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1
00:00:07,100 --> 00:00:09,020
Conforme o crep�sculo
traz a penumbra,
2
00:00:09,020 --> 00:00:12,460
a escurid�o se enche de vida.
3
00:00:16,580 --> 00:00:22,700
Essas luzes dan�antes ao meu
redor s�o produzidas por vagalumes,
4
00:00:22,700 --> 00:00:27,060
criaturas que possuem a estranha
capacidade de produzir luz.
5
00:00:27,060 --> 00:00:28,820
A bioluminesc�ncia.
6
00:00:32,580 --> 00:00:35,260
E os vagalumes n�o s�o os �nicos.
7
00:00:35,260 --> 00:00:37,940
Cientistas encontram cada vez
mais estranhas e maravilhosas
8
00:00:37,940 --> 00:00:41,180
formas de vida brilhantes
ao redor do mundo.
9
00:00:46,260 --> 00:00:49,180
Luz viva sempre me fascinou.
10
00:00:49,180 --> 00:00:53,060
E as descobertas de cada vez
mais criaturas luminosas criam
11
00:00:53,060 --> 00:00:54,940
mais e mais quest�es.
12
00:00:54,940 --> 00:00:59,420
Por qu�? Para que serve a luz? Como ela � gerada?
13
00:01:02,100 --> 00:01:03,340
Nos �ltimos anos,
14
00:01:03,340 --> 00:01:06,700
os cientistas tentam encontrar
respostas para estas perguntas.
15
00:01:06,700 --> 00:01:08,260
E ao faz�-lo,
16
00:01:08,260 --> 00:01:12,300
nos trazem um mundo
muito diferente do nosso.
17
00:01:18,460 --> 00:01:22,540
Por mais impressionantes que estas
imagens possam ser, s�o todas reais.
18
00:01:27,060 --> 00:01:30,900
Com o auxilio de novas c�meras,
feitas especialmente para este filme,
19
00:01:30,900 --> 00:01:33,620
podemos revelar este
fen�meno extraordin�rio
20
00:01:33,620 --> 00:01:35,580
como nunca feito antes.
21
00:01:37,000 --> 00:01:43,074
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22
00:01:53,540 --> 00:01:56,780
A bioluminesc�ncia guarda in�meros mist�rios.
23
00:01:56,780 --> 00:02:01,180
Mas n�s sabemos os vagalumes a
utilizam para atrair o sexo oposto.
24
00:02:15,660 --> 00:02:21,540
Cada esp�cie possui seu c�digo de flash,
e n�s podemos entrar na conversa.
25
00:02:28,300 --> 00:02:33,260
Eu vou usar esta haste para pescar vagalumes.
26
00:02:34,500 --> 00:02:38,420
Ela foi utilizada pelo cientistas que foi o primeiro
27
00:02:38,420 --> 00:02:42,060
a decifrar os variados chamados
luminosos dos vagalumes.
28
00:02:42,060 --> 00:02:46,820
E h�, pelo menos,
15 esp�cies ao meu redor.
29
00:02:46,820 --> 00:02:49,180
Cada uma com seus pr�prios sinais.
30
00:02:49,180 --> 00:02:53,900
O bi�logo Jim Lloyd usou a haste
para imitar vagalumes machos
31
00:02:53,900 --> 00:02:57,900
e ent�o decodificou in�meros padr�es de luz.
32
00:02:57,900 --> 00:03:02,420
Ele descobriu que o sinal de
chamada consiste, em parte,
33
00:03:02,420 --> 00:03:05,620
a trajet�ria de voo de cada esp�cie.
34
00:03:05,620 --> 00:03:07,780
Aqui, por exemplo,
35
00:03:07,780 --> 00:03:12,060
alguns vagalumes se movimentam
horizontalmente, deste jeito.
36
00:03:12,060 --> 00:03:14,460
E h� outros que
37
00:03:14,460 --> 00:03:18,060
piscam conforme ascendem, assim.
38
00:03:19,620 --> 00:03:24,540
Mas em adi��o ao padr�o de voo,
eles piscam um sinal em particular.
39
00:03:24,540 --> 00:03:26,500
Mais ou menos como C�digo Morse.
40
00:03:27,620 --> 00:03:30,340
Eu posso, ent�o, usar esta luz para ilustrar.
41
00:03:32,140 --> 00:03:35,740
H� uma f�mea entre estas folhas,
42
00:03:35,740 --> 00:03:38,580
que ir� emitir um �nico flash.
43
00:03:38,580 --> 00:03:45,140
E o macho de sua esp�cie
aguarda por 4 segundos cravados,
44
00:03:45,140 --> 00:03:48,260
e a responde com um flash.
45
00:03:48,260 --> 00:03:52,860
Ela, ent�o, emite um outro flash, como este.
46
00:03:54,100 --> 00:03:58,140
E o macho descobre quer ele
� um visitante bem-vindo.
47
00:04:00,220 --> 00:04:03,260
Mas, recentemente, constatou-se
que as mensagens s�o mais
48
00:04:03,260 --> 00:04:05,260
um simples sinal sexual.
49
00:04:06,740 --> 00:04:10,020
A f�mea julga a qualidade dos genes do macho
50
00:04:10,020 --> 00:04:13,660
pela precis�o de seu timing
e pelo brilho de sua luz.
51
00:04:19,660 --> 00:04:24,380
Ela encoraja seu pretendente
ao focar sua luz nele.
52
00:04:35,660 --> 00:04:39,660
E parece que este macho cumpriu
todas as suas exig�ncias
53
00:04:44,420 --> 00:04:46,060
N�s descobrimos atualmente
54
00:04:46,060 --> 00:04:48,900
que esta linguagem luminosa possui
seus dialetos locais.
55
00:04:54,060 --> 00:04:57,740
Ao longo dos meses de ver�o,
da Fl�rida ao sul do Canad�,
56
00:04:57,740 --> 00:05:02,300
jardins, campos e florestas iluminam-se
com estas mensagens de amor.
57
00:05:06,780 --> 00:05:08,820
Fotografia em time-lapse revela
58
00:05:08,820 --> 00:05:11,620
a extraordin�ria extens�o de suas cortes.
59
00:05:17,580 --> 00:05:20,700
Algumas esp�cies brilham
apenas durante o crep�sculo.
60
00:05:22,860 --> 00:05:26,020
Outras preferem os doss�is
para seus shows de luzes.
61
00:05:30,940 --> 00:05:35,380
Algumas esp�cies aumentam a
pot�ncia luminosa ao escolher
62
00:05:35,380 --> 00:05:37,980
os locais mas escuros para brilhar.
63
00:05:39,020 --> 00:05:43,860
Eu n�o posso ver praticamente
nada al�m dos flashes aqui.
64
00:05:46,380 --> 00:05:49,740
E esta esp�cie em particular
possui outro truque.
65
00:05:50,740 --> 00:05:53,460
Ela sincroniza suas exibi��es.
66
00:05:53,460 --> 00:05:56,100
Os indiv�duos piscam juntos.
67
00:06:00,540 --> 00:06:03,300
Cada animal � seguido por seu vizinho,
68
00:06:03,300 --> 00:06:07,300
e logo ondas de luz pulsam pelo bosque.
69
00:06:13,660 --> 00:06:16,220
Acelerado, algo fica claro.
70
00:06:25,220 --> 00:06:26,500
Entre as ondas,
71
00:06:26,500 --> 00:06:30,780
uma f�mea impressionada pode
responder com dois flashes.
72
00:06:33,140 --> 00:06:34,780
E os machos se direcionam a ela.
73
00:06:37,540 --> 00:06:39,460
Mas ela s� pode escolher um.
74
00:06:43,940 --> 00:06:48,060
Estas exibi��es acontecem apenas
em algumas noites de junho,
75
00:06:48,060 --> 00:06:51,860
o que pode explicar o motivo de ter
sido descoberta apenas recentemente.
76
00:06:53,740 --> 00:06:57,380
Porque eles piscam juntos ainda � um mist�rio.
77
00:07:05,660 --> 00:07:09,780
� surpreendente o qu�o pouco
sabemos sobre a bioluminesc�ncia.
78
00:07:11,140 --> 00:07:13,580
Vagalumes s�o, talvez,
os mais bem estudados
79
00:07:13,580 --> 00:07:18,220
mas algumas luzes vivas
continuam desconcertantes.
80
00:07:18,220 --> 00:07:22,420
Como amanhecer,
os sinais sexuais dos vagalumes s�o ofuscados
81
00:07:22,420 --> 00:07:24,740
pala crescente ilumina��o do ambiente.
82
00:07:24,740 --> 00:07:27,500
Os vagalumes buscam ref�gio na relva,
83
00:07:27,500 --> 00:07:31,260
distantes da vis�o dos predadores diurnos.
84
00:07:31,260 --> 00:07:32,740
Mas neste exato momento,
85
00:07:32,740 --> 00:07:37,380
luzes s�o produzidas por formas de
vida no solo abaixo de meus p�s.
86
00:07:41,060 --> 00:07:45,700
As hifas de certos fungos formam
uma rede incandescente subterr�nea.
87
00:07:54,860 --> 00:07:59,260
Mas por que fungos brilham na
escurid�o permanente do solo?
88
00:07:59,260 --> 00:08:01,260
N�s n�o sabemos.
