All language subtitles for Last.Week.Tonight.with.John.Oliver.S09E26

Bem-vindos ao programa!
Eu sou John Oliver.

Obrigado por assistirem.
A semana foi cheia.

A comiss�o do 6 de janeiro
vai intimar Donald Trump,

Alex Jones entrou pelo cano de novo
com suas teorias da conspira��o

e um Mark Zuckerberg virtual
anunciou:

"As pernas vem a�.
Est�o animados?"

Em vez de uma atualiza��o
no Metaverso,

parece uma nova se��o
em um site de fetiche de p�s.

Mas vamos come�ar falando
da guerra na Ucr�nia,

que se agravou
significativamente.

A repres�lia russa
com uma chuva de m�sseis esta semana

foi registrada por c�meras em carros
e em outros locais pelo pa�s.

A retalia��o brutal pela explos�o
da ponte que liga a R�ssia � Crimeia

coordenada pelo comandante linha-dura
Sergei Surovikin.

� verdade. A nomea��o de Sergei

foi anunciada
horas ap�s a explos�o da ponte.

� um recado, pois, al�m de ser conhecido
pelas t�ticas brutais na S�ria,

ele tamb�m foi apelidado
de "General Armagedom".

E ningu�m convoca um cara
chamado "General Armagedom"

para cometer
menos crimes de guerra.

Olhem s� para esse cara!

Ele � assustador,
mas tamb�m parece um beb� bravo

for�ado a usar uma roupa estranha.

O tamanho da retalia��o
pode parecer extremo,

mas a ponte era importante para Putin.

A constru��o come�ou
ap�s a anexa��o da Crimeia, em 2014,

e Putin comemorou a inaugura��o
cruzando a ponte ao volante.

O governo russo at� financiou
uma com�dia rom�ntica

que se passa
durante a constru��o da ponte,

chamada A Ponte da Crimeia:
Feita com Amor!.

� quase um Simplesmente Amor,
s� que em uma ponte.

Vejam s� o trailer.

ESTE ANO

O AMOR

VAI UNIR CORA��ES

Que lindo!

A PONTE DA CRIMEIA:
FEITA COM AMOR!

Bem-vindos � Ponte Krymsky,

a maior ponte da R�ssia!

Escutem,
eu s� consigo pensar nesse filme.

Se eu assisti ao filme todo
no YouTube? Sim.

Se vou contar tudo para voc�s agora?
Vou, sim.

V�rios personagens
se conhecem e se apaixonam

perto do local de constru��o da ponte.

Essa � Varya, uma jovem arque�loga
que sempre est� trabalhando na praia.

Ela � interesse amoroso de Viktor,
o RP engomadinho,

e de Dima,
o pe�o de obra jovem e gostos�o.

Dima � acusado de um inc�ndio criminoso
perto da ponte,

salva outro pe�o que caiu da ponte

e pilota um avi�o que est� caindo,

pousando em seguran�a onde?
Isso mesmo, na ponte.

Enquanto isso,
um jornalista chamado Tikhon

vai escrever um artigo
sobre a hist�ria da ponte

e se apaixona por Aliya,

que � aquele clich�
da vendedora de peixe bonita e t�mida.

Ent�o descobrimos que o pai de Aliya
morreu ao dormir no volante

depois de dirigir por horas,
o que seria evitado

se existisse, digam comigo,
a ponte da Crimeia!

O filme termina com a ponte constru�da,
os casais juntos,

e todos indo para o territ�rio
anexado ilegalmente.

Esse filme
alugou um triplex no meu c�rebro!

Estou avisando, n�o assistam,
ou ele vai acabar com a sua vida.

A quest�o �: Putin est� irritado
pela ponte ter sido explodida,

mas est� lutando para ter apoio.

Milhares de russos est�o deixando o pa�s
para fugir do recrutamento,

e h� hist�rias como a deste homem,
que buscou abrigo na Ge�rgia.

Alexei nos leva ao abrigo
que ele agora chama de lar

ap�s dirigir por sete dias
saindo de Moscou...

� a melhor m�sica.

Levando pouca coisa al�m do viol�o.

"Ghostbusters."

- "Ghostbusters?"
- Isso.

Ele diz que � melhor isso
do que um fuzil.

Quem voc� vai chamar?
Os Ca�a-Fantasmas

Olhem...

Se me dissessem que um russo
viajou por sete dias

para cruzar a fronteira com pouco mais
do que o viol�o que vai tocar,

meus palpites de m�sica seriam,
em ordem:

cantigas russas tristes
que a m�e cantava � noite,

cantigas russas tristes
que a m�e cantava de manh�

e "Wonderwall".

