All language subtitles for Vietnam in HD E04of6 An Endless War (1968-1969)

UMA GUERRA SEM FIM
1968 a 1969

Abril de 1968
2 Meses ap�s a Ofensiva do Tet

2 meses ap�s os NVA e os VC acabarem
com o sonho americano de uma vit�ria r�pida

a guerra do Vietn� esta
cada vez menos popular

- centenas de jovens ao redor do pa�s
est�o queimando seus certificados militares

- como uma forma de
resist�ncia ao alistamento

- Vai queimar seu certificado militar?
- Eu n�o quero morrer, vou para o ex�rcito,

- mas n�o vou para o vietn� morrer por um
motivo que nem o Presidente sabe dizer qual �

a medida que a presen�a
das for�as armadas aumenta

os alistamentos volunt�rios n�o s�o suficientes,
for�ando o ex�rcito a depender cada vez mais

dos recrutamentos
para aumentar as tropas

Abril de 1968
48.000 homens s�o recrutados
4 vezes a mais que Abril de 1967

Tigerland
Forte Polk, Louisiana

eles chamavam este lugar de
" lar dos soldados da Infantaria "

era um " lar termpor�rio"

em alguns meses, todos
n�s iriamos para o Vietn�

o recruta Arthur Wiknik de 19 anos
treinava em Forte Polk, Louisiana

para milhares de recrutas, aquele
complexo de mais de 80.000 equitares

era a �ltima parada
antes do vietn�

um m�s antes eu nem imagina entrar para o
ex�rcito, eu tinha acabado de comprar um carro

um Camaro 68 e tinha conseguido
um emprego num bom fabricante de avi�es

estava ganhando muito dinheiro
e ai recebi a convoca��o

foi como um balde de �gua fria,
porque eu tinha uma vida confort�vel

tinha tudo que eu sempre quis e
iria perder tudo isso, mas eu tinha que ir,

todos meus amigos
foram convocados

n�o importa o quanto esse lugar � ruim,
prefiro ficar aqui do que no Vietn�

ent�o, quando meu comandante disse
que iria me mandar para uma escola de oficiais

para me tornar l�der
de pelot�o eu quase recusei

at� que ele disse que eu poderia
ficar no pa�s mais 6 meses e assim eu topei

eu n�o queria ir para o Vietn�, ent�o pensei
que em 6 meses talvez a guerra acabasse

e o nosso envolvimento seria t�o
pouco que n�o levariam mais ningu�m

infelizmente quando eu fui para esta escola,
a guerra n�o estava nem na metade

na verdade, a guerra em que Arthur Wiknik
est� prestes a entrar continua crescendo

apesar da derrota militar sofrida pelos NVA's e
os VC's eles tiveram uma vantagem psicol�gica

eles agora lan�am uma s�rie de ataques pequenos
para enfraquecer ainda mais a confian�a americana

1 de Abril de 1968
21.119 Americanos foram mortos no Vietn�
60% dos americanos n�o apoiam a guerra

Cessar Fogo Agora

para uma na��o j� atormentada, os chocantes
eventos dos pr�ximos 5 meses ser�o piores

Paz Agora

4 de Abril de 1968
O l�der do Movimento de Direitos Civ�s
Martin Luther King Jr � assassinado,
causando intensas revoltas

31 de Maio de 1968
No M�s mais mortal de toda a Guerra
do Vietn� 2.169 Americanos foram mortos

5 de Junho de 1968
O Senador Robert F. Kennedy � baleado
fatalmente ap�s vencer as elei��es
de 1� Turno na California

- O Senador Kennedy foi baleado?
- Como isso pode acontecer?

