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Este filme � uma medita��o em 13 can��es

sobre a luta entre a liberdade individual
e a vida comunit�ria.

O car�cter americano tem dois lados.

Um � transit�rio, inquieto, solit�rio.

Mas o outro � colectivo e comunit�rio,

em busca da fam�lia, das ra�zes profundas

e de um lar para o cora��o.

Entre estes dois lados, h� uma fric��o,

de sempre e para sempre,

na vida quotidiana americana.

O celeiro.

Temos um celeiro centen�rio
no nosso terreno,

constru�do em finais do s�culo XIX,

e o palheiro � simplesmente
um espa�o de espiritualidade.

Tem um tecto alto e abobado,

que costumava estar cheio
com a palha do Inverno,

do ch�o at� ao cimo.

Desde que pass�mos a ter este espa�o,

organiz�mos l� dentro bailes,
casamentos e festas das colheitas.

�, portanto, um espa�o

cheio da melhor esp�cie
de fantasmas e esp�ritos.

Quando soubemos
que �amos fazer este filme,

soube que, por causa dos instrumentos,
precisar�amos de um local

onde coubesse uma orquestra
de 30 elementos.

O nosso celeiro � uma estrutura cativante.

A sua beleza natural,

a mestria da sua constru��o,

a madeira envelhecida.

�, ele pr�prio,
como que um instrumento refinado.

E soa bem.

Tem alma.

Ent�o, durante uns dias,

vamos tocar l� para alguns amigos
e distrair os cavalos l� em baixo.

Venham da�,

vamos come�ar a contar a nossa hist�ria

com um homem de p�, � beira da estrada.

Que nos divirtamos muito.

Carros.

� o meu 19� �lbum

e continuo a escrever sobre carros.

Ou, pelo menos, a escrever
sobre as pessoas dentro deles.

Porqu�? N�o sei.

Imagino que o carro seja ainda
uma met�fora forte para mim.

Passamos muito tempo das nossas vidas
dentro de carros, aqui na Am�rica,

a tentar ir de um s�tio ao outro,

de um s�tio ao outro.

Imagino que, h� 40 anos,

fossem uma met�fora forte
para a estrada vasta, para a liberdade.

Hoje em dia, nem tanto.

Quando muito, s�o uma met�fora
para o movimento.

Dentro de um carro, podemos sentir

que estamos sempre a avan�ar,

a passar a subida, a dobrar a esquina,

em direc��o ao futuro.

Por vezes, acalma o esp�rito.

Mas seguimos mesmo em frente?

Muitas das vezes, estamos s� em movimento.

Vamos l�!

D�-lhe, Charlie!

Mudan�a.

Como se mudar a si mesmo?

Cumpri as minhas 10 000 horas
e ainda mais algumas

a aprender o meu of�cio de m�sico.

Mas gastei bem mais tempo do que isso,

uns 35 anos, a tentar aprender a abandonar

os aspectos destrutivos do meu car�cter.

N�o partiram gentilmente
pela noite dentro.

Durante muito tempo, se te amasse

e sentisse um apego profundo por ti,

magoar-te-ia, se fosse capaz.

Era um pecado,

e ainda h� dias em que luto contra ele.

Mas melhorei.

Com o amor da minha fam�lia

e dos meus bons amigos, aprendi a amar,

a ter compaix�o por quem me era pr�ximo

e a tentar viver com um pouco de honra.

"Tucson Train" � sobre um fulano

que tenta seguir os seus anjos da guarda

e trabalha ao sol por um novo come�o.

Est� a tentar mudar.

Um, dois...

Um, dois, tr�s, quatro.

"Western Stars" � o cora��o do disco.

Foi o meu ponto de refer�ncia,

quando procurava saber
quem seria a minha personagem,

e para onde ia ela, ou eu.

Tenho uma estrela de filmes Western
em decad�ncia,

que v� o mundo mudar � sua volta,

v�-o passar-lhe ao lado.

Resta-lhe fazer an�ncios de Viagra

e rodeos de fim-de-semana no deserto,

a leste de Los Angeles,

com uns charros mexicanos
que atravessaram a fronteira.