Mas eu levaria uma eternidade
para adivinhar

que era uma vers�o ac�stica
de "Ghostbusters".

Mas o medo � de que, no desespero,
Putin recorra �s armas nucleares.

Um medo que aumenta
ao ver este desfile

de apoiadores pr�-Crimeia em Moscou

com a participa��o
de um mascote de m�ssil nuclear.

Ent�o � natural a Ucr�nia
estar buscando apoio no exterior.

Zelensky pediu ajuda ao G7
esta semana,

e o Minist�rio da Defesa
postou este v�deo

agradecendo a Fran�a pelas armas
que recebeu e pedindo mais.

H� V�RIAS FORMAS DE DEMONSTRAR AMOR

MAS, SE REALMENTE
QUISER GANHAR NOSSO CORA��O,

NADA SE COMPARA A UMA ARTILHARIA
AUTOPROPULSADA DE 155mm

MUITO OBRIGADO, FRAN�A

POR FAVOR, MANDEM MAIS

Que �poca estranha
essa em que vivemos!

� um apelo por ajuda militar

ao som de "Je t'aime",
de Serge Gainsbourg,

com as artes
de um cart�o comemorativo barato.

E isso ter vindo da conta oficial
do Minist�rio da Defesa

mostra que algu�m na Ucr�nia
recebeu ordens de pirar no Twitter

e cumpriu muito bem a tarefa.

Ap�s oito meses, a situa��o na Ucr�nia
ainda � extremamente s�ria,

e a �nica coisa que podemos dizer
com relativa certeza agora

� que o pr�ximo passo de Putin

vai ser como
A Ponte da Crimeia: Feita com Amor:

question�vel, uma bagun�a

e algo que mais ningu�m
al�m dele queria.

E agora, isto.

E agora...

Mais conversa-fiada eletrizante

no programa matinal de San Antonio,
com Kimberly e Esteban.

Nosso programa come�a agora.

Bem-vindos ao programa, pessoal.
Boa quinta-feira!

- V�spera de sexta-feira.
- � isso a�.

- Ol�, ol�.
- Oi.

- "Oi." Faz at� eco.
- Faz mesmo.

Boa ter�a-feira!

- Hoje � dia.
- Cad� os meus tacos?

Estamos muito felizes
que queiram come�ar a semana conosco.

Verdade.

Que quarta-feira maravilhosa!

- Verdade.
- Talvez sejam dois.

Verdade.

- O feriado ainda est� rolando.
- Verdade.

- Gente, que dia �timo!
- Verdade.

Sempre d� um toque especial.

Sim. Bom, o Texas � meu pa�s.

- Seu pa�s?
- Certo.

Verdade.

Bem-vindos ao programa, pessoal.
Boa sexta-feira.

Que bom t�-los aqui!

Verdade.

E AGORA

Continuando, o tema principal de hoje
s�o os direitos LGBTQ,

algo que estamos discutindo melhor,

considerando que a CBS News cobria
a exist�ncia de gays assim em 1967.

Os Homossexuais,

com nosso correspondente Mike Wallace.

Vem aumentando a preocupa��o
com os homossexuais na sociedade,

com sua crescente visibilidade.

Este � um homem de 27 anos
com ensino superior completo.

Ele perdeu o emprego por ser incapaz
de conter suas tend�ncias homossexuais.

Certo, isso aqui me d� nojo,

come�ando pelo jarg�o homof�bico,

por terem ocultado a identidade do cara
botando ele atr�s de uma planta,

e terminando com o t�tulo:
"Os Homossexuais."

Em vez de uma mat�ria,

parece mais como seu av� chama
os Fab Five.

Especificamente, vamos falar
sobre os direitos de pessoas trans.

Falamos sobre isso pela primeira vez
h� 7 anos,

e a boa not�cia � que, desde ent�o,

mais pessoas parecem confort�veis
em se declararem trans e n�o-bin�rias,

o que � �timo,

mas, como voc�s com certeza notaram,
nos �ltimos anos,

alguns direitistas perderam a cabe�a
com os direitos trans,

o que pode ser melhor resumido
pela piada favorita deles:

Meu nome � J. R. Majewski,

e meus pronomes s�o
"patriota pra caramba".

Meus pronomes s�o
"conservador", "patriota".

Quero declarar uma coisa.

Meus pronomes s�o
"Estados Unidos da Am�rica".

Gostaram?

Sou Ted Cruz, e meus pronomes s�o:
"V� se ferrar."

Eu n�o gosto desse Ted Cruz.

