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[música de piano tocando]

[María] Eu vi o que meu
pai fez com minha mãe.

Muitas vezes pensei que ele

só queria bater nela e matá-la.

O alvo principal era sua cabeça.

Hum, e cabeças--

você não consegue ver
os hematomas porque

tem todo esse cabelo,
ou pode usar chapéu.

Eu apresentei em uma
conferência sobre concussões...

diante de especialistas
em esportes de contato e

militares, mas especificamente
em esportes de contato

e olhando para a
questão da concussão

e da encefalopatia
traumática crônica.

[homem] Encefalopatia
traumática crônica, CTE.

Doença cerebral
degenerativa causada

por traumatismo
craniano repetitivo.

Uma espécie de ricochete
tremendo ou lesão

em chicotada no
cérebro dentro do crânio.

O que eu queria apresentar

ao campo é que olhássemos

a correlação entre
violência doméstica

e, hum, lesão
cerebral traumática.

Acredito que isto seja
uma epidemia de saúde

silenciosa que afecta
milhões de mulheres,

crianças e homens.

Eu tenho essa...
essa história pessoal

com-- com violência doméstica,

e nunca quis falar com
ninguém sobre isso.

Sou um dos 75%, até 75%

das pessoas que são impactadas

pela violência doméstica
nunca fale sobre isso.

Então, todas as estatísticas que

você ouve sobre
violência doméstica,

baseia-se apenas nas poucas

pessoas que procuram serviços.

E a única maneira que pensei

Eu poderia chamar a
atenção das pessoas

se revelasse minha
luta com minha mãe.

[Ann] Olá, como você está?

[entrevistador] Ótimo.
Como vai?

[Ann] Estou bem.

[entrevistador] Muito
obrigado por fazer isso

hoje e muito obrigado
por nos enviar um Skype,

e temos Julio e
María Garay aqui,

uh, estou pronto para falar com
você sobre as... as descobertas.

[Maria] Prazer em conhecê-la.

[Ann] Sim, é um
prazer conhecê-la.

Conte-me um pouco
sobre a história,

Eu não sei tanto
quanto outras pessoas.

A gravidade dos
ferimentos, talvez o...

a-- a frequência.

Uh, ela já foi hospitalizada
por trauma cerebral?

Aquele tipo de coisa.

Tive que me apressar e voltar
para casa porque ele poderia

ficar bravo ou pensar que eu
estava saindo com outra pessoa.

[Lautrina] Eu disse algo que
ele não gostou, e a próxima

coisa que você sabe, eu
estava cobrindo minha cabeça.

[Deidre] E ela diz: “Porque

meu pai vai vir matar minha mãe.

Eu não quero ir para a cama."

Uh, o abuso
aconteceria diariamente.

Sempre foi apontado
para minha cabeça.

[Rebecca] Metade de
mim estava pensando,

"Oh, meu Deus,
este vai ser o último?"

E a outra metade de
mim estava pensando,

"Espero que seja, espero
que ele termine agora."

[Vanessa] Meu
agressor tentou colocar

minha cabeça
pela janela do carro.

Acabei sendo diagnosticado
com uma concussão grave.

Eu tinha 19 anos, quero dizer.

- [entrevistador] Quantos anos ele tinha?
- Ele tinha 22 anos.

Sim, ele é alguns
anos mais velho que eu.

[entrevistador] Você
é o sobrevivente

mais jovem que entrevistamos.

Essa palavra
sobrevivente é estranha.

Nunca fui chamado assim.

Essa é uma palavra tão poderosa.
Isso é louco.

Não há razão para acreditar

que o golpe que uma mulher leva

durante um episódio de

violência doméstica
será diferente

ou algo menos significativo
para seu cérebro do

que o golpe que um
boxeador leva no ringue...

que um jogador de
hóquei entra na pista...

ou que um jogador de futebol
pode experimentar em campo.

Nosso cérebro é
uma estrutura física.

Você continua
batendo e batendo e

batendo, eventualmente,
você sabe,

isso levará a danos acumulados.

♪

[Eva] Ninguém jamais escolheria
ter violência em sua vida.

Quer eles estejam

recebendo ou dando ou não.

[Jeannine] Há
danos irrevogáveis.

Pessoas são mortas, mães são

perdidas, crianças
crescem sem os pais.

A violência entre parceiros
íntimos é galopante.

E em... temos um país
relativamente seguro.

Em alguns países, está perto dos

70%, onde é realmente permitido

abusar de sua esposa
ou de seu parceiro.

Não é contra a lei.

Apenas pelos números, se

você não conhece alguém

que foi vítima de violência
por parceiro íntimo,

Eu ficaria chocado.

A maioria das pessoas
conhece pelo menos

uma pessoa, mesmo
que não a conheça.

É muito estigmatizante,
por isso as mulheres

não vão necessariamente
deixar você saber disso.

Mas você provavelmente
tem uma colega de

trabalho, talvez uma
filha, talvez uma mãe,

talvez um colega.

[Jeannine] Se você somar as

crianças que estão
testemunhando isso,

poderíamos projetar que
metade de todas as pessoas

na nossa cultura é
afetada por esta violência.

De onde vem a violência?

Eu diria que vem
da família de origem,

do lar, é aqui que
a gente aprende,

certo, como ser.

[música dramática tocando]

A-- a verdade é que as mulheres
estarão em relacionamentos

onde eles estão tendo a cabeça
esmagada contra as paredes.

Eles - eles podem ser
mantidos em suas casas

onde não estão autorizados a
sair em determinados horários.

Eles são espancados, você sabe,
semanalmente, potencialmente.

Hum, eles são ameaçados,
eles são, você sabe, informados,

"Se você tentar me
deixar, vou cortá-lo e

espalhar partes do
seu corpo na floresta."

ou, você sabe, jogue-os
no oceano ou algo assim.

Eu ouvi essas
coisas, infelizmente,

Eu não inventei essas coisas.

Mulheres que estão em
situações de violência pelo

parceiro sofrem concussões
e lesões cerebrais traumáticas.

Gosto de usar a palavra
"lesões cerebrais traumáticas"

muitas vezes, em parte,
porque penso que é realmente

o que é, a concussão
quase minimiza o que é.

Especialmente no contexto de

lesões cerebrais
traumáticas repetitivas,

que é o que a maioria
dessas mulheres

de quem estou falando
estão sustentando.

Taxas tão altas quanto,
você sabe, 80%, facilmente,

estão sofrendo pelo
menos uma concussão.

E então, na minha pesquisa,
encontrei taxas de, tipo,

50% ou mais sofrendo

concussões repetitivas.

Ou lesões cerebrais traumáticas,
lesões cerebrais traumáticas leves.

E se uma mulher
apanhar todos os dias?

Bata na cabeça, no rosto.

Jogado contra a parede.

Suas cabeças ficam assim.

Algumas vezes por dia.

Dia após dia durante um
longo período de tempo.

Se esses golpes repetitivos
continuarem acontecendo...

então nosso
conhecimento atual é que

isso pode levar, em
algumas pessoas,

para problemas de longo prazo.

Incluindo uma doença
cerebral chamada

encefalopatia traumática
crônica, ou CTE.

Eu sou filho de traumas.

Eu nasci em meio a um trauma.

Eu nunca iria escapar impune.

E morrerei sendo
filho de um trauma.

E é difícil falar sobre
isso porque fico com

muita raiva de mim
mesmo por ser tão estúpido

e por não conseguir
ver os sinais.

E a maior parte é por não

conseguir proteger meus filhos.

Eu não tinha ideia disso--

Eu não fazia ideia.

Comecei a namorar o
pai de Anthony e Raylene

quando estava no último
ano do ensino médio

ele foi meu primeiro
namorado, meu primeiro tudo.

Ele parecia tão pé no

chão, doce, gentil e gentil.

Todo o abuso físico
começou quando eu...

quando engravidei.

Parecia que quanto
maior eu ficava,

mais avançada eu
estava na minha gravidez,

quanto mais a luta física.

O que ele fazia na maioria
das vezes era me sufocar.

Me sufocasse e então ele
bateria minha cabeça no chão.

Ou ele batia minha
cabeça na geladeira.

A coisa dele era me
jogar contra a parede

pela cabeça, segurando
minha garganta.

Eu sabia que a violência era

ruim e sabia que era errado,

mas eu não sabia o que
fazer naquele momento.

Eu não sabia--

Eu não sabia a quem recorrer.

Posso olhar para trás e dizer

muitos dos problemas que tenho

são por causa de tanto trauma.

Cerca de seis meses
depois do Anthony nascer,

ele tinha seis meses,
eu estava no banho...

e eu tinha Anthony em
meus braços, e estava

apenas dando a ele uma
ducha rápida e um banho.

E eu chamei o pai dele e disse:

"Você pode vir buscar o bebê
para que eu possa terminar?"

E então ele vai embora
com Anthony nos

braços, e enquanto
fecho a porta do chuveiro,

Eu ouço, tipo, um [indistinto].

