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A GUERRA DOS TRONOS
Livro do Estranho

Para onde vais?

Para sul.

O que vais fazer?

Aquecer.

Eu estava contigo em Larduro.

Vimos o que h� l� fora.

Sabemos que vem para c�.
Como podes deixar-nos agora?

- Sabes que fiz tudo o que podia.
- Fizeste um juramento.

Sim, entreguei a vida � Patrulha
da Noite. Dei a minha vida.

- Para as noites que se seguir�o.
- Os meus irm�os mataram-me, Edd.

Queres que fique aqui
depois disso?

- Aproximam-se cavaleiros!
- Abram o port�o!

Esta sopa � boa.

Lembras-te das tartes de rim
que a Velha Ama costumava fazer?

Com ervilhas e cebola?

N�o dev�amos
ter sa�do de Winterfell.

N�o gostavas de voltar
ao dia em que partimos?

Quero gritar a mim pr�pria:
"N�o v�s, sua idiota!"

Como pod�amos saber?

Passei muito tempo a pensar
em como fui uma besta contigo.

- Quem me dera poder mudar tudo.
- �ramos crian�as.

Fui horr�vel, admite.

Ocasionalmente, foste horr�vel.

De certeza
que eu n�o era muito divertido,

sempre amuado num canto
enquanto voc�s brincavam.

- Podes perdoar-me? Perdoa-me.
- N�o h� o que perdoar. Est� bem.

Est� bem, eu perdoo-te.

Ao fim de milhares de anos,

a Patrulha da Noite devia ter aprendido
a fazer uma boa cerveja.

Para onde ir�s?

Para onde iremos?

Se n�o tomar conta de ti,
o fantasma do Pai volta e assassina-me.

Para onde iremos?

N�o posso ficar aqui
depois do que aconteceu.

S� h� um s�tio
para onde podemos ir.

Para casa.

Dizemos aos Bolton
para fazerem as malas e irem embora?

Recuper�-la-emos.

- N�o tenho um ex�rcito.
- Quantos selvagens salvaste?

N�o vieram para aqui
para me servirem.

Devem-te a vida.

Estar�o em seguran�a se o Roose Bolton
continuar Guardi�o do Norte?

- Sansa...
- Winterfell � a nossa casa.

� nossa e da Arya
e do Bran e do Rickon.

� da nossa fam�lia.
Temos de lutar por ela.

Estou farto de lutar!

N�o fiz mais nada
desde que sa� de casa.

Matei irm�os da Patrulha da Noite.
Matei selvagens.

Matei homens que admirava.

Enforquei um rapaz
mais novo do que o Bran.

Lutei...

... e perdi.

Se n�o recuperarmos o Norte,
nunca estaremos em seguran�a.

Quero que me ajudes.

Mas f�-lo-ei sozinha,
se tiver de ser.

Minha senhora.

Sor Davos.

Ficareis aqui, em Castelo Negro?

Farei o que o Jon Snow mandar.

Agora servis o Jon Snow?

Ele � o pr�ncipe que foi prometido.

Perdoai-me, minha senhora,
julguei que era o Stannis.

O que aconteceu l�?

Houve uma batalha.
O Stannis foi derrotado.

E a Shireen?

- O que aconteceu � princesa?
- Eu vi o que aconteceu.

Vi as for�as do Stannis
derrotadas no terreno.

- Sou Sor Davos Seaworth.
- J� nos conhecemos.

Eu era guarda real
do Renly Baratheon.

Antes de o Renly ser assassinado
com magia de sangue.

Isso agora faz parte do passado.

Sim, faz parte do passado.

N�o quer dizer que eu esque�a.

Ou que perdoe.

Ele admitiu, sab�eis?

- Quem?
- O Stannis.

Antes de eu o executar.

- O Defensor do Vale!
- Tio Petyr!

Meu senhor. Anda ver.

Faltei ao dia do teu nome. V�.

- Um falc�o.
- Um falc�o-gerifalte.

A melhor e mais rara das aves.

Na �ltima vez que vos vi, Baelish,

dissestes-me que lev�veis
a Sansa Stark convosco para os Dedos.

- E levava.
- E, no entanto, h� pouco tempo,

recebemos not�cias de que casou
com o Ramsay Bolton em Winterfell.

