Nunca ignorei coisa alguma.

E n�o s� isto, mas voc� facilitou
as coisas para mim.

Voc�, alguma vez, recomendou-me
que protegesse a honra de seu irm�o?

Voc� iria me escutar?

Voc� tinha venera��o por aquele homem.

Estava louca de desejo.

Quantas vezes eu tentei
confessar tudo a voc�?

Talvez. Mas voc� escolheu a
pessoa errada para se confessar.

Ent�o voc�, conscientemente,
ignorou a situa��o.

E eu n�o vejo um sinal de
arrependimento em sua express�o.

De fato. Ainda n�o estou em seu n�vel,
ent�o, n�o finjo.

Posso ter feito maldade e destru�do
a vida de meu irm�o e de outros.

N�o me furtaria pagar o pre�o mais caro,
ou o mais desgra�ado dos destinos.

Deveria ter feito esta pergunta sinistra
para voc� mesma, antes de faz�-la a mim.

E ver se conseguiria respond�-la.

N�o pode ser t�o implac�vel, irm�.

N�o pode ver o quanto estou arrependida?

Vejo que a mulher, com o amante morto
e o marido na pris�o,

est� determinada a fazer o que for
para se salvar.

Seu humor � de uma pessoa doente,
que apenas se recuperou

de uma doen�a ruim e est�
apaixonada por si mesma.

N�o est� feliz por ter ficado livre de
dois inimigos ao mesmo tempo?

Um deles a fazia sofrer e o outro estava
lhe ordenando o que fazer.

Diga-me se o que estou dizendo
n�o � a verdade.

N�o estou dizendo isto, mas tampouco
posso dizer que seja verdade.

Estou chocada e assustada.

Saber que os seres humanos podem
ser t�o nefastos, me assusta.

N�o houve nada que eu pudesse fazer
quando ningu�m me mostrou o caminho.

E havia armadilhas
para me pegar.

Entretanto, eu acato suas acusa��es.

Todos os pecados que cometi,
s�o de minha responsabilidade.

Mas, por favor, diga-me e
ajude-me a entender.

Como pode uma pessoa

levar � destrui��o o pr�prio irm�o,

a mulher que � quase uma irm�
e a ela pr�pria?

Eu a conhe�o h� anos.

Nunca a vi prejudicar uma �nica pessoa.

E nunca ouvi algu�m dizer
que voc� o fez.

Ent�o, eu me pergunto sobre
o �dio em seus olhos.

Pelo amor de Deus, irm�!
O que eu fiz para voc�?

O que voc� poderia ter feito a mim?

Se estiver se fazendo esta pergunta,

voc� n�o deveria ter destru�do
seu lar, por um garoto mimado.

P�ssaros! Voem para minha cidade natal!

Jacintos roxos devem estar
florescendo nas montanhas,

Um riacho fresco no seio
de suas florestas,

E uma rosa amarela entre os espinhos.

Voe, voe para longe!
N�o h� fidelidade aqui;

Voe, voe para longe!
N�o h� fidelidade aqui;

N�o h� riachos, nem nosso clima,

E nem o eco de meus gritos.

Havia uma rosa amarela
nas cinzas do fogo.

Meu querido irm�o,

sete anos e meio se passaram,
desde aquele dia fat�dico.

Embora eu tenha constantemente
pensado nele,

s� agora consegui escrever
esta carta para voc�.

Voc� recusou meu pedido
para v�-lo e ajud�-lo.

Eu gostaria de deixar
os idos serem idos,

e apoi�-lo ap�s sua soltura.

Tamb�m, gostaria de que soubesse que
terminei todo o contato com M�kerrem,

logo depois do julgamento e que
nunca mais ouvi falar dela.

Fui abandonada em Zonguldak
sozinha e sem um centavo.

Candidatei-me a uma posi��o
como professora substituta.

Demorou muito tempo.

Dois anos depois,

fui enviada para Trabzon,
onde vivi por 5 anos.

Durante todos estes anos, recebi,
regularmente, informa��es

de seu destino, pelo advogado.

Fiquei triste quando soube
de sua doen�a.

Sua recusa em permitir que

eu o apoiasse causou
muita dor em meu cora��o.