28 de Agosto de 1968
A Pol�cia de Chicago e a Guarda Nacional
confrontam manifestantes na
Conven��o Democr�tica

Fora Vietn�

Janeiro de 1969
em meio a esse cen�rio de
guerra e revolta nacional

O Republicano Richard Nixon
� eleito Presidente

sobre a promessa de restaurar
a ordem no pa�s e alcan�ar a paz no Vietn�

- A maior honra que a hist�ria pode
conceder � o t�tulo de Pacificador

- Essa honra agora ascena para a Am�rica...
mas enquanto Nixon fazia o juramento de Posse

537.000 tropas americanas estavam no Vietn�,
300 eram mortas ou feridas por semana

e apesar da substitui��o do General William
Westmoreland pelo General Creighton Abrams

como Comandante Geral 6 meses antes,
a situa��o militar continuava a mesma

Um r�tmo tedioso de Busca e destrui��o
no qual as for�as terrestres americanas

passavam semanas ca�ando um inimigo
esquivo em um territ�rio implac�vel

e depois contavam
o n�mero de corpos

para os soldados que
chegavam em 1969

o Vietn� era a mesma guerra com
o mesmo numero de mortos de 4 anos antes

1 de Maio de 1969
O N�mero de Tropas Americanas chegam a
marca de 543.482, metade de toda a tropa
enfrenta fogo inimigo

Praia Eagle, Vietn�
17 de Maio de 1969

para ajudar a aliviar a tens�o dos soldados
em a��o cont�nua, o ex�rcito americano

cria locais de distra��o e descanso ou RIR,
apesar de j� existirem em guerras anteriores

� a primeira vez que est�o localizados
dentro da zona de guerra ativa

se isso � o Vietn�, ent�o
essa � a minha guerra

temos at� meninas de biquinis

um m�s ap�s chegar ao Vietn�,
a Companhia do Sargento Arthur Wiknik

da 101� Divis�o de Paraquedistas
� enviada para um descanso de 3 dias

� tudo maravilhoso, mas ao
mesmo tempo me sinto culpado

a maioria destes caras tem lutado
com os Vietcongs a meses

e merecem uma chance de
parar para dar uma relaxada

mas eu n�o

e quando comecei a me divertir, nos
transferiram para o acampamento Evans

e tinha algo acontecendo por l�,
mas n�o sab�amos o que era

ent�o nos reunimos e o Capit�o disse
que...alguns companheiros estavam em

perigo no Vale A Shau e que iriamos ajud�-los,
eu nunca tinha ouvido falar daquele Vale,

mas alguns caras sabiam e disseram:
- Oh Meu Deus, o Vale A Shau!!!

- os caminh�es dos Norte Vietnamitas
passam por l�, o que est� acontecendo?

Vale A Shau

Wiknik n�o sabia, mas estava
prestes a entrar em uma das regi�es

mais Mortalmente
disputadas do Vietn� do Sul

localizada pr�xima a fronteira do Laos,
o Vale A Shau e suas selvas eram a �rea

mais valiosas para os Norte Vietnamitas,
e servia como uma passagem para soldados

e suprimentos que
chegavam pela trilha Ho Chi Minh

uma semana antes, um Batalh�o de 400
soldados americanos descobriram cerca de

1.500 Norte Vietnamitas na Colina 937
a poucos metros da fronteira

desde ent�o vinham travando um intenso
combate e precisavam desesperadamente

de refor�os para
tomarem a Colina

Acampamento Evans
75km a Leste da Colina 937

os Sargentos come�aram a
nos dar toneladas de muni��o

nos disseram para dobrarmos tudo e em vez
de levarmos 200 balas de M16, levamos 400

em vez de 50 balas de M60, levamos 100

- Meu Deus, deve estar
acontecendo algo ru�m

eu tentei me acalmar, mas nunca tinha
participado de um grande combate

al�m do treinamento, eu mal
tinha disparado meu Rifle

eu n�o sei o que vou fazer, al�m de seguir
meus instintos, vou rezar para ficar bem