N�o gosto das opini�es de merda dele.

N�o gosto dele xingando,
n�o gosto dele se achando.

N�o gosto dele sentado,
n�o gosto dele com carne no prato.

N�o gosto dele dando um beijinho,
n�o gosto dele com o Mnuchin.

Odeio as piadas dele com os pronomes.
Esse tal de Ted Cruz � um babaca.

Mas, escutem,
isso vai al�m de piadas ruins.

S� este ano,
mais de cem projetos de lei antitrans

foram enviados �s C�maras de Deputados
e doze estados deram seguimento.

E tudo isso acontece
junto de viol�ncia e amea�as,

inclusive ataques e persegui��es

em hospitais que auxiliam os jovens
nas quest�es de g�nero.

E � frustrante ver
que muitos esquerdistas

parecem relutantes
em entrar nesse assunto.

Ou pior: s�o completamente hostis.

Seja reclamando
dos "fiscais de pronome",

ou dizendo que essa quest�o
custar� as elei��es aos Democratas.

Se for para o centro do pa�s,
as pessoas v�o dizer

que, durante a elei��o presidencial,

discutir sobre um cara usando vestido

e se ele, ela ou sei l� o qu�,
pode ir pro vesti�rio com a filha,

n�o � uma f�rmula vencedora
para muita gente.

Nossa, "sei l� o qu�"!

Michael Bloomberg
deveria parar de falar besteira.

Mas, embora esse bilion�rio
seja bom em v�rias coisas,

como ganhar dinheiro e...
a lista para por a�,

talvez seja melhor n�o pedir
uma f�rmula vencedora

para um cara que gastou
mais de um bilh�o do pr�prio bolso

para perder a corrida presidencial
em apenas 14 semanas.

Mas, deixando de lado a no��o

de que vale sacrificar
a prote��o de uma minoria

por uma "f�rmula vencedora",

vamos tamb�m nos lembrar

de que n�o � s� a esquerda que n�o
para de falar de direitos trans,

mas os Republicanos veem vantagem
em se aproveitar desse assunto.

E, ignorando isso,
estamos permitindo que tenham

um impacto desastroso
na vida das pessoas.

H� alguns anos, entrevistaram
uma menina, Kai Shappley.

Vejam como ela est� feliz
falando sobre o que espera do futuro

at� se lembrar de algo que a chateia.

Minha m�e disse
que posso me tornar presidente.

� mesmo?

O que voc� mudaria no mundo
se fosse presidente?

Faria as pessoas serem livres

e irem ao banheiro que quisessem.

Voc� pode usar o banheiro feminino
na escola?

N�o.

E agora botaram seguran�as

para tomar conta do banheiro, sei l�.

Eu odeio isso.

� muito triste.

� t�o sombrio
que chega a ser dif�cil de assistir.

O que, coincidentemente,

tamb�m serve para falar
de A Casa do Drag�o.

Mas a quest�o �:
levando em conta o que est� em jogo,

vamos falar sobre a mais recente
onda de ataques aos direitos trans.

De onde vem e o que est� causando.
Mas, antes de come�armos,

vamos levar a s�rios os argumentos
por tr�s desses projetos de lei

por causa do que est�o fazendo,
mas n�o com sinceridade,

porque eles parecem ser feitos
mais como manobra pol�tica

do que pela realidade.

Um bom exemplo � que,
nos �ltimos anos,

18 estados aprovaram leis
que protegem as categorias de base.

E a governadora da Dakota do Sul,
Kristi Noem,

usou seu projeto de lei
como base de uma propaganda eleitoral.

Na Dakota do Sul,
s� meninas jogam esportes femininos.

Por qu�? Por causa da lideran�a
da governadora Kristi Noem.

Noem protege os esportes femininos
h� anos, e nunca recuou.

Agora, Noem tem um projeto de lei
que dar� � Dakota do Sul

a lei mais severa no pa�s
na prote��o dos esportes femininos.

Fazendo o trabalho, dando resultados.
Governadora Kristi Noem.

Certo. Se voc� viajasse no tempo
vindo do passado

e se deparasse com isso,
pensaria duas coisas:

"Nossa! A base da campanha
s�o as categorias de base.

N�o deve ter
mais nenhum outro problema nos EUA."

E: "Ela est� p�ssima com esse chap�u."

E voc� estaria certo,
mas s� sobre o chap�u.

Gente como a Noem
ama gerar medo sobre atletas trans,

especialmente meninas,

terem uma vantagem injusta
e roubarem as bolsas de estudo,

mas h� muito poucos exemplos no pa�s

de atletas trans
tentando at� mesmo competir.