89
00:08:03,260 --> 00:08:06,940
E, por anos, a bioluminesc�ncia de fungos,
90
00:08:06,940 --> 00:08:10,380
como muitas outras luzes vivas,
foram descritas como
91
00:08:10,380 --> 00:08:13,180
um belo subproduto evolutivo, sem fun��o.
92
00:08:16,340 --> 00:08:20,460
Mas algumas esp�cies brilham
acima do solo, apenas de noite,
93
00:08:20,460 --> 00:08:23,380
quando suas luzes verdes
intensas s�o bem �bvias.
94
00:08:28,100 --> 00:08:31,300
Se s�o apenas um acidente bioqu�mico,
como se acreditava,
95
00:08:31,300 --> 00:08:33,580
elas deviam brilhar o tempo todo.
96
00:08:33,580 --> 00:08:36,020
O brilho certamente atrai insetos
97
00:08:36,020 --> 00:08:39,660
e a teoria � que esses visitantes
espalham os esporos dos fungos.
98
00:08:52,540 --> 00:08:55,660
Ent�o aqui, assim como com os vagalumes,
99
00:08:55,660 --> 00:08:58,460
n�s aprendemos coisas
novas a todo momento.
100
00:09:04,060 --> 00:09:07,900
Mas muitas luzes vivas
continuam sendo um belo enigma.
101
00:09:10,900 --> 00:09:12,620
Ao longo da hist�ria,
102
00:09:12,620 --> 00:09:16,380
contos de bioluminesc�ncia
eram tratados como pura fic��o.
103
00:09:18,660 --> 00:09:23,660
Na d�cada de 1870, J�lio Verne,
o novelista de fic��o cient�fica franc�s,
104
00:09:23,660 --> 00:09:27,980
escreveu isso em seu livro,
20.000 L�guas Submarinas:
105
00:09:29,500 --> 00:09:33,660
"As sete da noite, nosso
navio, imerso pela metade,'
106
00:09:33,660 --> 00:09:36,820
'viajava por um mar de leite.'
107
00:09:36,820 --> 00:09:40,580
'Ao primeiro sinal, o oceano pareceu se lactinizar.'
108
00:09:40,580 --> 00:09:44,420
'Todo o c�u era negro em contraste com'
109
00:09:44,420 --> 00:09:47,340
'a alvura das �guas."
110
00:09:47,340 --> 00:09:49,940
J�lio Verne talvez baseou sua hist�ria
111
00:09:49,940 --> 00:09:52,380
em um mito contado a
ele por marinheiros.
112
00:09:52,380 --> 00:09:56,780
Mas em 1995, o capit�o de um
navio ingl�s escreveu
113
00:09:56,780 --> 00:10:00,540
um evento real em seu di�rio de bordo.
114
00:10:00,540 --> 00:10:03,780
"As 18:00 horas em uma
noite clara sem lua,'
115
00:10:03,780 --> 00:10:07,940
'a 150 milhas a leste da costa da Som�lia,'
116
00:10:07,940 --> 00:10:11,580
'um brilho branco foi
observado no horizonte.'
117
00:10:11,580 --> 00:10:16,620
'E cerca de 15 minutos depois,
o navio foi completamente cercado'
118
00:10:16,620 --> 00:10:22,860
'por um mar cor de leite,
com uma fraca luminesc�ncia uniforme.'
119
00:10:22,860 --> 00:10:25,900
'E pareceu que, por um momento,
o navio navegava'
120
00:10:25,900 --> 00:10:29,940
'por um campo de neve
ou por entre as nuvens."
121
00:10:33,580 --> 00:10:36,340
Registros como esse s�o t�o raros
quanto os supostos avistamentos
122
00:10:36,340 --> 00:10:38,460
do Monstro do Lago Ness.
123
00:10:38,460 --> 00:10:41,100
E n�o h� evid�ncias fotogr�ficas.
124
00:10:44,020 --> 00:10:48,100
Alguns cientistas,
como o bi�logo marinho Steven Haddock,
125
00:10:48,100 --> 00:10:51,900
estavam curiosos,
e encontraram confirma��es vindas do c�u.
126
00:10:54,300 --> 00:10:57,260
N�s sabemos que pod�amos encontrar
nestes registros de navega��o
127
00:10:57,260 --> 00:11:00,060
onde eles recordaram estes mares de leite,
128
00:11:00,060 --> 00:11:03,140
e encontrar dados de sat�lite que cubram
129
00:11:03,140 --> 00:11:05,940
aquela �rea no mesmo tempo.
130
00:11:05,940 --> 00:11:09,380
Ent�o nos valemos de imagens de sat�lite
a partir do relat�rio de 1995
131
00:11:09,380 --> 00:11:12,300
e o que se seguiu foi um momento eureca.
132
00:11:12,300 --> 00:11:15,380
N�s tratamos a imagem de sat�lite
133
00:11:15,380 --> 00:11:19,660
que mapeamos a partir dos registros
n�uticos e essa forma de 300 km
134
00:11:19,660 --> 00:11:24,020
emergiu do mapa exatamente
onde o navio havia reportado.
135
00:11:24,020 --> 00:11:26,940
Foi um momento realmente incr�vel.
136
00:11:26,940 --> 00:11:30,340
Pudemos documentar a extens�o
completa do mar de leite
137
00:11:30,340 --> 00:11:33,860
por tr�s noites sucessivas,
em rota��o com as correntes.
138
00:11:33,860 --> 00:11:37,740
Ent�o imagens de sat�lite
da era espacial validaram
139
00:11:37,740 --> 00:11:40,220
uma pe�a do folclore marinho.
140
00:11:42,060 --> 00:11:44,780
Em raras ocasi�es, os oceanos brilham.
141
00:11:47,940 --> 00:11:49,620
Mas o que causa um brilho t�o poderoso
142
00:11:49,620 --> 00:11:52,220
que pode ser visto do espa�o?
143
00:11:53,980 --> 00:11:58,260
A resposta pode ser obtida
em uma geladeira abandonada.
144
00:12:04,300 --> 00:12:09,140
Ap�s alguns dias, este
pargo come�a a brilhar.
145
00:12:18,220 --> 00:12:21,900
O peixe em si n�o possui a
habilidade de produzir luz.
146
00:12:23,220 --> 00:12:27,460
De fato, o brilho prov�m de
bact�rias que s�o encontradas
147
00:12:27,460 --> 00:12:31,620
em praticamente qualquer �gua do mar,
quando come�am a decompor peixes.
148
00:12:33,060 --> 00:12:37,180
Em raras ocasi�es, quando correntes
e temperatura causam uma explos�o
149
00:12:37,180 --> 00:12:42,540
de algas no oceano, estas bact�rias
tamb�m se nutrem de algas mortas.
150
00:12:44,100 --> 00:12:46,580
Quando atingem certa concentra��o,
151
00:12:46,580 --> 00:12:49,700
suas secre��es estimulam
outras a brilhar.
152
00:12:51,820 --> 00:12:54,580
Elas brilham em tal n�mero
que podem ser detectadas
153
00:12:54,580 --> 00:12:56,660
por um sat�lite em �rbita.
154
00:13:06,860 --> 00:13:10,460
Bact�rias est�o entre as
mais antigas formas de vida,
155
00:13:10,460 --> 00:13:14,260
ent�o possivelmente foram as
primeiras criaturas a brilhar.
156
00:13:14,260 --> 00:13:16,820
Mas o motivo delas fazerem
isso ainda � debatido.
157
00:13:18,220 --> 00:13:22,140
Atualmente, alguns animais
roubaram os genes das bact�rias,
158
00:13:22,140 --> 00:13:24,540
os incorporando ao seu pr�prio DNA.
159
00:13:26,020 --> 00:13:29,460
Outros simplesmente
sequestraram as bact�rias.
160
00:13:38,460 --> 00:13:40,860
Estas luzes s�o produzidas por cativos,
161
00:13:40,860 --> 00:13:45,260
que s�o pastoreadas em �rg�os especiais
sob os olhos dos peixes-lanterna.
162
00:13:54,740 --> 00:13:58,100
Eles aproveitaram o brilho
bacteriano para fins diversos.
163
00:14:00,940 --> 00:14:05,420
N�s s� os enxergamos porque nossas
c�meras especiais usam luz infravermelha.
164
00:14:07,060 --> 00:14:10,340
Mas para um predador,
os peixes est�o assim.
165
00:14:11,900 --> 00:14:15,540
Uma confus�o de luzes que
dificultam mirar em um �nico alvo.
166
00:14:24,180 --> 00:14:27,900
Pouco antes de mudar de dire��o,
o peixe pisca repentinamente.
167
00:14:36,380 --> 00:14:38,660
Essas luzes tamb�m
possuem outras fun��es.
168
00:14:40,620 --> 00:14:43,780
Elas funcionam como faroletes
que iluminam o fundo do mar
169
00:14:43,780 --> 00:14:45,700
enquanto os peixes buscam alimento.
170
00:14:54,980 --> 00:14:59,140
Elas tamb�m podem auxiliar um
peixe a flertar com o sexo oposto.
171
00:15:06,540 --> 00:15:08,420
Ao contr�rio da bact�ria cativa,
172
00:15:08,420 --> 00:15:13,100
peixes-lanternas usam suas luzes
para fun��es que hoje entendemos.