A caminho dos Dedos, fomos atacados
por uma for�a de homens Bolton.

Pareciam saber quando viaj�vamos
e quem transport�vamos.

Julgais que sou tolo?

Dizei-me, Lorde Royce,

quantas pessoas sabiam dos meus
planos de viagem com a Sansa Stark?

Partilhei as minhas inten��es
convosco e com mais ningu�m.

Se caluniais um homem em casa dele,

podereis vir a ter de lutar com ele.

A vossa casa � o Vale.
O senhor do Vale est� diante de n�s.

E s� me preocupa o julgamento dele.

Lan�amo-lo pela Porta da Lua?

Meu senhor.

Meu senhor,
fui sempre leal � Casa Arryn.

Ao vosso pai,
� vossa m�e e agora a v�s.

Acreditais nele, Tio Petyr?

Lorde Royce serviu bem o Vale.

Teve uma carreira militar not�vel.

Se pud�ssemos contar
com a lealdade total dele,

seria um bom comandante
nas guerras que se avizinham.

Podeis contar com a minha lealdade total,
meu senhor.

Penso que merece mais uma oportunidade.
O que achas?

Est� bem.

Trago boas not�cias.

Os meus amigos no Norte dizem-me
que a Sansa fugiu de Winterfell.

Imagino que v� para Castelo Negro,
onde o irm�o dela � comandante.

Mas n�o estar� em seguran�a l�,
com os Bolton atr�s dela.

Ela � minha prima.

- Dev�amos ajud�-la.
- Tamb�m era o meu instinto.

O nosso senhor falou.

Reuni os Cavaleiros do Vale.

Chegou a hora
de nos juntarmos � luta.

Convidastes o inimigo
para a nossa cidade?

Convidei.

Como me disse uma vez
um homem inteligente:

"Fazemos a paz com os nossos inimigos,
n�o com os nossos amigos."

Eu n�o fa�o a paz
com os inimigos da Rainha,

eu mato os inimigos da Rainha.
- Sim, essa � a abordagem militar.

E como funcionou isso,
aqui em Meereen?

Eu represento
a abordagem diplom�tica.

A nossa rainha
tentou fazer a paz com os Mestres

e eles tentaram assassin�-la.

Entramos nestas negocia��es
de olhos abertos.

Confiem em mim. A minha
experi�ncia recente com a escravatura

mostrou-me os horrores
dessa institui��o.

Durante quantos dias fostes escravo?

Durante tempo suficiente para saber.

N�o o suficiente para compreender.

Comprei este an�o
por uma honra de ouro

e ascendeste ao cimo
da Grande Pir�mide de Meereen.

� muito impressionante.

E agora falas
pelos Bons Mestres de Astapor.

� invers�o da sorte.

Viemos falar com a Rainha

e somos recebidos por um an�o
e por um eunuco.

Vamos simplificar isto.
Dizei-me o que quereis.

Queremos que deixeis
a Ba�a dos Escravos.

Pegai nos vossos drag�es
e nos vossos mercen�rios e parti.

A Rainha Daenerys
n�o ficar� em Meereen para sempre.

O caminho dela leva-a para oeste.

Na �ltima vez que nos encontr�mos,
ofereci-lhe navios

para ela poder regressar a Westeros,
onde � o lugar dela. Ela recusou-os.

Recusou-os
porque centenas de milhares

de homens, mulheres e crian�as
ainda vivem acorrentados.

Como vivem
desde o in�cio dos tempos.

- J� n�o.
- Julgas-te um homem livre agora?

Continuas a cumprir ordens.

S� porque a tua mestre
tem cabelo prateado e mamas

n�o quer dizer que n�o o seja.

Amigos, amigos, amigos, por favor.

Sempre houve aqueles
que tinham riqueza e poder

e os que n�o tinham nada. O mundo � assim.
N�o estou aqui para o mudar.

A escravatura
faz parte do nosso mundo.

N�o precisais de escravos
para fazerdes dinheiro.

N�o h� escravos em Westeros
h� centenas de anos

e eu cresci mais rico
do que qualquer um de v�s.

Mas a nossa rainha
reconhece que errou

ao abolir a escravatura

sem proporcionar
um novo sistema para a substituir.

