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Simone.

Viu s�, amor?

Todos est�o aqui
por voc�.

Maestro,
no palco em 5 minutos.

Vou procurar o meu ex.

Boa noite.

N�o trouxe nenhuma
das suas amiguinhas?

� isso que mais sinto falta
da Adele, a ironia.

Nossa filha Irene est� prestes
a come�ar a tocar. Vamos?

Nos deem licen�a.

- Que vadia!
- �bvio, � a dona do teatro.

Me solte.

Feliz anivers�rio!
Me desculpe pelo atraso.

Federica, o que faz aqui?
N�o vai ao concerto da sua irm�?

- O concerto n�o � dela.
- Sua irm� � famosa?

- � sim.
- N�o �.

Me empresta seu celular,
preciso mandar uma mensagem.

Sim, claro.

Eu j� volto.

ALBERTO,
IRENE EST� TE TRAINDO

- O maestro Simone Piras.
- Bel�ssimo concerto.

- Parab�ns, Simone.
- Muito obrigado.

- Voc� tocou bem, Davide.
- Obrigado.

- Voc� viu a Irene?
- N�o. Deve estar com o Alberto.

Tentei ligar para ela,
mas o telefone est� desligado.

N�s temos que ir,
Adele nos espera.

N�o se preocupe,
eu cuido disso.

- Vou ligar para o Alberto.
- Obrigado.

- Boa noite.
- At� logo.

Equipe inSanos
apresenta:

Tradu��o e Sincronia:
JuLima

Revis�o Final:
LikaPoetisa

N�O MATAR�S
1� Temporada | Epis�dio 10

E quando vai se mudar?

Daqui a uma semana.

Por enquanto s� passarei
uns dias em Roma.

S� o tempo de conhecer
o chefe e outros colegas.

E tamb�m preciso procurar
uma casa.

Mas por que, Valeria?

Porque minha vida aqui
virou uma bagun�a.

Est� um caos minha rela��o
com o Giorgio, com minha m�e,

com o Andrea.

N�o tenho mais onde ficar.

- Pode ficar aqui quanto quiser.
- Eu sei.

Mas talvez seja o momento
de recome�ar em outro lugar.

- Ent�o est� fugindo?
- Estou.

Sim, estou fugindo.

- Giacomo e sua m�e j� sabem?
- Ainda n�o.

Quando eu voltar de Roma...

Quero ser eu a contar
para eles.

Pode deixar.

A Per�cia e o legista disseram
que receberam ordem de come�ar.

Sim, eu ordenei.

- E a Valeria?
- Ela n�o est� aqui.

E enquanto n�o voltar,
vamos nos virar sozinhos.

Onde aconteceu?

Venha.

Por que, o que houve?

- Para onde ela foi?
- Conversaremos depois, certo?

A v�tima se chama
Irene Ferrara,

� violinista e tocou no concerto
antes de ser morta.

- Quem encontrou o corpo?
- Davide Rizzo.

Um colega da orquestra.
Ele ainda est� aqui.

Ent�o a detetive Ferro
n�o est� aqui.

Estranhei mesmo
nos deixarem entrar.

Ent�o, o que nos diz?

H� duas feridas: uma na altura
da arcada supraciliar

e outra mais profunda
na t�mpora.

Foi essa �ltima
que a matou.

- Aquela � a arma do crime?
- Responderei ap�s a aut�psia.

Esta pode ser a digital
do assassino.

Ou da v�tima.

� IRENE FERRARA POR SEUS
M�RITOS ART�STICOS E MUSICAIS

Ele disse que os pais da v�tima
s�o divorciados,

mas agora ambos devem
estar na casa da m�e.

Adele Rubini.
Ela est� dando uma festa.

Quando voc� encontrou
o corpo?

Assim que o concerto
acabou.

Eu, Irene e Alberto �amos
para a casa da Sra. Rubini.

Eles n�o atenderam o telefone,
ent�o vim procur�-los.

Viu algu�m entrar ou sair
do camarim ou no corredor?

- Este � o Alberto?
- Sim.

� o namorado da Irene.

Consigam o endere�o dele,

se n�o o acharem em casa,
me liguem.

Vou comunicar a fam�lia.

Licen�a, vou roub�-lo um pouco.
Obrigado.

Muito obrigado.
Aproveitem a festa.

Est� vendo aquele senhor
atr�s de n�s?

� o diretor art�stico
do Festival de Brandemburgo,

Arturo Cerutti.

Ele ficou impressionado
com o concerto.

E disse que voc�
� muito talentoso.

O Festival est�
com duas datas livres

e propus que ele as oferecesse
a voc�.

Essa � uma grande oportunidade.

Sei que tem uma carta na manga,
� hora de mostr�-la.

N�o sei o que dizer.
Obrigado.

Eu jamais esperaria isso
de voc�.

S� porque est�
com a Adele?

N�o, fico feliz
que algu�m cuide dela.

E que consiga lhe dar
aquilo que nunca consegui.

Al�m disso, � verdade,
voc� tem um grande talento.

N�o � todo mundo
que comp�e

um concerto de estreia
como esse.

Vamos beber algo.

- O que temos aqui?
- Obrigado.

Sa�de, maestro.

Senhor Piras.

Adele.

Como estou?

Ou�a, Adele...

n�o se assuste.

A pol�cia est� l� embaixo.

Vamos.

- A� est� a Adele.
- Agora n�o.

Adele chegou. Agora pode dizer
o que est� havendo?

Ol�, sou o investigador Russo
da Pol�cia de Turim.

� sobre a filha de voc�s,
Irene.

O que aconteceu?

Sinto muito,
mas ela foi assassinada.

Do que voc� est� falando?

N�s tocamos juntos
h� uma hora.

Ele foi encontrada
no camarim.