E, no estado de Noem, o presidente
da associa��o desportiva colegial

s� tinha registro
de uma atleta trans competindo,

e ela tinha se formado
muitos anos antes.

Ent�o tem mais atletas nessa tomada
da propaganda de Noem

do que registros de garotas trans
competindo em escolas da Dakota do Sul.

Mas, mesmo que fossem mais,
discrimin�-las ainda seria errado.

E ainda seria estranho
os deputados se envolverem em decis�es

que costumam ser feitas por organiza��es
relativas �quele esporte.

E vale saber que,
mesmo nos esportes de elite,

as discuss�es sobre o assunto
s�o resolvidas com banimento.

O Comit� Internacional
anunciou que as regras

ser�o espec�ficas
para cada modalidade,

mas ter�o como base

que nenhum atleta
dever� ser exclu�do de uma competi��o

pela hip�tese de que seu g�nero
lhe d� vantagem.

E � incr�vel que um atleta trans
possa competir nas Olimp�adas,

mas n�o no futebol sub-12
da Dakota do Sul.

Um esporte que s� existe

para acabar
com os fins de semana dos pais.

E as a��es fracas do estado
levaram a situa��es

como a de Mack Beggs,
que, como colegial do Texas,

queria lutar contra meninos,

mas foi for�ado, pelas leis do estado,
a lutar contra meninas.

Por conta da vit�ria,
os deputados querem aprovar uma lei

que tornaria imposs�vel
que atletas como ele competissem,

o que � absurdo,

porque, como uma das lutadoras
que Mack derrotou comentou,

nenhuma dessas pessoas
parece pensar na realidade de Mack.

Acham mesmo que algu�m
mudaria completamente de g�nero

para vencer um campeonato estadual?

N�o. N�o � assim que funciona.

Exato!

Obviamente, n�o foi para trapacear.

Os jovens n�o est�o bolando esquemas
para trapacear nos esportes

s� para vencerem.

Essa � a Lori Loughlin.

� nela que est�o pensando.

Voc�s se confundiram.

Muito da discuss�o
sobre leis antitrans

envolve um discurso exagerado

que n�o reflete
a realidade desses jovens.

E � interessante que muito disso
esteja sendo alimentado

por alguns dos jogadores
por tr�s da teoria racial cr�tica

que, como discutimos em fevereiro,

a usavam como pol�mica
para promover escolas.

Na verdade, um dos principais causadores
desse p�nico, Christopher Rufo,

passou a atacar os direitos trans.

E ele discutiu abertamente
a estrat�gia por tr�s disso.

O que estou querendo,

e isso faz parte de uma s�rie
que acabei de come�ar,

� pegar esse mesmo sistema
de reportagem,

esse estilo
que usei na teoria racial cr�tica,

mas usar na ideologia de g�nero.

O que est� acontecendo
� que os pais est�o sentindo

que tem algo estranho,
que est�o desconfort�veis,

mas est�o com medo de falar.

Ent�o o que temos que fazer �
dar a narrativa da m�dia,

uma justificativa, uma valida��o
ou uma prova de suas preocupa��es,

para mostrar
o que est�o ensinando nas escolas.

E temos que dar o vocabul�rio

para que possam falar
com confian�a, diretamente,

e com o n�vel necess�rio
de agressividade

para dar um basta nisso.

Sim, ele est� dando um script
para as pessoas repetirem.

Digam o que quiserem de Chris Rufo.

Por exemplo,
que ele � um troll alarmista

que surgiu de uma receita
para fazer o Ryan Gosling,

mas se esqueceram
de adicionar a beleza.

Ele � bem cuidadoso com a forma como
quer influenciar a opini�o p�blica.

Rufo sugeriu colocar as quest�es trans

no mesmo pacote
da "ideologia de g�nero" radical.

E ele tweetou que os conservadores
deveriam usar "trans stripper"

em vez de drag queen

porque tem conota��es
mais sensacionalistas

e muda o debate para a sexualiza��o.

E, claro, tudo pode ter

conota��es mais sensacionalistas
e sexuais se mudarmos o nome.

Vou mostrar.
Chuva. Gozo do c�u.

Pronto! Muito pior.

Mixer. Vibrador de sopa.

Molho ao sugo. Lubrificante de macarr�o.
Viu? Funciona com tudo.

Mas, na estrat�gia dos conversadores,
essa t�tica � muito boa,

pois liga a discuss�o
de identidade de g�nero

� preda��o sexual
e professores aliciando alunos.