Eis a proposta da Rainha:

a escravatura
nunca regressar� a Meereen,

mas ela dar� �s outras cidades
da Ba�a dos Escravos

tempo de se adaptarem � nova ordem.
- O que quer isso dizer?

Em vez de abolir a escravatura
de um dia para o outro,

dar-vos-emos sete anos
para acabarem com a pr�tica.

Os detentores de escravos
ser�o compensados pelas perdas deles

a pre�os justos.

Em troca, retirar�o o vosso apoio
aos Filhos da Harpia.

N�s n�o apoiamos
os Filhos da Harpia.

Muito bem,
mas retir�-lo-�o na mesma.

Espero que aceiteis, meus amigos.

N�o recebereis uma oferta melhor.

Naveguemos na mar� da liberdade,

em vez de nos afogarmos nela.

E como presente de despedida
para os nossos honrados convidados...

Dai uma hip�tese � liberdade.

Vede se n�o � t�o boa
como o que havia antes.

Meus amigos!

Grande desculpa

tenham esperado gordo tempo.

- Talvez eu deva traduzir para v�s.
- Falamos o idioma comum.

Excelente.

Reuniste-vos com os traficantes de
escravos.

Reuni.

Os nossos irm�os e irm�s morreram
a lutar contra essa escumalha.

Agora convidai-los para a nossa cidade
e bebeis vinho com eles.

Imagino que esta sala
tenha sido constru�da

para que os governantes
pudessem intimidar os governados.

Mas eu n�o sou vosso governante.

N�o sou a Quebradora de Correntes.

N�o sou a N�o Queimada.

E n�o sou, seguramente,
a M�e de Drag�es.

Sois um estranho aqui.

Porque representais Meereen nestas
conversa��es com os nossos inimigos?

Porque a nossa rainha
me escolheu como conselheiro dela.

- At� regressar da viagem dela...
- Quando regressa?

Em breve. Dou-vos a minha palavra.

N�o vos conhecemos. N�o confiamos
em v�s. Conhecemos o Torgo Nudho.

Lutamos com ele contra os Mestres.
Confiamos nele.

E foi por isso que o Verme Cinzento
participou nestas negocia��es.

Enquanto comandante dos Imaculados, sabe
como derrotar os traficantes de escravos.

e sabe quando � altura
de fazer as pazes.

Fizestes as pazes
com os traficantes de escravos?

Oferecemos condi��es.

E tu, Verme Cinzento?

Queres beber vinho com estes homens?

Os homens que nos arrancaram
dos bra�os das nossas m�es

e nos venderam num leil�o
como se f�ssemos gado?

Sou um soldado, n�o um pol�tico.

Mas se h� uma hip�tese
de haver paz,

uma paz justa,

dev�amos aproveit�-la.

Missandei,

sabes o que estes homens s�o.
Como podes confiar neles?

N�o confio neles.
Nunca confiarei neles.

Mas um homem s�bio disse uma vez:

"Fazemos a paz com os nossos inimigos,
n�o com os nossos amigos."

N�o me useis
para as vossas mentiras.

- Aqueles homens respeitam-te.
- Porque sabem quem eu sou.

- Sabem que eu sou leal.
- Eu tamb�m sei.

Sou leal � minha rainha, n�o a v�s.

Se trairdes o trabalho dela,
sois meu inimigo.

N�o traio o trabalho dela,
tento salvar a cidade dela.

Prometestes aos traficantes de escravos
que podiam manter a escravatura.

- Por pouco tempo.
- Sete anos n�o o � para um escravo.

Tens raz�o. A escravatura
� um horror que devia acabar j�.

A guerra � um horror
que devia acabar j�.

- N�o posso acabar com ambas hoje.
- N�o dev�eis confiar nestes homens.

N�o confio nos Mestres,
confio no interesse pessoal deles.

S�o de confian�a se os convencermos
de que trabalhar comigo

� do interesse deles.
- N�o os conheceis,

n�o os compreendeis.
Para eles, n�o somos humanos.

Olham para mim e veem uma arma.
Olham para ela e veem uma rameira.

Olham para mim
e veem um animalzinho disforme.

O desprezo � a fraqueza deles.

