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- Boa noite, Merceditas.
- Boa noite, Lupe.

Obrigada.

Preciso ganhar este
concurso de qualquer maneira.

Diz a todo mundo que
vote em mim, no n�mero 13.

E em quem n�o votar, d�
uma surra. Mas l� fora, sim?

Lembre-se, Paco, se ganharmos, a ta�a
� para voc� e o dinheiro para mim.

N�o acha em nada al�m da
grana. Primeiro, procura ganhar.

- Depois conversamos.
- N�o, Paco,

preciso muito desse dinheiro!

Mexe-se direito,
ser� como Deus quiser.

Danz�n negro dan�amos
Danz�n negro dan�amos

Paco! Paco!

O n�mero 13 foi o vencedor
do concurso desta noite.

Entrego a ta�a e os 500 pesos.

Acertam-se como puderem.

Me d� meu dinheiro, Paco,
foi o que combinamos.

Olha, Mercedes, n�o seja impertinente.
E vamos logo virando essa p�gina.

Anda logo, e vai tomar
uma cuba por nosso triunfo.

Paco, por favor!

Advirto-te que n�o estou
para brincadeiras, sim?

J� me conhece.

Pe�o-te por bem, me
d� esse dinheiro, Paco.

N�o quero te irritar.
Preciso muito dele.

Por isso entrei no concurso,

e adverti voc� que se ganh�ssemos,
o dinheiro seria para mim.

- Ent�o precisa muito?
- Ah�.

Pois arruma essa
grana como puderes.

Est�o por a� uns turistas, vai
meter a m�o em seus d�lares,

vejamos se deixam.

N�o venhas me cansar a
paci�ncia. E vai te catar!

Tem que me devolver meu dinheiro,
Paco! Juro-te que preciso muito dele!

Paco!

Me d� a metade do
dinheiro e fica com a ta�a.

Est� bem, leva a ta�a, e
d�-te por muito satisfeita!

Paco!

Me d� a metade, Paco,
ganhamos o concurso n�s dois.

Vai me deixar em
paz, sim ou n�o?

N�o seja mau, Paco, eu
te pagarei os 250 pesos.

N�o me incomodes mais, porque
te arrebento aqui na rua!

- Bom dia, Srta. Mercedes.
- Bom dia.

Srta. Mercedes.

- Bom dia, Srta. Prefeita.
- Bom dia.

- Vem buscar sua irm�zinha, n�o �?
- Sim, Srta. Prefeita.

Cheguei � Cidade do M�xico esta
noite, para passar o domingo com ela.

A Srta. Diretora
quer falar com voc�.

- Comigo?
- Est� na Diretoria.

Obrigada. Com licen�a.

- Bom dia, Sra. Diretora.
- Bom dia.

A Srta. Prefeita me disse
que voc� queria falar comigo.

Sim. Trata-se de sua situa��o
com respeito a Beatriz.

Deveria t�-lo dito
h� algum tempo.

N�o acha que a tem
muito abandonada?

Os pais das alunas v�m
busc�-las j� aos s�bados.

J� aos s�bados?

Aos s�bados � quando tenho que
trabalhar mais, Sra. Diretora.

Ademais, n�o tenho
abandonada Beatriz.

Deus sabe que s� penso nela,

e que passo a semana esperando
que chegue o domingo, para v�-la.

De qualquer maneira, eu lhe
suplico que fa�a um esfor�o

para regularizar suas
rela��es com o Col�gio.

Nunca se apresentou para
uma prova, para uma festa,

para um encontro
de m�es de fam�lia.

As alunas, voc� sabe, j�
s�o senhoritas e notam,

e suas fam�lias tamb�m.

Ademais, voc� n�o cr�
que a pr�pria Beatriz

ressente-se do afastamento
em que a mant�m?

Preciso trabalhar muito duro,
Sra. Diretora, para ganhar a vida,

e para que nada
falte para Beatriz.

Por isso sempre ando daqui
para l�, vendendo isto e aquilo,

e voando de onde
estiver, toda semana,

para esperar que chegue
o domingo, para v�-la.

Mas uma coisa, sim,
posso assegurar-lhe:

que ter� sempre o
que tenham as demais.

Olhe, aqui trago 500
pesos para o pr�ximo m�s.

E para o uniforme de Beatriz.

E esta roupa de baixo, para que a
estreie na quinta-feira, seu anivers�rio.

Quinta-feira, cumprir� 17.

N�o precisa me explicar isso.

Sei do esfor�o que voc� faz
para educar sua irm� mais nova.

S� lhe suplico
que fa�a um esfor�o

para estar mais pr�xima
da vida do Col�gio.

Fa�a-o pela
felicidade de Beatriz.

Est� esperando voc� l� fora.

Com licen�a.

Bom dia.

� minha irm�zinha, Beatriz.

Estuda aqui neste internato.

Todos os domingos
venho busc�-la.

Atenda sua irm�,
Srta. Mercedes.

Queria s� cumpriment�-la,
mas isso posso fazer no.

no hotel, j� que l�
nos temos que ver.

Muito prazer, senhorita.