Uma t�tica � argumentar
que o aumento no n�mero de jovens trans

se d� pelo "cont�gio social",

uma ilus�o em massa, uma modinha,

que est� se espalhando rapidamente
entre os jovens.

Ou�am Abigail Shrier,
uma defensora ferrenha dessa teoria,

explicando tudo isso.

Se quiser ver uma lavagem cerebral,
veja s� esses jovens

que, de repente,
decidiram que s�o trans.

Eles se afastam das fam�lias,

eles costumam largar a escola,

costumam fazer tatuagens e usar drogas

e est�o criando um mundo para eles

que � t�o saud�vel,
que gira tanto em torno da sexualidade.

Eles perdem todos os hobbies.
O �nico hobby � ser transg�nero.

Certo. Tem muita coisa a�.

Deixa eu comentar sobre os jovens trans
perderem todos os hobbies.

Porque vou dizer que,
quando eles tentam fazer, sei l�,

esportes na escola, por exemplo,

tem um bando de adultos babacas
tentando impedi-los de jogar.

Shrier, �s vezes, embeleza o argumento
usando o termo

"disforia de g�nero de in�cio r�pido",

o que � pura bobagem.

Vem de um estudo publicado
por um pesquisador em 2018

levantando a hip�tese
de que alguns jovens se dizem trans

por press�o dos amigos.

Mas � bom que saibam
que os sujeitos de pesquisa foram pais,

n�o jovens transg�nero,

e que eram pais de organiza��es
dedicadas a se opor � ideologia trans,

o que j� o desqualifica.

� como citar um estudo
que diz que todos os carteiros

s�o dem�nios enviados
para atacar sua fam�lia,

mas a� descobrir
que os sujeitos de pesquisa

eram v�rios c�es ansiosos.

� uma amostragem tendenciosa
que claramente distorceu os resultados.

E para deixar bem claro:

h� amplas evid�ncias
de varia��o de g�nero na Hist�ria.

E at� onde encontraram evid�ncias
de pessoas trans,

encontraram jovens trans.

Sobre o aumento acelerado
de jovens se identificando como trans,

como a escritora Julia Serano apontou,

quando vemos o gr�fico de canhotos
nos EUA durante o s�culo 20,

vemos um pico enorme

quando pararam de for�ar as crian�as
a escreverem com a m�o direita,

ent�o se estabiliza.

Isso n�o significa
que todos viraram canhotos

ou que houve uma disforia de canhotos
de in�cio r�pido.

Significa que as pessoas
puderam ser quem eram.

E sobre a quest�o de que alguns jovens
est�o explorando sua identidade:

como isso � algo ruim?

Quem eles est�o machucando?

Observando a discuss�o sobre isso,
� dif�cil n�o sentir

que, se h� algum "cont�gio social",

� entre os adultos,

que entraram em tamanho frenesi

que acabam repetindo
umas bobagens vergonhosas.

Talvez a mais idiota de todas
seja um novo t�pico

sobre as consequ�ncias da normaliza��o
da identidade de g�nero.

At� ouvi uma pessoa daqui
dizer recentemente

que um aluno se identificou como gato.

E queria uma caixinha de areia.

Eles acham que s�o gatos!

Gatos!

Eles botam caudas e exigem
uma caixinha de areia na escola.

Tem crian�as que pensam
que s�o gatos e cachorros

e usam caixinhas de areia nas salas.

Estou sabendo de pais e alunos

que acreditam que tem
uma caixa de areia na escola.

Mas a� todos preferem ignorar
essas alega��es.

Um boato n�o passa disso
at� se tornar verdade.

O fato de eles pensarem
que isso est� acontecendo

� t�o rid�culo que chega a ser triste.

Porque, se pensar por dois segundos,
n�o faz sentido algum.

Primeiro, se tivesse jovens usando
caixas de areia em sala de aula,

n�o seria um deputado de Minnesota
a dar essa not�cia.

Voc� j� teria ouvido falar disso.

Se uma crian�a cagasse
numa caixa de areia

na primeira aula do dia,

s� se falaria disso no estado todo
at� a hora do almo�o.

Minnesota mudaria o lema para:

"Minnesota: o estado em que a crian�a
cagou na caixa de areia."

E os jovens est�o dando as caras
em f�runs p�blicos,

onde adultos est�o criando terror

sobre pessoas trans
nos esportes e banheiros,

e tentando faz�-los pensar
com clareza.

N�o vou deixar um grupo
com gente que mal me representa

me dizer quem sou e o que posso fazer.

Cres�am e ajam feito gente.

Meu medo n�o �
uma pessoa trans me assediar,

e sim se vou tirar nota baixa
na pr�xima prova de espanhol.

