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A CAMINHO DE CASA
(1946)

Esta � a simples hist�ria de um
homem, seu cavalo e um menino.

Isso poderia ter acontecido na
sua cidade, em qualquer cidade.

Ele era apenas um senhor
pensativo e resistente,

fazendo o melhor que podia,
mesmo assim tudo que ele fazia

tinha efeito sobre toda uma comunidade
e mudara o curso de muitas vidas.

Ol�.

- Ol�, Pop.
- Ol�, amigo.

- Ol�, Gary.
- Ol�.

- Voc� n�o vai la�ar, vai, Pop?
- Claro que vou.

- � melhor n�o ir, ser� dif�cil.
- Espero que sim, Dobby.

Voc� pode se machucar.

Filho, posso la�ar melhor com
minha m�o esquerda do que

- voc�s com ambas as m�os.
- Olhe, Pop, falamos s�rio.

Sabemos que voc� � bom,
mas voc� j� n�o � t�o jovem.

Depois do tombo
que levou outro dia...

Aquilo n�o foi culpa minha,
e n�o me machuquei, n�o foi?

Talvez n�o, mas te deixou abalado.
Este � o �ltimo dia,

n�o abuse da sorte, voc�
pode acabar todo quebrado.

Ou�a, Bob, j� quebrei diversos ossos,
sou praticamente todo colado.

Tudo que voc�s precisam fazer �
se cuidarem e ficarem fora do meu

caminho quando eu entrar l�.

Ser� f�cil para voc�, Pop, eles
est�o com medo que os ven�a.

� assim que se fala.

Calma, meu garoto.
Est� tudo bem.

Sua pata est� quebrada.
Ele tem que ser sacrificado.

- N�o, eu n�o deixarei.
- N�o estamos felizes com isso,

mas n�o podemos curar a
pata quebrada de um cavalo.

- N�o, eu n�o permitirei.
- N�o deixe- o fazer isso, Pop.

N�o deixarei, Gary.
Olhe, senhor.

Voc� n�o entende?
Ele � meu cavalo.

Voc� n�o entende o que
isso significa para mim?

Voc� n�o pode sacrific�-lo.
Ou�a, voc� precisa me dar a

chance de fazer algo por ele.
Deixe-me mant�-lo at� o amanhecer.

Se eu n�o puder fazer nada por ele
at� l�, voc� poder� fazer o que quiser.

Mas preciso de uma chance e
te prometo uma coisa, senhor.

N�o quero v�-lo sofrer.
s� quero ajud�-lo.

Voc� n�o pode fazer isso.

- Tudo bem.
- Tudo bem, meu velho.

Voc� ficar� bem, Bryer,
voc� s� precisa ir com calma.

Como vai, garoto?
Reuni alguns dos rapazes para

nos ajudar a coloc�-lo no trailer.
Colocaremos ele pendurado at�

o levarmos a um veterin�rio.
Voc� ficar� nos fundos e o

- manter� acordado.
- Com certeza, Pop.

Tudo bem, vamos homens,
com calma.

Voc� Est� Entrando Agora
No Condado de Winona

Igreja Comunit�ria de Winona
Esquina de Clark com Baker

Reverendo David Owens

- Adeus.
- Adeus.

Obrigado.
Adeus.

- Foi um �timo serm�o.
- Obrigado, Sra. Crawford.

- � bom t�- la de volta novamente.
- Est� se tornando um h�bito.

Acho que � por causa do Minist�rio.
Tentei te ligar ontem.

Espero que meu convite n�o esteja
atrasado, pode jantar conosco?

- N�s adorar�amos receb�- lo.
- Desculpe, prometi � sua cunhada

que eu jantaria com ela hoje,
Pamela est� chegando.

Pamela?
Tenho certeza que ser� bom.

Podemos roub�-lo para a janta?
Sandy s� est� em casa nos

finais de semana, n�s
gostar�amos de receb�-lo.

- Obrigado, se eu puder lhe aviso.
- Te ligarei para ter certeza.

Tudo bem.
Adeus, Sandy.

O serm�o desta manh� foi �timo.
Voc� est� fazendo um bom trabalho.

Um pouco inconvencional,
mas � disso que precisamos.

- Obrigado, preciso dizer o que sinto.
- E deixe as fichas ca�rem onde devem.

- Estou do seu lado, meu jovem.
- Obrigado.

- Adeus, Sr. Kane.
- Adeus.

Reverendo Owens, seu serm�o desta
manh� foi o melhor at� agora.

Obrigado, Srta. Crawford.
E voc� tocou o �rg�o como nunca.

- A coleta n�o foi melhor, foi, Dave?
- N�o, s� temos $96.40.

N�o � justo que tenha tanto
trabalho na sua primeira igreja.

Pedi por ela.
Eu sabia que a igreja estava

com problemas quando aceitei o
trabalho, mas achei que poderia

resolver o problema.
Agora n�o tenho tanta certeza.

- Mas n�o desisti ainda.
- Se ao menos alguns dos

membros que podem contribu�ssem,
ouvi Charlie Kane te dando tr�s

- salvas ao inv�s de $500.
- Terei que contornar isso.

O Sr. Kane disse que sou
inconvencional, se ao menos

ele e a congrega��o soubessem
o qu�o inconvencional posso ser

- para salvar aquela igreja.
- Minha tia Frances poderia

ajudar se ela quisesse e sei
como ela pode ser persuadida.

- Como?
- Case- se com ela.

- Ela com certeza quer isso.
- Casar- me com ela?

Por que n�o?
Ela � jovem e rica.

- Ela deve escolher cuidadosamente.
- Exceto quando ela quer algo.

- E ela quer voc�.
- Deve haver outro jeito.

Al�m do mais, n�o gosto
de voc� tentando me casar.

N�o estava tentando, mesmo assim,
essa � uma solu��o e ela � linda.

Reverendo.

Estou com um cavalo
com problema nas patas,

voc� pode me direcionar
ao veterin�rio mais pr�ximo?

- N�o h� veterin�rio em Winona.
- O acidente aconteceu h�

quase 24 horas.
Ele j� sofreu muito.

Isso � uma pena.
Vamos dar uma olhada nele.

- Ol�, filho.
- Ol�.

- O que h� de errado?
- Eu estava com ele no rodeio,

ele ficou preso, me disseram que ele
quebrou a pata, queriam sacrific�-lo.

Claro que n�o pude
deix�-lo fazer isso.

Eu o tirei de l� e estou procurando
algu�m que me ajude a cuidar dele.

O cavalo pode n�o voltar a andar como
de costume, mas n�o o deixarei morrer.