Que passeiem bastante
e tenham um lindo dia.

Quase todas minhas amigas assistem �
missa na igreja S�o Felipe ou na Profesa.

- Por que nunca vamos l�?
- Quando quiser.

Gosta mais de vir
� Catedral, n�o �?

� t�o grande e t�o imponente.

Depois de estar aqui sob suas
naves, tudo me parece menor,

mais suport�vel.

Mas vamos, porque j� � muito
tarde e ficamos de ir ao Museu.

� noite viremos ao Grito
e amanh� ao desfile.

- Quanto custa isto, senhora?
- 10 pesos, senhorita.

10 pesos.

N�o sabe que orgulhosa
estou de que saiba tanto,

de que seja a
primeira no Col�gio.

A primeira n�o, Mercedes. Somos
quatro as que temos notas 10.

Tenho vontade de chorar ao ver
voc� t�o alta e t�o cheia de luz.

Isso era o que sonhava para
voc�, que chegasses muito alto.

L� onde n�o h� mis�rias,
nem sombras, nem horrores.

Queria dizer voc� simplesmente
como estou contente em ver voc�

j� quase completando
o Ensino M�dio.

Em dezembro, se Deus quiser.

Viva a Independ�ncia!

Vivam os Meninos Her�is!

Viva o M�xico!

N�o tenho como lhe pagar
por como foi gentil comigo.

- Estou �s suas ordens.
- N�o diga isso, Merceditas.

Sabia perfeitamente
qual era minha obriga��o.

Estou pronta para acompanh�-lo
� Delegacia ou onde seja.

Roubei a carteira de Paco,
a que voc� trazia nas m�os.

Agora j� sabe para que
queria meu dinheiro.

Vamos.

De verdade que a cada dia entendo
menos o que est� havendo no mundo.

Tendo que fazer
isso, como uma ladra.

E os outros, por outra
parte, os verdadeiros ladr�es,

t�o respeit�veis e t�o
cheios de considera��o.

A vida anda de ponta-cabe�a,
n�o sei onde parar� tudo isso.

Sou eu quem lhe
roga que me desculpe.

Assustei voc�, n�o foi?

Pensei que me prenderia
na frente de minha irm�.

Tem uma irm� muito bonita.

E se v� nos olhos dela
que � muito inteligente.

Est� de interna no Col�gio e n�o
imagina qual � minha verdadeira vida.

Todos os domingos
vou busc�-la.

Por isso preciso do dinheiro,

para sustent�-la.

Pois v� trabalhar. Ande.

Ent�o n�o vai me prender?

V� trabalhar,

para tirar o necess�rio
para sua irm�zinha.

- Dan�a!
- Bravo!

Nem penses que algu�m te salvar�.
E n�o fa�a esc�ndalo, que ser� pior.

Vamos saindo, e que nos
vejam bem contentinhos.

Leva a chave do 6.

Eu te pagarei o dinheiro,
Paco, mas n�o me fa�a nada!

Cale-se e sobe, l�
dentro conversaremos!

Por favor, Paco!

Vamos!

Deixa-me!

N�o me fa�a nada!

Ent�o, o que disse?

"Pego esse idiota dormindo
e afano os 500 pesos,"

"com todos os documentos
que tem na carteira!"

N�o havia documentos na carteira,
Paco. N�o havia mais que os 500 pesos!

Onde est� a grana?

Devolves-me, ou
n�o sais daqui.

porque vou te
arrebentar. Onde est�?!

J� n�o a tenho, Paco!

- Pensou que podia me
afanar a grana! - Deixa-me!

- Onde est�? - Suplico-te,
Paco, n�o me batas mais!

Acha que sou idiota?!

N�o me batas,
n�o me batas mais!

Paco, deixa-me!

No rosto n�o, Paco!

- N�o, Paco, n�o!
- Vamos! Vamos, Mercedes!

- Eu te avisei!
- Deixa-me!

Esta desgra�ada roubou minha carteira
com todos meus documentos e 500 pesos.

Pegue-a e meta na cadeia!

Limpe o rosto.

E v�.

Agora, bata num homem.

Agora quer brigar e
n�o me d� garantias.

Ponha o uniforme como deve e
d�-me garantias, sou a parte civil!

Estou dizendo para bater em
um homem, j� que � t�o macho.

Chega!

J� sabe.

N�o voltes a tocar nem sequer com
a ponta de um dedo nessa mulher,

porque te mato.

Eu te disse que n�o te
metesses com meu Paco.

Agora j� tem um m�s, no m�nimo,
para andar com um olho de caturrita.

Uma cerveja Dos Equis.

Eita, por pouco n�o
te arrancam o olho!

N�o, Merceditas,

sou eu quem deveria
beijar suas m�os,

e seus p�s,

e at� o ch�o que pisa.

Palavra que sempre tive a impress�o de
que havia algo esquisito em sua vida.

E agora que sei o que �,
admiro-a por sua grandeza.

Voc� � de ouro puro,

e o ouro vale onde
quer que esteja,

ainda que seja no lixo.

Teria preferido
que ele me matasse,

a que voc� me encontrasse
como me encontrou.

