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Em Casas do povo

em locais de trabalho,

em centros juvenis,

em hospedarias e centros de tiro,

em pal�cios e castelos,

em gin�sios e f�bricas

surgiram em mar�o de 1933,

segundo o "Decreto
para a Prote��o do Povo e do Estado",

os primeiros campos.

Os presos eram oponentes do nazismo.

Um total de cerca de 200.000 em 1933.

A maioria dos campos ficava na Sax�nia,

pois o estado era um basti�o
do movimento oper�rio organizado.

COMO RESULTADO
DE TRATAMENTO DESUMANDO PUNITIVO

CINCO PRISIONEIROS POL�TICOS FORAM
CONDUZIDOS � SUA MORTE AQUI

(PONTO DE SALTO, A CAVEIRA COM SETA)

Quantas vezes march�vamos
pelas trilhas do ti��o,

pelo desertos rum�vamos,
com o alvorecer na dire��o.

E ouv�amos os sons,
os conhecidos cantos

dos carregadores e Askaris:

Eia, eia, safari.

Eia, eia, safari.

15 de mar�o de 1933:

"Ficamos sabendo que sua cantina serve

h� muito tempo para reuni�es
de c�rculos antigovernamentais.

Isso causa uma consider�vel inquieta��o
na popula��o nacional

sendo, portanto, um risco � paz,
� ordem e � seguran�a p�blica.

Para se evitar tais reuni�es,

nos vemos obrigados
a fechar sua cantina.

Viola��es da ordem de fechamento

ser�o punidas com pris�o preventiva
n�o inferior a um m�s.

Assinado:
a Equipe Administrativa Distrital."

Carta da Cantina Rosenheim
� Equipe Administrativa Distrital,

16 de mar�o de 1933:

"Os membros da Cantina Rosenheim,
que abaixo assinam,

tamb�m membros do NSDAP,
o partido nazista,

pedem gentilmente
a revoga��o da ordem de fechamento.

Garantimos que o local nunca foi usado

para reuni�es contra o governo

e que nunca ser� usado para tais fins.

Al�m disso, providenciamos
para que a dire��o

tenha ficado livre de pessoas
de partidos marxistas

ou que ainda fique.

Esperamos que nosso
pedido n�o seja impr�prio.

Assinado: A Dire��o."

ESTIVEMOS AQUI
21.5.01 - 23.5.01, 7B

NAZISTAS

Mem�rias de Konrad Hahnewald,

ex-diretor
do Albergue da Juventude Burg Hohnstein,

por volta de 1958:

"Na noite de 8 de mar�o de 33,

recebi uma liga��o de camaradas de Dresden.

Fui aconselhado a
encontrar um lugar seguro,

pois uma horda da SA
embarcara num caminh�o gritando:

'Vamos a Hohnstein,
pegar o diretor comunista!'

Como havia h�spedes da Gr�cia no albergue,

senti-me no dever de
lev�-los � seguran�a.

Juntos, pusemos barricadas no albergue.

As tropas da SA tentaram invadir
o castelo, mas falharam.

Ent�o eles se embriagaram no bar em frente

e sa�ram rugindo pela pra�a do mercado.

De manh�, hav�amos removido as barricadas,

e 30 homens da SA marcharam ao albergue
liderados por um tenente.

Este exigiu que eu hasteasse
a bandeira nazista.

Como me recusei,
ele me deu voz de pris�o."

Mem�rias
do ex-prisioneiro Peter Blachstein,

1939:

"A SA nos declarou:

'Campo de concentra��o n�o � um castigo,

mas educa��o para a germanidade.'

�ramos obrigados a aprender can��es da SA.

Aos domingos, form�vamos filas de oito
em torno da t�lia.

A ordem de marcha era
seguida pela ordem: 'Uma can��o!'

Os prisioneiros chamaram essa marcha
a 'dan�a do urso'

e ela durava duas horas.

Os minutos se arrastavam.

T�nhamos de cantar de manh� e � tarde,

e num domingo normal no campo
eram quatro horas de dan�a do urso."

CONDI��O E TERRENO

Carta da Ag�ncia Estadual de Investiga��es
de Dresden �s autoridades,

24 de mar�o de 1933:

"Por ordem do Comiss�rio do Reich
para o Estado da Sax�nia

foi criado um departamento
para cuidar da pris�o preventiva.

Notifique-nos em tr�s dias sobre:

A) O n�mero de prisioneiros
em pris�o preventiva.

B) Onde est�o detidos.

C) A localiza��o
dos campos de pris�o preventiva,

campos de trabalho ou de concentra��o
criados

e poss�veis localiza��es futuras,

al�m de suas capacidades.

Ass.: Depto Estadual de Investiga��es,
Dr. Palitzsch."

Mem�rias
do ex-prisioneiro Fritz Lehmann,

por volta de 1948:

"Struppen era de predomin�ncia oper�ria,

onde os fascistas
n�o obtiveram influ�ncia.

Em 1932,
houve a primeira provoca��o deliberada,

com a cria��o de uma Escola de L�deres SA
na Struppen vermelha.

No dia 9 de mar�o, come�aram as pris�es.

25 membros do Ex�rcito dos Trabalhadores,

incluindo o prefeito socialdemocrata
Herbert Gl�ser

e o vereador comunista Martin Hering,
foram presos.

Eles foram detidos no por�o da escola da SA

e no outro dia enviados aos campos
de concentra��o de Hohnstein e K�nigstein."

Protocolo da delegacia
de pol�cia de Waldenburg,

25 de mar�o de 1933:

"Hoje, por volta das 7h, todas
as sa�das locais foram vigiadas pela SA.

Fizemos meticulosas
buscas em domic�lio.

O resultado n�o foi t�o satisfat�rio,

pois as supostas armas n�o foram achadas.

Encontramos: duas pistolas velhas,
cinco tambores, um apito,

uma bandeira da Frente de Ferro
e muito material escrito.

Encontramos tamb�m 50 Reichsmark
no caixa do Socorro Vermelho.

Tudo foi confiscado.

Assinado:
Delegado de pol�cia P�ppisch."

AQUI MOROU O CAMARADA MARTIN HERING,

QUE PERDEU SUA VIDA
NA LUTA CONTRA O FASCISMO.

ASSASSINADO EM 22 DE NOVEMBRO DE 1933

NO CAMPO DE CONCENTRA��O DE HOHNSTEIN.

Convite para a inaugura��o
do memorial em Struppen,

12 de setembro de 1948:

"14h Defini��o da parte organizacional.

14h30 Inaugura��o do memorial.

Projeto: Gerhard M�ller.

Financiamento: Comit� local do SED,
o Partido Socialista Unificado.

1. Boas-vindas da Associa��o
de Perseguidos do Regime Nazista.

2. Discurso de inaugura��o
do prefeito Herbert Gl�ser.

3. Coloca��o de coroas das organiza��es.

4. Coral Folcl�rico de Struppen:
Irm�os, ao sol, � liberdade.

A lembran�a das v�timas obriga-nos
a construir uma Alemanha

democr�tica e pac�fica!"

�S V�TIMAS DO FASCISMO 1933-1945

Carta da pol�cia de Venusberg
� Equipe Adm. Distrital

27 de mar�o de 1933:

"Por ordem da lideran�a regional
do NSDAP em Annaberg

foi decretada a pris�o
das seguintes pessoas:

1. do oper�rio residente em
Venusberg, n� 78, Emil Pinnow.

2. do encanador residente em
Venusberg, n� 23, Fritz Voigt.

3. do lenhador residente com os pais
em Venusberg, n� 53, Rudi Vogel.

4. do carpinteiro residente em
Venusberg, n� 36, Hans Scholz.

5. do tecel�o residente em
Venusberg, n� 6, Richard Horn.

