All language subtitles for Commitment.Hasan.2021.1080p.WEBRip.x264.AAC5.1.[AMARELO]

- Art Subs -
14 anos fazendo Arte para voc�!

Legenda
- Liliana Hage -

Revis�o
- zumBRAL

Traga um pouco de �gua, filho.

Hasan?

O COMPROMISSO DE HASAN

Al�. O que houve, Serdar?

Estou no pomar,
cuidando das �rvores. O que houve?

Diga. Quem?

Por que est�o a�?

Est� bem.
V� os distraindo, at� eu chegar.

N�o deixe que eles saiam
at� eu chegar.

Estarei a� em breve.

Tudo bem, at� j�.

Nisa, tome isto.

- Isso d� dinheiro?
- Depende.

No ano passado,
deu um bom dinheiro.

Que bom.

Isso custa umas 5 liras
no supermercado.

- Quantos quilos tem ali?
- Contamos toneladas, n�o quilos.

Temos de 15 a 20 toneladas aqui.

Est� brincando?

J� vi cor-de-rosa, dos grandes.
Voc�s plantam desses?

N�o. Os nossos s�o mais compridos,
e menores.

Deveriam plantar desses.

- Vendem no mercado local?
- Enviamos a Istambul.

Para a venda no atacado.
O Hasan chegou.

Finalmente.

- Que a paz esteja com voc�.
- Com voc�, tamb�m.

- Bem-vindo.
- Obrigado.

Sr. Hasan, estamos aqui
para conversar sobre neg�cios,

mas o seu homem
nos fez esperar uma hora.

Ele � assim mesmo.
Mas o que houve?

Somos da Companhia de Energia.
Meu nome � Servet.

Uma rede el�trica vai passar
aqui nesta �rea.

Uma das principais torres
ser� instalada no seu terreno.

Estamos aqui para tirar
algumas medidas e marcar o local.

Como assim?
J� temos um poste de energia aqui.

Mas esse n�o � nada.

Vamos instalar uma torre especial,
modelo 2FB581A.

� uma torre de energia industrial.

Levar� alta pot�ncia
para a �rea industrial.

A rede percorrer� um longo caminho,
passando por aqui.

Posso saber onde exatamente
voc�s v�o instalar a torre?

Venha comigo.

Veja. Ela ser� instalada aqui.

- Bem no meio do terreno?
- Isso eu j� n�o sei.

Tanto lugar nesse pa�s
e escolhem justo o meu terreno?

Construir�o um transformador
tamb�m.

- Espere um minuto, Serdar.
- O qu�?

V�o colocar um transformador.

Um transformador?

Ser� necess�rio um transformador.

Espere a�!
Esse campo � o nosso sustento.

Sabe quantas pessoas
dependem dele?

Voc� n�o � o �nico a ser afetado.

A rede cortar�
v�rias terras na regi�o.

Me acompanhe. Vou te mostrar.

Segure aqui.

Veja, n�s estamos aqui.
Este � o seu terreno.

A partir daqui,
v�rias torres seguir�o uma rede.

A escolha dos locais
foi feita por sat�lite.

- Essa foto � de sat�lite?
- Exatamente.

- N�o se parece com o nosso campo.
- E voc� j� o viu do alto?

Fique quieto, Serdar.

- O que eles est�o fazendo ali?
- Est�o calculando

a dimens�o da terra
a ser desapropriada.

Voc� ser� recompensado
pela perda da terra,

dependendo de quantos m2
a empresa precisar.

E se eu me recusar?
Voc�s iriam instalar � for�a?

Veja bem...
n�s s� cumprimos ordens.

Nosso trabalho � fazer c�lculos.
Estamos aqui para medir.

Escute, sabe quantos kg de tomate
h� nesse campo?

Imagine os fertilizantes,
os pesticidas,

nosso trabalho,
nosso esfor�o...

Nossa vida depende disso.
E essas torres envenenam o solo.

Ouvi dizer que nem grama cresce
nessa �rea de alta voltagem.

� poss�vel.
Quer dizer, por que n�o?

Voc�s sabem mais do que eu.

O que eu sei
sobre agricultura e tomates?

Sr. engenheiro,
me acompanhe, por favor.

Claro. Segure isso.

- Qual � mesmo o seu nome?
- Servet.

Escute aqui, Servet,

este � um terreno improdutivo.
Por que n�o instala a torre aqui?

Est� a 60, 70 metros de dist�ncia
do outro campo.

Sr. Hassan, n�o depende de mim.

O projeto j� foi aprovado,
a constru��o est� sendo preparada.

- N�o h� o que fazer agora.
- Mas pense comigo.

Meu terreno � produtivo,
e o outro � totalmente �rido.

N�o faz mais sentido
instalar a torre aqui?

Entendo sua opini�o, de verdade.

Fale com a administra��o.
N�o sei se adianta, mas tente.

E quando as torres
ser�o instaladas?

Em um ou dois meses.
Passar bem.

Bem-vindo, irm�o Hasan.

Sua esposa foi ao mercado.

Tem comida pronta.
Est� com fome?

- N�o, obrigado.
- Aceita um ch�, ent�o?

- Prefiro um pouco de iogurte.
- Est� bem.

Droga. Est� por toda parte.

Por que trouxe o garoto?
E se acontece algo com ele?

V� ficar com a sua m�e.

Voc� me ouviu? V� logo! Ande!

Serdar,

n�o conte nada � minha esposa,
ou � Nisa.

Tudo bem, n�o se preocupe.

Quem sabe vai chover?

Espero que sim.

Veja, j� foram
o gato e os p�ssaros.

Enterre-os em local adequado,
longe daqui, certo?

Claro, n�o se preocupe.

E n�o deixe o garoto falar nada.

Certo, tudo bem.

Kadir, � o seu pai?

Que calor.

Cortei uma melancia.
Quer um pouco?

Quero, por favor.

- J� chegou?
- Cheguei.

- Chegou cedo.
- Est� muito calor l� fora.

- Vim correndo para casa.
- Est� quente demais, mesmo.

Kadir!

Kadir!

Kadir!

Voc� est� aqui. Venha c�.

Para voc�.

- Voc� est� bem?
- Estou.

Obrigada.

O que voc� fez?

