All language subtitles for Transfer S01E04 (2017)

Transplant�mos a tua mente noutro corpo.

�s o Sylvain Bernard.

Tenho um filho.

O Fabrice. Mas ele n�o te � nada
h� s�culos. � um gandulo de mau car�ter.

Que tipo de corpo gostaria de habitar?

Ela tem de ser pianista.

O que � que me fizeste?

Quando podem realizar a transfer�ncia?

Pai, fiz merda.

Clara!

- Chega!
- O que est�s a fazer?

H� algo que n�o bate certo.
Garanto que vou descobrir.

A BATI � eficiente no combate
�s transfer�ncias ilegais, o pior crime.

Inocentes foram presos sob o pretexto
de que poderiam tornar-se perigosos.

Pode provar
que os transferidos n�o s�o perigosos?

Havia um contrato para o Sylvain Bernard.
Anulou-se devido � transfer�ncia.

� exatamente o que preciso.

Temos muito que falar, Florian.

- Feliz Dia do Ju�zo.
- Para ti tamb�m.

A f�.

Ser� apenas mais uma moda?

Outrora, era vista como retr�grada.
Agora, � moderna.

V�s sois modernos.

Qual � a rela��o entre a f�
e a pol�tica atual?

Nenhuma.

Os nossos l�deres n�o compreendem
a sede espiritual.

Est�o fixados no conceito
de estado secular.

Ou seja, a f� � pervertida
por falsos profetas.

UM S� CORPO, UMA S� ALMA

- Feliz Dia do Ju�zo.
- Felicidades.

Feliz Dia do Ju�zo.

Feliz Dia do Ju�zo.

Feliz Dia do Ju�zo.

Se n�o tivermos cuidado,

o mundo ficar� � deriva.

Oremos.

Chegou a hora de deixar
esta vida absurda para tr�s.

Eu vou primeiro. Obrigada, Senhor.

Uma morte serena para todos.

Tal como eu, pensam que o mundo
n�o � assim t�o civilizado.

Tal como eu, pensam que a sociedade,
a economia e o mercado

deveriam contribuir
para o regresso dos valores fortes.

Tal como eu, est�o revoltados

com a parceria dos cientistas
com o crime organizado.

Tal como eu, s�o a favor
da erradica��o total da transfer�ncia.

Pronto, j� desliguei.

�timo.

- Quantos corpos?
- S�o 29.

Enfim, 28, se n�o contarmos com a que...

Que desperd�cio.

Cortaram totalmente
os la�os familiares deles?

Sim. Vieram morrer. � isto que queriam.

Consegue vender os corpos depressa?

Bem, sabe como �.

Podem parecer muitos, 28 transferidos,
mas nunca temos falta de clientes.

Pode dar-me um adiantamento?
Pelas minhas despesas.

Ali�s, a �nica diferen�a
entre os senhores e eu

� que t�m dinheiro.

De que a campanha precisa.

Mas n�o sou bom com dinheiro,
logo convidei um amigo que �.

H� anos que ele me tem apoiado,

e n�o h� necessidade de lhe gabar
a benevol�ncia, probidade

e espiritualidade.

Senhoras e senhores,
o meu amigo, Paul Dangeac.

Como � poss�vel?

M�quina, inje��o, transfer�ncia.

Queres saber se estou marcada.

Preferias que fosse
uma transfer�ncia terap�utica?

Para uma doen�a incur�vel?

Ora vejamos.

N�o h� �mega.

Uma transfer�ncia ilegal.

Sou t�o marota.

�s uma adulta.

Ent�o?
Perguntar a idade de uma senhora � feio.

- Se � que sou uma senhora.
- Provocaste o acidente do Thomas?

Queres ir embora? N�o posso permiti-lo.

Um transferido na BATI.
Melhor � imposs�vel.

Eu n�o te ajudo.

Deixemo-nos de infantilidades.

N�o estou sozinha, sabes? Tenho amigos.

- Pensa na tua fam�lia.
- N�o, a minha fam�lia n�o, por favor.

N�o queres que lhes aconte�a nada?

