All language subtitles for George.Washington.2000.1080p.BluRay.x264.YIFY

Julgavas que íamos ficar juntos
para sempre?

Tu comportas-te como uma criança.

Como um miúdo de oito anos,
a correr por todo o lado, um pateta.

Eu já não aguento mais.

O que queres que diga?

Não digas nada.

Posso pedir desculpa?

É demasiado tarde.
Não digas nada.

Posso beijar-te uma última vez?

Diz-me...

Diz-me que me amas.

Amas-me?

Eles costumavam andar por ai,
a dar umas voltas,

a olhar para as coisas.

Eles costumavam tentar encontrar
pistas para todos os mistérios

e erros que Deus tinha feito.

Somos todos amigos,
somos todos bem-sucedidos.

O meu amigo George disse
que haveria de chegar aos 100 anos.

Ele disse que haveria de ser
Presidente dos Estados Unidos.

Eu queria vê-lo
a conduzir uma parada

e a agitar uma bandeira
no 4 de Julho.

Ele queria grandeza.

Os adultos da minha cidade

nunca foram crianças
como eu e os meus amigos.

Eles tinham trabalhado em guerras
e construido máquinas.

Era-lhes difícil
encontrar paz.

Não conhecem essa sensação?

Gosto de ir a sítios bonitos,

onde há quedas de água
e descampados.

Sítios que sejam agradáveis,
sossegados e tranquilos.

Anda cá.

Não consegues derrotar-me!

- Olá, George.
- Olá.

- O que fazes?
- Nada.

Hás-de morrer no cemitério de...
Tu percebeste-me.

Porque eu sou infalível!

- De quem é esse gato?
- Esta é a gata Nancy.

Estou a tomar conta dela
pela minha prima.

Ela está algures na Florida.

Então, porque é que não estás
ali com o Vernon e os outros?

Dói-me a cabeça.

Sim, dói-me as pernas.

Amo-te, amo-te!

Isto significa guerra!

Quando olho para os meus amigos,
sei que a bondade existe.

Posso olhar para os pés deles
ou, quando lhes seguro nas mãos,

fingir que consigo
ver-lhes os ossos.

Este sítio está a ruir mais depressa
do que o conseguimos consertar.

Devias seres um líder, Damascus.

Mas eu olho em volta
e vejo os perigos que causas.

Vou tirar-te um dia do ordenado.

Vai tirar-me um dia de ordenado?

Não há discussão. Tenho
um parque de manobras para gerir.

É disso que estou a falar, Mr. Rice,
de condições.

Falo de ir para casa
e não tossir sangue.

Falo dos cortes nas mãos
e das queimaduras no pescoço.

Falo dos animais que andam por aí
a estragar carris.

O que é que devo fazer,
quando um desses animais me morde?

O meu seguro não cobre isso,
pois não?

Pensa nisso, Damascus.
És um bom trabalhador.

Não faças nada de que te arrependas
daqui a seis meses.

Estou a pensar nisso.

Na primeira vez
que o George viu o seu cão,

ele estava em cima de fezes.

Não tinha para onde ir,
ninguém para o amar.

Não sabia fazer nada
senão andar.

As orelhas estão nojentas,
a cabeça está nojenta,

as patas estão nojentas,
o rabo está torto.

Larga-me, meu!
Tu brincas demasiado.

Augie, agora que o Damascus saiu,
o meu pai há-de fazer-te supervisor.

Talvez consigas um aumento.
Dás-me lume?

Estou totalmente enojado com
vocês todos, completamente enojado.

Vejam o que comem ao almoço.
O que é isso? São conservantes.

- É um doce.
- Euless...

Ninguém liga ao que tu dizes.

- Causa cancro.
- És gay.

Não sou gay.
Eu tenho mulher, sim?

Causa cancro. Se vão comer isso,
pelo menos comam amêndoas.

Como lidam com isso?
Quando vou à casa de banho,

gosto de me orgulhar
do que acontece,

gosto de me orgulhar
da experiência.

Gosto de saber que cheira bem,
não horrivelmente.

Esperem.

Tenho dois cachorros-quentes
com chili dentro do meu fato-macaco.

Porque é que andas sempre
com uma escova de dentes?

Escutem.
Porque não provam uma salada?

- Tenho uma salada mista na mochila.
- Euless, eu nem como.

E também não fazem
alongamentos antes do trabalho.

Quando me apetece comer
qualquer coisa, mastigo-a e cuspo-a.

Estás a perceber?

Outra vez aqueles putos.
Estão a tentar roubar o carro.

Desculpem, não toquem nisso.

É aquele mano maluco,
o Rico Rice.

Sai de cima dessa mota.

O meu pai foi almoçar, mas sabem
o que vos fará se vos apanhar aqui.

- Gostava de vê-Io tentar.
- Sonya, desculpa lá.

Já estás queimada por teres roubado
o carro do Nathan Worthin.

Se o meu pai desata aos tiros,

não serei eu a ir para a prisão
federal ou para a cadeira elétrica.

Choque!

