All language subtitles for Love.Off.The.Grid.S01E01.WEBRip.x265-ION265

[pássaros cantam]

[Jen] -Oi. Voltei.
[Charlie] -Oi, como foi
a caminhada?

[Jen] Foi boa.

Eu tô morando
nas montanhas
há algumas semanas,

e eu tô começando
a me sentir como uma
garota da montanha.

[pássaros cantam]

[Charlie] Eu tiro
o chapéu pra Jen,

porque ela tá
se saindo muito bem.

Mas agora a gente tem
que preparar umas coisas,

porque à noite
nós vamos caçar rãs.

[música suave]
[motor de carro]

[Jen] Eu odeio rãs.
Elas são a pior
coisa no planeta.

[Charlie] -Vamos lá.
[Jeremy] -Vamos.

[Charlie] -Vamos começar.
[Jeremy] -Vamos pegar
umas rãs.

Eu vou soltar
essas tiras.

[Jen] Eu já estive em
situações com vocês

em que eu não estava
cem por cento à vontade.

E agora, eu não tô
cem por cento à vontade.

[Charlie] Caçar rãs é
um rito de passagem.

É uma dessas coisas
que você faz

na vida quando é
criança nas montanhas.

[música suave]

Você caça a rã,

tira a pele e depois come
todas que você matou.

[Jeremy] Você está comigo.
É totalmente seguro,
pode confiar.

[Jen] Eu tive uma experiência
traumática com uma rã,
quando eu era pequena.

E Charlie acha que,
se eu vencer esse medo,

eu vou poder vencer
qualquer coisa.

Eu tô com
muito medo agora.

[Charlie] Amorzinho,
a gente vai matar
essas rãs por todo...

o medo que elas fizeram
você sentir na vida.

[Jen] Eu acho que elas vão
me traumatizar ainda mais.

[Charlie] Bom,
estamos prontos.

[Jen] Charlie, qual é
o seu maior medo?

[Charlie] Deus é o
meu maior medo.

[Jen] Eu vou enfrentar
Deus agora.

[Charlie] Então Deus...

-É uma rã?
[Jen] -Uma rã.

[Charlie e Jen riem]

[Charlie] Eu acho
que não, Jen.

[Jen gargalhando]

Pelo que eu entendi,
a Jen tem medo de rãs

porque, quando ela
tinha cinco ou seis anos,

teve uma tempestade,
e ela foi se esconder embaixo
de um pinheiro enorme,

e embaixo desse pinheiro
tinha uma rã.

[Jen] Uma rã gigante,
uns 30 centímetros
de altura.

[Charlie] 30 centímetros?

-Uma rã de 30 centímetros
de altura embaixo...
[Jen ri] -Eu juro.

-Onde eu vou sentar?
[Charlie] -No meio.

[Jen] Eu não gosto disso.

[Charlie] Tudo que você
precisa fazer agora
é se sentar no balde.

[Jen] A rã e eu estávamos
juntas embaixo da árvore.

Eu corri pra salvar
minha vida, aí ela saiu
dali e me perseguiu.

Eu saí correndo na chuva,
e ela veio atrás de mim,

pulando atrás de mim,
na chuva.

Era uma rã gigante.

[Charlie] -Tinha
30 centímetros de altura.
[Jen] -30 centímetros.

Eu tô com medo,
porque eu não posso sair.

Eu vou ficar presa aí.
Você me entende?

[Charlie] Elas não
pulam na canoa.

Por mais que seja engraçado,
o medo dela é bem real.

[Jeremy] Vai ficar tudo bem.
Eu prometo a você, tá bom?

[Jen] Mas olha como eu
vou ficar, não tem
pra onde fugir.

Se eu entrar em pânico,
eu vou cair na água.

[Charlie] Eu não vou deixar
a rã perto de você.

Ela não vai
chegar perto.

Agora, amorzinho,
eu preciso que você
entre na canoa.

[música tensa]
[Jen chora]

[música tensa]

Prontinho.
Bora caçar rãs.

[música tensa]

Bom, eu vou deixar
o Jeremy remar.

[Jen] Você ainda não
me convenceu, Charlie,
dessa caça.

Por que eu preciso estar aqui?

[Charlie] -Porque você me ama.
[Jen] -Não. Nesse momento
eu não amo.