Se lhes contas quem eu sou,

n�o garanto a seguran�a deles.

Se tentas prejudicar-me, a mesma coisa.

Se recusares a minha oferta,
nem imaginas o que fa�o.

Levanta-te.

Est�s a ver?

Vou guardar a minha arma.

Vamos esquecer
toda esta tens�o e recome�ar.

O que � que queres?

Quero um amigo na BATI.

Dia 22 de dezembro do ano passado.

Descobre o que puderes sobre essa data.

Afasta-te da minha fam�lia, ou mato-te.

Se me denunciares, denuncio-te.

N�o chegamos a lado nenhum.

Somos dois transferidos
num mundo que nos odeia.

A partir de agora, podes considerar-me...

... uma amiga da fam�lia.

Dia 22 de dezembro.

A n�mero oito n�o � m�.

Aqui, temos dois produtos excelentes.
Os n�meros seis e sete dever�o render bem.

Vamos p�-la com cabelo comprido no site.
Acho que lhe fica melhor.

Mostrem-na de vestido
e aumentem-lhe a copa. Ent�o e ele?

N�mero 23.

N�o vai ser f�cil vend�-lo
com o peso dele.

E fez uma abla��o do rim que correu mal.

Reduzam o pre�o.

Escondam a cicatriz na foto
e tirem-lhe alguma gordura.

N�o demasiado. O tipo de clientela
para ele n�o espera algo topo de gama.

� o Dia do Ju�zo?

Tenho m�s not�cias, querida.
Deus est� morto.

Soph?

Sophie!

Capit�o, que surpresa agrad�vel.
Entra, estamos a tomar ch�.

Este � um amigo meu, o Sylvain Bernard.

A minha filha falou-me do senhor.

Esta senhora � a m�e da Liza.

Est�vamos a discutir
o acidente do pobre Thomas.

Ele safou-se por pouco.
A Liza, coitada, sentiu-se t�o culpada.

Mas, como lhe disse,
os acidentes acontecem.

Bom, n�o lhe tomo mais tempo.

- Eu trago-lhe o casaco.
- Obrigada.

A sua amiga deixou
a Liza c� ficar uns dias.

N�o.
O Thomas acabou de sair do hospital.

Precisa de descansar.

A companhia vai fazer-lhe bem.

- A m�e da Liza vai a um funeral.
- Obrigada. Foi um ente querido. � triste.

- O Thomas quer ver a Liza.
- Todos ficam felizes.

A solidariedade � rara nos dias de hoje.

A solidariedade e o apoio m�tuo
quando h� interesses comuns.

Dev�amos ensinar as crian�as a confiar
umas nas outras. N�o acha?

Adoro o sil�ncio
que reina sobre esta casa.

O sil�ncio � uma virtude.
H� sempre tanto a dizer, mas assim vai-se.

Bom, estarei fora apenas uns dias.
Volto a 22 de dezembro.

Disse 22 de dezembro?

Troco-me sempre com datas.

Se for preciso, volto mais cedo.

Muito mais cedo.

- Adeus.
- Adeus.

- Obrigada.
- N�o tem de qu�.

- Adeus.
- Adeus.

- Ela � estranha.
- A Liza n�o pode ficar c�.

Ai n�o? Agora j� mandas nas nossas vidas?

Vi-te na televis�o
e n�o parec�amos ser uma prioridade tua.

N�o sei o que te passou pela cabe�a.

O objetivo era manteres-te no anonimato.

- Estou a falar contigo.
- Pois.

Mam�?

Fa�o o que posso,
mas tenho pouco espa�o de manobra.

O que fizeste? Merda.

Jacques Lantier?

Se quer mudar a sua vida, posso ajud�-lo.

- Qual � a urg�ncia?
- Reduzam a pena e o meu cliente coopera.

N�o negoceio
com mercen�rios de transfer�ncias.

Quando estava com os traficantes,
o m�dico falou num novo esquema.

V�o leiloar
cerca de 30 corpos esta semana.

Disse 30 corpos?

Quem? Onde? Como?

