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Durante nove anos
antes de Pearl Harbor,

Os chineses lutaram contra os
exércitos de um invasor cruel.

Esta historia começa
em Mei-Ki em 1941

E é típica do valor
e da fortaleza

que transformou a China e a fez
ganhar a admiração do mundo.

Sr Jones.

Por quê te peguei?

Sr. Jones!

Ming, viu o Sr. Jones?

- Se foi.
- Com quem?

Com a mulher do norte.
A de cabelo amarelo.

Num momento como este...

- Olá, Johnny.
- Olá.

- O que é isso?
- Uma criança.

O que achou que
era, o Pato Donald?

- Está bêbado?
- Nâo, estava tão cansado que dormiu.

Estamos viajando a três dias e
ele dirigiu quase o tempo todo.

Pegue-o. Vamos
não vai te morder.

Vamos lá, me dê.

Parece que está tudo aqui, certo.

- Por quê está me dando isso?
- Vai precisar.

Está bem.

Sr Jones.

Vá embora. Quero dormir.

Acorde, chefe.

- O que há, Johnny?
- Temos que sair daqui.

- o que é isso?
- Bombas, sr. Jones.

Estão bombardeando a cidade, matando
pessoas, fazendo atrocidades.

Se quiser chegar a costa
temos que ir.

Johnny tem razão. Vão
enquanto podem.

- o que é isso?
- Um bebê.

- Desde quando está com ele?
- Apenas um amigo de Johnny.

- Pois bem... encontrei ele.
- É menino, não?

Não, quer dizer...

Caramba sr. jones.
Ainda não sei o que é.

Bem, Johnny, vamos embora.

- Quer vir junto?
- Não.

Isto está ficando feio.

Sempre caio fora dos lugares
onde a coisa fica feia.

Acho que vou
ficar dessa vez.

Alguém quer vê-lo.

- Sr. David Jones.
- Sim.

Apresento saudações do Capitão
Tao Yuan Kai,

Do Departamento de
Inteligência Chinês.

- O Capitão quer vê-lo.
- Olhe, sr.

Tenho assuntos em Shanghai.
Não tenho tempo pra isso.

- O Capitão quer vê-lo.
- Está bem.

- Quer que vá junto?
- Não fique aqui.

E Johnny... se livre
dessa criança.

- Tudo em ordem?
- Sim.

Sinto muito que seja
cidadão americano.

Se fosse um dos meus o fuzilaria
por dar suporte ao inimigo.

Não posso fazer isso, porquê os
americanos ainda não estão em guerra.

São nossos amigos.

Uma amizade um
pouco contraditória.

De um lado nos
dão comida e remédios.

Por outro lado, sujeitos como
você vendem petróleo ao inimigo.

Para que seus aviões
nos aniquilem.

Se da conta de que
estamos lutando contra o Japão?

Isso é assunto seu.

Vendo petróleo e esse
é um assunto meu.

O que pagam é vantajoso.

Me dê o meu passaporte,
tenho que ir agora.

Isso é tudo o que quer?

É tudo, sr. Jones. Tentarei
esquecer que o conheci.

Departamento de Inteligência...
Quem pensa que é?

- Um capitão.
- Um capitão.

Esse é o mau deles.

Damos a eles cultura, ovos com
presunto e o que acontece?

- Se acham importantes.
- Está chovendo.

Fora daqui!

Bombardeiros.

Está ouvindo eles?

Se segure!

- O que é isso?
- Uma criança, Sr. Jones.

Acho que acordou, venha pequeno.

Assim, bom garoto.

Te falei pra se livrar dele.

Alguma vez já tentou
agradar uma criança?

Principalmente uma criança chinesa?

Gostaria de fazer isso, mas parece
que todos já tem muitas crianças.

Mesmo? Está com
fome? Tome.

É uma surpresa. Aqui está.

- O que está dando a ele?
- Açúcar.

Não fará mal a ele não é?

Não dê muito. Por quê
pergunta pra mim?

Um sujeito durão.

Está bem?

Vá com calma, chefe.

Você alimenta ele e
eu dirijo.

- Sr. Jones!
- Sei o que estou fazendo.

- Está tudo bem, garoto?
- Deveria lhe dar uma.

Teria matado a alguém.

- O que querem?
- Abram a porta.

Fora daqui!

Esperem. O caminhão é
desses homens.

Se todos subirem
pode vai se desmontar.

Desça e deixem que
cruzem a ponte.