O homic�dio aconteceu
logo ap�s o concerto.

Mas ela est� aqui.

- Irene est� bem ali.
- Adele, o que est� dizendo?

- Eu te levo at� ela.
- Adele?

Amor, aonde vai?

- Ela desmaiou.
- Madame.

Me ajude a levant�-la.

Me digam o que aconteceu
logo ap�s o concerto.

Talvez tenham visto algo
que possa ser �til.

N�s ficamos esperando
do lado de fora,

ela n�o saiu e viemos para c�.

Eu sa� do teatro

e vim para c� me arrumar
e receber os convidados.

Nada.

Federica n�o atende.

- � a outra filha de voc�s?
- Sim.

Ela est� no anivers�rio
num bar do centro.

E sobre o Alberto

o que podem me dizer?

Como eram as coisas
com a Irene?

Eles se davam bem,
havia algum conflito?

Eles eram um casal.

�s vezes brigavam,
como todos os casais.

- Mas por que pergunta dele?
- N�o conseguimos ach�-lo.

Voc�s o viram
depois do concerto?

- N�o.
- Eu tamb�m n�o.

Como ela foi morta?

S� a aut�psia vai nos dizer.

Ela tocou t�o bem
esta noite.

Tocou t�o bem.

At� logo, senhora.
Eu os manterei informados.

Adele, eu tamb�m estou indo.

Vou buscar a Federica.

Bom dia.

Que hist�ria � essa
de transfer�ncia?

Pensei em falar com voc�s
quando estivesse certo.

E decide contar assim,
com a mala nas m�os?

S� vou passar uns dias
em Roma,

a transfer�ncia ser�
na pr�xima semana.

Mas por que quer
ir embora?

Digamos que preciso
de uma mudan�a.

Mas conversaremos
quando eu voltar, certo?

Onde est� o Andrea?

Temos um suspeito
do homic�dio de ontem

e Andrea o est� interrogando.

Se bem que ele confessou
quando o pegamos.

Fui eu.

Eu a matei.

- N�o preciso de advogado.
- Mas n�s te indicaremos um.

Ainda assim, quero que conte
como tudo aconteceu.

Por que a matou?

Ela estava me traindo.

- Voc� descobriu ontem?
- Sim.

Depois do concerto,

n�s �amos para a casa dela,

para aquela festa.

Mas quando terminei de tocar,

recebi uma mensagem
de um n�mero desconhecido.

E estava escrito
que Irene me tra�a.

- Posso ler a mensagem?
- N�o.

N�o tenho mais o telefone,
n�o sei onde est�.

- Quando notou que o perdeu?
- N�o sei.

Fui at� o camarim
para pedir uma explica��o,

mas ela continuou negando.

E quanto mais negava,
mais eu percebia que mentia.

Eu queria saber
com quem me tra�a.

Acabei perdendo a cabe�a
e tudo ficou confuso.

Voc� a agrediu?

Sim, agredi.

Suas digitais est�o no cinzeiro
encontrado no camarim.

Foi o primeiro objeto
que encontrei.

Eu o acertei no rosto dela.

Ela caiu

e bateu a cabe�a.

Ela come�ou a sangrar.

Era muito sangue.

Depois tentei cham�-la,
mas ela n�o respondia.

Ent�o entrei em p�nico
e fugi de l�.

Juro que n�o sei o que diabos
passou pela minha cabe�a.

Tem ideia de quem possa
ter enviado a mensagem?

- E quem era o amante da Irene?
- N�o sei.

Voc� estava escutando?

Voc� foi muito bem.

N�o foi t�o dif�cil,
ele fez tudo sozinho.

Creio que n�o possa dizer nada
para te fazer mudar de ideia.

N�o.

S� passei para ver
como estavam as coisas.

Nos vemos daqui a dois dias.

Ent�o, s� para come�ar,

o cinzeiro n�o �
a arma do crime.

Est�o vendo este ferimento?

Ele foi causado
por um objeto sem ponta,

como o cinzeiro.

Mas foi esta ferida
que a matou.

E ela foi causada
por um objeto pontiagudo

e bastante pesado.

O golpe foi dado
com muita viol�ncia.

Ela foi agredida duas vezes
por dois objetos diversos?

Provavelmente ela se levantou
ap�s ser atacada com o cinzeiro.

A Per�cia concluiu que a digital
pr�xima ao espelho � dela.

Ent�o naquele momento,
ele procurou algo mais pesado.

E por que deixou de fora
da confiss�o?

- Com o que acertou a Irene?
- Com o cinzeiro, eu j� disse.

Com o cinzeiro
e com o que mais?

Como assim
com o que mais?

Ela caiu e bateu a cabe�a.

Mas al�m da ferida na testa,

h� outra, mais profunda,
na t�mpora.

Causada por um objeto pesado
e pontiagudo. O que era?

Do que est� falando?

Irene se levantou
ap�s o primeiro golpe,

ainda estava viva e voc� bateu
de novo com outro objeto.

N�o, n�o � verdade.

Ela estava ca�da no ch�o,
sangrando

e eu fui embora,
j� te disse.

Eu a acertei s� uma vez
com o cinzeiro.

E n�o entendo
o que est� havendo aqui.

Tudo aconteceu exatamente
como estou dizendo.

Notou algu�m no corredor
quando saiu do camarim?

N�o.

Eu sa� e fugi pelos fundos.

Se fugiu do camarim
deixando Irene no ch�o,

algu�m pode ter entrado
depois dele e a matado.

Voc�s acreditam nele?

N�o se retratou para n�o pegar
30 anos de cadeia?

Ele n�o se retratou
e confessou o homic�dio.

Mas a hist�ria dele n�o bate
com os elementos que temos.

Pode entrar.

Com licen�a.

Temos a arma do crime.