[Charlie ri]

[Charlie] Devagar, eu
acho que tem uma aqui.

[Jen] Fala sério?

[Jeremy] -Ela tá bem ali.
[Charlie] -Ah, deve
tá a uns seis metros.

[música tensa]
[rã coaxa]

[Charlie] Peraí.

[música tensa]

[rã coaxa]
[Jen grita]

[Charlie] -Isso! É
[Jen] -Não. Não.

-Não.
[Jeremy] -Puxa
pro barco.

[música tensa]

[Charlie] Tem que
colocar no balde.

[Jen] Não solta essa coisa.
Não vai soltar.

-Mantenha isso longe.
[Charlie] -Pega
o balde, Jeremy.

[Jeremy] -Tá aí.
[Jen] -O balde tá
do seu lado.

Acha que vou sentar aqui
e espetar uma rã
com uma vara assim?

-Não.
[Charlie] -Peguei outra.

[Jen] Eu sinto que eu tô
num filme de terror. Sério.

Ficar presa numa canoa
cheia de rãs é um pesadelo.
É pânico total.

E acho que vai levar muito
tempo pra superar esse medo,
porque eu fico desesperada.

[Charlie grunhe] Peguei.

[rã coaxa]

Peguei!

[Jen] Não tem nada
divertido nisso.

Acho que agora fiquei ainda
mais traumatizada com rãs.

Mas eu enfrentei,
apesar do meu grande medo.

Acho que isso mostra coragem.
Eu sei que o Charlie
ficou bem orgulhoso.

Entrar naquela canoa foi quase
uma demonstração de amor.
Entende?

Essa foi a coisa mais nojenta
que eu já fiz na minha vida.

Eu não gosto disso.
Elas me dão arrepio.

[notas de tensão]
[ave grasnando]

[narradora] Amor Fora
Da Caixa.

[água corrente]

[Joe] Chegamos bebê.
O que acha?

[Myesha] Eu acho
que tá frio pra [bipe]

[Joe ri]

[Joe] Eu tô perguntando
do nosso riacho.

[Myesha] -É muito lindo!
[Joe] -Não é?

[água corrente]

[Myesha] Entra aí.

[Joe ri]
[música suave]

[Joe] Vem.

A Myesha parece estar
se divertindo muito aqui,

e isso me deixa feliz,
ver que ela encontrou
o seu lugar.

[música suave]

-Orelhas, [bipe] e os dedos.
[Myesha] -Você quer que eu
lave pra você?

[Joe e Myesha riem]

[Joe] A Mia veio
visitar a gente,

pra ver
o que ela achava de tudo,

mas não deu certo,
e ela voltou pra casa.

Temos que vermifugar.
Quem vai ajudar com isso?

[Myesha] -Você vai fazer isso?
[Mia] -Hum, hum.

[Myesha] -Não vai nem tentar?
[Mia] -Eu já disse
que não faço.

[Joe] A Mia mostrou
ter a mente aberta,

mas ela não tem disposição
pra trabalhar aqui.

[música suave]

Estar em um relacionamento
com uma pessoa já é difícil.

Encontrar outra pessoa
interessada nesse
estilo de vida

provavelmente será
duas vezes mais difícil.

[Myesha] -Já acendeu o fogo?
[Joe] -Já, sim.

Isso faz parte do poliamor:
você tenta, não dá certo,
você segue em frente.

Você julga o caráter
das pessoas melhor do que eu.

O que você acha
que nós aprendemos com a Mia?

[Myesha] Não tivemos
mais tempo sozinhos.

[Joe] -E quando a gente
poderia ter esse tempo juntos?
[Myesha] -Como assim?

[Joe] O que você esperava?
Estamos vivendo numa barraca,
uma barraca de um cômodo só.

[Myesha] Mas a gente
tá no riacho agora.

[Joe] -Sei.
[Myesha] -Se ela tivesse aqui,
ela poderia tá na barraca

-e a gente, no riacho.
[Joe] -É.

[Myesha] Eu achei que ela
virou a sua sombra,
não a minha.

Ela ficava seguindo você.

[Joe] Bom, eu acho
que nós tivemos
tempo de lidar com isso.

Eu não vejo como poderíamos
encontrar uma alternativa.