Subestimar-nos-�o sempre
e usaremos isso para nosso benef�cio.

N�o os usareis.

Eles � que vos usar�o.
� o que eles fazem.

Est�s bem?

Porque n�o te sentas
para recuperar o f�lego?

Estou �timo.

Acho que n�o conseguias montar o drag�o.
H� 20 anos, talvez.

- O qu�?
- A nossa rainha.

Ela � selvagem.
N�o deixes a altura dela enganar-te.

� dif�cil para mim
e sou um jovem.

Acho que o teu cora��o
n�o aguentava.

Deves ficar zangado
por a nossa rainha me ter escolhido.

Fico triste. Desiludi-la-�s em breve.
Ela seguir� em frente.

- Todos a desiludiremos em breve.
- Agora, precisamos um do outro.

Quando deixarmos de precisar...

N�o quero lutar contra ti,
Jorah, o �ndalo.

O que tenho a ganhar?

Se ganhar,
sou o merdas que matou um velhote.

Se perder,
sou o merdas que foi morto por um velhote.

N�o te disciplinaram muito
em crian�a, pois n�o?

Nada.

� estrada que atravessa o Port�o dos
Cavalos chamam caminho dos deuses.

Mercado Oriental,
Mercado Ocidental.

Quando o Khal Drogo morreu,
ela devia ter vindo para aqui

e ter-se juntado �s Dosh Khaleen,

as vi�vas dos khals mortos.

� para l� que a devem ter levado,

para o Templo das Dosh Khaleen.

O que est�s a fazer?

� proibido ter armas
na cidade sagrada.

N�o � proibido entrarmos na cidade deles
e roubarmos a khaleesi deles?

Se nos virem
e estivermos desarmados,

diremos que somos mercadores
a caminho do Mercado Ocidental.

Mas se virem armas...

Pedes a um c�o
que entregue os dentes.

H� 100 mil deles l� em baixo.
N�o podemos lutar para sair.

Esperamos at� escurecer
e depois procuramo-la.

Sou muito apegado a esta faca.

N�o te preocupes, n�o te tocou.

- Sabes o que acontece?
- Sei o que acontece.

Eu fa�o-o.

Eu devia ter nascido dothraki.

Anda.

Meus amigos,

afast�mo-nos do Mercado Ocidental
e perdemo-nos.

Podem indicar-nos
o caminho de volta?

O que vendem?

Vinho.

Venham � minha banca amanh�

e dou-vos um barril
do melhor vinho do Porto.

Voc�s n�o s�o mercadores.

Chama os outros.

Eu disse-te
que sou muito apegado a esta faca.

Est�s bem?

Se encontrarem um corpo esfaqueado,
toda a cidade ir� � nossa procura.

Pronto.

Algumas delas acham que os dothraki

n�o deviam procriar
com estrangeiras.

S�o velhas est�pidas, n�o percebem
que enfraquecemos o nosso sangue.

Esta � a Lhazareen.

O khal dela encontrou-a num po�o
depois de queimar a aldeia dela.

Quantos anos tinhas?

12.

Um ano depois, deu-lhe uma filha.
Como mostrou ele a felicidade dele?

Partiu-me as costelas.

Aqui n�o somos rainhas,

mas os khals dependem de n�s
pela nossa sabedoria.

As nossas vidas t�m significado.

� mais do que a maioria tem.

Quando os khals se reunirem para
o Khalar Vezheven amanh� � noite,

espero que eles te deixem viver
o resto dos teus dias connosco.

As outras possibilidades
n�o s�o t�o agrad�veis.

Preciso de verter �guas.

N�o podes fugir dos dothraki.

Sabes disso.

Nunca fugirei dos dothraki.

Mostra-lhe onde �.

Precisava de ar fresco.

As velhas cheiram mal.

Pois cheiram.

Devias ser muito nova
quando o teu khal morreu.

Tinha 16 anos.

� pena ele n�o ter morrido antes.

Sim, � pena.

� verdade que tens tr�s drag�es?

E lan�am fogo?

Lan�am.

Gostavas de os ver, um dia?

Eu sou Dosh Khaleen.

N�o posso deixar Vaes Dothrak,

at� me erguer em forma de fumo
da pira funer�ria no dia em que morrer.