Havia um enfeite no camarim,
um pr�mio em forma de clave.

O assassino limpou as digitais,
mas o sangue surgiu no luminol.

Por que limpar o pr�mio
e n�o o cinzeiro?

Certo, ent�o n�o foi ele.

E quem estamos procurando?

Irene tinha um amante,
mas ainda n�o sabemos quem era.

E tem quem enviou a mensagem
ao Alberto.

- Temos o n�mero?
- � um n�mero internacional.

J� pedi a quebra do sigilo
para chegar ao dono.

�timo. Ent�o soltem o Bali
e procurarem esse amante.

Voc�s podem me deixar a s�s
com o Andrea?

Acha que consegue
levar a investiga��o adiante?

� o que estou fazendo.

Valeria gostaria
que voc� ficasse no lugar dela.

E me pergunto
se est� preparado.

Voc� sabe melhor que eu
que ela � a melhor.

� imposs�vel ocupar
o lugar dela.

Est� certo, pode ir.

O que est� fazendo aqui?

Eu queria te ver.

Voc� empacotou
as coisas da Irene?

N�o consigo mais olhar
para elas.

- Amanh� sairei da orquestra.
- Fala s�rio.

Por que veio at� aqui,
Federica?

Quero entender
o que aconteceu.

Descobri que ela me tra�a.

Fui pedir explica��es,

ela negou
e eu perdi a cabe�a.

Foi isso que aconteceu.

Mas a pol�cia disse
que n�o foi voc�.

Mas poderia ter sido.
Que diferen�a faz?

A verdade � que nunca me senti
� altura dela.

Por isso perdi a cabe�a
quando soube da trai��o.

Eu te entendo. Sempre me senti
da mesma forma com ela.

Alberto...

Fui eu.

Voc� o qu�?

Eu te mandei
aquela mensagem.

Que diabos est� dizendo?

N�o sei o que deu em mim,
nunca quis machuc�-la.

E qual era sua inten��o?

N�o sei.

Por que fez isso?

N�o sei.

H� quanto tempo sabia?
Como soube que ela me tra�a?

Ouvi uma liga��o
h� um tempo.

Percebi que ela n�o estava
falando com voc�.

Ela falava de uma viagem

e de esconder algo de voc�
e da mam�e.

- Alberto...
- V� embora.

- Alberto.
- Saia daqui.

- Por favor, me perdoe.
- Suma daqui!

N�o achei nada nas mensagens,
talvez ela tenha apagado.

E nos dados telef�nicos
n�o h� nenhum n�mero suspeito.

Irene e o amante misterioso
eram cuidadosos.

Mas h� algo no notebook dela.
Recuperei um e-mail exclu�do.

Uma reserva de passagem de trem
para Bolonha para duas pessoas.

H� reservas de outras viagens,
mas n�o foram exclu�das.

Talvez essa viagem devesse
continuar secreta.

� pedir muito que tenha
o nome do passageiro?

Com certeza.

Qual a data da passagem?

Treze de mar�o.

Alberto,
aqui � o investigador Russo.

Preciso saber
uma �ltima coisa.

Voc� e Irene foram a Bolonha
no dia 13 de mar�o?

Certo. Obrigado.

Nada.

Alberto confessou, certo?

E por que voc�s o soltaram?

Ele ser� acusado
de les�o corporal.

Mas � prov�vel
que n�o tenha matado a Irene.

- Ent�o quem foi?
- Ainda n�o sabemos.

Achamos que Irene
tinha um amante

e estamos procurando
por ele.

Voc�s t�m ideia
de quem possa ser?

Ela n�o era o tipo de garota
que tem amante.

H� um m�s,
ela viajou para Bolonha.

Precisamente,
no dia 13 de mar�o.

Ela reservou
duas passagens de trem,

mas n�o foi com o Alberto.

Ela disse para ele
que ia at� Mil�o.

Sim, de fato ela tinha
uma audi��o importante.

Ela mentiu.

Eu sinto muito.

Voc�s lembram de algo
daqueles dias?

Ela estava se comportando
de maneira diferente

ou aconteceu algo estranho?

Sim.

Ela estava muito nervosa.

Pensei que fosse
por causa da audi��o.

Quando voltou,
disse que tinha ido muito mal

e estava
com um humor p�ssimo.

Sabem se ela conhecia
algum rapaz estrangeiro?

N�o, ningu�m em particular.

Mas com a nossa profiss�o
conhecemos muita gente.

Por qu�?

Algu�m mandou uma mensagem
ao Alberto na noite do concerto

e usou um n�mero estrangeiro.

E escreveu
que Irene o tra�a.

Quem quer que seja,
poderia ser o amante,

ou o assassino.

O que est� fazendo?

Estou procurando
meu caderno.

Eu tinha emprestado
para a Irene.

- A mam�e est� dormindo?
- Sim, est�.

N�o estava se sentindo bem
e tomou alguns son�feros.

Federica, � um caderno
de capa marrom,

deste tamanho
mais ou menos.

Talvez voc� o tenha visto.

N�o vi.
Vou dormir.

Voc� chegou tarde
essa noite.

Sim, me desculpe.
E como est� se sentindo hoje?

Decidi que vamos continuar
com a turn�.

- Como �?
- Devemos isso � Irene.

Davide pode ficar no lugar dela
como primeiro-violino.

Acha que a orquestra quer isso
depois do que houve?

Sim, acho.
Porque far�o por ela.

Mas a quest�o �...

por que voc� n�o quer?

Talvez por ter recebido
uma nova proposta

para o Festival de Brandemburgo.

Ou acha que eu e meu marido
n�o conversamos?

� uma oportunidade �nica,
voc� sabe disso.

O que sei � que fiz muito
por voc�.

Te fiz chegar aonde est�
e voc� nem pensou em me contar.