6. do tecel�o residente em
Venusberg, n� 6, Walter Neumann.

Realizei as pris�es perante
um segundo-sargento e 12 homens da SS.

As buscas por armas
e outros materiais pol�ticos suspeitos

n�o tiveram sucesso.

Os presos foram conduzidos
pela SS em caminh�es

para a pris�o preventiva.

Assinado:
Delegado de pol�cia Fuhrmann."

Declara��o
no Tribunal Distrital de Frankenberg,

29 de mar�o de 1933:

A Sra. Frieda Gessner
declara voluntariamente:

"Meu marido Max Gessner
est� desde 4 de mar�o em pris�o preventiva,

porque foi presidente
do Socorro Internacional dos Trabalhadores.

Meu marido me assegurou
que renunciou �s fun��es

e deixou o KPD,
o Partido Comunista da Alemanha.

N�o � um ato meramente superficial.

Acredito que seja de pura convic��o.

Meu marido deseja resgatar

sua honra, que ele mesmo sujou

por insurrei��o e sedu��o.

Errar � humano,
e como meu marido reconheceu seu erro,

sua liberta��o n�o � um perigo.

Entendo que nem todos podem ser soltos,

pois alguns ainda amea�am
a reconstru��o da Alemanha.

Meu marido n�o representa essa amea�a,
por isso pe�o sua liberta��o.

Assinado: Frieda Gessner."

Jornal K�nigsteiner Anzeiger,

20 de mar�o de 1933:

"Entre a pedreira e o Elba
fica a casa dos amigos da natureza,

que foi usada pelos socialdemocratas.

No dia 10 de mar�o,
a casa foi ocupada pela SA,

para a instala��o
de um campo de concentra��o.

Sob a lideran�a da SA

haver� disciplina e ordem,
pureza e higiene.

A guarda
consiste de policiais e homens da SA.

O diretor do campo
� o o chefe de pol�cia em K�nigstein,

Tenente Rosig.

O L�der de Tropa Ernst
comanda a gest�o econ�mica.

O tenente Delin
comanda a unidade de guarda."

Mem�rias
do ex-prisioneiro Max Tabaschnik,

por volta de 1934:

"Toda manh�, o habitual:

ficar em sentido atr�s do por�o
sem comer nem beber,

sem permiss�o para se lavar,
marcha para a pedreira.

Eu tinha de colocar pedras num vag�o,
o que exigiria tr�s homens.

Eu n�o consegui.
'Seu porco pregui�oso!'

Eles me bateram e rolaram
pedras da encosta para cima de mim.

Eu n�o tinha permiss�o de me mover
e as pedras me feriram.

Homens da SA me empurraram
para cima de um vag�o.

Ele foi empurrado
e acelerou em dire��o � pedreira.

Eu lutei para manter meu equil�brio.

Uma queda na pedreira
poderia ter sido o fim.

Ent�o fui for�ado, sob espancamento,

a empurrar com rapidez
o vag�o de novo morro acima.

Depois eles repetiram o jogo.

E assim o dia passou."

Carta da C�mara Municipal
para o Conselho Municipal de Chemnitz,

6 de maio de 1933:

"Com refer�ncia ao relato
no jornal Chemnitzer Tageblatt,

de que os representantes socialdemocratas

n�o compareceram
� sess�o de abertura em 4 de maio.

O relato d� a entender

que n�o comparecemos
� reuni�o por neglig�ncia.

Os signat�rios declaram

que est�o desde 26 de abril
em pris�o preventiva

e, portanto, n�o puderam participar.

Atenciosamente,
os vereadores socialdemocratas."

Relat�rio do grupo local do NSDAP
ao Tribunal de Z�blitz,

8 de maio de 1933:

"No s�bado, 4 de maio,

o delegado de pol�cia Kiessig
e quatro policiais

prenderam os comunistas
H�bler, Kolmar, Baldauf e Richter.

O motivo foi a descoberta de armas:
tr�s cassetetes e uma baioneta.

H�bler disse:
'Hitler deve ser jogado no Elba.'

Kolmar disse que cada ruazinha
logo se chamaria Via Hitler,

e Baldauf completou:
N�o, Via do Assassinato � melhor.

Declara��o de Richter:
O dia ainda n�o acabou.

Os comunistas foram detidos.

Assinado: Tenente Kleeberg."

Jornal Chemnitzer Allgemeine Zeitung,

8 de maio de 1933:

"Com o aumento das pris�es preventivas,
ap�s revolu��o nacional,

com a ajuda do NSDAP,

o gin�sio marxista em Plaue
foi convertido em um campo de deten��o.

Os marxistas foram presos
para seu pr�prio bem,

pois o clima geral est� t�o aquecido

que as autoridades s� podem
proteg�-los com a cust�dia protetora."

Carta de candidatura a emprego
� Equipe Adm. Distrital,

18 de maio de 1933:

"Em resposta ao an�ncio
no 'Freiheitskampf,

candidato-me ao cargo
de chefe de cozinha no campo em Plaue.

Nos �ltimos anos, atuei
em cargos de supervis�o:

em Stuttgart, Dresden, Col�nia
e outras cidades maiores.

Em 5 de mar�o, assumi a cozinha
do campo de K�nigstein,

atendendo diariamente 300 pessoas.

O diretor do campo Rosig
pode informar sobre meu trabalho.

Minha atividade aqui � volunt�ria

e sou for�ado a sair
com o fechamento do campo.

Sou membro do governo
nacional-socialista desde 1930.

Sou L�der de Esquadr�o
na Se��o de Assalto 21/177.

Ficaria grato por uma indica��o de sal�rio.

Heil Hitler!
Curt Heimberg."

Mem�rias do ex-prisioneiro Max M�hl,

por volta de 1956:

"O Camarada Gebler, de Gr�nlichtenberg,

foi arrastado da cama por homens da SA.

Eles o colocaram contra a parede
e o espancaram.

Quando ele desmaiou,
jogaram �gua em sua cabe�a

at� ele despertar, e
ent�o come�ou tudo de novo.

Nisso, estouraram seu olho direito.

A SA gostava especialmente

de ca�ar prisioneiros
que tinham o cabelo comprido.

Eles arrancavam grandes tufos
com tesouras de jardim.

Alguns tinham o cabelo cortado
at� que surgisse uma su�stica,

e a cada corte
batiam na cara do prisioneiro."

Carta da sede distrital em Leipzig

�s C�maras Municipais
de Borna, D�beln, Oschatz e Wurzen,

22 de maio de 1933:

"O Depto Estadual de Investiga��es
constatou

que, al�m dos campos de concentra��o
e trabalho j� aprovados,

h� outros, os chamados
campos de transi��o ou de tr�nsito,

pontos de coleta em casas do povo,

pr�dios de clubes
esportivos marxistas etc.,

para os quais a aprova��o necess�ria
n�o foi solicitada.

A localiza��o de tais campos
deve, portanto, ser relatada.

A presen�a de prisioneiros deve ser
informada ao Depto Est. de Investiga��es

para sua transfer�ncia
aos campos respons�veis.

Em nome da Sede Distrital, Hemping."

Registros de mem�ria, J�rgen Fuchs,

1977:

"A bandeira,

ningu�m queria carreg�-la.

Desvi�vamos o olhar
fingindo estar ocupados,

convers�vamos intensamente
com quem estava perto

ou �amos para o outro lado da rua.

Ningu�m queria bancar o bobo.
Se encontraria algu�m.

Marchando � frente,
ainda mais com essa coisa,

voc� era visto e ridicularizado.

E para onde ir ao fim do protesto?

O porta-bandeira n�o pode
escapar por uma rua lateral.

Tem de ficar na fileira at� o fim.

Enquanto os outros
j� compram sorvete e lingui�as,

ele continuava na rua protestando,

vis�vel e procurando desesperadamente
um local pra por a coisa.

