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Registrando o piso superior.

O quarto oeste
parece ser uma sala de aula.

Bancos, quadro negro...

Nenhuma presen�a humana.

Inspetora,
encontramos outra coisa.

-Ningu�m entra na sala de aula
al�m da equipe cient�fica.

-Conta comigo.
-Inspetora.

Cozinha e banheiro est�o cheios de
restos. Me acompanhe.

O que � isso?

Parece macarr�o.

Anchovas.

Os registros que roubaram
na farm�cia de Palomeque.

-Estavam em uma gaveta.
-Porra!

A pessoa que os ajuda estava aqui.

Menos de 30 horas atr�s.

Coloque vigil�ncia
nas estradas vizinhas.

-Aten��o, bloqueiem as estradas
num raio de 10 km ao redor.

O suspeito pode estar pr�ximo,
repito, pode estar pr�ximo.

-Entendido. Unidades em movimento,
Informamos a DGT.

O inspetora come�ou a dispensar
adrenalina e cortisol.

Seu ritmo
e press�o arterial aumentaram,

como uma leoa pouco
antes de ca�ar sua presa.

Estava excitada e sentia
o sopro de sua presa muito perto.

Temos at� oito tipos de
digitais diferentes.

Uma delas j� foi coletada.

Pertence a Silene Oliveira,
vulgo T�quio.

Raquel n�o conseguia parar de
fazer perguntas.

Se aquelas evid�ncias eram mesmo
um fio a ser puxado

ou novamente um beco sem sa�da
que ficou presa?

Isso n�o faz sentido.

E Raquel estava certa,

porque o professor
tinha planejado minuciosamente

levar a pol�cia at� Toledo,

por isso deixou
uma cena de crime fant�stica,

digna de um Oscar
e cheio de DNA de pessoas

que nada teve a ver com o roubo..

O que n�o contava,
era que o professor iria voltar

e deixar as digitais daqueles que
a pol�cia j� tinha identificado.

Berlim, Rio...

e eu.

E aproveitou,
para intrig�-los com anchovas

e os pap�is da farm�cia .

Tudo que queria era levar Murillo
para um beco sem sa�da

em que perderia, ao menos,
tr�s dias .

Tr�s dias muito produtivo pra n�s,

porque rendem muito
quando se imprime 8 milh�es

em notas por hora.

Sobre tudo, com a ajuda
inestim�vel dos ref�ns.

Vamos l�, meninas. Eu preciso
desse dinheiro em meia hora.

O que h� com voc�?
Espabila, garota.

Olha o sorriso
que as pessoas trabalham.

Trabalhar, trabalhar,
que trabalho dignifica, porra.

Convertidos em c�mplices e com
a esperan�a de algum dia receber

pelos correios 1 milh�o de euros.

Voc� vem comigo.

Algo estava errado

Naquelas paredes
n�o tinha nada que j� n�o sabiam.

O que o professor calculou
que o levaria tr�s dias,

a inspetora
levou 50 minutos.

Suarez, ligue para Alberto,
que venha o mais r�pido poss�vel.

Alberto, seu ex-marido?

N�o � o melhor da cient�fica?
Pois que venha.

Aten��o, comunica��o com a Central.
Servi�o operacional 315,

fazenda em Toledo.

Inspetora Murillo solicita presen�a
do inspetor Vicu�a, da cient�fica.

Raquel, sou Julia,
a professora de Paula.

S� queria te avisar que o pai de
Paula veio

e a levou para comer fora.

Ele disse que era
um evento familiar.

Eu gostaria de te encontrar.

N�o, n�o � pela Paula.
Ela est� indo bem,

mas seu pai quer me convidar
para um caf� depois da aula e....

N�o sei como tratar esta quest�o.

-Voc� n�o pode passar.
-Desculpe, conhe�o a inspetora.

-Raquel?
-Raquel

Salva.

Desculpe, s� quero me despedir.

-Perdoa toda essa bagun�a.
-N�o, n�o. Est� trabalhando.

N�o se preocupe com nada.
N�o tem problema.