Eu ia te contar.

Voc� n�o pode achar
que passarei a vida em Turim.

Eu preciso sair daqui.

� o mesmo que voc� queria
para a Irene.

Para mim � uma chance �nica,
voc� me deve isso.

Voc� tamb�m
me deve muito

e tamb�m deve � Irene.

N�s vamos continuar a turn�.

Planejaremos
os ensaios juntos

� partir de amanh�.

Voc� pode trabalhar
na sua m�sica nos intervalos.

DE ANDREA: POR QUE N�O ATENDE?
PRECISO FALAR COM VOC�

DE VALERIA: AGORA N�O POSSO
NOS FALAMOS � NOITE

Andrea, conseguimos o recibo
do hotel de Bolonha.

No dia 13 de mar�o,
Irene se registrou

e alugou um quarto
com um homem.

Acabaram de nos enviar
a c�pia do documento dele.

Voc� e Irene estavam em Bolonha
no dia 13 de mar�o.

E foram escondido
da fam�lia dela e do Alberto.

Por qu�?

Voc�s estavam tendo
um caso?

N�o.

Eu e Irene �ramos amigos.

Ela ia fazer algo importante
e pediu que eu fosse junto.

O que ela foi fazer l�?

Davide, sua posi��o
� muito delicada

n�o sei se voc� percebe.

Responda minhas perguntas.

Ela foi fazer um aborto.

Fomos at� Bolonha
num hospital que ela conhecia.

Aqui em Turim ela corria o risco
de encontrar algu�m.

- O filho era seu?
- Claro que n�o.

Ent�o por que ela quis
que voc� a acompanhasse?

Eu j� disse, �ramos amigos
desde o in�cio do Conservat�rio.

Era do Alberto?

N�o sei de quem era,
ela n�o quis contar.

Ou talvez voc� esteja
inventando tudo.

Voc�s estavam juntos,
ela engravidou,

n�o quis terminar
com o Alberto,

decidiu abortar
e depois terminou com voc�.

E na noite do concerto,
voc� a matou.

Eu n�o a matei.

Voc� at� chamou a pol�cia,
� um cl�ssico.

N�o a matei!
Voc�s s�o loucos de pensar isso.

- Eu a amava.
- Agora amava?

Primeiro diz que eram s� amigos
e agora a ama.

As duas coisas s�o verdadeiras.

Me apaixonei por ela
quando nos conhecemos.

- Mas ela escolheu o Alberto.
- E abriu m�o do seu filho.

N�o era meu filho,
eu j� disse.

Fui com ela a Bolonha
porque precisava de um amigo.

Eu juro.

Obrigado.

A cl�nica confirmou
que na hora do aborto,

Irene n�o deu o nome do pai.

Davide se registrou
como acompanhante.

E o pai foi registrado
como desconhecido.

Ele a acompanhou,

se o filho fosse dele,
por que n�o declarar?

E no hotel eles pediram
um quarto com duas camas.

Talvez seja verdade
que n�o estavam envolvidos.

O que a Valeria faria?

Ela j� teria descoberto
se ele est� mentindo ou n�o.

Vamos solt�-lo.

Por favor, n�o pare.
Pode continuar.

N�o sou talentosa como ela,
n�o � mesmo?

Minha querida...

Irene tinha
um talento raro.

E quem tem talento,
faz com facilidade coisas

que para outras pessoas
s�o muito dif�ceis.

Mas se eu continuar tentando,
se estudar dia e noite,

poderei tocar bem
como ela?

Amor.

Continue se esfor�ando,
estude bastante.

Mas agora guarde o violino dela.

- Oi, papai.
- Oi.

- Est� sozinho? Posso entrar?
- Estou. Claro.

Quero conversar
com voc�.

Claro, amor.
Sente-se.

E ent�o...
Pode falar.

Quero tocar na turn�
no lugar da Irene

e queria que voc�
convencesse a mam�e.

Sei que voc�s pensam
que n�o sou capaz.

Mas tenho certeza
que se me empenhar, eu consigo.

- Este � um passo muito grande.
- Por qu�?

Tenho o mesmo tempo
de Conservat�rio

que Irene tinha
quando estreou na orquestra.

Sim, mas sua irm�

j� tinha adquirido
uma grande t�cnica.

E voc� ainda n�o chegou
nesse est�gio.

Ainda n�o cheguei
nesse est�gio

ou jamais chegarei?

� isso que voc�s dois pensam
que jamais serei como ela.

Claro.

- Obrigada por tentar, pai.
- Espere um pouco.

Federica?

Espere, Federica.

Federica?

- O que houve?
- Est� tudo bem. O que deseja?

Quero que escute o que fiz
para o Cerutti.

O Festival de Brandemburgo,
voc� lembra?

Que porcaria � essa?

Como assim?

Espero que n�o esteja pensando
em apresent�-la no Festival.

� s� um teste, eu...

Sabe o que eu senti?
N�o senti nada.

� desprovida de identidade,
de alma.

Nem parece ter sido escrita
por quem comp�s o concerto.

V� embora,
me deixe sozinho.

Eu errei em vir aqui.

Achei que estivesse l�cido
para julgar objetivamente,

mas voc� s� jogou sua frustra��o
e sua dor em mim.

O erro foi meu, continue bebendo
que � algo que faz bem.

Isso mesmo, v� embora
e trabalhe na sua m�sica,

pois n�o chegar� longe
com essa merda.

V� se foder, Maurizio.

O que voc� quer,
Federica?

Posso pegar as coisas
da minha irm�?

Fique � vontade.

Muito bem,
meia hora de pausa.

�timo trabalho.
Obrigado.

- Oi, Federica.
- Oi.

- O que est� fazendo aqui?
- Vim te fazer uma proposta.