173
00:15:16,220 --> 00:15:18,860
Mas como a luz � feita?
174
00:15:18,860 --> 00:15:21,220
Pode parecer m�gica,
175
00:15:21,220 --> 00:15:25,540
mas na verdade trata-se de uma
simples rea��o qu�mica que ocorre
176
00:15:25,540 --> 00:15:31,380
quando uma subst�ncia se mistura com
uma enzima em particular, como esta.
177
00:15:36,700 --> 00:15:38,980
Em um piscar de olhos, luz!
178
00:15:41,740 --> 00:15:46,300
A f�rmula qu�mica varia
de acordo com a esp�cie.
179
00:15:46,300 --> 00:15:51,980
A rea��o � muito semelhante ao meio
em que as bact�rias produzem energia.
180
00:15:51,980 --> 00:15:55,860
De fato, � bem poss�vel que
a primeira bioluminesc�ncia
181
00:15:55,860 --> 00:15:58,220
seja um subproduto deste processo.
182
00:15:59,540 --> 00:16:03,220
Um acidente evolutivo que
foi assimilado pelos peixes
183
00:16:03,220 --> 00:16:05,380
para auxili�-los na sobreviv�ncia.
184
00:16:07,100 --> 00:16:10,380
A qu�mica envolvida � inofensiva.
185
00:16:10,380 --> 00:16:14,380
De fato, voc� pode
comprar um pirulito que,
186
00:16:14,380 --> 00:16:18,980
quando em contato com �gua, brilha.
187
00:16:20,140 --> 00:16:26,820
Mas, para ser sincero, eu
n�o o acho muito tentador.
188
00:16:26,820 --> 00:16:30,820
Talvez, em meu
subconsciente, h� uma mem�ria
189
00:16:30,820 --> 00:16:34,340
de bact�rias em um
peixe podre, que me dizem
190
00:16:34,340 --> 00:16:37,700
que coisas que brilham
n�o s�o boas para comer.
191
00:16:40,340 --> 00:16:43,620
Bact�rias podem ter gerado
as primeiras luzes vivas,
192
00:16:43,620 --> 00:16:47,220
mas muitos outros organismos tamb�m
desenvolveram essa habilidade.
193
00:16:48,620 --> 00:16:51,220
De �guas-vivas a fungos e insetos,
194
00:16:51,220 --> 00:16:55,860
a bioluminesc�ncia evoluiu
independentemente em cerca de 50 casos,
195
00:16:55,860 --> 00:16:59,900
e hoje � produzida por
milhares de esp�cies diferentes.
196
00:17:02,620 --> 00:17:05,420
E a defesa parece ser uma fun��o comum.
197
00:17:11,060 --> 00:17:13,980
Mil�pedes s�o encontrados
por todo o globo.
198
00:17:13,980 --> 00:17:15,900
Muitos s�o ativos durante o dia,
199
00:17:15,900 --> 00:17:18,460
percorrendo o solo �mido de florestas.
200
00:17:20,020 --> 00:17:24,660
Eles podem fazer isso tranquilamente,
pois ostentam venenos mortais.
201
00:17:24,660 --> 00:17:27,860
Suas cores brilhantes s�o uma
mensagem clara aos predadores:
202
00:17:27,860 --> 00:17:31,940
"N�o me coma, estou cheio de cianeto!"
203
00:17:39,260 --> 00:17:42,580
Mas e em rela��o aos mil�pedes noturnos?
204
00:17:45,220 --> 00:17:49,340
Eles n�o s�o menos
t�xicos do que os diurnos.
205
00:17:51,660 --> 00:17:56,420
Mas, � claro, as cores n�o
importam tanto de noite.
206
00:17:56,420 --> 00:17:59,820
Ser� que essa luminesc�ncia � uma forma
207
00:17:59,820 --> 00:18:03,420
de alertar os predadores da noite?
208
00:18:04,660 --> 00:18:07,620
Esses mil�pedes
extraordin�rios s�o encontrados
209
00:18:07,620 --> 00:18:09,740
apenas nas altas montanhas da Calif�rnia.
210
00:18:10,860 --> 00:18:14,140
Sua bioluminesc�ncia
nunca foi filmada.
211
00:18:16,380 --> 00:18:20,380
Eles n�o podem enviar sinais
uns aos outros porque s�o cegos.
212
00:18:22,740 --> 00:18:26,060
Suas luzes vivas evolu�ram
separadamente das bact�rias,
213
00:18:26,060 --> 00:18:30,100
de um processo qu�mico que auxilia
os mil�pedes a conservarem �gua
214
00:18:30,100 --> 00:18:32,300
em ambientes secos.
215
00:18:32,300 --> 00:18:35,540
Mas desde que os mil�pedes
contenham cianeto,
216
00:18:35,540 --> 00:18:37,500
a luz evoluiu com uma fun��o.
217
00:18:39,660 --> 00:18:43,140
Aos meus olhos, ele n�o
parece t�o brilhante.
218
00:18:43,140 --> 00:18:47,700
Mas meus olhos n�o s�o os
olhos de um predador noturno,
219
00:18:47,700 --> 00:18:50,900
ou mesmo nossa c�mera especial.
220
00:18:50,900 --> 00:18:52,940
E para eles,
221
00:18:52,940 --> 00:18:56,900
isso pode parecer muito brilhante e,
por ora, um perigo a ser considerado.
222
00:18:58,780 --> 00:19:01,900
Quando cientistas fizeram
modelos destes mil�pedes,
223
00:19:01,900 --> 00:19:03,580
metade do quais brilhavam,
224
00:19:03,580 --> 00:19:07,700
os predadores noturnas tendiam
a atacar os que n�o brilhavam.
225
00:19:12,980 --> 00:19:16,380
Este experimento simples
produziu um resultado claro.
226
00:19:16,380 --> 00:19:20,460
Luz viva pode atuar como um aviso.
227
00:19:23,500 --> 00:19:26,980
Mas provar a fun��o da
bioluminesc�ncia nem sempre
228
00:19:26,980 --> 00:19:30,180
� algo f�cil, como
estudos recentes mostraram.
229
00:19:35,180 --> 00:19:40,460
Estas s�o, com certeza,
criaturas de fic��o cient�fica.
230
00:19:40,460 --> 00:19:43,100
Minhocas luminosas.
231
00:19:43,100 --> 00:19:44,620
Alguns anos atr�s,
232
00:19:44,620 --> 00:19:49,620
uma senhora que vive em
Loire Valley, no centro da Fran�a,
233
00:19:49,620 --> 00:19:53,940
saiu de casa � noite atr�s de seu cachorro,
que cavara um buraco no jardim.
234
00:19:53,940 --> 00:19:58,900
E no meio do buraco, o
solo estava brilhando.
235
00:19:58,900 --> 00:20:03,180
Foram essas minhocas.
Ela mal podia acreditar em seus olhos.
236
00:20:03,180 --> 00:20:06,060
Ela contou �s pessoas o que havia visto,
237
00:20:06,060 --> 00:20:07,980
e poucos acreditaram nela.
238
00:20:07,980 --> 00:20:12,060
A esp�cie de minhoca, como
j� se sabia, se encontra
239
00:20:12,060 --> 00:20:16,180
em boa parte da Fran�a,
mas nunca havia sido vista brilhando.
240
00:20:16,180 --> 00:20:20,020
Talvez porque poucos saem de
sua casa, no meio da noite,
241
00:20:20,020 --> 00:20:23,100
e cavam um buraco, especialmente se luz.
242
00:20:23,100 --> 00:20:27,580
Mas eventualmente, a ci�ncia
descobre essas criaturas.
243
00:20:27,580 --> 00:20:31,860
Mas por que elas brilham
na escurid�o do solo?
244
00:20:32,980 --> 00:20:35,140
Ningu�m sabe.
245
00:20:38,220 --> 00:20:43,420
Essa luz azul n�o foi
noticiada pela ci�ncia at� 2010,
246
00:20:43,420 --> 00:20:47,900
quando o bi�logo Marcel Koken viu
esse brilho estranho pela primeira vez.
247
00:20:50,580 --> 00:20:54,380
N�s estamos tentando descobrir o
motivo deste animal produzir luz.
248
00:20:54,380 --> 00:20:58,060
Uma coisa que vive no subterr�neo.
Por que ela brilha?
249
00:20:58,060 --> 00:21:00,740
Aparentemente, n�o h� uso.
250
00:21:00,740 --> 00:21:04,660
� apenas um subproduto
de uma via qu�mica?
251
00:21:04,660 --> 00:21:07,620
Ou o brilho serve para
espantar agressores?
252
00:21:08,860 --> 00:21:13,260
Estes besouros-tigre s�o predadores
vorazes que amam minhocas.
253
00:21:15,700 --> 00:21:19,260
As minhocas parecem
normais at� a luz esmaecer.
254
00:21:20,660 --> 00:21:22,380
Nossas c�meras especiais nos d�o
255
00:21:22,380 --> 00:21:25,300
uma vis�o privilegiada do
que acontece na escurid�o.
256
00:21:30,540 --> 00:21:33,700
Os experimentos de Marcel
mostraram que as minhocas
257
00:21:33,700 --> 00:21:36,140
podem controlar seu brilho.