Vamos lev�-lo para o quintal e
veremos o que podemos fazer por ele.

- Disseram que a pata estava quebrada?
- Sim, ela estava toda torta,

era o que parecia.
O que diz?

A pata dele n�o est� quebrada,
n�o sinto nenhum osso quebrado.

N�o, acho que foi apenas
uma grave tor��o.

- Voc� entende de cavalos?
- Venho cuidando deles a vida toda.

Fui criado em um rancho,
meu pai era veterin�rio.

Ent�o digo que Deus
o enviou at� n�s.

Mantenha-o pendurado por seis
semanas e ele se recuperar�.

- Tem certeza?
- Pode apostar.

- J� jantou?
- N�o.

Pensamos em comer depois
que cuid�ssemos dele.

Pamela, pe�a a sua m�e para
atrasar o jantar por um tempo,

mande-a colocar mais dois pratos
na mesa para nossos convidados.

- Claro.
- N�o podemos...

Claro que podem, contanto que
demonstrem sua gratid�o comendo bem.

Isso n�o ser� dif�cil de fazer.
Voc� n�o me disse que havia

- um veterin�rio em Dog Chesting?
- Sim, mas temos espa�o para ele aqui.

Voc� manter� o Bryer aqui?
Voc� o tratar�?

Claro, acharemos um
lugar para voc�s tamb�m.

Isso � muito gentil de sua parte.
N�o podemos deix�-lo fazer isso.

Por que voc� n�o nos conhece.
Somos apenas uma dupla de

viajantes, ao menos eu sou,
trabalho no circuito de rodeios.

- Mas podemos ser qualquer um.
- Sim, voc�s podem.

- Mas eu n�o me preocuparia com isso.
- E h� outra coisa, Bryer se machucou

quando eu estava prestes a ganhar,
acabei ficando seu meu pr�mio.

- S� tenho $15.
- Quem falou algo sobre dinheiro?

Sei que n�o ganha muito
e tendo que dividir por tr�s.

Sabe, Pop, contanto que tente fazer
a coisa certa, voc� n�o precisa

se preocupar com o que dizem
ou de onde vem o dinheiro.

- Acho que est� certo.
- Podemos coloc�- lo na garagem.

Eu n�o tenho carro mesmo.
Depois do jantar mandaremos

o Gary a farm�cia para
comprar alguns rem�dios.

- Gentileza sua.
- Vou ajud�- lo a tir�- lo do trailer.

- Ol�.
- Ol�.

- Voc� � novo aqui, n�o �?
- Sim, acabei de chegar.

Foi o que pensei, conhe�o a
maioria das crian�as desta cidade.

- Voc� vai morar aqui?
- Creio que sim, ao menos por um tempo.

- De onde veio?
- De lugar nenhum.

Meu av� e eu viajamos juntos.
Estamos no show business.

- Um ator.
- Nada dessa imita��o.

Fazemos a coisa verdadeira.
Rodeios e tudo mais.

Voc� cuida de cavalos e
faz montarias perigosas?

�s vezes entro
no torneio infantil.

- Cavalgo desde os 4 anos.
- Isso deve ser maravilhoso.

Amo cavalos, amo tudo sobre eles.
Voc�s tem seu pr�prio cavalo?

Se temos?
Temos o melhor cavalo do mundo.

- Ele � um campe�o.
- E por que ficar�o nessa cidade?

Nosso cavalo sofreu um acidente
ontem, ele machucou a pata.

- Ficaremos aqui at� ele melhorar.
- Nossa, eu gostaria de v�- lo.

Gostaria?
Venha, te mostrarei.

Ol�, jovem dama. Vejo que trouxe
mais do que o rem�dio, Gary.

Sim, senhor, esta � Sandra Crawford,
prima da Srta. Pamela.

- Ela pediu para ver o Bryer.
- Bem, ela � mais que bem- vinda.

Ele � lindo, Sr. Miller.
Como ele est�, ele ficar� bem?

Acho que sim, para isso
que estamos trabalhando.

- Posso toc�- lo?
- Claro.

Bryer � um cavalo esperto, ele
sabe reconhecer uma garota bonita.

E ele gostou de voc�,
assim como o Gary.

Sandra.
Sandra.

- O que est� fazendo aqui?
- S� estou...

Aqui atr�s com um estranho
que trabalha no est�bulo.

Pessoas com quem voc�
n�o deveria ser vista.

- M�e, por favor.
- Sandra, te pro�bo que fale

com tais pessoas,
venha comigo agora.

- A culpa � minha, senhora.
- N�o duvido disso.

- S� por que ela queria ver.
- Ou�a, querido n�o preciso

- de informa��es suas.
- S� um instante, senhora.

Gary n�o trabalha em est�bulo.
Ela s� veio ver o cavalo.

- Trabalhamos em rodeios.
- Trabalham em rodeios.

Trabalham em rodeios?
Isso � at�...

Me pergunto se o senhor...
O que fazem aqui?

- Em primeiro lugar...
- Na verdade, n�o ligo. Sandy, vamos.

- � assim que se lida com esse tipo.
- Sra. Crawford. Ol�, Sandy.

- David, mas que prazer.
- Desculpe minha apar�ncia,

tenho que trabalhar
como veterin�rio.

- Veterin�rio?
- Sim, o cavalo do Sr. Miller

se machucou ontem.
Ent�o me voluntariei a cuidar dele.

- Ent�o eles s�o seus amigos?
- Sim, h� uma hora.

- Gostaria de conhec�- los?
- Sim.

Sra. Crawford, este � Pop Miller.
Uma das maiores estrelas de

- rodeio do pa�s.
- Prazer em conhec�- lo.

- � uma honra, senhora.
- E este � seu neto, Gary.

- Ol�.
- Ol�.

- N�s nos conhecemos.
- Sim.

Por que n�o entra enquanto vemos
o que podemos fazer pelo cavalo?

- Pamela est� aqui com sua m�e.
- Pamela est� aqui?

- Sim, vamos.
- M�e, posso ficar e assistir?

Claro, querida.
Se o Sr. Owen n�o se importar.

Fico feliz com isso.
J� entraremos.

Tudo bem.

- Ol�, Pop.
- Boa noite.

Os membros da igreja j� chegaram,
mas pensei em passar para v�-lo.

- Ele est� indo bem.
- Bom.

Algo o incomoda, Pop?

Sabe, tenho pensado bastante.
Voc� j� nos ajudou bastante.

E sem dinheiro voc� n�o pode
continuar, n�o importa o qu�o

bom seja para n�s.
E outra coisa.

Sei que est� sendo
prejudicado por nossa causa.