Passei na casa de Esma.

- Gostou do trabalho dela?
- Nada mau.

O que � isso?

Um agrado para Berdush.

Ol�, tio Hasan.

Oi, Kadir.

Keriman telefonou hoje.
Ela mandou lembran�as.

- Como eles est�o?
- Bem. Elif recebeu o boletim.

- Ela passou com �timas notas.
- Est� de parab�ns.

Ela perguntou que presente
vai ganhar do tio.

O que ela quiser.

- Em que ano ela est�?
- Terceiro.

Crescem muito r�pido.

Eser estava no terceiro ano
quando seu pai morreu.

- Estava?
- Eu acho que sim.

N�o, voc� est� enganada.
Ela devia ser mais nova.

A escola ficava perto
da antiga casa, lembra?

Isso faz anos.

N�o me lembro mais.

Ela estava no 3� ano,
quando o caso foi encerrado.

Quando o juiz mandou
ficarmos com a casa.

Esperamos mais um ano
para nos mudarmos.

Voc� n�o se lembra?

Tem raz�o. N�s esperamos.

O advogado disse
que eles poderiam recorrer.

Voc� tem �tima mem�ria.

Como eu esqueceria?

Foi uma �poca dif�cil.

O ch� deve estar pronto.

Berdush!

Berdush!

Berdush!

N�o vai tomar?

- N�o. Vou me deitar.
- Por que t�o cedo?

Preciso acordar cedo
para comprar pesticidas.

Pensei que j� tivesse comprado.

Os tomates est�o contaminados
com outra coisa.

Preciso resolver isso logo.

� mesmo?

Quem foi procur�-lo
no campo mais cedo?

Ningu�m.

Um comprador qualquer.

- Boa noite.
- Boa noite.

Berdush?

Tudo bem, senhor.

N�o, n�o.

Havia alguns problemas,
mas j� resolvemos.

Vou enviar o projeto para voc�
at� amanh�.

O documento?

Tinha chegado, mas...

Sim, n�s recebemos, senhor.

Sim, senhor. Igualmente.

Tenha um bom dia.

Honestamente,
o que est� pedindo � imposs�vel.

H� 137 torres naquela rede.
Pelo amor de Deus, 137 torres.

Pense bem. Se f�ssemos trocar
todas de lugar desse jeito,

as redes iriam virar
um emaranhado.

N�o estou pedindo para mudar a rede
para outro vilarejo.

S�o s� 60, 70 metros
para um campo vazio.

N�o pode ser t�o complicado.

Veja bem...

J� falou com o dono do campo
a 100 metros de dist�ncia?

O que ele disse?

N�o, eu n�o falei.

Ent�o...

N�s dever�amos chegar para ele
e falar:

"O Sr. Hasan n�o quis,

ent�o,
decidimos instalar a torre aqui".

E ele vai dizer que n�o quer
tamb�m.

Ent�o, falaremos com Osman,
com Ali...

Passando de um terreno
para outro.

Acha que terminar�amos
algum dia?

Est� dizendo que n�o pode
mudar o projeto?

N�o h� como
contornar essa situa��o?

N�o h� outra solu��o?

N�o.

N�o.

� o que me diz.

Onde podemos resolver essa quest�o
rapidamente? Aqui ou em Ancara?

Sr. Hasan, o que isto tem a ver
com Ancara?

Nossa administra��o
funciona aqui.

Se quiser, pode ir ao centro,
e falar com o gerente regional.

Mas n�o vai adiantar nada.

O projeto foi finalizado,
a rota est� definida,

a rede est� definida.

Como pode ser imposs�vel?
Eu vi pessoalmente.

Seu engenheiro
nos mostrou no mapa.

� simples. � s� mudar
daqui para l�, no mapa.

O problema n�o � grande.

Precisamos ir ao tribunal
por causa disso?

Al�, Ibrahim, como vai?
Sim, eu liguei mais cedo.

E o galo, como est�?

N�o est� cantando?

Como eu vou saber
por que n�o est� cantando?

Mas voc� disse
que o faria cantar.

Para que eu lhe dei, ent�o?

Est� bem.
Onde voc� est� agora?

Pe�a umas alm�ndegas.

Estou indo.

At� j�.

Eu disse que � dif�cil.
Eu disse...

Berdush!

Berdush!

Berdush!

Berdush!

Onde voc� est�, rapaz?

Berdush. Veja, eu trouxe
uma guloseima para voc�.

Berdush!

Berdush!

Berdush n�o est� em lugar nenhum,
Hasan. J� procurei em tudo.

Ele vai voltar,
n�o se preocupe.

Se ele n�o fosse castrado,
diria que foi atr�s de uma f�mea.

� verdade.

- Tem berinjela na geladeira.
- Claro.

Escute, quero falar uma coisa
com voc�.

Eu fui � casa de Fatma
hoje de manh�.

Seyfi estava vendendo
as terras dele.

Por que ele faria isso?

- Eles tomaram um empr�stimo.
- E n�o conseguiram pagar?

N�o conseguiram pagar.
Est�o precisando de dinheiro.

E se compr�ssemos deles?
Sairia por uma pechincha.

Para que aquelas terras
desapropriadas deles?

O neg�cio do p�ssego est� falido.
Sabe disso melhor que eu.

Quem falou em p�ssegos?

- Obrigada, querida.
- Bom apetite.

Aquele terreno deve ter
uns 10 hectares, n�o?

Isso, mais ou menos.

Disseram que, em breve, deve sair
um novo zoneamento para a regi�o.

Voc�s se juntam para falar
desses assuntos, meu Deus?

Al�m do mais, isso n�o existe.

Pare de fugir do assunto.
Escute o que estou dizendo.

Voc� sabe que o s�cio do cunhado
de Fikri � empreiteiro.

Eu sei.

Querem construir um condom�nio
com postes naquela regi�o.

Quem inventa essas coisas,
pelo amor de Deus?

Ele conhece gente da prefeitura.
Foi l� que ouviu isso.

O novo zoneamento ser� pra entrada
ou pra sa�da da cidade?

Que tal voc� descobrir sozinho?

Voc� me ouviu

e arrancou os marmelos
para plantar ma��s.

E o resultado foi bom, n�o foi?