Isso eu vivenciei v�rias vezes:

Uma voz de alto-falante estridente
anunciando grandes conquistas

e n�s, manifestantes requisitados,
nas ruas laterais, esperando

algu�m chegar e pegar a bandeira.

Era a bandeira vermelha."

Jornal Deutsche Volkszeitung,

�rg�o do Partido Comunista
da Alemanha na zona de ocupa��o sovi�tica,

1� de julho de 1945:

"V�timas do fascismo s�o os homens
que tiveram de se tornar soldados,

os que perderam a vida
por essa guerra criminosa.

V�timas do fascismo s�o os judeus,

perseguidos e assassinados
como v�timas do fanatismo fascista,

Testemunhas de Jeov�
e os rotulados de pregui�osos.

Mas n�o podemos estender tanto
o termo 'v�timas do fascismo'.

Todos eles o suportaram e sofreram muito,

mas n�o lutaram.

Assim determinou-se que judeus, mesti�os,
Testemunhas de Jeov� etc.

n�o podem ser inclu�dos na estreita
defini��o de v�timas do fascismo.

Porque 'v�tima do fascismo'
� um t�tulo de honra,

que s� pode ser concedido �queles

que lutaram heroicamente
pela liberdade do povo alem�o,

ficando ent�o sujeitos a persegui��es
e abusos severos,

definhando por anos em penitenci�rias,
pris�es e campos de concentra��o."

Protocolo da Equipe Adm. de Fl�ha,

12 de abril de 1933:

"A pedido do Depto Est. de Investiga��es

a �rea da fia��o foi inspecionada hoje

para ver se seria adequada

para um campo de pris�o preventiva
de grande porte.

Durante a extensa inspe��o,
houve um consenso geral

de que a �rea da fia��o seria

ideal para um grande
campo de pris�o preventiva

e que nos 20.000 m� de �rea �til
nos edif�cios existentes

pelo menos 2.000 prisioneiros

e v�rias centenas de guardas
poderiam ser acomodados,

mas provavelmente ainda muito mais.

O Sr. Wunderlich, o diretor,
afirmou que a Textilia Ltda,

disponibilizaria gratuitamente
a �rea da fia��o.

O funcion�rio s�nior, Dr. Schulze
agradeceu ao Sr. Wunderlich

em nome do Minist�rio do Interior
pelo grande servi�o

prestado pela Textilia Ltda
ao governo nacional

e anunciou que o campo
ser� instalado com a maior celeridade.

Assinado:
a Equipe Adm. Distrital,

Dr. Oesterheld."

Encomenda,

13 de abril de 1933,

� firma Pelz und Paul:

"Pedimos, por meio desta,
com base na sua oferta de 21/04/1933,

para o campo de Sachsenburg,
1.500 cobertores,

com cor e listras de acordo com a amostra.

200 a 300 dos cobertores encomendados
j� s�o para o in�cio de maio.

Equipe Adm. Distrital,
Assinado: Dr. Oesterheld.

Encomenda,

27 de abril de 1933,

� firma Hugo Rudolph S.A.:

Complementando o pedido enviado,
solicitamos os produtos abaixo

com o nome bordado 'Campo de Sachsenburg'.

1. Aprox. 3.500 len��is de cama
de fio grosso, de qualidade inferior.

2. Aprox. 5.000 toalhas de linho puro,
de qualidade robusta.

3. Aprox. 500 len�os crus.

4. Aprox. 500 toalhas brancas grossas.

Quanto ao nome bordado
'Campo de Sachsenburg ',

aceitamos a sua sugest�o
de que seja em vermelho.

Gostar�amos de observar

que a entrega final
deve ser at� 26 de maio.

Equipe Adm. Distrital,
assinado: Dr. Oesterheld."

ANTIGAS CELAS DE CAMPO DE CONCENTRA��O

Mem�rias do ex-prisioneiro Otto Meinel,

por volta de 1934:

"No campo de Sachsenburg, o n�mero
de prisioneiros ficava entre 800 e 1.200.

Todos eram alojados no pr�dio da f�brica.

A SA no andar t�rreo,

prisioneiros dos grupos 1 e 2 no 1� andar,

dos grupos 3 e 4 no 2� andar,

no 3� andar do grupo 7,
os doentes e inv�lidos,

e no 4� andar, os grupos 5 e 6.

A sala do comandante
ficava na mans�o do dono da f�brica.

Os prisioneiros eram
das mais diversas camadas sociais,

a maioria de socialdemocratas e comunistas,
em n�mero mais ou menos igual.

Al�m de membros da oposi��o da SA
e da Stahlhelm,

Testemunhas de Jeov� e judeus.

No meu tempo l�, o mais jovem
tinha 15 anos, o mais velho mais de 70."

Carta da Secretaria de Interior da Sax�nia
� Equipe Adm. Distrital,

21 de maio de 1933:

"At� nova ordem, e retroativamente,

o prisioneiro deve pagar dois Reichsmark
por cada dia sob cust�dia protetora.

Desse montante,
um Reichsmark � pela comida

e um Reichsmark
pela acomoda��o e guarda.

Esse pagamento deve ser assegurado
por todos os meios dispon�veis.

Pelo Comiss�rio do Reich para a Sax�nia,
assinado: von Loeben."

Carta do Minist�rio do Interior
ao Minist�rio do Trabalho e Previd�ncia,

30 de maio de 1933:

"O Ministro das Finan�as do Reich
est� disposto

a reembolsar os estados pelos custos

com os campos de concentra��o.

Uma assist�ncia aos parentes
dos detentos n�o pode ser concedida.

Esses custos devem ficar
por conta dos munic�pios.

Em nome do ministro, assina: Pfundtner."

Carta da Associa��o das M�dias Empresas
de Frankenberg ao munic�pio de Fl�ha,

31 de maio de 1933:

"Na localidade vizinha ser� instalado
um campo para prisioneiros pol�ticos.

Os comerciantes locais solicitam

que os alimentos
para os detentos e a administra��o

sejam comprado deles.

Eles garantem fornecer bons produtos
a pre�os adequados.

Pedimos ent�o que as compras sejam

revezadas entre os comerciantes locais.

Na esperan�a do atendimento
desta solicita��o leg�tima,

subscrevemos respeitosamente, a Assoc.
das M�dias Empresas de Frankenberg."

HACI BABA
LANCHONETE D�NER KEBAB

Material, textos,

Heiner M�ller, 1958:

"Meu pai.

�s 4 da manh�, meu pai,
funcion�rio do Partido Social Democrata,

foi tirado da cama e preso.

Acordei com
o c�u escuro � frente da janela,

barulho de vozes e passos.

No c�modo vizinho,
livros foram atirados ao ch�o.

Sa� da cama e fui at� a porta.

Pela fresta da porta,
vi um homem batendo na cara do meu pai.

Com frio, com o cobertor at� o queixo,

estava na cama,
quando a porta do meu quarto se abriu.

Na porta estava meu pai,
atr�s dele os estranhos,

altos, em uniformes marrons.

Eu o ouvi chamar meu nome baixinho.

N�o respondi e fiquei im�vel.

Ent�o meu pai disse: 'Ele est� dormindo.'

Eu ouvi quando o levaram embora,

e ent�o o passo curto da minha m�e,
que voltou sozinha.

Encontrei meus amigos
nos fundos, no galp�o de ferramentas,

sentados em troncos de madeira.

Brincavam com soldados de chumbo.

Quando entrei,
ficaram em sil�ncio e se olharam.

Ent�o voltaram a brincar.

Tratavam um ao outro por "General"

e a cada tiro gritavam em triunfo
o n�meros de baixas.

Os soldados morriam como moscas.

O vencedor disse que
iriam tomar o caf� da manh�,

e que eu n�o poderia ir junto

e que n�o podiam mais brincar comigo,
pois meu pai era um criminoso.