Vive em Hollywood Hills

e frequenta os bares de LA,

onde � o tipo mais velho da sala.

Mas ainda se rege por valores

que n�o lhe permitem
enganar-se a si mesmo.

Sabe exactamente quem �, o que fez,

o bom, o mau e o vil�o em tudo isso.

� a sua pequena reden��o

e est� relativamente em paz
consigo pr�prio.

Est� a perder rapidamente
os velhos amigos,

muitas botas vazias.

Mas acorda de manh� feliz
por continuar a cal�ar as suas.

� s�bado � noite, vamos � festa!

Tens de ter um s�bado � noite.

Costumava ir de moto
� serra de Santa M�nica,

onde havia um clube de fim-de-semana.

Centenas de motos, uma banda ao vivo,

o pessoal a dan�ar a tarde toda,
at� � noite.

Bebia umas tequilas e via-os desfilar.

Um, dois, tr�s, quatro!

D�-lhe, Charlie!

Mais uma volta, Charles. Vamos l�!

Em "Drive Fast" tinha aquela met�fora

do duplo de cinema.

� sempre uma met�fora para o risco

e para toda esta ideia de que temos
todos os nossos estilha�os.

O que nos assusta, o que nos excita,
o que nos inspira

s�o, frequentemente,
coisas muito pr�ximas.

Esses sentimentos s�o a ess�ncia
daquilo que nos leva a arriscar

na vida e no amor.

Todos temos estragos,
de uma forma ou de outra.

F�sicos, emocionais, espirituais.

Desta vida ningu�m sai inc�lume.

Escrevi uma can��o sobre um fulano

que encontra n�o s� a coragem
para fazer o seu trabalho,

mas tamb�m a coragem para arriscar

estar com algu�m que ama.

Estamos sempre a tentar encontrar algu�m

cujos estilha�os encaixem nos nossos

e que da� nas�a algo inteiro.

Era uma boa met�fora
para uma hist�ria assim.

Um, dois...

Um, dois, tr�s, quatro...

� f�cil perderes-te,

ou nunca te encontrares.

Quanto mais velho ficas,

mais pesada fica a bagagem
das coisas por resolver.

Ent�o, pagas o pre�o.

E, quanto mais velho ficas,
mais caro o pre�o.

Mas, no passado, expores-te,

expores o teu cora��o,

s� te trouxe desgostos e derrotas,
ent�o, foges.

Fugi assim muitas vezes.

Perdes o controlo sobre os teus desejos,
apetites, temperamento,

e colhes o que semeias.

Foges at� teres deixado tudo

o que amavas ou te amava para tr�s.

BEM-VINDO
� CALIF�RNIA

Sol-poente.

Um novo dia numa cidade diferente.

Tive uma mi�da em Nova J�rsia
que me partiu o cora��o,

despeda�ou-o, espezinhou-o,

e enviou-mo, � cobran�a,
num saco de papel.

Ent�o, fui-me embora dali

com a primeira boleia para oeste
que arranjei, sem olhar para tr�s.

Ia construir uma nova vida na Calif�rnia,

a 4830 km de dist�ncia do sofrimento.

Mas n�o demorou muito
at� � minha sorte acabar,

e at� acabar o dinheiro.

N�o ia acontecer, portanto...

Esta can��o � uma tentativa

de homenagem a todas as grandes can��es
do Jimmy Webb,

sobre caracteres e locais.

Aqui, encontramos
o meu camarada de m�goas amorosas

muito longe de casa.

A tentar resolver, esquecer,

durante um Ver�o longo e solit�rio,

numa cidade distante.

CIDADE DA M�SICA
EUA

DE
NASHVILLE

Escrevi esta can��o muito depressa
na mesa da cozinha, numa manh�.

� sobre estar perdido na estrada da vida.

Sou bom a escrever sobre estar perdido.

�s vezes levaste demasiada tareia,
ou n�o te curaste o suficiente

do medo em ti

para reconhecer uma coisa boa
quando a tens pela frente.

�s vezes s� te atrai o sofrimento.

� a isso que est�s habituado.