[Myesha] -Pra quê?
[Joe] -Nós três num cômodo só.

[ave grasnando ao fundo]

[Myesha] Então,
a minha pergunta é:

-você acha que tivemos
um tempo sozinhos?
[Joe] -Não, não acho.

[Myesha] Exato.
Teria sido a mesma coisa
dentro de casa e aqui fora.

[Joe suspira] Exatamente.
Eu ainda não entendi,
mas tudo bem.

Bom, nós aprendemos,
seguimos em frente.

[Myesha] O poliamor
não é fácil. É difícil.

E o relacionamento pode ir
de ótimo pra horrível,

só por causa de um erro:
a comunicação.

Se você não conseguir
expressar o que precisa,

não vai dar certo,
e vai estragar tudo
bem rápido.

[Joe] Mas isso mudou o seu
ponto de vista,

ou a sua opinião
sobre o que a gente
vai fazer aqui?

[Myesha] Olha, eu ainda
quero mais pessoas aqui.

Eu só acho que antes de virem
pra cá, definitivamente
elas precisam

entender como
as coisas vão ser.

[Joe] -Concordo.
[Myesha] -Eu sinto
que qualquer mulher

que chegar vai
ter que entender,

que eu sou
a número um aqui.

[Joe] -É.
[Myesha] -E eu
não tô procurando

-uma esposa irmã,
eu só tô querendo ver...
[Joe] -O que rola, isso.

[Myesha] -É isso.
[Joe] -E nós temos
que ensinar.

É mais uma oportunidade
de ensinar e aprender.

Assim como você
aprendeu superbem
a usar as ferramentas,

a pistola de pregos,

elas terão que aprender
a criar os cabritinhos
e as galinhas.

Embora a Mia não
tenha dado certo,

a rainha ainda está
procurando uma terceira.

Acho que agora
a Myesha entendeu
que nem toda pessoa bonita

tem a mentalidade certa
pra trabalhar na fazenda.

É isso, tem bastante
peixe no mar.

Mas se você tirar
todos os peixes
que não gostam de poliamor,

e todos os peixes que não
aguentam a vida na fazenda,

vai sobrar um cardume
bem pequeno.

[Myesha] Mas um monte [bipe]
diz que é poliamor e não é.

[Joe] Por isso
a gente tem que
fazer uma experiência.

Quando você pesca no píer,
é difícil encontrar
o que você quer.

Mas nós temos uma isca boa,
e veremos quem vai morder.

Vamos aprendendo com o tempo.

[música suave]

[música suave]

[música suave]

[Angela] Depois da noite
no bar,

eu acabei ficando
um pouco menos segura

sobre o Josh
e as intenções dele.

[Josh] Saúde!
Valeu, meu amigo!

[música tensa]

-Mais uma dose.
Vou mandar pra dentro.
[garçonete] -Mais um drink?

[Josh] Vou querer
um Long Island.

[garçonete] Long Island?
Beleza.

[Angela] Ai, nossa!
Você sente atração por mim?

[Josh] Ainda me sinto atraído
pela forma que você
cuidou de mim.

E isso é mais atraente
do que a aparência.

[Angela] Eu e o Josh
tivemos uma briga feia
quando chegamos em casa.

[música tensa]

[Josh] Você tem
um travesseiro aí?

[ruído]

[Angela] E ele acabou
dormindo lá fora.

[grilos]

[Josh] Nós chegamos
em casa do bar.

Eu tinha me divertido.
Ela disse que eu tinha
bebido muito,

mas eu só tinha
bebido um pouquinho.

Eu achei que ela
tava cansada,
por causa disso.

Eu nem perguntei nada,
eu só tava querendo dormir.

[grilos]

[Josh boceja]

[notificação de chamada
de vídeo]

[Angela] Eu não sei mais
o que fazer com o Josh.

Então eu liguei
pra minha irmã, de quem
eu sou muito próxima.

Eu esperava que ela
me desse uns conselhos.

[Angela] -Oi.
[mulher 1] -Oi, mana.

[notificação de chamada
de vídeo]

[Austin] E aí, mano?

-O que você anda
aprontando, cara?
[Josh] -E aí, cara?

Eu tenho um amigo
chamado Austin,

ele é um amigão,
na verdade, virou
o meu melhor amigo.