O meu cliente n�o sabe mais nada.
Recomendo que ele...

Eu mando-lhe algu�m para receber
o seu depoimento. Veremos quanto vale.

Quando esteve com o seu pai,

achou que ele estava normal?

O meu pai nunca foi normal.

Foi a decis�o certa.

O que presenciamos
nos tempos que correm � uma vergonha.

Os nossos governantes e a BATI
querem marcar os transferidos ilegais

com o �mega dos transferidos terap�uticos.

N�o � a melhor forma
de identificar os transferidos?

Sem que haja distin��o?

Implementaram-se as marcas
dos transferidos terap�uticos

para que n�o fossem respons�veis
pelas a��es do dador.

� o que esse s�mbolo significa.
N�o serve para estigmatizar transferidos.

Mas alguns fugiram.

H� um transferido perigoso � solta.
O governo tomou medidas dr�sticas.

O lugar dos transferidos ilegais
� na pris�o.

N�o � aqui. Os outros s�o doentes.
Precisam da transfer�ncia para sobreviver.

Assim, pomo-los no mesmo saco
que assassinos.

O Capit�o Bernard. Capit�o Bernard,
qual � a sua opini�o sobre as marcas?

- Tem novidades do seu filho?
- Acha que a lei � justa?

Por favor, por favor.

O Capit�o Bernard e os seus colegas
vieram cumprir uma miss�o do Estado:

marcar todos os transferidos registados

para, desse modo,
assegurar a seguran�a do p�blico.

N�o tenho mais declara��es. Obrigado.
Passamos ao nosso trabalho.

Capit�o Bernard, acha que esta medida
� aceit�vel do ponto de vista �tico?

Capit�o Bernard?

Posso beber �gua benta?

Est� calor.

Tenho d�vidas quanto ao discurso
que a tua equipa escreveu.

Deixa c� ver.

- � um discurso bom.
- N�o tem nada de novo.

Poderia dizer mais
sobre o combate ao tr�fico.

Espera. Quem � o teu conselheiro pol�tico?
Deus ou eu?

Ningu�m quer saber dos traficantes
de transfer�ncias. Deixa estar.

- Mesmo assim...
- N�o, n�o.

Os patrocinadores querem
uma forte oposi��o �s transfer�ncias.

Viste os donativos deles ontem.

H� muito que defendes
a marca��o sistem�tica.

E, agora, o governo est� a imitar-nos.

- Aproveitaram-se do nosso esfor�o.
- Pronto. Podes referir isso.

"A ideia triunfal foi nossa."

Conheces algum traficante?

N�o. Nem os teus patrocinadores.

Eles t�m � medo dos transferidos.
Eles � que s�o o teu alvo.

D�-me o teu bra�o. O teu bra�o.

Culpado!

Fui o primeiro a exigir
a marca��o sistem�tica.

Se o governo a implementou, tanto melhor.

Era preciso reconhecer que todos
os transferidos s�o iguais. Todos...

Os transferidos n�o t�m cura.

Essas criaturas
nunca mais voltar�o a ser humanas.

- N�o me digas que concordas.
- Faz sentido. At� o Gabriel concorda.

O santinho padre n�o deixa de ter raz�o.

- Mas olhem para o que estamos a fazer.
- Tem calma.

Sylvain, substitui a Beatrice
e marca aquela mulher.

- � bom para...
- N�o.

Como assim "n�o"?

N�o vou marc�-la, nem a mais ningu�m.

O que est�s a fazer?
Tens de obedecer. Marca-a j�.

Recuso-me a faz�-lo.

- Sylvain.
- N�o!

Fa�am essa merda sozinhos!

Continuem.

Siga.

Capit�o Bernard, por favor.

Tem algo a declarar
quanto ao que acabou de acontecer?

Por favor!

Afaste-se.

Presta aten��o.

N�o voltes a p�r em causa
a minha autoridade. � inadmiss�vel.

Esta marca��o � uma farsa.
Nunca vi nada t�o degradante.

Estou-me a cagar para os teus valores.

A BATI existe para fazer cumprir a lei,
n�o p�-la em causa.