Esta sucata
não vai sair desta vala.

Claro, tenho de consertar
essa porcaria.

"Claro, tenho de consertar
essa porcaria."

Acho que chega.

Repete lá isso, playboy!
Bacon queimado!

Vá, reage!

Larga-o, larga-o.

- Ainda nos despedem.
- Escutem bem.

O Buddy, o George e o Vernon
podem tocar na mota.

Sonya, tu não podes.

O que se passa, Buddy?
Como estás?

Não te via há muito tempo.

- Como está a tua mãe?
- Está bem.

Ainda tem dificuldade
em dormir à noite.

Isso é complicado, meu.

Ela passou por muita coisa.

Sim, mas ela está bem.

Tenho de cantar para ela,
antes de ela ir dormir, à noite.

Senão, ela não consegue dormir.

É um bocado estúpido, mas não
me importo. Também me dá sono.

Que tipo de canções
é que lhe cantas?

Ela gosta da canção
do "Balbúrdia no Oeste".

- Como é o teu chichi?
- O meu quê?

O teu chichi, a tua urina.
É clara?

Sim, sim.

Ótimo.
Quer dizer que és saudável.

Fixe.

Porque é que tentas tanto
ficar grávida?

Não sei.
Acho que só quero ser mãe.

- Que tal o Darrian?
- Filha, por favor.

Ele é demasiado feio
para ser o pai do meu filho.

Deixem-me dizer-vos
que os homens não valem nada.

Deixam-nos, imploram que os deixemos
voltar e depois voltam a deixar-nos.

Devíamos deixá-los
logo à primeira.

Se não quisermos ir com um rapaz
e o deixamos,

imploram que os deixemos voltar,
para eles nos deixarem.

Depois, podem ir dizer aos amigos:
"Eu deixei aquela rapariga."

Não percebo por que se dão
a esse trabalho. Eles já me irritam.

Juro que o meu ex-namorado
dá-me vómitos.

Queria sempre discutir, era infantil
e era mais velho do que eu.

Não encontraremos ninguém
nesta cidade

que esteja sequer perto
da perfeição.

Têm de sair da cidade,
de ir viajar.

Viste a Nasia e o George
a conversar hoje no parque?

Sim, meu. E então?

Espero que ela
não esteja a tentar magoar-me,

e é melhor
que não se junte a ele.

Meu, isso são coisas
que as raparigas fazem.

Tentam deixar-nos e depois
vão com o nosso melhor amigo.

A Denise e as outras
metem-lhes coisas na cabeça.

Ela não tentou falar comigo
porque eu nem lhe respondia.

Por isso
é que foi falar com o George.

As outras raparigas não me
interessam. Só me interessa a Nasia.

Estou sempre a pensar nela.

O que é aquilo?

Desenterrei isto no parque, ontem.

Porque é que lhe fizeste isso?

Não sei, estava aborrecido.

És destrutivo.
Anima-te, meu.

Olá, George. Sabes,
o teu tio D deixou-nos hoje.

Aquele homem é doido. O pai do Rico
achou que ele ia ter um ataque.

Achei que ele ia passar-se.
Como é que é? Uma jogada doida?

Nada choca o meu pai, meu.
É por isso que ele é o chefe

e é por isso que ele comprou
um K-Car Turbo, um King Car Turbo.

Isso mesmo.

- É um cão engraçado.
- É simpático. Onde o arranjaste?

Não sei. Encontrei-o.

Vi um cão desses na televisão.
São raros como à merda.

Cheira a merda.

Já o levaste a examinar
aquilo da histerectomia?

Acho que tem halitose
ou algo do género.

Devias dar-lhe feijão-de-lima frios
com um pouco de sal.

- Vais ficar com o cachorro?
- Não, o meu tio não me deixa.

Pois é. O velho Damascus ainda
lhe cortava a cabeça. É doido.

Lembro-me de uma vez que estávamos
na casa do Barry, a comer cá fora,

o gato do Barry
começou a passar-se.

Estava pedrado, fisicamente doido,
percebem?

O gato começou a derramar
as bebidas das pessoas,

e a fazer caixote de tudo.
Então, o Damascus apareceu.

Tirou um chicote dos calções,

o gato fugia para a esquerda
e ele batia à esquerda

e depois para a direita
e ele batia à direita.

Até que acertou bem
na cana do nariz do gato

e o gato rebolou
e começou a tremer.

Ficou tão nojento, como...

Como um esquilo
velho, nojento e morto.

Dás-me licença?
Acabei de comer fruta.

Vou vomitar com essa
conversa de esquilos mortos.

- Este é o Bobby.
- Não, esse é o primo do Bobby.

- É apenas o Richard.
- Não é nada o Richard.

- Richard pode ser o nome do meio.
- Repara atrás.

- Não.
- Está escrito atrás da fotografia.

Sabem, sem mim
vocês não percebem nada de nada.

Aí vem o Vernon.
Vejam só o Vernon.

- O Vernon? Por favor.
- Ele vive aqui?

- Entra.
- Olá, Vernon. Tudo bem?