De hoje em diante, serei como sua sombra,
para cuidar de voc� em tudo que possa.

Para que possa cumprir esse
sacrif�cio t�o grande que se imp�s:

dar um bom caminho na
vida para sua irm�zinha.

Sim,

tenho que v�-la
doutora e bem casada.

Ainda que eu fique no lodo.

Ainda que um dia
termine como um cachorro.

S� o que pe�o a Deus � que
ela nunca saiba de nada.

Merceditas,

voc� dir� que momento
escolhi para lhe falar,

mas sei que � este,
precisamente este,

em que a vi como � de verdade.

Lutando no mais baixo,
para chegar ao mais alto.

Eu, por outro lado, n�o sou
mais que um filho do povo,

que h� 20 anos veste este
uniforme, tratando de honr�-lo.

N�o sou mais que um
homem pobre e honrado,

o �ltimo representante da Lei.

J� n�o sou um rapaz.

J� faz 10 anos que enviuvei.

Desde ent�o,

n�o havia mais olhado
para nenhuma mulher.

Quer dizer, fora voc�.

E faz tempo que isto
foi se metendo aqui.

E, bem, melhor
dizer de uma vez:

amo voc�.

E pe�o-lhe, humildemente,
que seja minha esposa.

Sei bem que n�o a mere�o, porque,
em resumo, n�o sou ningu�m.

Mas lhe ofere�o
todo meu carinho

e todo meu trabalho.

Sou o mais s�o de
minha companhia,

tenho tr�s men��es em
minha folha de servi�o.

E este ano, se Deus quiser,
ascender-me-�o a cabo,

e terei uma
ins�gnia no uniforme.

Lupe.

Outro dia voc� me disse
seu sobrenome, n�o foi?

L�pez, Merceditas, Lupe L�pez.

Sabe o que sou, e, sabendo-o,
trata de levantar-me at� voc�.

N�o me fa�a chorar, Lupe. Olhe
em que estado est� minha cara.

Falo absolutamente s�rio,

juro pela Virgem
de quem levo o nome.

Vamos viver em algum
lugar de sua escolha,

e sua irm�zinha nunca saber�.

Tenho umas economias,

e estou batalhando para
conseguir outro trabalho de dia.

Mas.

Mas voc� sabe o que preciso tirar para
cumprir com meus compromissos, Lupe.

Sabe por que estou aqui, de acompanhante,
ca�ando desesperadamente o dinheiro.

Porque se trabalhasse de
criada ou do que fosse,

n�o poderia pagar os
gastos do Internato.

Ganha 6 pesos,

e eu preciso de muito dinheiro,
muito dinheiro para sustentar-me.

Teria que manchar
seu uniforme,

esse uniforme de
que tanto se orgulha.

Ou eu teria que
ser suja com voc�.

N�o diga isso.

Merceditas,

voc� logo estar�
livre desse sacrif�cio,

quando sua irm�zinha seja
isso que voc� diz e case-se.

Merceditas, eu a esperarei,
at� que voc� esteja livre.

Ju�rez n�o devia ter
morrido Ai, ter morrido

Ju�rez n�o devia ter
morrido Ai, ter morrido

Se Ju�rez n�o tivesse morrido.

Srta. Beatriz G�mez.

Que tema tirou?

- Hero Hero�smo, Sra. Diretora.
- Tema muito bonito.

Digno de voc� pela
beleza e dificuldade.

Hero�smo, segundo
o dicion�rio,

� o conjunto de virtudes
e a��es do her�i.

O esp�rito de sacrif�cio.

A abnega��o que leva o ser humano
a realizar feitos sublimes por Deus,

pe pela P�tria, ou
por seus semelhantes.

H� hero�smo em
todo sacrif�cio.

Aquele que se sacrifica pelos
demais � um her�i, ou uma hero�na.

H� tantas formas
de de hero�smo

quantas � capaz de
assumir a abnega��o humana.

Uma.

Uma � a do santo.

O que sacrifica tudo
pelo bem, por Deus,

com esquecimento
absoluto de sua pessoa,

como no caso de.

como no caso de S�o Francisco
de Assis e de Santa Bernadete.

Outra

� a do s�bio,

que luta na solid�o
do laborat�rio

para encontrar rem�dio para as
grandes doen�as da humanidade,

como no caso de.

de Pasteur

e de Madame Curie.

E h� tamb�m,
escondido e obscuro,

o an�nimo hero�smo da m�e,

que se revira, entre a
mis�ria e o desespero,

para dar um lugar no
mundo para seus filhos.

E h� o hero�smo de
quem defende sua p�tria.

Que, sem se importar que o
inimigo seja mais poderoso

ou que perca a
vida na empresa,

luta por ela na terra,

no mar,

no ar.

S�o os do 201, que
acabam de voltar.

A� vem meu filho.

J� viram que mudada
est� a Diretora?

Ela sempre t�o aprumada, e agora
s� falta sair brincando de alegria.

Claro, espera a
chegada de seu filho!

Imaginem, vem voando do Jap�o!

Com certeza vem uniformizado
e com suas asas de ouro.