O teu her�i caiu do pedestal.

N�o sei o que lhe deu.

Pensa, Beatrice. A amn�sia.
A atitude dele desde que saiu do hospital.

E se for um transferido e n�o o Sylvain?

Voc�s os dois s�o t�o parecidos.
Totalmente doidos.

Se calhar, estou enganado.
Afinal, tu � que fodes com ele.

Sim, nem mais.

Se descobrir alguma coisa,
queres que te conte?

For�a. Seria fascinante.

... para travar a revers�o.

Internar transferidos
por precau��o j� � extremo.

Agora, quer que os marque
como se fossem gado?

O que se segue?

O Volber bem que nos acusa
de obedi�ncia cega.

Ent�o, o que sugeres que fa�amos?

Um golpe de estado?

P�r o Volber
e os transferidos dele no governo?

Ou melhor ainda. O Padre Luc,
que iria impor-nos grandes limites.

Obedecer � nossa consci�ncia. Que tal?

Olhe para n�s, comandante.

O povo tem medo de n�s.

Devia suspender-te por insubordina��o.

N�o, isso at� te calhava bem.
Voltaste, armaste estrilho e agora sais.

N�o, n�o. Tenho uma ideia melhor.

O Gabriel arranjou um caso
no qual v�o trabalhar.

Est� ligado
ao depoimento de Fabrice Bernard.

Sim, o filho do Sylvain.
O Sylvain n�o vai trabalhar neste caso.

Diz respeito a 30 pessoas
cujos corpos ser�o usados.

Pois 30 pessoas n�o desaparecem do nada.

Investigar�o cada caso de desaparecimento.
Cada turista que veio de comboio ou avi�o.

E v�o encontr�-los. Ao trabalho.

Tu n�o, Beatrice.

- Porqu�?
- Acumularam-se den�ncias.

N�o. N�o.

A culpa n�o � tua, mas isto � uma equipa.

- S� pode estar a brincar.
- Vai l�.

Est�s contente?
Temos de tratar de den�ncias. Anda da�.

Se continuas assim, acabas sozinho.

- At� o Gabriel est� zangado contigo.
- Ele que se foda.

N�o olhaste para aquelas pessoas?

Como � que podes concordar
com o Padre Luc? N�o �s assim.

Sim, at� porque tens grande moral.

Disseste que me fodeste
porque "bebeste demasiado".

Passo a vida a defender-te,
mas s� te borrifas para os outros.

Beatrice, espera.

Desculpa.

Mas temos de nos unir. Somos uma equipa.

N�o somos uma equipa.
Tomas decis�es e eu vou atr�s.

Vamos mas � despachar o trabalho
com que nos encalhaste, est� bem?

Beatrice. Beatrice.

Ligou-nos porque diz
que o seu ex-marido � um transferido.

Sim. Vivi com ele durante cinco anos.

Ele dizia que n�o gostava
de mulheres novas.

E, do nada, diz que me vai deixar
por uma miudinha pac�via e desmiolada.

Ele n�o faria isso.

O tipo que lhe roubou o corpo
tem de pagar pelo que fez.

- Porque suspeitam dele?
- A luz.

Ficava ligada a noite toda.
Agora, ele desliga-a.

Eu li que os transferidos
precisam de horas de sono a dobrar.

Estou a ver.

O Hector, que � meu vizinho,

nunca teria constru�do um muro t�o alto
e feio entre as nossas casas.

Acha que o seu vizinho � um transferido
por causa de um muro de dois metros?

S�o 2,4 metros.

� mesmo alto. � verdade.

- Tem algo mais a acrescentar?
- N�o.

Faremos o que pudermos.

- Obrigada.
- N�o tem de qu�. Adeus.

A isto se chama um castigo.

- Quantas mais faltam?
- Mais 20 por hoje.

- N�o vou perder o meu tempo com isto.
- Onde � que vais?

Vens ou n�o?

O que aconteceu?

Ap�s a opera��o, Sylvain Bernard
esteve em observa��o por 48 horas,

at� � morte tr�gica do professor.

