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Fala!

Fala!

Para tr�s um pouquinho...
abaixa a enquadra��o, abaixa...

Chegou ao fim a ambiguidade
do poder revolucion�rio.

Estivemos juntos em momentos
de vit�ria e momentos de tens�o.

Nesta hora dram�tica...

Chegou ao fim a ambiguidade
do poder revolucion�rio.

Estivemos juntos em momentos
de vit�ria e momentos de tens�o.

Nesta hora dram�tica

n�o podemos ocultar o fato de estarmos
enfrentando nestes �ltimos dias

uma s�ria crise interna.

Mas estou confiante de que juntos

todos cheguemos a superar em
curto prazo nossa dif�cil situa��o.

Necessitamos de paci�ncia
e coragem.

Antes de tudo, cumpre que
olhemos para o passado

- buscando acompanhar e compreender os fatos
- Ligou...

que nos levaram a esse impasse.

Todos sabem da conspira��o
contra o governo e

afirma��es nesse sentido j�
s�o do conhecimento p�blico.

Nesta hora

� meu dever n�o aceitar
isto em sil�ncio.

Estamos num momento cr�tico
em que um golpe poderia estar se

desfechando contra n�s de qualquer
dire��o e a qualquer momento.

Esta � uma hora de
a��o e n�o de tristeza.

Uma comiss�o estuda as
origens das recentes desordens

em nosso territ�rio e cidades

devendo apresentar conclus�es quanto
�s medidas preventivas a serem tomadas

a fim de evitar desastres maiores.

At� agora as medidas tomadas

se justificam pelo
agravamento da situa��o.

Temos de admitir que aqui,
como no resto do continente,

existe uma concorr�ncia
de radicalismo demag�gico

entre as fac��es
que ambicionam o poder.

Est�o querendo dividir o pa�s.

Agimos agora em defesa da
seguran�a e da unidade nacionais.

A este desafio daremos a resposta
concreta, en�rgica e precisa

de que lutaremos contra o que
julgamos o maior perigo para a

nossa concep��o de vida e para os
princ�pios em que voc�s acreditam.

Temos ao nosso lado um ex�rcito,

garantia da integra��o nacional,

plenamente consciente
da tarefa que cumpre.

Emana��o direta
da vontade do povo

lutando contra as tentativas de instaura��o
de um poder pol�tico de falsas demagogias

e pobres realidades que nos
enfrenta com esses ex�rcitos

com pretens�es a libertador de povos

comandado por uma oficialidade
que ambiciona o poder

como instrumento de prepot�ncia.

Quando eu assumi o poder

n�o havia nenhum plano de reforma
nem coisa alguma semelhante.

Os chefes da revolu��o
n�o puderam ver que o

movimento n�o atingia
seus objetivos para o povo

sen�o indo al�m de um mero
desejo pol�tico de independ�ncia

e abalando as ra�zes dos
problemas econ�micos e sociais.

Sem uma democracia social a
democracia pol�tica n�o existe.

O drama para um indiv�duo ou para
um povo consiste em ter ambi��es

fora de qualquer propor��o
com os meios materiais

de que disp�e para realiz�-las.

A falta de medida,
a desumanidade,

a cultura elementar,
o imenso orgulho,

a auto-sufici�ncia, tudo
isto os condena ao fracasso.

A pr�pria natureza n�o tolera
o excesso por muito tempo.

Fomos v�timas de uma perigosa ilus�o
num per�odo de viol�ncia e trag�dia

como nenhuma outra na��o j� passou.

Cometemos o erro de fazer
as pazes com a oposi��o.

Os erros se desgastam rapidamente

e quando menos se espera um impulso
modifica tudo e surge uma nova alvorada.

Alguns setores
do governo julgam ter um

direito exclusivo no
campo de a��o nacional,

mas n�o viram que todos os objetivos
estabelecidos estavam fora da realidade.

Depois havia escassez de
dados b�sicos sem os quais

nenhum programa razo�vel
poderia ser elaborado.

Por volta de janeiro,
anunciei a dissolu��o

de todos os partidos e
o confisco de seus bens

criando em seguida uma
nova organiza��o pol�tica

e promulgando uma
constitui��o provis�ria que

colocou nas m�os de um
comit� militar a suprema

autoridade do pa�s para
os pr�ximos tr�s anos.

Em junho proclamei oficialmente
a rep�blica nacional.

Em junho proclamei oficialmente
a rep�blica nacional.

Agora todos voc�s calcularam mal

desconheceram minha
habilidade como t�tico.

Aproveitei a crise do regime
para prender os dissidentes

e promover um expurgo
nas for�as armadas

fazendo voltar
o governo �s minhas m�os.

Destituindo os ministros
e dissolvendo o conselho

numa tentativa de restituir a calma
e a ordem � vida pol�tica do pa�s.