Essa é a coisa certa.

Se foram.

Com sua velocidade e meu
peso, não teriam chance.

Não, alguém os acalmou.

- O que vamos fazer agora?
- Entrar no caminhão antes que voltem.

Apaguem as luzes.

Apaguem as luzes
do caminhão.

- Não me ouviram?
- Sim.

Então apaguem elas.

Lin Wei.

- Sim srta.
- E agora o que foi?

Esperem até eu voltar.
Você também.

- Quem é a chefona?
- Uma dama muito amável.

- Sim.
- Suponho que teremos que esperá-la.

Claro que sim. Mas
vamos nos proteger da chuva.

Podemos ir. Lin Wei
ficará de prontidão.

Se ver minas, me
avise com a lanterna

Não irei às escuras.

Ninguém perguntou, mas os
chineses tem um provérbio.

"Nunca amaldiçoe o escuro.
Use seus olhos".

- Sigamos por favor.
- Está bem, me arriscarei.

Não vai se arriscar, conheço o
caminho como a palma da minha mão.

Nasci nessa vila.

Se trouxe a agenda
me coloque na letra J.

David Llewellyn Jones.

Melhor na A, na
primeira linha.

- A mim também. Sou Johnny Sparrow.
- Olá, Johnny.

- Carolyn Grant.
- Prazer em conhecê-la.

A primeira coisa que faremos
será convidá-la pra tomar algo.

Se não fosse por você,
estaríamos debaixo do caminhão.

- Esses tontos quase tomam o caminhão.
- Não eram tontos.

Só pessoas assustadas
que fugiam das bombas.

- Pra onde vai?
- Para Chungtu.

Chungtu? É bem longe.

- Acho que sim.
- Tem parentes lá?

Não, mas tem uma universidade.

Lá estão indo os estudantes
que fogem dos bombardeios.

Posso ajudá-los. Sou professora.

Srta Grant, gostaria de
ter uma criança?

- Quer que dirija?
- Não estou bem.

Este caminhão anda como se
estivessemos levando alguma carga.

E levamos. Parecem sardinhas.

O que parece sardinha?

As pessoas que subiram na ponte.

Espere.

- O que vai fazer?
- Volte pro caminhão.

Por quê?

Farei os passageiros descerem
e cada um se espalhar.

- Pensa em deixá-los aqui?
- Claro que sim.

Pela simples razão de que até
Shanghai há muitas montanhas.

Com uma carga como esta,
nunca conseguirei chegar.

- Não está falando sério?
- Siga meu conselho e volte com a criança.

- Eu cuido dos meus assuntos.
- Este também são assuntos meus.

- Esta escória?
- Não são escória.

São pessoas amáveis. Já
te disse que nasci aqui.

- São amigos meus.
- Escute, srta.

Isso é só um caminhão pequeno, não
tem lugar para a bondade humana.

Se quisermos chegar,
teremos que descer a carga.

Sinto muito. Se deixá-los
aqui, fico também.

Se é o que quer.

Vamos, fora daqui.

Fora todos. Rápido.

- Levante-se. Está bem?
- Sim.

- Quem é ela?
- Uma de minhas alunas.

- Tem mais ali?
- Sim.

- Quem deixou elas subir?
- Fui eu.

- O que está acontecendo aqui?
- Dê uma olhada.

Nada mal. Não sei como
procederá com isso, chefe.

Por quê não me disse?

Tinha certeza de que
as deixaria.

As mulheres americanas
só trazem problemas.

Sr. Jones. Temos
que seguir em frente.

- Entre no caminhão.
- Ouça, você é quem...

Ou terei que atirar-lhe
na cabeça.

Tire esse lixo daqui.

Me ouviu?

Lin Wei, diga-lhe para tirar
ou vou passar por cima.

Quem é este... cavalheiro?

Um americano que vende petróleo.
Nossas mulheres estão no seu caminhão.

- Não podem transitar aqui.
- Por quê não?

Tropas japonesas estão
vindo de Shanghai.

- Como sabe disso?
- Importa pra mim saber disso.

E há patrulhas inimigas
atrás de você.

E daí? Não devo
nada aos japoneses.

Sou americano e tenho
passe livre.

Então tire isso para
seguirmos adiante.

E as garotas? Seu
passe também serve?

Pensarei em algo.

Pena que não estava em Nanking
para pensar nas mulheres.

Espere. Com os japoneses tão
próximos, o que devemos fazer?