Usei banheiros cis v�rias vezes
com pessoas trans

e nunca me senti amea�ada.

Sabe com o que me senti amea�ada?

Com as a��es da diretoria.

Voc�s passaram vergonha,
Gardner e o estado do Kansas,

pela falta de conhecimento
em g�nero e sexualidade.

Tamb�m deixaram evidente
a educa��o sexual inadequada

que oferecemos aos alunos.

�, esses adultos foram humilhados
por adolescentes.

Como sabemos, a forma mais brutal
de humilha��o que existe.

E cr�ditos a eles por aparecerem l�

em vez de estarem fazendo
o que os jovens fazem.

Curtindo numa loja de vape, sei l�.

J�, j� vou morrer.

Muito do medo e dos argumentos
contra pessoas transg�nero

parecem vir
de desinforma��o e desaven�as.

E, talvez, a maior e mais perigosa
�rea de ignor�ncia

seja relativa
ao aux�lio na quest�o de g�nero.

Recentemente, quatro estados

baniram ou restringiram
o acesso dos jovens ao aux�lio

e mais uma d�zia considerou
leis similares s� neste ano,

e eles foram alimentados
por uma falta de conhecimento b�sico

sobre o que consiste
o aux�lio na quest�o de g�nero.

O que gera coment�rios assim:

Se uma crian�a entrasse
em um consult�rio

e dissesse: "Velhinho,
quero que arranque o meu dedo.",

o m�dico diria
que essa crian�a tem problemas

e que precisa de um psiquiatra.

Se a mesma crian�a entrasse
nesse consult�rio

e pedisse para arrancar o �tero dela,

esse mesmo m�dico diria:

"Voc� � uma pessoa
incr�vel e corajosa.

Voc� est� certa,
temos que tirar seu �tero logo.

Vamos levar essa mocinha
para a sala de opera��o."

Do que voc� est� falando?

Cada palavra est� fora da realidade.

Primeiro que ningu�m neste pa�s
conseguiu conversar com um m�dico

sem antes discutir como ia pagar.

Sem falar que uma crian�a
n�o ia falar "velhinho".

Por que a crian�a fict�cia
nesse cen�rio rid�culo

est� usando o mesmo vocabul�rio
de um coelho ca�tico dos anos 1940?

Nada disso faz sentido!

Mas s� de ouvir gente dizendo

que, assim que uma crian�a
se declara transexual,

ela decide fazer uma cirurgia
imediata e irrevers�vel...

E n�o tem nada disso!

Ent�o vamos esclarecer o que �
o aux�lio na quest�o de g�nero.

Em crian�as mais jovens,
pode n�o passar de uma transi��o social,

como cham�-la por outro nome,
cortar o cabelo, mudar a roupa

ou providenciar
apoio psicol�gico e comportamental.

Porque, sendo bem claro,

pr�-adolescentes n�o podem passar
por interven��es m�dicas.

Agora, no in�cio da puberdade,

o adolescente e sua fam�lia
podem considerar

bloqueadores de puberdade,
horm�nios que a atrasam.

E importante:
se o tratamento for suspenso,

a puberdade continuar�.

Ou seja, � revers�vel.

Como dar pause,

que n�o d� para fazer facilmente
no aplicativo da HBO Max.

Agora,

a pr�xima interven��o m�dica poss�vel
� terapia hormonal,

que aumenta os n�veis
de testosterona ou estrog�nio.

Opositores desse aux�lio
fazem alega��es alarmantes

sobre a terapia hormonal,
dizendo que � experimental,

o que n�o �,

e que deixa as pessoas est�reis.

Escutem, em alguns casos,
em situa��es espec�ficas,

pode haver risco de infertilidade,

mas, em outros casos,
sabe-se que os efeitos s�o revers�veis

se a medica��o n�o for mais usada.

Mas, definitivamente,
a pessoa toma a decis�o bem-informada.

E percebam que nada do que comentei
envolve cirurgia.

Mas, quando chega a esse ponto,

alguns adolescentes
podem fazer implantes

ou masculiniza��o do peitoral.

Mas saibam que isso n�o s� � raro

como tamb�m s� aconteceria
ap�s uma equipe m�dica

discutir todos os riscos e benef�cios
com o paciente, seus pais ou guardi�o.

E precisaria da assinatura de todos.

� um processo longo.

Sem comentar que � extremamente caro.

Por isso, fam�lias de classe m�dia,
negros, mais necessitados

t�m menos acesso a isso.