- N�o se preocupe com isso.
- Sempre fui independente a vida

toda, trilhei meus caminhos,
n�o posso parar agora.

Al�m do mais, pensei num
jeito de consertar as coisas.

- Como?
- Fiquei sabendo que

v�o reunir alguns cavalos
selvagens em alguns dias.

Posso conseguir $350 trabalhando.
J� fiz isso muitas vezes antes.

- H� quanto tempo atr�s, Pop?
- H� uns 10 ou 15 anos.

Quer dizer, 25 ou 30 anos, n�o?
N�o, Pop, isso n�o � para voc�.

N�o � n�o, al�m do mais,
preciso arrumar dinheiro.

Quero mandar o Gary para
uma escola de verdade.

Claro que quer,
mas esse n�o � o caminho.

N�o se preocupe comigo.
Posso cuida de mim mesmo.

Sei que pode, mas isso demorar�
semanas. N�o, Pop, voc� tem

que me prometer agora
que n�o tentar� isso.

N�o imaginei que voc�
seria t�o contr�rio a isso.

Eu sou.
Voc� promete?

Tudo bem, eu prometo.
N�o tenho como lhe dizer n�o.

Boa noite, Bryer.
N�o se preocupe, Pop.

- Boa noite.
- Boa noite.

Parece que as coisas n�o
ser�o f�ceis para n�s.

Odeio ter que recusar
uma chance como essa.

Mas voc� n�o pode discordar
de uma pessoa que tem sido boa

para voc�, pode?
Estamos presos aqui.

Boa noite.

Os membros da igreja te apoiam,
mas estamos um pouco preocupados.

Como voc� sabe, numa
cidade pequena como a nossa

- fofoca � algo indesej�vel.
- Fofoca � sempre indesej�vel.

� uma das formas mais
baixas de se conversar.

Sim, � claro, mas acho que
n�o esteja entendendo.

Francamente, � embara�oso que
nosso pastor esteja fazendo o que faz.

Sim, h� conversas.
N�o s� sobre sua associa��o

com pessoas que n�o s�o
nada al�m de vagabundos,

mas o fato de os manter
por semanas aqui.

Um lugar que deveria ser considerado
t�o sagrado como a igreja.

Pop e Gary com certeza n�o
desrespeitam este lugar e pretendo

deix�-los ficarem enquanto
precisarem de ajuda.

Essa � minha decis�o
e pretendo segui-la.

Estou desapontado e
sentido que desaprove isso.

- O garoto devia estar na escola.
- O Pop sabe disso e educa o Gary.

Pelo que sabemos dele, ele
n�o deve ser um bom professor.

- Mas esta discuss�o � rid�cula.
- Sim, ela �.

Achei que essa reuni�o era para
discutir um assunto mais importante.

Um que reflete mais em
voc�s do que em mim.

- S� um instante, Pastor...
- Em algumas semanas perderemos

nossa igreja por causa de dinheiro,
acho que seria melhor se voc�s

se concentrassem mais nisso do que se
ajudo um homem que precisa de ajuda.

Prometendo ou n�o,
est� decidido.

Boa noite.

Voc� foi duro conosco, Pastor.
Mais at� do que gostamos.

- Sinto muito, foi necess�rio.
- Talvez. Voc� tamb�m tem

- responsabilidade neste assunto.
- Assumo minha responsabilidade.

Assume?
Inteiramente?

Sabe, h� um jeito de voc� resolver
os problemas financeiros da igreja.

Eu n�o pensaria em me meter
nos seus assuntos pessoais,

mas esta � uma crise.
Temos a vi�va Frances Crawford

- e seu interesse �bvio em voc�.
- Voc� est� indo muito longe nos

meus assuntos pessoais.
O que sugere � um absurdo.

Por que? � melhor que
o reverendo seja casado.

A Sra. Crawford � jovem,
bonita, charmosa e rica.

Sugerir isso � um insulto a
mim e a minha integridade.

Isso violaria todos os conceitos de
matrim�nio que tenho e que prego.

- S� um instante, Pastor.
- Voc� quer que eu impe�a

um desastre causado
pela sua neglig�ncia.

- Minha neglig�ncia?
- Olhe para Winona.

Esta � uma cidade pr�spera.
Suas casas s�o lindas.

Voc�s cuidaram de si mesmos e deixaram
a igreja cair em uma ru�na financeira.

E voc� quer que eu a salve.
Minha vida pessoal n�o est� a leil�o.

Sinto muito, Pastor.
Boa noite.

Boa noite.

- Deixe-me ajud�-lo, Pop.
- Obrigado, filho.

N�o acha que � o suficiente?
Voc� trabalhou muito nas

�ltimas semanas.
Voc� est� muito cansado.

Estou bem, reuni mais
cavalos que voc� em anos.

N�o apostaria nisso, mas seria
melhor se parasse e fosse para casa,

- voc� ganhou alguns d�lares.
- Bem, n�o muitos.

- N�o � o suficiente.
- Eu levo, Pop.

N�o, eu levo, filho.

Ele deve estar ferido.
Eu o vi caindo.

- Ele est� muito ferido.
- Eu o disse para desistir.

Temos que lev�-lo a um
m�dico imediatamente.

"Querido, Gary, estou indo
bem reunindo os cavalos.

Diga ao Pastor que sinto muito
por ter quebrado minha promessa,

mas n�o pude evitar, comporte-se.
Te vejo semana que vem, Pop."

Sr. Owen!
Sr. Owen!

- As patas dele sararam.
- Ele est� completamente curado?

- Uma carta do Pop.
- Isso � boa not�cia.

Nossa, espere at� ele
ver nosso cavalo curado.

- Mal posso esperar ele voltar.
- Ele se sente da mesma forma.

- Posso mesmo cavalg�-lo hoje?
- N�o vejo por que n�o.

Tiramos ele da corda hoje.
Te ajudarei a sel�-lo.

Ele � lindo.
O cavalo mais bonito que j� vi.

- E ele me conhece.
- Pode acreditar nisso.

Sabe onde podemos encontrar
a casa do Pastor chamado Owen?

Sim, senhor.
Ele vive no fim da rua,

- pr�ximo a igreja.
- Obrigado, filho.

Quais s�o as chances dele,
doutor?

Aqui est�o os raio-x, doutor.

Fique de olho no paciente.

Ele est� mal, o problema
principal � seu cora��o.

Claro que ele tem chance de viver,
mas a chance � pequena.

Ele precisa de um tanque de oxig�nio
e equipamento especial o mais

r�pido poss�vel, mas este
equipamento n�o � encontrado aqui.

Eles podem t�-lo em Doutchester, se
n�o tiverem, ele ter� que ser importado.