Vão por esse caminho,
e obedeçam Lin Wei.

- O que é isso?
- Estão avisando que o inimigo está vindo.

Vão rápido.

- Irei atrás com elas.
- Você com o garoto também.

- Conhecia aqueles sujeitos?
- São meu primeiro e segundo irmãos.

- Homens de imaginação complicada.
- Fale claro.

Às vezes sou impulsivo com minhas
idéias, o que me faz ser descortês.

Peço-lhe que me desculpe.

Pra você saber
não gosto disso..

Não importa, Sr. Jones.
Também não gosto de você.

Nossos sentimentos são mútuos.

- Quem é você?
- O terceiro irmão. Lin Wei.

Estudo medicina na universidade
e inglês com a srta. Grant.

Pra uma americana até que
tem qualidade incomuns.

Não se incomode com
o que vou pedir.

- Se insistir em...
- Está vendo? Já se incomodou.

- Do que se trata.
- Do Pato Donald.

- De quem?
- Da criança. Batizamos ela.

Que lindo hein? Donald
precisa tomar leite.

- Acha que tenho isso?
- Não, mas Tang Ying disse que...

- Tang o quê?
- A garota que tirou do caminhão.

Seu pai tem uma fazenda perto.
Também tem uma vaca.

Sabia que na china as vacas
não crescem em árvores.

Está bem. Agora me diga
que pegou sarampo.

Não gostaria de dizer,
mas já que falou

Donald tem pintas em sua...

Por todas as partes.

- Papai.
- Tang Ying.

Mamãe.

Johnny, gostaria de
falar com você.

Venha por aqui.

- Faria algo por mim?
- Claro.

Ajude-me a convencer o sr. Jones
para que nos leve a Chungtu.

Isso é uma coisa bem
difícil srta. Grant.

- Nessa parte me comprometeria.
- Por quê?

Quero chegar até Shanghai para
embarcar e voltar pra casa antes do natal

Já escrevi pra minha mãe.

Bem, não importa.

Vamos atrás do seu leite, Donald.

Dou um jeito de ir pra
casa. Não se preocupe.

- O problema é o sr. Jones.
- Não gostaria, pelo menos de falar com ele?

Alguma vez já discutiu
com uma mula?

Quando se propõe a algo, nada
o faz mudar de idéia.

Já decidiu ir até Shanghai e
será como ele planejou.

Há uma primeira vez pra tudo.

Sim. Talvez possa convencê-lo.

Sim, talvez. Tenho que tentar.

Continuaremos nesse percurso.

E aqui tem um templo antigo.

Levaríamos um dia
para chegar lá.

Nesse ponto o caminho
se divide.

Por aqui, chegaríamos em dois dias
a Shanghai, agora ocupada pelos japoneses.

E por aqui, chegaríamos a
Chungtu em sete dias.

Onde as garotas poderiam
trabalhar sem medo de bombas.

- Entendeu?
- Sim.

Está em apuros que nem eu.

Tenho que estar em
Shanghai em dois dias.

Atravessei a China para
chegar a esse ponto.

E depois, não posso levá-la a
Chungtu, não tenho gasolina.

Nós daremos ela a você,
não é mesmo, Lin Wei?

- Sim, o quanto quiser.
- Desculpe. Vamos para Shangai.

Posso levá-las até o templo.

Mas não as levarei até
Chungtu. Decidam-se.

Sr. Jones, disse que tem
um compromisso em Shanghai.

Não sei a importância dele, mas
elas tem outro em Chungtu.

Esse compromisso é decisivo
para o destino da China.

- Não vejo como envolver o destino da China.
- Espere, deixe-me terminar.

Estas garotas são estudantes.
Só uma parte de milhares deles.

Seu trabalho é especial,
ensinar a milhões de crianças.

Que trabalhando juntos
podem construir uma nova China

Nós somos americanos.

Nossos pais morreram
por uma nova América.

Elas lutam por uma nova China,
se não a ajudarmos...

Eu deixaria de me
considerar americana.

Como se expressa bem.

Desculpe-me, que não seja da minha
conta sr. Jones. Mas não vai desapontá-la.

Algum dia colocarei uma
corda nos seus pescoços.

Coloque um par de asas na
srta. Grant e você terá um anjo.

Alguma vez já conversou
com um anjo.

Trouxe algo para que sorria.

Não é um lindo chinesinho?

- Que costas.
- Tem braços fortes.

Se casará com uma
mulher de sorte.