E então eu pergunto:
"O bebê está bem?"

Ele fica tipo, “Oh,
o bebê está bem”.

Eu fico tipo, 'Por que
ele está chorando?'

Ele fica tipo, “Oh,
porque ele não gosta

quando estou vestindo
suas, hum, roupas”.

E então, hum, você sabe,
esse foi o fim de tudo.

E colocamos Anthony para dormir.

E então, depois de sua
soneca, eu me aproximo,

e ele está...
ele simplesmente está com uma febre insana.

Ele estava irritado,

chorava, estava com febre.

Eu não consegui consolá-lo.

E então fomos ao Pomona
Valley Medical Center...

- [sirene de ambulância toca]
- [paramédicos conversam no rádio]

...e eles acabaram chamando
um neurologista porque

estavam preocupados que a
febre dele estivesse tão alta

que isso pode causar
danos cerebrais.

Hum, tudo isso está acontecendo

em minutos, ao mesmo tempo.

E finalmente o neurologista
aparece e diz, hum,

"Devo avisar que preciso ligar

para o departamento de polícia,

e tenho que ligar para o Serviço

Infantil e fazer uma denúncia."

E eu... eu não...
eu não entendo, tipo,

do que se trata.

E ele disse, uh, "Fizemos a tomografia
computadorizada do seu filho...

e ele tem múltiplas
fraturas cranianas."

Eles fizeram uma punção lombar.

Na punção lombar, havia sangue.

E - e é isso que
estava indicando,

hum, que ele teve uma
hemorragia cerebral.

[Anthony funga]

E, hum...

eu entrei nisso...

modo de desligamento.

E eu simplesmente fiz
tudo o que eles me disseram.

Eu não entendia a gravidade da

situação, mas
sabia que era ruim.

E então Anthony
foi hospitalizado...

e a polícia foi chamada...

e eles perguntaram
ao pai de Anthony,

você sabe, "Você
fez exame físico -

você foi a última pessoa
que o segurou fisicamente."

E ele disse: “Bem,
eu não fiz nada”.

E então ele muda sua história

e diz: "Bem, eu peguei Anthony,

e eu estava saindo
do chuveiro, tropecei

no fio do telefone
e caí em cima dele,

e provavelmente foi assim
que ele se machucou."

E eles simplesmente
vieram e disseram,

hum, você sabe,
"Vamos hospitalizá-lo,

vamos admiti-lo.

Precisamos, hum, liberar um

pouco da pressão em seu crânio."

Porque eles estavam, novamente,

preocupados com a hemorragia.

Hum, eles inserem uma

agulha em seu frontal,

e drenavam o excesso
de líquido, e estava

sempre cheio de líquido
cerebral, com sangue.

Anthony acabou ficando no

hospital por cerca
de dois meses.

Ele foi preso por
crime de abuso infantil.

Ele deveria pegar dez anos.

Mas como ele não
tinha antecedentes,

eles negociaram para cinco.

E no estado da Califórnia você
não trabalha todo o seu tempo.

Então, no final, ele
cumpriu dois anos e meio.

Dois anos e meio.

Eles vivem isso todos os dias.

Dois anos e meio...

é um insulto.

[David] O cérebro é
um órgão mole que

se move dentro de um
crânio ósseo e rígido.

Na verdade, não precisa
haver uma pancada na cabeça.

Alguém que é
sufocado, espancado ou

sacudido, desde que
o cérebro se mova,

bastante violentamente.

Não precisa nem
envolver os ombros

ou a cabeça, então
mesmo uma queda,

contanto que a força
seja transmitida ao

cérebro, isso pode
causar uma lesão cerebral.

[Douglas] O cérebro normalmente
pode se movimentar durante

as atividades diárias, e se
você se sentar rapidamente,

seu cérebro balança
como um molde de gelatina.

E tudo bem, porque
as fibras nervosas

do cérebro podem
se esticar bastante.

Então, todo mundo
conhece Silly Putty, eu acho,

e é - é um material
realmente único.

E se eu pegar o Silly
Putty e esticá-lo, como

todo mundo sabe, ele
se estica facilmente,

apenas alongamentos e alongamentos.

Mas se eu pegar o mesmo material

e aplicar um
alongamento bem rápido,

é aí que tudo muda, quebra.

Não é o quanto
eu o estiquei, mas

sim a rapidez
com que o estiquei.

As mulheres não só têm o
mesmo tipo de rede neural

como um homem - como os homens têm,

mas pode até ser mais
complexo do que um homem.

Mas seus cérebros são menores.

E talvez a evolução
tenha projetado um

cérebro feminino
para ter a mesma rede,

e para compensar o tamanho,
produziu fibras nervosas menores.

Tivemos um estudo recentemente
onde pegamos neurônios

humanos, neurônios
masculinos e neurônios femininos,

e aplicamos o mesmo
tipo de alongamento

rápido que você faz
em uma concussão.

E descobrimos que
mais eletricidade estava

sendo desligada nos
axônios femininos.

Esta pode ser uma explicação, tenho
certeza de que há muitas outras, para o

motivo pelo qual as mulheres poderiam
ter um resultado pior do que os homens.

dado o mesmo tipo
de impacto na cabeça.

[música perturbadora tocando]

[Allie] Acho que as pessoas
muitas vezes pensam

nisso como algo que
acontece com outras pessoas,

ou acontece lá.

Na verdade, ainda é uma
epidemia silenciosa que

nem todos estão cientes
de quão difundida é,

e que uma em cada
quatro mulheres e um em

cada sete homens
sofrerão violência doméstica

em sua vida.

É uma questão muito
significativa, mais

significativa até do
que o cancro da mama,

mas não é algo
que, você sabe, seja

falado com o mesmo
nível de compreensão

como-- como essa questão.

Isso acontece em
todas as esferas

da vida e em todos os bairros.

Não importa, uh, onde está.

E quando você pensa, isso
nunca pode acontecer com

você, que é o que eu pensava
quando era mais jovem,

Achei que algo nunca
aconteceria comigo

e disse: “Um homem
nunca me bateria”.

E isso acontece.

Todo mundo pensa
que a violência doméstica

acontece em algum lugar
ali e não no meu quintal.

[Eva] Estas são pessoas
que não são como eu,

Eu não conheço ninguém assim.

[Erin] Não está na minha
casa, não são meus amigos.

[Patricia Klahr] Amigos
seus, amigos meus.

Com qualquer coisa na
sociedade que não seja

confortável, as pessoas
prefeririam, eu acho,

as pessoas preferem,

"Bem, isso está
acontecendo aqui e não aqui."

Mas a verdade é que é.

Há muitas mulheres
que são muito ricas.

Hum, ou, você sabe,
têm empregos muito

bons, e, você sabe,
também há as mulheres

quem são, você sabe, quem--

que podem não ter emprego,
que são muito pobres.

Principalmente com adolescentes
que passam por abusos.

Nós tendemos a ignorá-los.

Não seguimos, não
perguntamos, não

tratamos, não
separamos, não intervimos.

A culpa é sempre da vítima.

Ela estava fazendo
isso, ela disse aquilo,

ela não chegou em
casa na hora certa,

você sabe, qualquer que seja o
motivo que ele possa imaginar,

certamente não foi culpa
dele ter descontado nela.

Conheço outras mulheres que

sofreram violência doméstica?

Centenas. Pessoalmente, centenas.

Muitas vezes o... o sobrevivente
ou a vítima é apontado,

o dedo é apontado para eles como
se estivessem fazendo algo errado.

Ela deveria ter ido embora.

Ou ela... o que ela fez
para deixá-lo com raiva?

Quer dizer, eu ia
trabalhar todos os dias,

encobri os hematomas
e não contei a ninguém.

Ele... ele explodiu,
sim, ele iria de zero a 60.

Apenas os horários mais aleatórios
para as coisas mais aleatórias.

Eu literalmente estava
pensando ou isso vai ser

o último golpe ou...
ou espero que seja,

Espero que ele acabe comigo.

Essa foi a única maneira
que consegui pensar...

de sair de tudo.

É a vergonha, é a culpa,

a culpa de “Qual...
qual foi a minha parte?

E o que eu fiz, o que deveria

ter feito, o que
poderia ter feito?"

E então só a vergonha
de estar nessa situação

e permitir que essas
coisas aconteçam com você

e não ser capaz de sair.

Nunca recebi a história
completa da minha mãe,

ela apenas me disse que
eu era um pouco diferente.

Porque...

com base nos
ferimentos que sofri.

Como você chamaria isso?

Eu desligaria.

[Anthony funga]

Durante a aula, se algo
não saiu do meu jeito...

Eu desligaria imediatamente.

Infligir dor a mim mesmo.

[funga]

Corra em volta...

a ponto de eu
pensar que [indistinto].

Use meu punho e
me bata na cabeça...

perfurar paredes.

Basicamente, infligir
danos a mim mesmo

porque não sabia
como me recompor,

Eu não sabia como me controlar.

E a maneira como posso me
auto-regular, se você quiser...

era dar um soco e causar
dor em mim mesmo.