Eu adoro o cara,
porque a gente tem
um jeito de pensar parecido.

Oh, eu tô tentando
fazer dar certo, cara,
só que não tá dando, não.

Tô dormindo ao relento
com as estrelas, as cobras
e os bichos todos.

[Austin] Hã? Por que você tá
dormindo do lado de fora?
Onde ela tá dormindo?

[Josh] Ah, ela tá dormindo
lá no quarto, imagina.

[Austin] E o que você fez
que irritou ela?

[Josh] Eu tentei dizer
o que pensava, aí
ela ficou com raiva,

achou que eu tava zombando
do estilo de vida dela.

Mas eu só tava
tentando falar a real, cara.

Eu disse o que eu penso,
mas ela não entendeu,
porque ela tá numa outra vibe,

entendeu? Aí, ela
ficou magoada.

[música tensa]

[Angela] Com o Josh aqui,
tudo tá...

[música tensa]

legal, por um lado, uma hora
tá bom, outra hora não tá.

Uma hora ele tá a fim,
tá todo sensual,

e na hora seguinte
ele tá retraído,
frio e distante.

[mulher 1] Mas você sentou
com ele e conversou sobre
esses problemas todos?

Tipo, por que ele tá
fazendo joguinhos,
ou por que ele se fecha?

Ou o que incomoda você,
a ponto de você
também se fechar?

Porque isso...

[Angela] Nós já tivemos
algumas conversas,

mas ele sempre
foge do assunto.

[música tensa]

[Austin] Vocês estavam
dormindo juntos, ou...

[Josh] Eu caí no sono
com ela, e ela não gostou.

Eu acho que ela
ficou magoada.
Eu não sei, cara.

Eu não sei mesmo. Entendeu?
Poxa, ela é um docinho.

Ela é uma ótima pessoa.

[música suave]

Quando eu conheci a Angela,
ela tava toda arrumada,
ela era muito bonita.

Só que ela envelheceu.
Isso foi há cinco anos,
eu era mais jovem.

Eu não sei mais
o que eu sinto
pela Angela.

Fazia muito tempo
que a gente não se via,
e ela mudou muito.

Eu vi o estilo
de vida dela.
E é broxante.

[Angela] Com certeza tem uma
tensão sexual e coisa e tal.

Isso existe, só que,
por algum motivo,
eu me sinto bloqueada.

-Você entende?
[mulher 1] -É.

Quando eu começo
a ser eu mesma, a ser
direta com ele, ele...

ele se afasta.
E isso me irrita muito!

[Austin] É, eu queria poder
te ajudar mais.

Eu queria te dar conselhos,
mas eu não sou assim.

Eu não vivo do jeito
que você vive.

[Austin e Josh riem]

[Josh] Pô, cara, pode crer!
Mano, você parece tranquilão,

poxa, desse jeito fico
até com inveja, poxa,
maior inveja de você.

Obrigado aí, por atender
a minha ligação.

-tarde da noite.
[Austin] -Imagina, cara.

[mulher 1] Você precisa
refletir bem

e ver se você realmente
quer levar adiante
esse relacionamento.

[Angela] -É. Você tem razão.
[mulher 1] -Se você
quiser algo,

fala pra ele de forma direta:

"Olha, a coisa é assim.
É isso que eu quero.
Ou você embarca, ou cai fora."

[Angela] É.

Eu já tô ficando cansada
eu não aguento mais
essa montanha-russa,

de ficar adivinhando tudo,
interpretando sinais.

O Josh tem que decidir
o que quer de mim
de uma vez por todas.

[mulher 1] Todo
relacionamento depende
dos dois.

[Angela] -É.
[mulher 1] -Os dois
precisam se esforçar.

[Angela] E tem isso
também: eu nem sei

se nós temos um
relacionamento,

-porque...
[mulher 1] -É.

[Angela] ...ele é um cara
da cidade,

não tá acostumado
com essa vida dura.

2

[música animada]

[furadeira]

[Lyndsay] -Oi, amor.
[Spence] -Acha que tá numa
altura boa pra fazer cocô?

[Lyndsay] -Acho que sim.
[Spence ri] -Perfeito.

[Lyndsay comemora] Fazendo
melhorias na nossa cabana!

[Spence] Só pra você,
meu amor. Só pra você.