- Estás com bom aspeto.
- Como vão?

Também estão todas com bom aspeto.

Eu sei que tenho bom aspeto.

- Posso falar com a Nash?
- Não, não podes.

Com a Nasia? O que tens para
lhe dizer podes dizer a todas.

Cala-te. Nem gosto de ti.

Não venhas agora com essas.

Não vens à minha casa
dizer mal das minhas amigas. Então?

- Estou a brincar, Nasia.
- E o teu irmão? Porque não me liga?

O teu irmão, qual é a dele?

Amiga, a Denise disse-me
que ele não tem músculos.

O que é que queres?

Quero saber o que se passa
entre ti e o Buddy.

Como assim?

Nem lhe tens telefonado.
Ele contou-me.

- Disse-me que nem se falam.
- Sim, porque acabámos.

- Acabaram? Porquê?
- Ele age como uma criança.

Estou à procura
de uma pessoa mais madura.

Ele tem 13 anos e tu 12.
São ambos crianças.

Como é que ele havia de agir?

Ele devia ser mais maduro. Sabes
que mais? Encontrei alguém melhor.

- Quem?
- O George.

O George? O George é estúpido.

Céus!

Nem tem o cérebro no sítio.
Não sabe tomar banho. Cheira mal.

Usa as mesmas calças
todos os dias.

Ele nem fala. Acho que ele
tem um problema qualquer.

Sabes? O problema nem é teu.
Porque...

- O problema é meu.
- Não é nada.

É sim, porque o Buddy é como
se tosse o meu irmão mais novo.

Estou a olhar por ele.
És a primeira namorada dele.

E o que estou a dizer
vem do meu coração, percebes?

Estás a tentar imitar a tua irmã,
a tentar ser apressada.

- O que se passa contigo?
- Sabes que mais?

Não quero saber do que tu achas.

Até gosto do Buddy,
mas ele age como uma criança.

Encontrei outra pessoa.

Não quero que ele ande por aí doido
porque uma miúda estúpida o deixou.

Só quero saber
porque é que te passaste.

Porque ele é demasiado novo,
assunto arrumado.

Tenho pessoas à espera.
Falamos mais tarde.

Pronto.

O George sabia que,se o tio
encontrasse o cão dele,

acabaria por matá-lo, porque ele
andava sempre a matar coisas,

a bater em coisas
e a armar armadilhas.

O cão era muito velho, preguiçoso

e muito feio, mas o George,
ainda assim, gostava dele.

Tinha inchaços.
Quer dizer, inchaços não.

Eram mais insetos,
pulgas e carraças.

Todo o tipo de bichos nas pernas.

Quem me dera voltar
a ser como noutros tempos,

nos dias em que Deus me protegia,

quando a sua luz brilhava
sobre a minha cabeça

e com a sua luz
eu caminhava nas trevas,

como nos dias da minha mocidade,

quando a amizade de Deus
me protegia,

quando o Todo-poderoso
estava comigo,

quando os meus filhos me rodeavam,

quando os meus pés
eram lavados com leite

e o rochedo vertia
fios de azeite.

Isso é da Bíblia ou é Shakespeare?

Quer dizer, eles...
Sim, há pessoas boas aqui.

É uma cidade simpática, como outro
sítio qualquer, provavelmente.

Tem as suas coisas boas
e, no reverso da medalha,

também há coisas más, mas...

É uma pena que não vejas as estrelas
por causa do fumo.

Sabes uma coisa?
O meu quarto também não tem janelas.

Meu, ainda andas
com aquela rapariga, a Nasia?

Não, meu. Ela deixou-me,
na semana passada, na igreja.

O quê?

- Credo.
- Pelo meu amigo George Richardson.

Mas é uma estupidez,
porque eu dei-lhe tudo.

Quer dizer,
um anel de plástico e um beijo.

Quer dizer,
o que conta é a intenção.

O George é porreiro.

Se pensarmos numa pessoa
por quem te deixassem,

o George talvez seja um 3,
numa escala de 1 a 10.

Tenho saudades
de a ter por perto,

de poder falar com ela sobre os
meus sentimentos e coisas do género.

Quer dizer... ela tinha
um tal brilho nos olhos

que me fazia vibrar todo.

É como daquela vez que andei
com uma rapariga branca,

e tudo corria bem, percebes?

Tudo era bestial.

E, de repente,
sem motivo nenhum,

ela deixou-me por um fulano
que era pobre, gordo e feio.

E é como disseste.
Eu olhava para mim e dizia: "Meu!"

E isso faz-nos sentir
uma merda, meu.

Uma grande merda.

Agora, as únicas mulheres de que
gosto são as amigas da minha mãe.

- As amigas da tua mãe?
- Sim.

Meu, tu é que sabes.

Só espero que sejam mais bonitas
do que as amigas da minha mãe,

sempre bêbedas
e a armar confusão todas as noites.

As amigas da minha mãe
são ótimas.

A minha mãe também é porreira.
Ela é uma mulher bonita,

e diria que é quase perfeita.