Agora, h� gente
com problemas financeiros

e voc� aproveita a vida.

O que est� fazendo, Kandir?

O papai pediu um tubo.

Me avise se vir o Berdush por a�.

Eu te dou uns trocados,
est� bem?

Combinado.

Agora, v�.

115, 117, 118...

A declara��o diz
que s�o 130 �rvores,

mas, na verdade, s�o 118.
Por que fazem isso?

Como se n�o f�ssemos descobrir.

Mentir
por causa de algumas �rvores.

O que o banco vai fazer
com o terreno?

O que sempre fazem.
Vender, claro.

Foi do seu banco
que Seyfi tomou um empr�stimo?

O dono do pomar de p�ssegos
pr�ximo ao canal?

- Ele mesmo.
- Sim, foi conosco.

Eu mesmo autorizei.

Algum problema, Hasan?

Dizem que o empr�stimo
vai ser executado.

Voc� n�o assinou como fiador dele,
assinou?

De jeito nenhum. Deus me livre.

Fazemos o poss�vel

para que essas coisas
n�o aconte�am.

Mas fazer o qu�, se ele n�o sabe
administrar as pr�prias finan�as?

Quanto Seyfi deve ao banco?

N�o � �tico da minha parte
contar isso para voc�.

O Sr. Seyfi colocou as terras dele
� venda.

Sim, ouvi falar.

Agora eu entendi, Hasan.
Voc� quer comprar o terreno.

- N�o, s� estou curioso.
- Est� bem.

- J� falou com Seyfi?
- N�o.

Veja bem,
� um lote de 8 hectares,

com pessegueiros
de primeira qualidade.

Um canal passa atr�s do terreno.
Ent�o, � bem irrigado.

Uns 85 mil seria justo.
Acima disso, n�o dar� lucro.

Caso tenha esse valor,
n�o deveria deixar passar.

Se n�o tiver o valor,
pode me procurar,

e eu aprovo um empr�stimo
na mesma hora.

Mas n�o conte nada a ningu�m.

Ol�, filho.

Estou bem. E voc�, como est�?

Que bom.

Fico feliz em saber.
S� um instante.

Para tia Emine?

Sim, continue, filho.

Como disse?

Foi finalizado hoje?

Eu me esqueci completamente.

J� contou � sua m�e?

Ent�o, n�o conte.
Deixe que eu mesmo conto.

N�o, fiquei feliz em saber.

� s� que...

Espere um segundo.

Entrou uma liga��o
que eu estava esperando.

Certo, certo.

Eu te ligo de volta.

Obrigado. At� mais.

Al�. Sim, juiz.

Desculpe, eu estava falando
com meu filho.

Sim, liguei por volta de meio-dia.
Sim, juiz.

Quero conversar sobre um assunto.
Preciso de um conselho seu.

Est�o querendo construir uma torre
de alta voltagem no meu terreno.

Liguei para pedir um conselho.

S� um instante, juiz.

Estamos tentando achar
a casa da Sra. Emine.

Pode dizer onde fica?

Sim, senhora, vire � esquerda ali,
e siga em frente.

- Obrigada.
- De nada.

- Fique em paz.
- Obrigado.

Perd�o, juiz.

Est�o querendo montar uma torre
de energia no meio do meu terreno,

e um transformador
pr�ximo a ela.

Eu perderia metade da terra,
juiz.

Que terra?

Aquela que � nossa por direito...
na audi�ncia, lembra?

Isso, a mesma.
Aquela terra, senhor.

Bem, deixe-me ver melhor.
Um pouco mais para cima.

Mas deveria ter bordas azuis.

- Bordas azuis?
- Isso mesmo.

N�o, Sra. Emine.

A senhora pediu de cor �nica.

Disse que sua filha gosta
de cores �nicas, lembra?

Mas Nisa tamb�m estava l�.

Antes de sair, dissemos
que quer�amos uma borda azul.

E voc� concordou.

� verdade, Nisa?

Sim, acho que foi isso mesmo.

Bem, eu juro
que n�o me lembro disso.

E corri para terminar a tempo.

Talvez eu esteja
ficando esquecida.

O que vou dizer � minha filha?

Aceite como est�, dessa vez?

De jeito nenhum, eu n�o posso.

Eu prometi a ela.

E o que vou fazer com isso
agora?

- Trabalhei muito nesta pe�a.
- Mas n�o foi o que eu pedi.

Quanto voc� disse mesmo
que custaria?

Fechamos em 1.200.

E eu paguei 200 adiantados,
n�o foi?

Sim, voc� deu um sinal de 200,
ainda tem um saldo de 1.000 liras.

Bem,
ent�o vamos dividir o preju�zo.

N�o ficou
do jeito que eu queria,

ent�o, eu pago mais 700,
e ficamos quites, certo?

Entendo o que est� dizendo,

mas eu trabalhei sem parar,
para terminar a tempo.

Esse valor n�o � o suficiente.

Voc� decide.

Embrulhe novamente, querida.

Por que est� zangada?

A culpa � sua.
Deveria me oferecer um desconto.

Pegue 200 liras da minha carteira,
e entregue � senhora.

Aqui, 200 liras.

Vamos embora.

Onde � a sa�da?

Tem algum ovo?

Tem, sim.

Uns sete ou oito.

A geladeira est� cheia de ovos.

D� metade para Kadir,
e os demais para a neta de Esma.

- Est� bem.
- Pobre crian�a, t�o magra.

- Elas v�o � mesma escola de Kadir?
- V�o.

D� isso a ela tamb�m.

Uns trocados.

Podem estar precisando.

Obrigada, senhora.

Passar bem.

Tem ch� fresco.

- Aceita um pouco?
- N�o precisa.

Sente-se aqui comigo.
Tenho boas not�cias.

- Conte.
- Fatih me ligou hoje.

Saiu o sorteio do Hajj
e fomos chamados.

Eu juro que vi isso
no meu sonho.

Voc� queria tanto,
e conseguimos.

Eu disse que entrar�amos na lista
dessa vez.

Disse mesmo.

Vamos come�ar os preparativos.

Est� bem.

- Devemos sacrificar uma ovelha.
- Por qu�?

Fiz a promessa de matar uma ovelha,
caso f�ssemos selecionados, lembra?