- N�o lhe fa�ais mal.
- Ela denunciar-nos-�.

Temos de ir, j�.

Nunca sairemos de Vaes Dothrak
com vida.

Temos de tentar.

N�o.

Podemos fazer mais do que isso.
E v�s ides ajudar-me.

E tu,

acredita em mim, Khaleesi.

N�o me traias.

Se vos deixasse partir agora,
para onde ir�eis?

O que procurar�eis?

Iria ter com o meu irm�o,
com o meu marido, com a minha fam�lia.

Claro, mas para v�s,
isso significa procurar dinheiro,

adornos, poder.

Procurar a vossa fam�lia
implica procurar o pecado.

N�o estou a caluniar-vos,
eu tamb�m procurei essas coisas,

rejeitando tudo o resto.

O meu pai era sapateiro.

Ele morreu quando eu era jovem
e eu tomei conta da oficina dele.

Ele era um homem simples
e fazia sapatos simples.

Mas eu descobri que, quanto mais
elaborados fossem os meus sapatos,

mais as pessoas os queriam.

Pele de qualidade,
ornamenta��o, pormenores

e tempo.

Acima de tudo tempo.

Dezenas de horas
dedicadas a um �nico par.

- A qualidade requer tempo.
- Sim.

Imagino que carregastes um ano
da vida de algu�m �s vossas costas.

Os bem-nascidos gostavam
de cobrir os p�s com o meu tempo

e pagavam bem por esse privil�gio.

Eu usei o dinheiro deles
para comprar uma amostra da vida deles.

Sempre que satisfazia um desejo,
sentia-me a ascender a algo melhor.

E um dia atravessastes um cemit�rio
e percebestes que era tudo em v�o

e seguistes o caminho da retid�o.

Livro do Estranho, vers�culo 25.

Conheceis
"A Estrela de Sete Pontas".

A Sept� Unella l�-mo.

Sim, ela gosta de ler �s pessoas.

Estais perto.

Mas n�o foi um cemit�rio.

Foi um banquete.

Comprei vinho antigo de qualidade

e jovens bonitas

e convidei os meus amigos
para virem partilh�-lo.

Pass�mos o vinho,
pass�mos as mulheres,

e depressa adormecemos.

Eu acordei antes do amanhecer.

Mal me aguentava de p�.

Todos os outros
dormiam nos sof�s ou no ch�o,

amontoados ao lado
das roupas elegantes deles,

mostrando os corpos despidos.

Sentia o cheiro deles

por baixo do incenso e do perfume

e da boa comida
que j� come�ara a estragar-se.

E vi-o com toda a clareza.

Vi quais eram os meus pecados.

O ouro que tinha, o vinho que bebia,
as mulheres que usava,

a minha luta incessante
para manter a minha posi��o.

Fazia tudo parte de uma hist�ria.

Uma hist�ria que eu contava
a mim pr�prio acerca de quem eu era.

Um conjunto de mentiras
que desapareceria com a luz.

As pessoas de quem eu tentava fugir,

os pedintes na rua, os pobres,

estavam mais perto da verdade
do que eu alguma vez estivera.

Ent�o, o que fizestes?

Sa� para ir procur�-los.

Nem calcei os sapatos.

Sa� porta fora e nunca mais voltei.

Vinde, vamos v�-lo.

- Quem?
- O vosso irm�o.

Loras.

Loras.

Ouve-me, tens de ser forte.

N�o consigo ser forte.

- Nunca fui forte.
- �s forte.

�s o futuro da nossa Casa,
o futuro da nossa fam�lia.

Isso n�o me interessa.

J� lhes disseste isso?
Que n�o te interessa?

S� quero que acabe.

Ajuda-me.

Eles querem que eu te ajude.

Eles querem que ajude a abalar-te.

� por isso que ele me deixa ver-te.
Eu sei que �.

E se algum de n�s ceder ao que eles querem,
ent�o eles ganham.

Deixa-os ganhar.

Faz com que acabe.

Por favor.

Est� bem.

E, agora, como evitar a desgra�a
com a nossa situa��o complicada.

Este Alto Pardal.

Lidei com fan�ticos de todo o tipo,
Vossa Gra�a.

O mais importante � n�o os provocar.

Estais cercado de inimigos aqui
e l� fora.