[funga]

[funga]

E minha mãe me
explicou que é por

causa da lesão
que sofri no cérebro.

[música de piano lenta tocando]

[María] Minha mãe era linda.

Terna, atenciosa, uma mulher

amorosa que sacrificou tudo

e qualquer coisa para
ela - para seu marido,

em primeiro lugar.

Meu pai era a vida dela.

Hum, o único homem em sua
vida com quem ela namorou,

ela se casou, você sabe, com
o homem que ela conheceu,

e ela o amou para sempre.

Mas, infelizmente, a maioria das

minhas memórias
sobre o relacionamento

era sobre a violência
e o abuso, uh...

a raiva, a raiva, hum,

as palavras horríveis.

Era... era uma zona
de batalha, e eu...

essa é a melhor maneira
que posso descrevê-lo.

Quero dizer, a
primeira vez que eu...

Eu vi o primeiro--

que eu me lembre, o
primeiro episódio violento--

porque eu sabia que havia mais.

Mas, hum, aos quatro
anos de idade, isso é...

meu mundo mudou para sempre.

Seria literalmente
por horas, às vezes

cinco, seis horas,
onde houvesse...

gritos verbais, humilhação,
empurrões, empurrões.

Ele iria...

pegue-a pelos cabelos...

e arraste-a pelo gramado.

E às vezes ele fazia isso
com tanta força que ele fazia,

você sabe, arranque
o cabelo dela e...

e ele enfiava na boca dela.

Ela sofreu pouco mais

de 40 anos de violência,

hum, violência horrível
durante toda a sua vida.

[Robert A.
Stern] Então, se você acertar um.

Uma concussão com sintomas.

E você não terá um
por mais alguns meses.

Aquela recuperação natural...

tipo de processo
provavelmente fez seu trabalho.

Mas se você for
atingido no dia seguinte...

ainda não terminou o seu
trabalho e mais respostas

dessa natureza estão a
chegar em seu socorro.

E então você é atingido
no dia seguinte, e

mais pessoas estão
vindo para o resgate,

e fica sobrecarregado.

E em vez de fazer coisas boas,

isso se transforma
em um pesadelo.

Então, em vez de eliminar

as coisas ruins, a inflamação...

pode levar a uma maior probabilidade
de desenvolvimento de problemas.

Então, é tão
importante para qualquer

pessoa, seja
jogador de futebol...

ou vítima de violência
doméstica, entender

que você é agredido
regularmente...

mesmo que você não tenha sintomas...

que pode ser o gatilho para
esta doença devastadora.

[Deidre] Depois
que engravidei, foi

como se eu tivesse
virado propriedade.

E não sei por que
ficou tão grave naquele

momento, mas antes era
como se ele se segurasse.

Mas depois que

engravidei, foi muito difícil.

Eu digo frequentemente, em qualquer lugar de...

dois...

para-- para-- três
vezes por semana.

Ele estava me batendo.

Ele apenas agarrou
meu rosto e então...

tipo, me puxou para
baixo, tipo, bem rápido

e depois me deu uma
joelhada com muita força.

Mais de 70 vezes isso...

Ou fui atingido na cabeça ou

bati minha cabeça nas paredes,

hum, bateu no chão.

Eu tive um, ah,

agressor que realmente
fechou minha cabeça -

bati minha cabeça
na porta de um carro.

Me segurou pelos
cabelos e me manteve ali

e continuou fechando
a porta na minha cara.

Estamos voltando para o

estacionamento e ele
acabou de me atacar.

E, uh, ele começou a bater

minha cabeça no capô do carro.

Não sei se vi estrelas,
provavelmente vi,

mas lembro-me da
dor que isso causou,

que houve uma dor aguda que--

isso estava lá sempre
com o estrondo,

parecia combinar
toda vez que eu caía.

Como ele disse, usando minha
cabeça como bola de demolição.

Ele havia colocado -

coloquei um joelho entre minhas

omoplatas e puxei
meus braços para trás

e estava batendo minha
cabeça usando os braços no chão.

Ele batia minha cabeça na parede

algumas vezes ou
dava socos fechados.

Se acontecesse no azulejo, ele

simplesmente me
agarraria pelos cabelos

e apenas bater minha...
hum, bater minha cabeça no azulejo.

Pelo que o policial disse, com
base em outras testemunhas,

é que ele me deu um soco
na cara umas 20 vezes.

Apenas socos completos,
direto, hum, direto no rosto.

Ele fraturou a cavidade ocular,

fraturou meu nariz, bem aqui.

Ele me estrangulou
a ponto de você

poder ver a
impressão de sua mão,

hum, e os exames
que eles fizeram, e

isso tudo antes de ele
colocar minha cabeça

através, hum, do carro.

Ah, houve uma vez que
ele me jogou contra a parede,

e eu me lembro, tipo,
de bater minha cabeça,

e então ele simplesmente batia
minha cabeça contra a parede.

E eu lembro que tive
uma concussão, aí fui ao

médico, tipo, tive uma
dor de cabeça muito forte.

Finalmente consegui me

afastar dele e comecei a gritar,

e foi quando outra pessoa

apareceu que ele
parou de me bater.

E foi nesse ponto
que me levantei e fugi

do meu carro, e
quando fugi do meu carro

foi quando ele
apareceu atrás de mim,

foi quando ele bateu
na minha cabeça.

Quando comecei a
cair, ele me agarrou e me

puxou para o banco
do passageiro do carro,

hum, e ele me pegou
em um nelson completo

e disse: "Quando a
polícia chegar aqui,

você estará morto."

Estávamos movendo uma geladeira.

Isso estava na garagem
e aparentemente eu

não estava fazendo
minha parte na mudança,

embora eu estivesse
grávida de cinco meses

e estivesse passando
por momentos difíceis.

Ele basicamente empurrou
a geladeira em cima de mim.

"O que você está falando?"

Eu disse: “Eu sei que alguém
está aqui, eu conheço alguém aqui”.

E a próxima coisa que você
sabe é que ele disse: "Pow".

E eu caí de volta
no sofá e eu meio

que, você sabe,
você ficou em branco,

e às vezes você acorda
alguns minutos depois,

alguns segundos
depois, mas para mim...

apenas não se levante.
Apenas fique aqui.

Não te levantes. E
então fui dormir porque

assim ele não iria
querer mais me bater.

Ele voltou para casa e

discutimos, o que
não era incomum,

e estávamos na cozinha, e ele

começou a me jogar
no chão da cozinha.

E então ele não gostou do que eu

disse ou fiz, e então
continuou a me chutar

com o grau e a
repetição disso, ele

arrancou, uh, meus
dentes da frente.

Me deixou com hematomas

no rosto e, uh, saiu de casa,

e na manhã seguinte,
ele olhou para mim e disse:

"O que aconteceu com você?"

[zomba]

E eu não respondi, e
ele simplesmente saiu

de casa como se nada
tivesse acontecido,

ele não fez isso,
não foi culpa dele.

Então, fiquei tentando
reparar todos os danos.

Há uma diferença
entre concussão...

e trauma subconcussivo.

E neste momento, a
única forma de diagnosticar

concussões é
através dos sintomas.

Tem que haver algo
que a pessoa esteja

vivenciando, sobre
o qual ela possa falar

ou algo que é
visto por um exame.

Isso é o que é uma concussão.

E as concussões geralmente estão

associadas aos maiores sucessos.

Mas as concussões são
realmente a ponta do iceberg.

A razão é porque no trauma
subconcussivo, se você

não tiver os sintomas,
você continua sendo atingido.

Porque você não sabe que existe

um problema, você não o evita.

Você não está na
sala de emergência,

ou, você sabe, você
não tem, você sabe,

essas coisas que fazem
você não ser atingido de novo.

E se alguém estiver em
algum tipo de situação

em que seja atingido
no corpo ou na cabeça,

então o cérebro deles fica abalado...

- [estrondo metálico]
- Mas eles não apresentam sintomas,

isso é muito mais
comum do que alguém

com sintomas que
levariam a uma concussão.

E o que descobrimos em
uma variedade de estudos

de pesquisa são esses
resultados menores.

Não aqueles que produzem
os sintomas de concussão,

mas os golpes menores e
repetitivos que parecem ativar

esta cascata de mudanças
no cérebro que levam ao CTE.

E é por isso que
vemos em pessoas que

sofreram ferimentos
repetidos na cabeça,

eles podem desenvolver
essa encefalopatia traumática

crônica, onde a tau se deposita
em várias áreas do cérebro.

Da frente para trás,
de cima para baixo.

E isso pode levar a sintomas

progressivos, como demência.

Você pode imaginar então,
com concussões repetidas,

que uma proporção bastante
significativa de pessoas

desenvolverão
sintomas persistentes que

terão um impacto
tremendo em suas vidas.

O efeito cognitivo
persistente onde as

pessoas não conseguem
funcionar adequadamente,

não consigo pensar corretamente,
não consigo me concentrar,

não consigo lembrar, não
consigo tomar decisões,

isso é devastador.

