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Lohmann! Como vieste para casa
devido a um ferimento?

Fecha a matraca.

Este Lonmann pode ter voltado
devido a ferimento

causado por ele mesmo.

N�o o vou p�r de novo inteiro,

para que o de Crinis o arraste para
o tribunal marcial. N�o se atrever�.

Tratarei de que as for�as armadas
me pe�am uma avalia��o ao Lohmann.

Fica poupado � frente
enquanto durar a sua educa��o.

Tamb�m tem de estar � altura.

S� ent�o o conseguirei p�r
no lugar de meu seguidor.

Para terminar
o trabalho de doutoramento,

a crian�a teria de demorar muito.

N�o se est� a esfor�ar
por se encaixar.

Artur, ajuda-me.
H� algo que n�o est� bem.

Sangue.

A GUERRA NO CHARIT�
Parto Dif�cil

Saiam da frente!

Alto!

Venha, Sra. Goebbels.
O Prof. Stoeckel aguarda-a.

R�pido!
Uma emerg�ncia!

Dra. Waldhausen?
A senhora?

Deite-a aqui.

Vamos j� para o BO.
Parto de emerg�ncia.

- Onde est� o Professor Stoeckel?
- Vamos cham�-lo.

Espere aqui, por favor.

O professor vem j�.

O colo do �tero
est� totalmente aberto,

mas tem a placenta � frente.

Prepara��o de cesariana
de emerg�ncia.

Um Panfleto Alem�o

Emil!

Porque tens de falar assim
com a Anni no estado dela?

S� por causa desta avalia��o
do de Crinis.

Ela n�o come�ou a sangrar
no anfiteatro por causa de mim.

N�o consegui mais depressa.
A Goebbels...

Sr. Prof. Stoeckel,
uma placenta pr�via.

Segure a cabe�a, sim.

Est� tudo preparado
para uma cesariana.

� apenas uma placenta pr�via
marginal.

Conseguimos tirar a crian�a
passando por ela.

N�o faremos uma cesariana.

Ser� mais r�pido
com a manobra de Kristeller.

De qualquer forma,
a hemorragia est� quase estancada.

A cabe�a da crian�a faz
for�a suficiente sobre a placenta.

A crian�a est� viva?

Tudo bem, Dr. Waldhausen.
A sua filha est� bem.

- E a minha mulher?
- E a sua mulher tamb�m.

Mas perdeu muito sangue
e tem de recuperar.

� linda!

- Mas n�o � um pequeno Adolf.
- N�o te rales.

Eu e a Anni ainda o faremos.

Est� tudo bem.

- O aparelho de raio-X est� pronto?
- Claro.

Um rapaz de dez anos
com Hemo pneumot�rax

na sequ�ncia de ferimentos
com fragmentos de granada.

Obrigado.

- Ferdinand?
- Sim. De que est�o � espera?

Exercer press�o.
Coluna de �gua de 5 cm.

Ferimento com fragmentos
de granada no t�rax.

Hemo pneumot�rax.
O raio-X.

Vou primeiro localizar
os corpos estranhos nos pulm�es.

Sonda em forma de azeitona.
Pin�a.

Pe�o desculpa.

- De que se trata?
- O pulm�o colapsou.

O rapaz foi apanhado por uma granada
por explodir. Parece mau.

Rasg�o numa veia bronquial

no lobo inferior
na jun��o com a veia �zigos.

Clampagem.

- Pulsa��o.
- 180.

- Frequ�ncia de respira��o.
- 45. Est� a entrar em choque.

Afasta o lobo superior.

Levanta o lobo superior!
N�o vejo nada.

Pulsa��o ainda nos 180.

N�o, n�o serve de nada.
Vamos, afasta-te.

Assume tu!

Liberta-me o segmento apical
da art�ria.

Est� bem assim.

Tesoura.

- Segura a pin�a.
- A pulsa��o est� a estabilizar.

Sim, est� bem assim.

Sutura.

Nas finas suturas vasculares
uso seda preta,

que se distingue muito bem
do seu fundo.

Para condu��o, uso um porta-agulhas
com uma ponta afiada.

Apanh�mos todos os estilha�os?

Quero voltar a verificar.