A gente tá aqui
no nosso rancho,
o outono tá chegando,

o verão tá chegando ao fim,
o que é muito bom,

porque os mosquitos chatos
somem e vão voltar
pro inferno,

que é o lugar deles.

Ah, mas com isso
vem outros desafios,

e o lance do banheiro
vai mudar tudo completamente.

Eu não fiz uma planta
nem nada.

É só olhar, imaginar
e ver se dá pra fazer
do jeito mais barato possível.

[música tensa]

[Lyndsay] O Spence vive
segundo um lema que
ele mesmo criou:

"Não é tão bom,
mas é suficiente."

E é engraçado,
é até tocante ouvir isso.

Mas também às vezes
você fica pensando:

"Não, às vezes a coisa tem que
ser boa e não só suficiente."

Vai começar a chover
e a nevar muito aqui,

então, sabe, ter um banheiro
externo vai deixar a vida
bem mais civilizada.

[Spence] Isso aqui que você tá
vendo vai ser a entrada.

-Aqui, vai ser onde
você senta.
[Lyndsay] -Ah, tá bom.

[Spence] Vai ficar mais alto
e nivelado,

-e vai ser a privada.
[Lyndsay] -Legal.

[Spence] E eu fiz grande
o suficiente pra ter
dois assentos, e...

[Lyndsay] -Como é que é?
[Spence] -E a porta
vai ficar bem aqui.

[Lyndsay] Dois assentos?

Ah, na verdade, eu prefiro
ter privacidade

quando eu tô
no banheiro.
Sabe?

Eu acho fofo você querer
fazer cocô comigo.

[Spence] Eu não vou fazer
cocô. A gente não vai fazer
cocô junto todas as vezes.

[Spence e Lyndsay riem]

Uma coisa que eu
sempre brinquei,
vivendo longe da civilização,

é que eu queria
uma parceira de cocô.

Porque tentar ter
um relacionamento ou
construir um relacionamento

com qualquer pessoa aqui,
no meio do mato,
longe da civilização,

é muito, muito difícil,
porque as pessoas acham
que você é louco.

Quantas vezes eu tava
tomando banho,

abri a cortina, e
você tava lá usando
o banheiro?

O nosso relacionamento
já passou desse ponto.

A gente já se conhece
muito bem.

[Lyndsay] Eu não acho que
a gente tem que fazer
cocô junto

-numa casinha.
[Spence] -Isso é o que
a gente vai ver.

[Lyndsay] Eu não sei por que
ele quer fazer cocô
ao mesmo tempo.

Eu não quero fazer cocô
segurando a mão
do meu namorado.

Isso é nojento.

[Spence] -É.
[Lyndsay] -Não caia
na privada!

[Spence] É por isso eu tô
aqui. Eu posso cair, eu
não quero que você caia.

Isso. Encaixa, vai descendo,
tem que encaixar aqui. Aí.

Abaixe um pouco mais
o seu lado.

A gente teria que pular
pra fazer cocô tão alto.

[Lyndsay] Ah, é.
Não, eu prefiro mais baixo.

[Spence] -É acho que ficou...
[Lyndsay] -Do meu lado
acho que tá bom.

[Spence] -Legal, beleza.
Deixa eu fingir aqui.
[Lyndsay] -Hum.

[Spence] É, eu acho
que é um tamanho bom!

Eu gostei.

-Eu acho que pra sua altura
vai ser melhor até, viu?
[Lyndsay] -Certo.

[furadeira]
[música suave]

[Spence grunhe] -Pronto!
É, e agora...
[Lyndsay] -Legal.

[Spence] Agora é só
levantar as paredes.

Ah, o trabalho nunca acaba.
Não tem fim.

[Lyndsay] Bacana,
é, eu tô adorando.
Vai ser uma melhora enorme.

Eu gostei que a nossa casinha
finalmente tá saindo.

E eu adoro tá aqui com você,
mas eu devo dizer que gosto
daqui com um clima ameno.

-Entre, sabe...
[Spence] -É.

[Lyndsay] ...o calor
de 40 graus, com milhões
de mosquitos no verão...

[Spence] -Aham.
[Lyndsay] -...e o frio
de congelar, a lama, os carros

que não conseguem
entrar e sair daqui
com segurança, é.