Ent�o, vamos fazer isso.

Vou contar logo ao meu irm�o.

Ele vai ficar feliz.

Gra�as a Deus.

Gra�as a Deus.

- Qual era o nome dele mesmo?
- Muzaffer, Muzaffer Yilmaz.

Vamos fazer assim...

H� uma reuni�o do conselho
depois de amanh�.

Ent�o, poderemos
resolver seu problema.

N�o podemos recusar um pedido
do Sr. Mehmet, n�o � mesmo?

Muito obrigado, senhor.

� um prazer. N�o h� problema algum.
� s� mudar daqui para l�.

Significa muito para n�s.

N�o queremos desperdi�ar
nem um metro da nossa terra.

Com certeza.

Preciso ir agora.

Tenha um bom dia.

- Bem-vindo, Hasan.
- Ol�, juiz.

N�o precisava se incomodar
com isso.

N�o � inc�modo algum,
n�o temos como agradec�-lo.

N�o se preocupe com isso.
O que tem a�?

Cerejas e amoras brancas
da melhor qualidade.

- S�o dif�ceis de achar por aqui.
- Que beleza.

Onde acha
que devemos plant�-las?

Bem, acho que no outro lado
seria melhor, mas a escolha � sua.

Fiz como sugeriu,
antes de vir para c�.

N�o se preocupe. Tudo se resolver�
sem prejudicar ningu�m.

Desde que Muzaffer
n�o desconfie.

Ele n�o vai desconfiar.

Eles arrendaram o campo.

N�o fazem uso pr�prio.

Est�o mais envolvidos
com a produ��o de latic�nios.

E ser�o recompensados
pelo uso daquela terra,

ent�o,
n�o far� diferen�a para eles.

�timo, ent�o.

Aqui est�.

Seu jardim est� muito bonito.

A nogueira no port�o
tamb�m pegou bem aqui.

Sim, � verdade.
Parece saud�vel.

Se n�o fosse por isso,
a aposentadoria n�o seria f�cil.

Agora, passo o tempo todo
nesse jardim.

- Voc� fez um �timo trabalho.
- Obrigado.

A prop�sito, consegue
uma muda de pereira para mim?

Claro, de que tipo?

Das maiores,
chamadas Santa Maria.

Vou procurar.

Mas ela pega no meu jardim?

Com certeza.

Vou procurar e trago para o senhor
a melhor que achar.

Como v�o as crian�as?

Est�o muito bem, gra�as a Deus.

Fatih est� em Istambul,
trabalhando na Aduana

Eser est� estudando enfermagem.

Mashallah.

- Preciso ir.
- J� vai embora?

Preciso passar no muftiate.

No muftiate?
Por que precisa ir l�?

Fomos selecionados
para a lista de peregrinos.

Irei com a minha esposa.

Est� jogando dinheiro fora.

Minha esposa espera por isso
h� tempos.

Ent�o, que Deus aceite
sua peregrina��o.

- Vou indo.
- Adeus.

- Ol�, como vai, Seyfi?
- Ol�, Hasan.

- Como vai?
- Bem, obrigado. E voc�?

Estou bem, gra�as a Deus.

Quanto tempo...
Como tem passado?

- � verdade. E voc�, como vai?
- Bem, bem.

- E a fam�lia?
- Todos bem. E os seus?

Bem, com a gra�a de Deus.
Todos bem.

O que � isso? Instalando
uma nova linha de irriga��o?

N�o. N�o � isso.

Continue carregando.
Venha comigo.

Quem dera fosse isso.
N�o imagina o que nos aconteceu.

- O que houve?
- Estou perdido. Acabado.

Me conte o que aconteceu.

Aqueles desgra�ados disseram
que p�ssego daria dinheiro,

ent�o, eu replantei
o pomar inteiro.

Tomei um empr�stimo no banco,
plantei p�ssegos, e n�o deu certo.

Ent�o, retirei
e plantei peras no lugar.

Disseram que procurariam
por p�ssegos no ano seguinte.

Mas tamb�m n�o aconteceu.
Ent�o, falimos.

Foi uma pena
ter deixado as ma��s.

Quem dera
eu soubesse disso antes.

O empr�stimo est� vencido,
e n�o tenho como pagar.

A cada dia que passa,
o banco cobra mais juros.

Isso � p�ssimo.

Eu n�o sabia.

Ent�o...

O que pretende fazer?

N�o h� nada
que eu possa fazer.

O banco vai tomar as terras.

- N�o se esque�am dos canos.
- Est� falando s�rio?

- Como pode?
- � assim que funciona.

V�o tomar minhas terras.

Andei pedindo dinheiro emprestado,
mas ningu�m tem.

Todos est�o pagando empr�stimo
ou financiamento.

Minha filha de Istambul fala:
"J� chega da agricultura, papai."

N�o sei o que fazer.

Talvez seja melhor vender
e me livrar disso para sempre.

Quanto voc� est� pedindo?

O terreno n�o cultivado,
entre 130 e 140 mil.

E o com os p�ssegos
iria para uns 160 mil, certo?

- Quantos hectares tem?
- S�o 8,5 hectares.

Puxa!

Hasan, e se eu vendesse para voc�?
O que acha?

Eu bem que gostaria de ajud�-lo,
mas n�o tenho esse dinheiro.

� mesmo?

Quem sabe
chegamos a um entendimento?

Me fa�a uma oferta.

Me diga que valor tem em mente.

Pode falar. N�o se acanhe.

Por que estamos aqui no sol?
Vamos tomar um ch�.

Assim, podemos conversar melhor.
Vamos.

Venha se sentar.

Sente-se.

Ofere�o 60 mil.

- O qu�?
- 60 mil.

De jeito nenhum.

O que est� dizendo?
Est� vendo essas �rvores?

Estou falando
de 8 hectares de terra.

Tem raz�o, Seyfi.

N�o devia
nem considerar essa oferta.

Bem, com certeza ser� vendido,
mais cedo ou mais tarde.

Mas s� pensei
em n�o vender a um estranho.

Certo, mas o que vou fazer
com pessegueiros?

Se comprar o terreno,
terei que remov�-los.

Certo, esque�a os p�ssegos.

Vamos falar sobre o terreno.
Contudo, sua oferta � imposs�vel.