258
00:21:36,140 --> 00:21:39,900
Quando o besouro toca parte da
minhoca, a luz se torna mais brilhante.
259
00:21:42,660 --> 00:21:46,100
Pode ser que, em um ataque onde � mordido,
260
00:21:46,100 --> 00:21:48,940
a luz aumenta, o que assusta o predador.
261
00:21:48,940 --> 00:21:51,820
O predador bate em retirada
e a minhoca pode escapar.
262
00:21:53,100 --> 00:21:56,180
O besouro ataca, e o
corpo inteiro da minhoca
263
00:21:56,180 --> 00:21:59,100
brilha enquanto ela luta
para se desvencilhar.
264
00:22:00,180 --> 00:22:02,860
Mas o besouro n�o se sentiu amea�ado pela luz.
265
00:22:07,140 --> 00:22:10,380
Se � para defesa, n�o
funcionou com essa aqui.
266
00:22:12,180 --> 00:22:14,580
Marcel ainda procura entender a fun��o.
267
00:22:16,700 --> 00:22:20,460
Talvez outros predadores se
intimidem ou talvez as minhocas
268
00:22:20,460 --> 00:22:21,940
usam a luz para se localizarem.
269
00:22:25,940 --> 00:22:30,780
Por ora, essa bela luz possui uma fun��o
270
00:22:30,780 --> 00:22:32,540
que ainda n�o entendemos.
271
00:22:34,980 --> 00:22:39,020
O mundo das luzes vivas
� cheio de mist�rios.
272
00:22:39,020 --> 00:22:41,540
As minhocas francesas n�o
foram noticiadas por tanto tempo
273
00:22:41,540 --> 00:22:44,900
porque sua luz estranha
� produzida no subsolo.
274
00:22:47,500 --> 00:22:49,100
Mas h� raras ocasi�es
275
00:22:49,100 --> 00:22:52,620
em que a vida luminosa se revela.
276
00:23:02,100 --> 00:23:04,420
Maio de 2015.
277
00:23:04,420 --> 00:23:08,060
Enquanto a aurora austral
iluminava o c�u noturno,
278
00:23:08,060 --> 00:23:11,660
o mar produzia uma
estranha luminesc�ncia azul.
279
00:23:21,100 --> 00:23:24,340
Cada onda causava um
estopim intenso de cor.
280
00:23:37,780 --> 00:23:40,740
Os animais da ba�a foram os
primeiros a serem informados.
281
00:23:42,900 --> 00:23:45,700
Aves limn�colas foram atra�das
por pequenos crust�ceos
282
00:23:45,700 --> 00:23:47,100
tra�dos pelo brilho.
283
00:23:50,740 --> 00:23:54,300
Cada movimento alertava
outros deste raro espet�culo.
284
00:23:54,300 --> 00:23:57,860
As pessoas se juntaram para
apreciar esse evento em uma vida.
285
00:24:02,220 --> 00:24:03,620
� incr�vel!
286
00:24:03,620 --> 00:24:06,660
Eu nunca vi algo assim em minha vida.
287
00:24:08,900 --> 00:24:09,940
Que loucura!
288
00:24:24,260 --> 00:24:28,300
Pode parecer algo relacionado �
Fant�stica F�brica de Chocolate,
289
00:24:28,300 --> 00:24:30,180
mas este fen�meno � real.
290
00:24:31,620 --> 00:24:35,660
Uma explos�o em massa de
micro-organismos causada por
291
00:24:35,660 --> 00:24:39,260
uma rara combina��o
entre clima e nutriente.
292
00:24:39,260 --> 00:24:44,500
Neste microsc�pio, eu tenho
uma gota de �gua do mar comum.
293
00:24:44,500 --> 00:24:48,940
E ela est� cheia de pequenos
organismos, invis�veis a olho nu,
294
00:24:48,940 --> 00:24:50,340
chamados dinoflagelados.
295
00:24:51,540 --> 00:24:54,460
E se eu os estresso de alguma maneira,
296
00:24:54,460 --> 00:24:59,260
eles combinam dois qu�micos em seus
corpos para produzirem um flash de luz.
297
00:24:59,260 --> 00:25:00,820
Observe.
298
00:25:17,580 --> 00:25:19,500
Dinoflagelados s�o uma das maiores
299
00:25:19,500 --> 00:25:22,100
criaturas unicelulares conhecidas.
300
00:25:23,940 --> 00:25:27,340
Eles s�o 1.000 vezes
maiores do que as bact�rias.
301
00:25:27,340 --> 00:25:29,300
N�o s�o nem animais nem plantas,
302
00:25:29,300 --> 00:25:31,860
mas possuem caracter�sticas de ambos,
303
00:25:31,860 --> 00:25:35,740
e quando as condi��es s�o boas
no mar, como foi na Tasm�nia,
304
00:25:35,740 --> 00:25:38,140
eles explodem e n�meros imensos.
305
00:25:41,260 --> 00:25:44,740
Mar�s bioluminescentes
como esta s�o raras.
306
00:25:48,500 --> 00:25:53,620
Entretanto, dinoflagelados s�o
encontrados em massa ao longo do mundo.
307
00:25:53,620 --> 00:25:58,180
Eles est�o entre os mais
distribu�dos seres bioluminescentes.
308
00:25:58,180 --> 00:25:59,740
Onde quer que existam,
309
00:25:59,740 --> 00:26:03,820
essas criaturas unicelulares
brilham qualquer coisa que se move.
310
00:26:07,500 --> 00:26:12,300
Mas por que os dinoflagelados
se comportam assim?
311
00:26:12,300 --> 00:26:15,980
Certamente n�o � para nos
entreter, embora o fa�a.
312
00:26:15,980 --> 00:26:18,940
Bem, pode ser uma esp�cie de alarme,
313
00:26:18,940 --> 00:26:22,060
como quando um camar�o, ou outro animal,
314
00:26:22,060 --> 00:26:25,140
que se alimenta de dinoflagelados filtrando-os,
315
00:26:25,140 --> 00:26:27,260
comece a se alimentar e,
316
00:26:27,260 --> 00:26:30,060
em consequ�ncia, ilumina a si mesmo.
317
00:26:33,500 --> 00:26:37,540
Isso atrai a aten��o de peixes grandes,
318
00:26:37,540 --> 00:26:38,980
que se alimentam do camar�o.
319
00:26:41,300 --> 00:26:45,300
Assim como um alarme intermitente
alerta a pol�cia de um ladr�o,
320
00:26:45,300 --> 00:26:49,060
os dinoflagelados exp�e seus
atacantes aos predadores.
321
00:26:54,380 --> 00:26:58,260
O camar�o � revelado a uma
s�pia, com resultados fatais.
322
00:27:02,540 --> 00:27:06,540
E assim, a s�pia pode
ca�ar na escurid�o total.
323
00:27:07,700 --> 00:27:11,300
Mas enquanto a luz dos
dinoflagelados pode ter essa fun��o,
324
00:27:11,300 --> 00:27:14,060
ainda � debatido se � o
real motivo deles brilharem.
325
00:27:17,700 --> 00:27:21,100
Qualquer que seja o motivo,
a m�gica das luzes pode ser
326
00:27:21,100 --> 00:27:23,940
um dos mais incr�veis espet�culos da natureza.
327
00:27:40,620 --> 00:27:44,020
Golfinhos na proa de barcos se
revelam nos mais belos contornos.
328
00:27:51,540 --> 00:27:55,820
Quando estas luzes aparecem, o jogo
entre se ver-sem-ser-visto nos oceanos
329
00:27:55,820 --> 00:27:57,700
muda totalmente.
330
00:27:58,820 --> 00:28:02,020
Talvez os golfinhos se orientem
pela luz dos dinoflagelados
331
00:28:02,020 --> 00:28:03,460
para encontrar suas presas.
332
00:28:16,460 --> 00:28:21,340
Apenas atualmente podemos filmar
estas cenas com tamanha clareza.
333
00:28:21,340 --> 00:28:25,300
Mas todas as noites,
luzes espetaculares brilham
334
00:28:25,300 --> 00:28:28,420
em algum lugar dos vastos oceanos.
335
00:28:44,060 --> 00:28:48,420
O real motivo da bioluminesc�ncia
dos dinoflagelados continua
336
00:28:48,420 --> 00:28:51,020
sem provas, outros casos
337
00:28:51,020 --> 00:28:55,100
do efeito alarme foram
claramente demonstrados.
338
00:29:03,020 --> 00:29:05,460
Os recifes de corais
do caribe s�o uns dos
339
00:29:05,460 --> 00:29:07,900
pontos de mergulho mais
frequentados do mundo...
340
00:29:09,220 --> 00:29:10,260
..durante o dia.
341
00:29:22,020 --> 00:29:25,820
De noite, � um mundo diferente.
342
00:29:27,940 --> 00:29:31,020
Um caranguejo procura alimento.
343
00:29:34,540 --> 00:29:37,260
Isso � o que ele estava procurando,
344
00:29:37,260 --> 00:29:40,900
os tent�culos delicados de um ofiur�ide,
um parente das estrelas-do-mar.
345
00:29:51,740 --> 00:29:56,220
Mas o ofiur�ide possui uma defesa espetacular.
346
00:29:58,860 --> 00:30:03,540
Quando incomodado, ele desencadeia
uma arma deslumbrante, soando o alarme.