[Lyndsay suspira]

Essa é uma preocupação
que eu tenho desde a
primeira vez que nós ficamos.

Quando eu me mudei pra cá,
era começo de fevereiro,
e eu me senti muito isolada.

Os extremos do clima aqui
e também tá aqui em cima
foram coisas bem reais.

Tava um frio de matar
na cabana, eu tremia à noite!

E eu senti que ele
não se preocupou muito

com as minhas necessidades,
sabe? As minhas
necessidades de conforto,

de segurança
e de me sentir mais protegida.

Eu me sinto meio que,

estressada, ou preocupada,
ou até mesmo com medo
de viver aqui.

Mas acho que tem mais a ver
com o fato de eu não ter
essa vivência do tipo,

"Vamos construir uma
cabaninha no meio do mato,
longe da civilização."

E isso me apavora
e você tem que me entender.

Porque, se você não
estivesse aqui, e algo
assustador acontecesse,

sabe, amor, tem muitos
riscos, e eu fico pensando

se você está aqui
e acontece uma emergência,
você provavelmente vai

-saber como lidar com isso.
[Spence] -Tem que saber
se virar.

Você tem que saber lidar
com isso.

Você precisa ser bem rápido,
você não pode hesitar.

Porque, se você hesitar,
é aí que o bicho pega.
Entende?

Mas, pra mim,
isso que é viver.

[música suave]

Eu não tenho certeza
se a Lyndsay tem
a mesma disposição que eu.

Porque os invernos
vão ser um grande desafio,

então a gente vai precisar
enfrentar eles.

[furadeira]
[música suave]

Pronto.
Muito bem!

[Lyndsay comemora]

Esse banheiro com certeza
vai sobreviver ao inverno.

[Lyndsay] OÓtimo!

Uma coisa é certa:
o nosso cocô com certeza
vai sobreviver ao inverno.

[Spence] A menos que o Dobby
consiga entrar aqui
de algum jeito.

[Lyndsay e Spence riem]

[música suave]

[Myesha escova os dentes]

[Myesha] O que você
tá fazendo?

-Não vamos colocar
um prego ali?
[Joe] -Não.

[Myesha] -Por quê?
[Joe] -Eu tô sem prego.

[Myesha] Estamos construindo
uma casa e você não tem prego?

[Joe] Não dentro
de cem metros.

[Myesha] Eu tô na fazenda
há alguns meses,

e a nossa casa
tá quase pronta.

As paredes
já foram levantadas.

Então, a minha vida já tá
quase mais organizada.

Mas nós ainda
não nos casamos, né?
[estala a língua]

Eu perguntei pro Joe sobre
o casamento, faz uma semana,

e desde então ele
não falou mais nada.

[Myesha cospe]

Ele não disse nada.
Ele só falou: "Eu faço
o que você quiser."

Eu só "estarei lá".

[ruído]

E o casamento?

[Joe] -Sim, meu amor?
[Myesha] -Quem você
vai convidar?

Vai ter um limite
pro número de convidados?

Porque a minha família
é grande,

são de 50 a 75 pessoas
só do meu lado.

[Joe suspira]

[música suave]

[Joe] Lembra do nosso trato?
Não pode custar muito,

porque nós temos que gastar
com a casa.

[Myesha] Não, não
pode se for dinheiro
do seu bolso.

Você não disse que eu
não podia gastar.

[Joe] Tá bom. Então
você fica encarregada
do orçamento.

A Myesha sempre quis um
casamento grande, mas ela
sabe que precisamos

terminar a fazenda,
então tem que ser
alguma coisa simples.

É um dinheiro
que podia ir
pra casa.

Então acho melhor fazer
alguma coisa simples.

[Myesha] -Por quê?
[Joe] -Porque se a gente
convida um,

tem que convidar cem, né?

[Myesha] Eu sei.
Mas e daí? O quê?
Isso é um problema?

[Joe] Você tem
que servir comida, e é
muita boca pra alimentar.

[Myesha] Mas eu quero
muita gente.

[Joe] E como seria o seu
casamento ideal?

[Myesha] Ah, nossa,
tenho várias ideias.
A gente podia se casar

numa praia, ao pôr do sol,

ou pode ser mais simples,
numa igreja.

A gente acende velas.
O tapete vermelho.

