All language subtitles for The Divorce of Lady X (1938)

"O DIV�RCIO DA MADAME X"

-Boa noite. Aperte a neve.
-Est� densa, como antes.

Parece que vai ficar escuro.
Fazia tempo que n�o ca�a assim.

-Boa noite.
-Boa noite.

Puxa vida!

-Por que parou?
-Para ficar aqui.

-Que rua � esta?
-Na �ltima vez, era Park Lane.

-Posso ajudar-te?
-Vou a Dorset Square.

lmposs�vel, � melhor que v�
ao Royal Parks Hotel.

-Onde se localiza?
-Aqui ao lado, siga-me.

Obrigado.

-Pode levar a minha mala?
-Sim, senhor.

-Cuidado com os tr�s degraus.
-Obrigado.

-Aqui tem, obrigado.
-Obrigado.

-Obrigado, agente.
-Boa noite.

Uma su�te individual com banheiro
para uma noite.

Sinto muito, com esta neve,
s� resta uma su�te pequena.

-A neve, eu sei.
-317.

Por aqui, senhor.

BAILE BENEFICENTE DE M�SCARAS
DO NOVO HOSPITAL RAINHA VICT�RIA

Vamos sentar?

O "Mayfair" em maio est� bem,
mas esta noite...

N�o sejas t�o pouco patriota, Michael.
A neve � um grande atrativo.

� por isso que os americanos
v�m nos ver.

Sras. e Srs., a dire��o me manda
avisar que, devido � neve,

� aconselh�vel �queles que previam
viajar que fiquem no hotel.

Bom, levo voc�
para casa, Leslie?

N�o, obrigada. Acho que seguirei
o conselho da dire��o e ficarei aqui.

N�o sei se vai conseguir um quarto.
Veja quanta gente est� na recep��o.

Voc� tem que ir.
Boa noite, Michael.

Sinto muito, estamos lotados.
Era o nosso �ltimo quarto.

Quero falar com o gerente. Sr. Biano!
Se ele puder ajudar, far� alguma coisa.

Por favor!

Senhoras e senhores,
n�o temos mais vagas.

Posso oferecer-lhes alojamento
no sal�o e na recep��o.

H� div�s confortav�is
e cadeiras que poder�o usar.

Certamente, algum cliente estar�
disposto a ceder sua sala de estar.

Pode ser, vou tentar.
V�m comigo? Por aqui.

-A que horas, senhor?
-�s 8 em ponto, com o caf� da manh�.

Ch� chin�s, 2 ovos,
o "Times" e o "Telegraph".

Est� bem, boa noite.

Diga-me, h� contratados? Bom,
telefone-me quando tiver...

Obrigado.

Um momento. Talvez o senhor
deste quarto nos ajude.

Entre!

Boa noite,
sou o gerente do hotel.

-Muito prazer.
-Devido � neve,

muita gente que veio
ao baile n�o pode voltar para casa.

Estou procurando quartos para
as senhoritas desesperadamente,

e espero que o Senhor
possa ajudar-me.

-Em que sentido?
-No sal�o temos alguns div�s

e embaixo temos cadeiras
que s�o muito confort�veis.

-Quer que ceda o meu quarto, n�o?
-Por gentileza.

Bom, permita-me explicar.

Estou viajando h� dois dias.

O trem estava horr�vel, cheguei
duas horas atrasado � Victoria Station.

Estou enfadado e mal humorado,
de fato, estressado pelo cansa�o.

Sou o ocupante legal da su�te
e penso defend�-la � capa e espada.

Boa noite.

Se cedesse ao menos a sala de estar,
pod�amos alojar quatro senhoras.

N�o, n�o.

Conhe�o a mim e as mulheres.
N�o me aguentariam um segundo.

Sinto muito, mas preciso
descansar profundamente.

E farei mesmo que as londrinas
me achem b�rbaro e sem-vergonha.

-Boa noite.
-Boa noite.

Por gentileza,
h� um cartaz de "N�o perturbe"?

-Aqui est�.
-Pode colocar na porta quando sair?

Muito bem.

Sim, sinto muito, querida. N�o foi
culpa minha, sinceramente, sinto muito.

D�i minha alma.

O qu�? Querido, o trem
chegou tarde! Tarde!

Sim, havia neve. N-E-V-E.

"N" de "natur�pata".
N�o, querida, natur�pata.

"O" de "osteopata".
Sim, querida. O qu�?

Por que n�o passas com teu marido
e troca um pouco?

N�o, n�o, n�o.
Venha deitar.

N�o sabem ler?
N�o, meu bem, n�o falava contigo.

Pois eu sei ler!
Ponha "N�o perturbe"!

O que, meu bem? N�o sei.

Como se eu prestasse aten��o
em outras, que bobagem.

N�o ponha isso,
� mais educado.

Ponha "Por favor, n�o perturbe".

-Bom...
-Bom, o qu�?

Isso eu gostaria de saber.

A quem devo o prazer
desta visita? A que se deve?

Estava procurando uma coisa.

Seja o que for, n�o creio que
a encontre em meu quarto.

Estou esgotada e procurando
um lugar para dormir.

E este parece um lugar perfeito.

Isso pensei quando
a vi entrando de sopet�o.

De sopet�o, n�o,
silenciosamente.

E quando pensa ir-se
silenciosamente?

-�s 8 da manh�, depois do caf�.
-Ah, sim?

Ent�o, dormiremos
juntos, n�o?

H� um quarto para cada um.

Por�m, as duas camas est�o aqui.

A� tem um sof�,
o Sr. pode dormir nele.

Como?

N�o havia visto mulher mais descarada,
e age como se nada estivesse acontecendo.

Se voc� fosse mais gentil,
insistiria em sair.

N�o ouviu o que
gerente lhe disse?

-Ouvi alguma coisa por casualidade.
-Sim,

com t�o pouca delicadeza
deixa-me sem a cama,

sabendo que preciso dormir,
que amanh� trabalho

acreditando piamente
que n�o resistiria a voc�.

Tenho muit�ssimo sono.
N�o pode ir embora agora?

Certamente que n�o disse isso s�rio.
Deve ser muito bom para esnobar-me.

Bom? Voc� n�o me conhece,
o meu problema � ser fraco.

Uma mulher encantadora como voc�
enganaria-me de gra�a,

mas sei qual � a minha fraqueza,
por isso, for�o-me para ser mal-educado.

-Inclusive desagrad�vel.
-Adora falar de si mesmo, �?

Sim, os homens costumam faz�-lo,
por�m, ao menos, sabemos como somos.

As mulheres, n�o.
S� sabem como s�o outras mulheres.

Em outra ocasi�o, falaremos de voc�.

Agora, se est� cansado, deite-se.
Boa noite!

-Que disse?
-Eu disse que boa noite.

J� te ouvi,
por�m n�o sei o que pretendes.

N�o pode vir e...
Estou cansad�ssimo, pode ir embora?

-N�o disse s�rio.
-Sim, senhora.

Conhe�o outras como a senhora.

Acreditam que
podem manipular os homens.

Sem escr�pulos nem piedade,
vaidosas, cheia de si...

-N�o me rotule!
-� casada, verdade?

Sim.

Sim, j� sei a hist�ria. Seu inocente
marido estar� em casa,

esperando que seus maiores medos
n�o sejam concretizados.

E, desta vez, n�o ser�o, porque sou
daqueles que n�o se deixam seduzir.

Vou repetir, pode ir embora?

Como sabe tanto
sobre as mulheres?