� mesmo?
E qual seria?

Quero tocar na turn�
no lugar da Irene.

Davide toca no lugar dela.

Mas voc� convencer� minha m�e
a me colocar no lugar dele.

Vou fazer uma pausa.

O que � isso?

Voc� sabe o que �.

� a melodia principal
da sua sinfonia.

Aquela que todos aplaudiram.

Mas o caderno
era da minha irm� e n�o seu.

E da�?

Acho que essa melodia
foi escrita por ela

e voc� a roubou.

E tamb�m queria roubar
as outras m�sicas do caderno.

O que aconteceria
se minha m�e descobrisse?

Eu n�o roubei nada.

Sua irm� n�o se interessava
por essa melodia.

Ela me concedeu.

Eu a arranjei, modelei,
fiz dela uma sinfonia.

Acha que qualquer um
seria capaz?

N�o. Mas n�o basta.

Sen�o n�o teria procurado
o caderno com tanta insist�ncia.

O que voc� quer?

J� te disse o que quero.

Quero aquilo que ela tinha.

Uma vez na vida
quero estar no palco

com o p�blico me olhando
e me aplaudindo.

E voc� se acha capaz?

Me d� a chance de tentar.

- Sua m�e jamais aceitar�.
- � seu trabalho convenc�-la.

Do contr�rio todos saber�o
que voc� n�o merece seu sucesso.

- Me desculpe pelo atraso.
- N�o se preocupe.

Leve isto para a mesa 5,
mas espere que tem mais.

Ou�a, voc� falou com a Valeria?
Sabe como ela est�?

J� liguei v�rias vezes,
mas ela n�o atende.

Deve estar ocupada
com o trabalho.

Por que fez essa cara?

N�o fiz cara nenhuma.

Estou vendo
que tem algo errado.

Tio...

Vou contar algo que n�o deveria,
ela me fez prometer.

O que foi?

Ela pediu transfer�ncia,
vai trabalhar em Roma.

- Em Roma? Quando?
- Em uma semana.

- Mas ela n�o me disse nada.
- Queria ter certeza primeiro.

Eu tamb�m soube agora,
ela est� em Roma hoje.

Ela disse que falar�
com voc�s quando voltar.

- Vou ligar para ela agora.
- N�o.

Voc�s conversar�o quando
ela te contar. N�o dificulte.

- Depois pode ser muito tarde.
- Giacomo, j� � muito tarde.

Ela j� decidiu
e voc� sabe como ela �.

- Quem �?
- Sou eu, Davide.

Boa tarde.

Davide.

Posso falar com a senhora?

Queria dizer que n�o estou
envolvido na morte da Irene.

Acho que j� soube
que a pol�cia me intimou.

- Ent�o por que te intimaram?
- Queriam fazer umas perguntas.

Sente-se.

Eu amava a Irene,

mas nunca disse isso
para ela.

Eu jamais a machucaria,
precisa acreditar em mim.

S� vim para dizer isso.

Lamento incomod�-la.

Espere, Davide.

Voc�...

est� ocupado?

Vai fazer algo hoje � noite?

N�o. Por qu�?

Porque me sinto
muito sozinha.

Gostaria que ficasse
para jantar comigo.

Eu cozinho bem.

Em alguns meses
ela tocaria no Jap�o.

Teria sido
a estreia internacional dela.

Eu sei.

Eu e o pai dela est�vamos
t�o orgulhosos.

Seria a realiza��o
do sonho dela.

Esse n�o era o sonho dela.

O que quer dizer?

Irene n�o sonhava em tocar
num grande palco internacional.

Ela n�o sonhava em se tornar
uma grande musicista.

- A m�sica era a vida dela.
- Acabou se tornando.

Mas ela abriria m�o de tudo isso
para ter uma fam�lia algum dia.

Adele, n�o fa�a isso.

Por que ela n�o me disse?

Porque ela te amava.

E sabia o quanto significava
para voc�.

Precisa acreditar em mim.

A senhora era
uma refer�ncia para ela.

Davide.

Voc� � gentil.

O que est� fazendo?

Me desculpe.

- N�o tem problema.
- Eu n�o... Desculpa.

Obrigado pelo jantar.

- Mas agora...
- Me desculpe mesmo.

N�o aconteceu nada.

At� logo.

- Andrea.
- Oi.

- Como foi seu dia?
- Bom, vi alguns apartamentos.

- Alguma novidade por a�?
- N�o, nenhuma.

Tirando o fato que n�o est� aqui
e sentimos sua falta.

Tenho certeza que v�o se virar,
mesmo sem mim.

Ent�o vou reformular melhor.

Eu sinto sua falta.

Este � o momento
em que diz alguma coisa.

Ou�a...

e se eu tamb�m fosse
com voc�?

- Para Roma, quero dizer.
- O que est� dizendo?

Seria assim t�o errado?

Diga que para voc�
que est� tudo bem

e pe�o transfer�ncia
amanh� mesmo.

Estou falando s�rio.

N�s estamos exaustos
e � melhor irmos dormir.

Ao menos prometa
que vai pensar.

Tenho que ir agora.
Tchau.

- Alguma novidade sobre o caso?
- Sim.

Temos o n�mero de quem
enviou a mensagem ao Alberto.

� de Pierre Dubois,
tem 25 anos e � de Paris.

Mattei e Rinaldi
est�o trazendo ele para c�.

Me mantenha informado.

N�o conhe�o
nenhuma Irene Ferrara.

Por�m mandou uma mensagem
para o namorado dela,

Alberto Valli.

Voc� deveria ter boas raz�es
para fazer com que brigassem.

O que quer dizer
com isso?

N�o conhe�o essas pessoas,
te juro.

Mas a mensagem saiu
do seu telefone.

E se n�o foi voc� que enviou,
n�o sei quem pode ter sido.