E essas coisas às
vezes não melhoram.

Em alguns casos, eles realmente

progridem e pioram com o tempo.

[Robert Cantu] CTE é
diagnosticado em pessoas

com certeza somente
depois que elas morrem.

Em indivíduos vivos, se tiveram

uma exposição muito elevada

a traumatismos
cranianos repetitivos, como

dezenas de milhares
de golpes na cabeça

que um jogador de
futebol pode assumir

ao longo de uma carreira
de dez ou 15 anos.

E exibem os sintomas
de CTE, os sintomas

cognitivos, os sintomas
de impulsividade,

os sintomas de humor, você

pode muito provavelmente

que eles têm CTE porque
foi isso que descobrimos

quando observamos cérebros
de pessoas sintomáticas

que jogaram futebol.

Depois que eles morreram.

Mas enquanto eles
estiverem vivos,

podemos apenas falar
sobre probabilidades,

você não pode ter certeza.

[Christopher] Porque
na semana passada

Eu venci Al Snow.

E esta noite, nesta
escola de jogos duros...

Vou superá-lo.

Porque no final, o

cérebro sempre vence

mais músculos.

Me envolvi na questão
da concussão porque não

cuidei do meu cérebro
quando era mais jovem.

Hum, eu entrei pela porta, uh,

levando muita pancada na cabeça.

Fui jogador de
futebol por oito anos

e jogador de
futebol por oito anos

e depois um
lutador profissional.

[comentarista] Ele veio aqui
para dar uma lição nesse garoto,

mas não acho que
eles ensinaram isso em -

- Ah, não![indistinto]
- [comentarista 2 risadas]

- [comentarista 2] Lindo!
- [comentarista] E Nowinski--

[comentarista 2] [indistinto].

[comentarista] Oh, ele
foi mais esperto que ele.

[comentarista 2] É cérebro
acima de músculos, pegue-o!

- [comentarista] [indistinto].
- [comentarista 2] Sim!

No final, tive uma concussão

da qual realmente não cuidei

que se transformou em
síndrome pós-concussão

que a maior parte
ainda dura até hoje,

embora quase tudo
tenha desaparecido

mas alguns sintomas.

Você sabe, a lista dos
piores cenários de pesadelo

muda porque continuamos
aprendendo sobre novos

cenários de pesadelo
através do banco de cérebros.

Então, você sabe,
temos o Banco de

Cérebros liderado pela
Dra. Ann McKee que,

você sabe, tem
600 cérebros agora,

mas 200 deles
surgiram no ano passado,

e assim aprendemos
história após história sobre

o que as pessoas se
tornam com esta doença.

Com impactos repetitivos na
cabeça que podem abrir a porta,

estamos aprendendo a...
muitos problemas diferentes.

Então, CTE é aquele
sobre o qual todos nós

falamos e que meio
que ganha as manchetes.

E num esporte como o futebol,

é... são muitas
pessoas lidando com,

mas também foi publicado

recentemente que
esportes de contato

aumenta o risco de
doença com corpos de

Lewy, que causa os
sintomas de Parkinson.

Dr. McKee descobriu
que muitas pessoas que

estão desenvolvendo
ELA, doença de Lou Gehrig

estão conseguindo
porque desenvolvem CTE

que realmente afeta
seu motor, uh, córtex

e seus neurônios motores.

Provavelmente vamos aprender--

já publicamos que a marca

registrada da
doença de Alzheimer,

placas beta-amilóides
são elevadas com CTE

e elevado com o trauma, e por

isso não necessariamente chega a

um diagnóstico de
Alzheimer, mas também

há uma interação com
a doença de Alzheimer

sobre os quais provavelmente
aprenderemos mais à medida que avançamos.

Então, trauma cerebral repetitivo

pode levá-lo em muitas
direções muito ruins e--

e criar um sistema
onde certos tipos

de células cerebrais
estão morrendo

em um padrão específico,
que eventualmente

resultará em sintomas
que você não deseja.

Então, me perguntaram
hoje - hoje à noite, o cérebro

- Acho que foi em 2000...
- [Julio] 15.

2015. Junho.

Esperei três anos e meio para

obter uma opinião conclusiva

sobre o que aconteceu
com minha mãe.

Finalmente falei com...

Dr. David Dodick e pediu-lhe
que olhasse tudo isso.

Ele disse: "María,
odeio te dizer isso, mas

acho que precisamos
procurar um quarto...

opinião, mas de um
especialista líder."

Eu sou a Dra. Ann
McKee e sou chefe

de neuropatologia
aqui no Boston VA

e também diretor do
centro CTE da Escola

de Medicina da
Universidade de Boston.

Então, o tipo de lesão cerebral

traumática que
mais me interessou

nos últimos 11 anos é uma lesão

cerebral traumática
repetitiva leve.

E isso inclui coisas
como concussão,

mas também algo
chamado subconcussão,

aqueles assintomáticos,
apenas golpes

na cabeça que
acontecem rotineiramente

em um campo de futebol
ou em um campo de futebol.

Isso é o que eu estudo,
e se uma pessoa vivencia

uma dose alta desses golpes,
eles estão... eles estão expostos

a um grande número dessas
ocorrências ao longo da vida,

alguns indivíduos desenvolvem
uma condição chamada

"encefalopatia
traumática crônica".

As vítimas de violência
doméstica podem definitivamente

desenvolver encefalopatia
traumática crónica.

Os golpes, os impactos que

eles sofrem, uh,
do agressor, uh,

podem se acumular como
sucessos de futebol e sucessos de

futebol e, em última análise,
causar deterioração do cérebro.

Mas suspeitamos que
este seja um problema

para muitas vítimas
de violência doméstica,

embora não tenhamos
números para provar isso e

estejamos muito ansiosos
para examinar os cérebros

desses indivíduos quando
eles falecem, porque achamos

que as mulheres podem
claramente contrair esse distúrbio.

Na verdade, existem algumas
evidências recentes de que

as mulheres podem ser mais
suscetíveis a danos cerebrais

depois desses golpes...
golpes repetitivos na cabeça.

[Travis] Nunca fiz
uma autópsia de

homicídio por violência
doméstica antes.

Sinceramente, não esperava
encontrar CTE neste caso.

Ela é uma jovem, com menos de 30

anos, que foi vítima
de violência doméstica

por quase dez anos, creio.

Então, este é o relatório
da autópsia em si,

e eu... honestamente,

Espero nunca mais
ver um caso como esse.

Estas são as
diferentes lesões na

cabeça, lesões
contundentes na cabeça,

lesões no pescoço.

Ela está basicamente coberta
de hematomas da cabeça aos

pés e não apenas dos
ferimentos antigos em sua cabeça,

incluindo as cicatrizes no couro

cabeludo, a orelha
de couve-flor.

Ela tinha póster-- múltiplas
fraturas nas costelas posteriores,

o que é algo que não fazemos...

normalmente procuramos
em casos de abuso

infantil documentar
evidências de lesões antigas,

e isso estava realmente
presente neste caso.

Mas o nível de traumatismo
craniano que documentei

me fez pensar que
existe uma possibilidade

que esta pessoa poderia ter CTE.

Este é o cérebro da
vítima de violência

doméstica que
estávamos discutindo.

Que no final das contas
morreu como resultado

de um último incidente
de violência doméstica.

Grosso modo, você não
consegue ver nada de errado

com o próprio cérebro,
hum, o que não é incomum.

Alguém que tem 29 anos,
tem CTE em estágio muito

inicial, você não vai
conseguir ver nada grosseiro.

Hum, mas você
pode ver onde tiramos

seções de tecido para
exame microscópico.

Duas dessas seções, na verdade,

mostraram deposição
de tau no cérebro

consistente com lesões de CTE.

Então, cedo... cedo CTE.

Acho que este caso é

inovador, sem precedentes.

Minha esperança é que este caso

aumente a conscientização geral.

A quantidade de
casos de CTE e vítimas

de violência doméstica
é essencialmente uma

na literatura científica
neste momento.

[Jeannine] Muitas vezes
as pessoas perguntam:

"Bem, por que você fica?"

Você sabe, e eu sempre digo
que a pergunta deveria ser,

“O que eles fazem para que a

vítima tenha medo de ir embora?”

As pessoas geralmente não vão

embora porque
podem ter filhos juntos,

Ameaçando levar
as crianças embora.

Eles realmente se amam.

Eles querem acreditar
que alguém pode mudar.

De deportação se houver
um problema de imigração.

Degradação, erosão de si mesmo.

Eles podem não ter condições

de viver sem a
renda do parceiro.

Vemos também aqui
elementos de tomada de reféns,

às vezes, com o incrível

isolamento que
as vítimas passam.

O parceiro pode ter
sabotado seu trabalho.

Pressão familiar: "Isto deve ser
mantido dentro de nossa casa."

Misturado com uma vigilância
incrível das rotinas diárias.

Todas essas coisas
que interferem

no currículo,
histórico profissional,

e empoderamento económico.