Minha m�e me disse
quem eram os reais criminosos,

mas que n�o era bom dizer quem eram.

Portanto, n�o contei aos meus amigos.

Descobriram isso doze anos depois."

NESTE LOCAL
FICAVA A PRIS�O MATHILDENSTRASSE

ENTRE 1933 E 1945

MILHARES DE ALEM�ES E TCHECOS

RESISTIRAM AQUI AO TERROR FASCISTA

89/90, romance,

Peter Richter, 2015,

por exemplo:

"� in�cio de 1990:

Estamos no Planwirtschaft,
um caf� noturno na cidade nova.

De repente, a porta voa com um estrondo

e o skinhead O. entra com sua gangue

com um taco de beisebol
no ombro, como Obelix,

com quem, ali�s, ele se parece.

Com um leve movimento do pulso,

mas com muita for�a,
ele bate na nossa mesa,

for�ando todos
a se levantarem de seus lugares.

'Ent�o, amigos', diz O.
em seu pesado dialeto:

'V� moer oc�s
at� o caldo vermelho escorrer.'

E fez isso, seguido por sua turma,

e n�s, mesmo em maior n�mero,
apenas deixamos acontecer."

Ou:

"Cruzamos a ponte uma noite,
pra conversar com amigos em Blasewitz.

De repente, S. para,

me segura com um bra�o
e aponta para a frente com o outro.

S�o pelo menos seis, talvez mais.

N�s voltamos, eles come�am a correr,
e come�amos a correr.

Corremos de volta ao nosso lado,
onde conhecemos cada jardim.

Descemos as escadas para a Elbegarten.

Mas podemos ouvi-los atr�s de n�s,

j� na entrada da cervejaria ao ar livre.

Continuamos correndo, virando esquinas,

passamos pelo port�o do jardim
na velha balsa,

s� nos restando
nos agachar nos arbustos.

Atr�s do muro do jardim,
os skinheads gritam: 'Oi!',

e dizem que nos pegar�o.

Em algum momento eles seguem
e a rua fica mais calma.

Mas ent�o vem um barulho do norte.

Algu�m grita como se o torturassem.

Depois encontramos
um homem com o rosto esmagado

e em parte escalpelado no ponto de �nibus.

Ele simplesmente desembarcou
na hora errada da linha 93,

talvez at� da 85.

Da cabine telef�nica, S. chama para ele,

uma ambul�ncia."

Mem�rias
do ex-prisioneiro Karl Semmler,

por volta de 1982:

"Passamos nossa cust�dia protetora
na Dresdner Mathilde:

o nome popular da pris�o, por sua entrada
ficar na rua Mathildenstrasse.

Essa pris�o voltou a funcionar,

porque todas as outras estavam lotadas.

As celas para um prisioneiro tinham tr�s
ou quatro presos pol�ticos.

Quando nos trancaram na cela,

demo-nos as m�os
e prometemos uns aos outros resistir.

Ficamos ainda um tempo sussurrando.

Na manh� seguinte come�ou a rotina.
Pouca comida, mas muitas surras.

Quem chamasse a m�nima aten��o
ia para o 'buraco',

ou seja, era trancado por dias
em um buraco �mido no por�o.

Eu tamb�m conheci isso."

Carta da Secretaria da Justi�a de Dresden
�s institui��es penais de Dresden,

20 de mar�o de 1933:

"Foi observado

que, ao se tratar dos presos
sob cust�dia em pris�es regulares,

ignorou-se o motivo e
o objetivo da cust�dia.

Um motivo para a cust�dia �

qualquer comportamento
contra os interesses nacionais.

O objetivo da cust�dia � sobretudo
impedir os presos

de continuarem a operar
de forma subversiva.

Escritos marxistas, pacifistas
e subversivos, al�m

de livros de filia��o a partidos,
devem ser apreendidos.

Viola��es de disciplina,
como cantar can��es marxistas,

devem ser repreendidas com o m�ximo rigor.

Assinado:

o representante do Comiss�rio do Reich,
Dr. Thierack."

Carta da Associa��o
dos Perseguidos do Regime Nazista

ao governador da Sax�nia,

15 de julho de 1949:

"No Tribunal de Dresden, na M�nchner Platz,
foram executados

nos anos do fascismo 1.069 opositores
antifascistas de 11 na��es.

No dia de mem�ria e em outras ocasi�es

realizamos cerim�nias l�.

Em tais celebra��es, sobretudo
em visitas de delega��es estrangeiras,

a falta de um memorial causa
um enorme desconforto.

� dever do povo alem�o

criar um memorial
para os melhores filhos e filhas da Europa.

Pedimos um posicionamento
o mais breve poss�vel.

Associa��o de Perseguidos do Regime
Nazista em Dresden, Assinado: Hilse."

Carta da Associa��o
dos Perseguidos do Regime Nazista,

dire��o distrital de Dresden,

para o Minist�rio P�blico,

23 de janeiro de 1952:

"J� nos dirigimos por carta
ao governador do estado da Sax�nia

e pedimos que no futuro deixe-se

de aplicar senten�as
de morte na M�nchner Platz.

No tribunal da M�nchner Platz
foram detidos e executados

1.069 antifascistas e combatentes
da resist�ncia.

Agora, finalmente se caminha

para a cria��o de um memorial
para os executados l�.

�, portanto, incoerente
que nesse mesmo lugar

se aplique senten�as de morte
contra nazistas e criminosos de guerra.

Aguardamos sua valiosa resposta,

Assoc. de Perseguidos do Regime
Nazista de Dresden, assinado: Hilse."

FODAM-SE NAZISTAS

Carta da Secretaria de Interior da Sax�nia
a todas departamentos,

18 de abril de 1933:

"A secretaria soube que em alguns casos

a pris�o preventiva s� ocorreu

porque os presos eram da ra�a judia.

Chama-se a aten��o
das autoridades policiais

de que, s� pertencer � ra�a judia,

n�o � em si uma raz�o
para a imposi��o de pris�o preventiva.

Judeus em cust�dia protetora
s� por sua origem estrangeira

devem ter a cust�dia
imediatamente revogada.

Sede da pol�cia,
Assinado: von Detten."

Carta da Ag. Estadual de Investiga��es,
Depto. de Cust�dia,

� Penitenci�ria Estadual de Waldheim,

8 de maio de 1933:

"Os 19 presos sob cust�dia em Waldheim

devem ser transferidos para
Sachsenburg ou Colditz.

O campo de Sachsenburg
� sobretudo para jovens

e esses prisioneiros sob cust�dia,

que viraram marxistas s� atrav�s
de sedi��o e sedu��o.

A principal tarefa ser� conduzi-los
de volta � germanidade

e educ�-los para a alegria do trabalho.

O campo de concentra��o de Colditz
recebe os prisioneiros,

para os quais se sup�e

que uma educa��o voltada
pra o Estado nacional seja em v�o

ou aqueles que exercem
m� influ�ncia sobre os outros,

incitando-os,
ou os que se mostraram renitentes.

Depto Est. de Investiga��es
Centro de cust�dia, assinado: Knauf."

Carta do Hospital Municipal de Wurzen
para a sede da pol�cia em Leipzig,

1� de junho de 1933:

"Por ordem da adm.
do campo de concentra��o de Colditz

foram admitidos em 6 de maio
o vendedor Kurt Landmann

e o serralheiro Max Spalt,
gravemente feridos.

A admiss�o n�o poderia

ser recusada, devido ao estado
dos presos sob cust�dia protetora.

Ambos n�o possuem seguro de sa�de
e n�o podem

arcar com os custos surgidos
ou que venham a surgir.

Max Spalt s� poder�
se transferido em uma semana.