A Caminho da Colina 937
Vale A Shau - 18 de maio de 1969

- estamos nos aproximando da �rea

de cima, tudo parecia
estranhamente tranquilo

me lembrava um pouco o estado de
Vermont, mas eu n�o me iludi

o Vietn� n�o tinha nada
a ver com o Vermont

O Sargento Arthur Wiknik e sua Companhia
est�o a caminho da Colina 937

para refor�ar as tropas que tentam
expulsar os NVA's a uma semana

A Colina � localizada pr�xima de um dos
muitos caminhos inimigos para o Sul

as for�as americanas
tentam cortar essa conex�o

quando eu olhava no rosto dos outros,
todos estavam olhando para frente

e eu n�o fiz diferente, conseguia ver
um cume marrom distante e ele ficava

bem no meio de todo aquele verde,
e eu pensei que era para l� que iriamos

saltamos o mais r�pido poss�vel e fomos
na dire��o de um pequeno centro de comando

eu mal podia acreditar no que via,
um monte de soldados sujos e barbudos

caixas de muni��es e
ra��es vazias no ch�o

at� o ar cheirava
a dejetos humanos

estava pegando minhas coisas quando
um cara apontou para mim e disse:

- Ei Sargento, tire essas listras de sua farda !!!
e eu disse: - como assim, eu ganhei elas !!!

e ele disse: - � melhor tirar, o inimigo est� atirando
nos l�deres primeiro e voc� vai ser um alvo l� fora

enquanto ele me explicava,
outro cara veio e disse:

- Qual � Jim, deixe os caras em paz,
eles ainda n�o sabem como as coisas s�o !!!

eles estavam ali desde o
in�cio da batalha 8 dias antes

e eu come�ei a lembrar que estava na praia,
tomando cerveja, equanto aqueles coitados

lutavam por ali...eu fiquei p�ssimo, eu
queria ir embora pois eu sentia que

n�o merecia estar
na presen�a deles

enquanto nos acomod�vamos, eu ouvia
vozes Vietnamitas ecoando do topo da colina

ningu�m sabiam o que diziam,
mas a mensagem era clara

queriam que soubessemos
que estavam l�, esperando por n�s

760 metros acima
da trilha de Ho Chi Minh

enquanto Wiknik e sua Companhia se
preparavam para o ataque a colina 937

24km a Oeste, pilotos americanos tentam
conter os avan�os inimigos para o Sul

indo direto a raiz do problema,
a trilha Ho Chi Minh

apesar das pol�ticas diplom�ticas proibirem
as tropas terrestres americanas de entrarem

no Laos e Cambodia,
onde ficam a maior parte da trilha

as a�ronaves americanas n�o
eram proibidas de bombardear

- acertamos o alvo

Durante a Guerra do Vietn�, 2.4 Milh�es
de Toneladas de Bombas foram jogadas
na Trilha de Ho Chi Minh

Quase o dobro da quantidade de bombas
jogadas pelas for�as a�reas americanas em
toda a Alemanha durante a 2� Guerra Mundial

apesar dos
bombardeios implac�veis

era imposs�vel impedir a movimenta��o
inimiga na trilha de Ho Chi Minh

com mais de 9.600km de caminhos, os
NVA's simplismente mudavam a rota

evitando as �reas danificada, enquanto
100.000 trabalhadores NVA's trabalhavam

sem parar, fazendo
reparos nas trilhas

o resultado foi que as for�as inimigas
transportavam mais de 10.000 toneladas

de suprimentos todo m�s, for�ando
as tropas americanas a tentar imped�-los

numa paisagem inabit�vel
de Colinas e Selvas infinitas

Colina 400
140km ao Norte da Colina 937

com as chuvas de mon��o e a umidade
insuport�vel todos estavam sempre molhados

como se n�o fosse ruim o
bastante perder homens para os NVA's

come�amos a perd�-los
para doen�as tropicais

mas depois de 3 dias presos ali, um
pouco de chuva era o menor dos problemas

O Tenente Fuzileiro Karl Marlantes de 23 anos
est� na Colina 400, 140km ao Norte de Arthur Wiknik

3 dias antes, ele e sua companhia de
170 Fuzileiros tantaram deter o que

achavam ser um grupo de 100 NVA's
em dire��o ao Sul pela trilha Ho Chi Minh

em vez disso, encontraram o Regimento
inimigo inteiro, com mais de 2.500 soldados

- est�o vindo, corre, corre !!
- eles est�o chegando, corram !!