- Mande traz�-lo imediatamente.
- Mandarei, mas � claro que voc�

entende que equipamentos
importados deste tipo custam caro.

- Quanto, doutor?
- Algo em torno de $150.

Entendo, o dinheiro estar� aqui
quando o equipamento chegar.

Muito bem, mandarei
traz�-lo imediatamente.

Qual � o problema?
Quem est� doente?

- � meu av�, ele est� ferido.
- Ele sofreu um acidente, Gary.

O Dr. Clark est� fazendo o
poss�vel para deix�-lo confort�vel.

- Quero v�-lo.
- Ele est� dormindo agora.

N�o devemos incomod�-lo,
rapaz.

Obrigado, doutor. Gary pode
pegar o chap�u do doutor?

Adeus, doutor.

- Onde conseguir� $150, David?
- No momento eu n�o sei.

Sim, gostaria de poder ajudar,
mas n�o posso.

Tantas vezes pessoas
incr�veis como voc�...

- Como eu?
- T�o generosas que querem

ajudar e n�o podem.
Enquanto aqueles que podem...

- Como minha tia Frances?
- Sim, ela � quem menos gosta do Pop.

- Mas ela gosta de voc�, David.
- Sim, ela gosta.

Acho que pegarei um
empr�stimo com sua tia.

Estou surpresa que voc�
tenha pedido este favor a mim.

N�o estou pedindo um favor,
Sra. Crawford, e sim um empr�stimo.

Mas este homem s�
me causou problemas.

- Lhe causou problemas?
- Voc� sabe muito bem que a

Sandra est� incontrol�vel desde que este
senhor e este garoto chegaram a cidade.

- Seria desperd�cio de dinheiro.
- Muito bem, s� estava pensando

no velho, que est� lutando por sua
vida porque ningu�m quer ajud�-lo.

- Adeus, Sra. Crawford.
- Mas, David...

Por favor, espere.
N�o sou insens�vel.

S� que...
Muito bem, empresto o dinheiro.

- Obrigado.
- David, voc� sabe que ele

n�o me pagar� de volta.
Sei que sente que precisa fazer

isso por este homem, desculpe por ter
que olhar para isso financeiramente.

Que garantia ele
tem para oferecer?

- Este cavalo Bryer � dele, n�o?
- Sim, ele �.

Muito bem, empresto o dinheiro
com o cavalo como garantia.

- Farei os arranjos.
- Mandarei busc�-lo pela manh�.

Obrigado.
Adeus, Frances.

Esta � a �ltima vez
por um tempo, Bryer.

Se comporte enquanto estiver l�.

Ele parece bem, n�o monto h� tempos,
mas acho que n�o me esqueci.

Se voc� sentar em alguma
sela, n�o ser� essa.

- Vou precisar de uma.
- Voc� n�o trouxe uma?

Claro, sempre levo uma sela reserva
no bolso para momentos com esse.

Vamos, Gary, prepare o
Bryer, que tenho que ir.

N�o com esta sela, o acordo
foi pelo cavalo e nada mais.

- Gary est� certo, Joe.
- Deus como eu...

Me desculpe, Pastor,
n�o posso cavalg�-lo sem sela.

- Se ele tivesse um freio.
- Um acordo � um acordo.

- E vamos ficar com a sela.
- Desculpe, Joe, n�o posso ajud�-lo.

- Voc� pode me emprestar o cobertor?
- Claro que empresto, Joe.

Gary, voc� sabe que o Bryer n�o
deixar� o Joe cavalg�-lo sem uma sela.

Sim, senhor, eu sei, mas ele n�o
devia estar usando meu cavalo.

- E se ele cair se machucar?
- Joe n�o se machucar�.

Ele pode ficar cansado, mas nesse
caso ele pode se deitar no cobertor.

- O que faremos agora, Sr. Owens?
- N�o se preocupe, Gary.

Cavalos como o Bryer n�o
desaparecem por muito tempo.

Por que ele n�o voltou para c�?
Ele sabe que estamos aqui.

Ele est� conosco...

- Ol�, Sra. Crawford.
- Ol�.

- O cavalo j� voltou?
- Ainda n�o.

E nunca voltar�.
Eu n�o queria entrar nisso.

- Viu o que acontece?
- Ele voltar�, Sra. Crawford.

Sra. Frances, h� alguns dias.

David, n�o quero que pense que
sou fria, eu realmente n�o sou.

� s� que isso me
aborreceu bastante.

- Sei e sinto muito, Frances.
- Olhe, n�o posso esperar que

ele reapare�a, estou oferecendo
$50 por sua recupera��o.

� o Bryer.

Eu sabia que era voc�.

Bryer.

- Esse cavalo � seu?
- Que cavalo ador�vel.

� o Bryer, o cavalo sobre
o qual contei a voc�s.

- N�o contem a ningu�m, prometem?
- Prometemos, n�o?

- Claro.
- Claro.

- O que far� com ele?
- Cuidarei dele.

Agora eu vou cavalg�-lo.
Me ajudem.

- Voc� pode?
- Claro que sim.

Lembrem o que prometeram.
N�o contem a ningu�m.

- Aonde vai?
- A um lugar especial onde

ningu�m o encontrar�.
Vamos, Bryer.

- Ol�, vov�.
- Nossa, ol�, Sandy.

Venha, querida.
Onde conseguiu esse cavalo?

E o que faz aqui?
Por que interromper meu trabalho?

Qual � o problema?
Sua tosse voltou a incomod�-lo?

Tosse... sim.
Vem me incomodando a manh� toda.

Talvez voc� devesse tomar mais
um pouco de rem�dio para tosse.

Voc� acha que devo?
Sandy, gentileza sua.

Amanh� devo acordar melhor.
E agora, jovenzinha.

O que � isso tudo? S� a vejo
quando est� com problemas.

Posso dizer o mesmo
para voc�, vov�.

Vov�, sei como voc� pode
ganhar $50 rapidamente.

$50?

Mas eu gostaria
que n�o fizesse isso.

Estou velho demais para
lutar com algu�m, Sandy.

Se voc� quiser o dinheiro, tudo
que precisa fazer � levar o Bryer

de volta para minha m�e
em Winona.

De volta para sua m�e? N�o me
diga que veio cavalgando de l�.

Claro que n�o, eu o encontrei
h� pouco tempo atr�s.

Minha m�e est� oferecendo
$50 de recompensa por ele.

Isso � mais do que ela
ofereceu pela minha volta.

Por que ela quer tanto esse cavalo?
Ela odeia cavalos.

E se h� uma recompensa,
por que n�o coleta voc� mesma?