Posso pedir ao meu filho.

Se ele me der 10 mil,
podemos fechar por 70 mil.

Nem pensar.
Suba um pouco mais sua oferta.

N�o posso pagar
mais do que isso.

Escute, Hasan.

Juro que devo 60 mil ao banco.

Eu deveria embolsar
pelo menos 30 mil.

Perderei as terras
da minha fam�lia.

Estou lhe dizendo
que a terra � f�rtil.

Entendo.

Vamos deixar isso para l�.
N�o quero que fique chateado.

Bem...

N�o pode mesmo aumentar
nem um pouquinho?

Veja bem,
eu terei mais despesas,

pesticidas, fertilizantes, mudas,
diesel, trabalhadores.

� um investimento
que envolve um risco.

Gostaria de poder ajud�-lo.
Mas eu entendo o seu lado.

N�o pode subir
mais nem uns 10 mil?

Por voc�,
vou subir para 75 mil.

Pode pagar � vista?

Est� bem, Seyfi.

Prometo pagar � vista.

Neg�cio fechado, ent�o.

- Que lhe traga boa sorte.
- Pra voc� tamb�m.

O que est� acontecendo?

Tome. Pegue um pouco.

Trouxe ovelhas.
Algu�m deu autoriza��o?

Estava vazio mesmo.

Por que eu deveria
pedir autoriza��o?

Venha. Pode se sentar.

- Tire seu rebanho daqui.
- Por qu�? O terreno � seu?

Sim, � meu.

Porra nenhuma.

Como ousa falar assim comigo?

Vou chamar a pol�cia
agora mesmo.

Pode chamar.

N�o atendem, n�o �?

Eles nunca atendem.

Porque n�o podem.

- � porque n�o tem sinal aqui.
- Voc� � maluco?

Depende de quem est� falando.

Volte sempre. Estarei por aqui.

Voc� se candidatou por aqui?

Eu e minha esposa.
O nome dela est� no sistema tamb�m?

Sim, duas pessoas:
Hasan Yilmaz e Emine Yilmaz.

Voc� pediu um quarto duplo.
Vai custar um pouco mais.

- Sabia disso, n�o sabia?
- Quanto �?

S�o 5.500 d�lares por pessoa,
cerca de 30 mil liras por pessoa.

Significa 60 mil liras
para duas pessoas.

N�o pensei que fosse custar tanto.

� por causa do c�mbio.

Quanto seria
em um quarto para 3 ou 4?

N�o pode mudar agora.

O sorteio � feito
para a categoria escolhida.

Imagino que n�o podemos
mais desistir.

Ent�o, est� bem.

Vou iniciar o processo agora.

Voc� e sua esposa
precisam de passaportes.

Podemos completar
o restante mais tarde.

Traga o passaporte semana que vem.
Haver� reuni�es e treinamentos.

- Ser� informado com anteced�ncia.
- Obrigado.

Foi um prazer.
Tenha uma jornada aben�oada.

- Am�m, tenha um bom dia.
- Obrigado.

- Que a paz esteja com voc�.
- Com voc�, tamb�m. Bem-vinda.

Ol�, Hasan.

- Oi.
- Oi.

Como est�? Tudo bem?

Bem. O que � isso?

Um cart�o de cr�dito.
Trouxe para sua esposa.

Ela pediu um?

Sim, ela me pediu para trazer.

- Ela n�o est� em casa?
- N�o.

Minha esposa tem uma conta
no seu banco?

N�o, o cart�o ser� vinculado
� sua conta.

Como um cart�o de cr�dito
conjunto.

Eu tenho um cart�o de cr�dito?

- Voc�, n�o. Mas...
- E ent�o?

Como se emite um cart�o conjunto,
se eu n�o tenho cart�o algum?

N�o preciso
de cart�o conjunto nenhum.

J� estou chateado,
n�o quero falar com voc� agora.

Leve de volta.

A prop�sito, Sr. Hasan,

ca�ram nossos juros
para empr�stimo imobili�rio.

Agora,
temos um plano de 24 meses.

A promo��o do ano passado
continua valendo.

Juro zero na compra
de fertilizantes ou pesticidas.

S� queria lembr�-lo disso.

Feche a porteira com cuidado
ao sair, Halil.

Aumentaram os pre�os dos pesticidas
este ano.

No ano passado,
era 5 liras a menos por saco.

Eu queria comprar adiantado
para o pr�ximo ano.

Mas fiquei sem dinheiro.

Como sabe o que vai acontecer
no ano que vem?

E se os pre�os ca�rem?

� verdade,
mas precisamos ser precavidos.

Conseguiu controlar
a praga nos tomates?

Sim, est� resolvido.

- Foi bem simples.
- Que bom.

- Tenho algo para lhe mostrar.
- O que �?

Tirei uma foto minha hoje,
no est�dio pr�ximo � prefeitura.

Para o passaporte.

� voc� mesmo?

Est� muito bonita.

- Voc� tamb�m precisa tirar.
- Certo, vou tirar.

N�o olhamos os pre�os dos quartos
quando nos inscrevemos.

Os pre�os dispararam,
por causa da alta do d�lar.

N�o sei como vamos
conseguir pagar.

O que quer dizer? N�o entendi.

Os pre�os dos hot�is est�o subindo,
pois a taxa de c�mbio subiu.

Tentei mudar a categoria do quarto,
para reduzir o custo,

mas n�o � poss�vel mudar mais.

S� consigo pagar
metade do valor.

� mesmo?

N�o sabia
que est�vamos sem dinheiro.

Bem, a verdade � essa.

Os tomates n�o renderam muito,
para garantir lucro.

E agora, nossa peregrina��o
est� correndo risco.

Voc� est� de brincadeira?

De jeito nenhum.

Veja o extrato banc�rio.

Voc� insistiu
e eu comprei o terreno de Suyfi.

Me devolva.

Agora, n�o podemos pagar
pela peregrina��o.

E a�?

Cada um deve pagar
pela sua pr�pria peregrina��o.

- Quem disse isso?
- O im�.

Eu n�o tenho que pagar
pela sua peregrina��o.

Est� certo. O im� tem raz�o.
� melhor cada um pagar sua parte.

