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O EX�RCITO SECRETO

S�rie 1 - Cap�tulo 12 - HINO � LIBERDADE
( Hymn to Freedom )

- Seu carro, Ministro.
- Mande embora.

- Voc� vai andar?
- Sim.

- Como o senhor desejar Ministro. Mas...
- Mas o que?

� a quinta vez consecutiva.
Isso � sensato?

Voc� tem medo do que?

Voc� pode ter problemas
se eles o reconhecerem.

- � t�o ruim assim?
- Vidkun Quisling � monitorado.

- Voc� me v� como um Quisling?
- Eu n�o quis comparar.

- Eu queria que voc� n�o me comparasse com ele.
- N�o.

Com o seu governo de apar�ncia.
O rei noruegu�s est� em Londres.

- Nosso Rei permanece em seu pa�s.
- Eu s� estava pensando no seu bem-estar.

Obrigado, Achille.
Mas eu prefiro. Andar.

Achille?

H� uma coisa que eu tenho lhe dizer.

Se isso acontecer comigo,
� algo que voc� deve saber

n�o � porque eu n�o confio
em nada disso.

Se eu puder fazer alguma coisa...
seguran�a seria uma honra.

Eu sei disso.
Mas voc� n�o pode fazer nada.

Eu disse muito e muito pouco.

Eu acho que voc� vai entender.
Espero.

Hino � liberdade

Voc� acha que ele vem, Major?

Paci�ncia, Schmidt.
Ele vem.

Major?

Pegue-o!

- Onde voc� vai, monsieur?
- Eu sou Flamengo.

Desculpe-me, Senhor.
O que voc� come com isso?

� para um amigo.
Em troca de cigarros.

Seus documentos, por favor.

Klaus Schoonheim?
Diretor T�cnico das ferrovias?

- Voc� n�o deveria estar trabalhando?
- Estou indo para casa sou do turno da manh�.

Pap�is de quem s�o estes?

- Quem � voc�?
- Eu trago algumas coisas.

- Voc� tinha que bater duas vezes.
- Esqueci. P�o, queijo e ma��s.

Esse era o combinado.
Voc� me assustou.

- Por que eu s� bati uma vez?
- Eu pensei que algo estava errado.

- Estaria aqui �s nove horas.
- Os planos mudaram.

- Estou fora amanh�?
- N�o, ainda n�o pode.

Quais s�o os arranjos?

Eu teria que esperar at�
quarta-feira, dez horas.

- O mesmo homem?
- Uma mulher.

- Nome?
- Isso eu n�o sei.

N�o, claro que n�o.
Eu tenho que confirmar.

Seus documentos falsos est�o em ordem.

Holand�s de Utrecht,
eletricista da Organiza��o Todt.

A caminho para Bordeaux via Paris.
Voc� se chama Dirk Hoornstra.

Poucos alem�es falam
Holand�s.

Eu sou novo nesta linha.
Eu preciso saber coisas sobre voc�.

- Eu j� disse tudo.
- N�o para mim, amigo.

Eu sou novo e preciso ter cuidado.

Nome, posto, onde voc� caiu.
como voc� veio parar aqui.

e quando foi a queda.

Oficial de v�o John Staples,
144393.

Eu fui abatido sobre Ostende
por um 109 a.

- Isso est� perigoso.
- Para n�s dois.

Por que o p�nico?

Era extremamente urgente,
peguei decodificado.

- Oh, meu Deus.
- Am�m.

- Ser� que chegaremos a Bruges a tempo?
- N�o vai ser f�cil, mas temos tempo.

Ainda temos feij�o branco.

- Feij�o Ensopado de novo?
- Boa id�ia.

- Bom para o est�mago e o moral.
- E ao caixa.

Amigos, amigos, neg�cios a parte
mesmo em tempos de guerra.

Vou ver amanh� quanto custa o Bacon.

N�o pode. � quarta-feira.

- N�o leva o dia todo.
- Desta vez, por�m sim.

Voc� estar� em Mons at� a tarde.
V� ao mercado antes.

- Eu n�o estou indo para Mons.
- Por que n�o?

- Eu vou pegar algu�m em Bruges.
- Na Rua Maximiliano?

- Estiveram l� no ano passado.
- N�o conseguiram encontrar nada.

Uma casa suspeita que n�o usamos mais.

Eles n�o voltaram l�.

Eles n�o deixam os ossos escavados.

Quando o c�o voltar, eles o pegam
e voc� tamb�m!