Vemos, de certa
forma, o que parece

ser uma forma de
vínculo quase traumático,

você sabe, onde a vítima está

quase ligada a
alguém que abusa dela.

E não é porque
sejam masoquistas.

É por causa das correntes
emocionais incrivelmente

complexas que permeiam
esse relacionamento.

A primeira vez que uma
mulher é assassinada,

a hora mais provável
para ela ser assassinada

é enquanto ela está saindo
ou logo depois que ela sai.

Portanto, a maioria das
mulheres que são mortas

por pessoas são mortas
pelos seus parceiros.

Portanto, é um medo realmente
verdadeiro que alguém possa--

que uma mulher pode
ser morta se tentar sair.

E muitas vezes é isso
que está acontecendo.

Você sabe, coisas muito
perturbadoras, profundamente

perturbadoras que, hum, você
sabe, se você não viveu isso,

é difícil apreciá-lo e

é muito fácil criticá-lo.

E então coloque uma lesão cerebral
traumática leve em cima disso.

É mais difícil para você planejar.

É mais difícil para você fazer

certos julgamentos
e certas decisões.

E então você terá que
tentar chegar com segurança,

você e seus filhos e talvez
seu animal de estimação,

por exemplo, sair desta
situação horrível para um

lugar seguro e depois se
esconder dessa pessoa.

É... é incrivelmente difícil,

se não for impossível, deixar
algumas destas pessoas vivas.

É o que acontece na
violência doméstica,

é que eles--

quando você entra,
não há ideia de que

essa é a pessoa com
quem você vai morar,

uh, porque eles se

representam como algo diferente.

O comportamento deles muda
e então o controle assume.

Era só isso: o
medo de ir embora.

Você sabe o que estou dizendo?

Porque você pode...
você pode, você sabe,

experimente o
abuso, mas o medo é -

o medo de sair é o que
faz as mulheres ficarem.

Essa foi uma das razões pelas
quais eu não queria ir embora também.

Mas, hum...

a... a constante ameaça...
ameaçando minha... minha família,

machucando meu irmão.

Os que mais se destacam,

foi quando... foi naquele
dia que ele quase me matou.

Ele me estrangulou até...

meus olhos rolaram
para trás e, hum,

fiquei branco, meus
lábios ficaram azuis.

E, uh-- e é aí que--

[suspiros e fungadas]

[voz embargada]
Foi quando eu mudei.

Quando eu estava no
chão e olhei para ele...

hum...

Eu simplesmente me
senti um pedaço de merda.

Você sabe, como
se eu fosse o pior--

isso... foi tão estranho.

Nunca me senti tão
deprimido em minha vida.

Ele foi capaz de...

me convencer de que
ficar com ele a maior parte

do tempo tornaria nosso
relacionamento melhor.

Então ele me fez
isolar dos meus amigos.

Ele me fez isolar
da minha família.

Ele colocou um GPS
no meu celular sem meu

conhecimento e me ligava e
perguntava onde eu estava.

E se eu mentisse, isso daria

início a uma grande discussão.

Ele apareceria no meu trabalho.

Ele aparecia na
casa do meu amigo

e não queria que
eu tivesse uma vida

fora dele, seja qual for.

Nossa vida tinha que

ser de nós dois ou nada.

Ele pegou uma faca na cozinha.

Ele segurou uma
faca contra minha

garganta e estava
me contando tudo isso.

Ele disse que se
eu tentasse deixá-lo

ou me livrar dele,
tirá-lo do apartamento,

que ele, hum, ele me
ameaçou, hum, dizendo

que faria, hum, algo
com minha família.

A outra coisa foi a minha
licença de enfermagem.

Esse era o único...
esse era meu único sustento.

E ele ameaçou ir ao
conselho estadual de

enfermagem e arquivar,
hum, arquivar contas falsas,

basicamente, de mim como enfermeira.

E ele disse, hum, você sabe,

"Vai levar um tempo
para eles resolverem

isso, então enquanto
isso, você sabe,

eles, uh, estariam
investigando por um tempo."

Eu nem... nem questionei,

porque ele, hum, naquele ponto,

ele apenas... eu... eu sabia
que ele estava falando sério.

Uma das coisas que
percebi ser a mais perigosa

de todas é que ele
não tinha nada a perder.

É-- cheguei a um ponto
que-- onde eu disse,

“Bem, se eu ficar
aqui, estou morto.

Se eu... se eu... for
embora, posso estar morto.

Prefiro sair tentando...

escapar do que
ficar e ele realmente

machuca a mim ou a
um dos meus filhos."

Então eu peguei isso, uh...

Eu corri com isso. Eu corri.

Então, alguns dos
sintomas que vimos, e

eles simplesmente
progrediram e pioraram,

havia fortes dores de
cabeça de enxaqueca.

Ela simplesmente parecia...

ficar com raiva de
qualquer coisa, hum, e

ela não parecia estar
no controle dessa raiva

ou aquela... aquela raiva ou
aquele episódio que ela estava tendo.

E ela lentamente se
esqueceu de como

fazer muitas coisas
que adorava fazer.

E eu me lembro
dela me dizendo...

"Minha cabeça...

não funciona mais."

Ela teve esse momento
de clareza onde percebeu...

a extensão do dano que
isso causou a todos nós.

E é só...

a consumiu.

Ela estava tão quebrada.

Ela realmente me
disse: "Eu gostaria...

Eu queria estar morto."

Hum...

"Eu gostaria...
eu gostaria de não estar aqui."

Eu fui vê-la.

E ela estava conseguindo--

ela estava piorando
e se deteriorando.

Mas naquele dia em particular,
encontrei-a literalmente rastejando

de cômodo para ela - de
cômodo em cômodo em sua casa.

E eu me lembro de levá-la
e levá-la para o quarto

Eu estava tipo, “Vou
levar você, mãe”.

"Você... você não
pode mais ficar aqui."

Hum...

e ela finalmente me disse...

"Tire-me daqui.

Tire-me daqui."

E ela queria ir embora então.

Hum...

"Acho que seu pai vai me matar."

Eu acredito...

que Deus deu a ela aquele

último pedaço
de força e clareza.

Obviamente, quando a levei,

ela estava à beira da morte.

Nós a levamos ao neurologista.

Naquela época,
eles a diagnosticaram

com Alzheimer moderado a grave.

Eu queria saber por
que minha mãe foi

diagnosticada com uma
doença tão grave tão jovem.

Tinha que haver
uma razão para isso.

E eu sabia disso
porque vi todos os abusos

que ela sofreu,
principalmente na cabeça.

Mas todos nos ignoraram.

Eles... eles nunca me
perguntaram sobre o abuso.

E então eu comecei a
acompanhar e ver o que

estava sendo dito sobre
lesão cerebral traumática

e encefalopatia por trauma

crônico ou CTE e TCE.

E percebi que embora

minha mãe e minha família

não estávamos
jogando em um campo

de futebol, não éramos
jogadores da NFL,

e não estávamos travando uma guerra,

uh, em algum lugar do...
no mundo...

a batalha foi em minha casa.

E nós... minha mãe
suportou esse tipo de coisa

que os jogadores
da NFL e aqueles que

vão para o boxe e os
militares sustentaram.

Qual é a aparência da pessoa

com CTE enquanto está viva...

é...

não é tão claro
quanto pensamos que a

pessoa com doença
de Alzheimer se parece

enquanto eles estão vivos.

Os primeiros sintomas podem
ser problemas de memória.

E quando falamos de problemas de

memória, em todas essas doenças,

não é lembrar de
coisas do passado.

É aprender coisas
novas, juntamente

com problemas de
julgamento e planejamento

e organização e multitarefa.

Essas coisas que chamamos
de funcionamento executivo.

E... se não soubéssemos
que eles tinham

um histórico de levar
pancadas na cabeça

repetidamente, diríamos:

"Bem, parece
doença de Alzheimer."

Porque é isso que faço no
resto do meu tempo quando não

estou olhando para as pessoas
com atitudes repetitivas...

golpes na cabeça e CTE.

Sou um pesquisador de
Alzheimer, um clínico de Alzheimer.

E eu vejo os dois e penso,

"Uau, eles podem ser muito
semelhantes em... em muitos casos."

Mas então a Dra. McKee
e sua equipe mostraram

a neuropatologia, as
descobertas no cérebro,

e essa pessoa que
pensávamos, clinicamente, que

poderia ter a doença de
Alzheimer, na verdade tem CTE.

Bem, quero dizer, e é frequente.

Quer dizer, é como se eu pudesse
esquecer as coisas o dia todo.

E eu...
eu terei um compromisso...

e esqueci completamente um

compromisso, e esse não sou eu.

Quando voltei às aulas...

hum, tive dificuldade
em lembrar das coisas.

Então, para eu estudar,

Eu teria que pegar minhas
anotações de aula e reescrevê-las

três a quatro vezes
só para poder lembrar

para-- só para que eu possa tirar um C.