Por meu trabalho, tenho que saber o
que escondem esses l�bios trai�oeiros.

-� dentista?
-N�o!

Advogado, e a pr�xima vez que a vir
ser� quando seu marido se divorciar.

-Divorciar-se? Ele nunca faria isso.
-� uma pessoa muito boa.

-Teve uma viagem desgastante, n�o?
-Verdade!

� uma pena que a neve
estragou a sua noite,

mas � a mesma neve que me priva
de voltar para junto do meu querido marido.

Se n�o se importa,
como se chama?

Claro que me importa.

Bem, vejo que � discreta.
Pode dormir no sof�.

-� um prazer!
-N�o! R�pido, antes que eu mude de id�ia.

Boa noite, Srta. X.

Boa noite, meu querido,

am�vel e generoso,

bonit�o.

-Senhor!
-O que � dessa vez?

Pode vir um momento,
por favor?

-Est� tudo bem?
-Provei o sof�, mas n�o consigo dormir.

H� um bom tapete, prove a�.

-Mas h� duas camas a�.
-E?

Nunca imaginaria tal coisa.

Por�m

poderia p�r voc� uma
dessas camas aqui, n�o?

Sim, suponho que sim.

Est� bem, chamarei o camareiro.

Acho que h� motivos para
para incomod�-lo?

N�o, talvez n�o dev�ssemos.
A senhora fica aqui e eu a trago.

Eu te ajudo!

-N�o acho que precise.
-Como vai fazer isso sozinho?

Bastava que me oferecesse
sua cama.

Est� bem, jogue da�
quando avisar, de voc� at� mim.

De voc� at� mim.

-De voc� at� mim.
-De voc� at� mim.

Na minha dire��o.

Veja, ser� melhor
que me deixe fazer isso sozinho.

Vamos! Esta vai ser sua cama.
Venha! Para l�!

Com isto, j� tem o suficiente.

Tem sorte de ter isto.
J� estou come�ando a ficar irritado.

Fique a�, deixe-me.
N�o me ajude, tem sido um desastre.

As mulheres s�o todas iguais,
n�o ajudam em nada.

N�o sabem arrumar uma cama
sem estragar tudo, nem montar uma.

Encantadoras em casa,
mas in�teis.

De luxo?

Cansativo? Algu�m poderia pedir
um lugar melhor para passar a noite?

N�o, boa noite.

Boa noite.

Boa noite.

E obrigada.

O que aconteceu?

-N�o poderei dormir com esta fantasia.
-Ent�o, tire.

-E o que vou vestir?
-Por mim, nada!

O senhor s� pensa em si mesmo.

-Pode me dar um pijama?
-Pegue o que est� na cama!

Que foi?

Como pode usar toga e peruca
nos tribunais com este gosto?

Acha que tenho tempo
para comprar?

-Pois acabe com ela.
-Com quem?

Quem compra pijamas como este
n�o pode ser uma boa mulher.

-Acabar com ela.
-N�s nos separamos h� seis meses!

Ent�o, ela ainda
n�o perdeu tudo.

Talvez.

-E agora o qu�?
-Esqueceu-se de mim?

-Se eu pudesse... O que quer desta vez?
-O direito fundamental de lavar-me.

-Aqui est� o banheiro.
-Mas, tenho que passar por seu quarto.

-Est� vestida com meu pijama, n�o?
-Esse � o problema.

Quer que eu salte pela janela?

Ou que gire em dire��o � parede.

Estou com a cara na parede.

-N�o se mova.
-At� quando?

At� quando eu mandar.

-Ficarei enjoado se continuar vendo o papel.
-Feche os olhos!

Toque o alarme.
Vire-se quando eu sair!

-Isso � o alarme?
-Ainda n�o!

-Que est� fazendo?
-Deitei.

-N�o dizia que a� dormia bem?
-Sim.

-Fique a� onde est�. Melhor para os dois.
-Para os dois?

N�o entende como � delicada
e embara�osa a minha situa��o?

Ai, sou uma convidada
atentando contra o seu cavalheirismo,

aqui, com tudo ao meu redor,
com isso e isso...

Sinto-me menos intrusa.

-Mas a ocupante legal da su�te.
-Estou vendo.

Voc� tem a consci�ncia tranquila?
Pense como dormir� bem.

-Est� bem. Voc� ganhou.
-N�o, voc� ganha em autoconvic��o.

Ganha voc�!

-J� lhe verei em seu div�rcio!
-Nunca me ver� em meu div�rcio.

N�o se desculpe! L� a verei,
se � assim como costuma se comportar!

H� algo de errado
no que fazemos?

H� algo errado
no que estou fazendo?

N�o, boa noite.

Boa noite, durma bem.

-O que est� procurando?
-Meu livro.

-D�-me o livro!
Pegue outro, este n�o.

-N�o tenho mais livros.
-Estou enganchada.

Quero saber quem mata
o banqueiro chin�s. N�o me diga!

Eu tamb�m quero saber,
Estou na metade. Uma proposta.

-N�o aceito!
-N�o vai acabar.

Poucas vezes acabo.
leio o in�cio e o final.

Quem matou Sun Wong So?
Ser� a misteriosa mulher do pijama?

Sim!

POR FAVOR,
N�O INCOMODE

Bom dia, senhor.
S�o 8 horas. Est� uma linda manh�.

O caf� est� servido, senhor.

-O qu�?
-O caf� est� servido, senhora.

Oh, obrigada.

-Pode trazer outro?
-Outro o qu�, senhora?

Outro caf� da manh�.

Claro, senhor... Senhora.

-Quem �?
-Tem que ir ao banheiro justo �s 8?

Oh, dormiu bem?

Mal. E tenho que estar
no tribunal �s 10:30.

-N�o me atraso em nada.
-J� conhe�o essa frase.

Oi?
O que aconteceu com o meu caf�?

Como?
Como que j� tenho dois?

O segundo caf�, senhora.

Digo, senhor.

-O que te incomoda?
-Bom...

Na noite passada,
havia muita neve

e hoje est� tudo
um pouco desorganizado.

E diz isso a mim?
Leve-o ao lado.

Sim. E esse, senhor?

-Leve-o tamb�m.
-Sim, senhor.

-Bom dia.
-Bom dia.

Oi! Berkeley 6347.

-Diga?
-Oi, voc� � Jeffries?

Seu senhor j� desceu?
N�o, n�o me aborre�a,

por�m diga-lhe que dormi no
Royal Parks e que j� estou indo.

J� sabe como � meu senhor,
Srta. Leslie.

Voc� se aborrecer� ao ver
que na noite passada esteve na festa.

D�-me o n�mero
do seu quarto, se quiser.

Bonit�o!
Qual � o n�mero do quarto?

-31 7.
-� camareiro. O que voc� disse?

-31 7.
-31 7. Sim, adeus.

E o meu caf� da manh�?

-Est� a�.
-Est� completo.

O caf� est� servido, senhor.

Senhora... Est� pronto.

Bom.

-Ent�o, como se chama?
-Logan.

-"Log�n"?
-N�o. N�o � em chin�s. Logan.

N�o gosto.

-� para mim?
-Sim.

-Posso?
-Sim, claro.

-Por�m, cuidado.
-N�o.

Veja o que est� fazendo, deixando
na manteiga e na gel�ia.

-Posso?
-Obrigado.

-Sal?
-Obrigado.

-Pedi os ovos mal passados.
-Vergonhoso para um hotel como este.

-Os seus est�o iguais?
-N�o, est�o no ponto.

-Frio! Como...
-Um dia de chuva.