Ser� a primeira vez que
vejo de perto um aviador.

Aviador? Que boba �. Roberto �
nada menos que tenente piloto.

- �?
- Ademais, um dos her�is do 201.

J� chegou, mo�as!

Este � Roberto, meu filho.

Para servir-lhe, Sr. Roberto.

Estas s�o minhas mo�as, filho.

As melhores e mais distintas
mo�as da Cidade do M�xico.

� um prazer para mim
conhec�-las, senhoritas.

Muito obrigada, Sr. Roberto.

Bem, conversem, enquanto
eu preparo o ch�.

Calem-se, n�o veem
que o assustam?

O que eu lhes poderia
contar do Ex�rcito?

- Qualquer coisa que nos conte.
- Bem.

O que mais estranhava no come�o
era ter que usar esta bengala.

Mas nos acostumamos com
qualquer coisa, n�o �?

A Sra. Diretora diz que logo
voc� voltar� a ficar bem.

Talvez lhe tenham dito isso
para consolar a pobrezinha.

- Foram os chineses que o feriram?
- Os chineses n�o, os japoneses!

Quer dizer, um s�
japon�s. Em Oquinaua.

- Ah, ent�o tamb�m esteve no Jap�o?
- Tamb�m estive no Jap�o.

L� tive a honra de acompanhar
meu General C�rdenas Rodr�guez

com o General McArthur a T�quio,
no dia da entrada triunfal.

Mo�as, mo�as,
esperem um momentinho.

Deve ter lutado com centenas de
avi�es quando o feriram, n�o �?

N�o, foi um s�.

E menor que o meu.

Tocou-lhe acertar-me e
deixar-me manco, e agora.

- aqui me t�m rengueando.
- Ai, pobrezinho!

Beatriz, filha, o que
faz a�, t�o afastada?

- Quem � ela, como se chama?
- Beatriz.

Beatriz, vem c�, n�o
seja t�mida. Anda!

Pega o ch�, e vejamos como
atendes nosso convidado de honra.

Ai, que bruta!

Ca�, n�o foi?

Acho que sim, caiu.

Que bonito! Viva o M�xico!

Viva o M�xico!

Bonito!

O que h�?! Um pouco de ordem,
est�o quebrando as garrafas!

Combinamos que nada
de bebidas fuleiras.

- Solta isso, n�o banques a engra�adinha!
- Diz que me d�s de presente.

O que s�o 10 pesos para um
superintendente da ferrovia?

Por favor.

Diz para ela ser boazinha,
ent�o lhe dar�s n�o 10 pesos,

mas o sal�rio de um m�s,
com tudo e horas extras.

Por favor, n�o seja mau,
me d�, preciso muito!

Solta esse dinheiro,
ou chamo a pol�cia.

Sente-se, quero
falar com voc�.

Empresta-me seu cavalo
para p�r nele meus arreios

Bateram-te de novo, hem?

Olha, Mercedes, o que passou,
passou, e � melhor que voltes comigo.

Te amo e d�i-me que te
rebaixes com gente t�o fuleira.

At� com um maldito policial.

Por que n�o me deixa em paz?

Minha vida � coisa minha.

Antes, n�o foi mais que
um capricho para mim.

Para que mentir?

Eras a novidade
do Sal�o M�xico e.

Agora � diferente!

Acho que pela primeira
vez em minha vida

sinto-me mal por
algu�m andar com outros.

Melhor que te dediques �s cinco ou
seis que caem de amores por voc�.

Estou oferecendo-te
meu carinho, Mercedes.

Te amo e sou leal
a voc�. Vem comigo!

Entre voc� e mim nada � poss�vel
enquanto estejamos vivos.

Somos como a hera
venenosa um para o outro.

E n�o queira te aproveitar
do medo que tenho de voc�.

Recorde-se de que
tamb�m por medo mata-se.

Mercedes, prometo-te
que tudo mudar�.

Mais que isso, ofere�o-te
participa��o em meus neg�cios.

Seus neg�cios!
Referes-te a Ruth? A Irma?

Refiro-me a outros neg�cios
que me dar�o muito dinheiro.

Trabalharemos juntos, e j�
ver�s que mudan�a de vida ter�s!

N�o sei de que est� falando,

mas n�o te quero
ver novamente!

Ent�o n�o me quer
ver novamente.

Pois n�o s� me ter�s de
ver, como vir�s implorar.

Porque tenho modo de obrigar a
voc�. Acaso te cr�s t�o misteriosa?

J� sei a que te
dedicas aos domingos.

Ademais, nesses tr�s domingos foi quando
mais necessidade tinha de ver voc�.

E faz uma semana que deveria
ter te falado de Roberto.

- Que Roberto?
- O filho da Sra. Diretora.

� tenente piloto
do Esquadr�o 201,

um dos her�is que
lutaram no Pac�fico.

Feriram-no em Oquinaua.
E tem sete condecora��es,

uma delas � a do Congresso
dos EUA, que, voc� sabe,

s� se concede em casos
muito excepcionais.

No domingo passado,

a Sra. Diretora deu-me a honra de
convidar-me para passear com eles.