Pedimos que cubram os custos.
Em caso de recusa,

pedimos que os pacientes sejam
acomodados em um hospital de Leipzig.

Assinado: Hospital Municipal de Wurzen,
a administra��o."

NOVA ALEMANHA

�RG�O CENTRAL DO PARTIDO
SOCIALISTA UNIFICADO DA ALEMANHA

Mem�rias
do ex-prisioneiro Kurt Liebmann,

1940:

"Em Colditz, cada andar era por si
um campo de concentra��o.

A administra��o do campo isolou,
cada "�rea" uma da outra.

Havia "�reas" na "Casa do Pr�ncipe",
na casa 1, e uma na capela.

No nosso quarto
n�o havia mesa nem banco.

O ch�o era como um est�bulo,
s� com palha,

com um cobertor para cada um.

� noite, os prisioneiros tinham de cantar.

Can��es patri�ticas,
marchas, can��es folcl�ricas

e no final o hino da Alemanha,
da janela, em posi��o de sentido."

Mem�rias do ex-prisioneiro Hermann K�hn,

1949:

"A explora��o do trabalho
n�o conhecia limites em Colditz.

N�o importava

se eram a �ltima pe�a de roupa
ou os �ltimos sapatos.

N�o havia um centavo de sal�rio.
Tudo era for�ado.

Havia pelot�es de trabalho
que rendiam algum ganho.

Os prisioneiros do pelot�o de rua

recebiam extra um quarto de
uma lingui�a por dia.

Se essa era toda a compensa��o

ou se o comandante do campo,
cobrava sua parte, n�o sabemos.

Assim foi com os pelot�es de pavimenta��o,

de depenadores de aves e de tecel�es.

Havia ainda pintores, carpinteiros,
sapateiros, alfaiates e a lavanderia.

Ningu�m recebia nada."

Carta do Depto de Pol�cia de Thurm
para a C�mara Municipal,

13 de abril de 1933:

"Para proteger o povo e o Estado

foi necess�ria a dissolu��o
do 'Coral Popular' oper�rio.

Foram apreendidos:

700 cart�es de convite,

60 can��es para coral masculino,

32 can��es para coro misto,

41 can��es sat�ricas,

1 arm�rio da associa��o,

1 sino de mesa,

1 livro de caixa com recibos,

1 carimbo com almofada,

2 Reichsmarks em esp�cie.

Assinado:
o Depto de Pol�cia."

Carta da Depto Estadual de Investiga��es,
Depto. de Cust�dia,

aos campos de Hohnstein,
Sachsenburg e Colditz,

a todas as Equipes Adm. Distritais,

9 de janeiro de 1934:

"Por ordem do Minist�rio do Interior,

o campo de Colditz
ser� fechado no fim desta semana.

As autoridades n�o devem enviar

mais prisioneiros sob cust�dia
ao campo de concentra��o de Colditz.

Os prisioneiros de Colditz
devem ir para Sachsenburg,

e, excepcionalmente,
tamb�m para Hohnstein.

Depto Estadual de Investiga��es,
funcion�rio s�nior Zschockelt."

Relato da publica��o comemorativa

da Assoc. dos Perseguidos do Regime Nazista
de Annaberg:

"Em 1948, no antigo cemit�rio em Annaberg,

inaugurou-se um memorial
para as v�timas do fascismo.

Entre os 523 detidos no clube de tiro
havia tamb�m 17 mulheres.

Sabe-se que a jovem de 25 anos,
a cat�lica Marie Richter, de Wiesenbad,

submetida a graves maus-tratos,
conseguiu fugir em 19 de mar�o.

No lago pr�ximo,
ela tirou a pr�pria vida."

Carta da Secretaria da Justi�a de Dresden
� Pris�o Feminina de Waldheim,

16 de junho de 1933:

"O diretor do Depto Estadual
de Investiga��es perguntou

se o pequeno n�mero detidas
sob cust�dia na Sax�nia

poderia ser acomodado
na Pris�o Feminina II de Waldheim.

Ele est� convicto
de que as pris�es judiciais

devem ficar livres
de prisioneiros sob cust�dia protetora.

As prisioneiras sob cust�dia
representam uma exce��o,

pois s�o muito poucas
para se justificar a cria��o de um campo.

A Secretaria da Justi�a
solicita um posicionamento urgente.

Em nome do secret�rio, Dr. Eichler."

Carta da Pris�o Feminina de Waldheim
� Secretaria da Justi�a,

18 de junho de 1933:

"A Secretaria da Justi�a de Dresden

deveria abster-se,
sob todas as circunst�ncias,

da transfer�ncia de presas sob cust�dia
para a nossa pris�o feminina.

Nas condi��es locais, n�o � poss�vel

mantermos separadamente
outro tipo de prisioneiros.

E eu gostaria de apontar
que nos campos de concentra��o,

deve haver muita roupa para ser
consertada e lavada.

Imagino que haja a necessidade
de assistentes femininas.

Tamb�m sou da opini�o de que

nossas pris�es judiciais,
sob todas as circunst�ncias,

devem ficar livres de presos sob cust�dia.

Pris�o de Waldheim, a Dire��o."

SAL�O DE FESTAS

Jornal "Freie Presse",

25 de janeiro de 2013:

"A pra�a dos festivais de Annaberg
tem uma longa e movimentada hist�ria:

H� oito anos foi demolido
o antigo centro de tiro.

Hoje, s� uma grande t�lia lembra
sua localiza��o.

O pr�dio tinha a triste fama de ser
um dos primeiros campos de concentra��o.

Em mar�o de 1933, a SA internou
500 opositores do nazismo sob o pretexto

de contrabandearem armas
da Tchecoslov�quia

para a Alemanha.

Em contraste, o uso do im�vel

nos anos 60 e 70 foi bem diferente.

Ap�s v�rias visitas, o projeto do clube
juvenil tomou forma no in�cio dos anos 70.

Mas, ao fim de 77,
segundo uma carta do clube,

foi abandonado,
devido a s�rios riscos � seguran�a.

Ap�s a reunifica��o alem�,
o pr�dio serviu como loja de m�veis."

E SE AINDA VIVEREMOS,
QUANDO NOSSO PROGRAMA FOR ALCAN�ADO,

NOSSO PROGRAMA VIVER�,

O MUNDO DA HUMANIDADE REDIMIDA
TRIUNFAR�.

APESAR DE TUDO!
KARL LIEBKNECHT

POIS, SER SOLDADO DA REVOLU��O SIGNIFICA:

MANTER UMA FIDELIDADE INABAL�VEL � CAUSA
ERNST TH�LMANN

TEMPO LEGAL

LIBERDADE

Carta da Secretaria de Interior da Sax�nia
� Gestapo,

28 de novembro de 1933:

"O Secret�rio do Interior ordenou

que, com o resultado do referendo,
cerca de 1.000 prisioneiros,

que presumivelmente
se encaixam na comunidade do povo,

sejam libertados por ocasi�o do Natal.

Ap�s o in�cio desta medida,

tomou-se conhecimento
da carta anexa do Sr. Secret�rio.

A liberta��o dos presos
deve ser interrompida.

N�o devem ser libertados 1.000,
mas apenas 200 prisioneiros.

Pelo Secret�rio,
Assinado: von Burgsdorff."

Declara��o de liberta��o, formul�rio:

"Declaro que, caso seja libertado,

sempre serei leal ao novo governo.

Al�m disso, atesto que

n�o tenho queixas
sobre o tratamento na pris�o

e nem sobre sua imposi��o

e n�o tenho reclama��es
por motivo de minha deten��o.

Por fim, declaro estar ciente

de que qualquer viola��o
desta declara��o de liberta��o

pode me causar uma nova deten��o."

Carta da pol�cia de Lugau
� Equipe Adm. Distrital de Stollberg,

20 de mar�o de 1936:

"O trabalhador desempregado Erhard Einert

vive com esposa e filho
em condi��es modestas.