O que fazeis aqui?

Aconselho o Rei
quanto � nossa situa��o complicada atual.

- Sa�.
- Sou membro do Pequeno Conselho.

O Rei...

Isto � uma reuni�o
do Pequeno Conselho?

Claro que n�o. Vim partilhar
a minha sabedoria e dar o meu apoio.

Obrigado pelo vosso conselho,
Gr�o-meistre.

- Por agora, � tudo.
- Sim, Vossa Gra�a.

Dado ter perdido as �ltimas reuni�es
do Pequeno Conselho,

queria falar contigo
acerca de algumas coisas.

Tenho estado a pensar
no Alto Pardal.

Temos todos, infelizmente.

Temos de ter cuidado
a lidar com esse homem.

Para evitar
que as coisas piorem ainda mais.

Tendes de ter cuidado
para n�o o antagonizar.

Ele tem a Margaery, n�o podemos
p�-la em risco, ele � perigoso.

Olha para mim.

O que me fizeram eles?
� m�e do Rei?

N�o faz mal.

Est� feito. Faz parte do passado.

E, claro, a seguran�a da Margaery
� essencial.

N�o gostais da Margaery, pois n�o?

Se gosto ou n�o,
n�o tem import�ncia nenhuma.

A Margaery � a rainha.

As rainhas devem inspirar respeito
e os reis ainda mais.

N�o s� para bem deles,
mas de toda a gente.

O Alto Pardal n�o tem respeito nenhum
por reis nem por rainhas.

N�o tem respeito por nada
neste mundo.

N�o tem uso
para as coisas deste mundo.

Quer destru�-las
e substitu�-las por qu�?

Por fantasias.

Por pedintes nas ruas. Por nada.

M�e.

H� algo que quero dizer-vos.

Algo que o Alto Pardal me disse.

Falaste com ele?

Prometi-lhe que n�o diria a ningu�m.
Se ele descobrir que eu disse...

Seria uma quebra de confian�a
que ele n�o encararia bem,

dada a conversa constante dele
acerca da verdade.

Eu sou tua m�e.

Podes confiar sempre em mim.

A reuni�o do Pequeno Conselho
foi adiada por ordem do Rei.

Fomos bastante claros da primeira vez.
N�o sois bem-vindos.

Um dia, falastes do vosso respeito
pelo nosso pai,

porque ele compreendia a necessidade
de trabalhar com os rivais.

Minha querida, foi-vos retirada
a dignidade e a autoridade,

fostes envergonhada publicamente
e confinada � Fortaleza Vermelha.

- O que resta com que trabalhar?
- A Cersei � a m�e do Rei.

O Rei ouve-a e confia nela.

E o Rei tem falado regularmente
com o Alto Pardal

sobre a Rainha Margaery e Sor Loras.
- O Alto Pardal tomou o poder

sabendo que discutir�amos uns com os
outros, em vez de tentar retom�-lo.

Aqui estamos n�s.
Muito bem feito para n�s.

Agora, o futuro dos Sete Reinos
est� nas m�os sujas dele de campon�s.

Daqui a uns dias,
organizar� um julgamento para mim.

Mas antes disso, a Rainha Margaery
far� a caminhada de expia��o dela.

Sim, a Margaery
arrepender-se-� dos pecados dela

diante das boas gentes da cidade.
- N�o.

Isso n�o pode acontecer.

- Isso n�o acontecer�.
- Concordo.

Tendes o segundo maior ex�rcito de
Westeros. Tr�-lo-eis para a cidade,

impedireis a humilha��o
da Rainha Margaery antes de come�ar

e p�-lo-eis � guarda da Coroa.

O Rei ordenou-me que n�o agisse
contra o Alto Pardal

ou a F� Militante,
por temer pela seguran�a da Rainha.

N�o agireis de todo.

Quando os ex�rcitos Tyrell chegarem,
v�s afastar-vos-eis.

Estais expressamente proibido
de vos afastardes?

N�o. Mas se o Rei ordenar...

Ter� tudo acabado antes de algu�m
poder ordenar-vos que fa�ais algo.

Quando o Alto Pardal estiver detido,
ou morto, preferencialmente,

e a Margaery
estiver ao lado do Tommen,

julgais que o Rei
ficar� zangado com o resultado?