Ela é super-simpática, percebes?

É capaz de nos tricotar uma blusa,
se tivermos um arrepio, percebes?

Tia Ruth.

Porque é que o tio Damascus
não gosta de animais?

Não gosta deles e pronto, George.
Eles incomodam-no.

Ele gosta de leões, pelo menos?

Nunca lhe perguntei.

E ele gosta de galinhas?

Ele gosta de as comer.

Ele gosta de cães?

Porque não?

Ele não gosta
que eles o incomodem.

O George tinha de ter muito cuidado
para não molhar a cabeça.

A fontanela dele era muito,
muito, muito, muito frágil,

como a cabeça de um bebé.

E, quando a molha ou coça,
faz-lhe irritação no cérebro.

Ele não gosta disso, porque...

...se alguém lhe bater na cabeça,
é provável que morra.

Para de brincar!

Lembras-te da primeira vez que
fizemos amor ao som desta canção?

Estávamos lá naquele campo.

Tu enterraste-me naquelas ervas.

Porque é que sempre que começas
a falar parece que vais chorar?

- George, tenho saudades da mamã.
- Tu nem conheceste a mamã.

Ela amava-me?

- Não tanto como a mim.
- Porque não?

Porque não sabias fazer
a dança engraçada.

Sei, sim.

Agora, sabes.
Na altura, só tinhas um ano.

Nem conseguias andar direita.

Costumávamos chamar-te
Pernas de Peru.

- Boa noite, Whitney.
- Boa noite.

Buddy, tu foste batizado?

Não, meu.
Não gosto desse tipo de coisas.

George, tu gostas da Nasia?

Não, meu.

Vi-os a conversar, há dias.

Estávamos só a conversar.
Foi só isso, nada mais.

- Continuamos bem, não é?
- Sim, meu.

Anda cá, rapaz!

- Olá.
- Olá.

Chamo-me Tyler.

Consigo suster a respiração
durante seis minutos.

Tenho a doença de ATM.

- O que é isso?
- É um problema do maxilar.

Como ficaste
com esse colar cervical?

Estava a tentar fazer um 360 no
meu skate e fui contra uma parede.

Cala-te! Eu vi-te a falar
com aquelas miúdas mexicanas.

Seu inútil,
tu não sabes andar de skate.

- Marco!
- Polo!

Cala-te! Nem estás a jogar.
Qual é o teu problema, meu?

Eu vi-te à rasca, hoje.
Nem sabes nadar.

Falas como se nadasses,
mas não sabes.

- Aposto que não sabes nadar.
- Nado melhor do que tu!

- Não nadas!
- Nenhum de vocês sabe nadar.

Vi-os todos à rasca,
a fazerem chapanços de barriga.

- Tu também não sabes nadar.
- Vi-te a dar chapanços de barriga.

Tive de sair da água,
não fosses afogar-me.

Vocês são doidos.

Sou capaz de voar sobre as cabeças
das velhas, sobre prédios...

Consegues fazer volta e meia?

Vês, é o que eu dizia. Eu consigo
fazer volta e meia, tu não.

- Está calado.
- Uma cambalhota e meia.

Vocês deviam ver a cabeça dele
quando entra na água.

A cabeça começa a inchar,
as gengivas começam a sangrar.

Sabem aqueles...
Como é que se chamam?

Aqueles dinossauros
que pomos na água e incham?

É assim que fica, quando entra
na água, parece uma esponja.

Fica uma lástima!

Vamos embora.

Anda, mano.

Qual é o problema
do teu irmão mais novo?

Sabes o que quero?
Quero um bocado de "jalado".

Meu, articula bem as palavras.
Pronuncia-as.

O quê?
Gelado, foi o que disseste?

Gelado.

É para o grande prémio.
Preciso de um novo par de sapatos.

Preciso mesmo de um novo par
de sapatos. Vamos, o grande prémio.

Estás triste, não estás?

- George! Vê só isto.
- Não faças isso.

Ainda andas a choramingar,
não andas?

Olha para ti. Ainda estas a tentar
arranjar uma mulher decente.

Pelo menos, tive uma.

Não era lá muito decente,
se te deixou.

- Sim.
- Tenho de ir à casa de banho.

Fazer chichi.

Quem quer saber o que tens de fazer?
Não contes a todo o mundo.

Olha para este sítio. Parece que
passou aqui um... dois tomados.

Ainda parece pior
do que o quintal da minha mãe,

porque não o cortamos.

Ainda parece pior.

O que se passa com a tua mãe?

Bem, custa-lhe adormecer, à noite.

- É só isso.
- Ouvi dizer que tens de lhe cantar.

Sim, mas isso não é assunto meu.

Como é que chegaste aqui tão rápido?
Vou ter de te bater, meu.

Cala-te, inútil. Anda cá.
Anda cá, espera.

O que é? Força, querida.
Vem, querida!

Suave.

Para, meu. Vá lá!

Para, põe-me no chão!

Vais chorar, puto?

Sonya, para de brincar
com esse cocó, rapariga.

Sonya, deixa o cocó.