aqui no meio de toda desgra�a � dif�cil acreditar
que eu estava em Oxford um ano e meio antes

umas 5 ou 6 semanas depois
come�ei a me sentir culpado

porque eu estava l� bebendo cerveja
e namorando e me divertindo muito

enquanto meus amigos
estavam lutando no Vietn�

e chegou um ponto em que...eu disse
que n�o podia mais ficar sentado

me escondendo atr�s de todo aquele
privil�gio, e n�o queria mais fazer aquilo

um dia de manh� eu acordei e disse:
- Eu vou, eu vou para o Vietn� !!

agora estava preso naquele inferno,
tinha outra Companhia a poucos quil�metros

mas est�vamos
cercados pelo inimigo

e eles atiravam
morteiros o tempo todo

ficamos sem �gua, apesar de ser �poca
de chuvas, ent�o tentavamos encher

nossos ponchos com a n�voa e
lamber... isso era desesperador

e tinhamos pouca muni��o de metralhadora
sobrando, mas dividimos tudo igualmente

e...lembro de olhar para o ch�o de terra
e pensar, como era incr�vel poder ver a terra...

e ficar pensando
que eu iria morrer al�

Colina 400
- pela primeira vez depois de
v�rios dias vemos o c�u aberto

- Os helicopteros v�o chegar
logo a zona de pouso

os r�dios voltaram a funcionar,
berrando aquilo que todos queriam ouvir

os Helicopteros estavam a caminho
- Beleza !!!

O Tenente Fuzileiro Karl Marlantes est� preso no
topo da Colina 400 pr�ximo a fronteira do laos

ap�s sofrer enormes baixas durante o
combate contra for�as Norte Vietnamitas

ele e sua Companhia de 170 homens passaram
os �ltimos 3 dias sem comida ou suprimento

assim que levaram os feridos, dezenas de
refor�os come�aram a descarregar caixas

de muni��o e comida, e eu...nunca vi os
caras t�o felizes com uma refei��o t�o ruim

quando terminei de comer, fui at�
o Capit�o para saber as novas ordens

e quando ele come�ou a falar,
meu corpo inteiro se arrepiou

ele disse que a maioria dos inimigos saiu,
mas uns 100 ainda estavam escondidos

na colina seguinte, a 484

e ele disse que era trabalho da nossa
Companhia det�-los desde o in�cio

nos tinhamos que
tomar a Colina 484 agora

n�o dava para acreditar, n�s
ficamos ali 3 dias sem suprimentos

- e eles queriam que
continuassemos o ataque?

mas a decis�o j� foi tomada
e ir�amos atacar ao amanhecer

enquanto nos posicionavamos,
muita coisa passava pela minha cabe�a

- Como tomar aquela Colina?

- se fizermos isso, era uma boa id�ia...
mas se fizermos desse jeito?

- bom, funciona, mas
pode acontecer isso !!

voc� tenta o m�ximo poss�vel
pensar em uma solu��o

e percebe que n�o existe solu��o
sem que vidas sejam sacrificadas

eu me lembro do contorno escuro da colina
acima de n�s naquela escurid�o

e voc� pensa, tem gente l� em cima que
n�o conhe�o e eles n�o me conhecem

e em pouco tempo n�s vamos
matar uns aos outros

� ai que voc� balan�a a cabe�a e pensa:
- eu vou fazer isso, n�o vou desistir!!

e quer subir a colina, mas ao mesmo tempo
se pergunta: - Porque vou subir esta Colina?

mas eu j� sabia a resposta, porque eu sou
um Fuzileiro e n�o abandonamos uns aos outros

Colina 937
Vale A Shau - 20 de Maio de 1969

O sol j� estava nascendo no horizonte,
os homens sussurravam uns aos outros

por um momento, tudo
estava estranhamente pac�fico

O Sargento Arthur Wiknik est� na
base da Colina 937 no Vale A Shau

ele e sua companhia se juntaram ao Batalh�o que
vem tentando tomar a Colina nos �ltimos 10 dias

hoje, eles come�am o seu 10� e
com muita sorte, seu �ltimo ataque

7:30 da Manh�

chegou uma nova ordem,
Colocar as Baionetas

matariamos todos que vissemos

e se ficassemos se muni��o,
os matariamos com nossas facas

8:00 da Manh�
- Estamos sobrevoando a �rea

as 8 da manh� os pilotos americanos iniciam
um bombardeio de meia hora na Colina 937