Prove a gel�ia.

-Seguramente sabe a tinta da imprensa.
-N�o, obrigada.

Tem que comer alguma coisa.
Tem um dia duro de trabalho pela frente.

N�o quero nada, obrigado.

E, hoje, importaria-se de
me dizer como se chama?

Leslie.

-Qu�? Leslie?
-Como que "Qu�? Leslie?"?

� o meu nome de batismo.

Leslie.

Que estranho!

E o seu?

-Everard.
-Qu�?

Everard!

-Incr�vel.
-Tamb�m n�o te agrada?

-N�o me acostumaria nunca.
-Quem lhe pede? Mais alguma coisa?

-� sempre assim pela manh�?
-At� fumar o meu primeiro cigarro.

Muito obrigada.

Obrigado.

Pobre da mulher que
se casar com voc�.

N�o penso em me casar,
a n�o ser que te presenteie o div�rcio.

Meu Deus, a hora!

-O que voc� acha?
-Sobre o qu�?

-Sobre o div�rcio.
-N�o vou precisar dos seus servi�os.

-Muito obrigada.
-Talvez o infeliz do teu marido, sim.

-Infeliz, por que?
-Porque o trai.

Claro que n�o.

Ouvi voc� dizer que eu era
um camareiro.

Por acaso, sou um camareiro?

Em que voc� trabalha?
Procurador, disse?

Procurador, advogado.

Por ser advogado aprendeu a julgar
o car�ter das pessoas.

Com uma mentira assim, desde do
estrado, j� sabia o que pensar de voc�.

Ent�o, nunca
confiar� em mim.

Tem uma qualidade
que n�o tem pre�o.

Estou morrendo de
vontade de ouvir.

Voc� � como um sol pela manh�.
E eu sou insuport�vel.

� uma qualidade estranha
para uma mulher.

Como esposa,
deve ser ador�vel.

Isto � muito precipitado,
sequer nos conhecemos.

Nem muito menos
vamos nos conhecer.

N�s nos conhecemos melhor do que muita
gente depois de anos de casados.

H� la�os invis�veis que nos unem!

Como vamos nos separar
para sempre?

Como poder�amos ver-nos
e agir como desconhecidos?

Como poderia dizer a um desconhecido
todas essas coisas que te digo?

N�o, podemos voltar a nos ver.
Onde ficamos?

O Savoy, o Embassy,
o Claridges?

Para comer,
lanchar, jantar?

Hoje? Amanh�?
Esta noite?

O que voc� vai fazer esta noite?

Venha, venha.
Sim ou n�o?

Venha esclarecer.
Sim ou n�o?

Responda-me, mulher!

Onde est�?

Sinto muito.

Querida, esse � o bicho que
esteve em uma cama toda a noite,

enquanto est�vamos dando voltas
na mesa de bilhar.

Que grosso!

ADEUS, EVERARD

Acabou com as
bandejas, senhora?

-Fora.
-Muito bem, senhor.

Suponho que este l�quido se descreve
como uma beberagem de gr�os de caf�.

Eu te direi o que �: est� terr�vel!
Que raios � isso?

Passei 40 anos pedindo-te
ovos mal passados.

Estes est�o assim?
N�o!

Est�o no mesmo estado virginal
de quando p�s a galinha.

Esteve folheando o jornal,
tentando fazer palavras cruzadas.

Eu n�o leio o seu jornal,
tenho o meu pr�prio, voc� sabe.

Em conjunto,
sei muitas coisas sobre voc�.

Ent�o,
deveria ir para sempre.

� justo o que queria dizer-te.

-Bom dia, Srta. Leslie.
-Bom dia. O que aconteceu, Jeffries?

Meu senhor
voltou a me despedir.

Venha, ele est� fumando
um havana.

-Bom dia, vov�.
-Leslie, onde voc� estava?

Jeffries n�o te disse?

-Sim, disse.
-Obrigada.

Sabe perfeitamente
que na noite passada havia neve

e que a Srta. Leslie passou a noite
no Royal Parks hotel.

Seus pais est�o na �ndia
e me responsabilizam por ela.

-E eu...
-Voc�?

-Eu sou seu av�.
-E eu a conhe�o melhor.

Apavora-me pensar que a minha neta
saia de casa �s 9 da noite

e que volte �s 9 da manh�.

H� mo�as que n�o sabem fazer nada
mesmo que tenha toda instru��o,

por�m poderia mandar
a Srta. Leslie ao P�lo Norte.

N�o � minha obriga��o
pedir-lhe satisfa��o de tudo que faz?

De tudo?

O senhor n�o � nenhum juiz intrometido.
� um av� encantador.

-Vovozinho.
-Sim, querida?

-Conhece um tal de Logan?
-Logan?

-Logan Everard, advogado.
-Everard! Espera.

-Logan, sim, hoje vem ao meu tribunal.
-De verdade?

-�timo. Como ele �, vovozinho?
-Logan?

Faz boas perguntas �s testemunhas
do oponente, por�m n�o pega nenhuma.

-Por que me pergunta isso?
-Acho que ele se casar� comigo.

-Ele te prop�s?
-N�o.

Ainda n�o sabe.

Bom, se ainda n�o sabe,
como?

Leslie!

-Que diabos planeja?
-� feio, �? � seu pijama....

-De quem?
-De Logan.

Como sabe como � o pijama de um homem
cuja exist�ncia at� ontem desconhecia?

-Dormi em sua cama.
- O qu�?

Havia duas camas, uma a levamos
at� a salinha, e eu dormi na outra.

-Leslie, isso � o c�mulo.
-N�o te disse que estava tudo bem?

-N�o entendes as novas gera��es.
-Nem acho que os demais entendam.

-Vovozinho.
-Diga-me.

-Ele n�o sabe quem sou.
-Quem?

Logan!

Pensou que eu era uma mulher.
E bem complicada.

-Mulher voc� n�o �. E complicada, menos.
-Por�m comportei-me como se fosse.

Ele viu esta encena��o
e pensou que eu era casada.

� um ing�nuo.

N�o �!

Se uma jovenzinha e um anel
o enganaram,

� por que � um burro.

Jeffries quando era jovem...

Meu vovozinho nunca
se deixou enganar?

Nunca?

E agora � um grande juiz,
como ser� Logan algum dia.

-D�-lhe tempo e nada poder� engan�-lo.
-Quanto tempo?

40 ou 50 anos.

-Ele te desrespeitou?
-N�o, senhor.

Bom rapaz.

-Bom dia, Sr. Logan.
-Bom dia, Slade. Obrigado, Tom.

-Bem-vindo de novo a Londres.
-Obrigado. Um povo encantador.

-Menos pelo tempo, claro.
-Que tem de mal?

-� o melhor do mundo.
-Por exemplo, a neve da noite passada.

Justo, onde mais
acontece um fen�meno assim?

A cidade mais bonita submergida
em um vale impenetr�vel de mist�rio.

A vida �
uma aventura fascinante.

O destino guia os teus passos,
podes encontrar um milagre...

-Vejo que o senhor o encontrou.
-Deixa disso.

O senhor sempre encontra
milagres, com neve ou n�o.

E, se me permite,

n�o � hora de deixar de ir
de milagre em milagre?

-Sou um conhecido seu, � do meu clube.
-Como?

Mere, Mere...

-Ah, sim, Lord Mere, como est�?
-Como est�o as coisas? Vejo que bem.

-N�o me pergunte, a minha est� horr�vel.
- Qual � o problema?

-Que problema?