N�o uso um magneto para procurar,
pois os fragmentos de granada

em certas circunst�ncias,
provocam muitos mais danos

se se moverem descontroladamente
pelo tecido pulmonar.

- J� n�o vejo metal.
- Muito bem, obrigado.

A hemorragia parou.
Vamos voltar a fechar hermeticamente.

Preparamos a drenagem de B�lau.

E n�o nos esquecemos
da vacina contra o t�tano.

Assumes tu.

Quem diabo �s tu?

Quem � este?

- Agora apanhas pessoas na rua?
- Nada mau para um transeunte, n�o?

- Deixa-me que te apresente...
- Perd�o, isto � muito desagrad�vel.

O Professor Adolphe Jung, de
Estrasburgo. O Professor Sauerbruch.

Finalmente, refor�os.
Caramba, se n�o tivesses vindo,

a minha mulher teria chamado o F�hrer
para me segurar os afastadores.

Mas tu �s muito bom.

E, por isso, vou passar
a tratar-te por voc�.

Que � isto?

Tenho de comunicar isto.

O rapaz n�o sabe
o que isso significa.

Os brit�nicos largaram-nos
aos milhares sobre a cidade.

O mais importante � que
ele sobreviveu e vai ficar bom.

Exacto.

Ainda assim.

Nesse caso, tenho de fazer
uma participa��o de ti.

Finalmente, algo para a tua lista
de reprimendas, n�o?

O Martin n�o � boa companhia
para si.

Todas as semanas, tem de comparecer
junto da pol�cia criminal.

Quem sabe o que ele andou a fazer?

Em todo o caso, agora tenho
de comunicar o incidente.

E vou indic�-lo como testemunha.

- H� mesmo coisas mais importantes.
- O qu�?

O novo filme com o Heinz R�hrmann,
por exemplo.

Muito bem.

Emil!

N�o lhe toque.

O seu filho resistiu bem a tudo,

mas certamente que ainda demorar�
at� acordar.

Desde que o pai dele
j� c� n�o est�,

o rapaz faz o que quer.

E, agora, o Karli, o amigo dele,
est� morto.

Emil.

Um alsaciano?

Professor de cirurgia
da Universidade de Estrasburgo.

Depois da ocupa��o, n�o quis
colaborar mais com os alem�es.

Por isso, foi obrigado.

Um "malgr�-nous".
Temos de mant�-lo debaixo de olho.

Muito bem. Por favor, entre.
Prepar�mos uma coisinha de nada.

Kolbe, voc� de novo!

Est� novamente a impedir
que a minha Fritsch trabalhe, �?

Come�o a acreditar que abriu uma
depend�ncia do Minist�rio do Exterior

aqui na minha entrada.
- Seria certamente vantajoso.

Afinal, tem mais
contactos internacionais

do que o meu chefe,
o Rippchentrop.

O Rippchentrop.

Bebe um copo de champanhe
connosco?

Queremos brindar � entrada
do meu colega, o Professor Jung.

- Aqui, j� n�o sou professor.
- O que � um esc�ndalo.

Nem o meu marido conseguiu impedir
a sua contrata��o s� como assistente.

E isso pode querer dizer algo.

Infelizmente,
tenho de voltar ao minist�rio.

- � pena.
- Sim.

- Um verdadeiro "Talinguer".
- Chama-se Tallinger.

Pois, tanto faz.

Um amigo dos meus filhos
trouxe-o de Fran�a.

Est� colocado na regi�o
de Chajnpanhe.

Esperemos que n�o seja
o produto de um saque.

A situa��o dos mantimentos
aqui na cidade tornou-se m�.

E temo que s� v� receber
as senhas de bens alimentares

de um colaborador estrangeiro.
- � o que eu sou.

Meu caro Jung, eu n�o quero
ter isso entre n�s.

Para mim, � um colega de renome.

A sua cirurgia ao sistema simp�tico

� algo que at� o grande Sauerbruch
pode aprender a fazer, observando.

- � vossa sa�de.
- � vossa.

Salve Hitler!

Dr. Jung,
sou o professor de Crinis.

- Lembra-se?
- � claro.