Porque ela odeia cavalos, odeia
o dono deste cavalo e n�o quero...

Por isso eu o trouxe aqui,
por que n�o quero...

N�o, eu n�o consigo
entend�-la falando assim.

Voc� quer que eu o esconda aqui?
Como voc� vai esconder um cavalo?

Sandy, ser� dif�cil manter um
cavalo onde ningu�m o encontre.

Bem, voc� n�o pode coloc�-lo
com aqueles elefantes rosas

- que s� voc� v�?
- Sim, acho que posso.

N�o se preocupe com o cavalo,
querida, cuidaremos dele.

Voc� n�o pegar� a recompensa e
n�o deixar� ningu�m peg�-la, n�o �?

N�o se preocupe, querida.
Deixe com seu velho av�.

Pop tinha milhares de
amigos em todo o pa�s.

Eles gostariam de estar aqui
se soubessem de seu falecimento.

Nessa comunidade ele
era um estranho.

Ent�o em seu nome,
n�s que aprendemos a am�-lo,

prestamos essa �ltima homenagem,
gratos pela breve amizade que

compartilhamos com ele.
J� pelo Pop, ele pode dizer

verdadeiramente:
"Lutei bem, terminei meu curso

e estou indo para casa.
Mantive a f�,

portanto os que chamaram,
reclamaram um justo."

Am�m.

Gary, eu...

tenho algo para te contar.
N�o tive chance antes.

O que?

Pop precisa saber disso tamb�m,
por isso estou te contando aqui.

Achei o Bryer, Gary.
Ele est� a salvo.

Bryer?
Voc� est� com o Bryer?

Sim, o encontrei e o
escondi com meu av�.

- Deus, Sandy, como ele est�?
- Bem, mas teremos que manter

isso em segredo ou
tomar�o ele de n�s.

N�o podemos contar a ningu�m,
nem mesmo ao Sr. Owens.

Ouviu isso, Pop?
Bryer est� bem.

E vou viver com o Sr. Owens.
Deus, Pop...

Gary, Pop � um homem bravo,
n�o acho que ele queira que

voc� fique aqui e
chore por ele.

At� mais, Pop.
Voltarei para v�-lo sempre que puder.

Sr. Crawford, � gentileza
sua me deixar vir aqui.

Est� tudo bem, filho.
Sandy estava certa sobre voc�.

Voc�s com certeza cuidaram
muito bem do Bryer.

Vamos cavalg�-lo.
Podemos, vov�?

Os dois ao mesmo tempo?
Acho que isso � muito pesado.

- at� mesmo para o Bryer.
- Talvez ajude se voc� der

a ele um pouco do
seu rem�dio para tosse.

Sim,... n�o.
Vejo que o Bryer pode aguentar.

Vamos, monte.
Venha c�.

Olhe isso, n�o foi legal.
Te ajudarei agora.

Tem certeza de que
consegue gui�-lo, Gary?

- Claro, j� fiz isso muitas vezes.
- Voc� j� teve outras garotas

- cavalgando ao seu lado?
- N�o, voc� � a primeira.

- Tudo bem, vamos.
- Gary, as duas m�os no freio.

- Sabe por que mandei te chamar, Gary?
- Claro, para ver o Bryer.

N�o foi s� por isso. Tenho que
conversar sobre algo com voc�.

- Algo muito s�rio.
- O que �?

Voc� n�o conseguir� pagar
minha m�e a tempo, conseguir�?

N�o, mandaram os $40 que o
Pop ganhou com os cavalos.

O Sr. Owens mandou para sua m�e.
Tenho que pagar $110 at� dia 28.

E prometi a meu av� que levaria o
cavalo de volta se o valor n�o fosse pago.

Temos que consegui-lo
de alguma forma.

Como?

Haver� uma corrida aqui no dia 28,
e se o Bryer ganhar a corrida,

o primeiro pr�mio � de $5.000.
Isso daria para pagar minha m�e

- e ainda sobraria muito dinheiro.
- E eu poderia pagar pela d�vida

da igreja que tanto tem
preocupado o Sr. Owens.

Bem, n�o exatamente preocupado,
ele nunca se preocupa com nada.

Ele trabalha duro e diz
saber que tudo ficar� bem.

Ele � muito bom para mim,
gostaria de fazer isso por ele.

Temos que fazer isso, Gary.
E n�o podemos contar a ningu�m.

Nem mesmo ao meu av�,
por isso que eu quis cavalgar.

Bem, essa � uma das raz�es
para que pud�ssemos conversar.

- Descobri mais uma coisa.
- O que?

Sr. Felix, o dono do est�bulo gosta
de mim e eu disse a ele que um

amigo meu gostaria de entrar na corrida,
mas temos que conseguir uma carro�a.

Ele disse que ele tinha uma
que usava para correr,

pensei em pegarmos amanh�
de manh� antes da escola

e levar o Bryer para test�-la
e ver se ele � r�pido o suficiente

- para ganhar a corrida.
- Nossa, essa � uma boa.

Mas n�o tenho dinheiro.
S� o dinheiro da passagem

- de �nibus de volta para Winona.
- O Sr. Felix disse que alugaria

a carro�a por $2 e o que sobrou
da minha mesada d� para pagar.

Podemos fazer isso, Gary.

Parece bom.

Tem certeza que pode
correr como em uma corrida?

Claro, vou voltar e come�ar.
Quando eu passar, voc� marca.

Se conseguirmos dar a volta
em menos de tr�s minutos,

temos chance
de ganhar a corrida.

- Como vou marcar?
- Aqui est� o rel�gio do Pop.

Um minuto.

Dois minutos.

2 minutos e 25 segundos.
Ele conseguiu.

- Qual o tempo?
- 2 minutos e 25 segundos.

Isso � �timo, Sandy. Agora s� temos
que nos inscrever na corrida de s�bado.

Estamos nos enganado,
eles n�o nos deixar�o correr.

Temos que manter tudo em segredo,
n�o poder�amos pedir a ningu�m

mais para conduzi-lo.
Isso n�o funcionar�.

De qualquer forma, voc� tem
que pagar um taxa de inscri��o.

- Quanto?
- Cerca de $50.

O Bryer � r�pido suficiente
para ganhar a corrida?

- Claro que �.
- Ent�o temos que inscrev�- lo.

Sendo crian�as ou n�o, posso
levantar o dinheiro para inscrev�-lo.

- Como?
- Com as crian�as da escola.

Todos tem boas mesadas,
claro que eles gastam tudo.

Mas se eu me apressar
posso conseguir.

Mas voc� teria que contar
a eles sobre o Bryer.