� apenas um homem.
Cinco minutos e estamos fora.

- Quem o levou l�?
- S� Yvette sabe.

- Ela aceitou isso?
- Sim.

Ela � muito descuidada.
O que h� de errado com ela?

- Voc� pega peixes com isso?
- Eu aprendi a passar fome.

E isso? O que � isso?

Tabletes de Purifica��o de �gua.

H� muito tempo.
Eles est�o muito melhor.

Isso � brilhante.

Voc� teria um len�o na cabe�a.

Um subproduto da tecnologia de guerra.
Eu gosto disso.

- Preciso dele.
- Por que?

Eu n�o estou fora ainda.

Se voc� for capturado pela Gestapo,
fuzilar�o voc�.

- Eu serei um prisioneiro.
- Nessas roupas? Com documentos falsos e mapa?

- Eles te levar�o como espi�o.
- Eles descobrem a verdade logo.

A Gestapo? Pode apostar.

Ent�o � melhor estar morto.

- Tire essas coisas.
- O que?

Quem � voc�?

Eu sou um oficial da Luftwaffe.

- Schmidt!
- Major?

Vai ficar ao lado desse homem.

Voc� gostaria de mudar
de identidade, Schmidt?

Troque de roupa com ele.

Permita-me...

Fique com o resto.

Obrigado, senhor.
Eu tinha quase desistido.

Descobrimos isso esta manh�.

Quinto dia.
E eu n�o recebi mais nada.

N�o houve tempo para os arranjos.

- N�o?
- Eu n�o fiz nada por duas horas.

Eu avisei mais de uma semana atr�s.

D�-me algumas horas.

- Amanh�? Mesmo hora, no mesmo lugar?
- Muito bem.

- Voc� acha voc� est� salvo?
- Quem pode dizer?

Isso est� t�o ruim
que voc� convence de imediato.

- N�o vai passar. Ser� interrogado e baleado.
- O que acontece com ele?

- Ele ser� interrogado e morto.
- � uma pena.

- M� sorte para voc�.
- N�o, para mim, para ele.

- O que isso importa?
- Muito. Porque eu vou matar voc� tamb�m.

- Voc� n�o tinha pensado nisso.
- Seu Ingl�s � terr�vel.

Ele n�o tem sotaques.
Ele viveu em Londres.

E agora...

Algumas perguntas.

- Eu te dei meu nome, posto...
- Eu quero mais detalhes.

Nome do seu oficial,
local de nascimento...

Qual escola voc� foi,
por que voc� se juntou a RAF...

Em suma,
o seu curriculum vitae.

Por favor, n�o tente nada. Garoto

� imprudente.

Voc� me surpreendeu.

Voc� deveria ter levado a Bruxelas.

Voc� n�o sabe o que est� falando.

Diga-me por que eu n�o deveria
estar preocupado.

Ele foi derrubado em Ostend
h� quatro dias.

Os alem�es o viram descer
com o seu p�ra-quedas.

- N�s temos que mudar.
- Nossa casa em Bruges � suspeito.

- Sua preocupa��o me machuca, Albert.
- Desculpe-me.

Voc� acha que eu me tornei
subitamente idiota?

- Eu n�o quero te machucar.
- Ent�o, n�o me fa�a perguntas.

D�-me um copo de vinho.

Foi um ataque em Dusseldorf
na noite anterior,

- Bombardeiros pesados.
- Lancaster.

No caminho alguns
foram derrubados.

Os alem�es procuravam os tripulantes.
Bloqueios, controles de trem...

- Voc� entendeu?
- Desculpe, eu deveria ter sabido.

Voc� est� certo. N�s n�o poder�amos
ter usado essa casa em Bruges.

N�o tivemos nenhuma escolha.

- E se eles mant�m vigil�ncia?
- O guia saberia. N�o mande Monique.

- E o guia � confi�vel?
- � Klaus Schoonheim.

- Lisa...
- Sr, Maurice.

Albert, eu preciso falar com Lisa.

Leve isso para o Sr. Maurice.

- Como est� Andr�es?
- Quase agrad�vel.

O que voc� quer?

Eu quero algu�m saia do pa�s.

- Alguma tripula��o?
- N�o, isso � excepcional.

Portanto, n�o menos perigoso.

Lisa, para que colocamos
nossas vidas em jogo?

Para dar um passo mais perto
do fim da guerra.