- Conhecem-se?
- Sim, antes da guerra,

troc�mos correspond�ncia
por causa de um interessante caso

de interven��o cir�rgica
num g�nglio espinal.

Tem toda a raz�o.

� boa colabora��o!

Leu a minha nova publica��o
sobre a express�o facial humana

e o seu significado diagn�stico?
- Temo que n�o.

Tenho todo o prazer
em dar-lhe um exemplar.

De qualquer forma,
venha comigo para a psiquiatria.

Seria um prazer receber
um neurocirurgi�o t�o versado

como o senhor.
- Se quer, seduzir

a minha muito esperada
nova aquisi��o,

ter� um encontro
com o meu bisturi.

- Socorro, agora estou com medo.
- Sim.

Eu moro aqui.

Aqui mora o casal Waldhausen,

� o �nico apartamento de m�dicos
aqui em cima.

Por aqui.

Muito bem, se precisar de algo,
avise-me.

Obrigado.

Para o chefe, � muito importante
que se sinta aqui bem.

Fa�a favor.

- � mesmo?
- Sim.

Tamb�m tenho de ensinar algo
� minha mulher.

- N�o pode passar.
- Mas a minha mulher est� aqui.

Dr. Waldhausen?

Trouxe a sua mulher para aqui
como companheira de quarto,

porque...

Na su�te est� a Sra. Goebbels,
na sequ�ncia de um aborto.

N�o se deve excluir
que ela seja suicida.

Por isso, acho que o melhor
� ela ter companhia constante.

E � claro que a sua mulher,
com o seu carisma positivo,

� ideal para isso.

Muito obrigado.

Est� tudo bem,
senhor tenente-coronel.

Salve Hitler,
Sra. Ministro do Reich.

Sou o marido,
o Dr. Waldhausen.

Salve Hitler.

- Como est�s?
- Bem.

Estou s� terrivelmente exausta.
Viste-a?

Sim. � t�o bonita como tu.

E ent�o? Continua a ser Adolf
ou dever� chamar-se Karin?

Todos te mandaram felicidades,
incluindo o Professor Bessau.

� claro que lhe disse que nunca
tinha visto uma crian�a t�o bonita.

Agora, recupera.

Ele n�o percebe
mesmo nada de flores.

Pelo menos oferece-lhe algumas.

Mas...

S�o do F�hrer.

Tamb�m ordenou o filho
de reconcilia��o que eu agora perdi.

Pensava que a senhora e o seu marido
eram um casal muito feliz.

S� para o notici�rio, minha querida.

Sabe a anedota que corre por a�
sobre o meu marido?

� um sapo:

uma grande boca com cauda.

Mas n�o a conte por a�.
D� pena de morte.

Parab�ns, tio.

O objecto do crime.

Por isso,
tenho de me sacrificar

e ir ao cinema
com a enfermeira Christel.

L�.

"Este � o texto
de um panfleto alem�o,

"de que chegou um exemplar
a Inglaterra.

"Os estudantes
da Universidade de Munique

"redigiram-no em Fevereiro deste ano
e distribu�ram-no na universidade.

Seis deles foram executados
por isso."

Perguntam durante quando tempo
queremos continuar a ver Hitler

a sacrificar a juventude alem�.
Acho que t�m toda a raz�o.

Condenaram o Lohmann � morte
por subvers�o do esfor�o de guerra.

H� um da unidade dele no Minist�rio
do Interior que me contou.

Dev�amos t�-lo deixado morrer,
Otto.

O suic�dio � muito melhor

do que ser enforcado sem honra
no gancho da carne.

A culpa � minha.

Uma refei��o ao peito
n�o deve demorar mais de 20 minutos.

� suficiente.

Ao in�cio, n�o deve amamentar
constantemente.

Se deixar a pequenota
ao peito durante mais tempo,

ela habitua-se a chuchar na mama,
sem mamar.

J� a venho buscar.

- Quer mesmo ser voc� a amamentar?
- Sim.

- � o mais natural do mundo.
- � o que os nossos maridos acham.

Mas n�o gostam assim tanto
de um peito pendurado.

Invejo-a.

Mas a senhora
tem tantos filhos maravilhosos!