Roberto levou-nos ao campo
de avia��o e depois ao bal�.

Ontem, pediu-me permiss�o
para ver-me e namorarmos.

- E o que lhe respondeste?
- Que por mim, sim,

mas que voc� era quem
tinha de resolver.

Que falasse com voc� no pr�ximo
domingo, �s 11h, depois da missa.

O que fiz de
errado, irm�zinha?

N�o gostaria que te
distra�sses com nada, Beatriz.

Primeiro tem que estudar e graduar
a voc�, depois vir� o demais.

Talvez tenha que namorar
n�o s� com esse jovem,

sen�o com muitos outros,

para que um dia possas
escolher entre todos

o que haver� de
formar um lar com voc�.

Bem, praticamente,
acabo de conhec�-la, mas.

Beatriz � como uma dessas
manh�s de primavera que.

imediatamente
adentram seu cora��o.

Sem complica��es, pura,
simples e e perfeita.

Acredito em voc�, filho, mas.

voc� quer ir voando, quando
devia ir pouco a pouco.

Afinal, aviador!

At� essa casa que tinha abandonada
quer terminar em algumas semanas,

como se tivesses urg�ncia de
chegar logo a alguma parte.

Anseio por um lar.

E um lar precisamente com
uma mulher como Beatriz.

Sem complica��es, como.

Como uma manh� de
primavera, j� me disse.

Mas, olha, filho,

� parte que Beatriz � quase uma crian�a,
n�o sabemos nada de sua irm� que,

ao fim e ao cabo,
� como sua m�e.

Amanh�, eu a irei conhecer na
sa�da da missa das 11h, na Catedral.

Mas tenho a impress�o de que
� uma pessoa de grande valor.

Que diabo!

Nesta �poca de ego�smo feroz,
sacrificar-se assim pela irm� mais nova,

como se fosse uma m�e,
como voc� acabas de dizer,

implica algo s�rio.

N�o cabe d�vida, a tal Mercedes
� uma pessoa de grande valor, m�e.

Conhe�o uma menininha
que caminha com do�ura

Dan�amos, Mercedes?

Deixa-me, Paco, j� sabe
que n�o quero nada com voc�!

Olha, o que tem que dancemos?

- Vamos!
- Solta-me!

Ela, ent�o, mais se
move E dizem-lhe: "Puxa!"

Puxa!

Um meneiozinho para l�
Um meneiozinho para c�

Um meneiozinho para l�
Um meneiozinho para c�

- Uma Coca-Cola.
- Para j�.

Um meneiozinho gostosinho, minha
menininha, que te quero ver curtir

- Um meneiozinho para c�
- Coisinha da minha vida

- Um meneiozinho para l�
- Mas, coisinha linda

- Um meneiozinho para c�
- Que gostosinho, minha negrinha

Lembras que te falei de um neg�cio
que me daria muito dinheiro?

Pois esta noite tenho
um e preciso de voc�.

- Comigo n�o contes.
- Olha, Mercedes,

voc� e eu precisamos
de grana, muita grana!

Esta noite teremos toda que quisermos,
e iremos para bem longe, voc� e eu.

Esbaldemo-nos onde
ningu�m nos conhe�a.

Vamos deixar tudo isto
e viver como bacanas.

Te amo e prometo como
homem que cumprirei.

Mais que isso, de hoje em diante, para
mim n�o haver� mais mulheres que voc�.

Vou mandar bem longe
todas essas mulheres.

Mas antes precisa me ajudar!

Contando com voc�, num instante
estaremos do outro lado.

Deixa-me em paz, Paco! N�o me
compliques com suas encrencas.

Conste que te negas a ajudar-me,
e isso � como me amaldi�oar.

Se algo me acontecer, a
culpa � sua, lembre-se!

Voltou a amea��-la,
esse cara.

Vale-se do que sabe, queria
que eu o ajudasse em algo.

N�o, Merceditas,
muito cuidado.

Esse anda com
vigaristas e gente assim.

Se ele quiser chantage�-la
com o que sabe, s� me avise.

Estou muito cansada, Lupe.

Acho que � melhor eu ir me
deitar, para amanhecer bem.

Amanh� preciso ver o
namorado de Beatriz.

bem, ainda n�o � seu
namorado ver seu pretendente.

J� lhe disse que � um dos
her�is do Esquadr�o 201, n�o �?

Tenente piloto!

- Quer que a acompanhe at� sua casa?
- Sim, por favor.

Estou muito triste e
tenho muito medo n�o sei.

Nunca havia estado t�o
triste como nesta noite.

Parece como se me
fosse acontecer algo.

N�o se preocupe, Merceditas, eu
a levarei at� a porta de sua casa.

Obrigada, Lupe.

Uma flor para a
senhorita, meu vigilante.

Olhe que bonita, menina,
chegada agorinha de Veracruz.

Ande, meu vigilante,
n�o seja sovina, poxa!

- Quanto, quanto?
- 50 centavos, por ser para a senhorita.

50 centavos?!

Bem, o que vale,
ent�o, 10 centavos.