N�o, posso ser misteriosa,
como em um segredo.

Posso conseguir, Gary,
s� precisamos de um condutor.

�.

Esse � o problema.
Mas pode n�o ser.

O Sr. Owens diz que se voc�
precisa muito de algo,

e isso for justo,
voc� sempre consegue.

- S� precisamos ter f�.
- Voc� precisa se esfor�ar tamb�m.

Voc� est� certa, Sandy.

Aqui tem $2,32, Sandy.
Voc� pode ficar com tudo.

- E voc�s?
- S� tenho 20 centavos.

- Tenho 7 d�lares.
- Aqui, Sandy.

N�o sei como faz isso.
Todas estamos doando,

- mas nem sequer sabemos para qu�.
- Tudo que posso dizer,

� que � para
uma excelente causa.

E por favor, lembre-se,
n�o conte a ningu�m.

Como posso contar a algu�m?
Eu mesma n�o sei de nada.

- N�o pode me dar uma pista?
- N�o, tem que ficar em segredo.

- Mas estou com muita curiosidade.
- Jennie, por favor, n�o pergunte isso.

Mas n�o conseguirei dormir
� noite pensando nisso.

Aqui est� seu d�lar, v� comprar
um rem�dio para ins�nia.

Esse � um serm�o privado ou
qualquer um pode se juntar?

- Voc� chegou cedo.
- Sim, a Sra. Hart teve que

sair da cidade, ent�o ela
me deu a tarde de folga.

Pensei em vir aqui
e ajudar minha m�e.

- Ao menos � uma boa desculpa.
- Desculpa para o que?

Isso � segredo.
Como o Gary est�?

- Ele ainda est� de luto?
- Sim e n�o.

N�o sei se � a influ�ncia da Sandy,
mas ele parece mais feliz desde

que viajou,
estou surpreso com isso.

Talvez ele tenha resolvido
encarar o inevit�vel.

- N�o creio que seja isso.
- A situa��o do Bryer � muito

- s�ria para voc�, n�o?
- Sim, de certa forma.

S� h� uma coisa a se fazer
quando o Bryer for encontrado.

Ele deve ser vendido para pagar a
d�vida, isso ser� dif�cil para o Gary.

- O que houve, David?
- Caminhei a �ltima hora

tentando decidir o que fazer.
Nem sempre voc� pode resolver

seus problemas da forma que
quer, �s vezes voc� � arrastado.

Se h� apenas uma forma,
o que voc� pode fazer?

Quer dizer h� um jeito para
voc� resolver seus problemas?

Sim, sei disso j� faz tempo.
N�s dois at� rimos disso.

Voc� est� falando em
casar com minha tia.

N�o sou apaixonado por ela,
mas n�o posso ver a igreja

destru�da se isso
depender apenas de mim.

Uma igreja � necess�ria
para uma cidade.

Casamento � uma coisa sagrada,
Pamela.

Voc� o faz sagrado, David.

Venho tentando decidir o que
fazer, tenho vontade de casar,

mas isso tudo me diz
que � errado, mas �?

Por que falar comigo
sobre isso, David?

Porque voc� � �nica pessoa no
mundo que eu j� quis falar sobre...

amor e casamento.
Pam...

Oh, David, eu...

Deve ser minha tia.
Estarei na cozinha.

- Mas que surpresa, quer entrar?
- Ol�, David.

- Estou dois dias adiantada.
- Dois dias?

Na verdade preciso conversar
com voc�.

- Eu... posso me sentar?
- � claro.

Quero dizer, uso qualquer
desculpa para v�-lo.

- Voc� � muito gentil, Frances.
- N�o, apenas esperan�osa.

E determinada, mas

falando s�rio por um momento,
h� alguma chance daquele

empr�stimo ser pago
no s�bado � noite?

No momento n�o.

Tenho informa��es que me levar�o
ao cavalo muito em breve.

E n�o o quero,
ele ter� que ser vendido.

Claro que qualquer valor a mais
ser� devolvido a voc� e o garoto.

Aquele cavalo � muito importante
para o Gary, Frances.

Voc� n�o tem o dinheiro
para efetuar o pagamento.

E o menino n�o
conseguir� a quantia.

Acho que quando me conhecer
por mais tempo, ficar� agradecido

- pelas minhas decis�es financeiras.
- Eu ficarei agradecido?

Sim, eu espero.

Estou feliz que tenha decidido
que n�o sou t�o dura.

Espero que isso seja o caminho
para um sentimento mais profundo.

Te disse que era determinada.
David, sou t�o repulsiva?

Pelo contr�rio, Frances.
Quando voc� n�o for controlada

pela sua paix�o pelos neg�cios,
voc� ser� irresist�vel.

N�o � poss�vel que o que voc�
chama de "paix�o pelos neg�cios"

seja apenas algo que preencha
uma vida muito solit�ria?

Sou muito solit�ria, David.

David, um reverendo n�o devia
se preocupar com dinheiro.

Isso me daria tempo para
preparar meus servi�os.

� isso que quero dizer.
David, n�o me obrigue a fazer isso.

- Sei que voc� entende.
- Eu te entendo, Frances.

Voc� se permitiu se tornar ego�sta,
pensando sempre no que voc� quer

e no que pode comprar
para se satisfazer.

N�o vim aqui para uma li��o,
David.

N�o, sempre que d� algo,
voc� quer algo em retorno.

N�o � do cora��o, mas sim pensando
no que pode conseguir com isso.

Ent�o � isso que pensa de mim.
Voc� me odeia.

- N�o, sinto pena de voc�.
- Pena?

- Voc� sente pena de mim?
- Sim, honestamente.

Voc� passa o tempo todo tentando
fazer mais dinheiro do que precisa.

E voc� neglig�ncia o que deveria
ser mais valioso para voc�.

- Sandy.
- Sandy � assunto meu.

N�o se meta. E n�o
sou t�o cega quanto pensa.

� a Pamela.
Ela � culpada.

- N�o � a Pamela.
- � a Pamela!

N�o posso negar meus
sentimentos pela Pamela.

E ela � tudo que n�o sou,
� claro.

� dif�cil ver uma pessoa sentar
naquela igreja todo domingo e

v�-la ser destru�da
quando voc� pode ajudar.

O que � exatamente o que farei.
Vim aqui humildemente,

me envergonhando,
disposta a fazer tudo por voc�.

E para isso s� queria um pouco
de felicidade para mim mesma.

N�o percebi que voc�
afastou minha filha de mim,

a encorajou a se associar
com pessoas que eu detesto.

Muito bem, voc� pode ficar
com sua doce e pobre Pamela.

E aquele bastardo do Gary.