Vou pegar essa estrada, at� � cidade

-e pegarei algum �nibus para Madri.
-Espera!

Suarez,
algum carro vai agora para Madri?

Em meia hora sai a primeira
remessa de provas para Canillas.

N�o quero incomodar.
Pego um �nibus e est� tudo bem.

-Siga a estrada
e depois tudo � direita

-voc� chega � estrada.
-Acho que vi uma parada.

-Sim.
-Salva, n�o tem problema.

Um colega te leva, sim?

80 HORAS DE ASSALTO

Est� na hora.

-Falta um minuto para as 18:00.

-Pois, dadas as circunst�ncias,

j� sabe onde vou enfiar
sua maldita pontualidade brit�nica.

Terceira chamada sem resposta.

S�o 18 horas e
sem not�cias do Professor.

E j� sabemos o que isso significa.

Faremos uma chamada de controle
a cada seis horas.

O que acontece se n�o nos ligar?

Ou se voc� n�o atender?

Se por algum motivo,
surgir um imprevisto,

ter�o que esperar a pr�xima liga��o

e assim at� completar um ciclo
de quatro chamadas. 24 horas.

E se em 24 horas perdermos
o contato contigo?

Ent�o, � praticamente certo

que fui preso
e est�o me interrogando.

N�o sabemos nada sobre a pol�cia.

Certeza que est� acontecendo algo.
Que faremos?

Bom...

ainda falta uma chamada para
completar o ciclo,

-�s 00:00.
-Que ciclo?

-O ciclo da maldita ratoeira?
-Denver, se acalme.

O Professor est� amarrando
alguma ponta solta.

N�o h� nada com que se preocupar.

Por hora,
continuamos vigiando os ref�ns

e imprimindo o dinheiro
com tranquilidade.

-Vou descansar um pouco.
-Est� brincando?

Com a merda em que estamos,
voc� vai transar?

-T�quio, por favor.
-O que?

N�o h� raz�o pra se tornar vulgar.

N�o precisa disso. N�o te cai bem.
Isso em primeiro.

E em segundo, se eu tivesse
que procurar por algum aliado,

por estas bandas,
em termos pervertidos,

seria voc�.
Que aconteceu com o "carpe diem"?

Aconteceu... que o plano
se despeda�ou pra caralho,

e talvez voc� n�o se preocupe
com isso porque est� desenganado,

mas eu n�o.

-Vou embora.
-Filho de uma grande puta.

-Outra!

-Verdade? Est� comendo uma ref�m?

Quem? A pobre que fica de l� pra c�

como se fosse sua secret�ria?

Pobre, n�o!
Se chama Ariadna, Nairobi.

E, sim, temos nos entendido.

O dia em que entramos aqui

Ariadna tremia de uma...
maneira que eu reconhe�o.

Essa fragilidade e delicadeza,
despertou algo em mim.

Que discurso de merda,
porque n�o h� nada mais sujo

nesta vida que trepar com ref�m.

-Tamb�m n�o � um crime
estar com uma ref�m, certo?

O que foi?

Pode me acusar
de trepar bem ou trepar mal,

mas n�o de trepar
sob a mira de uma arma.

-Denver... N�o!

-O que foi? Sim... Sim...
Tamb�m tenho um relacionamento.

Com Monica Gaztambide.

-O que est� dizendo, filho?

-Porra, eu salvei sua vida
e ela me abra�ou e me beijou.

N�o a obriguei. Tinha amor.

-Mas que amor, grande idiota?

N�o sabe o que �
s�ndrome de Estocolmo?

Olha, Nairobi.
Eu n�o sei que s�ndrome � esta.

Mas se voc� tem uma s�ndrome
ou uma maldita doen�a,

-vamos super�-la juntos.
-N�o vamos superar juntos

porque voc� est� provocando isso.
A s�ndrome de Estocolmo

� quando o ref�m acaba tendo
sentimentos pelo sequestrador.

Esta garota, est� � assustada.

Mas voc� � um analfabeto do caralho
e acha que � amor.

-Qual seu problema?
-Chega!

Chega!