De nada adiantaram as
manobras dos pa�ses do sul

e o cerco inexpressivo de seus governos

que pretendem intervir
em nossos assuntos internos

e auspiciar uma subvers�o

cuja meta n�o � outra que a
de acabar com a nossa liberdade,

destruir nossa dignidade e anular
nossos direitos de povo soberano.

A crise est� evoluindo para
uma silenciosa guerra civil

que me obriga a manter toda
as for�as em minhas m�os.

Tem um carro esperando na porta.

Transcorridos oito meses de governo

a realidade se imp�e sobre a fic��o.

� o trovoadinha, olha a�.

Todo o mecanismo partid�rio
que acionava a estrutura

de farsa surgida em
dezembro, desmonta-se sozinha.

� sexta-feira � meia noite o hor�rio.

Desmonta-se sozinha ap�s
duzentos dias de crises

internas e uma sucess�o
de golpes palacianos.

A precipita��o dos fatos
nos levar� ao caos se n�o

tomarmos medidas que ponham
fim a essa baderna marcial.

Pretendiam transformar este celeste
imp�rio num bordel totalit�rio.

A revolu��o n�o � monop�lio
dos revolucion�rios

e n�o pensem que s� voc�s
ter�o mobilidade de a��o.

O ex�rcito sob a
lideran�a de meu governo

luta heroicamente apoiado
pelas for�as do povo.

Acha que seria uma boa
manh� para uma revolu��o

se houvesse metralhadoras
em lugar de bandeiras?

H� muito tempo que os rebeldes
vem me instigando � viol�ncia,

mas digo solenemente ao povo
que aqui n�o haver� viol�ncia.

Meu governo com o apoio do
pa�s e de suas institui��es

cortar� pela raiz toda
tentativa de subverter a ordem.

Esse tipo de extremismo
seria fatal para o pa�s.

No momento em que
essa organiza��o

revolucion�ria come�ar a agir,

vulnerando os artigos
estabelecidos

na lei e comprometendo
a seguran�a,

a legisla��o ser�
aplicada com todo o rigor

institu�dos os respectivos
tribunais especiais de justi�a.

Precisamos estar prontos
para usar das atribui��es que a

constitui��o nos confere em defesa
do regime legalmente constitu�do.

A crise que atinge a
guarda nacional � falsa.

Nunca esta minoria conseguir� destruir
a coes�o interna de meu governo.

Os extremistas e moderados
permanecer�o fi�is �s minhas ordens.

Eu me encarrego disto.

Em todos os bairros de
nossa cidade e prov�ncias

de meu pa�s surgem agita��es,

conflitos,

desordens.

N�o h� mais condi��es de manter
a ordem a n�o ser pela for�a

Eu quero ordem!

Vou atac�-los de todas as dire��es!

� preciso ver... entender...
que com o agravamento da situa��o

eu cheguei � conclus�o de que
a luta armada � o �nico caminho.

O que � que voc�s querem?

Eu agi de acordo com a minha consci�ncia e
assumo toda a responsabilidade de meus atos.

- Tem um carro esperando na porta.
- Eu escolho meus amigos e...

� verdade sim. Uso e
vou continuar usando

os mesmos meios do governo anterior.

Pro�bo as manifesta��es...

Voc�s pensam que
descobriram a liberdade?

Eu restaurei o respeito
e o temor ao poder.

Eu botei voc�s novamente no mapa.

Nosso trabalho apenas come�ou.

Mesmo assim h� aqueles que
consideram muito nosso come�o,

ou entre outras palavras,

conclui-se com resignada amargura

que a sucess�o mon�tona e tr�gica

das justi�as e opress�es
continuar� por muito tempo.

A �nica forma de neutralidade
era pela aquisi��o de armas

e a cria��o de um estado super armado.

Por isso ampliei as despesas militares

mesmo que isso significasse
um d�ficit or�ament�rio

e agora voc�s me for�aram a us�-las

quando eu s� queria o poder.

N�o se trata mais de
ideologia mas de temperamento.

Claro que se trata. Todo
mundo precisa de uma ideologia.

A gente n�o pode se
arriscar a ficar sem nada.

...Essa pol�tica sempre foi
dominada pelo dinheiro.

Pol�tica de oposi��o no duro, onde
todo mundo acaba virando situa��o.

Que � que est� a� agora.
Uma ditadura aberta,

dominada pelo capital estrangeiro e
feita por um cara que s� pensa no poder.

E no que voc� acredita?
Liberdade democr�tica?

Liberdade democr�tica...
lsso j� acabou.

Voc�s rom�nticos ainda est�o � espera
de quem? Do homem da provid�ncia?

Algu�m tem de fazer
alguma coisa nesta baderna.