� nele que te reconheces.

Sentes-te em casa.

�-te mais familiar do que o amor.

Ent�o, � para a� que vais.

N�o sabes como te agarrar ao amor,

mas sabes como te agarrar � dor.

Mentiras.

Devoram tudo o que tens
e tudo o que ter�s.

F�.

Esperan�a.

Confian�a.

Tudo coisas dif�ceis de encontrar.

S�o elas que crescem
no teu jardim do amor.

As mentiras v�o tentar fazer pouco
de todas essas coisas.

Mas, sem elas? S� te restam as pedras.

"Miracle" � uma sinfonia pop
do sul da Calif�rnia

sobre deitar fora
a melhor coisa que j� tiveste.

� o ingrediente perfeito
para um single pop espectacular.

O amor � um dos �nicos milagres

de que Deus nos deu
uma prova quotidiana na Terra.

E, apesar de fazermos o poss�vel
para refutar esta ideia,

o amor existe para nos tornar melhores.

Mas tens de trabalhar pelas suas d�divas.

O amor e a vida criativa que este gera

s�o um sinal pequeno e doce
da divindade de Deus dentro de n�s.

O meu homem, nesta cantiga,
j� conhece as regras.

Esfor�a-se por segui-las.

Mas, por vezes, seja por medo,
seja por h�bitos antigos,

as nossas inseguran�as dominam
o que de melhor h� em n�s.

E l� se vai o meu milagre.

Uma can��o de amor.

� a reden��o do teu cora��o.

A tua alma transformada
por reflex�es dif�ceis,

tempos dif�ceis e descobertas dif�ceis.

Sa�mos da escurid�o,
rumo � luz do sol e ao amor.

Passo a citar.

"Apaixonas-te pela solid�o,
acabas igual a ela."

Desejo-te s� amor, para ti e para os teus,

companheirismo, a b�n��o de Deus

e um farol de luz na escurid�o
em todos os teus dias.

C� estamos.

Quando eu e a Patti nos junt�mos,
nada era garantido.

N�o sab�amos
onde o nosso amor nos levaria.

S� t�nhamos o dia seguinte,

e a f� inst�vel
de que nos levaria a qualquer lado.

Tinha de ser �s escondidas, por isso,
ia ter com ela sempre ao mesmo banco

em Chelsea, em frente do Empire Diner,

quando vinha a Nova Iorque.

Eu trazia cerveja num saco de papel
e sent�vamo-nos a conversar.

Foi nesse banco que a pedi em casamento

e foi l� que lev�mos
o nosso primeiro filho, o Evan,

e grav�mos as nossas iniciais na madeira.

Isso foi h� 30 anos.

O casamento continua
a n�o implicar garantias.

Apenas a f� e o amor
que temos um pelo outro

e o dia seguinte.

Sim, vamos continuar.

Essa foi boa, Tommy, mesmo boa.

Mas na de ontem � noite...

Nunca sabes o que vai acontecer
com m�sica nova.

Principalmente se tocada ao vivo.

Adoro colaborar
com pessoas do meu passado,

mas tamb�m adoro o desafio

de encontrar e trabalhar
com novos colaboradores.

Agora, durante o processo de filmagens,

corremos alguns riscos

e deu-se um certo tipo de magia.

Houve a quantidade certa de asneiras.

E, como desej�vamos,

a m�sica come�ou a ganhar uma vida pr�pria

ao ressoar pelas paredes de madeira
do velho celeiro.

Quando a m�sica acaba ao fim do dia,

os mist�rios da vida permanecem
e ganham profundidade,

com as suas respostas por encontrar.

Mas se tiveres o cora��o aberto,

se pensares muito,
se viveres e amares de boa-f�,

as perguntas que fazes a ti mesmo
ser�o mais profundas, melhores.

Ent�o continuas a andar,

em busca dessas perguntas melhores,

a p�r, hesitante, um p� � frente do outro,

na escurid�o.

Porque � a� que est� a manh� seguinte.

Vai com cuidado, peregrino.

Um, dois, tr�s, quatro.

Ripadas por:
guardiao

Legendas: Mariana Vieira