E terão filhos sadios e fortes.

Serão destemidos.

Será muito útil no campo.

Mas primeiro terá que
ir à escola.

Aprenderá a ler,
escrever e a pensar.

- As pessoas devem estudar.
- Por uma nova China.

Silêncio. Não ensinaram vocês
a respeitarem os mais velhos?

Velhos como você fizeram a
China regredir mil anos.

Continue falando, menina.

Com essa língua felina nenhum
homem te fará uma mãe.

Não fale assim com ela,
é nossa convidada.

Fora!

Se esqueceu como se mata dois
frangos. Então mate os dois.

- Já disse para ir.
- Sim, mamãe.

Assim, comporte-se.

- Consegui domá-la.
- Estou procurando ele. Sabe onde está?

Está se barbeando.

O sr. Jones é bastante
temperamental, não é mesmo?

- Sim, mas isso não significa muito.
- Não?

Não, cachorro que muito,
late, não morde.

Na verdade ele é
uma boa pessoa.

- Talvez.
- Que tal?

- Maravilha.
- É o suficiente para Donald, não?

- Nos EUA fazem ordenha mecânica.
- Sim, alguns.

Mas as vacas não gostam.

- É difícil com a mão?
- Uma questão de mania.

Alguns podem, outros
não. Eu tenho esse dom.

Já ordenhei muitas no
Oregon, onde moro.

E nenhuma se queixou.

Sentiram sua falta.

Não sei, mas eu poderia
chorar de saudades.

Mas Johnny!

É por estar numa
fazenda, suponho.

Me pegou de surpresa.

Quem dera pudesse explicar
a você como minha casa era.

Olhando essa vaca aqui.

O cheiro da erva bem
cedo pela manhã.

O feno recém cortado
nos dias de sol.

A brisa fresca
vindo do lago.

Junte tudo isso com o cheirinho
do pão, do bacon frito.

E do café.

Esse é o meu lugar.

- Isso parece maravilho.
- E é.

Srta. Grant, podemos ir nadar?

- Por favor, Srta. Grant.
- Tudo bem, isso lhes fará bem.

Espere. Estão indo onde o
sr. Jones está se limpando.

Que bom.

O que acha do sr. Jones
nos chamando de escória?

- É pior que um soldado japonês.
- E não tem modos.

Viu quando apontaram
a arma pra ele?

Saiu com o rabo
entre as pernas.

Esse Sr. Jones
é um Koo-Chang-Chung.

Acho que já sabe sobre
o que estão falando de você.

- Não se preocupe.
- Sinto muito.

O que significa o que me
chamaram? Koo-Chang-Chung.

Acho que não vai gostar
se te disser o que significa.

- Tudo bem. Vá em frente.
- Está bem.

Koo-Chang-Chung
é um inseto pequeno.

Menor do que minha unha.

Mas pra um ser tão pequeno,
faz um barulho horrível.

- Estão me comparando com isso?
- Apesar do que estão dizendo.

- Gosto de você.
- Ora, você é muito gentil.

Sei que as aparências estão contra
você e já disse a srta. Grant.

Todos temos algo de bom,
inclusive o sr. Jones.

Não posso te contradizer.

Diga-me, quando vai dar
um beijo na srta. Carolyn?

- Por quê está me perguntando isso?
- Já teve muitas oportunidades.

Não saio por aí beijando
todas as mulheres que vejo.

- Mas é americano, não?
- Sim, e o que isso tem a ver?

Já vi muitos filmes americanos
e em todos eles...

...os homens beijam alguém.

Ou atiram em alguém.
Ou as duas coisas.

Por isso, acho que vai
beijá-la a qualquer momento.

Se eu fosse um homem,
a beijaria.

Aqui está, Donald.

Nos agradaria tê-lo aqui.

Se Tan Ying se for
ficaremos muito sós.

Já que estamos dando a nossa filha,
poderia deixar a criança no seu lugar?

- Bem...
- Deixar Donald ficar aqui?

Mas os japoneses estão
vindo até o norte.

Só uma besta poderia
lhe machucar.

Bem... o que acha Johnny?

Não sei...

Se levá-lo a vaca terá
que ir também.

Ficaríamos muito apertado
no caminhão, não é mesmo?

Vou sentir falta
desta criatura.

- Seria melhor deixá-lo, não?
- Estaria melhor cuidado.

Adeus, Donald. Cuide-se hein?

Cuidaremos bem de Tan Ying.