Sonya, para de brincar
com o cocó,

porque juro que,
se isso me acertar, hás-de apanhar.

Credo, Sonya, deves ser a pessoa
mais burra do planeta.

Bonito, partiste-me o nariz.

Ótimo, pode ser que pares
de atirar cocó às pessoas.

Vocês são todos tão estúpidos, meu.
Adoro-vos a todos.

Vês? Agora, parece molho.

Está calada, meu! Não voltes
a falar comigo ou a tocar-me.

George, ontem chegou pelo correio
o meu equipamento de luta.

É porreiro, não é?

É demasiado grande.

Dá para pôr as minhas duas pernas
num só dos buracos.

Tenho de ir mijar, meu.

George, escuta só. Ontem, um fulano
coreano contou-me uma anedota.

Como se chama algo
que é castanho e viscoso?

- Como?
- Um pau.

- Que piada mais estúpida...
- Que raio!

Abre!

Nos tomates não, meu!

Estás fora de forma. És gay?

Quando partir o vosso coração,
partirei os vossos ossos.

Todos o sabem,
porque eu sou o Buddy.

Nem pensar. A minha mão
foi parar ao mijo. Não é justo.

É sim. meu Deus!

Ajuda-me, meu!

Larga-me!

Credo, meu!
Pareces um deficiente.

George?

Fiz aquilo sem intenção.

Estás bem, meu?

George, fica onde estás.
George, vá lá.

Eu não queria
fazer-te nada à cabeça.

Buddy? Levanta-te, meu.

A minha cabeça!

Bateste com força com a cabeça.
Estás bem?

Acho que vou ficar bem.
A culpa foi minha.

Meu, o George ficou louco contigo.

Nunca o tinha visto
fazer nada assim.

Deverias tornar-te
lutador de boxe, George.

- Estás bem?
- Chamem a minha mãe. Não...

Arranjem-me uma toalha.
Vou limpar esta água.

George, qual é a tua?
És louco?

Nunca te vi fazer nada assim.
Não tinhas de o magoar.

Tens o dobro do tamanho dele.

Estávamos só a brincar,
não é, Sonya?

Buddy, o que se passa contigo?

O que se passa?

Ele está a sangrar.

Buddy.

Meu, temos de pensar.
Isto é propriedade privada.

Temos de levá-lo.
Não podemos deixá-lo aqui.

Não podemos...
Temos de Ievá-Io.

Se o deixamos aqui,
alguém vai descobrir.

Se o meu pai souber...

- É o pior.
- Como saberão que fomos nós?

Cala-te!

És mesmo estúpida!

Meu, foi estúpido.
Foi mesmo estúpido.

É o meu amigo.

Eu matei-o.

Eu agarrei-lhe na cabeça.
Eu empurrei-o.

A culpa de ele estar morto é minha.
Eu matei-o.

Tira essa aranha de cima dele.

Ninguém te vai descobrir aqui,
Buddy. Ninguém vem aqui.

1 de Julho

O que dás de comer ao cão?

Gomas.

Que mais?

Às vezes, pão com melaço.

Vês, é por isso é que o cão
está tão magrinho.

Não lhe dás comida suficiente.
Só lhe dás porcarias.

Precisas de lhe arranjar
comida de cão a sério.

Isto é comida de cão a sério.
O cão está a comer.

Não me parece.
Grande parte está no chão.

Rob, vais à reunião do sindicato,
esta noite?

Não gosto do trabalho.
Estou lá há 14 anos.

Estou só a dizer
que podem querer-te lá, pelo apoio.

Rico, ele investiu lá
bastante dinheiro.

E tu não o ajudaste nada.

- Trabalho lá como ele.
- Não quero saber! Põe-te a andar.

- Deixa-o e paz.
- Foi bom trabalhar contigo, meu.

Adeus.

Como é que o cão se chama?
Ou chamas-lhe só cão?

O meu amigo Vernon
chama-lhe Relâmpago.

Mas eu não gosto do nome.
Irrita-me.

Detesto esse nome,
é demasiado pateta.

Acho que o Buddy fugiu porque
ainda tem um fraquinho por mim.

Tens umas mãos bonitas.

Foram uns homens à minha casa,
ontem à noite.

Minha, as pessoas andam a falar.

O que é que dizem?

Querem saber quando é que foi
a última vez que eu vi o Buddy.

Minha,
eu não consigo fazer isto.

Ouvi falar da penitenciária.
Não consigo fazer isso.

Não fizeste nada de propósito,
Vernon.

Ninguém quer saber disso.

Só sei que não consigo
fazer isto.

E minha...

Eu só quero sair desta.
Toda a minha vida...

Não consigo confiar em ninguém.

Em toda a minha vida,
as pessoas desiludiram-me.

Só quero ficar sozinho
e pensar nisto,

pensar no que vou fazer.
Sei que não vou ficar por aqui.

Gostava de ter uma ilha tropical
só para mim, gostava...

Gostava de ir para a China.
Gostava de ir para o espaço.

Gostava de ter um planeta
só para mim.