Desde sua liberta��o, ele se apresentou
duas vezes por dia � pol�cia.

A proibi��o de sair das oito da noite
�s sete da manh� ele cumpriu.

Ele se absteve de atividades pol�ticas.

Ele n�o se associa com ex-prisioneiros

nem com outras pessoas.

Tamb�m n�o pertence a clube,
grupo ou outra associa��o.

Tem boa reputa��o com vizinhos e amigos.

Pode-se presumir

que Einert � totalmente leal ao Estado.

De acordo com o l�der local do NSDAP,

n�o � mais necess�ria vigil�ncia adicional.

Assinado:
Delegado de pol�cia Reinhold."

Carta do Depto Estadual de Investiga��es
ao Campo de Cust�dia de Sachsenburg,

24 de novembro de 1933:

"Por ordem do Secret�rio, 250 presos
sob cust�dia devem ser enviados

o mais breve do campo de Sachsenburg
ao de Burg Hohnstein.

Devem ser selecionados prisioneiros

para a constru��o de estradas
e trabalhos com pedra.

O objetivo dessa atribui��o tempor�ria �

avan�ar o m�ximo
com as obras das estradas

antes do fechamento iminente
do campo de Hohnstein.

Depto Estadual de Investiga��es,
Assinado: Dr. Palitzsch."

Mem�rias do ex-prisioneiro
Peter Blachstein,

1939:

"Entre Hohnstein e Hockenstein
corre o rio Polenz.

A estrada serpenteia at� o fundo do vale,

onde fica o escrit�rio
da pista de corridas de Hohnstein.

O diretor � Pohlers,
um ex-fabricante de amianto.

Sua equipe administrativa
� de prisioneiros.

As equipes de trabalho cavam
lentamente o ch�o duro,

lutando por cada cent�metro
para alargarem a estrada.

H� muita rocha para ser explodida

e depois triturada e transportada.

Os quebradores de pedra ficam
o dia diante de sua pilha cinza.

Precisam atingir a meta di�ria,
sen�o s�o punidos por pregui�a.

Mesmo com o trabalho
pesado, a comida � ruim.

Ningu�m ganha sal�rio,
todos apanham e s�o intimidados."

A��O ANTIFA
13 de abril PLAUEN

RDA

PREFEITURA

Da cr�nica das ag�ncias regionais

para educa��o, integra��o
e democracia na Sax�nia,

7 de novembro de 2008:

"Na v�spera do 70� anivers�rio
da Noite dos Cristais,

cerca de 120 neonazistas re�nem-se
em Reichenbach.

Durante o cortejo pela cidade,

eles propagam entre outras coisas:
'Socialismo nacional agora!'

A marcha � escoltada por 180 policiais.

H� muitas manifesta��es de extrema direita,

com o uso dos degraus da prefeitura
por oradores neonazistas."

BEM(V�)ESTAR

Mem�rias do ex-prisioneiro Otto Meinel
segundo testemunhas,

1934:

"A sala da frente
na Casa do Povo em Reichenbach

foi preparada para o interrogat�rio.

No meio da sala
havia um quadro com a seguinte inscri��o:

'Para gagos: 5 pancadas.

Por n�o dizer a verdade: 10 pancadas.

Pelo sil�ncio: 15 pancadas.

Para refrescar a mem�ria: 20 pancadas.

Os Brincalh�es do Mato.'

E ent�o come�ou.

Batiam nos presos
com cassetetes de borracha e hastes de a�o.

Quem desmaiava era acordado com �gua fria

e de novo espancado.

A rotina di�ria era quase sempre a mesma:

Os pessoal da SS dormia de dia,

se embriagava � noite e batia de madrugada.

Como a Casa do Povo
era na pra�a do mercado,

muitos testemunharam esses eventos.

A cidade ficava inquieta.

Houve v�rias tentativas
de solu��o, mas em v�o.

Algo mudou com a doa��o

da Liga das Mulheres
Nacional-Socialistas de Reichenbach.

Essas Mulheres do Terceiro Reich
doaram um travesseiro de penas grosso,

de cerca de 50 cm quadrados.

Nele, o rosto da v�tima era
pressionado durante a tortura

e seus gritos e gemidos sufocados."

NESTA CASA, EM 1933, SS E SA TORTURARAM

E LEVARAM � MORTE
OPONENTES DO REGIME NAZISTA.

Outra vez Otto Meinel:

"Em mar�o de 1933, as SS ocupou
a Casa do Povo socialdemocrata

na pra�a do mercado
e prendeu quem l� estava.

Foram feitas pris�es tamb�m
em outras partes da cidade.

A Casa do Povo passou a ser chamada
de campo de tr�nsito de Reichenbach.

Esse termo ocultava o fato

de que a pris�o n�o era de curto per�odo.

Alguns presos ficaram
detidos l� o tempo todo.

O comandante do campo de Reichenbach
era Albert Greiner,

filho de um dono de f�brica falido.

Os membros da guarda da SS
inclu�am o alfaiate Kratzmeier,

o comerciante Reinhold,
o escritur�rio de advogado, Lorenz,

o ajudante de padeiro Kokoschinski,
o serralheiro Trost,

o ferrovi�rio Petzold,
o negociante de cavalos D�michen

e o vendedor de doces Schluppert.

Em 11 de maio de 1933, ap�s o esc�ndalo
da cidade ter ficado enorme,

o campo foi para uma fundi��o
abandonada na rua Greizer Strasse.

Emil Braun, o dono, era membro do NSDAP.

Ele disponibilizou
as instala��es gratuitamente.

O campo n�o durou mais tanto.
Foi fechado no final de maio.

Os prisioneiros foram
para o campo de concentra��o

de Schloss Osterstein em Zwickau."

Mem�rias do ex-prisioneiro
Wolfgang Richter,

2014:

"Por iniciativa do professor Paul K�hler

foi criado em 1931
na rua Bahnhofstrasse um memorial

para os 1.341 soldados de Reichenbach
mortos na Primeira Guerra Mundial.

Era a escultura de um soldado lutando,
maior que o real.

A partir de 1933, no Dia Nacional do Luto,

para os nazistas
o 'Dia de Mem�ria dos Her�is,'

houve uma sentinela de honra
e a coloca��o de coroas.

Em 1963, o monumento foi convertido por
volunt�rios em um memorial antifascista.

A inscri��o dizia:
�s v�timas do fascismo.

Por iniciativa
da Uni�o dos Perseguidos pelo Stalinismo

foi feita em 1990 uma nova dedicat�ria.

Desde ent�o, a inscri��o diz:

�s v�timas da guerra e da tirania."

AOS MORTOS UMA HOMENAGEM
AOS VIVOS UM ALERTA

Resolu��o do
Comit� T�cnico de Reichenbach

para o redesenho do memorial
na rua Bahnhofstrasse,

26 de outubro de 2015:

"Em nome do investidor, a GAB,
empresa de projetos de Wettenberg,

est� sendo constru�do
um supermercado REWE.

Nesse processo, a realoca��o
do memorial na rua Bahnhofstrasse

foi v�rias vezes discutida
e por fim decidida.

A GAB compromete-se a transformar
o entroncamento em uma rotat�ria.

Um requisito necess�rio

� a realoca��o do memorial existente
�s pr�prias custas.

O escrit�rio de engenharia contratado

elaborou a proposta
de um memorial rec�m-projetado.

Suas dimens�es foram adaptadas
de acordo com seu novo local.

As inscri��es caracter�sticas
e o tri�ngulo estilizado foram mantidos.

O Conselho dos Anci�os, em sua reuni�o
de 18 de agosto de 2015,

aprovou o presente projeto
segundo os anexos 1 e 2.

Assinado:
Dieter Kiessling, representante oficial.