8:30 da manh�
as 8:30, todas as bases americanas ao
alcance iniciam 90 minutos de fogo inicial intenso

10:00 da Manh�
as 10 da Manh� a artilharia cessa
e come�a o ataque terrestre

voc� pensa que vai subir de forma organizada,
mas n�o � assim, � um caos, muitos tiros

gente correndo e tentando se
proteger do que acontece em volta

- eles est�o ali !!!

apesar de todo aquele barulho eu
ouvia as balas passando, era uma loucura

eu ouvia acertar o ch�o bem a minha frente
e n�o entendia como estavam mirando em mim

ent�o eu percebi,
eu n�o tinha retirado minhas listras

eles tentavam me matar porque
eu era o l�der e n�o tinha uma faca

nem nada para arrancar aquelas
listras da farda, eu estava ocupado

tentando n�o morrer, levantei e
come�ei a atirar na dire��o dos disparos

coloquei mais um carregador, atirei
novamente e na 3� vez que eu fiz isso

alguma coisa me deixou cego

eu tentei proteger meus olhos,
fui atingido no peito e jogado para tr�s

por um segundo eu s� pensei: - acabou,
vou morrer em uma colina no meio do nada

a dor come�ou a ficar mais intensa,
um soldado inimigo atirou em mim

primeiro acertou o ch�o a minha frente
atirando terra em meus olhos e quando

levantei o segundo tiro n�o penetrou em
meu corpo, mas teve for�a para me derrubar

n�o dava para ser sortudo assim dua vezes,
gritei para meus homens: - Sigam-me !!

e come�ei a correr e enquanto corria
as balas passavam e pulavam em meus p�s

come�ei a subir
a colina correndo

pulando bunkers abandonados, sem
prestar aten��o no que acontecia em volta

eu s� pensava: - Vou sobreviver,
tenho que chegar ao topo desta Colina !!!

- se escondam!!
- entrem nos buracos!!

Colina 484
- estavam todos no ch�o comendo terra,

se n�o achassemos um jeito de destruir
aqueles Bunkers todos n�s iriamos morrer

O Tenente Fuzileiro Karl Marlantes
est� na Colina 484

horas antes com sua equipe iniciaram um ataque
contra cerca de 100 NVA's escondidos por l�

- Temos uma for�a de 100 inimigos
vindo sobre nossa posi��o

eu gritei para um dos meus atiradores:
- Pegue aquela metralhadora do Bunker

ali encima e os mantenham ocupados,
e ele deitou com a metralhadora e come�ou

a atirar e eles atiravam devolta nele
...ele estava jorrando sangue pois foi

atingido na perna e dava para ver o sangue
escorrendo da perna enquanto o cora��o batia

e mesmo assim ele
n�o parava de atirar

mas ele derrubou a metralhadora e pensei:
- � agora!! e come�ei a subir a Colina

pensei que estava sozinho

mas pelo canto dos olhos vi
meus homens bem atr�s de mim

e quando chegamos ao
Bunker todos abriram fogo

estavam logo atr�s de mim e alcan�amos
os Bunkers, eu corria jogando granadas

neles e todos vieram junto comigo
e assim tomamos aquela Colina

Um ataque frontal contra uma posi��o
fortificada � a miss�o mais dif�cil que um
soldado pode receber

Estatisticamente a Unidade Militar de
Ataque fica em uma posi��o de desvantagem
de 3 homens para 1

4 homens do meu pelot�o
morreram tomando a Colina 484

e todos eles eram meus amigos

para ser um l�der, voc� tem que mandar
as pessoas fazerem coisas para morrer

� muito dif�cil

e s�o sempre os melhores homens,
e voc� sabe que vai ser dif�cil

e coloca os seus melhores para garantir
que o trabalho seja feito e ai eles morrem