Cada piloto, navegador, artilheiro
que voa novamente,

� um passo em frente. Eu sei como
de repente dar muitos passos de uma s� vez.

- � algu�m t�o importante?
- Sim.

Se a sua inten��o for destruir-nos?

Ser� que o nosso sacrif�cio e daqueles...

que n�o poderemos ajudar mais,
justificaria este homem?

- Acho que sim.
- Ele deve ser muito importante.

- Londres acredita nisso.
- Voc� provavelmente tamb�m.

Hans Van Reijn.

- Imposs�vel.
- � verdade.

- Deve ser um mal-entendido.
- N�o, n�o realmente.

Imposs�vel. Ele � ministro do
governo fantoche, um nazista.

Ele nunca iria mudar de lado.

Eu falei com ele.
N�o � um equ�voco.

- E Londres ap�ia?
- Eu recebi instru��es esta manh�.

Ele absolutamente deve ser ajudado.
N�o v� por que?

Seria um grande golpe de propaganda.

Ele deveria ser morto.

Voc� percebe o que aconteceria ent�o?

Milhares de pessoas inocentes
teriam de pagar.

Se ele voluntariamente
se entregar aos aliados,

ele � um defensor da liberdade.

Se ele for morto,
voc� saber� o que ele �.

A linha n�o se destina
a ajudar colaboradores.

Ele segue com coragem
as suas convic��es.

- Um traidor.
- Ele se arrependeu.

- Tarde demais.
- Lisa, n�o seja tola.

Voc� n�o entende o qu�o importante
ele � para a nossa causa?

- Voc� est� certo. Sinto muito.
- E ent�o?

- Mas isso n�o � o suficiente.
- Por qu�?

Eu s� posso falar por mim.
Coloque para os outros

- Mas voc� n�o pode tentar convenc�-los?
- Sim, mas eles podem n�o se convencer.

Por que voc� n�o tenta?

Mas se eu falhar e ele morrer?

Mas voc� n�o conhece todos os guias?

Eles s�o pessoas comprometidas.
Alguns sofreram muito.

Eu n�o posso responder por eles.

- O que devemos fazer?
- Finja que ele � outra pessoa.

- Onde est� ele?
- Em casa, em Bruges.

Hoje eu n�o posso fazer nada.
Amanh� eu posso ajudar.

Obrigado, Achille.
Fique um pouco.

- J� estamos um bom tempo juntos.
- � uma honra.

Nossas id�ias
nem sempre nos fazem populares.

Muitos pensam como n�s.

Como voc� ficaria se eu for embora?

- Voc� est� indo para algum lugar?
- Puramente hipot�tico.

- Gostaria de ir para casa.
- Voc� � bem-vindo?

Talvez. Embora n�o completamente.

- O que mais?
- Os alem�es cuidar�o de mim.

- Nossos amigos, os alem�es.
- Por que voc� diz isso?

- Eu sou do norte, voc� � do sul.
- N�s dois somos belgas.

Eu achei que o futuro da Flandres
estava na Holanda, no norte do pa�s..

Eu sou um Flamengo. Na verdade
eu tenho hist�ria do meu lado.

Mas e voc�.
O que isso significa para voc�?

Atend�-lo � suficiente para mim,
excel�ncia.

Como l�der do
partido nacionalista flamengo

eu sou um defensor
do separatismo flamengo.

Como pode voc�, um franc�s,
me servir?

Se voc� precisar de algu�m
ou alguma coisa?

Voc� precisa de mais alguma coisa,
excel�ncia?

Ent�o eu vou me recolher.

Sinto muito. Voc� n�o pode
servir a dois senhores.

Ou, voc� odiar� um e amar� o outro,

ou voc� apoiar� a um
e desprezar� o outro.

Boa noite, Sr. Ministro.

- Estou fazendo isso porque acredito em voc�.
- Eu sei como voc� se sente.

� mesmo?

N�o me importo.
Ele deve ir para Londres.

Vou lev�-lo.
Monique cuida do caf�.

- Qual � o plano?
- N�s vamos busc�-lo amanh�.

- Em Bruges.
- Oficial-de-v�o Staples?

Alias Hoornstra,
eletricista holand�s.

Ele troca de lugar
com o novo passageiro.

N�o poderemos mandar o Ministro
muito r�pidamente.

- Por que isso?
- A sua aus�ncia ser� sentida.

Precisaremos mudar a sua apar�ncia.

Ele n�o deve permanecer
na Rua Maximiliano.