347
00:30:05,900 --> 00:30:08,700
Sendo revelado, o
caranguejo tenta escapar.
348
00:30:14,900 --> 00:30:19,260
E o caranguejo bem camuflado
se torna um alvo f�cil
349
00:30:19,260 --> 00:30:21,820
para o polvo, mesmo na escurid�o.
350
00:30:24,220 --> 00:30:27,129
Foi apenas recentemente que os
pesquisadores provaram
351
00:30:27,129 --> 00:30:29,594
que a luz auxilia o ofiur�ide
a encarar seus predadores,
352
00:30:29,594 --> 00:30:32,180
ou melhor, os transformar em refei��o.
353
00:30:39,020 --> 00:30:42,660
� em �guas abertas,
onde n�o h� esconderijo,
354
00:30:42,660 --> 00:30:45,340
que os alarmes s�o mais efetivos.
355
00:30:46,700 --> 00:30:50,860
Peixes detectam pequenos invertebrados
pela silhueta acontra a luz da noite.
356
00:30:52,900 --> 00:30:56,860
Ostracodes, pequenos crust�ceos
n�o maiores do que um gr�o de areia,
357
00:30:56,860 --> 00:30:58,180
emergem do recife.
358
00:31:00,580 --> 00:31:04,180
Peixes-cardeais s�o predadores
comuns destes pequenos incautos.
359
00:31:05,900 --> 00:31:08,140
Mas quando eles capturam um ostracode,
360
00:31:08,140 --> 00:31:10,340
eles obt�m mais do que desejavam.
361
00:31:12,780 --> 00:31:16,260
Os ostracodes descarregam
uma bomba bioluminescente,
362
00:31:16,260 --> 00:31:18,860
uma das mais brilhantes luzes vivas.
363
00:31:18,860 --> 00:31:21,500
E o peixe-cardeal rapidamente o cospe.
364
00:31:26,020 --> 00:31:28,940
A luz � t�o brilhante
que pode ser vista atrav�s
365
00:31:28,940 --> 00:31:33,020
do corpo do peixe,
temporariamente o cegando,
366
00:31:33,020 --> 00:31:36,260
e o peixe invis�vel subitamente
se torna um alvo f�cil.
367
00:31:46,700 --> 00:31:49,420
Ostracodes, com sua bomba de flash,
368
00:31:49,420 --> 00:31:51,700
s�o encontrados pelos oceanos do mundo.
369
00:31:58,220 --> 00:31:59,940
Mas no Caribe,
370
00:31:59,940 --> 00:32:03,380
eles usam seu brilho para
atrair tanto quanto para repelir.
371
00:32:06,660 --> 00:32:09,660
� algo que os pesquisadores
Gretchen Gerrish
372
00:32:09,660 --> 00:32:11,620
e Trevor Rivers estudam.
373
00:32:11,620 --> 00:32:14,660
A espetacular exibi��o de
acasalamento dos ostracodes.
374
00:32:16,300 --> 00:32:19,500
Mas eles n�o podem come�ar o
trabalho at� que a lua desapare�a.
375
00:32:21,020 --> 00:32:24,820
Uma noite de lua cheia n�o � t�o
escura aos olhos de um organismo
376
00:32:24,820 --> 00:32:29,300
que depende de sua pr�pria
luz, e a escurid�o perfeita
377
00:32:29,300 --> 00:32:33,780
� um c�u estrelado, sem sinal de lua.
378
00:32:43,860 --> 00:32:47,580
Mergulhando sem lanternas em
uma escurid�o quase completa,
379
00:32:47,580 --> 00:32:51,660
Gretchen e Trevor entram
em um mundo pouco visto.
380
00:32:54,900 --> 00:32:58,140
Voc� est� imerso na
escurid�o, imerso na �gua.
381
00:32:59,300 --> 00:33:02,700
E pode ver essas estrelinhas
flutuando ao seu redor,
382
00:33:02,700 --> 00:33:06,780
produzidas por esses pequenos
crust�ceos que mal s�o compreendidos.
383
00:33:08,180 --> 00:33:11,540
Liberando uma pequena quantidade
de l�quido incandescente ao nadarem,
384
00:33:11,540 --> 00:33:15,060
os ostracodes machos deixam
uma trilha luminosa para tr�s.
385
00:33:16,700 --> 00:33:20,900
A s�rie de pontos � precisamente
cronometrada e indica a uma f�mea
386
00:33:20,900 --> 00:33:23,220
onde ele estar� em
exatamente meio segundo.
387
00:33:25,660 --> 00:33:30,340
Mas quando um macho come�a a se
exibir, outro e outro se juntam a ele.
388
00:33:37,260 --> 00:33:38,660
E conforme eles sincronizam,
389
00:33:38,660 --> 00:33:42,660
eles aumentam a pot�ncia
deste espet�culo pirot�cnico.
390
00:33:47,180 --> 00:33:50,460
� uma das coisas mais
inspiradoras que eu j� vi.
391
00:34:00,940 --> 00:34:05,300
A cada viagem de coleta, Trevor e
Gretchen descobrem novas esp�cies,
392
00:34:05,300 --> 00:34:08,260
cada uma com sua pr�pria linguagem.
393
00:34:22,900 --> 00:34:26,380
Ostracodes e vagalumes
usam bioluminesc�ncia
394
00:34:26,380 --> 00:34:28,300
para encontrar parceiros em potencial.
395
00:34:28,300 --> 00:34:32,140
Pode ser um meio eficiente
de trocar mensagens,
396
00:34:32,140 --> 00:34:35,060
mas n�o � infal�vel.
397
00:34:35,060 --> 00:34:37,300
Essas mensagens podem ser hackeadas.
398
00:34:39,180 --> 00:34:42,620
H� uma fraude amorosa nessa situa��o.
399
00:34:42,620 --> 00:34:47,580
Aqui, h� uma f�mea de uma
esp�cie em particular que,
400
00:34:47,580 --> 00:34:51,980
ao ver machos de esp�cies
diferentes passando,
401
00:34:51,980 --> 00:34:56,460
respondem com um sinal
espec�fico, atraindo-os.
402
00:34:56,460 --> 00:35:00,460
E quando eles chegam,
preparados para acasalar,
403
00:35:00,460 --> 00:35:02,860
ela tem outra maneira
de tratar a situa��o.
404
00:35:05,860 --> 00:35:09,380
Ela imita os flashes de outras esp�cies.
405
00:35:13,380 --> 00:35:16,340
Um macho ing�nuo � atra�do.
406
00:35:32,260 --> 00:35:37,660
Vagalumes possuem toxinas que os
protegem de muitos predadores.
407
00:35:37,660 --> 00:35:40,340
Mas esta femme fatale n�o se rebaixa.
408
00:35:42,540 --> 00:35:45,180
E o come vivo.
409
00:35:45,180 --> 00:35:48,060
Talvez ela esteja interessada
nas pr�prias toxinas.
410
00:35:49,900 --> 00:35:52,980
Ela n�o pode produzir os qu�micos.
411
00:35:52,980 --> 00:35:58,740
Ent�o engana e devora machos de
diferentes esp�cies para obt�-los.
412
00:36:03,740 --> 00:36:07,780
Se os machos n�o v�o at�
ela, ela vai atr�s deles.
413
00:36:10,220 --> 00:36:14,340
E um bom lugar para procurar
� em uma teia de aranha.
414
00:36:19,620 --> 00:36:21,740
Um vagalume macho � enganado.
415
00:36:21,740 --> 00:36:24,340
Conforme o veneno da aranha faz efeito,
416
00:36:24,340 --> 00:36:27,060
os flashes se tornam
um brilho constante.
417
00:36:33,780 --> 00:36:37,460
A femme fatale � alertada pelo brilho ofuscante
418
00:36:37,460 --> 00:36:41,940
e voa ao redor da teia para
roubar a captura da aranha.
419
00:36:43,780 --> 00:36:46,100
Conforme a aranha luta
para manter sua presa,
420
00:36:46,100 --> 00:36:48,380
ela a hipnotiza com sua lanterna.
421
00:36:56,140 --> 00:36:59,660
Usando sua luz, o vagalume
pode claramente ver a aranha
422
00:36:59,660 --> 00:37:00,940
e evitar a teia.
423
00:37:05,700 --> 00:37:08,620
A aranha confusa perdeu desta vez.
424
00:37:16,540 --> 00:37:21,300
Em uma paisagem cheia de
luzes vivas, os predadores
425
00:37:21,300 --> 00:37:23,220
se tornaram bastante criativos.
426
00:37:28,420 --> 00:37:31,140
Como a superf�cie der
uma planeta alien�gena,
427
00:37:31,140 --> 00:37:35,100
estes cupinzeiros possuem
inquilinos em suas paredes.
428
00:37:43,180 --> 00:37:46,740
As larvas luminosas de besouros-tec-tec
aguardam nos buracos.
429
00:37:55,020 --> 00:37:58,740
Insetos s�o atra�dos at�
a morte pela sua luz verde,
430
00:37:58,740 --> 00:38:00,460
como mariposas em l�mpadas.
431
00:38:03,380 --> 00:38:05,580
E a larva de besouro garante
432
00:38:05,580 --> 00:38:09,060
um suprimento de v�timas ing�nuas.