Lembro-me que a primeira
coisa que comecei a

notar foi que minha
caligrafia ficou muito ruim,

hum, especialmente números.

Hum, meus números
ficaram muito irregulares,

hum, e apenas minha
caligrafia em geral.

Eu acredito que, uh,
que, hum, você sabe,

Só de bater a cabeça
tantas vezes, hum,

está diretamente
relacionado às enxaquecas.

E então percebi que meus
movimentos estavam se tornando,

tipo, muito mais desajeitado,
muito-- muito menos suave.

Hum, realmente--

Eu sempre fui um desajeitado,
mas realmente desajeitado.

[rindo] Ontem minha
filha estava tentando me

buscar e eu não pude
dizer a ela onde estava.

Ela disse: “Mãe, você me
disse para virar à esquerda.

Você me disse para virar à direita.
Você me disse--"

"Eu estava tipo, Oh, me
desculpe. Eu pensei que--"

Eu estava tipo, “Estou apenas confuso.
Eu não sabia”.

Eu estava tipo, "Oh,
meu Deus, o que é isso?"

Ela estava tipo: “Mãe...

Eu vou te encontrar",
sabe? [risos]

Sim. Acho que eles reconhecem

isso, mas ainda
não disseram nada.

[Glinnys Zieman, MD] Ok, então

vou começar com
seus olhos primeiro.

Eu quero que você mantenha
sua cabeça parada para

mim, olhe para meu dedo
e apenas siga meu dedo

onde quer que vá.

Os pacientes do Programa
de Violência Doméstica são

os pacientes VIP da nossa
clínica, por assim dizer.

E com isso quero
dizer que passamos

mais tempo com eles
tanto quanto possível.

Eu sei que você gosta do Dr. Zieman.
Vamos ver o Dr. Zieman.

Veja, ela está bem ali embaixo.
Vamos.

Porque queremos ter certeza de

que obteremos uma
boa história deles

e realmente dar-lhes
a oportunidade

de contar a sua
história e serem ouvidos.

Então a primeira coisa que
fazemos é perguntar-lhes sobre os

seus sintomas, então o que
especificamente ainda os incomoda,

sejam problemas
físicos, problemas

de humor, problemas cognitivos,

e depois conte-nos
um pouco sobre

sua história do ponto
de vista de lesões.

Você sente algo estranho em um

lado do seu corpo
versus o outro,

ou é apenas o senso geral
de equilíbrio que está errado?

[Deborah] É apenas o
senso geral de equilíbrio.

Quer dizer, não sinto tontura.

Eu não me sinto tonto
ou... ou algo assim.

Simplesmente vai.

Os sinais e sintomas
de CTE se enquadram

basicamente em três
grupos ou três cestas.

Os sintomas
cognitivos geralmente

começam com problemas
recentes de memória,

dificuldade de
aprendizagem, velocidade de

processamento lenta
e, à medida que avança,

envolve percepção e
julgamento e depois prossegue,

muitas vezes até a
demência [indistinta].

O segundo grupo de sintomas
envolve comportamento,

e a maior parte do
comportamento é impulsividade

e falta de controle sobre isso.

Então, pessoas que
normalmente não perderiam

o controle agora estão
perdendo o controle

com comportamentos abusivos

verbais e físicos à
menor provocação.

E o terceiro grupo são
os sintomas de humor.

E os sintomas de humor
podem ser ansiedade e ataques

de pânico, mas a depressão
é muito proeminente.

Acho que uma das características

marcantes do CTE que o distingue

de outras doenças
neurodegenerativas semelhantes...

é essa raiva que os
indivíduos experimentam.

Atendi um paciente
há apenas dois dias.

O maior problema
era apenas isso, raiva.

Houve algum esquecimento,
houve muitas dores

de cabeça, mas o grande
problema foi a raiva.

E a companheira dessa
pessoa disse que não

tem como prever de
um momento para o outro

quem ele vai ser.

Antigamente isso

acontecia a cada dois dias.

Agora isso ocorre todos
os dias, várias vezes ao dia.

Então tudo pode parecer bem, e

então a menor
coisa irá desencadear

esse ataque de raiva emocional

que esses indivíduos percebem.

E eles tentam... controlá-lo,

mas eles não conseguem
controlar a expressão dessa raiva.

E às vezes isso pode se
transformar em violência física.

Às vezes isso não acontece.

Mas essa raiva,
essa agressividade,

essa irritabilidade,
isso é um gatilho

é um dos sinais característicos,
penso eu, da CTE.

Não que não ocorra em
outros distúrbios ou doenças,

mas parece ser muito
comum em indivíduos que,

após sua morte, foram
diagnosticados como tendo CTE.

Ah, acho que o CTE
definitivamente poderia

ser um fator e é um
fator em alguns casos

no ciclo da violência.

O autor da violência,
se esse indivíduo tiver

sofrido múltiplos
traumatismos cranianos,

seja por agressão ou por

traumas atléticos ou outros,

uma das tríades é a falta
de controle dos impulsos.

Então, em vez de
ter o filtro que diria:

“Eu não deveria
fazer isso”, não está lá.

Portanto, não é preciso muito
para irritar essas pessoas.

E assim o abuso que
ocorre a uma mulher abusada

pode ser devido à falta
de controle dos impulsos,

por parte de quem pratica

o abuso, por causa do CTE.

[María] Eu amava meu
pai, mas estava muito

confusa sobre por que
ele estava fazendo isso.

Eu também acredito
que meu pai teve

algum tipo de lesão
cerebral traumática

por causa do abuso que

sofreu quando era criança.

Meu pai queria ajuda.
Ele precisava de ajuda.

Ele literalmente chorava
na minha frente e dizia:

"Eu não consigo parar."

O pensamento difícil é
provavelmente a maior parte.

Hum.

Impulsivo. Sim.

Depressão. Sim.

Memória de curto prazo li-- perda.
O tempo todo.

Hum, instabilidade emocional.
Sim.

Hum, os pensamentos e
comportamentos suicidas.

Sim, há, hum--

existe um termo chamado
suicídio imprudente,

e é quando você se
coloca em uma situação,

hum, esperando que
você se machuque,

mas não faça disso
uma ação aberta.

Então, talvez dirigir
rápido em uma rua

ou talvez dirigir sob
influência de álcool

ou apenas fazer algo arriscado,

que pode resultar
na perda da vida.

As deficiências cognitivas são

realmente difíceis
porque, hum...

isso-- isso afeta todas
as partes do meu dia.

Este é um exemplo
perfeito, hum, eu me

visto, me preparo,
hum, entro no meu carro,

e então percebo que
esqueci minha... minha bolsa,

e esqueci meu computador,
então preciso voltar.

Aí eu volto, pego
meu computador,

pego as outras
malas, e aí esqueço...

as chaves.

[sussurrando] Oh, meu Deus.

Minha agência tem três
escritórios, uma sede,

um satélite administrativo e, em
seguida, um centro de atendimento.

E, hum...

Eu... eu só estou lá
há oito... seis meses,

e ainda vou ao escritório
errado em certos dias

porque não estou
baseado em um escritório -

Estou baseado em um escritório,

mas tenho que ir
para os outros dois,

e sempre entendo errado
em qual deles devo estar.

[sussurrando] Ei, isso é lindo.

Ah, eu gosto disso.

As crianças e eu colocamos
todos esses lembretes

para eu tomar
meu... meu remédio.

Hum...

Esqueço as pessoas que conheci.

Eu... eu sou muito esquecido.

Até no trabalho as pessoas me
dizem que sou muito esquecido.

E isso dói porque eu sei que

quando você está esquecido,

as pessoas podem
interpretar isso

como uma falta de
interesse ou motivação,

quando é, no meu
caso, nenhum dos dois.

E eu... a outra coisa
também, que eu realmente noto

é que fico irritado
muito rapidamente.

Então ficarei completamente
bem, estamos tendo

um ótimo dia, e então
algo vai dar errado,

mas algo minúsculo,
absolutamente sem sentido, e

que só vai me deixar
nervoso pelo resto do dia,

e eu não serei capaz
de negociar, e eu apenas

terei que ir embora, hum,
porque se eu não o fizer,

então não vou lidar
bem com a situação.

Mas eu definitivamente
sinto muito, tipo,

minha-- minha agitação
vem mesmo do esquecimento

e a depressão, porque
você fica bravo com isso.

Você fica bravo por não
conseguir se lembrar das coisas.

[chilrear dos pássaros]

Um dos projetos
mais significativos

em que participamos é um

que está estudando
lesões cerebrais

traumáticas em vítimas
de violência doméstica.

Eu estava participando de uma

conversa sobre
as diferentes coisas

que o centro estava fazendo para

mulheres vítimas de
violência doméstica.

E um dos projetos potenciais

mencionados foi esse
esforço para tentar

e estudar lesão
cerebral traumática e

ver que tipo de
efeitos ela estava tendo

sobre vítimas de
violência doméstica.