- N�o quero que gou nada comigo.
- Cheire.

Toma, 20, por
sua flor de morto.

Gard�nias! Gard�nias!

De morto.

Melhor que a joguemos fora. Capaz
que seja mesmo de mau agouro.

N�o, n�o, n�o! Essas s�o
supersti��es, n�o acha?

Pelo terra�o!

Por l� e eu por aqui.

Para, desgra�ado!

Vamos!

N�o fa�a barulho
nem acendas a luz.

O que est� havendo, Paco?
Por favor, n�o me comprometas!

Disse-se que se algo me
acontecesse, a culpa seria sua.

Companheiro.

Sou o policial da
esquina do Sal�o M�xico.

Que sou o policial da
esquina do Sal�o M�xico.

E venho dar f� da inoc�ncia de
uma das que acabam de trazer,

Mercedes G�mez.

Um dos assaltantes da cooperativa
meteu-se em seu quarto hoje na madrugada,

buscando esconder-se.

Por isso pegaram
os dois juntos.

- Mercedes G�mez?
- Sim, companheiro.

Sinto, companheiro,

mas voc� sabe muito bem que
domingo n�o se pode fazer nada.

� que essa pobre tem um compromisso
muito urgente hoje, �s 11h.

Como �?

Que essa pobre tem um compromisso
muito urgente hoje, �s 11h!

N�o se irrite, companheiro.

Amanh� estar� aqui o juiz qualificador
que chega �s 10h30, ou mais tarde.

Que tenha ca�do num
domingo danou-se.

Ent�o,
permita-me v�-la.

- O qu�? - Que
me permita v�-la!

Com muito gosto, companheiro. Voc�
j� conhece o caminho, n�o �? Passe.

N�o fiz nada de mau.

N�o fiz nada de mau.

Como lhe foi passar essa desgra�a t�o
grande precisamente hoje, Merceditas?

O juiz n�o vem at� amanh�.
Amanh� voc� poder� sair.

Para mim, j� n�o h� amanh�.

Nunca poderei me
apresentar com Beatriz.

Disso queria falar
com voc�, Merceditas.

Posso ir ver sua irm�zinha
e meu tenente piloto.

Ela sabia perfeitamente o
que isso significa para mim.

Mas, claro, o que lhe importa?
Tantas vezes deixou-me plantada.

Hoje, por exemplo,
como em outros domingos,

todas v�o passear e eu
fico sozinha no Col�gio.

Com todo o respeito,
Srta. Beatriz,

perdoe-me que lhe diga que eu
n�o falaria assim de sua irm�.

Precisamente hoje.

Sequer se d� ao trabalho
de escrever uma carta.

Sempre distante.
Quem sabe onde?

Com raz�o no Col�gio sempre est�o
com "Que misteriosa � sua irm�".

Sua irm�, Srta. Beatriz, anda
ganhando duramente a vida,

para que voc� possa
estudar neste col�gio.

Voc�, quem �?

Sou como o criado dela, senhorita.
Beatriz, sirvo-lhe em tudo que posso.

Ela merece tanto.

Escreveu-me pedindo que
a desculpasse com voc�,

e que encontrasse
o Sr. Roberto,

para deixar o encontro
para o outro domingo.

De modo que me vou.

J� ser�o 11h e a Catedral
� longe para caramba.

N�o voltes a pensar
essas coisas de sua irm�.

Sua irm�, Srta. Beatriz,

� mais que sua
pr�pria m�ezinha.

- Perd�o, meu tenente.
- Diga.

- Voc� � o Sr. Roberto?
- Sim, por qu�?

Venho da parte da Senhorita.
Mercedes, minha patroa.

N�o p�de estar hoje na Cidade
do M�xico, como combinado.

Mas vir� com sua irm�zinha, a
Srta. Beatriz, no pr�ximo domingo,

com toda certeza.

No pr�ximo domingo?
Onde e a que horas?

Aqui mesmo e � mesma
hora, meu tenente.

- Muit�ssimo obrigado.
- Com licen�a.

Ou�a, amigo.

Fa�a-me o favor
de receber isto.

- Muito obrigado.
- Com licen�a.

Mas o que lhe passou,
Merceditas, por Deus?

- Quiseram me tirar o cobertor.
- Quiseram? Tiraram!

Apare�a essa mulher
que afanou o cobertor!

Essa mulher n�o � essa
santa que voc� pinta!

Feche essa matraca! Sil�ncio!

Por Deus, juro-lhe que sinto muito
pelo que est� passando, Merceditas.

- Viu minha irm� Beatriz?
- E meu tenente piloto tamb�m.

J� est� tudo acertado
para o outro domingo,

em que ele esperar�
voc� e sua irm�zinha.

H� de ser um jovem
muito simp�tico, n�o �?

Muito simp�tico e muito
imponente, como um marechal.

Quisera que visse que
uniforme, Merceditas,

todo verde-oliva, de
pura gabardina inglesa,

com suas listas de tenente
e suas asas de ouro.

Tem um carro grande assim! Bem,
solta fa�scas de t�o bonito.

H� de ter tomado-me por um
mensageiro, porque me deu 2 pesos.