- Adeus e obrigado por tudo.
- Obrigado, srta. Grant.

Tan Ying, se despeça de sua
mãe e vá para o caminhão.

Tem sido muito amável. Adeus.

Pra onde vamos? Para
Shanghai ou Chungtu?

Para Shanghai. Iremos
todos pra lá.

Suba as latas e vamos.

- Muito bem, vamos.
- Vamos lá. Subam todos.

Adeus, e tome conta dele.

Bem melhor.

- Estou uma bagunça.
- Não diria isso.

Você de batom é como um
policial maquiando o nariz.

- O que quer dizer com isso?
- Não parece ser dos tipos que se maquiam.

Conheci alguém como você
que trabalhava num circo.

Com um chicote fazia os leões
passar através de um arco.

Prefere as que se maquiam, não?

Sim, por quê não me agrada
passar através de um arco.

Lamento que se sinta assim.
Não era a isso que me referi.

- Então deixe do chicote.
- Está bem.

Sinto falta do Pato Donald.

- Venha aqui conosco.
- Obrigado.

Esse garoto me conquistou.
Deve ser o instinto materno.

Acho que vou adotá-lo depois
que tudo isso passar?

Johnny, isso seria maravilhoso!

- Acho que está louco.
- Não estou.

Já estou até me imaginando
na fazenda de mamãe.

Lhe darei meu nome,
John Ellsworth Sparrow Jr.

Apresentaria ele a todos
meus amigos.

Diriam, olhe o que
Johnny trouxe da China.

- Olhariam, com certeza.
- O que quer dizer?

Gostariam de saber onde
estão seus pais.

Eu seria seu pa...

- O que está fazendo?
- Indo pra casa.

- Voltando com meus pais.
- Está louca.

São velhos e precisam
de mim. Esse é meu lugar.

- Isso não é desculpa.
- Eu, você...

Todas juramos dedicar nossa
vida a uma nova China.

Não pode voltar agora.

Não me interessa. Tenho que ir.

Vamos parar o caminhão
e falar com a srta. Grant.

Deixe-a. Quando se ligar
se arrependerá.

Esta não é uma guerra minha e
serei neutro como os EUA

Se quiser recrutas para a China, procure-os
em outro lugar, não no meu caminhão.

Quero mostrar-lhe algo.

Dê uma olhada. Pegarei o volante.

- É Chiang-Kay-Chek.
- Sim.

- E quem é o outro?
- Meu pai. Eram grandes amigos.

Embos eram homens maravilhosos.

Meu pai se parecia
com você, quando jovem.

As mesmas idéias, o mesmo
modo de falar.

Obrigado.

Era arrogante, presunçoso e só
se importava consigo mesmo.

- Disse que era maravilhoso.
- Sim, depois.

- Depois do quê?
- De conhecer a Chiang-Kay-Chek.

Passou o resto de sua vida
trabalhando com ele.

Tento fazer o mesmo em
uma escala menor.

Disse que eu queria
recrutas para a China...

- Acho que é verdade.
- Não tente me recrutar.

Os japoneses sempre
foram um ótimo negócio.

Tenho bons amigos em Tóquio.

Chefe, tem um avião
japonês na retaguarda.

Meninas, desçam do caminhão.
Se espalhem e se abaixem.

Atrás das pedras!

Rápido! Ali!

Se abaixem, meninas.

Talvez seja um de seus
amigos de Tóquio.

- Está voltando.
- Se abaixe.

- Metralhadoras.
- Sim, mas quem foi?

Quem o derrubou? Foi você?

- Sim, foi ele.
- Chegou bem rápido, muito bem.

Isso é normal. Já o vi
fazer isso antes.

Uma das meninas se
foi Tan Ying.

- Desceu do caminhão.
- Se me permitir irei atrás dela.

A srta. Grant disse que não
estará à salvo na fazenda.

- Está em casa. Por quê se preocupa?
- Os japoneses podem ir lá.

- Mas deixou a criança lá.
- Isso é diferente.

Tan Ying, é uma garota.
Uma jovem garota.

- Talvez não vão lá.
- Não quero me arriscar.

Conversei com as que conseguiram
fugir de Nanchow.

E também vi algumas que
não conseguiram escapar.

Temos que ir atrás dela.

- Ela está certa, deveríamos ir.
- Um momento.

Fala como se fôssemos
ir até ali na esquina.

- Se acha que perderei 12 horas...
- Não se incomode.