Voc� tamb�m pode ter o prazer,
como eu terei,

de ver sua igreja destru�da.
E n�o levantarei um dedo

- para salv�-la para voc�.
- Frances, eu imploro...

Sim, voc� implora.
Voc� sempre implora.

Porque voc� nasceu
para implorar.

- Sinto muito, David.
- Temos que tentar ajud�-la.

Receio que ela n�o
aceitar� ajuda de n�s.

Por um momento quase
a pedi em casamento.

Voc� sabe que isso partiria
meu cora��o, n�o?

N�o, mas...

Me desculpe, Sr. Owens.
N�o quis interromp�-lo,

mas podemos conversar
por um minuto?

� muito importante.
E, Pam, � particular.

Entendo, te dou exatamente
cinco minutos.

Gary, vamos sentar
e conversar.

Vi a Sra. Crawford indo embora.
Tive um pressentimento,

ent�o ouvi quase
tudo que ela disse.

- Gary!
- Eu sei, senhor.

Sr. Owens, ela � m�e da Sandy,
mas ela n�o � como a Sandy.

Sr. Owens,
ela foi cruel com voc�.

- Preciso te contar algo.
- Gary, do que est� falando?

O Bryer n�o est� perdido.
Sandy o encontrou em Dorchester.

Ela o escondeu na casa do av�.
Por isso ela me chamou para ir

-at� l�, para que eu pudesse v�-lo.
-Em Dorchester com a Sandy?

Sim, senhor. Bryer
participar� da corrida no s�bado.

Sandy levantou o dinheiro
para a taxa de inscri��o.

E eu mesmo testei o Bryer.
Ele fez uma milha em 2:25.

Sei que o Bryer pode ganhar, senhor,
mas n�o temos um condutor ainda.

Mas conseguiremos
um de alguma forma.

E sei que o Bryer pode ganhar.
Ent�o voc� n�o ter� que...

Gary, voc� e Sandy s�o especiais,
mas o Bryer deve ser devolvido

- a Sra. Crawford.
- N�o concordo, senhor.

Ele tem que participar da corrida.
Ganhar o dinheiro e ajudar a igreja.

- Por isso fizemos isso. senhor.
- Gary, talvez nossa causa

seja grande o suficiente para
mant�-lo por mais dois dias.

E espero que consiga
um bom condutor.

Sr. Owens, voc� � o melhor que
h� e isso me deixa mais tranquilo.

N�s dois partiremos para
Dorchester logo pela manh�.

Isso � �timo, Sr. Owens.
Agora tenho que trabalhar.

- Te vejo mais tarde.
- Adeus, Gary.

Teremos que contar
tudo ao av� da Sandy.

Creio que sim, mas
ele est� do nosso lado.

Foi o que pensei, por isso n�o
devemos esconder nada dele.

Temos um dia inteiro para encontrar
um bom condutor para o Bryer.

Com voc� procurando, sei que
iremos encontr�-lo, Sr. Owens.

Sandy e eu n�o
sab�amos o que fazer.

Eu n�o podia ficar aqui,
ela � esperta, mas muito jovem.

N�o subestime a Sandy,
ela tem se sa�do muito bem.

�.

Olhe, l� est� o Bryer.
Quem o est� conduzindo?

- Ei, Sandy!
- Vamos, vov�, vamos.

- Oi, Sandy.
- Oi, Gary.

- Quem est� conduzindo o Bryer?
- Meu av�, ele n�o � bom?

- Com certeza.
- Ol�, Sr. Owens.

Ol�, Sandy.

- Este � o reverendo Owens, vov�.
- Como vai?

Est�vamos procurando por voc�,
achamos que ainda era cedo.

N�o, acordamos antes
das galinhas esta manh�.

Achei que ver�amos cobras
verdes e elefantes rosas.

Hist�rias infantis,
voc� entende.

- Que rem�dio � esse?
- Uma prescri��o especial.

Entendo.

Temos um condutor, Gary, o vov�,
ele sabe tudo e disse que faria.

Isso mesmo, Sandy me contou
tudo o que est� acontecendo.

N�o tive chance de escrever
para voc�, Gary e n�o me atrevi.

Eu n�o sabia que o
Sr. Ownes sabia de tudo.

- Eu n�o sabia at� ontem, Sandy.
- Voc� aprova tudo isso?

Devido as circunst�ncias,
acho que est� tudo bem.

Contanto que devolvam o Bryer
a Sra. Crawford amanh� de noite.

Do jeito que ele corre,
voc� n�o precisa se preocupar,

- voc� n�o precisar� devolv�-lo.
- Isso que eu queria escutar.

Mas tem certeza que se sentir�
bem o suficiente para conduzir?

Voc� acha que estou
muito velho?

Cavalgar est� no meu sangue, eu
os montava antes de voc� nascer.

E se voc� esteve em uma dessas
corridas, sabe que n�o estou

velho demais para conduzir.
N�o tenho 90 anos.

Mas as vezes sinto
como se tivesse.

- Mais uma coisa.
- H� algo de errado?

Sim, a Sra. a Crawford disse que tinha
uma pista sobre o paradeiro do Bryer.

- Ela disse que o buscaria.
- Bem, talvez possamos pedir

para prend�-la por se
passar por um ser humano.

N�o podemos deix�-la encontrar
o Bryer antes da corrida,

ela nos impediria, temos que
escond�-lo em outro lugar.

- Sabe de um lugar?
- Que lugar?

Eu sei, o Sr. Felix pode
escond�-lo no seu est�bulo.

Sei que ele far� isso se eu pedir,
podemos fazer isso agora?

- Claro, querida.
- Tenho que ir para a escola.

Est� tudo bem,
voc� pode ir no meu colo.

- Voc�s ficar�o na cidade � claro.
- N�o perderia a corrida por nada.

- Tenho muito a perder.
- N�o se preocupe, eu vencerei.

Espero que sim, tomara que os
elefantes rosas n�o sejam muitos

- pesados para o Bryer puxar.
- De agora em diante s� tenho

- interesse em um animal, o Bryer.
- Bom, te vemos na casa.

Meu palpite estava certo.
O cavalo est� em Dorchester.

Mas onde em Dorchester?
A cidade � grande.

- Onde ele est�?
- N�o sei exatamente,

mas sei que ele estar�
na corrida de amanh�.

Corrida?
Isso � absurdo.

Pode ser, mas h� um cavalo chamado
Bryer inscrito na competi��o.

Isso � rid�culo, ningu�m inscreveria
um cavalo roubado em uma corrida.

- Deve ser outro Bryer.
- N�o acho, senhora.