-Minha mulher.
-O que aconteceu com Lady Mere?

Ela esteve com um outro homem.

-Parece-te pouco?
Motivo de div�rcio?

Para qualquer ju�z, por�m
o correto � ir ao seu procurador.

Eu sei, mas disseram-me que o senhor
dissolve matrim�nios como aspirinas.

Assim, antes de tudo,
quero seu conselho.

- Estou ocupado, explique-me o b�sico.
- J� fiz. O senhor esteve...

Sim, sim, eu j� sei.

-Por�m, voc� a quer?
Quer?

-Ent�o, sim.
-E por que quer o div�rcio?

Que lhe d�em tudo, n�o vou deixar
que me enganem, h� um limite.

-Compreendo-o, Lord Mere.

Deu a sua mulher seu sobrenome,
seu dinheiro e um amor fiel,

e ela devolve-lhe
com uma angustiosa humilha��o.

Isso mesmo, o senhor
acertou na mosca.

Ouvi a mesma hist�ria
v�rias vezes.

O marido carinhoso
e a mulher que o engana.

-Que provas tem?
-Na noite passada, saiu antes do jantar

e n�o voltou
at� �s 9 da manh�.

Suspeito, depois chega sua donzela,
que foi ao hotel e que a viu sair.

-Qual era o hotel?
-O Royal Parks.

-Qual?
-O Royal Parks. Havia lido

que ontem houve um baile � fantasia
com fins beneficientes.

Sim, ouvi algo sobre.

E h� outro fator importante,
esteve toda a noite com uma fantasia.

-Imagina por que me zango?
-N�o, n�o tenho id�ia.

-Diga-me, que fantasia usava?
-N�o acho que seja importante.

Sim, se ela estava de mergulhadora,
reconheceriam-na pelos seus olhos.

N�o ia assim.
la lind�ssima.

De nobre francesa
do segundo imp�rio.

A imperatriz Eug�nia,
com plumas e todo luxo.

-Sim, j� sei.
-Na noite passada, a neve era muito espessa.

-Sou consciente.
-Eu n�o pude acompanh�-la.

Fui jantar com meus amigos
do antigo regimento.

Sim, sim. Continue.
O que aconteceu?

-Passou a noite l�, mas n�o estava sozinha.
-Como sabe?

-Por causa de Sanders.
-Quem �?

-Sua donzela.
-Como sabe?

Porque levou-lhe roupa ao hotel.

-Havia pedido?
-N�o. Ligou para ela �s 9 horas

para dizer que vinha em seguida,
por�m eu mandei Sanders

e ela ouviu do corredor de seu quarto
que estava falando com um homem.

-E entrou?
-N�o, � esperta e escutou.

-E, o que escutou?
-Viu-lhe.

Ela a viu sair �s 8:45.

E logo viu um homem
saindo depois.

-E?
-E, qu�? N�o parece suficiente para voc�?

-Suficiente?

Tem o descaramento de acusar sua mulher
de algo mais grave que pode acus�-la

e espera que chame � lei
uma grande mulher

por causa de boatos

�s 8:45, em uma festa,
por estar com um rapaz?

-Recha�a o meu caso?
-Isso n�o � nenhum caso e me indigna.

-Se pudesse ouvir Sanders...
-N�o, j� ouvi o suficiente.

Com o que me falou,
j� tenho uma id�ia de sua mulher.

Uma mulher nobre, intr�pida,
respeitada, pura de cora��o,

de classe e que n�o faria nada
que manchasse a honra da fam�lia.

-E a minha humilha��o como fica?
-Entre o bem e o mal, n�o?

Ela me prometeu amar,
honrar e obedecer.

Lembre-se da cerim�nia,
l� estava ela,

uma mo�a inocente a ponto
de passar o pior momento de sua vida.

Logan, est� complicando,
n�o era uma mo�a inocente.

J� estava divorciada de um tal
de Lauderdale que treina cavalos.

-Nossa!
-Agora voltar� a dizer "nossa".

Antes de Lauderdale, havia
divorciado-se do Bar�o de Brissac

que faz brandy
de baixa gradua��o.

-� francesa?
-Americana.

O seu primeiro marido
era chamado de "Selvagem Kavanagh",

um lutador profissional.
Ela se desfez dele em Reno.

Parece imposs�vel!

Quatro matrim�nios e t�o jovem.

-Quem lhe disse que era jovem?
-O senhor, n�o?

Bom, parece que te enrola,

mas � um bicho,
Logan, uma v�bora

que hipnotiza homens inocentes
e depois lhes pica.

Ou me desfa�o dela
ou ser� a minha ru�na.

-Agora come�o a compreender-lhe.
-Ent�o, vai pegar o meu caso?

Bom, vou pensar.
� tudo o que lhe posso dizer no momento.

J� disse que estou muito ocupado.

Em breve, ligo-te.
Estou muito ocupado.

-Bom dia.
-Sim.

Bom dia.

Um treinador de cavalos,
um comerciante de brandy

e um lutador.

-Que aconteceu?
-Conhece esse homem?

Sim, Lord Mere.
� muito conhecido.

-Do melhor que h� no ex�rcito.
-De verdade?

-Pois essa fantasia � da sua mulher.
-O qu�?

Lady Mere era o milagre?

-N�o assobie.
-Voc� se meteu em uma boa.

Como vai acusar algu�m
em ju�zo por algo que o senhor fez?

Veja, Slade, isso � o pior de tudo.
N�o "fiz" nada.

E se um acusado de adult�rio
lhe dissesse isso?

-Mas � verdade! Juro!
N�o aconteceu nada! Nada de nada!

Sim, jura. Por�m, Sr. Logan,

espera que eu acredite
que n�o aconteceu nada?

Certamente, n�o!

Sra. Johnson, espera que
eu acredite que n�o aconteceu nada?

Bom, isso mesmo.

Ver�...

Bom, nada relevante,
se sabe o que estou querendo dizer.

Sim, claro, sei o que quer dizer.
E, certamente, que o Merit�ssimo tamb�m.

Acho que prefiro uma explica��o.

Alguma explica��o, Sra. Johnson?
Pode explicar ao Merit�ssimo?

Tivemos muitas ocasi�es de ver
o que querem dizer as mulheres,

ou o que querem dizer que dizem,
se o que dizem quer dizer alguma coisa.

Ordem no tribunal.

H� uma explica��o muito simples:
a Sra. Johnson � uma mulher.

E n�o lembrarei ao Merit�ssimo
que as mulheres t�m a sua relig�o.

O memorial credo da feminilidade.

S� cont�m um dogma de f�,
por�m todas as mulheres acreditam nele.

Acreditam que s�o o maior avan�o
da esp�cie humana,

um ser que evoluiu para estar
por cima de toda cr�tica,

de toda reprova��o
e fora da lei.

Os homens, com a sua boa f�,
foram ludibriados para aceit�-las

como um ser racional,
permitiram-lhe a sua emancipa��o.

Qual foi a sua recompensa?

As mulheres desconhecem a feminilidade,
recha�am as obriga��es do homem.

Ela exige liberdade,
mas foge de suas responsabilidades.

Disse que quer tempo
para evoluir como pessoa

e o usa dizendo que parte do
corpo ser� a pr�xima a ser pintada.

Por independ�ncia,
entende vagabundagem;

por igualdade, entende n�o parar
como Catalina, a Grande.

-N�o parar como quem?
-Catalina, a Grande, Merit�ssimo.

N�o parar como Catalina,
a Grande? Quem?

Obrigado.