Minha irm� me aconselhou a concluir
os estudos, mas n�o dei ouvidos.

Do que est� falando?

Eu poderia ter trabalhado,
e juntado meu pr�prio dinheiro.

N�o iria precisar
do seu dinheiro.

Bem, s� estou dizendo
o que seria o mais aconselh�vel.

Voc� ou eu, n�o faz diferen�a,
quando se trata de dinheiro.

Se n�o tiv�ssemos fugido
para casar,

eu teria estudo
e uma profiss�o.

Poderia ter feito
uma faculdade.

Eu a ameacei com uma arma?
Voc� tamb�m queria fugir.

Foi uma burrice da minha parte.

Se eu tivesse seguido
o conselho da minha m�e,

e me casado com Zeynep,
filha de Muhittin,

metade da cidade
seria minha hoje.

Quem ser� que fez burrice?

Preste aten��o
no que est� dizendo.

Eu te amava. Esse foi o motivo.

Eu tamb�m. Sen�o, por que teria
me casado com voc�?

Ent�o, por que o drama?

Eu j� volto.

- O que aconteceu?
- Nada.

Voc� est� bem, Emine?

Est� tudo bem...

Voc� tirou.

O qu�?

Hasan?

Venha, Hasan.

Pare, Hasan, pare.

Para que aquela torre?

Instalaram recentemente.

A rede el�trica
agora passa por aqui.

Voc� n�o me contou.

Me esqueci completamente,
quando saiu a peregrina��o.

Por que colocaram
no terreno de Muzaffer?

N�o sei.
Acho que foi a decis�o deles.

N�o disse a eles que deveriam
colocar aqui?

Por que faria isso?

Deveria agradecer
por n�o terem colocado aqui.

Cortaram aquela �rvore enorme.

Dizem que Muzaffer
est� muito doente, Hasan.

Isso � fofoca. N�o d� ouvidos.

N�o sei.

Supostamente, � c�ncer.

C�ncer?

Assine aqui, por favor.

- Onde?
- Aqui.

- Deus os aben�oe.
- Obrigada, filho.

Precisamos fazer
mais alguma coisa?

O procedimento aqui
est� conclu�do.

Agora, precisam come�ar
a se preparar.

Precisamos comprar
alguma coisa?

N�o, n�s providenciaremos tudo.

Podem retirar suas coisas
no fim do corredor.

Devem se preparar espiritualmente
para esta jornada.

Somos humanos. Podemos pecar,
intencionalmente, ou n�o.

N�o embarquem se tiverem
se aproveitado de algu�m.

Se precisarem se retratar
com algu�m, fa�am isso.

Haver� tamb�m um treinamento
sobre os ritos da peregrina��o.

Voc�s ser�o informados.

Vou dar a voc�s
estes manuais e brochuras.

Eles t�m as informa��es detalhadas.
Aqui est�o.

Tenham uma jornada aben�oada.

Com licen�a.

- Tenha um �timo dia.
- �timo dia.

N�o devo nada a ningu�m,
gra�as a Deus.

Gra�as a Deus.

Voc� deve?

N�o.

N�o tenho nenhuma d�vida.

Me avise se tiver, para pagarmos.
Olhe se n�o esquecemos de nada.

N�o, n�o. N�o tenho nenhuma.

Mas devemos pedir b�n��os
de vizinhos e coisas assim.

N�o estamos nos esquecendo
de nada?

Vamos pedir, sim.

Tamb�m devemos ir pedir
o perd�o das pessoas.

Por qu�?

Pelo que houve com Berdush,
por exemplo.

O que houve com Berdush?

Eu sei o que aconteceu, Hasan.

Eu sei de tudo.

Ol�, Hasan.

Como vai? N�o tinha visto voc�
l� dentro. Deus o aben�oe.

- Deus o aben�oe.
- Uma �tima sexta-feira.

Senti sua falta.

Tamb�m senti a sua.

Faz tempo
que n�o consigo vir aqui.

- Estou muito envergonhado.
- Por qu�?

Tempos atr�s
comprei um par de botas.

Estava procurando algo no arm�rio,
quando vi as botas.

Quando comprei,
eu n�o tinha o dinheiro todo,

e voc� me disse
que eu poderia pagar depois.

Mas eu me esqueci.

- Quero lhe pagar agora.
- N�o se preocupe com isso.

Eu devo ter lhe dado
de presente.

De jeito nenhum.
Por favor, aceite, e me perdoe.

Esquecido e perdoado.
Mas n�o precisava mesmo.

Est� bem. Eu devia ter pagado.

Eu e minha esposa
faremos a peregrina��o.

� mesmo?

- Que Deus aceite suas a��es.
- Obrigado.

Tentamos h� 3 anos,
quando nos inscrevemos.

Este ano, tivemos sorte.

Ainda n�o tivemos
a chance de nos inscrevermos.

- Por que n�o?
- N�o sei.

Cirurgia no joelho da Ayse,
casamento da filha, carro do filho.

� o kismet.

Se Deus quiser, voc�s tamb�m far�o
um dia.

Inshallah! Inshallah!

- Voc� cal�a 44, n�o �?
- Nada disso. Nem pense nisso.

Por que n�o?

J� estou envergonhado
por causa da outra vez.

- Vou ficar envergonhado de novo.
- Est� tudo bem.

Afinal, voc� vai fazer
uma jornada aben�oada.

Quem sabe
eu tamb�m seja aben�oado por isso.

- O que acha?
- S�o muito bons,

- mas estou com vergonha.
- Pare com isso.

Tome.

Deus lhe aben�oe, irm�o.
Deus lhe aben�oe.

- Que Deus receba suas a��es.
- Am�m.

A prop�sito...
Reze por n�s tamb�m.

Rezarei, irm�o. Pode ter certeza.
Muito obrigado.

Tenha uma boa viagem.

Hasan, eu n�o queria falar,
mas agora vou falar.

- N�o fale nada.
- Eu vou falar, sim.

Voc� vai pedir a b�n��o
a seu irm�o, n�o vai?

N�o tenho que pedir
a b�n��o dele para nada.

Ele n�o fala comigo h� 20 anos.

Mesmo assim!
A culpa � de voc�s dois.

N�o importa o motivo.
J� passou.