Odiais estes fan�ticos
tanto como n�s.

Odiais o que eles fizeram
ao vosso filho.

Quereis o Lancel de volta?
Ou desististes dele de vez?

Claro que o quero de volta.

Ent�o, afastai-vos

e deixai que as pessoas
que vo-lo roubaram sejam destru�das.

Se n�o correr como planeado,

os pardais t�m muitos amigos
nesta cidade.

Teremos uma guerra civil.
Morrer� muita gente.

Morrer� muita gente,
fa�amos o que fizermos.

Antes eles do que n�s.

Disseram-me que estavas em casa
e eu n�o acreditei.

"O Theon Greyjoy?", disse eu.

Ele est� morto.

Est� morto h� muito tempo.

Ele libertou-te?

Fugi.

N�o te ou�o.

Fugi.

Olha para mim.

Olha para mim.

Morreram homens a tentar salvar-te.

Homens bons.

Homens meus.

Lamento.

Eras meu irm�o.

Eras uma besta mimada,
mas eras meu irm�o e arrisquei tudo por ti

e tu tra�ste-me.
- Eu sei.

- Eu sei e lamento.
- Para de dizer isso.

Ele quebrou-me.

- Quebrou-me em mil peda�os.
- Eu sei.

- N�o sabes.
- Ele enviou-nos um desses peda�os.

Por isso � que fui � tua procura.

- Porque vieste para c�?
- Para onde poderia ir?

Ouviste que o Pai morrera
e julgaste que podias reclamar a coroa?

N�o. S� soube que ele morrera
depois de aportarmos.

Apareces em Pyke por acaso
antes da assembleia de homens livres?

Eu n�o sabia.

Julgas que algum homem de ferro
quer que sejas rei,

depois do que fizeste?
- Eu n�o quero ser rei.

O que queres?

- Devia ter-te ouvido. �s a �nica...
- J� n�o interessa, para de chorar.

Olha para mim.

Diz-me o que queres.

Tu devias governar
as Ilhas de Ferro.

Deixa-me ajudar-te.

Lavaram-te bem.

Sabes quem eu sou?

- Um senhor.
- Sim.

Um senhor.

Viste os meus estandartes?

O homem esfolado.

Isso preocupa-te de todo?

Comei-los depois?

N�o.

Ent�o, j� vi pior.

- Serviste os Stark?
- Sim.

Acorrentaram-me e encostaram-me
uma espada � garganta,

por isso, servi-os.
- Os Stark partiram h� muito tempo,

mas continuaste a proteger o Rickon.

O comprador certo
pagaria bem por ele.

Servi a fam�lia dele durante muito tempo
e n�o recebi sal�rio.

Na minha perspetiva,
devem-me dinheiro.

� poss�vel,

mas o Rickon j� n�o � teu
para o venderes. � meu.

Ent�o, que utilidade
poderia eu ter para ti?

Posso dar-vos o que quereis.

E de certeza que sabes o que isso �?

O mesmo que os homens
querem sempre.

E quando o querem mesmo,
d�o-lhe um banho antes.

Tens muita l�bia.

Gosto disso.

Tens mais l�bia
do que o Theon Greyjoy.

Ah, sim?

Tinha de me esfor�ar muito
para o fazer falar.

Mas ele falou.

Falam todos.

Ele disse-me tudo.

Tudo sobre os rapazes Stark,
sobre quem os ajudou a escapar

e como ela o fez.

Abram o port�o!

Perdoai a comida.

- N�o somos famosos por ela.
- N�o faz mal.

H� coisas mais importantes.

Uma carta para v�s, Comandante.

J� n�o sou o Comandante.

"Ao traidor e bastardo Jon Snow.

"Permitiste que milhares de selvagens
atravessassem a Muralha.

"Tra�ste a tua gente.
Tra�ste o Norte.

"Winterfell � meu, bastardo.
Vem ver.

"O teu irm�o Rickon
est� na minha masmorra.

"A pele do lobo gigante dele
est� no meu ch�o. Vem ver.

"Quero a minha noiva de volta.

"Envia-ma e n�o te incomodarei
nem aos teus amantes selvagens.