A uni�o com um homem significa que
a espere com os bra�os abertos!

Uma mulher atual n�o entende
de lealdade, dec�ncia, nem justi�a!

N�o se op�e nem resiste,
n�o se autocontrola!

N�o � afetiva,
carinhosa, nem compassiva!

Resumindo: inescrupulosa, impiedosa
exigente, vulgar, tediosa,

sonsa, entediada, vazia,
vingativa, indigna, fraca.

Quando o homem voltar a usar o chicote,
voltar� o progresso.

Essa � a explica��o da senhora
e do caso. Pode retirar-se.

Saunders, n�o tema por Logan.

S� tem que
responder-lhe honestamente.

Eu sei. Mas o que pensar�
de mim Lady Mere?

Pense o que ela quiser,
n�o acontecer� nada com voc�.

Lord Mere est� aqui com o seu procurador
e a testemunha, a donzela.

-N�o pode ver-me, estava no hotel!
-Se tem que aceitar, que seja agora.

Logan, eu j� lhe ouvi. Haulfryer,
meu procurador. Se conhecem, n�o?

-Bom dia.
-Esta � Saunders.

-Muito prazer, por favor, sentem-se.
-Se tem d�vidas, elas ser�o esclarecidas.

-Saunders, voc� viu um homem?
-Sim, senhor.

-J� o havia visto antes?
-N�o tenho certeza, senhor.

-N�o tem certeza? N�o o viu bem?
-N�o usava seus �culos no momento.

-Ent�o, n�o o reconheceria?
-Eu n�o disse isso.

N�o falei que n�o o reconheceria,
s� que n�o o reconheci.

� uma mo�a muito inteligente.
Saunders, conte-lhe o que viu.

-Descreva-a ao homem.
-Senhor, n�o sei se consigo.

-Tente.
-Bom, n�o sei o que dizer.

-Era um homem normal e comum.
-Descreva-o com detalhes, mulher!

N�o se impaciente. D�-lhe uma
oportunidade, n�o tenha medo.

Diga ao Sr. Logan como ele era.
Alto ou baixo?

Era...
De uma altura normal.

-Era moreno, loiro ou ru�vo?
-Era algo intermedi�rio.

-Era jovem? Velho?
-Era tipo...

-Intermedi�rio.
-Intermedi�rio, isso mesmo.

-Estava de barba?
-Bom...

Tinha barba?

N�o, senhor.
Eu tenho certeza de que n�o.

Mas ele estava de bigode.

-Ah, tinha bigode.
-N�o, n�o tinha.

-Tem certeza de que n�o viu?
-Sim, estou bastante segura.

-O que est� acontecendo, Slade?
-A senhora est� aqui.

-Que senhora?
-A senhora do caso.

A mulher do caso...

Desculpem.

Por que...

-Por que veio?
-Para devolver-lhe isto, seu pijama.

Obrigado.

Mais alguma coisa?

O que aconteceu? N�o est� sendo
t�o carinhoso como naquele caf�-da-manh�.

Bem, o que tenho que falar.
Seu marido est� a�.

Quem?

Compreendo que esteja t�o confunsa,
depois de tantos maridos.

Este n�o � nem o dos cavalos,
nem o de brandy,

nem o lutador,
sen�o o �ltimo: Lord Mere.

-Lord Mere?
-Sim.

Quem te falou
que ele era o meu marido?

Ele que me contou tudo.

E ficar� t�o alterada como eu fiquei,
quando souber tudo o que ele sabe.

Sabe do hotel
e da fantasia.

-Mas o que ele quer de voc�?
-O div�rcio, o div�rcio!

Lord Mere quer divorciar-se,
interessante.

-Sim, de verdade?
E voc� o ajudar�, certo.

Que ele se divorcie de voc�,
sendo eu o suposto culpado?

Compreendo que seja
t�o cruel com toda sua experi�ncia.

Mas quero que saiba
que me arruinar�!

Imagino
o que dir� Lord Steele.

-Lord Steele?
-Sim, � o pior juiz de todos.

lr� regozijar-se com
a minha desgra�a.

Por�m, se Lord Mere conseguir
o que deseja, estarei livre.

Voc� e eu poder�amos,
digamos, juntar-nos.

-Voc� gostaria, n�o?
-� custa da minha carreira?

Voc� est� muito segura.

Sinto muito, achei que havia
come�ado a gostar de voc�.

N�o podia evitar que gostasse de mim
apesar do ins�pido que foi.

Por�m suponho
que s� o que me resta

� tomar o meu rem�dio

e ir-me.

Entendo perfeitamente
como seduziu todos esses homens.

-Que homens?
-Lauderdale, o bar�o de Brissac,

o Selvagem, aquele...

-Eram esses?
-Sim, esses.

Logo, o pobre Lord Mere.

E agora eu!

Voc�?

Sim, n�o deveria admit�-lo.

Adoro-te.

Inclusive agora que sei
a impiedosa verdade,

estou louco por voc�.

Quero t�-la em meus bra�os.

E por que n�o o faz?

N�o sei.

-Que fa�o aqui beijando-te?
-E faz muito bem!

Seu marido est� a� com o procurador dele
e Saunders, que nos viu juntos.

Espera!

Pensa, Saunders, pensa.
N�o seja boba.

-Senhor, por�m se estou pensando...
-Sente-se, vejamos que o mais me ocorre.

Onde est�vamos?

Ah, sim, no homem de Royal Parks.
Disse que n�o reconheceria sua cara?

N�o, senhor, por�m acho
que reconheceria sua maneira de andar.

Sim, mas...

-N�o o viu nem antes nem depois?
-N�o.

Por�m conheci todos os homens
desde o primeiro div�rcio em Reno.

Saunders foi fiel � minha mulher
desde seu primeiro matrim�nio, n�o?

-Sim, senhor, cinco anos.
-Cinco anos? Um recorde.

Bom, depois do caso de Reno,
ela se casou com o bar�o de Brissac.

N�o, depois do Sr. Kavanagh,
foi o Sr. Miller.

-O Sr. Miller?
-Bom...

-N�o faz falta tanto detalhe.
-Desculpe, Sr. Mere.

Se quer que eu fique com o seu caso,
tenho que saber de todos os detalhes.

S� acontecem coisas ruins quando se oculta
alguma coisa do m�dico ou do advogado.

Exato.

-Sim. E depois do Sr. Miller?
-O Sr. Vanheuten.

E depois do Sr. Vanheuten?

O bar�o de Brissac.
Quanto antes do div�rcio?

-14 meses.
-E depois do bar�o de Brissac?

-O Sr. Miller.
-Esse era depois do Sr. Kavanagh.

N�o. Esse era o Sr. Miller l
e este � o Sr. Miller ll.

-H� um Sr. Miller lll?
-S� o Sr. Mendoza, da Argentina.

Depois, o Sr. Lauderdale
e, logo depois, Merit�ssimo.

Pouca coisa, n�?

-J� tem tudo o que quer?
-Sim.

-Vai pegar o meu caso?
-Sim, senhor.

Meu amigo Haulfryer ir� preparar-me
e eu lhe conseguirei o div�rcio.

Bem, venha, vamos.

N�o estar� preocupado por n�o saber
quem � o homem do Royal Parks?

Eu sei quem �
o homem do hotel.

-Qu�?
-Quero dizer que sei como deve ser ele.

Depois do Sr. Miller l,
do Sr. Miller ll e do Sr. Mendoza,

aparece o quarto ot�rio,
boa tarde.

-Onde est�?
-O milagre? Foi-se.