Voc� deveria ir fazer as pazes,
pedir a b�n��o dele.

O resto � com ele.

Eu n�o fiz nada de errado.
Foi ele quem parou de falar comigo.

Foi o juiz quem decidiu
a partilha da heran�a.

Muzaffer n�o gostou da decis�o.

- N�s tomamos a casa ou as terras?
- Claro que n�o.

Foi a decis�o do tribunal.

Por que eu deveria ir pedir b�n��o?
N�o devo nada a ele.

Seja como for, voc�s s�o irm�os,
isso � um v�nculo.

Ele aceitou o lote dele?

Eu contei a ele sobre a decis�o
do tribunal, e me retirei.

Voc� j� se esqueceu?

Ele quis me tomar a casa,
o pomar e o terreno,

e me deixar s� com o est�bulo.

O tribunal fez a divis�o por igual,
e ficou decidido.

Ningu�m tem que reclamar agora.

Ele � quem deveria
estar pedindo a minha b�n��o.

Est� me irritando com esse assunto
t�o cedo, Emine.

Voc� procurou o sapateiro Ismael,
e n�o procura o pr�prio irm�o.

Devia ter vergonha.

Como sabe aonde eu fui?

Se est� procurando suas cal�as,
eu coloquei para lavar.

Se bisbilhotar nos meus pap�is
mais uma vez, vai ver s�.

- E da�?
- "E da�?"

N�o consegui dormir.

Por que se levantou?

Eu acordei,

e quis saber onde voc� estava.

O que est� escrevendo?

Nada.

Uma lista de provid�ncias.

Sen�o, eu me esque�o.

Segundo o dicion�rio,

tavaf significa
circular em torno de algo.

No contexto isl�mico,

significa circular
em torno do Kaba.

A partir de Hajar al-Aswad,

ao fazer um c�rculo completo,
tem-se um shaft.

Sete shafts
formam um tavaf.

Ao fazer um tavaf,
devem reconhecer

que tudo circula
ao redor de algo

neste mundo c�smico
do qual fazem parte.

Sempre que passarem
por Hajar al-Aswad,

devem levantar a m�o direita
e dizer "Bismillahi Allahu Akbar".

� nossa sauda��o
a Hajar al-Aswad.

Agora, comecemos o tavaf.

Quem estiver passando
por Hajar al-Aswad,

levante a m�o e diga:

"Bismillahi Allahu Akbar".

Faremos isso a cada volta.

A cada volta,
ao passarem por Hajar al-Aswad,

levantem a m�o e digam:
"Bismillahi Allahu Akbar".

Fazemos nossa sauda��o,
e, ent�o, abaixamos a m�o.

Kadir. Kadir.

- Como posso ajudar?
- Ol�.

Ol�.

Sou do mercado atacadista
de Istambul.

Parei para checar
a planta��o.

- � o encarregado?
- Sou.

Onde est� o dono?

- Logo ali.
- Aquele cavalheiro?

- Isso mesmo.
- Certo.

Ol�, Sr. Hasan.

Sou Kerim.
Do atacadista de Istambul.

Frutas & Legumes Frescos.
Como vai?

- Seja bem-vindo.
- Obrigado.

- Bem-vindo.
- Obrigado.

Tem uma �tima planta��o.

Quais s�o seus pre�os?

- Por engradado?
- Isso.

Cinco, o engradado.

O que est� dizendo, Sr. Hasan?
� muito caro. Imposs�vel.

Quanto oferece?

Dois, o engradado.

Ent�o, nem vamos perder tempo.

Sua oferta s� faria sentido
se fosse produto para exporta��o.

Mas n�o �. N�o vale isso tudo.

Por que n�o seria para exporta��o?
Qual o problema dos meus tomates?

O uso de pesticidas.

N�o se encaixa
nos padr�es europeus.

Estive examinando.

Veja. Cheire, voc� mesmo.

A Uni�o Europeia
n�o aceita produtos

com res�duo de pesticida.

Eles devolvem toda a produ��o.

Sr. Kerim, sabe que compramos
pesticidas da Europa.

Certo, mas esses tomates s� podem
ser vendidos aqui no pa�s.

Posso pagar no m�ximo 2,25.

- N�o, minha oferta final � 3.
- Isso � muito. N�o d�.

N�o � vi�vel.
Vale 2,25 e nada mais.

Investimos muito nessa opera��o.

Aqui est� meu cart�o.

Se mudar de ideia,
nosso caminh�o est� logo ali.

Podemos retirar em tr�s horas,
e todo mundo fica feliz.

Certo?

- O pre�o final � 3.
- N�o, 2,25.

Me chame, caso mude de ideia.

- Obrigado, tenha um bom dia.
- Obrigado.

Ano passado, mal conseguimos vender
por uma lira. Por que n�o aceitou?

Cuide da sua vida.

Quem � ele?

- Foi voc� que o chamou?
- Eu, n�o.

Ele viu a planta��o,
enquanto passava de carro.

Ent�o, volte ao trabalho.
Abaixo dos padr�es europeus?

Quem produz esses pesticidas?

Est� escrito: "fabrica��o alem�".
Em letras garrafais em cada frasco.

Agora, v�m dizer que n�o est�o
nos padr�es europeus.

E voc�, volte ao trabalho.

- Ol�, Naim.
- Ol�, Hasan.

Ol�, homem. Venha aqui.

Sente-se aqui.

- Deus te aben�oe.
- Muito obrigado.

- Tome.
- Obrigado.

O que se passa? Algum problema?
O que o traz aqui?

Vi o caminh�o,
e parei para saber das novidades.

Colheita precoce, n�o?

Pois �, vendi todos os tomates,
estou cheio disso.

- Exporta��o ou mercado local?
- Mercado local.

Se n�o se importa em dizer,
qual foi seu pre�o?

Naim...

Sabe por que estou perguntando?

Hoje, me apareceu
um comerciante de Istambul.

Qual era mesmo o nome...

Aqui. Frutas & Legumes Frescos.

Ele quis saber
sobre meus tomates.

Eu disse a ele

que ainda n�o est� na �poca.
Ele insistiu.

Ano passado, vendemos por um
o engradado, e nos arrependemos.

� por isso
que estou perguntando.

Vendi a ele tamb�m.