Se me disser pra me sentir
bem em voltar. tudo bem.

Mas bem ou não bem, não
irei a lugar nenhum.

- Não se aproxime do caminhão.
- Calma, chefe.

Alguém vai machucar você.

Eu disse que alguém
lhe machucaria.

Tudo estava levando a
isso. Por ter uma boca grande.

- Aonde pensa que vai?
- Vou com você.

Tan Ying é minha responsabilidade.

Melhor levar isso
com você.

Deixaremos elas no templo. Ficará um
homem esperando pelo caminhão.

- Está muito distante?
- A uma hora de caminho.

- Sairemos agora.
- A pé?

Vamos.

- O que está fazendo?
- Não quero fazer barulho.

Por favor, você é inglês?
Você é inglês?

- Não, sou americano.
- Então tudo bem.

Japoneses e americanos
bons amigos.

Andando, contra a parede.

- Tem que tirá-la daqui.
- Tan Ying, acalme-se.

Calma querida. Já
passou, está bem.

Venha, Tan Ying.
Ninguém vai machucá-la.

Acalme-se, Tan Ying. Isso mesmo.

Matei a três japoneses.

E me importam tanto quanto um
monte de moscas no esterco.

Na verdade, até gostei.

- Que tal a viagem?
- Venha me ajudar.

O que está acontecendo?

Kwan Su...

Tudo bem. Vamos cuidar dela.

O que houve?

Eram três, Johnny.

Pobre menina. Acha
que ficará bem?

Não sei.

E o Pato Donald?

O Senhor é o meu pastor,
e nada me faltará.

Me guiou pelas
pradarias verdes,

e por águas calmas
e claras.

Restaurou minha alma e me levou
ao caminho da verdade.

e ainda que caminhe
pelo vale das trevas,

não temerei mal algum,

Porquê o Senhor
estará comigo.

Esse livro... que está lendo.

Diz que se morrermos...

...haverá uma outra
vida pra nós.

Isso é verdade?

Sim, são as palavras mais
corretas do mundo.

Sabe duma coisa, Tan Ying. Isso
nosso salvador quis dizer...

...ao afirmar que acreditando
nele, nunca veríamos a morte.

Pode acreditar nisso sem dúvida
alguma ou qualquer pergunta.

Sua vara e seu cajado
me reconfortam.

A bondade e a piedade
estarão, comigo.

E viverei na casa do Senhor
para sempre...

Como ela está?

Morta.

Não queria viver.

Sr. Jones posso
falar com você?

Tenho três metralhadoras no
caminhão e começarei a usá-las.

Vá com calma meu amigo.

Para enfrentar os japoneses
tem que se ter paciência.

Eu não tenho ela.

Entendo sua ansiedade em querer
lutar. Logo poderá lutar.

Há uma divisão deles
próximo daqui.

- Onde?
- Te mostrarei no mapa.

Avançam por este caminho
a 58 quilômetros daqui.

- Quando saíremos daqui?
- Amanhã ao amanhecer.

- Chegarão antes.
- Não, terão que reconstruir a ponte.

- E depois que eu cruzar a ponte.
- Enviarei homens para queimá-la.

Aqui tem uma ladeira.

A um dia de caminho
está o exército chinês.

Me deram ordens para deter
o inimigo nessa ladeira.

- Quem vai fazer isso?
- Nõs temos que fazer isso.

Que bom. 30 contra 13 mil.
Deverá ser bem fácil.

Será se bloquearmos
o caminho.

- Por quê não dinamita?
- Já pensei nisso.

Mas precisamos de explosivos.

Os japoneses devem estar
reparando a ponte, não?

Com certeza eles têm dinamite.

Junte alguns dos seus homens
e pegaremos ela esta noite.

- Irei com você.
- Eu também.

- Johnny sim, mas você não.
- Lin Cho precisará de ajuda.

Sem essa dinamite, não
só as garotas...

...mas o exército chinês
poderá ser aniquilado.

Nâo vê que apenas nós
três podemos dirigir o caminhão.

Se acontecer algo, alguém
terá que trazê-lo.

Não se arrisque demais.

Acharei um lugar
onde me esconder.

- Boa sorte.
- Obrigado.

- Acha que conseguirão?
- Com muita sorte, sim.

- Não tenha medo.
- Não estou com medo.

Minto. Estou com medo sim.

Mas é medo de mulher.

O que vem quando se espera
sem poder fazer nada.

Sei que isso é oprimente.