-Mas n�o me pe�a para crer numa coisa...
-O qu�?

-Que n�o aconteceu...
-V�!

Decidi ficar com caso.

-Decidiu provocar un esc�ndalo?
-Sim.

-Vai acabar com a sua carreira?
-Sim.

Todo essa valentia � porque Saunders
� miope e pensa que est� a salvo.

-Nunca se est� a salvo em casos como esse.
-E por que pegou o caso?

Porque espero que se case
comigo quando acabar.

Aceitar�?

Aceitar�?

Aceitar�?
Por que n�o responde?

L�gico que j� havia pensado nisso
quando veio ao meu escrit�rio.

�... N�o gostei da maneira como
se comportou no seu escrit�rio.

-Prefiro no teu quarto.
-No nosso quarto.

-Em meu quarto.
-L�, julgar�s teu futuro marido.

N�o te d�o medo
os agitados anos do meu passado?

Quero falar contigo.
Vamos dan�ar.

-Parece muito jovem.
-Na verdade, n�o me sinto velha.

�s vezes, quando sorri pra mim, acho
que � t�o inocente quanto um menino.

Por isso, � que
sorrio para voc�.

� incr�vel que tenha casado-se
quatro vezes em cinco anos.

Por que se divorciou
de Kavanagh?

De Kavanagh?
Tornou-se insuport�vel.

-E do bar�o de Brissac?
-Tamb�m tornou-se insuport�vel.

-E de Lauderdale?
-Ele era o mais insuport�vel de todos.

Preferiria casar-me
com um grosso a com um chato.

-Espero n�o me tornar um chato.
-N�o, voc� � muito interessante.

E muito divertido.

Adoro-te.

-Voc� me quer?

Encanta-me.

S� isso?

-Eu gosto muito.
-Isso n�o � o bastante pra mim.

-Pode ser que esteja interessada em voc�.
-Tamb�m n�o � o bastante.

Por favor,
seja sincera comigo.

Acho que a maior virtude da mulher
moderna � a sua total sinceridade.

Por acaso,
n�o estou sendo sincera?

N�o te contei tudo
sobre Brissac,

Kavanagh e Lauderdale?

O que mais quer?

-O que est� acontecendo agora?
-Miller.

-Miller? O que aconteceu com Miller?
-Sim, o que aconteceu com Miller?

-Miller? Uma aventura.
-E com Miller ll? Outra aventura?

Claro que sim.

4 matrim�nios em 5 anos
e duas aventuras.

Parece que n�o aprecia a minha
sinceridade, vou a minha casa.

N�o, por favor.
Claro que aprecio.

� t�o importante para mim,
que entendo como foi dif�cil.

-Voc� entende?
-Sim, claro, � muito simples.

Eras pobre antes de teu primeiro
matrim�nio e te deu o que quis.

Como iria saber
que te faltava o principal?

Como? Claro, n�o funcionou.
Por�m uma mulher como voc�, com ideais,

tem que continuar procurando,
at� que encontre o seu homem,

o verdadeiro,
o homem moldado para ela.

-Voc�?
-Espero que sim.

Eu tenho certeza.
Voc� n�o?

Nenhuma mulher pode estar segura
de nada com um passado como o meu.

Por�m, quando est� apaixonada,
ela n�o tem passado algum.

Renas�a, volte a ser
uma garota inocente.

N�o v�, querida, � muito simples.
Se pudesse...

O que foi?

-Seu marido, n�o olhe.
-Onde?

Ali, no canto.

-Covarde.
-N�o, n�o quero discutir em p�blico.

-Bem, vamos embora.
-Ei, por a� n�o!

-Uma garrafa grande para dois?
-Uma garrafa grande para uma pessoa.

T�xi!

-Acompanho-te at� sua casa.
-N�o, n�o precisa. Boa noite.

-Grosvenor Square, por favor.
-Em que n�mero?

-N�o vou te dizer.
-Mas como... Quando te verei?

Na quinta-feira � tarde, em seu
escrit�rio, para que tomemos um ch�!

Oi, vovozinho.
Desculpe-me por chegar tarde.

As propostas
de matrim�nio demoram.

-Como ficou sabendo?
-Os olhos das mo�as brilham

quando lhes pedem em casamento,
inclusive nos dias.

� um homem maduro e s�bio.

-Falou a verdade a esse burro?
-N�o, e ele n�o � um burro.

Ainda acredita que voc� �
uma mulher f�cil? Pois � um burro.

Acredita que sou a mulher
mais complicada do mundo,

que tive quatro maridos
e v�rios...

Disse-lhe que teve
quatro maridos e v�rios...

N�o, ele me falou.
Conhece Lady Mere?

Ela tamb�m estava na festa
do hotel e tamb�m usava vestido.

-E teve alguma aventura...
-Tamb�m?

Pois Lord Mere est� divorciando-se
dela e ele pensa que sou eu.

Acredita que voc� � Lady Mere?

Sim. Ele � muito compreensivo.

Est� muito claro que meu infeliz passado
foi por causa da busca do meu homem ideal.

-Que � ele?
-Sim.

Disse que uma mulher � pura
e que renasce quando se apaixona.

N�o gosto disso, pode ser que leve
um choque quando souber a verdade.

Mas, vovozinho, o senhor
n�o � um pouco c�nico tamb�m?

N�o acredito.
Todos os dias aprendo coisas

das quais nem sequer meus netos
mais espertos possam compreender.

N�o dir� que prefere
uma mulher a...

N�o me surpreenderia,
nem a voc�.

-Eu?
-J� acredito.

Por que fez o papel
de uma mulher com passado?

Porque acreditava que
poderia convenc�-lo

como um tentador vestido, n�o?

Sim, e parece que com sucesso.
O perigo �

quando cair o vestido,

pode ser que se pergunte
o que havia visto

em uma jovenzinha inocente.

Vovozinho, o que devo fazer?
Quero tanto esse bobinho.

Heulfryer quer saber
se ir�o acompanhar o caso Mere

sabendo que n�o conhece realmente
com quem cometeu adult�rio.

-Concordo.
-Por�m sabe que n�o � assim.

Seria uma cat�strofe se em ju�zo
soubessem quem �...

Tanto faz.

Conseguirei o div�rcio para Lady Mere
mesmo que eu tenha que fechar.

N�o � por falta de conselho!

A� est�? Como vai, rapazote?
Espero que esteja muito bem.

-Sim, estou muito bem.
-Eu tamb�m.

-Muito bem?
-Sim, muit�ssimo bem.

-O que aconteceu?
-Estive com ela.

-Com quem?
-Com minha mulher.

� espl�ndida, Saunders.
� uma tola e eu sou outro tolo.

O homem do hotel era o gerente.

Tinha raz�o desde o princ�pio.

Sou feliz gra�as a voc�, rapazote.
E a minha mulher tamb�m.

� como uma nova lua-de-mel
para os dois, obrigado.

N�o h� de que.

-De fato, sinto os inc�modos.
-N�o, n�o.

Sim, disse-lhe a minha mulher:

"Logan � um rapaz muito leal."

Havia recha�ado o caso para
n�o estragar a nossa felicidade. Adeus.

-O que ela te disse?
-Que realmente era muito legal.

� sim, de fato.

-Posso dizer-lhe uma coisa?
-Sim.

Diga-lhe que acredito que ela seja
a mulher mais esperta do mundo.

N�o pode abrir a porta
com o guarda-chuva? E sua chave?

Por que est� abrindo a porta?
E o mordomo?

-Saiu.
-E Saunders?