Gostava...

Gostava que houvesse
200 pessoas iguais a mim.

Gostava de ficar sentado,
com computadores

e máquinas,
a ter ideias todo o dia, minha.

Eu não...
Gostava de renascer.

Gostava de me salvar
e dar a minha vida a Cristo.

Talvez ele me perdoasse
o que fiz.

Minha, tu pareces não mostrar
qualquer sentimento.

Parece que nem te importas
que o Buddy esteja morto.

Não te percebo, minha.

Gostava que houvesse uma crença,
a minha crença.

Quando passeamos sem ninguém
que se ria connosco

ou que nos dê a mão,
é um passeio diferente, percebem

Nem sequer imaginava a verdade
que o George conhecia.

Eu vi pela tua pele,
vi as palavras,

as coisas que fizeste,
as oportunidades que perdeste,

a perda de todas as coisas.

Quando o inchaço passar,
acho que ele vai ficar bem.

Mantenha o gelo mais 15 minutos,
depois de ele acordar.

Como quando
foste batizado no Iago.

Foi estúpido. És estúpido?

Só queria salvar aquele rapaz.

Deixas-me enojado,
às vezes, sabias?

O meu primeiro beijo
foi no sexto ano.

Foi com um rapaz chamado DeMario.

Ele... Tínhamos saído
durante cerca de duas semanas.

- Duas semanas?
- Já tínhamos dado uns beijinhos...

Uns beijinhos?

- Mas o linguado só foi depois.
- O linguado?

Meteste a língua na boca de alguém,
após duas semanas.

- Sim, meti.
- Não sei como lidar com isto.

- És demasiado nova para isto.
- Voltemos à minha história.

Está bem. Desculpa. Continua.

Foi depois da escola
e a minha amiga Latrice

disse: "Têm de se beijar
e eu quero ver."

Respondi-lhe:
"Latrice, não faças isto."

Então, fomos lá para fora, saímos
da loja de doces onde estávamos,

fomos lá para fora, para o pátio
e ele beijou-me.

Lá fora, no pátio. Tenho de ir
ver-te depois da escola, no pátio.

Por favor...

Sim?

Esta é a casa do George Richardson?

Lamento. Ele está na cama.

Chamo-me Pamela Hurst.

O seu filho salvou
a vida do meu filho Tyler hoje.

Pois, hoje foi
um dia complicado para todos.

Soube que houve problemas.

Sim, o George não pode
entrar em piscinas.

A cabeça dele é muito sensível
e ele não se sente muito bem.

O seu filho é um herói,
Mrs. Richardson.

O George não é meu filho,
é meu sobrinho.

Hoje, quase perdi o meu filho.

Agradeço que tenha vindo.

Lembro-me de um beijo que dei.

Beijei-o nas escadas. Chamava-se
Charles. Nem acredito que o beijei.

Tinha começado a andar com ele
cinco minutos antes de beijá-Io.

És mesma apressada.

E beijámo-nos nas escadas.

Meu Deus!
A tua prima ficou doida.

Cuspiu o sumo. Foi terrível.

- Estava a rir-se de ti.
- Sim.

E vimo-nos mais tarde, nessa noite,
e demos beijos atrás de beijos.

Se calhar é por isso
que agora não gosto de beijos.

Se puserem a língua dentro da minha
boca, tenho um ataque. Não suporto.

"Um novo tipo de herói.

"George Richardson, de 12 anos,
residente em New Street,

"salvou a vida de um rapaz de 8 anos
não identificado ontem à tarde.

"O menino tinha caído à água na
piscina pública de New Main Street,

"enquanto a mãe se encontrava num
piquenique com amigos ali perto.

" 'Descuido', disse a mãe.
'A culpa foi minha.

'"Graças a Deus que o George teve
coragem e força para ser um herói.

"'Ele ficará para sempre
no meu coração.”

Porque é que puseram
essa fotografia minha, de cuecas?

Era o que estavas a usar,
quando te descobriram.

Pois foi.
Não queria molhar as calças.

Não te preocupes, querido.
És o herói.

Hão-de acertar na tua fotografia,
um dia.

O que significa "uma pedra rolante
não fica com musgo"?

Se começamos algo devemos acabá-Io,
ou nunca atingiremos nada.

Não sei.

A tua vida esteve
alguma vez em perigo?

Não, senhora.

Uma vez, o meu irmão prendeu-me
a mão numa amadrinha de urso.

Jorrava,
o sangue jorrava por todo o lado,

e não podíamos ir ao hospital,
porque não tínhamos dinheiro.

Tentámos com fita-cola.

Quando é que foi a última vez
que viste o Buddy?

Cerca de dois dias, depois de ele...
Antes de ele desaparecer.

O que é que ele disse?

Não vejo Buddy
há quase seis meses.

Qual foi a última coisa
que ele te disse?

Disse: "Até logo, meu..

Acabei com o Buddy porque
me apaixonei por outro homem.

Papá, posso dizer uma coisa?

Só quero dizer que...