N�o sei.

Eu estava num bar
para um anivers�rio.

Talvez tenha deixado
o celular na mesa,

algu�m passou e o pegou.
Sei l�.

- Com quem estava na festa?
- Estava com...

Claro, filha da puta!
A Federica.

� uma garota que conhe�o,
ela tamb�m estava na festa.

E pediu meu telefone
para mandar uma mensagem

porque ela estava
sem cr�dito.

- Federica Ferrara?
- N�o sei o sobrenome dela.

Certo.

Adele, o que est� fazendo?

N�o consigo mais olhar
para as coisas dela.

Acalme-se.

N�o quero mais ver nada
que me lembre ela, entendeu?

- Por favor.
- Me solte.

Olhe para mim.

Acalme-se.
Vem c�.

- Onde voc� estava?
- No teatro, trabalhando.

Voc� n�o pode
me deixar sozinha.

Nunca mais.
Nunca mais, eu imploro.

Por favor.

J� contei tudo para voc�s,
eu mandei a mensagem.

O que estamos esperando?

S� estamos verificando algo.

Sabe o que significa CDR,
Federica?

CDR? N�o.

Ent�o eu te explico.

S�o dados que nos permitem
estabelecer a posi��o do celular

numa determinada hora
e num determinado dia.

E o seu te situa perto do teatro
na hora do homic�dio.

Eu estava no anivers�rio
num bar.

Voc� estava l� quando mandou
a mensagem ao Alberto

e depois acabou voltando.

Mas nesse meio tempo,
voc� esteve no teatro.

Fazendo o qu�?

Quis ver o que tinha acontecido
entre Irene e Alberto.

Eu o vi saindo pelos fundos.

Ele parecia transtornado
e eu n�o soube o que fazer.

E depois que o viu sair,
foi procurar sua irm�.

Voc� entrou
no camarim dela?

- N�o.
- Entrou, sim.

Voc� a encontrou sangrando
e deu o golpe de miseric�rdia.

N�o � verdade.

Podemos comparar a digital dela
com a encontrada pela Per�cia.

- Claro.
- Eu n�o a matei.

Entrei no camarim,
mas ela j� estava morta.

Estava ca�da numa po�a de sangue
e n�o respirava. Juro.

Por que n�o chamou
a pol�cia?

Temi que tivesse acontecido
por causa da mensagem.

O celular do Alberto
estava no ch�o.

Eu queria apagar a mensagem,
mas ele n�o parava de tocar

- e o levei embora.
- E onde est� o celular?

Joguei fora.

E como sabia que Irene
tinha um amante?

Eu ouvi uma liga��o.

Aquela viagem para Bolonha
que voc� j� perguntou.

Eu a ouvi falando sobre a viagem
e sobre inventar uma desculpa.

Ela usava um tom �ntimo,
mas notei que n�o era o Alberto.

E com quem estava falando?

N�o sei,
n�o consegui descobrir.

Federica...

- Fale a verdade.
- Eu n�o sei.

Ela nunca se abriu comigo

e nem com ningu�m,
eu acho.

- O que est� acontecendo?
- Nada.

- Por que a trouxeram para c�?
- O que voc� fez?

Federica, foi voc�?
Voc� a matou?

- Sra. Rubini, n�o � nada disso.
- Como pode pensar isso?

- Podemos ir embora?
- Podem.

Pai, espere.

Voc� tem no��o da gravidade
dos seus atos?

Queria que Irene e Alberto
terminassem?

Eu n�o queria nada.

At� que se prove o contr�rio,
ainda somos seus pais.

- E temos o direito de saber.
- Agora s�o meus pais?

H� muito tempo voc� deixou
de ser meu pai.

Preferiu suas vadias
ao inv�s da fam�lia.

- Federica, por favor.
- Eu n�o sei o que queria.

Acho que queria
que ela perdesse algo,

visto que tinha tudo
e eu n�o tinha nada.

- O que est� dizendo?
- Voc�s tamb�m s�o culpados.

Para voc�s s� ela existia,
ela sempre foi a preferida.

Ela era algu�m especial
e eu apenas a Federica.

J� se perguntaram
o que fizeram comigo?

Para n�s, voc�s sempre foram
igualmente importantes.

� isso que tem a dizer?

Me deixem em paz.

Federica.

Federica!

Eu n�o deveria ter
te contado.

Espere um pouco,
por favor.

Posso saber por que est�
fazendo isso?

� culpa minha se ela quer
se mudar para Roma.

Se eu for embora,
ela ficar� aqui.

Parece que voc�
s� se importa com ela.

- Eu desisto.
- Espere, Giacomo.

Fa�o isso por voc�s,

quero que tudo nesta casa
volte a ser como antes.

- Voc�s dois precisam disso.
- N�o, eu preciso da minha m�e.

E se a Valeria n�o entende isso,
por mim, ela pode ir embora.

N�o quero te ouvir
falar assim.

M�e, n�o v� embora.

- Al�?
- Maria Grazia, � voc�?

Quem era?

Foi engano.

Voc� tem raz�o, talvez...

seja melhor que eu fique.

Desde que voltou,

esta � a primeira coisa
que faz s� por mim.

Obrigado.

Pode entrar.

Andrea, entre.

Fique � vontade.

Quero saber como anda
a investiga��o.

N�s ouvimos
a filha de Adele Rubini.

N�o acho que ela matou
a irm�.

Ent�o, muitos suspeitos
e nenhum culpado.

Sim, mas ainda
nem se passaram 48 horas.

Claro. S� quero ter certeza
que estamos fazendo o poss�vel

- para resolver o caso.
- Estamos fazendo o poss�vel.

�timo.

- S� mais uma coisa.
- Pode falar.

- Voc� est� transando com ela?
- Como �?