-Tamb�m.
- E o cozinheiro?

Eu os despedi, n�o vou ter
inimigos dentro de minha casa.

Querida, desculpe-me.

Minha amada. Era...

-Era o gerente.
-Qu�? Onde? Quando?

Do quarto do hotel,
era o gerente, n�o?

-N�o.
-Se n�o era ele, quem era?

Era John, George, Ingleby,

Thomas, o Presidente,
o Primeiro Ministro e um bar�tono.

-Est� tentando complicar a minha vida.
-Quer o div�rcio?

Bem, pe�a-me.
Agora saia!

-V� ver o seu advogado!
-J� o vi.

V� v�-lo outra vez.

-Querida...
-N�o me chame de querida!

-Boa noite, Warren.
-Boa noite.

Boa noite, Mere.

"� a mulher mais esperta do mundo."

A que se referia quando dizia
que era a mulher mais esperta do mundo?

Obrigado.

-Quanto te devo?
-8 ou 9.

8 d�lares
por um whisky com refrigerante?

Tomou cinco doses,
quatro duplos e este, senhor.

-Aqui est�.
-Obrigado, senhor.

-O que voc� acha das mulheres?
-Na verdade, j� sabemos como elas s�o,

por�m, em se tratando de relacionamentos,
s� me interessa ligeiramente.

Pois n�o procure mais,
as mulheres s�o uma amea�a, Peters.

-Preste aten��o no �den.
-No Ministro de Rela��es Exteriores?

N�o, burro. No jardim do �den,
Ad�o e Eva... Sabe da hist�ria?

-Sim, mas n�o � da minha �poca.
-Pois continua acontecendo.

A mulher deixa o homem
na metade do caminho, preso,

por uma serpente
do prado do Hotel Royal Parks.

-Essa parte ainda n�o havia ouvido.
-Mas � certa.

Por�m comigo elas n�o fazem essas coisas,
n�o vou ficar onde n�o me querem.

-Sabe, Peters?
-Sim, senhor.

-Boa noite.
-Boa noite.

Dem�nio de Havana.

B�bado.

Diga?

Sim, sou Logan.

Tenho que te ver.

Tenho que te ver,
� uma quest�o de vida ou morte.

Qu�?
Mas s�o tr�s da manh�!

Eu sei, por�m...

Passo em sua casa e vejo voc�,
� coisa de vida ou morte.

Por que disse que a minha mulher
era a mais esperta do mundo?

Mere, s�o tr�s
da manh�...

Por que disse que a minha mulher
era a mais esperta do mundo?

Deus meu!
�s vezes, dizemos coisas por dizer.

Os advogados n�o ganham essa
dinheirama dizendo as coisas por dizer.

Por qu�? Por que disse que
minha mulher era a mais esperta do mundo?

Senta a�.

Sua mulher
me pareceu muito esperta

por reconciliar-se contigo
depois do baile do hotel.

Ela � muito esperta e voc� �
muito esperto, mas eu tamb�m sou.

-Oxal� n�o fosse...
-O qu�?

Esperto, astuto, inteligente.

-Deveria ser mais feliz.
-O que est� acontecendo?

-Ela n�o me quer mais.
-Mas n�o se reconciliaram?

Sim, mas tenho um sexto sentido,
ast�cia, conhe�o as mulheres.

Ela quer o homem
do Hotel Royal Parks.

Um momento.

Tenho que te dizer
uma coisa muito importante.

Eu sou o homem
do Hotel Royal Parks.

Voc� n�o pode ser ele!
� o advogado.

Sua mulher passou a noite
em um dos meus quartos.

Por�m n�o pense...

-N�o aconteceu nada.
-E por que est� me contando isso?

Porque a quero. Caso se divorciem,
casarei com ela.

-Ela vai se casar contigo?
-Assim espero.

-Ent�o, est� apaixonada por voc�?
-Acredito que sim.

Lemmett
ficar� t�o desapontado.

-Quem?
-Lemmett.

-Quem � esse?
-Um patife, um canalha rica�o.

-O que isso tem a ver?
-Est� apaixonado.

-E ela tamb�m?
-Claro que n�o.

Se est� por voc�, como vai estar
por Lemmett? Ela n�o � assim.

Senta a�.

Tome algo.

Se tenho que divorciar-me,
prefiro voc� a Lemmett.

Voc� � um cavalheiro,
e Lemmett n�o.

Lemmett, n�o.
Lemmett, n�o.

J� disse e repito,
n�o se preocupe.

Vou dizer-lhe:
"Logan � um cavalheiro,

e Lemmett n�o."

-Quem � o senhor?
-E voc�?

Eu moro nesta casa,
eu moro nesta casa.

-Fora!
-Amor, sou s�bio e generoso.

-Est� bebado.
-N�o, agora ver�.

Vim dizer-lhe que Logan
� um cavalheiro, e Lemmett n�o.

-Quem � Logan?
-O advogado.

Se tiver que o escolher, partir�
meu cora��o. S� desejo a sua felicidade.

-E por que tenho que fazer isso?
-Porque est� apaixonada por ele.

Que estou apaixonada?
Quem te falou isso?

Ele mesmo, � um cavalheiro.

Partir� o meu cora��o,
por�m desejo a sua felicidade.

J� sei.
Quer se divorciar de mim

para que um tal de Logan
se case comigo. � isso?

Partir� o meu cora��o,
por�m desejo a sua felicidade.

J� pode ir?
V� ao clube e deite-se!

Desejo a sua felicidade.

Obrigada.

Ao Sr. Logan?

Obrigada.

Molineux?

Paquin?

Quem gostaria de ver?

-O Sr. Logan, por favor.
-Seu nome?

-Lady Mere.
-Lady Mere.

A senhora disse Lady Mere?

-� a senhora Lady Mere?
-Sim, mas quem � a senhora?

Lady Mere,
venha comigo, por favor!

-O que est� acontecendo?
-Venha comigo e te conto.

-Mas quem � a senhora?
Aonde ia agora?

-Ao sal�o de beleza.
-Qual?

-Ao Chevalier.
-Vamos.

-Onde est�?
-Estavam aqui.

Como assim "estavam"?
Onde est�?

A mulher era duas, senhor.

Fomos l�, abriu a porta
e entrou.

Entraram, senhor.

-O que perguntou?
-Seu nome.

-E o que ela respondeu?
-Disse "Lady Mere".

-Ela?
-N�o, elas.

-Uma mulher disse "Lady Mere".
-Duas, senhor.

-Havia duas mulheres?
-Duas, senhor.

-E as duas disseram que eram "Lady Mere"?
-As duas, senhor.

E onde est�o?

-Desapareceram, senhor.
-Mais vale desaparecer voc� tamb�m.

V� e diga a seu pai que um pardal
agrad�vel n�o me serve de nada.

Juro que havia duas.

Assim que foi ao tribunal
para ver como fazia Sr. Logan.

-Dizem que � muito esperto.
-Esperto?

Se entende como amea�a
a algu�m que n�o pode responder, sim.

-N�o tem nem id�ia de como elas sejam.
-E os outros?

Na sala do tribunal, havia uma tal de Sra.
Johnson, Logan defendia seu marido.

-Sabe o que disse das mulheres?
-Qualquer coisa.

Que somos impiedosas,
sem-c�rebros e in�teis.

N�o est� muito enganado.
Algo mais?

Que s� pens�vamos em que parte
do corpo pintaremos agora.

A�, querida.
Isso sim � uma mentira.

-O que parece isso tudo?
-� um pouco fl�cido.