Como promotor, isso me
interessou muito porque

uma das coisas com as
quais frequentemente lutamos

na tentativa de
comunicar aos júris sobre

o tipo de trauma
que as vítimas sofrem

é por isso que eles
podem estar reagindo a

situações que não
necessariamente acompanham

uh, o que as pessoas
poderiam esperar.

Os jurados podem
perceber que essa pessoa

não consegue se
lembrar do que aconteceu

porque eles estão
tentando criar uma ficção.

[Jon Eliason] Não há
nenhum estatuto ou lei

especificamente contra
causar uma concussão.

E também é algo que penso
que passa despercebido

pela polícia e pelas
próprias vítimas.

Eu não sei disso, "Oh, meu Deus,

Estou tendo uma concussão."

E então pensei: "Bem,
olhe, uma concussão,

você não consegue ver,
certo, do lado de fora,

mas existem sinais e sintomas.

E assim podemos desenvolver
um teste ou uma série

de testes, como o teste de
sobriedade de campo para,

você sabe, condução prejudicada

que nos mostra ou
dá provas à polícia

ou causa provável de que
esta vítima tenha sofrido

uma lesão cerebral
traumática ou concussão."

O que eu gostaria de ver em
um mundo perfeito é que eu

gostaria de ver, como acontece
com um estrangulamento,

um estatuto de
reserva, você sabe, para

violência doméstica, por
causar uma concussão

ou lesão cerebral traumática a

alguém, de modo
que não seja algo

estamos tentando
apenas remendar os fatos

e então decidir em qual
crime isso se encaixa melhor.

Algum tipo de agressão
agravada, provavelmente.

Mas acho que deveria
ter algo independente.

Se pudermos fornecer,
como parte dessa

revisão inicial das
condições de liberação,

que nossa vítima está mostrando

evidências de uma
lesão cerebral traumática

que deveria comunicar ao
juiz que analisa o caso que

estamos lidando com uma
categoria muito diferente de dano

isso foi feito a uma vítima
e que não devemos tratar

isto apenas como uma
disputa entre marido e mulher.

Agora temos alguém que,
como consequência disto, e

talvez como consequência
de repetidas concussões,

incidentes repetidos de
lesão cerebral traumática,

olha agora para um
futuro em que correm riscos

de sofrer consequências
a longo prazo.

E isso é algo que não fez

parte da conversa até agora.

Você sabe, francamente,
até que, você sabe,

Eu-- eu ouvi sobre o esforço

querer estudar lesões
cerebrais traumáticas em

vítimas de violência
doméstica, não funcionou.

Você sabe, mas quando
você pensa sobre isso,

sim, se você...
se você tem alguém que é...

você sabe, isso-- e isso-- isso--

é difícil de entender
porque eu... eu não entendo.

Você diz que ama alguém,
então não bate nele.

Então eu não entendi,
mas digamos que, uh, o

namorado ou o marido
pegou a esposa pelos cabelos

e ele está batendo a
cabeça dela contra a parede...

não pode deixar marcas.

E se não soubermos procurar

isso, sim, vamos
sentir falta disso.

Vamos sentir falta de
áreas inteiras onde os

infratores deveriam ter
passado algum tempo na prisão

por ferir gravemente pessoas, e

perderemos
oportunidades de intervir

e fornecer terapias e
tratamentos que possam impedir

essas consequências
significativas posteriores na vida.

[Liz] É muita coisa para digerir.

Pensar - apenas
dizendo isso em voz alta

que tenho lesão cerebral

traumática, isso é
muito para digerir

porque isso significa que
você precisa se apropriar não

apenas de como está se
sentindo ou de onde está seu corpo,

mas como você
chegou a esse lugar.

É quase como nascer para sofrer.

Minha mãe costumava dizer isso.
[funga]

Uma coisa é ter um com lesão

cerebral traumática,
mas eu tenho dois.

♪

[Ann McKee, médica no alto-falante]
Uau, quero dizer, você sabe,

é uma história e tanto
e uma história e tanto.

Uh, não consigo
imaginar como foi para

você, mas parece
realmente substancial.

Quero dizer, é realmente um

grande trauma
durante muito tempo.

Sim. Sim.

E isso explica, creio
eu, por que o cérebro

da sua mãe foi tão
gravemente danificado.

Uh, e na verdade eu nunca vi...

- esta quantidade de dano.
- [Maria suspira]

Então nenhum jogador de futebol eu...

ele poderia ter jogado
por 26 anos, uh, e isso

é a história mais
longa que já ouvi falar.

Nunca ouvi falar de
ninguém jogando 40 anos...

- [Maria] Ok.
-... hum, uh,

Nunca ouvi falar de um
boxeador boxeando há 40 anos,

Mas sua mãe estava sendo ferida

- há 40 anos, hum...
- [María] Sim.

...e então ela teve
uma doença extrema.

Uh, na minha opinião,
como muitos disseram,

ela tem doença
de Alzheimer grave,

mas isso certamente não é...
isso não é...

esse não é o total aqui.

Você sabe, o cérebro dela

estava apenas sendo
arruinado por aqueles ferimentos.

- [Maria] Sim.
- Então isso foi realmente,

Eu acho que a
patologia mais extrema

neste caso foi a lesão
cerebral traumática

com as repercussões disso.

E então ela teve, uh...

encefalopatia traumática
crônica além disso.

- [María sussurrando] Jesus.
- Mas eu não--

Acho que, no momento em que
ela estava recebendo essa mudança,

Eu não estou... Na verdade,
acho que foi só esse trauma...

- Sim.
-...ela já estava, uh,

tendo consequências
muito graves, e depois,

quando a doença de
Alzheimer apareceu

e a encefalopatia
traumática crônica,

- tornou-se esmagador...
- Sim.

...apenas-- apenas
extremamente grave.

Estou surpreso que
ela fosse funcional.

- Sim.
- Não sei dizer o que veio primeiro.

Uh, ambos estavam
muito graves no momento

da morte, uh, uh, e
então agravando isso

apenas com esta
incrível perda de células

nervosas e fibras
de substância branca,

uh, coisas como nunca vi em

CTE ou doença de Alzheimer.

Então isso é... isso é
claramente algo adicional.

Sinto muito.

- Foi o que você pensou então?
- Eu não...

[sussurrando indistintamente]

É só... [suspira]

É só ouvir o que
minha mãe teve, sabe,

é tipo esse diagnóstico
médico, mas...

[Maria choramingando]

...só sabendo disso...

todos--

o que ela tinha que administrar.

É, uh, esmagador para mim.

[soluçando] Isso--

Eu não pude fazer nada
para ajudá-la. [soluços]

EU--

Tentei.

O problema, na minha opinião,

do futebol ou da
violência doméstica

é que às vezes quando
uma pessoa é atingida...

eles podem nem
apresentar sintomas.

Mulheres que têm
essas concussões

repetitivas não estão dizendo:

"Ok, preciso ir ao médico agora"

ou preciso fazer uma pausa.

Eu preciso relaxar.
Preciso de tempo para me recuperar."

Eles ou não reconhecem

que sofreram uma concussão,

ou talvez o parceiro
deles não os

deixe, você sabe,
ir para o hospital.

Ou talvez eles sejam tipo,

"Bem, eu vou para o hospital,

mas eu realmente não tenho--

Não consigo lidar com esse
ferimento na cabeça porque

estou com um braço quebrado
ou um pulmão perfurado

ou estou com a maçã
do rosto quebrada",

porque geralmente
eles não vão ao

pronto-socorro a não
ser que seja algo assim.

Então há essas duas coisas.

Há medo de...

contando a ninguém.

Existe o medo de reclamar.

Aí está a vergonha.

Não há como saber o que é uma

concussão ou quais
são os sintomas.

E depois há muitos acessos
que não resultam em sintomas...

e eles continuam sendo
atingidos repetidamente.

Então, basicamente, há um--

estes não são
reconhecidos pelas mulheres,

não são reconhecidos
por nenhum socorrista,

eles não são reconhecidos
por ninguém nas

salas de emergência,
caso eles compareçam.

Então, normalmente, se...
se uma mulher aparecer no Ed,

eles não estão necessariamente
perguntando a ela,

"Você sofreu uma lesão
cerebral traumática?"

Eles mu-- quero dizer,
em qualquer ocasião,

é possível que
perguntem sobre isso, mas

é mais provável que
apenas lidem com isso,

você sabe, o-- o mais--

a "lesão visível" versus o

que chamo de lesão invisível

de lesões cerebrais
traumáticas nessas mulheres.

♪

[María] Por que estamos apenas
começando a olhar para esta questão?

Por que minha mãe é
um dos poucos cérebros

isso-- isso foi diagnosticado,
neste momento,

com Alzheimer e CT-- CTE,

encefalopatia
traumática crônica.

Duas doenças neurodegenerativas
realmente graves

que parecem estar
realmente ligadas ao trauma

que ela sustentou.

Acho que a próxima
família, e espero que

a próxima família que
vier ao neurologista

que esta-- esta
informação inovadora

fará com que neurologistas e

profissionais de saúde
pensem duas vezes.