Lembras-te de me dizeres
que o que aconteceu foi um acidente

e de não ter acreditado em ti?

Bem, agora acredito.

E... Eu amo-te.

Amo-te tanto que, às vezes,
nem consigo respirar.

Queres sair daqui,
um fim-de-semana destes?

Queres partir?

Precisas de uma camisa nova.

Querido, tens um cheiro esquisito.

Tu cheiras bem.

Encontraram o Buddy
num lugar sossegado.

A água lavou as mãos dele.

Está?

Está?

Olá.

É a Nash. Podes falar.

Não me sinto bem.
Que horas são?

Como está a tua cabeça?

Não sei. É a minha barriga.

Queres vir à minha casa?

- Quero ver-te.
- Não.

Acho que não devíamos falar mais.

Porquê?

Não tenho mais nada para dizer.

O George sempre soube que seria
um herói, como se o sentisse.

Ele sabe quando alguém
está em apuros.

Ele está sempre disponível
para ajudar como pode.

Ajuda as velhotas
a atravessar a rua,

ensina coisas aos miúdos,
para que possam atravessar a rua.

Uma vez, o George viu
um homem morto sentado numa vala

e trouxe-o de volta à vida.

São coisas pequenas,

mas parecem maiores,
às outras pessoas.

A verdade é que te respeito.

As pessoas podem rir-se,
mas tu insistes. Persistes.

Como um verdadeiro atleta.

As pessoas têm duas caras,

uma que têm para os outros

e outra que mantêm para si.

As pessoas podem desanimar-te,
mas tens de voltar a erguer-te

e voltar ao trabalho,
na manhã seguinte.

Sabes, uma vez salvei
a vida de um homem.

Salvei a vida de um homem.

A verdade é que todos
lutamos para sermos salvos.

Mas, no fim de contas,

é provável que sejas
um homem melhor do que eu.

Gostava de ajudar-te.

Se achares que sou capaz.

O que estás a fazer?
Para que vestiste essas cuecas?

Estou só a tirar umas notas.

Está bem.

O pátio está cheio de perigos
de incêndio e elétricos.

- Estou a anotar as infrações.
- Sim?

Deixa-me ver se arranjo
mais alguma coisa para cortar.

A mãe do Buddy
era uma mulher decente.

Ela não queria problemas.

Mas ela nunca deixava
o pregador entrar.

Demasiado lenta.
Volta para a cama.

Raios, tens visto o George,
ultimamente?

Desde que salvou aquele rapazinho,
anda naquele fato de super-herói.

Que maluco.
Ele não fala com ninguém.

Ele tem...
Parece que está noutro mundo.

Como se estivesse acima de nós,
desde que salvou o rapazinho.

Não consigo
parar de pensar na mãe do Buddy.

Ela era tão simpática.

Ela não merece isto.

Lembro-me de uma noite
em que não havia comida em casa.

Por isso, saí
e passei pela casa do Buddy,

e a mãe do Buddy
estava no alpendre.

E foi como se sentisse
que eu tinha fome.

Ela deixou-me entrar
e nós comemos.

Comi sardinhas e bolachas,

mas senti-me tão mal
ao comê-Ias,

porque sabia que, no dia seguinte,
não teriam comida,

que passariam fome.

O Buddy era tão magrinho.

E eu tenho estas reservas todas.

Senti-me tão mal com aquilo.

És capaz de guardar um segredo?

Não sou uma pessoa boa
e não tenho bons pensamentos.

Bem, andamos todos
um bocado passados, agora.

Mas, quando o Buddy morreu,

eu não chorei.

O que achas disso?

Bem, és tu, Sonya.

És como os teus irmãos.

Eles não choram, não falam.

Andam por aí a partir coisas.

Acho que não é assim tão mau.

Não me fez diferença nenhuma.

Não me incomodou.

Vernon, não tenho muito
por que esperar.

Não sou inteligente, não presto.

Toda a minha família não presta.

Pela primeira vez na minha vida,

não tenho desculpas
para o meu futuro.

Podes vir comigo, Sonya.

E se for contagioso?

E se todos os que me tocam
perdem o que têm?

Não vou apanhar isso,
porque não tenho nada a perder.

Que raio estás a fazer?

Afasta-te do meu carro!

Volta aqui!

Estás acordado?

A tua irmã Whitney disse-me que
tinhas um cão nas traseiras da casa,

um cão pequeno e feio,

mas que adoravas.

Achas que matei o teu cão?

Só sei que dei a volta ao barracão,
há algumas noites...

Eu escondi-o nos arbustos
e deixei-o esvair-se em sangue.

Sim, ele estava muito mal,
não estava?

Só quero que saibas

que os cães assustam-me,
percebes?

Os cães deixam-me muito nervoso.

Tu sabes como os cães
se portam mal, não sabes?

E que eles agarram-se
às nossas pernas

e começam a mexer-se
para cima e para baixo.

Uma vez,
tinha eu cerca de seis anos,

houve um cão que me fez isso.

E ele mandou-me ao chão.

E ele começou a montar-me
de todos os lados.