Sim, mas estudaram
e t�m uma profiss�o.

Eu sempre fui apenas o trof�u
de homens importantes.

Gostava de n�o ter de voltar j�
a trabalhar.

Mas n�o pode ser.
Os homens t�m de ir para a frente.

Vou come�ar por fazer voluntariado
na pediatria.

Assim, posso levar a pequenota
e as enfermeiras tratam dela.

E depois da guerra?

Acho que n�o continuarei a trabalhar.
O Artur ganha o suficiente

e eu quero ter pelo menos
tantos filhos como a senhora.

Ent�o, porque estudou?

Em 1918, o meu pai voltou da guerra
como um inv�lido.

Na altura, ainda n�o se conseguia
ajudar os abalados pela guerra.

Ele suicidou-se.

Depois disso, a minha m�e teve
de me sustentar e ao meu irm�o

sem uma verdadeira profiss�o.

Isso n�o me acontecer�,
caso aconte�a algo ao Artur.

Nesse caso, procuras um novo,
minha querida.

Como enfermeiras,
t�m uma responsabilidade especial,

relativamente � sa�de heredit�ria
do nosso Povo.

O objectivo � aumentar o desejo
de ter filhos das saud�veis

e impedir a descend�ncia de doentes.

O Professor Stoeckel
deu uma grande contribui��o

para o tema da esteriliza��o de
indiv�duos geneticamente inadequados

aqui no Charit�.

Eu, como pediatra, vejo muitas vezes
os terr�veis resultados

que surgem de uma escolha errada
de parceiros.

Por isso, o valor heredit�rio
de uma pessoa

est� sobretudo dependente
da condi��o do seu cl�

e n�o da sua apar�ncia pessoal
ou estado de sa�de.

Vemos isso na Goebbels.

Pelo aspecto ela, ningu�m diria
que ela pertence � elite.

Mas os filhos
parecem sa�dos de um cat�logo.

As informa��es
sobre doen�as heredit�rias

e elementos anti-sociais
que passam �s autoridades

s�o a base para o registo de cl�s.

A descend�ncia do Waldhausen
ser� certamente muito mais bonita.

� sobretudo muito importante a
determina��o de crian�as deficientes.

Por um lado, os tribunais
da sa�de heredit�ria

decidem
com base nessas comunica��es

a poss�vel esteriliza��o dos pais

e, por outro, essas crian�as
podem assim

ser encaminhadas para a especialidade
pedi�trica correspondente.

As obras no abrigo
est�o quase prontas.

Muito bem.

E os seus filhos est�o bem em Lanke.
Mandam cumprimentos.

Tenho muitas saudades das crian�as.

E o seu sapateiro afinal sempre
consegue efectuar a sua encomenda.

Pode voltar a usar pele de crocodilo.

�ptimo. E n�o se esque�a de falar
com a racionaliza��o de bens

por causa das meias.

Como enfermeira da Cruz Vermelha,
tenho direito a um extra.

Sim.

Sim?

Sra. Ministro Goebbels,

devemos lev�-la para a sala segura
da chancelaria do Reich.

Temos informa��es
sobre um iminente aviso a�reo

do ponto de controlo de D�beritz.

- Mas n�o houve nenhum alarme.
- O resto saber� a seu tempo.

Sirva-se, Anni.

Fica frio, at� eu regressar
da chancelaria do Reich.

E, no bunker do F�hrer,
servem Adlon.

Tamb�m n�o � mau.

A seguir, ouvir�o um trecho
de um discurso de Thomas Mann.

Nos hospitais militares
e noutros hospitais alem�es

os feridos com gravidade
s�o mortos com g�s venenoso,

juntamente com os velhos,
os fr�geis e os doentes mentais.

2000 a 3000, segundo diz
um m�dico alem�o, de uma s� vez.

� feito pelo mesmo regime
que finge realizar uma cruzada

de comportamento crist�o civilizado
contra o bolchevismo.

Dr. Jung?

Hoje, isso n�o � mais do que
homic�dio em massa do povo.

Dr. Jung. N�o sei se o conhece
de Estrasburgo,

mas � perigo a�reo 25.

Ou seja, temos 25 minutos
at� ao ataque. Vem?