Sven H�rning, Constru��o
e Desenvolvimento Urbano."

CARNAVAL DA ESC�CIA
CLUBE DE CARNAVAL DE HAINICHEN

Jornal Hainichener Anzeiger,

5 de abril de 1933:

"Triunfante, a bandeira
da su�stica tremula,

na primavera, sobre o antigo
Centro do Povo e de Esportes.

Um homem da SA com um rifle
monta guarda na entrada

e dentro do belo pr�dio
h� uma agita��o incomum.

O antigo Centro do Povo e de Esportes
finalmente encontrou seu uso,

mas como os construtores
nunca teriam sonhado.

Desde 4 de abril o pr�dio
� um campo de concentra��o

para a pris�o preventiva
de prisioneiros pol�ticos."

Testemunho de Paul Gr�nert,

7 de fevereiro de 1947:

"O comandante do campo de Hainichen
era o l�der local do NSDAP Georg Ziegler,

cujo alcoolismo
lhe valeu o apelido de Pingu�o.

Seu substituto era Richard Zill.

Ele gostava especialmente

de cumprimentar os interrogados
com um soco na cara,

afrouxando-lhes os dentes."

AJUDA VERMELHA CHEMNITZ

DEP�SITO / SEDE DO CLUBE

Testemunho de Reinhold Andreas,

27 de fevereiro de 1947:

"Entre os presos estavam
os camaradas Goldmann, de Rosswein,

e Totschek, de D�beln,
ambos de ascend�ncia judaica.

Eles sentiram todo o �dio da SA.

Foram cruelmente agredidos na madrugada.

Goldmann ficou dias sem poder se levantar.

�s vezes figur�es nazistas
de lugares vizinhos iam ao campo.

Ent�o havia uma apresenta��o de gala.

Mostraram os dois judeus ao l�der distrital
Greune como animais no zool�gico."

Carta do Tribunal de Leipzig

� Adm. Central da Justi�a
na zona de ocupa��o sovi�tica,

18 de setembro de 1947:

"Por crimes contra a humanidade,

a 1� Corte Penal do Tribunal
de Leipzig condena

os r�us �s seguintes penas:

Richard Zill a sete anos de pris�o.

Otto Peterhandel
a quatro anos e seis meses de pris�o.

Oskar B�chl, Willy B�rger,
Karl Gera, Bruno Heinrich,

Karl Lippmann e Friedrich Schmeisser
a tr�s anos de pris�o.

Friedrich Krell e Richard Rostenbeck
a dois anos e seis meses de pris�o.

Walter Eckhardt a dois anos de pris�o.

Os r�us s�o classificados
como criminosos principais."

Mem�rias do ex-prisioneiro Hans Lohberger,

1982:

"Entre os primeiros antifascistas presos

estava o mineiro Dalmatius Konietzny.

Na luta antifascista no in�cio dos anos 30,

ele deixou muitos nazistas com medo.

A f�brica de lat�o de Lugau foi o primeiro
campo ao qual nos enviaram.

Em 19 de abril, um transporte
de prisioneiros foi organizado para

'tratamento especial' em Oelsnitz.

Entre eles estava tamb�m Konietzny.

Uma deten��o em Oelsnitz
era o pior pesadelo de todo prisioneiro.

Os brutamontes da SA-Standarte 183
estavam todos b�bados

quando nos espancaram nas celas do banco,

pois comemoravam o anivers�rio do F�hrer.

Das celas, fomos conduzidos um por um
� delegacia na prefeitura.

Foi l� que ocorreram os interrogat�rios.

Um dos primeiros atacados pela SA
foi o camarada Konietzny.

Bateram nele a noite toda
at� ficar sem vida.

Ent�o o penduraram
com uma corda no pesco�o em sua cela.

Queriam forjar um suic�dio.

At� o guarda da SA Eckardt
declarou ao tribunal em 1948:

'Konietzny estava t�o destro�ado

que nunca teria tido
for�as para se enforcar.'"

EM MEM�RIA DAS V�TIMAS
DE QUALQUER TIRANIA

BANDEIRA DE GUERRA DO REICH

'DIE LINKE'
EM MEM�RIA DAS V�TIMAS

FRA��O DO CONSELHO MUNICIPAL DO CDU
EM REVER�NCIA SILENCIOSA

EM MEM�RIA DAS V�TIMAS DO
NACIONAL-SOCIALISMO ALIAN�A PELA DEMOCRACIA

DKP - Partido Comunista Alem�o

EM MEM�RIA
DAS V�TIMAS DO NACIONAL-SOCIALISMO

CIDADE E DISTRITO DE ZWICKAU

Emissora Regional MDR

21 de novembro de 2011:

"A cidade de Zwickau,

ap�s a descoberta da c�lula
terrorista de extrema direita LNS,

teme por sua reputa��o.

Em vig�lia solene em frente � prefeitura,

cerca de 100 cidad�os lembraram
as v�timas do extremismo de direita

e lan�aram um apelo � democracia.

O apelo foi feito pelos
Verdes, pela cidade,

e pela Confedera��o Sindical Alem�.

O l�der estadual dos Verdes
exigiu uma a��o rigorosa contra o racismo:

''Estamos chocados
que na Sax�nia, entre n�s,

existisse um grupo
terrorista de extrema direita

capaz de realizar uma s�rie de execu��es.'

Na sexta-feira, ocorrer� na Georgenplatz,
o chamado 'Apelo de Zwickau'.

O l�der sindical
para o sudoeste da Sax�nia declarou:

"O povo de Zwickau est� chocado

pelo trio de assassinos de direita
ter vivido despercebido na cidade.

Toda a regi�o precisa deixar claro

que n�o queremos esses
esc�ria fascista aqui.

O apelo tamb�m deve deixar claro

que a c�lula terrorista nada
tem a ver com povo de Zwickau."

Nota do Depto de Investiga��es de Zwickau
ao Minist�rio P�blico,

1 de novembro de 1945:

"O l�der do subdistrito
do Partido Comunista, Martin Hoop,

que se escondeu sob um falso nome,
foi preso em 10 de maio de 33

e detido no campo de
concentra��o de Zwickau.

Um dia depois, Hoop
e dois outros presos sob cust�dia

foram achados mortos no lago
Filzteich perto de Schneeberg.

Os nazistas afirmaram
na imprensa que os tr�s fugiram

e tiraram a pr�pria vida
por remorso por seu passado criminoso.

Na �poca, j� se sabia
que eles foram assassinados.

No interrogat�rio de Hoop
o homem da SS Kurth, de Zwickau,

afirmou ter participado dos espancamentos.

Kurth foi visto pela �ltima vez
em abril de 1945 em sua casa.

Pistas de seu paradeiro talvez possam

ser dadas por suas
filhas Gertrud e Elfriede,

ambas residentes em Zwickau.

Kurth tem 1,80,

cabelo escuro e volumoso
e uma grande cicatriz na m�o esquerda.

Assinado:
Inspetor-Chefe Schad."

Comunicado da cidade de Zwickau � imprensa,

19 de outubro de 2010:

"O trecho norte do Schloss Osterstein

foi conclu�do j� em junho.

Agora, o passeio do Schloss Osterstein

e as �reas verdes em torno
do supermercado EDEKA ser�o reformados.

J� claramente vis�vel
est� o tra�ado parcial

da cerca em torno
do antigo complexo prisional.

Os restos ser�o usados
para preencher o declive existente.

Acima, um caminho pavimentado
dentro da �rea gramada

proporcionar� uma boa vis�o do curso
da parede fortificada.

Ao longo da avenida ser�o plantadas
ainda este ano 24 �rvores.

Ser�o colocados tamb�m bancos, lixeiras
e um painel informativo.