433
00:38:19,260 --> 00:38:21,780
Estes predadores trabalham individualmente.
434
00:38:25,420 --> 00:38:28,940
H� outro inseto mestre na arte de enganar.
435
00:38:31,060 --> 00:38:34,300
Mas trabalha ao longo de
comunidades com milhares deles.
436
00:38:37,700 --> 00:38:41,660
Do lado de fora, esta caverna
n�o parece t�o especial
437
00:38:41,660 --> 00:38:43,460
como � em seu interior.
438
00:38:49,500 --> 00:38:52,980
A entrada est� cheia
de cortinas de seda,
439
00:38:52,980 --> 00:38:55,340
tecidas pela larva de
um tipo de mosquinha.
440
00:38:57,260 --> 00:38:59,540
Eles se movem para tr�s e para
frente ao longo das rochas,
441
00:38:59,540 --> 00:39:03,820
deixando cordas de saliva
pegajosa pendendo pelas paredes.
442
00:39:08,980 --> 00:39:10,980
Quando a noite cai,
443
00:39:10,980 --> 00:39:15,580
as paredes e teto desta caverna
parecem um planet�rio natural.
444
00:39:25,940 --> 00:39:26,980
A armadilha est� montada.
445
00:39:30,260 --> 00:39:35,500
A luz azul fria produzida pela
cauda das larvas � o engodo.
446
00:39:40,940 --> 00:39:42,380
Outros insetos que eclodem
447
00:39:42,380 --> 00:39:47,500
e emergem nesta caverna
institivamente voam para o c�u..
448
00:39:47,500 --> 00:39:51,460
Mas este n�o � um c�u estrelado:
� uma armadilha mortal.
449
00:40:04,060 --> 00:40:07,340
A bioluminesc�ncia �
uma poderosa ferramenta
450
00:40:07,340 --> 00:40:10,020
para as formas de vida que a possuem.
451
00:40:10,020 --> 00:40:13,620
Mas efeito se d� apenas na escurid�o.
452
00:40:13,620 --> 00:40:14,820
A cada manh�,
453
00:40:14,820 --> 00:40:18,820
o brilho dos raios solares
oprimem as luzes vivas.
454
00:40:24,500 --> 00:40:27,220
Para todas as maravilhas
da bioluminesc�ncia,
455
00:40:27,220 --> 00:40:30,460
nas plan�cies e bosques da Terra,
456
00:40:30,460 --> 00:40:35,660
h� apenas um lugar onde a luz
viva � a chave para a exist�ncia.
457
00:40:35,660 --> 00:40:39,380
O mundo das trevas eternas,
as profundezas do mar.
458
00:40:47,780 --> 00:40:51,340
O Western Fire � uma das mais avan�adas
459
00:40:51,340 --> 00:40:53,300
embarca��es de pesquisa do fundo do mar.
460
00:40:55,100 --> 00:40:57,740
Nas profundezas escuras
n�o existem limites.
461
00:40:58,740 --> 00:41:01,380
Sem fronteiras, sem esconderijos.
462
00:41:02,820 --> 00:41:05,900
Predadores e presas s�o
for�ados a desenvolver
463
00:41:05,900 --> 00:41:08,580
estrat�gias extraordin�rias
para se manterem vivos.
464
00:41:08,580 --> 00:41:10,980
E muitos o fazem com o aux�lio da luz.
465
00:41:13,300 --> 00:41:17,540
O Dr. Steven Haddock passou
os �ltimos 25 anos estudando
466
00:41:17,540 --> 00:41:21,420
a parte menos conhecida do nosso
planeta, as profundezas do oceano.
467
00:41:22,980 --> 00:41:26,060
Acredito que as pessoas veem a bioluminesc�ncia,
468
00:41:26,060 --> 00:41:30,340
essa habilidade de produzir luz,
pensam que � uma coisa m�gica,
469
00:41:30,340 --> 00:41:34,620
mas a partir do momento em que voc�
v� a diversidade de uso e fun��es
470
00:41:34,620 --> 00:41:37,340
da bioluminesc�ncia
para os animais marinhos,
471
00:41:37,340 --> 00:41:39,860
fica claro que ela �
parte de toda a ecologia
472
00:41:39,860 --> 00:41:40,900
de seu sistema.
473
00:41:40,900 --> 00:41:43,900
At� recentemente, era
totalmente imposs�vel
474
00:41:43,900 --> 00:41:48,860
coletar criaturas bioluminescentes
vivas das profundezas.
475
00:41:48,860 --> 00:41:52,540
Mas este submers�vel remoto,
conhecido como Doc Ricketts,
476
00:41:52,540 --> 00:41:54,740
� equipado para fazer exatamente isso.
477
00:41:56,540 --> 00:41:58,540
Eles est�o atr�s de novas formas de vida
478
00:41:58,540 --> 00:42:02,660
e pistas para entender como a produ��o
de luz evoluiu de maneiras t�o diversas.
479
00:42:11,020 --> 00:42:14,540
Na sala de controle, a
milhares de metros acima,
480
00:42:14,540 --> 00:42:18,620
Steve e sua equipe capturam
formas de vida de outro planeta.
481
00:42:18,620 --> 00:42:19,660
Que beleza.
482
00:42:22,980 --> 00:42:26,420
Mas na verdade, n�s somos
os alien�genas aqui embaixo.
483
00:42:43,220 --> 00:42:46,300
Mesmo altamente tecnol�gico,
as c�meras remotas
484
00:42:46,300 --> 00:42:51,060
do Doc Ricketts n�o s�o sens�veis o
bastante para gravar bioluminesc�ncia,
485
00:42:51,060 --> 00:42:54,540
ent�o eles usam luzes brilhantes para
encontrar e filmar essas criaturas.
486
00:42:56,940 --> 00:43:00,140
Sem poder observar
seus poderes luminosos,
487
00:43:00,140 --> 00:43:03,700
a equipe de pesquisa precisa
traz�-los para a superf�cie.
488
00:43:05,140 --> 00:43:09,060
Suc��es fracas e vasilhas
remotamente controladas
489
00:43:09,060 --> 00:43:11,820
delicadamente sugam e
prendem estas criaturas.
490
00:43:18,340 --> 00:43:19,460
Uma lula-vampiro.
491
00:43:26,580 --> 00:43:27,660
Isso!
492
00:43:29,180 --> 00:43:30,620
Peixe-v�bora.
493
00:43:34,140 --> 00:43:36,220
Perfeito.
494
00:43:36,220 --> 00:43:37,860
Oh, veja isso!
495
00:43:37,860 --> 00:43:39,540
E peixe-drag�o.
496
00:43:41,860 --> 00:43:45,180
Eles n�o apenas lembram algo
de hist�rias de marinheiros,
497
00:43:45,180 --> 00:43:48,380
monstros de fantasias, eles
parecem com eles, tamb�m.
498
00:43:50,860 --> 00:43:54,500
Este � um dos poucos peixes-drag�o
que foram vistos vivos.
499
00:43:57,460 --> 00:44:01,660
E um dos ainda mais
raros capturados ilesos.
500
00:44:05,260 --> 00:44:08,820
- Isso!
- Oh, meu Deus.
501
00:44:14,060 --> 00:44:16,940
Uma vez trazidos ao navio,
milhares de metros acima
502
00:44:16,940 --> 00:44:20,700
de seu ambiente natural,
n�o h� tempo para demora.
503
00:44:20,700 --> 00:44:23,940
A enorme diferen�a de
press�o � suscept�vel
504
00:44:23,940 --> 00:44:26,700
de impedir as habilidades
bioluminescentes.
505
00:44:29,980 --> 00:44:33,100
A corrida � para tentar
observar tais habilidades
506
00:44:33,100 --> 00:44:35,180
e entender como funcionam.
507
00:44:47,820 --> 00:44:50,540
Em algumas esp�cies,
parece ser defensivo.
508
00:44:51,900 --> 00:44:55,940
Como os flashes circulares da �gua-viva Atolla sp.
509
00:44:58,940 --> 00:45:02,980
Ou os feixes de luz ondulante da b�roe.
510
00:45:14,060 --> 00:45:17,020
Em outras esp�cies,
como no peixe-v�bora,
511
00:45:17,020 --> 00:45:21,060
as luzes n�o s�o usadas apenas para defesa,
mas tamb�m para atrair presas.
512
00:45:25,980 --> 00:45:30,740
Os Pyrosoma sp., col�nias de
min�sculas criaturas transl�cidas,
513
00:45:30,740 --> 00:45:34,340
usam a luz para comunicarem-se
dentro da col�nia.
514
00:45:34,340 --> 00:45:38,740
Os experimentos da equipe mostraram
que, quando uma col�nia come�a a brilhar,
515
00:45:38,740 --> 00:45:40,900
seus vizinhos brilham como resposta.
516
00:45:43,540 --> 00:45:45,380
O que podem estar dizendo?
517
00:45:49,660 --> 00:45:53,100
Gra�as aos delicados m�todos
de coleta do Doc Ricketts,
518
00:45:53,100 --> 00:45:55,580
a equipe est� pronta para
observar um peixe-drag�o,
519
00:45:55,580 --> 00:45:59,900
vivo e brilhante,
um fen�meno que poucos viram.