N�o se esque�a de mudar
o bot�o do posto.

Obrigado.

� melhor trancar a porta,
quando ouvir r�dio.

A fam�lia Waldhausen
e a enfermeira Christel, deste piso,

ainda acreditam na vit�ria final.

Venha. Temos de levar os pacientes
para baixo.

N�o posso ir tamb�m para a cave?

Ainda n�o te podes levantar.
� demasiado perigoso, Emil.

Tenho medo.
Quero ir tamb�m para a cave.

N�o o podemos levar para baixo
de alguma maneira?

- N�o temos macas.
- Mas eu n�o quero ficar aqui!

Ajuda-me.

Emil, segura-te.

Aos tr�s.
Um, dois, tr�s.

Emil.

Porque � que os acamados
ficam aqui em cima,

totalmente desprotegidos?

As nossas macas
est�o todas na frente.

Sr. Professor, gostaria de ficar
l� em cima, junto dos doentes.

Rapariga, l� em cima nem existe
protec��o contra fragmentos!

Mas os pacientes t�m medo.
Quero tentar tranquiliz�-los.

Sim, por mim est� bem.

Que est�o a� a fazer?

Est�o malucos?

Querem que os pontos rebentem?
O rapaz tem de ficar na cama!

N�o! Eu quero ir!
Tamb�m quero ir para a cave.

Para a cave s� v�o crian�as
que n�o choram.

J� �s um rapaz grande, n�o?

Manuseiem-no
como se fosse um ovo cru.

Se um dos pontos rebentar,
Deus tenha, compaix�o dele.

V�o!

Cave de protec��o antia�rea
da Cirurgia

Foi em 1938...

Sra. Margot,
pode ser que eu esteja gr�vida.

A depend�ncia
do Minist�rio do Exterior?

N�o disse nada ao Fritz.
N�o posso ter um filho.

Percebo.

Nesse caso,
preciso de urina sua.

Mas n�o sei se no laborat�rio
ainda t�m r�s.

- R�s?
- Ou sapos.

Quando injectamos urina de uma
gr�vida sob a pele de um macho,

este produz esperma.
� o m�todo de teste mais seguro.

Pelo menos o bunker do BO
estar� pronto em breve.

Assim, tamb�m poderemos operar
durante um ataque.

- Toma.
- N�o, obrigado.

Quando pedi o bunker, em 1939...
Senta-te ali.

Riram-se de mim na divis�o
de protec��o antia�rea.

Bebe qualquer coisa.

- Tem fam�lia na Als�cia?
- Sim.

De certeza que temem por si.

- E o senhor?
- Sim, um filho.

Desde que a minha mulher morreu,

mora na �frica do Sul,
numa fam�lia de acolhimento.

L�, est� mais seguro.

Algu�m viu a minha mulher?

N�o est� na cave da obstetr�cia.

- Aqui n�o est�.
- N�o andar� por a� a passear.

Senhor professor!

Estou a qualificar-me como professor

com uma tentativa de vacina��o
contra a tuberculose.

Na pegada do nosso grande
Robert Koch. J� tens cobaias?

Pacientes da cl�nica neurol�gica
pedi�trica de Wiesengrund.

Candidatei-me a uma bolsa
do conselho de investiga��o do Reich.

Afinal, o projecto
� importante para a guerra

e pensei que o senhor,
como especialista...

Talvez tivesse sida melhor
ter ficado l� em cima.

Nunca teria l� ficado deitado,
mesmo que o Sauerbruch o diga.

Cave de Protec��o Antia�rea
da Pediatria

Deve ser mesmo verdadeiro amor.

O seu marido procura-a
na maternidade e a senhora aqui!

- Posso ir para l�.
- N�o. N�o.

As portas est�o fechadas.

E a senhora n�o se deve
desgastar assim.

Est� com um ar miser�vel.

O dom�nio a�reo alem�o
foi restabelecido.

Vamos levar o Emil
de novo l� para cima.

- Aos tr�s?
- S� um segundo.

Um, dois, tr�s.

Dr. Jung! Depressa!
Venha depressa!

A pleura est� de novo rasgada.

Um pneumot�rax.
Levem-no j� para o BO!