-Agrada-lhe o Sr. Logan?
-Acho que ele precisa de uma li��o.

Eu tenho certeza
e vou dar-lhe.

Est� morto de medo
por aquela noite no hotel.

Acredita que ir�o cit�-lo
como amante de Lady Mere.

Que engra�ado! Quando chegar em casa
e contar tudo a Warrie,

vai morrer de rir.

Boa noite.

-Slade, nenhuma mulher me ligou?
Tenho certeza de que n�o.

Boa noite.

Boa noite.

-Boa noite.
-Boa noite.

-Al�?
-Chamo-me Lady Mere. O Sr. Logan est�?

Um momento!

-Sr. Logan, � Lady Mere!
-Onde?

Ao telefone!

-Oi.
-Pergunte-lhe se eram duas.

-Boa noite.
Diga?

Oi.

� voc�?

-Por que n�o veio?
-Porque n�o gosto do seu escrit�rio.

-Onde posso te ver?
-Onde? Vejamos...

Por que n�o vem � Mere Hall
no fim de semana?

Mere Hall,
em Hampshire, j� sabe.

Sim, eu sei.
Mas voc� est� bem?

Tem medo outra vez?
Adeus.

N�o! Espera! Espera!

-Se n�o quer me ver...
-Claro que quero te ver, por�m

Lord Mere n�o te contou?

Contou-me tudo.

E depois de tudo, acredita que sua casa
� um lugar seguro?

O �nico lugar seguro,
por�m se n�o quiser vir...

Claro! Quero ver-te!
Quando?

-No s�bado.
-Est� bem.

-Pela tarde.
-Certo, boa noite.

Srta. Leslie,
pronta para os obst�culos?

Acho que sim, se n�o forem
muito altos.

Nada � alto para essa �gua.
Fa�a o que fizer minha mulher.

-� boa, n�o?
-A melhor e a mais valente que eu vi.

Com quem est� falando?

-Nossa!
� o canalha de Lemmett!

-Canalha? Por qu�?
-� um d�spota!

Mata raposas no ver�o e cavalga
sobre os cachorros no inverno.

-E em seu tempo livre?
-Seduz as mulheres dos outros.

Por�m acredita que conseguir� com Clare
e, desta vez, n�o pontuou bem.

N�s nos vemos em Barclay,
na quinta-feira, �s tr�s.

Ent�o, a que horas vem
seu amigo Logan?

Suponho que na hora do ch�.
Vir� de carro.

Vamos!

-Oi!
-Oi, n�o te esperava t�o cedo!

� que vim te ver.

Fico feliz de te ver, Logan.
Venha, querida. Ela n�o sai da cabe�a.

N�o voltaram?
N�o se reconciliaram? N�o?

N�o sei do que voc� est� falando, mas
est� sendo muito carinhoso comigo.

-Para mim, basta.
-Basta o qu�?

-Eu n�o vou.
-Como n�o? Disse que sim.

Sei, mas em sua casa
n�o est� correto.

Se n�o quiser ver-me.

Sim, quero! Mas se casar�
comigo, sim ou n�o?

-Digo-te esta noite!
-Olha, escuta.

Bom, espero que esclare�a ao Sr. Logan,
mata-me tanto suspense.

E eu acho que se sentir� um burrinho
quando vir quem � quem.

N�o piore as coisas rindo dele.
Sente-se a� e n�o fale.

Clare, voc� sentado...

Sente-se ali, tudo bem?

Vovozinho,
est� bem a�.

Clare, quando vier, pode dizer:
"Conhece a Sra. Leslie Steele?"

E eu posso ficar bem aqui. N�o...

Melhor a�.

Ficarei aqui.

N�o fa�a barulho.

O Sr. Logan.

Sr. Logan, que bom
que chegou t�o r�pido!

-Conhece o Lord Steele?
-Sim, claro.

E tamb�m conhece Warren.

-Sim, conhe�o.
-E esta � a Srta. Steele.

-Senhorita...
-A Srta. Leslie Steele.

N�o, n�o conhe�o a Srta. Steele.

Nem quero conhec�-la.

Acredito que � uma jovem
um tanto desagrad�vel e desonesta.

-Garoto, s� foi uma bricandeira.
-Pois continue voc� com a brincadeira.

Voc� fa�a com Lemmett
e voc�, com o gerente do hotel.

A Srta. Steele, que fa�a de bobo
o pr�ximo que se apaixonar por ela.

De fato, foi tudo uma brincadeira
pesada. Boa noite.

Bem, o que voc� acha?

-Nossa!
-Qu�?

-Vovozinho, voc� ouviu?
-Sim, querida. Que bom! N�o?

Que coragem! H� 50 anos,
eu faria o mesmo.

-Tem raz�o.
-N�o vai querer perd�-lo, n�o?

N�o. At� agora ele havia corrido
atr�s de mim, e agora, irei atr�s dele.

Que garota!

-N�o deixou endere�o?
-N�o.

-Disse quando voltaria?
-Sim, nunca.

-E o trabalho?
-Ele deixou.

Ele tinha o caso da sua vida
na semana que vem.

-Qual?
-O div�rcio dos Strangeways.

Quatro amantes.
Seu salto para a fama.

-N�o pode fazer nada?
-A n�o ser que pare o trem...

-Que trem?
-O do barco, em Vit�ria.

-O de que horas?
-O das 11 .

Espere! Espere!

N�o!

N�o! V� embora!

N�o se sente mal
pelas barbaridades que disse?

N�o era s�rio. N�o?
N�o?

Por que n�o responde?

N�o se envergonha disso?
Venha aqui, diga o que est� sentido.

Coitadinho.

N�o aconteceu nada, amor.

Melhor assim?
N�o est� mais angustiada.

Escolhi uma casa muito bonita.

Confiava muito em mim, n�o?

-Bem, estava apaixonad�ssimo por mim.
-Por isso, n�o pode dizer nada?

Sim, pode pedir-me
que se case contigo, se quiser.

Bem, far�s?

Pode.

Est� bem!

N�s nos casaremos em Paris e nossa
lua-de-mel ser� de 6 semanas na Riviera.

N�o! Esqueceu do caso
dos Strangeways?

E a grande chance da sua vida,
seu salto para a fama, quatro amantes?

Enviaremos agora um telegrama
dizendo que vamos voltar.

Ser� dizendo
que estamos em lua-de-mel.

-N�o.
-Sim.

-N�o.
-Sim.

Merit�ssimo, este caso
tem uma explica��o muito simples.

Minha cliente, a Sra. Strangeways,
� uma mulher.

O maior avan�o da esp�cie humana,
que � o consolo do homem.

Um ser terno e delicado posto no
mundo para dar-lhe claridade,

felicidade � vida
com sua beleza e ternura.

E digo por sua pureza.

Merit�ssimo, dizer que foi encontrada
no banheiro com dois de seus amantes,

� uma falta de discri��o
de sua parte.

Por�m, contra isso, est� a
sua afirma��o de que n�o aconteceu nada!

Merit�ssimo, se n�o aceitarmos
tal afirma��o,

daremos um duro golpe nas bases
da mais sublime, mais id�lica

e mais encantadora institui��o
de nossa civiliza��o.

O matrim�nio.

A meu ver, a Sra. Strangeways
� culpada de uma �nica coisa.

� culpada por ser mulher.

Essa � a explica��o
da Sra. Logan... Sra. Strangeways

-e a explica��o do presente caso.
-Pode retirar-se.

FIM

LEGENDAS: jmedeiros17