Eles ainda v�o me pegar de
qualquerjeito, mas eu me arrisco.

- Voc� n�o passa de um oportunista.
- E voc� de um covarde.

Vai agir em nome, se
� para salvar voc� mesmo?

Cada um vai precisar do outro.

E o que � que eles fazem?

Vivem... vivem das
cr�ticas, das palavras.

Por tr�s...

a falsidade est� na cara deles.

A gente reconhece esses
caras em qualquer esquina, p�.

Eu conhe�o voc�s.

Na hora que eu precisar,
ningu�m me reconhece.

Pensa que eu n�o sei...
um de voc�s me traiu.

Que � que voc� est� olhando?
Fui eu por acaso?

Voc� � que disse.

Mas tudo isso vai acabar de uma
hora para outra sem ningu�m saber.

Eu sei quem s�o os agitadores.

Me acusam de corrupto.

Toda vez que um grupo se tornar
poderoso demais meu ex�rcito o derrubar�.

Esse governo n�o vai aguentar mesmo.

� quest�o de tempo.
De quem resiste mais.

A quest�o � de quem age antes.

Olhem para voc�s, os pacifistas.

Onde � que est� a paz sem a vit�ria?

Voc�s n�o s�o nada.

E a opini�o p�blica? Onde � que
se p�e a opini�o p�blica?

E onde � que est� o p�blico para opinar?

E quando houve, de que
adiantou a opini�o?

Voc� est� confundindo tudo.

A rela��o natural entre
os povos � de guerra.

- O grande revolucion�rio, coitado.
- O tempo dos her�is j� passou.

Voc� n�o � o salvador? Se vira.

Salva ao menos voc� mesmo. Quero ver.
- Veja onde acabou

o grande mundo de teus ideais.
Serviu para o triunfo do massacre.

Se a corrup��o foi necess�ria para
eles a viol�ncia tem que ser pra n�s.

- Essa � uma causa que n�o pode ser tra�da.
- Fica quieto. Voc� n�o sabe o que vai

encontrar pela frente.
Seu aliado de hoje

- Lembra de ontem?
- pode ser seu inimigo amanh�.

O que � voc�s fizeram? De que
adiantou o nacionalismo de voc�s?

E voc�? Que � que voc� fez?

Para que o berreiro todo
se ningu�m se mexeu?

Para tudo voc�s tem uma desculpa.

Todos obedientes e servis
como uma multid�o de covardes.

Mas agora acabou.

Ningu�m serve duas
causas ao mesmo tempo.

� c�modo voc� ficar a�
bancando revolucion�rio.

Quero ver voc� largar
tudo isso e sair por a�.

Mas � para salvar os outros.

Luta-se sozinho.
Do nada n�o sai nada.

Eu n�o vim para trazer
a guerra mas paz.

Eu n�o vim para trazer
a paz mas a guerra.

� preciso prever a trag�dia.
A morte violenta.

S� o sangue conta na vida dos povos.

Eu n�o vim para trazer
a guerra mas a paz.

Toda essa decantada
fraternidade � conversa.

N�o serve para nada.

Eu fui tra�do por todos.

At� eles, os servidores da f�,
despiram seus mantos de fidelidade.

� preciso continuar a luta
com a raiva do desespero.

Sem olhar para tr�s,

sempre para a frente.

contra o advers�rio se
defendendo passo a passo.

Nem que cada parcela de solo se
transforme num campo de batalha

e que as popula��es se
transformem em ex�rcitos,

que o �nico sentimento
permitido seja a vit�ria.

N�s venceremos juntos ou
desapareceremos juntos.

Eu precisava da paz para minha obra.

Sempre quis a paz.

Mas impuseram-nos a
guerra desde o princ�pio.

Tive que reconstruir tudo.

Combater as id�ias estreitas,

os individualismos est�pidos.

Quero a paz

e sou obrigado a manter
esta guerra cont�nua

com a eterna esperan�a
de alcan��-la no fim.

Fiz a guerra demasiado
depressa e demasiado tarde.

Tarde porque dei tempo
a que voc�s se

preparassem para
resistir aos ataques.

Depressa porque n�o contei
com os prazos necess�rios

a que se preparasse uma
gera��o de diplomatas

e funcion�rios criados
segundo meus objetivos,

imbu�dos de minha f� e meu ideal,

capazes de executarem meus planos.

Me arrependo de n�o ter ido
at� o fim de minhas exig�ncias.

Embora o resultado de
meus atos fosse a guerra.

Esta terra estava demasiado podre

para apreciar a
magnanimidade de um vencedor.

Eu sou a liga��o entre voc�s e o mundo.

A �ltima chance deste pa�s.

Eu n�o cederei a press�es ou movimentos.

Usarei a repress�o toda vez
que ela se fizer necess�ria.