� sempre a pior parte

eu carrego tudo isso comigo

Primavera de 1969
As mortes americanas
no Vietn� chegam a 35.000
60% tem at� 21 anos de idade

Colina 937
Vale A Shau - 20 de Maio de 1969

eu estava abaixado, esperando a pr�xima
rajada de tiros, mas tudo estava calmo

s� ouvia disparos de Rifles
e algumas granadas ao longe

ent�o vi algu�m subindo e me
mostrou uma bandeira branca

e percebi que eram meus
companheiros chegando

em 20 de Maio de 1969
ap�s 10 dias de combates brutais

os soldados americanos
tomaram a Colina 937

o custo para os Estados Unidos
� de 70 soldados mortos e 372 feridos

o custo para o inimigo
� maior que 600 mortos

apesar dos americanos ganharem a
colina e a batalha em n�mero de mortos

a maioria dos 1.500 Norte Vietnamitas
vistos na colina 937 fugiram para o Laos

fiquei t�o feliz que nem sabia o
que dizer, n�o acredito que sobrevivi

n�s conseguimos arrancar
esses idiotas da colina

quando fui descansar um pouco,
dois soldados vieram me dizer:

- Ei, v�o dar um nome para a Colina!!
e eu disse: - S�rio, qual �?

e eles disseram:
- V�o chamar de Colina do Hamburguer!!

- nossa porque chamariam assim?
porque foi um moedor de carne humana

por isso deram o nome, tem at� uma
placa naquele tronco e quando fui olhar

estava pregada no tronco de
uma �rvore com uma Baioneta

e na placa e vi algumas letras pequenas em
um peda�inho de papel pregado embaixo

e estava escrito "Valeu a pena?", por um
momento eu olhei as �rvores derrubadas

e o vazio das crateras da bombas,
o lamento dos feridos encheu meus ouvidos

e o cheiro de explosivos
queimava meu nariz

e eu fiquei l� pensando: - Valeu a pena?
- a Colina do Hamburguer valeu a pena?

- Meu Deus, eu espero que sim!!

Colina do Hamburguer
5 de Junho de 1969

- a batalha da colina do hamburguer
proxima a fronteira com Laos acabou

- uma d�zia de atiradores
Norte Vietnamitas foram mortos

nem deu para saborear a vit�ria,
logo nos tiraram daquela maldita colina

em 5 de Junho de 1969, 16 dias ap�s a
her�ica tomada da Colina do Hamburguer

as tropas americanas a abandonam

3 semanas depois, os soldados
Norte Vietnamitas retomam a colina sem lutar

a Colina foi s� uma demonstra��o
do que acontecia em todo o Vietn�

pelo n�vel t�tico, era f�cil saber
qual era o nosso trabalho

num n�vel mais complexo,
n�o tinha um objetivo

se pensar na 2� Guerra,
em que meus pais e tios lutaram

e estando no Pac�fico e tomando uma ilha,
voc� pega essa ilha e se aproxima de T�quio

e consegue ver seu progresso
e percebe que est� ganhando

ou voc� desembarca na Normandia
e vai para Paris, atravessa o rio Reno

porque voc� tem um objetivo, mais a Guerra
do Vietn� foi a �nica que isso n�o estava claro

- como vamos saber se ganhamos?
"Life, os rostos dos americanos
mortos no Vietn� em uma semana"

no dia 27 de Junho, em uma
mat�ria de capa da revista Life

publicou fotos de 242 soldados
americanos mortos em uma semana

muitos acreditaram que todos eles
morreram na Colina do hamburguer

e aquela batalha derrepente
acendeu a chama da controv�rsia

"Pedimos Cessar-fogo imediato"
"Cessar-fogo agora"

- Na campanha do Pres. Nixon ele disse que
tinha um plano de paz e queremos saber qual �!!