- Por que?
- A casa � suspeita.

- Ele deve vir para Bruxelas.
- Staples n�o deve ficar l�.

Ambos devem ser escondidos antes que ele
avise que o seu amigo est� desaparecido.

- Ainda n�o est� aqui?
- N�o em Candide.

Perto da minha tia tem um moinho
onde brinquei quando era crian�a.

- Ser� que ainda � usado?
- �s vezes, h� um pescador.

- Eles n�o seriam perturbados l�.
- Tudo bem. Eu digo a Monique que o plano mudou.

Diga-me onde ela vai lev�-lo,
e voc� pega Van Reijn.

- Ningu�m pode saber.
- Ele ser� visto pela �ltima vez em Bruges.

Conte-nos sobre o sistema de alerta.

Foi positivo ou negativo?

Voc� tinha que mostrar alguma a��o

ou n�o?

Schoonheim, temos seu passageiro.
John Staples.

Sua esposa e quatro filhos
esperando por ele em Peterborough.

- Voc� vai fazer o imposs�vel?
- Ele � um prisioneiro de guerra.

- Ele � um espi�o.
- Ele caiu.

Ele est� vestido como um cidad�o belga,

ele n�o tem uniforme militar.

Ele tinha placas de identifica��o.

N�o quando ele deixou a rua Maximiliano.

Voc� trouxe documentos falsos.

- N�o eram para ele.
- Vamos dizer que � muito ing�nuo.

1,83 m de altura, 76 quilos,
cabelos loiros, olhos azuis...

Estranha coincid�ncia,
se foram destinados a outra pessoa.

Seu destino est� em suas m�os.

Se sua pequena fam�lia voltar� a v�-lo,
depende de voc�.

N�o posso dizer nada para salv�-lo ou a ele.

Palavras corajosas, mas est� queimado.
S� espera a morte.

- Todos n�s.
- Exatamente. Em todas as suas formas.

Voc� j� se perguntou
qual a forma que espera por voc�?

O interrogat�rio n�o resultou em nada.
Vou lev�-lo para a Gestapo.

Os civis est�o sob minha jurisdi��o.

- A que horas ele vem buscar amanh�?
- �s 10h, de acordo com Staples.

Espero que existem controles negativos.

- Como entrar em contato?
- Schmidt chama.

Se ele puder. Arriscado, certo?

- Alternativa?
- Espionagem.

- Eles notam imediatamente.
- O fator sorte � importante.

Tivemos sorte que Schmidt
se parecia com Staples.

Tivemos que abandonar essa chance?

Sim, Achille,
eu pretendo andar novamente.

- Tem alguma coisa errada, excel�ncia?
- Por qu�?

- Eu acho que � incomum.
- � a �ltima vez.

Como desejar.

- Adeus, Achille.
- Tenha um bom dia, senhor.

Temos de nos apressar.

Posso ver seus pap�is?

- N�o � nenhuma maneira semelhante.
- Ele engana os alem�es. Vamos!

- Para onde estamos indo?
- N�o mais a Bergen.

Eu n�o sei. Circunst�ncias.
Quem sabe? N�o importa.

N�o se preocupe.
Voc� vai para casa.

Havia dito anteriormente.
Ai de voc� se der errado.

Meu carro. Em cinco minutos.

N�o, Lisa.
N�o me empurre para baixo.

Lembra dos tempos mais felizes?

- Como voc� sabia que eu estava aqui?
- Eu sei o que voc� est� fazendo.

Voc� deveria ter me contado.
Eu teria ajudado.

Tio Gaston n�o queria
que voc� absolutamente se envolvesse.

Se ele n�o tivesse se envolvido
ele ainda estava vivo.

Ele fez o que ele achava
que tinha de fazer.

Desculpe, eu n�o deveria dizer isso.

Ele pensou em voc�, em mim,
em todos n�s.

- Em todos, exceto em si mesmo.
- �.

- Voc� n�o tem boa opini�o de mim.
- Isso n�o � verdade.

N�o? Voc� nega que a minha atitude
foi embara�oso para voc�? E para Gaston?

N�o poderia ser sempre honesto.

- Eu lhe trouxe vergonha.
- N�o.

- Voc� sabe o que � ter medo?
- Este n�o � o momento tia.

Voc� sabe?

Claro. Tenho estado muitas vezes
com medo.

- Mas isso n�o fez diferen�a?
- Fez-me mais determinada.