N�o temo meus inimigos e n�o
estou traindo o idealismo da paz.

Nada tenho a me arrepender

e nada a me condenar.

N�o interessa que as coisas
se repitam sob minhas ordens.

Adoto as mesmas medidas
que tomaram contra mim.

Fui obrigado a matar para me salvar.

Depois me pegaram,
me acusaram de agir contra o governo.

Mas eu venci.

Desfrutei de todos esses anos,

mas a precipita��o que pus em tudo que
fiz � que foi a minha fatalidade.

Enquanto meus advers�rios, que prometiam
a felicidade ao termo da revolu��o sem fim,

podiam esperar.

A �nica solu��o genu�na para o que

aconteceu repousa em
um ataque em todos os

n�veis, at� que se atinjam as condi��es.

que promovam
o desespero e a viol�ncia.

O que est� surgindo � uma insurrei��o.

E uma insurrei��o n�o � mais
que um detalhe da revolu��o.

Essas for�as desorganizadas
n�o aguentam baixas.

Voc�s n�o tem disciplina.

Pensam que desenvolvendo
atividades de guerrilha,

sabotagem, terrorismos
v�o conseguir se

esconder e fazer uma
guerra sem batalhas?

Mas n�o.

Eu vou transformar
esta guerra na guerra

mais total e mais perfeita
que o mundo j� viu.

No fim eu vencerei

e o caminho dos vencidos ser� longo

e ensanguentado por in�meros mart�rios

Meus ex�rcitos executam as ordens
sem nunca dar um passo atr�s.

Elaborem as t�ticas
revolucion�rias que quiserem.

Mas enquanto isso, meus fatos
s�o superiores �s minhas palavras.

meu fim ser� o fim do universo.

Seus fatos desmentiram suas inten��es.

A crueldade dos moralistas � que
lhe deu a consci�ncia tranquila.

E assim pensa agir com justi�a.

Cada suspeito ser� perseguido.

Cada id�ia vai ser invertida.

N�o darei oportunidade de compreender.
Exijo aceita��o.

Sei que estou fazendo e n�o tomei
o poder com a inten��o de larg�-lo.

Voc�s est�o destruindo vossa heran�a.

N�o sobrar� pedra sobre pedra.

Este � o �ltimo s�culo da raz�o.

Nenhumajusti�a � maior que a minha.

Vou suprimir todas as publica��es,

dissolver todas as organiza��es,

deportar todos os suspeitos.

Vou acabar com essa anarquia
da moral, dos idealismos.

Quem s�o voc�s?

Um povo feito para obedecer.

Que obedece ao primeiro que aparece?

Agora chegou a minha vez.

Os erros se gastam rapidamente

e quando menos se espera

um impulso modifica tudo.

Outros vir�o depois de n�s.

Mais fortes.

Mais h�beis.

lmaginar um mundo novo

� viv�-lo a cada dia.

em cada pensamento,

em cada olhar,
em cada passo,

em cada gesto.

Matando e criando de novo com a
morte sempre um passo � frente.

N�o basta proclamar o futuro.

� preciso agir como se
o passado estivesse morto

e o futuro n�o fosse poss�vel.

� imposs�vel convencer as
pessoas de que seus deuses,

suas cren�as, suas esperan�as e temores

n�o tem fundamento real.

N�o h� verdade a proclamar.

Hoje temos a verdade s�lida e diferente.

E a sua hora n�o � a de um
com�cio, mas de uma solid�o final.

Meus pensamentos gaguejam toda vez
que sou obrigado a reacender a chama.

�s vezes n�o s� com
coragem mas com desespero.

pois n�o h� ningu�m para
dizer estas coisas por mim.

Estou deslumbrado pelo
glorioso colapso do mundo.

Toda esperan�a de salva��o
escapou-me das m�os.

Sopra sobre mim o vento
do desastre e da morte.

Nem suor, nem dinheiro,
nem amor, nem a morte

nada me impede o t�tulo
de gl�ria que ambiciono.

Quando cada coisa
� vivida at� o fim,

n�o h� morte,

n�o h� remorsos.

N�o h� como fugir sen�o vivendo.

Minha morte sempre foi
superior � minha vida.

Voc� acha que esta seria
uma boa manh� para uma

revolu��o se houvesse
metralhadoras no lugar de bandeiras?

Est� manh� seria
espl�ndida se a de ontem

n�o tivesse sido
um fracasso completo.

N�s batizamos o futuro com
nossas �ltimas l�grimas.

Esta noite eu gostaria
de pensar em certo homem.

Num indiv�duo sozinho.

Num homem sem nome e sem p�tria.

Um homem que respeito porque
n�o tem nada em comum com voc�s.

Esta noite...

vou meditar no homem que eu sou.