Aqui, ningu�m tem Pr�mio Nobel,

mas temos que parar de jogar
merda em n�s.

-Estamos em uma situa��o cr�tica.
-N�o.

Em uma situa��o cr�tica, estaremos

se o professor n�o ligar
em seis horas.

E ent�o,
ativaremos o plano de Chernobil.

O professor n�o falou nada disso.

O que � o plano de Chernobil?

Se tudo correr bem,
voc� nunca saber�.

Ent�o, por favor,
vamos ter um pouco de paci�ncia.

De acordo?

Agora, se me d�o licen�a,
vou esvaziar minha mente.

Salva, acha que devo deixar o caso?

Sei l�... Dizer que n�o estou bem,
pegar uma licen�a.

Abandonar?

-� uma pergunta muito �ntima.
-Por isso que te fa�o.

Fomos pra cama..., e sei l�,
j� conhece minha m�e e tudo mais.

N�o, quero dizer... � uma pergunta
que s� voc� pode responder.

S� voc� sabe como se sente.

Sinto que tudo isso ser� grande.

Se tivessem colocado outra pessoa
em meu lugar...

N�o, Raquel. N�o!
Se voc� est� no comando

de uma crise assim,
� porque ningu�m melhor que voc�

-para gerir.
-N�o sei.

Continuo na tenda,
falando com esse cara,

o professor, com quem eu negocio,
l� eu me sinto �til.

E olha que enfrento
perguntas do tipo:

-"O que est� vestindo?"
-"O que est� vestindo?"

Sim.

Mas, eu n�o sei, aqui,
a campo aberto,

Sinto que... � mais forte que eu.
Que n�o posso com ele.

N�o sei.
Veja toda essa gente trabalhando.

30 caras da cient�fica,
e eu nem sei por onde come�ar.

Me sinto perdida.

Me perdoa, Salva.
Est� ficando tarde, n�?

N�o, n�o.
Nem um pouco.

Inspetora Murillo,

Inspector Vicu�a, da cient�fica

est� entrando no per�metro.

Vem comigo?

Claro!

Ol�, Raquel. Obrigado por chamar.

Foi um gesto muito profissional
da sua parte.

Como est� �ngel?

Ainda em coma. Sem novidades.

Este � Salva, um amigo.

Bem, meu parceiro atual.

Salva, inspetor Alberto Vicu�a.

Salvador...

Mart�n. Salvador Mart�n.

� um prazer.

-Igualmente.

Fico feliz por estar com Raquel.

N�o te incomodo. Entro
e ser� como se n�o estivesse aqui,

mas tem que me p�r
a par da situa��o, hein?

O que � isso?

460 mil euros

Uma picadinha, caso nos prendam.

Para come�ar do zero, voc� e eu
quando sairmos da cadeia.

Eu vou esconder aqui,
atr�s do nosso azulejo.

Vou fazer um buraco
com um radial,

e vou fech�-lo.
Em alguns anos, vimos aqui

e compramos um pequeno apartamento
em La Manga.

Isso se o euro ainda existir, n�?

Merda, � verdade.

Escuta...

N�o. N�o vai come�ar de novo

com o papo que quer me deixar, n�?

Porra, espere at� nos prendam
e me deixa uma cartinha.

Me ouve!

As coisas v�o ficar muito feias

e n�o sou de ficar quieta.

Sou bem mais de meter bala.

Eu sei.

Mas voc� n�o.

Preciso te pedir um favor.

Quando a festa come�ar,

voc� tem que se entregar.

Pegue uma bandeira branca
e se renda.

Isso servir� de atenuante
quando as coisas se complicarem.

Quando as coisas se complicarem...
Eu estarei com voc�.

Quando a festa come�ar...

Estarei com voc�.

At� o t�mulo.

E te digo mais:

S� empunharei uma bandeira branca,
quando ganhar Madri.

Est� bem.

E agora, transamos um pouco?

Tudo bem, n�o � a hora.

Festa, ent�o?

Festa!

Ei, vamos l�.

Voc� sabia sobre a s�ndrome?

A s�ndrome de Estocolmo?
Sim, j� tinha ouvido falar.