A dinamite está naquele caminhão.

Coloquem na balsa!

Isso é pelo Pato Donald.

- Está ferido?
- Só foi um arranhão.

Vamos nos desfazer da dinamite.

Desça daí.

Vamos dar a volta.

Não... por favor. É inútil.

Boa sorte... quarto irmão.

- Está bem?
- Sim.

É Lin Wei. Está ferido?

Está morto.

- Suba.
- E os outros?

Morreram também.

Então é isso. Não
vai te incomodar mais.

Sente-se, Johnny.

- O que houve com você?
- Cheguei perto demais de um projétil.

- Já estava ferido nessa mão.
- Sim.

Piorou quando dirigiu o caminhão.

Agora poderia tentar
até com os pés.

Coloque aqui um pouco.

Srta. Grant...

Não sei quanto a
você, mas eu...

...quando tenho algo
na cabeça, falo.

Muito bem, Johnny.

A melhor coisa é dizer
logo de imediato.

Sou assim desde que
fui a um lual.

Ele me ensinou a não ficar
de boca fechada em certas coisas.

Desculpe. Está doendo?

Não... parece até
que gosto disso.

Eu ia muito a esses lual.

Também havia uma garota
chamada Mary Lou.

Morena, um pouco robusta,
mas muito bonita.

Bem, com as
estrelas e a lua...

Um garoto tocando um ukelele.

Mary Lou me agradou bastante.

- Sabe como é, não?
- Nunca fui a um lual.

Mas posso imaginar o ukelele,
a morena e a lua cheia.

- Com certeza, um convite pra um romance.
- Sim, acho que sim.

Quanto mais parecia a lua
e acariciava sua mão...

...ouvindo o ukelele.

Mais pensava em me
casar com ela.

Suponho que saiba como
me senti.

Acho que sim. Se
tivesse sido eu...

...teria corrido à
procura de um padre.

- Está pronto.
- Você faria isso?

Era isso que devia ter feito.
Não deveria ter esperado.

Se a tivesse levado até Winnipeg
e pedido pra se casar comigo.

- Mas já existia alguém mais.
- Sim.

Alguém como o homem
do ukelele.

- Como sabia disso?
- Nós mulheres sabemos dessas coisas.

Mas isso me
ensinou uma lição.

Se for se apaixonar novamente
deve dizer isso duma vez a garota.

Tem toda razão.

Um dia haverá uma doce mulher
que te fará muito feliz.

Por isso é que estou te
dizendo que sou louco por você.

Serei o homem mais feliz do
mundo se quiser se casar comigo.

Johnny...você é tão doce.

- Isso é um sim?
- Sinto muito, mas não.

Temia isso.

Não devo insistir,
não é mesmo?

Bem, se mudar de idéia as
cartas também chegam no Oregon.

Se mudar de idéia, será
o primeiro a saber.

Obrigada por me perguntar.

- Como está sua mão?
- Está boa.

Mas, não sei como farei
pra dar corda no relógio?

Pode vir aqui fora?
Quero falar com você.

Está bem.

Quando um garoto como
Lin Wei...

...só com uma faca na boca
se envolve em algo assim...

...tudo tem que dar certo.

Gostava daquele garoto.

- Como funcionam?
- É bem simples.

Se coloca na encosta
da ladeira.

Se puxa a alavanca.

E então... tudo vai pelos ares.

Os japoneses ficarão entre
os escombros por uma semana

Devo enviá-los como
presentes de natal.

- Quem fará isso?
- Suponho que eu.

Enquanto Lin Cho estiver
na alavanca.

Não poderá ser ninguém
mais além de você.

Quem por exemplo?
Só ficamos em três.

- E Johnny está ferido.
- Tem razão.

- Quando será isso?
- Antes do amanhecer.

Não nos resta muito tempo.

Não podemos medir as
coisas pelo tempo.

Uma vida inteira
pode-se viver tão....

... maravilhosamente em cinco minutos
como se ela tivesse sido em cem anos.

Ou se podem viver cem anos
sem se ter a lembrança de...

...um só momento
de felicidade.

Nunca havia pensado dessa forma.

Posso te dizer algo?

No rio só conseguia
pensar em você.

Quando a coisa ficou
feia, fiz uma promessa.

Como esses homens que juram acender
uma vela ao santo de sua devoção.

As mulheres também fazem isso.

Esta noite, acenderão velas
tão brilhantes quanto as estrelas.

Mas não em capelas,
e sim em seus corações.