Vou guard�-los de lembran�a.

Contanto que n�o aconte�a
nada at� o pr�ximo domingo.

O que vai acontecer?!
Aguente firme.

E pense que no outro domingo ver�
sua irm�zinha e meu tenente piloto.

Como farei para pagar
o que lhe devo, Lupe?

Juro-lhe que se n�o soubesse que
h� um deus no c�u, creria nele,

porque existe voc�.

Esses s�o meus colegas.

Nossas armas.

Nosso 201.

- Parece que estivemos no c�u.
- Estivemos no c�u.

H� 20 minutos est�vamos a 3
mil e tantos metros, n�o �?

- A 3.700 metros.
- 3.700?!

Sim, Beatriz, a 3.700 metros.

Para mim, foi como se escapasse
de todas as mis�rias aqui de baixo.

Como Como se a pureza do c�u
me arrebatasse por completo.

T�o perto das
estrelas e de Deus.

Tem um of�cio
maravilhoso, Roberto.

Voc� � um anjo,

posto que s� os anjos
podem subir ao c�u.

Um anjo?!

N�o sei o que responder.

Esse era meu sonho desde
pequeno, subir ao c�u.

Ent�o, um aviador qualquer
era para mim como um deus.

Agora me dou conta. � que.

� que pode chegar ao c�u,
respira algo da divindade.

Gosto da solid�o l� de
cima, entre as estrelas.

L� se pode sentir e
pensar mais claramente e.

perceber melhor as coisas
realmente importantes em nossa vida.

Como.

Como a resposta que espero
de voc�, Srta. Mercedes.

Sei o que significa Beatriz para
voc� e os esfor�os que faz por ela.

Voc� � uma mulher
admir�vel, Srta. Mercedes.

E falo-lhe com a convic��o
de minha insignific�ncia.

Permita-me formalizar
nossas rela��es,

sob a condi��o de que n�o afetar�o
em nada os estudos de Beatriz.

Amo-a e e sei que
seremos felizes.

Gostaria de oferecer-lhe
uma �tima posi��o, mas.

desgra�adamente, n�o tenho
mais que minha carreira e.

e uma casa que
estou terminando.

J� me comunicaram
oficialmente que me promover�o.

Perdoe-me se de algum
modo magoei voc�.

Sou muito pouca coisa para
aspirar a algo t�o grande.

Mas, quando se
ama, Srta. Mercedes,

n�o medimos a realidade.

Em nome do C�u,
pe�o-vos posada

J� paguei a formatura e
amanh� mandar�o o traje.

E o que far�, Merceditas?

N�o sei. Roberto quer
casar-se dentro de uns meses.

J� at� me falou que v�o
de viagem de lua de mel.

Dizem que para o Hava�!

Quem sabe por quanto tempo?

N�o sei o que farei
de agora em diante.

Antes, podia ajud�-la sem que
ela se desse conta do que sou.

Mas agora, para onde a
levo enquanto n�o se casam?

Ter� que lhe dar um lar,
para que saia de um lar.

Ademais, a Sra. Diretora
querer� falar-me sobre isso.

Ai, ser� terr�vel
para Beatriz!

Melhor seria que eu morresse.

N�o diga isso, Merceditas.

Eu j� lhe disse, e voc�
sabe que lhe falo de cora��o.

tenho umas economiazinhas.

E estou trabalhando
� tarde num armaz�m.

Tudo o que ganho � seu.

Sem nenhuma condi��o.

Logo estar� livre
de seu compromisso.

E talvez um dia

anime-se a compartilhar
sua vida comigo.

N�o lhe voltarei
a falar disso,

porque a esperarei,

at� o dia que Deus
tenha determinado.

Que gentil � voc�, Lupe.

Se ainda pensa nessa bobagem.

e posso significar
algo para voc�.

disponha de mim da
forma que quiser.

A �nica forma �
como minha esposa.

N�o fa�a isso! N�o
fa�a isso, Merceditas.

Agora, o que urge � que
saia o quanto antes daqui,

e apresente-se como o que �,

como a irm� da Srta. Beatriz.

Se ela � uma rainha
que nos solicita

Como � que de noite
anda t�o sozinha?

Minha esposa � Maria.

E m�e ser� do divino verbo

� voc�, Jos�?

Uma coisa, sim, digo para voc�s,
que poucas pousadas s�o celebradas

com mais respeito que
estas do Sal�o M�xico.

Aqui, todos somos pecadores
e ningu�m cheira a incenso.

Mas s� vejam a devo��o
das mo�as e dos clientes.

E advirto-lhes que entre esses
h� alguns caras complicados.

Um dos reis magos esteve
cinco anos trancado.

Tem uma mo�a que a cada
noite leva 20 ou 30 pesos

como acompanhante, dan�ando
e roubando quem pode.

Digo, � acompanhante
e rouba fora daqui,

porque lhes advirto que
este � um lugar decente.

Aqui n�o h� acompanhantes
nem se rouba.

B�bados, tampouco ver�o, porque,
ainda que vendamos cerveja,

fazemo-lo s�
at� certo limite.