N�o a forcei em nada, pai.
Eu juro.

S� fui levar a comida e...
ela me abra�ou pelo pesco�o,

buscou minha boca e n�o sabe como.
N�o me largava, pai.

Foi de verdade,
juro que nos beijamos de verdade.

Comecei a dan�ar
na frente dela e tudo.

Olha pra ela.

Quando teve uma namorada assim?

Bem, a Vane.

-A Vane?
-A Vane era linda.

-A Vane n�o era bonita,
nem era inteligente ou boa.

Porque era do seu mundo e voc�s
tinham coisas em comum.

Qual seria meu mundo?

Um mundo de merda, certo?

Olha bem pra ela. Olhe!

Primeiro,
� uma funcion�ria concursada.

ou seja, estudou e muito.

Segundo, seu �ltimo namorado
era o diretor geral

da Casa da Moeda.
E terceiro, � linda de morrer.

E elegante.

Essa mulher � de outra liga, filho.

�... � a Liga dos Campe�es e n�s
estamos mais para o estadual...

-Est� bem. Est� bem.

J� entendi!

Que sou uma merda,
tenho que pensar como um merda.

e tenho que sonhar como um merda.
J� entendi!

Caladas!

Ela disse caladas, porra!
M�os na cabe�a!

Posso saber o que acontece?
Acontece que est� tudo estranho

e aqui ningu�m liga pra nada.

E se v�o nos meter bala,
se vamos nos foder,

que ao menos
a gente descubra pela TV, n�o?

Relaxem.

Monica Gaztambide,
hora do curativo.

No primeiro exame

encontramos digitais de 8 pessoas.

Tem DNA no cigarro, chiclete,
palitos, e at� no iogurte.

Mais de 100 provas classificadas,
e o que ainda falta.

Parece que tamb�m escreveram
o plano no quadro negro.

-Estamos tentando reconstru�-lo.
-Deixaram o plano escrito?

Sim. Essa � a quest�o...

se esta � uma cena contaminada

ou demonstra falta de cuidado
em destruir provas.

Eles est�o dentro da F�brica Nacional
de Moeda e Selo,

n�o acho que tenham falta de zelo
nem intelig�ncia.

Tudo isso vale merda nenhuma.

�ngel foi mais longe que voc� com
as digitais que encontrou.

-Que digitais?
-N�o te contou?

Ele conseguiu um item pessoal,
uma colher.

A partir da� isolamos as mesmas digitais
encontradas na viatura.

�ngel conheceu algu�m do bando ou
ao menos estava muito perto.

Se tem algo �til aqui,
sei onde pode estar. Venha!

Tudo que queriam apagar de verdade,

ter�o queimado a� dentro.

� a maneira mais segura
de destruir algo

-e � o que todos far�amos.
-Mas s� tem cinzas, e poucas.

E aquelas cinzas,
antes eram lenha, carv�o,

mas tamb�m documentos, fotos,

um papel que ao queimar
perde maior parte da sua mat�ria.

O fogo cria uma nuvem
de fuma�a quente

que levantam estas part�culas do papel
pelo tiro da chamin�.

�s vezes, estas part�culas
ficam grudam

no tijolo �spero da parede.

Se tem algo que vale a pena,
est� l� dentro.

Nos deixe trabalhar.

Gand�a, traga os �culos
e a c�mera infravermelha.

Vamos, garota, estou com pressa.
Vamos, entre.

Entre. Ao trabalho.

Vire-se.

-Voc� est� s�rio, n�o?
-N�o!

Pode parar?

-Posso derramar a Betadina.
-Sim, sim... A Betadina.

Monica, estou falando s�rio.

E ent�o... Acabou nossas
60 horas de amor?

Acontece que voc� � uma ref�m,
e eu teu sequestrador.

Assim que isso acabar
e sa�rmos daqui, n�s veremos.

O qu�?

Qual problema?

Vem c�!

Aconteceu algo que eu n�o sei?

Talvez voc� n�o perceba

porque est� aqui
contra sua vontade, Monica.

Mas voc� tem uma s�ndrome.