O financiamento vem do programa

'Prote��o de Monumentos Urbanos'

com recursos federais
do Estado Livre da Sax�nia

e da cidade de Zwickau."

FSV ZWICKAU
ULTRAS ZWICKAU 1997

Jornal "Jungle World",

30 de novembro de 2011:

"O clube de futebol FSV Zwickau
decaiu nos �ltimos 20 anos assim como

os dados demogr�ficos
da cidade industrial sax�nica.

O clube est� agora na quinta divis�o.

E dos 120.000 habitantes na �poca da RDA
apenas 93.000 permaneceram.

At� aqui, tudo normal.

Uma vit�ria em casa por 3x0 contra
o FC Erzgebirge Aue II, no fim de novembro

causou muita euforia no vesti�rio.

'Sieg!', 'Vit�ria' entoaram repetidamente
os jogadores.

Algu�m filmou isso

e o clube at� postou em seu site.

E se ouviu claramente

quando, de repente, ap�s um 'Sieg!'
veio um 'Heil!'.

No jogo com cerca de 2.000 espectadores,

com muito poucos de Aue,

ocorreram cantos e gritos,
segundo testemunhas.

Inclusive a infame 'Can��o do Metr�':

'Construiremos um metr�
de Aue a Auschwitz.'

'C�lula terrorista de Zwickau, ol�, ol�,
ol�!' ou 'L-N-S' teriam tamb�m cantado.

Tr�s terroristas do LNS,
a 'Liga Clandestina Nacional Socialista'

tinham morado em Zwickau por anos.

Em torno do FSV Zwickau

j� existe h� muito tempo
extremismo de direita,

incluindo liga��es com o LNS.

L�deres do Leste da Tur�ngia, antes
ativos no 'Defesa da P�tria Tur�ngia',

foram vistos no FSV Zwickau.

Recentemente, ap�s um jogo em casa do FSV
contra o 1. FC Lok Leipzig,

houve um 'enlace' entre esses l�deres."

Mem�rias do ex-prisioneiro
e membro do Parlamento Hugo Gr�f,

1936:

"Ap�s a destitui��o da SA em junho de 1934,

o SS-Sonderkommando da Sax�nia
assumiu o campo de Sachsenburg.

A dire��o e a guarda do campo
foram substitu�das.

Uma das primeiras medidas foi a constru��o
de onze celas, os bunkers,

onde s� se podia ficar de p�.

Em mar�o de 1935, introduziu-se
tamb�m no campo de Sachsenburg

o rigoroso c�digo de disciplina e puni��o

para todos os campos de concentra��o.

Al�m do sistema escalonado
de puni��es, ele continha

um novo tipo de puni��o:

a puni��o f�sica oficial."

Outra vez Hugo Gr�f:

"Agora trazem o ar�ete para os castigos.

Parece um cavalo de gin�stica.

O prisioneiro fica sobre ele
com m�os e pernas amarradas

e os homens da SS come�am a puni��o f�sica.

Os prisioneiros t�m de contar cada golpe.

Cada golpe n�o contado
� considerado como n�o dado.

A pele nas n�degas
muitas vezes logo estoura

e o sangue corre pelas roupas.

O m�dico a postos fala com o comandante

e fuma um cigarro.

Todos os prisioneiros t�m de assistir.

N�o era incomum
que at� os fortes se tombavam.

A dire��o do campo
est� ciente da enorme provoca��o,

por isso os prisioneiros s�o cercados

por um cord�o duplo de guardas com fuzis.

A Palisadenturm na sa�da da rua Waldstrasse

possui duas metralhadoras pesadas,

podendo cobrir todo o p�tio em
caso de emerg�ncia."

Carta do comandante do campo
de concentra��o de Sachsenburg

para a inspetoria dos
campos de concentra��o,

25 de abril de 1935:

"H� relatos do Departamento III

de que dois prisioneiros,
Testemunhas de Jeov�,

se recusam a obedecer �s ordens habituais.

Como Testemunhas de Jeov�,
rejeitam qualquer coisa militar

e afirmam dever respeito apenas a Deus
e a mais ningu�m.

Eles se recusam a saudar os guardas

e a cantar as can��es
habituais ao entrar e sair.

Para manter a disciplina e a ordem

e para que outros n�o adotem essa atitude,

solicita-se, segundo
o par. 6 do C�digo Disciplinar,

a puni��o com espancamento e pris�o.

O comandante do campo,
Assinado: Schmidt."

E AQUELES QUE NA VIDA N�O LUTAM,

NEM VENCEM E NEM LIBERDADE GANHAM

Carta do prefeito de Frankenberg
ao governador do Reich na Sax�nia,

1� de julho de 1937:

"Do l�der das divis�es SS-Totenkopf, Eicke,

recebi agora a mensagem de

que o quartel do III. Totenkopfsturmbann
Sax�nia em Frankenberg

e o campo de concentra��o em Sachsenburg
ser�o evacuados.

A tropa e o campo tornaram-se

um fator econ�mico para a cidade,

assim, sua sa�da significar�
uma grande perda.

Como a transfer�ncia deve ser urgente,

os �rg�os envolvidos devem se esfor�ar para

disponibilizar o campo
e o quartel para outros fins.

Rogo ao senhor Ministro

que submeta os potenciais usos industriais
a uma an�lise detalhada.

O Prefeito,
Assinado: Weichelt."

Carta da Gestapo de Dresden

para as pol�cias em Leipzig,
Chemnitz, Zwickau e Plauen,

13 de julho de 1937:

"O campo de concentra��o de Sachsenburg
foi fechado em 13/07.

Os prisioneiros sob cust�dia de l�

foram para o campo de
concentra��o de Sachsenhausen

e para o campo concentra��o de Buchenwald.

Transportes coletivos s�o feitos
pela Pris�o da Pol�cia de Chemnitz.

Em representa��o, assinado:
funcion�rio s�nior Kaufmann."

Em 1� de mar�o de 1938

a firma Bruno Tautenhahn, Sedas Artificiais

adquire a �rea do campo de Sachsenburg
e restabelece uma fia��o.

No campo de treinamento da SS ela
constr�i uma piscina para os trabalhadores.

CITADO DE ARQUIVOS DA POL�CIA

Raz�es para a imposi��o
da pris�o preventiva:

por por vagabundagem,
indol�ncia e comportamento antissocial,

por perpetuar o Partido Social Democrata,
por fazer afirma��es falsas,

por representar amea�a
e difamar publicamente o Reich,

por insultar os administradores oficiais,

por insultar o governo do Reich,

por cal�nia e m� conduta grosseira,
por posse de panfletos comunistas,

por atividades como Testemunha de Jeov�,
por deser��o,

por capturar aves canoras,
por insultar o F�hrer,

por blasf�mia,
por deslealdade,

por alta trai��o,
por delitos florestais,

por trabalho partid�rio ilegal,
por atividades ilegais comunistas,

por les�o corporal,
por perturba��o da paz,

por maltratar a esposa,
por filia��o aos socialdemocratas,

por n�o entregar armas,
por n�o entregar material militar,

por infra��es de passaporte,
por atividade pol�tica,

por danos � reputa��o do Reich,
por ser um parasita antissocial,

por suspeita de espionagem,
por atividades subversivas,

por embriaguez no trabalho,
por alcoolismo,

por difama��o e uso n�o
autorizado de uniformes do partido,

por conduta imoral,
por desfalque,

por falsificar documentos,
por difamar o governo do Reich,

por desprezar a sauda��o alem�,
por distribuir impressos comunistas,

por distribuir panfletos comunistas,
por distribuir panfletos socialdemocratas,

por violar decretos de emerg�ncia,
por difamar o Partido e o Governo,

por trai��o ao povo alem�o,
por desobedi�ncia a autoridades,

por fraude aduaneira.

Legendas: SUBS Hamburg
Alexander Ribeiro