T�m c�maras de vigil�ncia
na sala de reanima��o?

Podemos verific�-las?

Sim.

Foi mesmo no dia 22 de dezembro?

Sim, e foi aqui que aconteceu.

A BATI andava atr�s de um traficante:
Woyzeck Rybczynski.

Um canalha metido
na prostitui��o e na batota.

Viu o potencial
do tr�fico de transfer�ncias.

Quer�amos o depoimento da mulher dele.

Encontr�mos a Ivana e as filhas aqui.
Dana, 13 anos, e a Dorota, sete.

De certeza que foi o Woyzeck?

Matou a pr�pria fam�lia
para n�o o denunciarem.

E nunca foi apanhado?

N�o, transferiu-se.
N�o sabemos de quem era o corpo.

Est� ali a foto dele.

Vais-me explicar
o que estamos a fazer aqui?

N�o sei.

Acordei com esta data na cabe�a.
As mem�rias s�o muito vagas.

�s um chato do cara�as.
E ent�o? Est�s a recuperar a mem�ria?

Muda alguma coisa entre n�s? N�o? Sim?

J� vi que n�o.

Estava-se mesmo a ver.

Acho que j� sabes quem sou eu.

Sim, o Woyzeck.

S� de imaginar o que fizeste
� tua fam�lia, fico com azia.

Fica sabendo de uma coisa, Florian.

Fiz muitas maldades ao longo da vida,
e ainda farei mais.

Mas n�o matei a minha fam�lia.

E o que � que queres de mim?

Senta-te. Eu explico.

Eu disse para te sentares.

O tr�fico de transfer�ncias era lucrativo,
mas denunciaram-me � BATI.

Tive de me esconder.

N�o estava l� no dia 22 de dezembro.

- Deves pensar que sou parvo.
- Verifica. Tive de desaparecer.

Encontrei um corpo. Um tipo marcado,
e internei-me no lugar dele.

� o melhor esconderijo.

"Bertier". Diz-te alguma coisa?

A fuga com o Bao? Foste tu?

A 22 de dezembro, estava no Centro �mega.

Quem beneficiou com a minha desgra�a
e a morte da minha fam�lia?

Ando a pensar nisso h� meses.

Deves saber mais do que eu.

Podes n�o acreditar,
mas fiquei sem a minha rede.

Mas sabia
que a BATI poderia descobrir algo.

� a� que tu entras.

At� d�s um bom pol�cia.

"Sylvain Bernard prende o filho
para travar uma transfer�ncia ilegal."

Que not�cia cativante.

A casa onde salvaste a pianista
era um esconderijo meu.

Fazia parte da rede que me roubaram.

O tipo que escapou matou a minha fam�lia.

Estamos atr�s do mesmo homem, Florian.
Ajuda-me a encontrar o sacana que a matou.

O Capit�o Sylvain Bernard,
apesar do seu renome,

rompeu publicamente forma��o
da sua equipa.

O apoio de Damien Volber,
l�der do PDL, n�o se fez esperar.

Este homem corajoso mostra-nos
que a revolta � poss�vel.

� inacredit�vel que um agente da BATI veja
o que a maioria do povo prefere n�o ver.

Afinal, est� na BATI para qu�?

N�o percebo.

O capit�o pode ser brusco e impulsivo,
mas sempre detestou os transferidos.

Ningu�m diria.

A sua ordena��o est� para breve.
Espero que seja mais �til como freira.

E a Tenente Beatrice Lourmel?
Ela � chegada a esse dissidente.

Sei que ela partilha as nossas convic��es.

Assegure-se de que ela n�o � contaminada.

Tenciono combater os traficantes.
Preciso do apoio de todos na BATI.

Conto consigo, Viviane.

Est� dispensada.

Temos centenas de contactos.

Este leil�o promete.

Perfeito.

Merda, as meias romperam-se.

N�o gostavas de mudar a tua vida?

J� ouvi essa lengalenga
milhentas vezes, querido.

D�-me lume.

A minha mulher dorme noutro quarto.

S� me fala para perguntar
se paguei as contas.