Basicamente, crian�a nenhuma
vai entrar em uma sala de cirurgia

porque decidiu retirar o �tero

com a mesma impulsividade
de quem decide ter uma franja.

Porque isso � algo
absolutamente rid�culo de se dizer!

E pensar que o estado
iria interferir nisso

� enfurecedor, naturalmente,
para jovens trans e seus pais.

Vejam esta m�e no Arkansas,

onde deputados est�o banindo
terapia hormonal para jovens,

dizer o que a terapia fez
com o filho dela,

que sofria de depress�o profunda
antes da transi��o.

Em cerca de um ou dois meses
de tratamento,

comecei a ver meu filho voltar,
parar de se retrair,

falar mais com a gente, rir.

- Como se sentiu, como m�e?
- Foi tipo...

"� isso." Essa era a resposta, afinal.

Por que algu�m
iria querer tirar isso deles?

N�o tem motivo

para voc� se meter
na forma como cuido do meu filho.

O que quer dizer para esses deputados?

V�o se ferrar.

Exato!

Porque a transi��o
n�o est� tirando seu filho de voc�.

Em alguns casos,
pode estar trazendo ele de volta.

Este n�o � um daqueles casos

em que � preciso se meter
na cria��o dos filhos dos outros.

N�o � o Chiqueirinho.

Ali�s, voc� precisa de ajuda,
Chiqueirinho?

Pisque seus olhos imundos
se precisar de ajuda, Chiqueirinho.

Ent�o, os benef�cios do aux�lio
s�o imensos,

e os riscos de sua priva��o
s�o mortais.

Uma pesquisa
com 28 mil pessoas transg�nero

descobriu que, dentre as que queriam
terapia hormonal e n�o a receberam,

58 por cento disseram ter
pensamentos suicidas nesse ano.

E � por isso que as tr�s principais
associa��es profissionais

de m�dicos, psic�logos e psiquiatras
de crian�as e adolescentes

apoiaram o aux�lio na quest�o de g�nero
e condenaram os esfor�os para neg�-lo.

E podem ter ouvido falar
dos poucos que reverteram a transi��o,

mas vale saber que esses casos
s�o raros e bem particulares.

Estudos mostram que cerca de 2 por cento
de quem faz a transi��o se arrepende,

e que a vasta maioria
dos que optaram por revert�-la

fez isso n�o para mudar
sua identidade,

mas por fatores externos como estigma
e falta de apoio da sociedade.

Escutem, eu poderia continuar lendo
dados e estudos.

Afinal, eu amo fazer isso.

Ou posso deix�-los ver este menino

falando sobre como se sentiu
ao ser visto como realmente era.

Dylan explicou
como, desde a quarta s�rie,

ele teve sentimentos confusos

que perduraram at� sua adolesc�ncia.

Eu queria muito cortar o cabelo,

ent�o, quando fiz isso,
me senti muito bem.

E a� segurei a porta para uma pessoa,
e ela disse: "Obrigado, mo�o."

E eu senti que aquilo era certo.

- Essa palavra?
- Essa palavra.

Esse "mo�o" traduziu
o que eu estava sentindo,

e eu fiquei pensando:
"�, foi bom ouvir isso."

Sim, � incr�vel.

Para alguns,
cortar o cabelo � algo rotineiro,

quando voc� pede pro barbeiro
dar um trato e depois vai para casa.

Mas isso pode mudar a vida
de um jovem trans.

Esse menino est� processando
o procurador-geral do estado

em um julgamento que come�a amanh�,

e ele n�o � o �nico jovem trans
que se viu for�ado a virar um ativista.

Lembram-se da Kai?

Ela agora tem 11 anos
e foi � Assembleia Legislativa do Texas

para discursar contra projetos de lei
que queriam proibir m�dicos e pais

de fornecer aux�lio de g�nero
aos jovens.

E ela deu um show l�.

Ol�. Meu nome � Kai Shappley.

Eu amo bal�, matem�tica,
ci�ncias e biologia.

Passo meu tempo livre com meus gatos,
galinhas, conversando com meus amigos

e sonhando com o dia
em que vou conhecer Dolly Parton.

N�o gosto de passar meu tempo livre

pedindo para os adultos
tomarem boas decis�es.

Isso...

Fico triste ao ver
que alguns pol�ticos

usam jovens trans como eu
para conseguir votos

de pessoas
que me odeiam s� por existir.

Deus me fez,

Deus me ama como sou
e Deus n�o comete erros.

Ela � incr�vel.

Eu concordo plenamente

com quase tudo o que ela disse ali.

Sendo bem sincero,
Deus comete erros, sim.