Um homem disse que viu um
cavalo igual ao Bryer esta manh�.

- Mas quem o inscreveu?
- Algu�m chamado G. Miller.

G. Miller.
Gary Miller, aquele garoto.

O Sr. Owens escondeu
isso de mim.

Aquele garoto � muito jovem
para participar da corrida.

- Conseguiu o nome do condutor?
- Sim, senhora.

Liguei e disseram que o nome do
condutor acabou de ser informado.

- Ele se chama Crawford.
- Ent�o � isso.

Estou come�ando a entender.
Sandy est� nisso tamb�m.

� o av� dela.

Todos querendo esconder de
mim o que � meu por direito.

- Posso ir buscar o cavalo, senhora?
- Hoje n�o, Joe.

Irei amanh�, � por isso que a
Sandy queria passar o s�bado l�.

Sim, Joe, iremos a corrida amanh�,
interromperemos o jogo deles

antes do in�cio da grande corrida.
Gosto de surpresas, Joe.

Isso tudo � uma trai��o barata.

As pessoas deveriam saber que
n�o se deve fazer isso comigo.

Voc� est� certa, senhora.

Tenho certeza de que
ganhar�, vov�.

Com certeza irei, querida.

Sua tosse n�o est� te
incomodando, est�?

Minha tosse?
N�o, por que?

Pensei ter sentido o cheiro
do seu rem�dio para tosse.

S� tomei um pouco,
para ter certeza de n�o tossir.

- Boa sorte, Sr. Crawford.
- Obrigado, San...

Sr. Owens,
voc� � muito gentil.

- Vamos nos sentar, Sandy.
- Te vejo depois da corrida, Gary.

Claro, quando
recebermos o dinheiro.

- Ol�, Joe. O que faz aqui?
- Achei o Bryer.

A Sra. Crawford me mandou
peg�-lo imediatamente.

Espere um pouco, Joe, pode ir,
querida, te vejo mais tarde.

- Voc� sabe que o Bryer est� na corrida.
- Este � o objetivo, ele n�o correr�.

Tenho certeza que a Sra. Crawford
pode esperar at� o t�rmino da corrida.

Acho que n�o, ela me pediu
para peg�-lo imediatamente.

- E eu quero peg�- lo.
- Posso entender isso.

- Gostaria de impedi- lo de algum jeito.
- Nada vai me impedir.

Pai, me perdoe.

Sr. Owens!

Sr. Owens.

- Qual o problema?
- � melhor vir r�pido.

O Sr. Crawford est�
muito doente.

- Sr. Crawford.
- O que aconteceu?

� isso que quero saber,
o que aconteceu?

Nada aconteceu, senti algo na
cabe�a e vim tomar uma bebida.

Receio que o Sr. Crawford
n�o ser� capaz de conduzir.

Ele est� muito doente.

Quem est� doente?
Nunca me senti melhor.

Poderia correr sem
o cavalo e ganhar.

Pr�xima corrida �
a de Dorchester.

O primeiro lugar ganha $5.000.

Me ajude, Gary.

- Por onde esteve?
- Por a�.

�ltima chamada para os
inscritos para a corrida.

�ltima chamada.

Bryer, Owens substituindo Crawford,
ele est� muito doente.

Owens substituindo Crawford
conduzindo o Bryer.

Colocarei um fim nisso.

- Joe, o que aconteceu?
- Eu disse ao Owens que

nada me impediria de pegar
o Bryer, mas ele me impediu.

Ele me deu um soco
no queixo.

- Ent�o ele te atacou?
- Quando ningu�m estava por perto.

Ele farta isso.
At� participaria da corrida.

Claro que sim,
ele precisa do dinheiro, m�e.

Ele far� qualquer coisa
contanto que seja honesto.

Vamos, David!

Vamos, Bryer!

Aquele cavalo com certeza
� r�pido, Sra. Crawford.

Assim como o homem que
o est� conduzindo.

N�o posso evitar.
Vamos, Bryer!

Traga-o a salvo para casa.

Vamos, David!

Vamos, Bryer!
Vamos, Bryer!

Vamos, Bryer!
Vamos!

Vamos, David.

Vamos, Bryer!
Vamos, garoto!

Vamos, David!

N�o, t�nhamos que ganhar.
Tentamos tanto.

N�s t�nhamos que ganhar.

Est� tudo bem, querida.

Est� tudo bem.

Eu devia saber melhor.
Quase te deixo aleijado.

Acho que est� bem.
A corrida n�o tem import�ncia.

Voc� queria ganhar e ganharia,
mas n�o a este pre�o.

Venha, garoto.

- D� uma escovada nele.
- Quem, eu?

- Como se sente, Sr. Crawford?
- Me sinto bem.

D�-me esse chap�u, te
mostrarei como ganhar um cavalo.

Trarei um vencedor para casa.

Oh, David.

Gary, voc� ainda vai querer ficar
aqui depois que o Bryer se for?

N�o quero ir a lugar
nenhum, Sr. Owens.

- Tudo bem, prepararei a ado��o.
- Sim, senhor, ficarei feliz de

- ter um pai como voc�.
- Tentarei te recompensar pelo Bryer.

O tempo cura muitas coisas.

Valeu a pena.
Perdemos o Bryer pelo Pop.

- Est� tudo bem. Sr. Owens.
- Como ele est�, Gary?

Ele est� bem, fiz uma massagem
na pata dele para ter certeza.

O veterin�rio disse que o
Sr. Owens parou a tempo.

Sim, eu sei, ele n�o
poder� voltar a correr.

Est� tudo bem, ele n�o se
importar� se puder ficar conosco.

Ol�, pessoal.
Sabia que os encontraria aqui.

- Ol�, Sandy.
- Como est� o Bryer?

Ele est� bem,
quando lev�-lo para sua casa...

Quando o que?
Minha m�e mandou entreg�-lo isso.

Obrigado, Sandy.
Pamela, ela pagou a d�vida da igreja.

E ela nos desejou sorte.

- Funcionou, Sr. Owens.
- Sempre funciona, Gary.

O que isso significa, prima Pamela?
Voc� vai casar com o reverendo Owens?

- Sim, querida.
- Isso � maravilhoso.

- E voc�s adotar�o o Gary?
- O mais r�pido poss�vel.

- Ent�o n�s seremos primos, n�o?
- Isso mesmo.

- Eu acho uma boa ideia.
- Eu n�o acho.

- Por que n�o?
- Porque quero me casar com voc�.

- E primos n�o podem.
- Isso ser� arranjado quando

- voc�s tiverem a idade certa.
- Tem certeza?

Claro.

N�o sei como eu conseguiria
viver sem o Gary.