Sendo assim, � o teu dia de sorte.

N�o, n�o � isso.

Um homem que tu n�o conheces aborda-te.

Prop�e uma vida nova.

Voltar � estaca zero.

O que achas?

Pergunto: "Quanto paga?"

Porque � que n�o deveria fazer o mesmo?

- De que est�s a falar?
- Tenho de decidir depressa.

Tenho dinheiro de parte.

V�o leiloar d�zias de corpos.

Um deles deve ser bonito, n�o?

Ligou para a BATI. Diga.

Indique-me a morada.

Certo.

Vamos l� averiguar.

Ol�, Gabriel.

Olha quem � ele.

Mas, se calhar, n�o existes.

Se calhar,
o meu amigo Sylvain j� n�o existe.

Gabe, n�o nos conhecemos h� tanto tempo?

Tenho uma pergunta.

O homem que fugiu com o Bao...

- O Bertier?
- Sim. Descobriste alguma coisa?

Deve ter feito uma transfer�ncia destinada
a outra pessoa antes de mat�-los a todos.

J� n�o o encontramos.

Identific�mos o corpo do m�dico.

Um amador que construiu
a sua pr�pria m�quina.

� assim t�o f�cil?

Essas respostas amn�sicas esgotam-me.

Com o equipamento certo,
qualquer um consegue.

- Certo.
- As f�rmulas qu�micas est�o na Internet.

Ent�o e a segunda v�tima?

O cliente original?
A transfer�ncia era para ele.

Tinha uma boa raz�o para mudar
de identidade. Queria fugir � Pol�cia.

Ao menos, o Bertier livrou-nos
de mais um tarado.

Era procurado pelo qu�?

Pedofilia.

J� posso lev�-lo?
Talvez tenhamos uma pista. Anda.

Espera, s� mais uma coisa.

- Quando � que o Bertier entrou no centro?
- Deixa ver.

A 5 de dezembro.

Ent�o estava l� no final de dezembro?

- Sim. Porqu�?
- Anda.

- � s� isso?
- Sim.

Chegou uma prostituta.

Diz que d�zias de corpos
v�o ser leiloados. Deus a aben�oe.

- Bom dia.
- Ol�.

M�e, despacha-te. Tenho de ir.

De certeza
que n�o fico gorda neste vestido?

Fica-te bem. Est�s muito sexy.
At� parecemos irm�s.

MERCADO HUMANO

VENDA DE CORPOS

LICITAR

� a BATI! M�os na cabe�a!

N�o toque em nada! De joelhos!

Olha para isto.

Posso expli...

Sr. Lantier, � suspeito de planear
uma transfer�ncia ilegal para si.

Achas que as coisas melhoravam
noutro corpo?

A tua cabe�a � que � o problema.

Est�o a ouvi-las? Aturo isto h� anos.

- Quem � que lhe falou nesta rede?
- Um homem na rua.

Nunca o tinha visto.

Ele sabia o meu nome.
S� fal�mos por uns minutos.

J� tinha falado em mudar a algu�m?

A ningu�m. Nem me atrevia a pensar nisso.

Este homem e a proposta que ele fez

surgiram no momento certo.

- Onde � que est�?
- Ali.

- Tirem-nas daqui.
- Quem � ele?

O especialista.

N�o estamos na Internet habitual.

Com esta chave,

o computador liga-se a Tor,
uma rede oculta.

Apenas membros
podem aceder ao site do leil�o.

Podemos localizar os donos do site?

Os endere�os IP n�o aparecem
por causa do Tor.

N�o h� outra maneira?

Essas pessoas morrem se n�o intervirmos.
A audi��o termina amanh�.

Podemos enviar as imagens para a sede
para identificar as v�timas.

E se participarmos no leil�o?

Ligamo-nos ao site na BATI
e fingimos que somos um cliente.

Teriam de se encontrar connosco.

Em teoria, resultaria.

Mas, assim que a licita��o for validada,
poder�o ver quem est� por tr�s do ecr�.

Ent�o e o Lantier?
Ele que participe no leil�o.