Voc� ser� solto em 2 semanas.

Estou lhe pedindo permiss�o para
ir a Zonguldak e me encontrar com voc�.

Espero que este encontro possa
acontecer, ap�s todos estes anos.

Espero que voc� me d�
a oportunidade

de colocar a sua disposi��o
o que eu economizei.

Assim, poderemos estar juntos,
sem a necessidade de ajuda alheia.

Entretanto, se voc� insistir
em n�o querer me ver,

recusando meus mais sinceros votos,

eu ainda assim, gostaria de ajud�-lo,

comprando sua parte na
casa em Eronk�y.

Se considerar esta alternativa,
favor informar-me sua oferta e condi��o

atrav�s de seu advogado, para
quem estou escrevendo.

Sua irm�, Seniha.

-Precisa de algo mais?
-H� algum restaurante perto?

-Pe�a algo para mim.
-O que a senhora quer?

-Qualquer coisa limpa servir�.
-Est� bem, senhora.

-Ele ser� solto hoje, n�o �?
-Sim.

Voc�s conversaram sobre os
assuntos que lhe escrevi?

Sim, senhora. Expliquei-lhe
tudo detalhadamente.

Como ele reagiu?

Ele aceitou o encontro. Acho que tamb�m
concordou em vender a parte dele.

Ele aceitou ou n�o?

Ele insiste que a casa vale
3,000 liras,

portanto sua parte deveria ser
1,500.

1,500 liras? Ele deve ter perdido
o ju�zo enquanto preso.

Por que n�o me d� suas instru��es
clara e detalhadamente,

para que eu possa conversar com ele?

Caro senhor,

a casa e sua e o terreno
perderam seu valor.

Eu mantenho minha oferta de 100 liras.

E tamb�m pagarei pelas despesas
com o encerramento.

-E se conseguir convenc�-lo, tamb�m lhe
pagarei 100 liras. -Senhora, por favor.

Ele n�o est� doente, est�?

Ele teve uma doen�a prolongada
h� 3 anos.

Mas agora est� bem e saud�vel.

Vai traz�-lo aqui, ap�s sua soltura?

Acho que � o lugar mais conveniente.

Pergunto-me se deveria ir � pris�o, antes.

E se ele pegasse a balsa para Istambul,
assim que sa�sse?

Posso lhe perguntar o que est�
provocando sua d�vida?

A que horas devo chegar aqui?

�s 17h, mais ou menos.
Os procedimentos de soltura s�o longos.

Sr. Halit, entre, por favor.

Estou feliz que tudo tenha acabado,
irm�o.

Possa o diabo ver seu rosto, tamb�m!

Senhora!

Senhora, est� tudo bem?

Eu deixei meu trabalho no
clube noturno em Izmir,

Ningu�m conseguia entender meu chefe.

Eu costumava ficar na fila com as
outras meninas, para assinar o ponto.

Significa que voc�s eram
muito valorizadas.

Um dia, estava 1/2 hora atrasada, tinha
atestado, mas fui considerada ausente.

Fiquei t�o irada que quebrei

meu contrato de tr�s meses e
parti para Istambul.

De qual clube em Izmir este seu
chefe psicopata era dono?

Do Moulin Rouge

e de outros dois em Istambul,
um chamado Maison Rouge

e o outro La Pomme Rouge.

-Voc� devia ser culpada pelo incidente.
-Por qu�?

Era �bvio que o homem estava louco.

O que voc� pode esperar de um
homem t�o obcecado com Rouge?

Voc� teria raz�o, se ele fosse homem.

Mas ela era uma dama,
de ascend�ncia paterna francesa.

A inveja foi crescendo dentro de mim,
durante rid�culos dias de minha vida.

Depois, tornou-se minha
exist�ncia inteira.

Suas chamas me engoliram,
dominando-me.

Eu sabia que ela ficaria comigo
at� minha morte.

Eu teria encontrado paz,

se meu irm�o tivesse morrido
antes de mim,

pois n�o poderia ter ci�me de um
homem morto.

INVEJA

Tradu��o da legenda para o portugu�s:
Lu Stoker - MKO