Voc� entendeu.
Est� transando com ela ou n�o?

Creio que isso n�o � mais
da sua conta.

N�o cruze o meu caminho.

Errei com a Federica
quando ela passou em casa ontem.

Por que ela te procurou?

Queria que eu te convencesse

a deix�-la tocar na orquestra
no lugar da Irene.

Por que n�o pediu
para mim?

Ela sabia
que voc� diria n�o.

Ela n�o � capaz, Maurizio.

Eu sei
e talvez ela tamb�m saiba.

Eu fracassei como esposa

e depois fracassei como m�e.

Se estiv�ssemos juntos,
talvez Irene ainda estaria aqui.

N�o � o momento
para falarmos dessas coisas.

Claro que �.

Por que n�o tentamos
recome�ar,

voltar a ser
o que �ramos no in�cio?

Adele...

- Voc� est� transtornada.
- Maurizio.

Preciso ir agora.
Tente repousar um pouco.

Por que me fez trazer
o violino?

N�s dois precisamos
trabalhar.

Minha m�e aceitou?

Obrigada.

Mas agora voc� dever�
ser perfeita.

Ent�o vamos nos exercitar
e corrigir o que n�o funciona.

Certo, como quiser.

Suba.

E nos registros telef�nicos?

Nada.

Por eles � imposs�vel descobrir
quem era o amante dela.

Mas deve haver uma pista
em algum lugar.

H� um m�s ela foi para Bolonha
fazer o aborto.

E se abortou, talvez o caso
com o amante tenha acabado.

Talvez por isso n�o achamos
nenhuma mensagem.

Mas tamb�m checamos
as liga��es feitas e recebidas

antes da viagem.

Federica, nos ajude
a esclarecer alguns pontos.

A liga��o que voc� ouviu

por que pensou que ela estava
falando com um amante?

J� te disse,
pelo tom de voz.

Ela n�o falava assim
com o Alberto.

Tem certeza que n�o estava
falando com o Davide?

Tenho,
eles pareciam �ntimos.

Eu a ouvi falar com o Davide
muitas vezes.

- Voc� a ouviu dizer Bolonha?
- N�o sei, talvez n�o.

Ela falava de uma viagem
e de inventar uma desculpa.

Foi voc� que perguntou
sobre a viagem a Bolonha.

E voc� sup�s
que fosse a mesma viagem.

Talvez, sim.
Mas por que perguntam?

Precisamos descobrir
se ela estava falando

de outra viagem.

Lembra se antes
dessa viagem,

ela viajou para outro lugar?

N�o lembro, ela sempre viajava
para os concertos, audi��es.

Est� certo.

� importante que diga
com a maior precis�o poss�vel

quando ouviu aquela liga��o.

Como vou lembrar?
J� passou tanto tempo.

Seguramente
foi antes da viagem a Bolonha.

Precisa dizer se foi pouco
ou muito tempo antes.

Sim, eu estava estudando
para uma prova.

- E quando foi essa prova?
- No dia 6 de mar�o.

Seis de mar�o. Ent�o a liga��o
foi feita antes desse dia.

Que caiu numa sexta-feira.

Mas era um dia �til, feriado,
fim de semana?

N�o era fim de semana,

eu tinha voltado
do Conservat�rio.

- Foi de manh� ou � tarde?
- Por volta da hora do almo�o.

Fui falar com um professor
e tinha voltado para casa.

Certo, Federica.
Obrigado por ter vindo.

- Obrigada.
- Pode ir agora.

Considerando as duas semanas
anteriores � prova,

precisaremos verificar
as liga��es

que v�o de 26 de fevereiro
at� 5 de mar�o,

entre �s 12h e �s 15h,
exceto fins de semana.

Vamos achar esse amante.

Sim? Pode deix�-la entrar.

Pediu para me ver,
Sr. Lombardi?

Sim, Sra. Ferro,
obrigado por ter vindo.

Fique � vontade.

Posso fazer algo
por voc�?

J� sabe da decis�o da Valeria
de se mudar para Roma?

Estou tentando convenc�-la
a continuar em Turim.

Pode me dar algum conselho
para n�o deix�-la ir embora?

Acha que existe algu�m capaz
de faz�-la mudar de ideia?

Sim, a m�e dela.

Eu sou a causa da fuga dela.

Eu gostaria muito
que ela conseguisse te perdoar.

Mas � como se...

para ela fosse imposs�vel
encerrar o passado.

Existe algo que n�o sabemos
e dever�amos saber?

Algo que n�o veio � tona
durante o processo?

Farei o poss�vel para tentar
convenc�-la a ficar.

Creio que ap�s 17 anos presa,

voc� deva fazer algo
por mim.

O qu�?

Fazer com que ela entenda
que essa hist�ria acabou.

N�o, Federica.

S�o duas fusas
seguidas por duas m�nimas.

Preste aten��o.

N�o, n�o � isso.

� um andante,
n�o um ad�gio.

Concentre-se.

Voc� n�o me escuta?
Estou repetindo h� uma hora.

Assim fica muito r�pido.
Leia a partitura.

82 bpm, nem um andamento a mais,
nem um a menos.

Quando estiver
no centro da orquestra,

dever� ser precisa
em cada fra��o de segundo.

- Fui claro?
- Sim, me desculpe.

N�o se desculpe,
concentre-se.

Mais uma vez.

Federica...
Federica, espere.

Ou�a, Andrea...

Eu queria me desculpar,
sinto muito.

N�o sei o que deu em mim,
n�o deveria ter feito aquilo.

E eu n�o deveria ter
respondido daquele jeito.

A prop�sito,
a resposta � n�o.

N�o estou transando
com ela.

Acho que Federica
se enganou com as datas,

pois aqui n�o tem nada.