Podem detetar-vos a qualquer momento.

N�o temos nada a perder.

Certo, vamos a isto.

- O que vou fazer?
- Exatamente o que ia fazer.

Escolha um corpo e comece a licitar.

Os vendedores poder�o v�-lo,
mas n�o ouvi-lo. Eu fico aqui consigo.

Mas, assim que carregar em "licitar",
n�o podemos falar.

- Percebeu?
- Sim.

Vamos a isto.

O senhor � crente?

Vi o seu confession�rio.

A transfer�ncia n�o vai
contra a sua religi�o?

Sonhei imenso com uma vida nova.

Garanto-lhe que as coisas
s� se teriam complicado.

Vamos come�ar.

- Oferta de 30 mil para o seis.
- Para o tr�s, 13 mil.

Para o 22, 15 mil.

Os homens licitam mais.
As mulheres s�o mais dif�ceis.

Mas parei as licita��es na n�mero sete.

- Ningu�m deu mais de 43 mil.
- A cliente vem a�.

Perfeito. Marquem as transfer�ncias.
Quero tudo conclu�do at� amanh� de manh�.

- Vejam. H� muita procura para o seis.
- � o nosso l�der de preju�zo.

- Come�am com ele e passam para outros.
- Reajustem a quota dele. E fixem-na.

Ele fica para �ltimo.

O que est�o a fazer?

- Ent�o?
- N�o, n�o, n�o! N�o!

- Por favor!
- Para onde est�o a lev�-la? Para onde?

- Larguem-me!
- Ei!

A LIGAR

Estou a ouvir, minha filha.

Tenho f� no Sr. Padre.

Mas o seu discurso no Centro �mega...

-Diz.
- Falo com transferidos no meu trabalho.

Passo a conhec�-los bem...

Irm� Beatrice,

n�o te deixes enganar
pela apar�ncia deles.

N�o d�s ouvidos a propaganda herege.

Deus tamb�m os escuta.

- S� forte.
- Mas eu falo com eles.

Bons ou maus, ainda s�o seres humanos.

- �s agente da BATI, n�o �s?
-Sou, Sr. Padre.

O teu dever, acima de tudo,
� n�o te desviares do caminho moral.

E esse homem por quem te apaixonaste,

esse cordeiro perdido, o Sylvain Bernard,

o que pensa ele sobre tudo isto?

Sempre fui forte.
Ningu�m me diz o que fazer ou pensar.

Mas, com ele, sinto-me indefesa.

Quando ele saiu da sess�o de marca��o,
tinha tanto vigor

e determina��o que confesso...

... que pensei que ele poderia ter raz�o.

N�o te deixes influenciar
pelas d�vidas dele, Beatrice.

A m�goa do Sylvain � muito profunda.

Tal como a raiva dele.

Ele sempre teve raiva, mas n�o assim.

Agora, h� uma esp�cie de... sinceridade.

Sim, sinceridade.

Faz valer a sinceridade dele
para reafirmar o teu amor e gui�-lo.

Obrigada, Sr. Padre,
pelos seus conselhos am�veis.

- Est�s a chorar?
- N�o.

Est�s a ver o qu�?

Fotos de pessoas que amava.

E que morreram.

Como o meu pai.

N�o me lembro muito bem dele.

Mas o Thomas tamb�m chora.

Ele encontrou uma maneira
de continuar a v�-lo.

� uma "transfer�ncia".

Queres ver?

- Sim.
- Anda.

Quando preciso de ver o meu pai,
ligo-me a ele aqui.

O teu pai n�o est� morto, Thomas.

Ele continua a viver nas vossas mem�rias.

O Thomas tamb�m transfere a m�e.

N�o tem tanta piada
porque vemo-la todos os dias.

O Florian est� a passar
uma fase de transfer�ncia.

� normal, n�o te preocupes.

N�o o viste na televis�o?

Op�e-se � marca��o, d� nas vistas...
N�o antecipei nada disto.

Parece que gosta da sua vida nova.

Chama-se "empatia sugerida".