-O qu�? Que s�ndrome?
-De Estocolmo.

Que voc� se apaixona pelo
filho da puta que te sequestrou.

E como est� pirando,
voc� me trata como seu namorado.

� coisa de psiquiatria, os m�dicos tratam.

Ou�a...

E se eu disser que essa � a maior
bobagem que j� ouvi na vida?

O que vai me dizer?
Se est� com a s�ndrome.

N�o, Denver. Me ouve, por favor.

E se a gente se esbarrasse na rua?

Se tivesse te chamado
para um bar qualquer,

o que ia pensar de mim?

Se pudesse reparar
por mais de dois segundos?

De verdade, me diga.
Nada?

Ent�o � isso.

Voc� segue seu caminho,

e eu sigo o meu...

em frente!

Espera.

Voc� sente alguma coisa?

Alguma coisa por mim?

-N�o tenho nenhuma s�ndrome, Monica.
-Me fala...

Voc� sente alguma coisa?

Sim, mas o meu � real,
n�o � de Estocolmo.

E o seu...

Eu n�o posso deixar
que se leve pela imagina��o.

N�o posso.

N�o posso fazer isso com voc�.

Porra!

No que pensa, olhos verdes?

Olho para voc�
e quero saber tudo de ti.

Cada dia que viveu.

Cada sorriso, cada l�grima,

cada momento de felicidade.

Voc� � pra mim
um mist�rio encantador, Ariadna.

Por exemplo...
Vejamos, o primeiro beijo.

Se lembra quem te deu?

Qual era o nome dele?

Ra�l.

Ra�l.

-Raul deve se sentir um...
homem de sorte.

Como Neil Armstrong,
andando na Lua.

As primeiras vezes s�o especiais.

�nicas.

Mas as �ltimas vezes
s�o incompar�veis, n�o t�m pre�o.

Acontece que as pessoas...

geralmente n�o sabem que s�o.

Voc� v�, tenho seis meses de vida.

Ou quatro.

Talvez ainda menos,

e uma das poucas coisas...
que realmente importa agora,

sabe qual �?

saber...

vou morar aqui,

aqui dentro,

para sempre

dentro desta linda cabecinha.

Berlim,

aconteceu alguma coisa... Grave.

Licen�a, os agentes
que iam para Madri?

Parece que ningu�m vai sair.

Ent�o, vou andando at� a estrada.

Posso me despedir da inspetora?

Me acompanhe.

Tem certeza que quer fazer isso?

Devia levar tudo com voc�.

N�o.

A partir de amanh� j� n�o s�o
lembran�as, s�o apenas...

evid�ncias contra algu�m que �
procurado pela pol�cia.

Al�m disso, a nostalgia � sedutora.

� dif�cil nos livrar das mem�rias
porque pensamos que...

as mem�rias s�o realmente
aqueles momentos felizes, mas...

Mas eles n�o s�o.

E o que vamos fazer amanh�
nos obriga pensar no presente.

N�o no passado.

Esse era seu pai.

E essa � a �nica coisa que importa.

Vamos fazer isso por ele.

Para esta propriedade em Toledo,
foram deslocados

mais de 50 soldados,
incluindo a inspetora respons�vel,

o chefe da unidade operacional GEO
e agentes da Pol�cia Cient�fica,

que continuam trabalhando na casa
que, segundo fontes,

poderia ser o lugar
onde os ladr�es organizaram

-o assalto...
-Eles pegaram o professor.

S� se est�o interrogando ele
na porta da casa em Toledo.

Embora o juiz tenha decretado
segredo de justi�a,

a Pol�cia Cient�fica pode ter
encontrado evid�ncias

que confirmam a presen�a
nessa casa de pelo menos tr�s...

Porra!

Merda!

Eles cortaram o sinal digital.
Puta merda!

N�o querem que a gente saiba.

E se n�o querem que a gente saiba,
� porque eles v�o entrar.

Podemos ficar com os
bra�os cruzados por cinco horas

ou iniciar o maldito
plano Chernobil,

que cada vez me soa melhor.