Jesus, Jos� e Maria
vieram hoje nos honrar.

E, voltando � mo�a, o que n�o
sei � o que faz com a grana,

porque a verdade � que
anda sempre na pinda�ba.

Vou apresent�-la
agora a voc�s.

- Gar�om.
- Sim, senhor?

- Chama Mercedes.
- Mercedes!

Mercedes! Mercedes!

- O patr�o est�
chamando-te. - Com licen�a.

Quando Copland esteve aqui,
um m�sico conterr�neo de voc�s.

Sim, sim, Copland.

Aaron Copland, quem
comp�s "Sal�n M�xico".

Precisamente. O Senhor.
Copland, nesta mesma mesa,

passava as noites sempre observando
e ambientando-se entre esta gente.

E isso foi o que lhe inspirou
para comp�r a su�te "Sal�n M�xico".

A su�te.

Anda, Mercedes, n�o te demores
com o cesto dos amendoins

Mercedes, vem c�! Mercedes!

Mercedes, estou
ordenando-te que venhas!

Que diabo h� com voc�?
Diga-me em que est� metida,

ou vai embora e n�o voltes
a p�r os p�s no Sal�o M�xico.

Quero saber por que roubas e anda
sempre desesperada atr�s do dinheiro.

Por que n�o me diz quem �
o tal que te est� sugando,

para arrebentar-lhe
a cabe�a a pontap�s?

J� sabe, n�o voltes
a p�r os p�s aqui!

� melhor que tenham mandado voc�
embora do Sal�o M�xico, Merceditas.

Assim, n�o volta
de jeito nenhum.

O que deve fazer
� ir descansar.

Esque�a o que aconteceu.

Fa�a de conta que esta
v�spera de Natal n�o existiu.

Vamos.

Seria bom que se mudasse
o quanto antes de casa.

Uma vez que precisa encontrar uma
para viver com a Srta. Beatriz.

Amanh� mesmo me mudarei
para onde quer que seja.

Assim se livra de
uma vez de afli��es.

Sim, Lupe. J� vou.

At� amanh�, Merceditas.
E esque�a-se de tudo.

At� amanh�, Lupe.

Paco!

Sim, Mercedes, sou eu.

Fugi da pris�o.

Mas aqui me tem, disposto a
esperar a voc� at� que chegasses.

Tem que ir embora, Paco,
n�o me comprometas mais!

Se soubesses como
sofri esta noite.

- Faz de conta que estive no Inferno.
- E onde estiveste?

Tem piedade de
mim e vai embora.

Pela mem�ria de sua m�ezinha,
pelo que mais queira!

Voc� � a �nica coisa
que quero. A �nica!

Escapei pensando em
voc�. Venho buscar a voc�.

N�o!

Olha, bonita, vamos
deixar de conversa.

Pode imaginar que me andam
buscando como uma grande figura.

Faz uma trouxa com sua roupa e vamos.
Esta noite mesmo vamos para a Guatemala.

- Tenho grana e n�o te arrepender�s.
- N�o, Paco.

Falo-te com uma seriedade como.
como se f�ssemos morrer os dois.

Te amo e n�o te
posso arrancar de mim.

Sou o que sou, mas.
n�o te posso esquecer.

Te amo e.

Solta-me,
Paco, solta-me!

Antes me matar�s. Lembre-se
que uma vez disse-se:

"Entre voc� e mim nada � poss�vel
enquanto estejamos vivos."

Vai embora, Paco! Vai
embora, suplico-te, por favor!

E porque n�o te
quero ver nunca mais!

De modo que meu carinho n�o
te importa e n�o voltas comigo.

N�o, n�o se preocupe,
n�o vou te matar.

Vou machucar a
voc� onde j� sabe.

Vi na imprensa que sua irm� �
a namorada de um cara do 201,

nada menos que o filho �nico da diretora
de um elegante internato para senhoritas.

A� vou te ferir, e agora
mesmo, antes de sair do M�xico.

N�o ir�s, Paco. Seu destino trouxe-se
a este quarto e daqui n�o sais.

- Sai da frente, ou te mato!
- Daqui n�o sais, Paco, entende!

Sai da frente, eu te disse!

Queria falar desesperadamente
com voc�, meu tenente.

Ordene que levem o cad�ver.

Assim que fa�am a
aut�psia, poder�o lev�-la.

Ia ser minha esposa.

Depois que a Senhorita.
Beatriz e voc� se casassem.

Foi a maior
mulher que conheci.

Ana Luisa Romero.

Srta. Beatriz G�mez.

- Minha irm� n�o veio.
- N�o, n�o veio.

Sabe, teve que fazer
uma viagem muito longa.

Mas voc� vir�s conosco.

Mas, antes, quero ser a
primeira a felicitar a voc�.

Permites-me dar
a voc� um beijo?

Ju�rez n�o devia ter
morrido Ai, ter morrido

Ju�rez n�o devia ter
morrido Ai, ter morrido

Se Ju�rez n�o tivesse morrido

Outro galo cantaria

A P�tria se salvaria

O M�xico seria
feliz, seria feliz.

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