Pelos homens que amam
e estão longe.

Essa luz trará os
homens de volta pra casa.

Quer saber o que mais prometi?

Sim...

Jurei que se voltasse vivo...

Voltaria pra você e
diria que te amo.

Está dormindo?

Como é sentir-se um
pouco embriagado?

Maravilhoso.

Então acho que estou
um pouco embriagada.

Que bom.

Sabia que tem seu nariz
parece ter uma parte ofendida?

- Está quebrado.
- Como aconteceu.

- Isso é uma história sórdida.
- Conte-me.

Era bem jovem.

- Por favor, conte-me.
- Envolvia uma outra jovem dama.

- Bonita?
- Era sensacional.

- E tinha uma irmã gêmea.
- Amava ela?

Loucamente, mas as duas.

- Parece se um pouco confuso.
- E foi.

Mas uma bebia uísque
e a outra cerveja.

Uma noite convidei uma
delas pra tomar um copo.

Ali foi quando me enganei.

- Como?
- Pedi cerveja sem pensar.

Me atirou a cerveja na cara.

- Como isso te quebrou o nariz?
- A cerveja estava dentro da garrafa.

Acho que inventou tudo isso.

Me operaram as amídalas.

- Pra onde terá que ir?
- Ali em cima na ravina.

- Posso perceber.
- O detonador, Sr. Jones.

O que fará com
a patrulha nipônica?

Nós cuidaremos dela.
Sorte, quarto irmão.

Johnny, espere 20 minutos
depois da explosão.

Se não voltarmos, vá e leve
as garotas para Chungtu.

- Isso é tudo, chefe?
- Cuide-se, garotão.

- Já chegou a hora.
- Sim.

Tem uma coisa que quero
que saiba antes de ir.

Te amo com todo meu coração
e sempre te amarei.

Deus te abençoe, meu querido.

- Cruze os dedos.
- Farei isso.

- Colocaremos mais em cima.
- OUviu isso?

É o inimigo!

Chegarão antes de
colocarmos o restante.

Sabe como fazer. Coloque
como te ensinei.

- Quanto tempo vai levar?
- 15 minutos.

- Tem relógio?
- Sim.

Descerei pra chamar-lhes
a atenção, mas lembre-se...

...tem que conseguir em
15 minutos sem falta.

Estão chegando!

Bom dia, general.

- Suponho que não fala inglês.
- Todo o exército japonês fala inglês.

Mas não quero conversas.

Só diga-me por quê detém
uma divisão do exército japonês.

Não tenho gasolina.

Deixei meu caminhão
a 3 quilômetros daqui.

- Mostre-me seus documentos.
- Claro.

Por acaso, não teria
um cigarro americano?

Claro que sim.

Estive durante muitos anos em
seu país e me acostumei a eles.

Aqui, fique com o maço todo.

Não iria gostar de
privá-lo desse prazer.

- Vamos, vai me fazer um favor.
- Muitíssimo obrigado.

Nos restam dois
minutos e meio.

Acredite em mim, mesmo
que muitos duvidem.

Os japoneses sempre tiveram
um grande carisma pelo seu país.

Que bom.

Sim, tanto que
decidimos tomá-lo.

Não me diga.

Já fizemos os preparativos
a respeito disso.

- Não estou lhe entendendo.
- Gostaria de explicar a você.

- Está bem.
- Em poucas palavras, é assim...

Seus barcos estão sendo
afundados em Pearl Harbor.

Seus aviões estão sendo
destruídos em terra.

Suas defesas na cidade de
Honolulu estão ardendo.

E seus mortos já
se contam milhares.

Nas chamadas democracias
acontecerá o mesmo destino.

Por se opor ao império
do governo japonês.

Nós e nossos aliados,
pelo bem geral...

...decidimos estabelecer
uma nova ordem mundial.

- Acredita mesmo nisso, não é?
- Em um ano isso será história.

Nunca dará resultado.

Se me der dois minutos
lhe direi porquê.

Vale a pena averiguar isso.

General, em todos os países
que vocês escolheram.

Há milhares de homens como eu.

Homens que não
significam muito.

Mas que continuam mais
ou menos no mesmo padrão.

O padrão da liberdade mesmo
que a conseguimos com sangue.

E nos dá o valor que
vocês nunca sonharam.

Ao final, sujeitos como você
nunca desejariam ter nascido.

Ele foi um grande homem.

Tradução: Adailson (julho 2011)
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