Aquilo afetou-me mesmo a cabeça,
percebes?

E eu queria tanto

matar este cão.

Arranjei um berbequim
e fui procurá-Io.

E ele tinha partido
para outro sítio.

Para um sítio especial.

O teu cão...

...nunca teve uma oportunidade.

Eu não lhe dei uma oportunidade.

Ninguém me disse nada.

Está bem? Desculpa.

Desculpa, está bem?

Só posso dizer que...

...fiz asneira.

E, de repente, a única coisa

que me ocorre é de que tenho medo
de ser castigado por Deus.

Porque demoraste tanto?

A minha mãe estava a gritar-me.

Uns homens foram a minha casa à
minha procura. Temos de sair daqui.

No seu coração,

acho que o tio gostava dele.

Ele sabia que o capacete do George
lhe fazia doer a cabeça.

Por isso, fez-lhe
um chapéu novo e macio,

com a pele do seu cão morto

e uma velha cauda de guaxinim.

O George disse que queria
conhecer um herói verdadeiro.

Mas acho que ele só queria entrar
naquele desfile

e ocupar o lugar dele.

Se ninguém olhava por ele,
pelo menos olhavam para ele.

Com licença.

Só queria dizer
que gostei do desfile de hoje.

Muito obrigado.

Achei-o o melhor de tudo.

- Olá.
- Olá.

- O que estás a fazer?
- Nada.

- Umas pessoas andam à tua procura.
- Não quero saber.

Sabes, há um sítio perto do círculo
Ártico que se chama Lapónia.

As pessoas de lá chamam-se lapões.

Da mesma maneira que somos
americanos, por vivermos na América.

Em vez de cães, têm renas.

Fazem imensas coisas com as renas,
roupas com a pele delas

e comem a carne delas.

És um herói, agora?

Se alguma vez me meter em sarilhos,
salvas-me a vida

Só não digas a ninguém
o meu nome verdadeiro.

Digo-lhes que te chamas Jorge,
George em espanhol.

Às vezes, eu sorrio e rio,

quando penso em todas
as coisas boas que vais fazer.

Espero que vivas para sempre.

O Vernon e a Sonya
roubaram finalmente um carro.

Mas, ao sair da cidade,
ela virou-o

e quase morreram os dois.

Estás a ver aquilo?

O que vês?

Acho que o condutor
estava a beber ou algo assim,

estava a guiar e caiu
e o carro ficou todo lixado.

Ia a caminho do trabalho e vi
muito fumo e sangue aqui em baixo.

Olhei para baixo,
vi um carro a ter um desastre

e comecei a gritar por ajuda.

Sempre que olho em volta,
tu e o teu irmão estão sempre fora!

- O que fazes aqui?
- Não fiz nada.

Vi o fumo a flamejar, sangue...

- Primeiro, porque ia tão depressa.
- Mas não é isso que se vê.

O que fez...
Se o carro tivesse recuado,

teria caído
ou pelo menos batido no poste.

É a oitava vez que te vejo aqui!

Na próxima vez, não vou sair de casa
para te procurar ou ao teu irmão.

Estava na paragem do autocarro
e vi fumo a sair do carro.

- Está bem, mamã.
- Desculpa. Desculpa.

Os meus heróis...

Os meus heróis são...

O homem que inventou
a escavadora mecânica,

o Chubby Checker,
os Intocáveis,

o Dick Allen,

o World B. Free,

a grande muralha da China,

o Tio Sam e o Presidente
dos Estados Unidos da America.

O que faz com que alguém
seja herói?

Acho que um herói deve ser sábio,

forte e muito talentoso.

Deve ainda ter uma lista

de coisas perigosas e venenosas.

O que faz de ti um herói, George?

Sou um herói porque...

Gosto de salvar a vida das pessoas
e de fazer coisas do género.

Onde andam os teus amigos?
Vão perder o fogo-de-artifício.

Os meus amigos estão mortos.

Como assim, estão mortos?
Morreram?

Morreram todos
num desastre de comboio.

Meu, isso é duro.

De que estás a falar?

Só sei que, às vezes, quero ser
o homem mais forte do mundo.

Então, pronto.

Olha para a minha língua.

Todos queremos famílias
que nos amem,

porque os amigos
seguem caminhos diferentes.

Alguns sabem o seu lugar,
a sua casa, o seu conforto.

Mas, para outros,
não é assim tão simples.

O Buddy era doido.

Ele estava a brincar,

na casa de banho.
Ele escorregou.

O meu amigo George disse-me

que conseguia ler
os pensamentos de Deus.

Ele disse-me que sabia
o que Deus ia criar,

quem é que ia deixar morrer
e coisas do género.

Ele também sabia o futuro.

Ele disse que travaria
grandes guerras,

que lideraria nações e que
reconstruiria uma terra desfeita.

Todos julgavam
que ele fosse doido, menos eu.

E quem sou eu?

O meu pai era banqueiro e a minha
mãe inventava perfumes novos.

Sorri.

Tradução e legendagem
André Vieira / SOLEGENDAS