Se n�o cometesse,
como explicam os tubar�es-duende?

S�rio, olhem s� para esse cara!

Parece uma enguia
com uma fantasia de tubar�o larga.

Uma enguia doente.

Olha essa coisa horr�vel.
Parece que est� resmungando.

Se Deus n�o comete erros,

como justifica a exist�ncia
dessa aberra��o

que parece um xenomorfo com defeito?

Repito, apoio a Kai de cora��o e alma,

mas dizer que Deus n�o comete erros
� mentira, Kai.

Ele comete, e eles s�o assim.

E, escutem, fico feliz
por ver a Kai se defendendo,

mas, se uma crian�a
precisa virar ativista,

j� erramos com essa crian�a.

Porque ela deveria estar agindo
como crian�a e se divertindo.

E � bom que a tenham ouvido falar
em bal�, bate-papo e Dolly Parton,

porque costumam deixar de lado
uma coisa nessas hist�rias:

a alegria.

Enquanto os opositores v�o dizer

que esses jovens
est�o sofrendo lavagem cerebral,

seus defensores costumam levantar

as mesmas tristes estat�sticas
que mostrei hoje

de depress�o e suic�dio.

Embora seja compreens�vel
de certa forma,

j� que � o maior mal que esses
projetos de lei podem causar,

a hist�ria n�o se resume a isso.

Quando t�m apoio, os jovens trans
podem ter vidas plenas e felizes.

Porque esses jovens n�o s�o,
por defini��o, menos felizes

ou mais suscet�veis a sofrer
do que qualquer um.

Isso � um r�tulo
que estamos botando neles.

Como o menino que viram, que est�
processando o procurador-geral.

Ele tem assuntos de adolescente
para se preocupar.

Tenho 15 anos,
n�o deveria ter que fazer isso.

Eu n�o deveria ter que processar
o estado do Arkansas

porque eles est�o tentando me dizer
como devo viver.

Minha cole��o de bon�s

e minha bandeira trans
que ganhei no Natal.

Esse adolescente tranquilo
se sente mais confort�vel no quarto...

� um pogona. Venha c�.

Cercado por seus peixes e pogonas.

Ele n�o tem um p�
e a cauda dele � torta.

Sabe, ele...

Ele precisa de muito amor.

Exato, Dylan tem que aproveitar
sua juventude

e passar o tempo
com sua cole��o de bon�s,

alimentando sua pogona,

seja l� o que elas comam.

N�o fa�o ideia, nunca tive uma pogona,

mas iria me dar bem com essa

porque tamb�m sou criatura p�lida
com a bunda torta em busca de amor.

Todos os jovens que vimos hoje

n�o deveriam precisar ser ativistas.

Eles deveriam se vestir como querem,

ir ao banheiro certo
e praticar esportes.

Lembra-se do Mack?

Quando entrou na faculdade,
foi para a equipe masculina.

E vejam como ele ficou feliz com isso.

Eu sempre quis lutar contra homens.

E, agora que estou lutando...

� muito maneiro.

� muito maneiro.

Sim, � maneiro mesmo!

Est�o vendo como ele est� feliz?

Guardem essa imagem na mente,

n�o porque o caminho seja f�cil,

mas, como a atriz Michaela Rodriguez
chama aten��o,

porque � importante
n�o perder de vista onde ele termina.

Em se tratando de deputados
e leis sendo aprovadas,

temos que estar atentos,
n�o permitir que elas sejam aprovadas

e atrair apoiadores.

Mas tamb�m acho

que, enquanto isso, temos que viver
e mostrar como somos felizes.

N�o podemos viver tristes,
embora a nossa luta seja grande.

Em momentos de dificuldade,

em momentos de desespero,

eu escolho ter esperan�a e alegria

e emano isso para todos os haters
e quem acha que n�o merecemos isso.

E costuma dar certo.

Tem dado certo.

Exatamente.

Esperan�a e alegria s�o cruciais.

Eles s�o o combust�vel
que alimenta a luta pela igualdade.

Embora haja
muito medo e incerteza agora,

vale lembrar que o progresso,
ainda que n�o seja linear,

� sempre poss�vel.

Porque nosso objetivo
� que todos os jovens trans

saibam que s�o amados,
valorizados e indispens�veis

como amantes de Dolly Parton,
tutores de bichos estranhos

e pessoas muito maneiras!

E que nunca mais voltemos ao ponto

em que algu�m, ao aparecer na TV,

tenha que estar escondido
atr�s de uma planta.

E acabou. Obrigado pela audi�ncia.
At� o pr�ximo epis�dio.

Boa noite.