O plano Chernobil
� para situa��es irremedi�veis.

E eu n�o sei se esta � a situa��o
mais desesperada

que podemos suportar. �?

Aviso! � um plano
em que perderiam todo o saque.

Pessoalmente, n�o tenho nenhuma
vontade desistir, e voc�?

Vai desistir de tudo
pelo qual tanto lutou, T�quio?

Gente, eles t�m o Professor.

N�o haver� nenhum t�nel no hangar,

porque os punheteiros da GEO
estar�o nos esperando.

-Estamos numa maldita armadilha.
-Em 5 horas, o professor vai ligar.

Eu ainda acredito nele.

E n�o sou apaixonado
pela democracia,

mas estou com vontade de votar.

Quem ainda acredita no Professor?

Helsinki?

Acredito no professor.

Rio?

Creio no que vejo.

E vejo que j� n�o podemos contar
com o professor.

Estou com T�quio.

Moscou?

Entrei aceitando algumas regras.

E regras n�o se quebram.

Ainda confio no Professor.

Denver?

Eu voto por sair daqui, mas agora!
Isso de ser multimilion�rio

� muito grande pra mim.

Perfeito, Denver.
Tr�s -tr�s.

Nairobi, voc� decide.

O desempate.

Tenho uma raz�o muito boa
para estar com o Professor,

e se n�o explodir em peda�os,
vou acreditar nele at� o fim.

Estou com Berlim.

Raquel?

Me perdoa, n�o quero te incomodar,
mas � que...

Est� ficando um pouco
tarde pra mim...

Vou levar isso para Canillas, sim?

Eu estava indo para Madrid,
vou pegar o �nibus.

-Se quiser, o levo.
-Como?

Bom, me ca�ria bem.

Vamos.

A verdade � que eu vi Raquel
muito bem, e isso � bom.

Voc� sabe, em uma separa��o,
at� que os dois n�o mudem,

� complicado.

Sim, tamb�m estou feliz.
A verdade � que Raquel

-� uma mulher... extraordin�ria.
-Sim, sim, � claro.

Eu quero o melhor para ela.

Se ela est� bem, a filha est� bem,
todos estamos bem.

Est� quente? Posso ligar o ar?

N�o, n�o, a temperatura est� boa.
Sou eu. Estou um pouco...

Um pouco zonzo.

N�o deve tomar o caf� do buffet,

-aquela merda devia ser banida.
-Foi...

Sim, cometi este erro.
Tomei tr�s x�caras

e eu tenho um problema...

Um problema de intestino,
n�o � grave,

mas tenho uma bact�ria que...

Bem, me obriga a evacuar

mais regularmente que o habitual.

� um pouco embara�oso,

Mas tamb�m n�o queria "soltar a barriga"
na cena do crime.

Quer que eu pare?

Se voc� n�o se importar,
te agradeceria muito.

Sem problemas, paro
no primeiro posto de gasolina.

Acho que o melhor para n�s dois
seria parar quanto antes.

-Veja, aqui mesmo.
-Al�?

-Sim.
-Sim, sim, claro, n�o h� problema.

Obrigado.

Salva!

Salva!

Voc� est� bem?

Sim, sim, muito melhor.

Veja como s�o as pessoas.

Alberto, quando quiser, sim?

Suarez, venha aqui.

Pilar.

Quero que voc� analise
carro de �ngel.

J� fizemos, � o procedimento.

Encontrou algo anormal?

Estava com o cabo do freio bloqueado,

-mas isso n�o significa nada.
-Como n�o?

Pode ter sido mexido, n�o?

-Pode, mas n�o � o normal.

Bloqueio de cabos,
pe�as quebradas...

Isso acontece quando se capota
a 170 km/h.

-Sinto muito.
-Espera... Espera.

Ele te disse onde pegou a colher

-que mandou analisar?
-N�o, n�o.

Tenho que voltar ao trabalho.

Su�rez,
quando �ngel veio a Toledo?

-Ontem, certo?
-Ontem, sim, mas...

-� poss�vel que tenha levado daqui.

Ele veio nesta casa antes de n�s.