520
00:46:03,100 --> 00:46:04,340
Qualquer que seja sua fun��o,
521
00:46:04,340 --> 00:46:08,180
h� algo que une todos os
tipos de bioluminesc�ncia:
522
00:46:08,180 --> 00:46:10,060
sua beleza sobrenatural.
523
00:46:15,940 --> 00:46:20,340
E esta beleza � resultado de
corridas armamentistas evolutivas,
524
00:46:20,340 --> 00:46:24,340
em que a luz � uma arma
para cegar ou iludir.
525
00:46:27,300 --> 00:46:31,740
Em resposta, alguns animais
desenvolveram os olhos
526
00:46:31,740 --> 00:46:34,700
mais bizarros e sofisticados do planeta.
527
00:46:38,020 --> 00:46:42,820
O raro olhos-de-barril possui
olhos que s� podem olhar para cima,
528
00:46:42,820 --> 00:46:45,740
ao longo do topo de
sua cabe�a transl�cida.
529
00:46:45,740 --> 00:46:47,260
Em busca de presas no alto.
530
00:46:49,740 --> 00:46:50,940
Ele � t�o raro,
531
00:46:50,940 --> 00:46:54,220
que o vislumbre de um vivo
� uma grande realiza��o.
532
00:47:00,740 --> 00:47:04,340
E o mesmo vale para a lula-estr�bica.
533
00:47:04,340 --> 00:47:08,500
Ela possui um olho normal e um
estranho, virado para o alto.
534
00:47:17,860 --> 00:47:21,740
Nestas profundidades, � demasiado
escuro para o olho humano.
535
00:47:21,740 --> 00:47:24,220
Mas a mais fraca luz da superf�cie,
536
00:47:24,220 --> 00:47:28,980
a meio quil�metro acima, pode
chegar � zona doo crep�sculo.
537
00:47:31,980 --> 00:47:35,420
Lulas-vagalume normalmente
vivem a estas profundidades.
538
00:47:35,420 --> 00:47:38,180
Para prevenir de
serem vistas de baixo,
539
00:47:38,180 --> 00:47:42,820
elas se escondem usando luz.
540
00:47:42,820 --> 00:47:44,900
� um estranho paradoxo.
541
00:47:44,900 --> 00:47:48,580
Neste mundo sombrio, luz
� usada como camuflagem.
542
00:47:53,260 --> 00:47:57,220
De perto, as c�lulas emissoras de luz,
chamadas fot�foros,
543
00:47:57,220 --> 00:47:58,820
s�o facilmente vistas.
544
00:47:58,820 --> 00:48:02,260
Mas a dist�ncia, elas
quebram o contorno da lula
545
00:48:02,260 --> 00:48:04,340
e ela se mescla ao fundo.
546
00:48:10,220 --> 00:48:13,420
� uma solu��o elegante
utilizada por diversas criaturas
547
00:48:13,420 --> 00:48:16,140
quando suas silhuetas podem
ser uma senten�a de morte.
548
00:48:24,380 --> 00:48:27,580
Em �guas mais rasas, a
cor de suas luzes muda
549
00:48:27,580 --> 00:48:32,700
ent�o as lulas, mais pr�ximas da
superf�cie, usam fot�foros verdes.
550
00:48:43,180 --> 00:48:46,140
As vidas das lulas-vagalume s�o curtas.
551
00:48:46,140 --> 00:48:48,020
Quando possuem apenas um ano,
552
00:48:48,020 --> 00:48:52,340
f�meas fertilizadas fazem sua jornada
final � superf�cie para desovar.
553
00:48:57,660 --> 00:49:01,300
Mas mesmo em seus momentos
finais, elas s�o espetaculares
554
00:49:01,300 --> 00:49:02,340
e valiosas.
555
00:49:11,260 --> 00:49:12,860
Por toda essa costa,
556
00:49:12,860 --> 00:49:16,020
estas lulas, que morrem
naturalmente ap�s desovarem,
557
00:49:16,020 --> 00:49:18,180
se re�nem como uma iguaria local.
558
00:49:20,460 --> 00:49:23,260
Boa parte do conhecimento que
temos sobre as lulas-vagalume
559
00:49:23,260 --> 00:49:25,900
se devem a estas pescarias.
560
00:49:28,100 --> 00:49:30,140
Como muitas criaturas do fundo do mar,
561
00:49:30,140 --> 00:49:32,900
suas vidas di�rias ainda
permanecem um mist�rio.
562
00:49:34,260 --> 00:49:39,060
O que sabemos agora � que suas
vidas dependem da bioluminesc�ncia.
563
00:49:42,740 --> 00:49:45,860
Tivemos um longo caminho desde os vagalumes
564
00:49:45,860 --> 00:49:49,340
nos bosques da Pensilv�nia.
565
00:49:49,340 --> 00:49:53,860
Organismos que produzem luz em
terra podem ser excepcionais,
566
00:49:53,860 --> 00:49:55,300
mas no mar,
567
00:49:55,300 --> 00:49:59,100
criaturas que o fazem,
como estes cten�foros,
568
00:49:59,100 --> 00:50:01,620
s�o, de fato, normais.
569
00:50:06,220 --> 00:50:08,780
Nos oceanos e em terra,
570
00:50:08,780 --> 00:50:13,260
criaturas vivas dos mais diversos
tipos aproveitaram os poderes da luz
571
00:50:13,260 --> 00:50:16,067
de modos extraordin�rios para acasalar,
572
00:50:16,067 --> 00:50:17,401
mentir,
573
00:50:17,401 --> 00:50:20,691
e mesmo se esconder
em uma explos�o de luz.
574
00:50:23,780 --> 00:50:26,900
Mesmo com as mais modernas
c�meras e tecnologia,
575
00:50:26,900 --> 00:50:31,260
n�s apenas come�amos a entender
a vida das criaturas luminosas.
576
00:50:34,140 --> 00:50:37,428
Elas ainda guardam in�meros mist�rios.
577
00:50:37,952 --> 00:50:41,065
Mas que belo mundo elas criaram.
578
00:50:41,820 --> 00:50:46,660
E que belo mundo aguarda
os cientistas no futuro.
579
00:51:02,900 --> 00:51:05,780
Ao longo deste programa,
utilizamos c�meras
580
00:51:05,780 --> 00:51:08,500
que s�o muito mais
sens�veis do que nossos olhos
581
00:51:08,500 --> 00:51:13,460
e t�o sens�veis quanto muitos
dos animais que filmamos.
582
00:51:16,700 --> 00:51:20,460
O olho � um dos grandes
feitos da evolu��o.
583
00:51:20,460 --> 00:51:24,220
E a natureza certamente
desenvolveu alguns exemplos
584
00:51:24,220 --> 00:51:26,460
engenhosamente complexos e sens�veis.
585
00:51:26,460 --> 00:51:30,540
Alguns desenvolveram-se especificamente
para enxergar a bioluminesc�ncia.
586
00:51:34,620 --> 00:51:39,220
Quando estamos no escuro, mal
notamos a bioluminesc�ncia.
587
00:51:39,220 --> 00:51:41,540
Mas em poucos minutos,
mudan�as fisiol�gicas
588
00:51:41,540 --> 00:51:45,980
fazem nossos olhos
distinguirem luz viva.
589
00:51:47,020 --> 00:51:49,580
As c�meras sempre tentaram copiar
590
00:51:49,580 --> 00:51:51,100
os feitos do olho humano,
591
00:51:51,100 --> 00:51:53,620
mas com c�meras sens�veis
� baixa luminosidade,
592
00:51:53,620 --> 00:51:56,700
podemos agora registrar luzes t�o bem,
593
00:51:56,700 --> 00:51:59,940
e por vezes melhor do que conseguimos.
594
00:52:01,700 --> 00:52:06,100
Mas estar apto para filmar as
luzes � apenas parte da solu��o.
595
00:52:06,100 --> 00:52:09,980
Para realmente entender a luz
na Terra, voc� precisa registrar
596
00:52:09,980 --> 00:52:12,780
as pr�prias criaturas que brilham.
597
00:52:14,420 --> 00:52:16,580
Essa c�mera permite filmar
598
00:52:16,580 --> 00:52:19,740
em baixa luminosidade de
forma completamente inovadora.
599
00:52:19,740 --> 00:52:22,860
O feixe de luz entra pela lente �nica,
600
00:52:22,860 --> 00:52:28,380
mas ent�o � dividido em
dois, com uma c�mera com certa
601
00:52:28,380 --> 00:52:33,660
frequ�ncia de luz, e outra
outra frequ�ncia distinta.
602
00:52:33,660 --> 00:52:37,620
Uma das c�meras � sens�vel
� luz infravermelha,
603
00:52:37,620 --> 00:52:41,420
invis�vel � maioria dos animais, mas
que � registrada pela c�mera no escuro.
604
00:52:42,460 --> 00:52:45,980
A segunda c�mera registra
a bioluminesc�ncia,
605
00:52:45,980 --> 00:52:47,980
que geralmente � azul ou verde.
606
00:52:49,180 --> 00:52:51,980
As suas imagens s�o
combinadas em uma �nica.
607
00:52:55,700 --> 00:52:59,220
E desta maneira voc� consegue
imagens de baixa luminosidade,
608
00:52:59,220 --> 00:53:01,660
n�o apenas dos animais bioluminescentes,
609
00:53:01,660 --> 00:53:04,860
mas mesmo do ambiente em que vivem.