Porque voc� est� com medo de si mesma.

Eu n�o quero que voc� reduza.

� mais f�cil ter medo para si mesmo
do que para os outros.

Cada vez que voc� fica ausente,
fico com medo.

Quando o telefone toca durante o dia,
eu espero o pior.

Cada pessoa que bate na porta,
eu acho que � a Gestapo.

A Gestapo levou meu marido.
Ele nunca mais foi visto.

Acho que � muito dif�cil ser corajosa
nessas condi��es.

Agora que eles levaram Gaston,
eu s� tenho voc�.

Talvez eu arrume coragem.

- Vai ocultar algu�m aqui?
- Sim, duas pessoas.

Um deles � muito importante.
Os alem�es n�o podem encontr�-lo.

- Ent�o vamos nos certificar de que n�o o encontrem.
- Eu n�o quero envolv�-la.

Eu estou envolvida,
porque eu n�o quero isso.

E eu sou grata a voc�.

- Por que ele n�o voltar�?
- Venha.

Sua m�sica n�o est�,
ele levou.

E porque eu vim de Bruxelas?

Ele se comportava de forma estranha.

Ele n�o pegou o carro para o escrit�rio.
Acho que ele encontrou algu�m.

- Voc� n�o sabe com certeza?
- N�o, senhor.

- Ele disse por que ele queria andar?
- Ele queria se exercitar.

Ele falava de algo
que poderia acontecer com ele.

Ele achou melhor n�o dizer o que era.

Hoje manh�, ele se despediu.
Como se fosse para sempre.

- Ser� que ele levou alguma coisa com ele?
- N�o que eu possa ver.

- N�o � muito convincente.
- Achei que voc� deveria saber.

Se voc� estava preocupado,
tinha que ter relatado mais cedo.

- Ele n�o est� em seu escrit�rio?
- N�o, quando eu liguei antes.

Seu chefe conhece pessoas do alto escal�o.

Se algo acontecer a ele,
voc� vai se arrepender do dia que nasceu.

Bem-vindo a Bruxelas, Sr. Hamilton.

- Voc� n�o foi seguida?
- N�o.

- Bom. Ent�o voc� pode ir.
- Por que? Por que n�o...

N�o fa�a perguntas. Sinto muito,
mas tem que ser assim.

Voc� ficar alguns dias em Bruxelas.

Por favor, tire seus sapatos.
E n�o olhe para fora pela janela.

Aqui tem um pouco de comida e
um balde.

- Eu vou esvazi�-lo todas as noites.
- Eu mesmo posso fazer isso.

N�o, voc� n�o deve sair do quarto.

H� livros e
palavras cruzadas.

Em franc�s, eu acho.
H� tamb�m um l�pis.

N�o se preocupe se ouvir algo l� embaixo.

H� um homem.
� melhor que ele n�o o veja.

N�o posso dizer mais.
Estarei de volta em breve.

Central, eu aguardo uma chamada urgente
do Sargento Schmidt.

Desconecte todas as outras chamadas.

Madame...

Eu trouxe uma coisa para voc�.
Meu marido gosta.

Estes s�o os �ltimos.
Eu ficaria feliz em dar-lhes.

- Mas, se o seu marido...
- Ele queria um ingl�s tivesse.

- Van Reijn.
- � verdade.

Esta manh� ele estava
na esta��o de Bruges.

Ele pode estar
em qualquer lugar na Europa.

Ele n�o tomou um trem.
Foi pego por algu�m que n�o sabemos.

- E Berlin sabe disso?
- Claro que n�o. Deve ser segredo.

Diga-me... Qual a pior coisa
que poderia ter acontecido?

- Que ele foi executado.
- Certo.

N�o, isso n�o poderia ser.

Como se manda um homem
para fora do pa�s?

- As linhas de fuga?
- Exatamente o que eu penso.

Voc� estar� seguro aqui por alguns dias.
Amanh� vem algu�m.

- Bem, foi bom?
- Isso n�o � verdade!

- Estamos fechados at� cinco horas.
- Eu vou ser rica...

Est� bem, eu estou indo!

- Madame Colbert.
- Lisa est� aqui?

- Sim.
- A tia Louise.

O que foi? Algo errado?

Sim, perto da Rua Erasmus.

Em dez minutos estaremos com voc�.

Batemos na linha.

Temos not�cias de Schmidt.

Segundo ele, algu�m est� vindo,

um homem importante.
Como voc� procederia?