N�o se preocupe. A faixa de pre�o
este ano est� melhor.

Comecei a negociar por 3,
e acabei vendendo por 1,75.

- � o seu tomate?
- �.

Tome.

� um bom produto.

- Deus te aben�oe.
- Obrigado.

N�o perca tempo. Dizem que teremos
muito tomate este ano.

Os pre�os caem
quando chega o calor.

- Preciso ir.
- Est� bem.

- Se lembra do meu amigo Turgut?
- Me lembro, sim.

- Ele continua na vila de Celtik?
- Continua.

Por que quer saber?

Quero falar um assunto com ele.

- Nos vemos por a�.
- At� mais.

Obrigado pela visita.

Voc� de novo?
N�o d� um descanso?

N�o, sem descanso.

� mais f�cil
dar uma tr�gua a si mesmo.

O que houve?

Sabe onde mora Turgut?

Passando a ponte,
vai ver um carvalho.

Ele estar� nessa cafeteria,
esperando por voc�.

Esperando por mim?

N�o se esque�a de rezar por mim
em Meca.

Que a paz esteja com voc�.

O que est� fazendo aqui?

� assim que trata uma visita?

Estou lhe tratando
do jeito que me tratou.

O que mais voc� quer de mim?

Vim para saber como voc� est�.

Mas o que o traz aqui?

Voc� n�o d� ponto sem n�.

Est� bem.

Escute, n�s dois erramos.

Onde eu errei?
Voc� me caluniou.

Trabalhei para voc� sem descanso,
e o que ganhei com isso?

Voc� me acusou de roubo.

Se eu soubesse a verdade,
n�o teria feito aquilo. Eu errei.

Trabalhei anos com voc�.
Eu e minha fam�lia.

N�o sabe
que eu jamais faria isso?

Envergonhou nossa fam�lia,
por uns trocados em fertilizantes.

O vendedor nos entregou
menos do que pagamos.

Mas voc� nem quis me ouvir.

� por isso que estou aqui.

Tarde demais.

Tarde demais.
J� se passaram cinco anos.

Agora, n�o importa mais.

Daqui para a frente,
cabe a Deus decidir.

Turgut...

Eu vim pedir sua b�n��o.

Vou fazer a peregrina��o.

Ora, veja...

Vai se tornar um peregrino?

Que beleza!

Pode fazer a peregrina��o,
e voltar com essa cara de pau.

Mas eu jamais me esquecerei
do que voc� fez conosco.

Deixe de ingratid�o.

Gra�as a mim, voc� conseguiu
comprar sua pr�pria terra.

Todo mundo sabe disso.

Eu o ajudei muito.
N�o se esque�a.

Voc� n�o mudou nada, Hasan.

Sempre pisando nos outros.

- Mas o que diz n�o � verdade.
- Devia se envergonhar.

Voc� acha que foi generoso,

e que me ajudou.

Quer parecer esse tipo de pessoa,

que ajuda os outros.

Quer ser considerado
um homem bom perante os outros.

Mas, quando v� que um dos homens
que voc� ajudou,

economizou cada centavo
do seu trabalho suado,

e comprou um lote de terra
no vilarejo,

n�o v� motivo para compaix�o,

e prefere cham�-lo de ladr�o.

V� embora daqui.

Eu lhe dou minha b�n��o,
mas o assunto n�o acaba aqui.

S� Deus pode perdoar
seu pecado.

- Vamos amarrar com o cord�o.
- Certo.

- Segure firme.
- Tudo bem.

Eu posso ir, tamb�m?

N�o � preciso.

� melhor que eu v� sozinho.

Diga a eles
que mandei lembran�as.

Que a paz esteja com voc�,
tamb�m.

Muzaffer.

Muzaffer.

Hasan.

O que o traz aqui?

Trouxe ma��s para voc�s.

Aconteceu alguma coisa?
Voc� est� bem?

Sim, estamos todos bem.

Como voc�s est�o?

Estamos indo.
Por que est� aqui?

Meu irm�o est� em casa?

Estava aqui nesse minuto.
Deve ter ido ao quintal.

Faremos a peregrina��o
na pr�xima semana.

Ficamos sabendo.
Estou feliz por voc�s.

Como est� Emine? E as crian�as?

Todos bem, gra�as a Deus.

Por que Emine n�o veio?

Ela est� se preparando
para a viagem.

Planeja passar aqui
antes de partirmos.

N�o precisava ter se preocupado.

Deixe que eu levo isso
para o meu irm�o.

Irm�o...
Que a paz esteja com voc�.

Como vai? Est� tudo bem?

O que est� fazendo aqui?
O que voc� quer?

Vim ver voc�, irm�o.

Quem � voc�?

Sou Hasan.
N�o est� me reconhecendo?

Hasan, o que te trouxe aqui?

Meu Deus.

Deus do c�u. Veja s�.

Deus do c�u.

Veja s�!
Hasan, meu amigo do ex�rcito,

veio me visitar.

- N�o, irm�o. N�o sou do ex�rcito.
- H� quanto tempo, Hasan.

Mas voc� n�o mudou nada.

Como vai? Voc� est� bem?

Estou bem, irm�o.

Venha comigo, vou lhe mostrar.

Ele n�o me reconhece mesmo?

Ele est� piorando.
�s vezes, nem nos reconhece.

H� quanto tempo est� assim?

J� faz dois anos.

Venha, meu amigo.
Quero lhe mostrar uma coisa.

Estamos indo a Kizilcakaya,
irm�o?

Como sabe sobre esse lugar?

N�s brinc�vamos de ca�ar l�.
Voc� se lembra?

Sub�amos na �rvore pra pegar galhos
e fazer estilingues.

Irm�o...

Vim pedir sua b�n��o.

B�n��o de quem?

Sua b�n��o.

Farei a peregrina��o.

Quem � voc� mesmo?
N�o sei quem � voc�.

Sou o seu irm�o, Hasan.

Hasan.

O que est� procurando, irm�o?

Bem aqui, havia uma �rvore,
que foi plantada pelo meu av�.

Aquela �rvore
ficava em outro lugar.

Onde estamos?

Por que est� chorando,
meu amigo?

N�o chore.

N�o vale a pena.

N�o vale.

O COMPROMISSO DE HASAN

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