"Salvem Vidas, n�o rostos"

"Votos pela paz no Vietn�"
- Queremos mostrar ao senhor Nixon que h�
muitas pessoas contra a guerra

- e que � politicamente
poss�vel encerr�-la agora

- O Senador Kennedy de massachusetts
fez um breve discurso criticando o que ele

- chamou de "orgulho militar est�pido"
e "irrespons�vel" em que homens americanos

- s�o mandados para a morte em batalhas
sem sentido como essa da Colina do hamburguer

apesar dos soldados lutarem em outras
batalhas como a da Colina do Hamburguer

o povo americano ainda traumatizado
pela Ofensiva do Tet e frustrados com

o Presidente Nixon por n�o
alcan�ar a paz como havia prometido

passam a ver aquela batalha como uma
representa��o de toda a guerra do Vietn�

Uma perda injustificavel
de vidas americanas

Primavera de 1969
52% dos Americanos conhecem pessoalmente
algu�m morto ou ferido no vietn�

menos de 40% dos americanos
s�o a favor da Guerra

o efeito acumulativo de 4 anos
de cobertura total da imprensa

com um n�mero sempre crescente de mortos
e a ra�va de uma guerra que est� sem fim

levaram alguns americanos a
procurar um culpado pelas frustra��es

pela primeira vez na
hist�ria dos estados Unidos

os soldados americanos carregariam
o fardo da desaprova��o p�blica

Base A�rea de Da Nang

eu me lembro muito bem do �ltimo dia,
porque aterrisamos em Da Nang

e foi daquele a�roporto que
voamos de volta para casa

eu estava muito feliz por
ter escapado e sobrevivido

assim que sa�mos do ch�o, todos
come�aram a gritar tudo que se pode imaginar

jogavam suas coisas para o alto,
travesseiros, tudo mesmo

quando levantamos vo�, o piloto disse:
- Senhores, algu�m quer dar a �ltima olhada

no Vietn�, eu posso
sobrevoar pelo Litoral um pouco!!

e todos gritaram
coletivamente: - N�o !!

meu irm�o me buscou no a�roporto
e foi um lindo reencontro, ele me falou:

- olha, n�s vamos sair agora e preciso
te avisar que n�o vai ser muito agrad�vel aqui

e eu disse: - o que?
e ele disse: - temos problemas com protestantes !!

eu pensei: - Problemas? acabei de
voltar do Vietn�, que problemas posso ter?

eu me sentia o m�ximo, passando pelo
a�roporto com meu uniforme, a mochila

do ex�rcito e meu peito cheio de
medalhas, todo orgulhoso

nada iria mudar meu humor,
at� as pessoas come�arem a me olhar

saimos e entramos no carro dele
e os protestantes batiam no carro

com suas placas e gritavam comigo,
eles batiam na janela com muita ra�va

e me chingavam... e essas
foram as minhas Boas-vindas

e eu fiquei muito
surpreso com tudo aquilo

e eu olhava em volta para as pessoas
e elas cochichavam apontando para mim

e todo aquele...patriotismo
que eu sentia foi desaparecendo

e todos os lugares foram ocupados,
menos dos meus dois lados

as pessoas preferiam sentar no ch�o
o ficar em p�, do que sentar ao meu lado

eu nunca me senti t�o sozinho, desprezado,
e t�o abandonado em toda a minha vida

eu s�...queria ir para casa
e tirar meu uniforme

algo que tinha tanto orgulho
virou algo que tinha que me envergonhar

eu sentia que se pudesse alcan��-los
e mostrar quem eu era, mostrar que

as pessoas contra quem estavam
protestando eram apenas

garotos tentando fazer um bom trabalho,
mas eu n�o consegui fazer isso

depois que meu primo foi me buscar
saimos do a�roporto, fomos para casa

e assim que eu cheguei...o meu pai estava
sentado a mesa e ficou de boca aberta

ele nem conseguiu falar, eu perguntei da
m�e e me disseram que ela estava dormindo

- durmindo? mas s�o 10 horas!!
eu fui no quarto e disse: - Mam�e eu cheguei!!

Tradu��o e Sincroniza��o
de legendas por M�� Castro