610
00:53:04,860 --> 00:53:08,420
Esta t�cnica pioneira do
realizador Martin Dohrn,
611
00:53:08,420 --> 00:53:12,580
nos permite entrar no mundo
das criaturas bioluminescentes,
612
00:53:12,580 --> 00:53:15,980
e tamb�m contribui para a ci�ncia.
613
00:53:15,980 --> 00:53:18,100
Com este tipo de
c�mera, h� v�rias coisas
614
00:53:18,100 --> 00:53:22,420
que posso ver nas imagens que
n�o veria em situa��es normais.
615
00:53:23,940 --> 00:53:27,900
No passado, o cientista Marcel
Koken era impossibilitado
616
00:53:27,900 --> 00:53:31,540
de estudar as minhocas
e besouros sem usar luz.
617
00:53:31,540 --> 00:53:34,260
Mas quando o fazia, a
luz assustava os besouros
618
00:53:34,260 --> 00:53:37,380
e diminu�a a
bioluminesc�ncia das minhocas.
619
00:53:37,380 --> 00:53:41,260
Com o aux�lio da c�mera de Martin,
Marcel est� apto para observar
620
00:53:41,260 --> 00:53:45,940
e registrar o encontro dos besouros
e minhocas pela primeira vez.
621
00:53:45,940 --> 00:53:49,620
Como se trabalhar com duas c�meras
simultaneamente j� n�o fosse dif�cil,
622
00:53:49,620 --> 00:53:54,500
a equipe decidiu lev�-la
para debaixo das ondas.
623
00:53:54,500 --> 00:53:56,540
O objetivo era filmar
624
00:53:56,540 --> 00:54:00,220
a bela exibi��o de
acasalamento dos ostracodes,
625
00:54:00,220 --> 00:54:04,380
pequenos crust�ceos de um mil�metro imersos na escurid�o,
626
00:54:04,380 --> 00:54:09,460
em turbilh�o no seu ambiente natural.
Uma tarefa herc�lea.
627
00:54:09,460 --> 00:54:12,540
- Martin, como foi essa noite?
- Tivemos alguns problemas.
628
00:54:12,540 --> 00:54:16,500
Mas ficou tudo bem.
Foi calma, bem calma.
629
00:54:16,500 --> 00:54:19,860
Muito do que vi era
absolutamente incr�vel.
630
00:54:21,980 --> 00:54:25,460
O sistema de divis�o de feixes
de Martin o permitiu filmar
631
00:54:25,460 --> 00:54:29,260
a bioluminesc�ncia dos min�sculos
ostracodes, conforme deixam
632
00:54:29,260 --> 00:54:30,940
sua trilha luminosa pelo caminho.
633
00:54:30,940 --> 00:54:33,900
Por outro lado, os cientistas
ainda n�o est�o felizes.
634
00:54:35,580 --> 00:54:39,580
A bi�loga marinha Gretchen
Gerrish espera que o sistema
635
00:54:39,580 --> 00:54:42,460
auxilie a filmar grupos de
machos que n�o est�o brilhando,
636
00:54:42,460 --> 00:54:45,500
nadando ao redor dos
indiv�duos que brilham.
637
00:54:45,500 --> 00:54:48,500
Algo visto apenas em laborat�rio.
638
00:54:51,060 --> 00:54:55,060
Estes machos, chamados de furtivos,
s�o invis�veis �s c�meras normais,
639
00:54:55,060 --> 00:54:57,500
pois n�o deixam uma trilha luminosa.
640
00:54:57,500 --> 00:55:02,420
Mas nossa c�mera, apelidada
Bertha, pode mudar isso.
641
00:55:02,420 --> 00:55:05,540
- Ent�o, como Bertha se saiu?
- Bertha foi �tima.
642
00:55:05,540 --> 00:55:10,660
Ela filmou os furtivos e
d� at� para v�-los nadando.
643
00:55:10,660 --> 00:55:12,900
Eles s�o sem-vergonha.
644
00:55:12,900 --> 00:55:15,940
O que voc� acha, Trevor?
Fizeram uma boa tomada?
645
00:55:15,940 --> 00:55:17,420
Foi espetacular.
646
00:55:17,420 --> 00:55:19,540
Isso abre muitas portas.
647
00:55:20,740 --> 00:55:24,260
Os cientistas est�o
preparados para ver
648
00:55:24,260 --> 00:55:25,860
as imagens combinadas de Bertha.
649
00:55:30,940 --> 00:55:34,580
O infravermelho mostra um
grupo em espiral de machos,
650
00:55:34,580 --> 00:55:38,300
com a inten��o de interceptar a
f�mea antes que ela alcance o macho
651
00:55:38,300 --> 00:55:41,100
que fez o trabalho duro de atra�-la.
652
00:55:45,260 --> 00:55:47,380
E h� mais machos competidores
653
00:55:47,380 --> 00:55:49,820
do que os cientistas esperavam.
654
00:55:50,820 --> 00:55:53,500
� uma sopa de ostracodes.
H� milhares deles.
655
00:55:54,500 --> 00:55:58,820
O que, aos nossos olhos, � uma
bela exibi��o ordenada, de fato,
656
00:55:58,820 --> 00:56:00,860
� um cada um por si ostracoidal.
657
00:56:00,860 --> 00:56:04,540
V�rios machos tentando se
aproveitar dos esfor�os de poucos.
658
00:56:04,540 --> 00:56:07,260
A quantidade de informa��o
que voc� pode tirar disso
659
00:56:07,260 --> 00:56:09,580
n�s tentamos obter
nos �ltimos cinco anos.
660
00:56:09,580 --> 00:56:11,060
Temos um artigo bem aqui...
661
00:56:11,060 --> 00:56:13,620
..neste pequeno v�deo?
662
00:56:13,620 --> 00:56:16,260
Quase isso.
663
00:56:16,260 --> 00:56:19,860
Mas aparatos high-tech
foram apenas parte da hist�ria.
664
00:56:19,860 --> 00:56:22,660
J� que muito da bioluminesc�ncia
� pouco conhecida,
665
00:56:22,660 --> 00:56:26,540
encontr�-las por si s� j� era dif�cil.
666
00:56:26,540 --> 00:56:30,860
A equipe est� pronta para conseguir
suas tomadas mais ambiciosas.
667
00:56:30,860 --> 00:56:32,300
Hoje, iremos tentar encontrar
668
00:56:32,300 --> 00:56:35,620
e filmar algo que
conhecemos por todo o mundo,
669
00:56:35,620 --> 00:56:39,420
e acontece todas as noites em
todos os oceanos, em qualquer lugar
670
00:56:39,420 --> 00:56:42,820
e ainda assim, em termos de
levar informa��es �s pessoas,
671
00:56:42,820 --> 00:56:44,380
de onde podemos encontr�-lo
672
00:56:44,380 --> 00:56:46,900
e a melhor �poca para
v�-lo, n�o h� quase nada.
673
00:56:49,580 --> 00:56:54,580
Conforme a noite cai, eles rumam
para longe das luzes artificiais.
674
00:56:55,740 --> 00:56:59,540
E logo, eles est�o navegando em
�guas cheias de dinoflagelados.
675
00:57:01,340 --> 00:57:03,420
Esses flashes azuis podem ser vistos
676
00:57:03,420 --> 00:57:06,780
em qualquer oceano de noite, sem luzes.
677
00:57:06,780 --> 00:57:09,780
Mas a equipe n�o veio
para film�-los sozinhos.
678
00:57:09,780 --> 00:57:12,500
Eles est�o esperan�osos em
encontrar visitantes especiais.
679
00:57:23,020 --> 00:57:25,940
Trabalhar em um barco que se
mexe na mais completa escurid�o
680
00:57:25,940 --> 00:57:29,500
com uma prot�tipo de c�mera foi
um dos mais dif�ceis trabalhos
681
00:57:29,500 --> 00:57:31,300
da carreira de Martin.
682
00:57:34,420 --> 00:57:38,540
Ap�s uma semana de patrulha pelo
mar escuro, eles encontraram.
683
00:57:38,540 --> 00:57:39,700
Golfinhos.
684
00:57:48,420 --> 00:57:52,300
Estar no barco de noite, com o
c�u claro e a luz das estrelas,
685
00:57:52,300 --> 00:57:55,700
com todos esses flashes
de luz ao seu redor,
686
00:57:55,700 --> 00:58:00,460
e chegam os golfinhos, o show
fica ainda mais extraordin�rio.
687
00:58:00,460 --> 00:58:04,300
� certamente uma das coisas mais
incr�veis que vi em minha vida.
688
00:58:06,180 --> 00:58:09,980
Cenas como essa est�o
acontecendo por todos os oceanos,
689
00:58:09,980 --> 00:58:13,740
ainda que esta � uma das poucas
vezes que j� foram filmadas.
690
00:58:17,660 --> 00:58:20,900
Novas tecnologias e ideias est�o criando
691
00:58:20,900 --> 00:58:24,780
uma revolu��o na maneira
como vemos o mundo.
692
00:58:24,780 --> 00:58:27,820
E no entendimento da vida que brilha.
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00:58:28,305 --> 00:58:34,177
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