Espero que, ao contrário de mim...

que agora são ouvidos.

Em geral, como profissão
médica, fazemos um trabalho

muito fraco na identificação
da violência doméstica.

Infelizmente, uh, houve estudos

in, em-- departamentos de
emergência na atenção primária

onde, hum, isso é considerado
amplamente sub-reconhecido.

Não sabemos exatamente quanto

porque, claro, também
é subnotificado, hum,

Mas é muito
importante, como médico,

educar-se sobre os
sinais de que um paciente

potencialmente pode
ser uma vítima ou

potencialmente os
sinais de um agressor.

Hum, porque você poderia perceber
essas coisas em uma visita ao paciente.

E deixar o paciente
sozinho em uma sala e

poder fazer essas
perguntas é fundamental.

Você sabe, acho que há
muitas razões pelas quais não

nos concentramos na violência
doméstica e nas mulheres

ah, até agora.

Quer dizer, espero que
isso mude porque realmente

precisamos estudar
mais mulheres e entender,

uh, o que está...
o que está acontecendo

para-- para este--
para este gênero.

Não é apenas uma
doença dos idosos.

Uh, não é apenas uma doença
de atletas de esportes de contato.

Não é apenas uma doença masculina.

Certamente pode
acontecer em mulheres.

Pode acontecer em vítimas
de violência doméstica.

E, como vimos neste
caso, pode acontecer

numa jovem vítima
de violência doméstica.

O resultado final é que
a violência dos parceiros

contra as mulheres é
galopante e prevalente.

É muito prejudicial.

E se pudermos tentar
ter basicamente...

a sociedade como um
todo começa a falar mais

sobre isso, reconhecendo
que tem muita mulher

que são mal atendidos,
subestimados, incompreendidos.

Se quisermos dizer que
as famílias devem ser um

dos bens mais fortes das
comunidades bem-sucedidas,

então temos que estar
dispostos a apoiar as pessoas

quando ocorre violência
dentro dessas famílias.

A família em si não pode ser um
escudo para condutas criminosas.

E embora queiramos
proteger a família quando as

coisas não estão
funcionando bem dentro dela,

também precisamos
estar dispostos a dar um

passo à frente e ajudar
as vítimas que sofrem

nessas circunstâncias.

A educação é o primeiro passo.

Educar socorristas,
serviço social, abrigos.

Policiais, juízes,
advogados, trabalhadores

de abrigos, trabalhadores
da linha de frente,

onde quer que estejam
lidando com essas mulheres.

Eu sei que a polícia
deve ser bem treinada

em violência doméstica
para compreender que

muitas vezes, quando uma
pessoa está traumatizada, ela não

consegue responder a todas
essas perguntas imediatamente.

Mas precisamos começar
a reconhecer o momento e o

local em que essas lesões
cerebrais estão ocorrendo.

E às mulheres é preciso
dar o benefício da dúvida.

Precisamos de
melhor apoio, melhores

programas para uma
melhor intervenção,

hum, e realmente
falando sobre a cultura de

violência que temos e
como podemos mudar isso.

Portanto, deve haver uma
avaliação de lesão cerebral em

todos os abrigos contra
vítimas de violência doméstica.

e facilidade em todo o país,

porque esta é uma das coisas

isso vai impactá-los
mais no longo prazo.

Então essa é a primeira
coisa que tem que acontecer.

A segunda coisa que precisa
acontecer é que mais pesquisas

sejam feitas para que
tenhamos um tratamento melhor.

Porque neste momento,
a forma como tratamos

a concussão é
reabilitando os sintomas.

Não tenho dúvidas,
porém, de que quando

compreendermos melhor a
patogénese desta doença,

que poderemos ter terapias que

possam pará-lo e até revertê-lo.

Portanto, há muito
trabalho a ser feito.

Tanto na área de
concussão em geral, como

também em particular
na área de concussão

no que se refere às vítimas
de violência doméstica.

Então se...
se houver mais recursos

e mais infraestrutura
para ajudar as

mulheres que estão
presas nessas relações

ou penas mais severas
para homens que

basicamente cometem
crimes como, você sabe,

como lesão cerebral
traumática em seu parceiro,

talvez eles vão para a cadeia.

Portanto, há menos
preocupação com a repercussão

de que ele voltará e a
perseguirá ou a matará.

Se você causar uma
lesão cerebral traumática ao

seu parceiro, isso deve
ser um crime, ponto final.

Não há razão para
que não deva ser.

Isso é um dano corporal grave.

Diga algo novo. [risos]

[Liz] Quero que meus filhos e eu

tenhamos voz na forma
como contribuímos.

Tem que haver algo de bom.

Algo de bom tem que
vir de todo esse mal.

Porque as pessoas se
sentem desconfortáveis ao ouvir

sobre lesões cerebrais
traumáticas e violência doméstica

e traumas em geral.

E estou apenas tentando
colocar um rosto humano normal,

tipo, é assim que se parece
uma lesão cerebral traumática.

Isto é o que parece.

É isso o que se parece.

E eu... eu olhei para trás...

ela teria saído mais cedo se não

tivesse sofrido tanto
trauma na cabeça.

E isso é algo com que
luto todos os dias, como...

porque ela tinha clareza
sobre o que aconteceu com ela.

Mas eu... eu simplesmente
não sei em que ponto

sua cabeça ficou
tão impactada que ela

simplesmente não
conseguiu tomar essa decisão.

Só quero ser capaz de ser algum

tipo de modelo
ou modelo positivo

para outra pessoa que pode
estar lutando com a mesma coisa.

E não ter medo de
compartilhar isso.

[voz embargada] Para
mim, percebi que sinto

que meu motivo é
motivar outras mulheres

para retomar suas
vidas, e seja como

for, eles precisam
retomar suas vidas,

porque há vida,
e há recuperação,

e há esperança, e há fé

após violência doméstica
e agressão sexual.

E você não precisa ficar entorpecido
e você pode - pode ser vulnerável

e ainda assim ser
forte ao mesmo tempo.

Então eu acho que se as pessoas mais...
estiverem mais conscientes disso

e o apoio está aí, talvez

possamos pelo menos desacelerar.

Não sei se algum dia
poderemos acabar com isso,

mas o... diminui a
magnitude de sua ocorrência.

Entre em contato e peça ajuda.

E saber que está lá fora.

E, hum, porque eu não quero

que ninguém passe por isso

o que eu passei.

Precisamos que as
pessoas reconheçam isso

devido à epidemia de
saúde pública que é.

Eu sei que haverá pessoas
que vão me envergonhar.

Hum, mas eu sou melhor
em... me envergonhar.

Eu-- eu-- eu mesmo faço isso

antes de dar uma
chance a alguém.

E então eu quero que
isso seja sobre o começo -

sobre abrir a... uma conversa.

Eu só preciso disso--

neste momento,
eu só preciso disso.

["Flare" de Tanner Connolly
e Sydney Scotia tocando]

♪ Devo ficar internado
nesta casa? ♪

♪ Tentei voar tantas
vezes que perdi a conta ♪

♪ Diga-me que um dia
minhas asas aparecerão ♪

♪ As paredes estão lá ♪

♪ Está frio aqui ♪

♪ Enviei meu último sinalizador ♪

♪ E pensei nisso 100.000 vezes ♪

♪ Mas não tenho tempo de sobra ♪

♪ Será que eu poderia
finalmente ficar sob a luz do sol? ♪

♪ Coloque minha cor
diferente, algo tão brilhante ♪

♪ Talvez as coisas sejam
diferentes desta vez ♪

♪ Agora que deixei
minhas correntes para trás ♪

♪ As paredes estão vazias ♪

♪ Está frio aqui ♪

♪ Enviei meu último sinalizador ♪

♪ E pensei nisso 100.000 vezes ♪

♪ Mas não tenho tempo de sobra ♪

Outra população
vulnerável sobre a qual

muitas vezes não se
fala são as mulheres.

Aproximadamente 20 milhões
de mulheres experimentam

uma lesão cerebral traumática
relacionada à violência doméstica

neste país todos os anos.

É... um estudo recente do
Escritório do Estado de Nova York

para a Prevenção da
Violência Doméstica revelou que

92% das mulheres em
abrigos de violência doméstica

foram atingidos na cabeça
por seus parceiros mais

de uma vez, e quase um
em cada dez foi atingido

mais de 20 vezes no ano passado.

E foi demonstrado que
esses chamados golpes

subconcussivos são
muito mais frequentes

uh, do que as
próprias concussões,

especialmente em atletas
de esportes de contato.

Estas lesões subconcussivas
são especialmente importantes

porque o efeito cumulativo
dos impactos subconcussivos

resulta na perda da arquitetura
normal do cérebro e em

consequências neurológicas e
psiquiátricas mais tarde na vida.

Além da síndrome pós-concussão,

concussões repetidas e golpes
subconcussivos podem levar

a comprometimento cognitivo
e psiquiátrico permanente,

uma síndrome conhecida como
síndrome de encefalopatia traumática.

[a música desaparece]