Ou... N�o sei. Talvez ele pegou
no bar da cidade ou na farm�cia.

-Vai ver suspeitava de algu�m...
-Raquel, Rachel, se acalme.

Assim n�o resolve nada. S� �ngel
sabe de onde veio a colher.

-�ngel e o cara
que os ajuda de fora.

O mesmo cara
que nos ouvia pelo microfone.

O mesmo cara que tentou matar
�ngel mexendo nos freios.

Acabaram de dizer
que isso n�o est� comprovado.

�ngel seguiu uma pista
e algu�m tentou mat�-lo.

E far� de novo se ele sair do coma.

O que vai fazer?

Agora, faremos n�s uma armadilha.

Irm�o... escuta.

Hora de descansar um pouco.

Vamos l�.

Tudo bem.

Relaxe.

Irm�o.

Hora de descansar.

Voc� precisa descansar.

N�o o julgue.

Helsinki fez o que eu tinha que fazer,

o que os soldados fazem na guerra,

o que fazemos com os animais
quando n�o queremos que sofram.

Sem �dio,
como um ato de humanidade.

Abaixe a arma.

Eu tamb�m fiz
o que eu tinha que fazer.

N�o por �dio,

como um ato da humanidade.

Afinal de contas,

o que � mais humano
do que tentar sobreviver?

Estava pensando no que disse antes,

nisto de que quer o melhor
para Rachel.

O qu�?

Ora, n�o acho que seja verdade.

Se fosse verdade, n�o estaria...
transando com sua irm�.

-Isso n�o � da sua conta.
-Desculpe, mas me interessa.

Quando soube sua hist�ria, pensei:

"Uau, esse cara deve estar
realmente apaixonado

para se meter nesta confus�o."

Se apaixonou e est� dormindo com
a irm�... da sua mulher,

mas quando descobri
que tamb�m estava se atirando

pra professora de sua filha...

A professora da sua filha!

Tudo ficou claro:
"Este � um dos tipos

que partilha a intelig�ncia
com o pinto e com os m�sculos,

uma perturbado que precisa
disfar�ar na sociedade".

O que me irrita � que Raquel

acabou indo para o psiquiatra

quando deveria ter sido voc�.

Voc� vai ao psiquiatra!

N�o tem id�ia
do canalha que voc� �.

-A puta que te pariu.
-A puta que me pariu? Eu?

Canalha!

Saia do carro.

Alberto, se sair do carro,

Vou te bater com tanta for�a,
que n�o vai poder ficar em p�.

Saia da porra do carro.

Sabe o que � isso?

Meu rem�dio.

Dias da vida.

Parece mentira...

que uma coisa t�o valiosa
� guardada em algo t�o fr�gil.

N�o �?

N�o te fez bem perder a vota��o,
T�quio.

Voc� deveria trabalhar
um pouquinho mais a sua imagem.

N�o vou ficar quieta

enquanto eles v�m me matar
por causa de uma vota��o de merda.

Pode ficar se quiser,

mas voc� n�o decide por n�s.

� isso?
Pode partir em paz.

Sem problema, te manterei presente
em minhas ora��es.

Vivi com voc�s,
dias realmente bonitos.

T�quio, vamos ao que interessa,
que eles vir�o nos pegar.

Berlim,
conte-nos o plano de Chernobil

ou acabo com seu arsenal.

N�o.

N�o!

Acha mesmo que est� me torturando
ao quebrar os vidros?

T�o adulta para algumas coisas,
e t�o infantil para outras.

Devia considerar algo mais pesado.

Cortar um membro, por exemplo.

Claro, estou t�o chapado que

� poss�vel que nem perceba nada.

Denver.

Me d� o rev�lver.

Sim.

-Nos fale sobre o plano Chernobil.
-Voc� n�o tem coragem.

Ou tem?

Tr�s...

Dois...

Um.

Ent�o?
O que tem pra me dizer agora?

Vai se arrepender.

Voc� vai se machucar.

-T�quio...
-Mais uma vez.

Filho da puta.

A quinta.

Que merda est� fazendo?

Estamos jogando roleta russa.