Exclu� os n�meros
que s�o de mulheres,

os do Alberto Valli,
do Davide Rizzo

e as liga��es feitas
para os pais.

Sobraram algumas feitas
para o diretor do Conservat�rio.

- Ele tem mais de 70 anos.
- E duas para o Simone Piras.

O namorado da m�e.

Vamos investig�-lo. Chequem
os registros telef�nicos dele.

Precisamos descobrir
se ele foi a algum lugar

nos dias entre as liga��es
e a viagem para Bolonha.

Simone?

Simone!

Eu fui uma imbecil.

� �bvio que n�o conseguirei,
jamais serei como ela.

N�o faz sentido.

Vai se render
na primeira tentativa?

� s� quest�o de pr�tica.

Se esforce e ver� que ficar�
t�o boa quanto ela

- ou at� melhor.
- Voc� n�o acha isso.

Acho que voc� pode ser
o que quiser.

- Voc� acha mesmo?
- Acho.

Anime-se, vai.

Obrigada.

- Por qu�?
- N�o podemos.

- Por que n�o?
- V� para casa, Federica.

- N�o...
- V� para casa.

Al�?
Sim, sou eu.

Voc� e Irene
tinham um caso?

Depois ela engravidou
e decidiu abortar.

Ou foi voc� quem decidiu
por ela?

Voc� ia para a cama
com a m�e e com a filha.

Eu amava a Irene.

Mas n�o podia terminar
com a Adele.

Quando ela contou do beb�,
avisei que n�o poder�amos t�-lo.

Mas foi a decis�o mais dif�cil
da minha vida.

Mas talvez...

na noite do concerto,
ela disse que n�o ia desistir.

Amea�ou contar a todos
sobre voc�s.

Por isso voc� a matou.

Entrou no camarim
ap�s o concerto,

a encontrou cheia de sangue
e aproveitou.

Irene era a minha musa.

Era tudo aquilo
que sempre desejei.

O que havia entre n�s
era t�o especial

que voc� nem pode
imaginar.

- Especial?
- Sim.

T�o especial que a obrigou
a fazer um aborto?

Eu n�o a obriguei,
s� a convenci...

Ou�a... No dia do concerto
n�s brigamos.

Ela n�o queria mais continuar
como estava.

Queria contar tudo
para a Adele

e eu disse que ter�amos
uma conversa s�ria.

S� que eu n�o a vi mais,

n�o fui ao camarim dela.

Gostaria muito de ter ido,
acredite.

Porque talvez eu tivesse
conseguido salv�-la.

- Onde voc� estava?
- Ensaiando.

Queria agradecer
por ter me dado esta chance.

- N�o vou te desapontar.
- N�o tenho d�vidas.

Voc� est� bem?

M�e!

M�e!

M�e...

Quer me contar
o que houve?

Eu...

- Eu os vi.
- Quem?

Simone e Irene.

N�o.

Federica.

O que eu disse?

O que est� acontecendo?

Essa noite a senhora
pegou uma faca

e cortou os pulsos
no quarto da Federica.

Sim.

Porque eles estavam
se beijando.

Eu queria puni-la.

Mas depois...

n�o tive coragem.

Ela tamb�m.

A senhora sabia que Simone
e Irene tinham um caso?

O que aconteceu
na noite do concerto?

Eu estava indo para casa

para me arrumar
e receber os convidados.

Mas antes quis passar
no camarim da Irene

para dizer o quanto ela tinha
tocado bem.

E eu a vi com as m�os e o rosto
cheios de sangue.

Ela tocava o rosto
e estava agitada.

Eu quis chamar a ambul�ncia
e lev�-la ao hospital.

E ela decidiu
me contar a verdade.

Que tra�a o Alberto
com um homem

e este homem era o Simone.

Eu perdi a cabe�a.

Peguei o primeiro objeto
que achei e a atingi.

Mas coloquei muita for�a.

Ela se agachou no ch�o,
ficou em sil�ncio e im�vel.

Eu n�o queria mat�-la.

A minha menina.

Fique aqui vigiando.

Posso saber
o que est� havendo?

Sr. Ferrara,
precisei indagar sua esposa

sobre o homic�dio da Irene.

Por qu�? Est�o achando
que ela tem rela��o com o crime?

Meu Deus!

- Papai.
- Meu Deus!

- Querida.
- Papai...

N�o � nada, vem c�.
Eu estou aqui com voc�.

Fique calma, n�o foi nada.
N�o aconteceu nada.

- Bem-vinda de volta, Valeria.
- Obrigada.

Podemos conversar
na minha sala?

Sim.

Me d� um segundo,
eu j� volto.

Andei pensando...

Eu errei, voc� me fez perceber
que tinha me enganado.

Do que est� falando?

Mesmo que sua m�e tenha
confessado,

eu deveria ter investigado
a fundo o motivo.

Era preciso ter ido
at� o fim.

Decidi reabrir o caso.

- Voc� est� brincando?
- N�o, h� ind�cios suficientes.

E hoje temos novas t�cnicas.

Ent�o se voc� concordar,
pedirei ao juiz,

entregaremos as provas
para a Per�cia

e se tiver algo para descobrir,
n�s descobriremos.

Est� tentando me fazer
ficar em Turim?

Quer reabrir o caso ou n�o?

- Al�?
- Maria Grazia, � a Tiziana.

- Al�, Maria Grazia?
- N�o, acho que ligou errado.

Por favor, n�o desligue.

Eu sei que � voc�,
te vi no hospital.

- Posso entrar?
- Pode.

Eu e voc� temos
um assunto pendente.

Voc� pensou
na minha proposta?

Pensei.

N�o precisa se transferir
para Roma.

Eu decidi ficar aqui.

Posso saber o que te fez
mudar de ideia?

N�o.

N�O MATAR�S

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