"Mant�m-na longe de mim
e cavalgarei para norte

"e chacinarei todos os selvagens
que vivem sob a tua prote��o.

"Observar�s enquanto
os esfolo vivos. Tu..."

- Continua.
- � s� mais do mesmo.

"Observar�s enquanto os meus
soldados violam a tua irm� � vez.

"Observar�s enquanto os meus c�es
devoram o teu irm�ozinho.

"Depois arrancar-te-ei os olhos
com uma colher

"e deixarei os meus c�es
tratarem do resto. Vem ver.

"Ramsay Bolton, senhor de Winterfell
e Guardi�o do Norte."

Senhor de Winterfell
e Guardi�o do Norte.

O pai dele est� morto.

O Ramsay matou-o.
E agora tem o Rickon.

- N�o sabemos isso.
- Sabemos.

Quantos homens tem
no ex�rcito dele?

Ouvi-o dizer cinco mil uma vez
quando falava do ataque ao Stannis.

- Quantos tens tu?
- Que consigam marchar e lutar?

Dois mil.

O resto s�o crian�as e velhos.

�s o filho
do �ltimo verdadeiro Guardi�o do Norte.

As fam�lias nortenhas s�o leais,
lutar�o por ti se lhes pedires.

Um monstro apoderou-se
da nossa casa e do nosso irm�o.

Temos de voltar a Winterfell
e salvar ambos.

� proibido derramar sangue
na cidade sagrada.

� proibido transportar armas
na cidade sagrada.

Para n�o derramarmos sangue.

Bem, h� sempre um pouco de sangue.

Algu�m lhe esmagou a cabe�a
com uma pedra.

O Aggo pertencia ao meu khalasar.

Serviu-me bem.

A cabe�a dele
foi esmagada por uma pedra.

Que se lixe o Aggo.

Tragam a vi�va do Drogo.

Quem quer saber dela? � uma an�.

Eu gosto dela.

� mais p�lida do que o leite.

Gostava de saber
a que sabe uma khaleesi.

Sabe bem.

Podes chupar-me a pila.

O lugar dela � com as Dosh Khaleen.

Os S�bios Mestres de Yunkai querem-na.

Em troca, oferecem dez mil cavalos.

O que vale mais,

uma rapariguinha cor-de-rosa
ou dez mil cavalos?

Que se lixem os S�bios Mestres
e os cus perfumados deles.

Eu fico com os cavalos deles.

N�o querem saber o que eu penso?

Preferias ser vendida como escrava?

Ou talvez gostasses
de mostrar aqui ao Rhalko a que sabes.

N�o. N�o quero
nenhuma dessas coisas.

N�o nos interessa o que queres.
Este � o Templo das Dosh Khaleen.

Aqui, n�o tens voz,
a n�o ser que sejas Dosh Khaleen.

O que n�o �s,
at� n�s decidirmos que �s.

Sei onde estou.
J� aqui estive antes.

Foi aqui que as Dosh Khaleen
declararam que o meu filho

era o garanh�o que monta o mundo.

E o que aconteceu?

Confiaste numa feiticeira,
como uma tola.

O teu beb� est� morto por tua causa.

E o Khal Drogo tamb�m.

Foi onde o Drogo prometeu
levar o khalasar para oeste, o fim do mundo.

Cavalgar cavalos de madeira
pelo Mar Negro de Sal, como nenhum khal.

Prometeu matar os homens
com os fatos de ferro

e derrubar as casas de pedra deles.

Jurou-mo diante da M�e das Montanhas.

E foste parva o suficiente
para acreditar nele.

E agora aqui, que grandes assuntos
discutem os grandes khals?

Que aldeolas atacar�o,

quantas raparigas foder�o,
quantos cavalos exigir�o como tributo.

S�o homens mesquinhos.

Nenhum de voc�s est� apto
para liderar os dothraki.

Mas eu estou.

E � o que farei.

Est� bem.

N�o ser�s Dosh Khaleen.

Em vez disso, vamos foder-te � vez.

E depois deixaremos os nossos
companheiros de sangue foderem-te.

E se restar algo de ti,

daremos oportunidade
aos nossos cavalos.

Minha cabra louca.

Achaste mesmo que te servir�amos?

N�o v�o servir.

V�o morrer.

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