Os transferidos passam
pelo desgosto e rejei��o

at� se entregarem a 100 % ao novo corpo.

O Florian quer aperfei�oar a vida
do corpo que o acolheu.

- � como honrar uma mem�ria.
- E ent�o?

Quer dizer
que me tornei um fardo para ele?

Claro que n�o.
� s� uma crise de identidade normal.

Para ele, tudo � esquisito e custa.

Ent�o e tu, Sophie?
Porventura, mudaste de ideias?

N�o, n�o. N�o digas isso.
Sabes os sacrif�cios que fiz por ele.

Mas n�o pensas, �s vezes,
que n�o valeu a pena? S� sincera contigo.

Ainda me estou a habituar
ao novo corpo dele,

mas � como se...

Se estivesse
a apagar a mem�ria do Florian.

Comporto-me como se ele tivesse morrido.

A mente humana tem tend�ncia
a reprimir o desgosto.

O Florian � como tu.

� mais f�cil identificar-se com o Sylvain
em vez de lidar com essa dualidade.

Vou perd�-lo?

Faz o que fazias
enquanto ele estava em coma.

Luta pela exist�ncia do Florian.

Pela mente dele e tudo o que constitui
a sua identidade mais profunda,

para que ele n�o morra.

� bom que seja importante.

A BATI est� no encal�o
de uma rede de tr�fico.

H� um leil�o simult�neo de 28 corpos.
Pensei que tivesse algo a ver consigo.

Veja se os empata.
Amanh� ao meio-dia, est� tudo conclu�do.

Mesmo que intervenha, n�o devo conseguir.

Os corpos j� foram identificados.
Os transferidos seriam detidos amanh�.

� a segunda vez
que atrapalham os meus projetos.

O senhor n�o � l� muito �til.

Se quiser,
deixo de lhe passar informa��es.

Trabalhar consigo mete-me nojo.

Eu sei que n�o me vai desapontar.
Nunca poderia lidar com as consequ�ncias.

Era o Dangeac?

Sim.

S�o 28 corpos.

Gra�as ao Sylvain e � Beatrice,
podiam ter sido salvos.

Mas fui obrigado a alert�-lo.

Tra�-os.

Eu amo-te.

S�o 28 corpos.

Est�s bem?

J� est�.

O lance maior foi meu. O n� 6 � meu.

V�o entrar em contacto consigo.
Siga as instru��es deles � letra.

Mas, se vos virem aqui,
eles v�m atr�s de mim.

Tenha calma. � o momento mais importante
da sua vida. Vai salvar vidas.

� motivo de orgulho.

- N�o.
- O que foi?

N�o � poss�vel. O que se passa? N�o.

N�o toque no teclado.

VENDA ANULADA

- N�o fiz nada.
- O que se passa?

- O que � que fez?
- Nada.

Fa�a alguma coisa!

LIGA��O PERDIDA

Foda-se, o que � que fez?

O que se passa?

Para onde � que nos levam, caralho?

Andor!

Mexam-se!

Levem-na.

Larguem-me!

� o meu corpo. Paguei pela transfer�ncia.

Quer uma mudan�a de vida? Eu dou-lha.

Arruma-a com os outros.

O que lhe vai acontecer?

Cinco anos de cadeia.

Inten��o de transfer�ncia. � grave.

E os verdadeiros culpados fogem.

Para que � que me dou ao trabalho?

Impedimos as transfer�ncias
e salv�mos a pianista. N�o te culpes.

Tu �s �til, percebes?
Est�s melhor do que nunca.

Tirou-se o doente
quando est�vamos no t�nel.

A porta estava assim. Aberta.

- Contou a algu�m?
- Ao Professor Delattre.

Mas ele insistiu
que o melhor seria esquecer tudo.

O Capit�o Bernard veio v�-la.

� imposs�vel. N�o quero v�-lo.

J� te disse um milh�o de vezes
que n�o deixasses a Pol�cia entrar.

�s mesmo burra, rapariga in�til.

Vais voltar e dizer-lhe...

Reconhece-lo?

Sim, � ele.

Legendas: Jo�o Lino Monteiro