Cuidado! Cuidado!

Emerg�ncia!

- Eu dou-lhe assist�ncia.
- Cuidado!

O pulm�o direito
est� quase totalmente colapsado.

- Que sistema de drenagem usam?
- O de B�lau.

�ptimo. Conhe�o-o.

Parece que rebentou um ponto.

Por favor introduza
a anestesia de press�o.

Vamos j� repar�-lo.

Precisamos de um dador de sangue
que...

Eu sou dador universal.

- Sou do grupo sangu�neo 0.
- �ptimo. R�pido.

Fazemos uma transfus�o directa.

A hemorragia parou.

O chefe n�o teria conseguido melhor.

D�-lhe mais 100 ml.
Dever� ser suficiente.

- Sais j� da�.
- Muito corajoso. Obrigado.

Estou um pouco desidratado.
Que tal uma cerveja?

Talvez logo intravenosa.

Muito bom dia, Sr. Conselheiro.

Tenho aqui as aves,
com os cumprimentos do tratador.

Obrigado, Kobov. Em troca,
isto vai para Gror�hrsdorf.

Mas cuidado.
A Margot � picuinhas com isso.

- Tem porcelana.
- Por causa dos ataques a�reos?

Acho que os ingleses
s� lan�aram feno.

Para os burros que ainda
acreditam na vit�ria final.

Tem not�cias dos seus rapazes?

O Friedel e o Hans est�o bem.

O Peter � que est�
no hospital militar com icter�cia.

Perto de Surowiki-qualquer coisa.

Espero que o tragam de volta
em breve.

- Ent�o, Lux?
- Quer que o leve para o campo?

Agora que � proibido
ter c�es na cidade?

L� chegaremos.
N�o, continuamos a aliment�-lo c�.

- Luxi...
- Pelo amor de Deus, Kobov.

- Porqu� vivas?
- S�o aves de cria��o.

N�o se enquadra
no racionamento de bens alimentares.

Ter�o de ser os senhores a mat�-las.

- � coisa do chefe.
- Olha l�, como minha assistente,

n�o sabes como se mata?

Queres dizer � isso que se aprende
com o grande Sauerbruch?

Kobov?

Acho que a �nica pessoa
que n�o tem qualquer respeito por mim

� a minha mulher.
Sempre o achei irresist�vel!

Vai l�!

Feche a porta!

Est� quieto!

Quando �s preciso para usar a faca,
n�o est�s!

- Obrigado.
- Um ganso da Sax�nia,

da propriedade da minha fam�lia
em Gror�hrsdorf.

Espero que consiga comunicar
com os seus, na Als�cia.

Claro. Espero que, um dia,
vos possa devolver o favor.

Na verdade, n�o lhe � devido
um ganso, mas sim uma ordem.

A minha mulher disse-me como operou
de forma virtuosa a ruptura de pontos

do rapazinho.

- Parece que lhe fui sup�rfluo.
- E nem imaginas.

Conhece os discursos
que Thomas Mann faz na BBC?

Entre outros, sobre
a "Ac��o Morte Misericordiosa"?

O seu colega de Crinis
parece n�o ser o �nico

que est� envolvido nisso.
- Que quer dizer com isso?

- No Charit�, isso n�o acontece.
- Tem a certeza?

Morte de doentes?

No in�cio da guerra, fiquei
a saber disso atrav�s de amigos.

O Dietrich e o Hans. Dietrich
Bonhoeffer, Hans von Dohnanyi.

Protestei imediatamente
junto do Ministro da Justi�a G�rtner.

- A ac��o foi terminada.
- Segundo Thomas Mann,

n�o parece ser
um cap�tulo encerrado.

N�o quero acreditar que os m�dicos
alem�es o continuem a fazer.

Temos outras no��es relativamente �
nossa obriga��o para com os doentes

e os pobres.

Estamos todos obrigados
ao Juramento de Hip�crates.

E como � que isso se coaduna
com o juramento ao F�hrer?

Isso agora...

Jung!

Jung, posso ser m�ope,
mas n�o sou cego.

Acredite que,

entretanto,
j� pens�mos em emigrar.

Nesse caso,
estaria em melhor companhia.