Volte mais tarde!

Merda, T�quio!

T�quio, est� perdendo o foco.
Que merda t� fazendo?

Quer que a gente se ferre
por sua causa?

-Voc� vai foder o plano.
-Isso est� �bvio.

Voc� mesma.

Eu?

Estou fodendo o plano?

Voc� n�o pode, n�o...
N�o pode parar pra pensar

ao menos uma maldita vez na vida?

Desmiolada de merda.

Eu sou uma desmiolada,

e o plano de ir buscar seu filho
� uma porcaria.

O que...?

Que merda est� dizendo?

Qual a ultima vez que ele te viu?
Ele tinha tr�s anos?

Ele n�o tem nenhuma lembran�a sua.

-Cala sua boca. Cale a boca.
-N�o vai te reconhecer

porque ele j� tem uma m�e
e um pai,

que para ele s�o os verdadeiros.

-Voc� n�o sabe porra nenhuma.
-O que?

Voc� n�o sabe porra nenhuma.

Ele s� sabe que tu foi
a rapariga que o levou na barriga

e o abandonou pra buscar umas
pedras de merda.

O que est� havendo?
N�o estou te ouvindo muito bem.

-N�o?
-Por que n�o chega mais perto?

Ou melhor, por que n�o abre a porta
e me fala na cara, amiga?

Falso do caralho.
S� digo � que voc� perdeu

a oportunidade de ser m�e.
Aceita!

J� chega!

Isso est� saindo
um pouco do controle, n�?

N�o queria ir at� o t�mulo comigo?

Bem-vindo � monta russa!

Filho?

Me escuta...

Sai imediatamente da�.

Est� se metendo em muita merda.

Muita merda? E da�?

Se a merda toda j� aconteceu.

Olha, esque�a esse tal Estolcomo.

Nos precipitamos,
aqui ningu�m � m�dico,

mas, por favor, n�o...
N�o ferre tudo.

N�s sa�mos ou o qu�?

-N�o.
-Vai ver ainda

-h� tempo pra outra vota...
-N�o!

J� votamos.

Vamos, vamos!

Vamos l�.

J� chega.

-J� chega?
-Se � verdade

que chegou minha hora, atire.

Vamos l�, T�quio.

Estou em estado terminal.

Ningu�m vai interromper sonhos
e preocupa��es,

mas se estiver jogando pra
me assustar, pense em uma coisa.

Quando me arrancar a cabe�a,
quem vai temer � voc�.

Sou o �nico que conhece o plano.

Voc� n�o ter� nenhuma baita id�ia
de como sair desta armadilha!

S�o voc�s que est�o jogando
roleta russa.

Fa�a!

Pra matar!

Alberto, me perdoa.
Me deixei levar pela paix�o.

Me perdoa. Te pe�o desculpas...
Alberto!

Est� preso por agredir
uma autoridade.

N�o se mexa..

Quieto a�.

Romero, trouxe um detido.
Desacato � autoridade.

Tire as digitais e enjaule.

Se sente aqui. J� venho.

Descanse em paz.

Adeus, irm�o.

Helsinki.

Quando quiser.

Descanse em paz, Oslo.

O mais quieto do bando
e aquele que teve a pior sorte.

Depois, eu seria a pr�xima.

Me ganhou � for�a.

Berlim aproveitou o turno
de descanso dos meus companheiros

para me dar um castigo.

E �bvio, irrevers�vel.

Voc� parece um presente
de anivers�rio.

S� falta um la�o.

O que vai fazer comigo?

Deveria administrar melhor
sua energia, T�quio.

N�o vai me matar?

N�o...

N�o! N�o vou te matar.

Tamb�m n�o vou te torturar.

Filho da puta. Te odeio.

Deixa eu te perguntar uma coisa,

porque isso tem que ser
o fim de algo, hein?

N�o poderia ser o come�o
de uma linda amizade?

N�o!

E foi assim que tudo come�ou.

O que seria o fim do assalto,

dos dias de confinamento,

do meu amor com Rio.

Dos sonhos de todos.

Da minha liberdade.