Voc� tem que sair daqui.
Imediatamente

Eu estaria seguro aqui,
disse ele.

Alguma coisa aconteceu.

- Mas eu estou cansado...
- Apresse-se, caso contr�rio, os alem�es!

Espere por mim l� fora, eu j� vou.

- Mas eu tenho...
- V�. Agora.

Sua identidade, Sr. Staples.

- Eu j� mostrei, para aquela garota.
- Por favor?

- Ela est� certa. N�o � muito semelhante.
- Foi o que eu disse a ela.

- Acho que voc� � um alem�o.
- Isso � um absurdo.

- Klaus Schoonheim tamb�m acredita.
- Como ele pode pensar assim?

- Quem � Klaus Schoonheim?
- O homem que me deu isso.

Nunca tornamos nossa identidade
conhecida.

Sr. Van Reijn?

Sou Sturmbannf�hrer Kessler
da pol�cia secreta do estado.

- Por que voc� me trouxe aqui?
- Admiro a sua m�sica.

Hino � liberdade.
Liberdade de que, senhor?

Com que direito voc� me interroga?

O Direito Internacional.

O ocupante determina
como os belgas devem se comportar.

Se ajudar o inimigo
pode ter a pena de morte.

Aparentemente,
voc� violou essas regras.

- Voc� n�o est� acima da lei.
- Voc� n�o pode me for�ar a responder.

Voc� quer deixar o pa�s
e se juntar ao governo no ex�lio.

Voc� n�o confirma isso, � claro.

O meu pa�s � independente
h� pelo menos um s�culo.

N�o temos nem uma hist�ria
comum nem uma linguagem.

Na minha ingenuidade eu estava procurando
por um caminho diferente.

O caminho do F�hrer
� o nacional-socialismo.

Na luta contra o comunismo.

- Voc� soa amargo.
- A escravid�o � igual em toda parte.

� a liberdade dos anglo-americanos?

Mais prov�vel do que Hitler ou Stalin.

- Voc� sempre pensou assim.
- N�o, s� agora.

- Como foi?
- S� por observa��o.

E percebendo que eu sou mortal.

Todos n�s nascemos para
morrer. � urgente para voc�?

Eu n�o viverei por muito tempo.
Cerca de um m�s ou seis.

Eu quero compensar isso,
enquanto ainda posso.

- Sinto muito.
- Somos todos mortais.

- O que vai acontecer comigo?
- O que voc� gostaria?

- Ser executado.
- Por qual motivo?

Pelo pior crime.
Ingenuidade pol�tica.

Eu n�o acho que voc� possa entender.

Voc� n�o vai ser executado
ou qualquer outra coisa.

- Voc� disse que o castigo...
- Pode ser a morte.

Para n�s voc� vale mais vivo.
Voc� ganha tr�gua de seis meses.

Voc� morre como um bom
Nacional-Socialista.

- Onde eu publico meu desperd�cio.
- Voc� n�o vai encontrar uma editora.

Eu me recuso a ir
�s reuni�es de gabinete.

Ele anuncia que voc� est� doente,
como voc� est�, afinal de contas.

Voc� se acusa de ingenuidade pol�tica

porque voc� pensou que o nacional-socialismo
poderia ajudar o seu pa�s.

� ing�nuo pensar que voc� pode
simplesmente passar por cima

e dizer que sinto muito.
Voc� n�o vai morrer como um m�rtir.

N�o, meu amigo, voc� teria que montar
nas costas de um tigre.

Voc� n�o pode simplesmente desmontar.

- Sua vit�ria � de curta dura��o.
- Eu n�o penso assim.

E agora deixe-me lev�-lo para casa.

Adeus, Senhor Ministro.

Sinto muito por Schmidt.

Ele poderia ter-nos levado a eles,
poucos minutos antes.

Voc� tem um deles.

Schoonheim. Um mensageiro.
Ele n�o nos ajuda muito. Peixe pequeno.

N�o se preocupe com os peixes pequenos.
Hoje pegamos um peixe gigante.

- Seu carro est� aqui, Ministro.
- Obrigado, Achille.

- Achille...
- Sim?

Eu estava errado.
Voc� tem apenas um mestre.

- Ministro?
- Sim?

Doravante eu andarei com voc�.
Eu vou ficar com voc� dia e noite.

- FIM -
S�rie 1 - Cap�tulo 12
HINO � LIBERDADE ( Hymn to Freedom )

Iwanaga, S�vio