O meu marido n�o � nazi
e n�o est� no partido.

� m�dico e n�o pol�tico.

Nestes tempos, tudo � pol�tico.

Um povo que produz m�sica como esta
n�o pode estar totalmente perdido.

Como � que o Jung pode dizer aquilo?
Dediquei toda a vida aos pacientes.

At� mesmo aos judeus.

O Jung sabe disso.

Mas tamb�m sabe, que, em 1933,
todos os judeus foram despedidos,

sem que tenhas protestado
publicamente.

Tentei ajudar no que podia.

Agora, est�s no Conselho
de Investiga��o do Reich

e tens responsabilidade.

E os projectos que actualmente
passam pela tua mesa...

Simplesmente os carimbas.

Querem que limite
a liberdade de investiga��o?

Mas h� colegas
que usam mal essa liberdade.

Tu pr�prio disseste o que o Gebhardt
relatou na reuni�o de trabalho.

Sobre a tua tentativa
de sulfonamidas em prisioneiros.

Mas ele garantiu-me
que todas as cobaias

tinham sido condenadas � morte,
de forma legal.

Que significa actualmente
de forma legal?

Santo Deus, Margot!
Estamos em guerra.

O meu filho est� doente
num hospital militar!

N�o sei se o voltarei a ver com vida.

Posso esperar que um criminoso
participe num estudo

que ajude os nossos soldados
a sobreviver!

Mas podias ter confrontado
o Gebhardt. Foi teu aluno.

Ele � general da Waffen SS.
Militarmente, est� acima de mim.

Uma cr�tica aberta �s SS
� considerada trai��o � p�tria.

Esperas sinceramente que eu deixe
que se chegue � minha pris�o?

Uma empresa para as necessidades
dos solteiros.

Tal coisa s� existe em filmes.

Mas seria bom.

Pronto, poderia abdicar do aparelho
para barrar o p�o,

mas um passador de meias
autom�tico seria muito pr�tico.

Uma mulher seria melhor que
um passador de meias autom�tico.

Isso depende da mulher.

Diz-se que a primeira mulher
do R�hmann era judia.

E o Goebbels deixou-o actuar,
mesmo assim.

� algo a que s� um actor do estado
se pode permitir.

Poder� o amor ser pecado?

Leva tudo muito pouco a s�rio.

N�o � f�cil, na guerra total.

Est� a ver?

Tal como eu disse.
Vem da pol�cia.

Todas as semanas tem de l� ir.

Querida m�e, h� uma semana,
dei-te uma neta.

Estamos as duas bem.

Descarado.

Otto, olha.
Tenho de te mostrar uma coisa.

Imagina s�.
O Lohmann foi executado.

Que dizia a avalia��o
do de Crinis?

N�o sei.

- Ele enforcou-o intencionalmente.
- Tamb�m te podia ter enforcado.

Mas n�o o fez.

Ent�o, tenho de lhe agradecer.

Peter?

Pap�.

Peterchen, tinha mesmo medo
de que tu...

Mas, agora, j� est�s comigo,
gra�as a Deus!

Venho do inferno, pap�.
A guerra est� perdida.

� mesmo assim t�o mau?

Prestei juramento a um criminoso,
pap�. Que devo fazer?

Primeiro, recuperas-te.

- Est� aqui uma visita.
- O meu filho n�o pode ter visitas.

Pe�o desculpa,
mas n�o posso voltar depois.

- Vou para a Tun�sia.
- Claus!

� o Claus Schenk,
conde de Sauffenberg, pap�.

Eu e o Peter estivemos juntos
no comando central,

antes de ele ter de ir
para a frente de leste.

Muito prazer.
J� ouvi falar muito de si.

Peter!

Como est�s?

T�m de manter uma dist�ncia.

Foi um inferno, Claus.

A minha divis�o estava precisamente
onde aconteceu o cerco dos russos.

Nos �ltimos minutos,
fugimos para o ocidente.

Caso contr�rio,
tamb�m ter�amos sido cercados.

Ca�ram tantos, Claus!
Foi um suic�dio.

� tudo um suic�dio!

Posso falar abertamente com o Claus.
Ele pensa como eu.

Isso � para o coronel-general
A.D. Halder.

Vir� c� busc�-la em breve.

N�o a abras.

E o senhor agora vai para �frica?
Para junto do Rommel?

Sim.
Como oficial do estado-maior.

Precisamos de oficiais
com a tua vis�o militar

aqui no comando-central,
urgentemente.

As condi��es no quartel-general
s�o assustadoras.

O comando-superior � incapaz
de fazer frente a Hitler.

J� n�o aguento mais l�.

� uma fuga para a frente.

Senhor professor.

Peter.

Que est�s aqui a fazer?

O Sr. Heim j� terminou por hoje.
Agora, posso dormir aqui.

H� algum problema
com a tua pr�tese?

N�o � nada. Faz alguma press�o.
Eu volto amanh�.

V�, mostra.

O coto
est� completamente ferido.

Passas-me a pomada b�rica,
por favor?

Devias tirar a pr�tese uns dias,
para que a pele possa sarar.

E, entretanto, equilibro-me
numa perna, enquanto fa�o a cama?

Ficas sem trabalhar esses dias.

Viste como o filho do Sauerbruch
est�?

Quase morto de fome.

N�o queremos ser choramingas.

Ainda assim, a icter�cia
trouxe-o de volta � p�tria.

Espero que ele conte a todos
a verdade, sobre a guerra.

- Tenho de te perguntar uma coisa.
- O qu�?

H� pouco tempo, depois do cinema,
vi-te quando sa�ste da pol�cia.

Que disparate.
Que faria eu na pol�cia?

Deves ter-me confundido.

- Mas eu tenho a certeza de que...
- N�o era eu.

Otto, deste-me o teu sangue.
Agora, posso voltar para casa.

De nada, Emil. Fico feliz.

Pode manter as suas senhas
de racionamento de tabaco.

Vim agora do laborat�rio

e os sapos revelam
que n�o est� gr�vida.

Meu Deus!

Fico mesmo feliz.

- Obrigada.
- E o Minist�rio do Exterior?

O Fritz tamb�m acha que � melhor
n�o ter crian�as a crescer na guerra.

Por isso, enviou o filho
para a �frica do Sul.

Tamb�m gostava de mandar para l�
a minha filha,

quando ela sair do internato,
no pr�ximo ano.

Posso pedinchar um?

Claro.

Tourn�e Royale?
Onde arranjou algo t�o bom?

O Fritz esteve em Berna,
a servi�o.

Digno de inveja.

Afinal, em que departamento
do minist�rio � que ele trabalha?

N�o sei.
O trabalho dele � segredo.

Pronto, tenho de ir.

Tenho um chefe muito rigoroso,
sabe?

Eu tamb�m.

At� logo.

Anni...

Terei saudades suas.

� mesmo uma criatura
pura e imaculada.

Espero que nos voltemos a ver.

- E deixo-lhe c� isto.
- Mas s�o do F�hrer!

Ele n�o se chatearia.
Afinal, tamb�m lhe � fiel.

E, Anni...

Nos dias que aqui passei,
talvez tenha dito umas idiotices.

Mas, agora,
vejo de maneira mais clara.

Para que a Europa
n�o caia no bolchevismo,

temos de lutar at� ao fim.

Cada um no lugar
para onde o destino o enviou.

E o meu lugar
� ao lado do meu marido.

� vit�ria?

� vit�ria.

Entre.

Salve Hitler.
Sra. Ministro do Reich.

O esposo.

- Incomodo?
- De maneira nenhuma.

Estava a despedir-me.

Fazem um casal muito bonito.
Tudo de bom para voc�s.

E para a crian�a.
A primeira.

Muito obrigado.

- Ela � simp�tica.
- Artur,

tenho de te mostrar uma coisa.

Talvez esteja enganada,
mas apalpa aqui a fontanela.

Est� realmente um pouco inchada.

A press�o sobre o c�rebro
� demasiado grande.

Isso significa
que ter� hidrocefalia?

Em todo o caso, temos de fazer algo,
antes que...

Antes que o qu�?

:: Ressincroniza��o ferneiva ::

Tradu��o e Legendagem
ANA VARELA
RTP - Produ��o