Uma criancinha
correndo e dizendo:
"A noiva tá chegando!"

Esses detalhes,
madrinha, padrinho.

Mas e se eu quiser
uma coisa mais pomposa?

Tipo uma catedral
de três naves. Bem chique.

[Joe] -É.
[Myesha] -Mas, pode ser...

[Joe e Myesha riem]

[Myesha ri] Pode ser
mais simples.

[Joe] -É.
[Myesha] -Por que
que você tá rindo?

[Joe] -Não, eu só tô
imaginando tudo isso.
[Myesha] -É sério.

É o casamento
que eu pensei na infância.

Eu queria uma catedral
de três naves, sabe?
Com muitas flores?

[Joe] -Aham.
[Myesha] -Eu queria
que jogassem rosas inteiras,

não pétalas.

[Joe] Em toda minha vida,
nunca acreditei em casamentos
autorizados pelo Estado.

No meu casamento ideal
seríamos só nós dois,

no meio do campo,
expressando o nosso amor.

Mas eu amo essa mulher,
eu quero dar o que ela quiser.

E eu vou dar a ela
um casamento grande,
só que não agora.

Quando a fazenda
estiver terminada,
vamos fazer algo grande,

e fazer direito.

Nós podíamos fazer uma pequena
cerimônia, só nós dois.

-Algo pequeno, na natureza.
[Myesha] -Tipo
na natureza aqui?

[Joe] O que der.
Contanto que você concorde.

[Myesha] Você se casaria
nesse lugar aqui?

[música cômica]

[Joe] Sim, claro.
Nas minhas próprias
terras, claro.

[Myesha] Não é disso que
eu tô falando, tipo
olha em volta.

Você quer se casar aqui?

Como você deixaria esse
lugar aqui arrumado?

[Joe] Isso é fácil.

[Myesha] Ah, eu não
gosto disso.

[ruídos da natureza]

[Joe] Se a gente conseguir
terminar a casa,

daqui a um ano, a gente pode
dar uma festa grande aqui,
uma recepção grande.

[Myesha] -No nosso
aniversário?
[Joe] -É.

[Myesha] -Tá bom.
[Joe] -Aí você pode convidar
quantas pessoas você quiser.

[Myesha] -250. Eu posso
convidar 250?
[Joe] -Tá bom.

[Myesha] Então eu
aceito a cerimônia
simples agora,

-se eu puder fazer
a minha festa grande depois.
[Joe] -Fechado.

[Myesha] -Não fala isso
se não vai cumprir.
[Joe] -Fechado.

Não, não. Eu aceito.
Vamos precisar
de banheiros portáteis.

[Myesha] -Banheiros químicos?
[Joe] -É.

[Myesha] -Como você falou?
[Joe] -Portáteis.

[Myesha] Nós vamos
ter banheiros,
eles não podem usar?

[Joe] Mas se todos
derem descarga,
são quase mil litros.

A nossa caixa tem
1.500 litros.

-Ah, se eles derem mais
de uma descarga...
[Myesha] -Não tem problema

Vai valer cada descarga.

A essa altura,
eu entendo que a casa
e a fazenda são prioridades.

Então eu tô disposta a ceder
e fazer algo menor agora,

pra ter a minha
grande festa depois.

Eu vou convidar mesmo
mais de 200 pessoas
pra essa festa, tá?

[Joe] -Tudo bem. É.
[Myesha] -Então, eu concordo.

[Joe ri] Essa é
a minha garota.

[música suave]

Muito bem!

Bom, vamos nessa.

2

[música suave]

[música suave]

[batidas metálicas]

[Charlie] -E aí, amor?
[Jen] -Oi?

[Charlie] O Jeremy
foi lá buscar a Susan.

[Jen] Legal!

[Charlie] Então acho melhor
a gente começar
a fazer comida.

[Jen] Tudo bem.
Eu tô louca pra vê-la.

A Susan é a minha
melhor amiga.

Eu sei que ela me ama
e vem aqui pra me apoiar
e ver como as coisas estão.

E eu quero que ela veja
que elas estão começando
a melhorar.

Nem acredito que ela vem!

[Charlie] -Quero muito
conhecê-la.
[Jen] -Sim, eu sei.

[música suave]

Eu tô ansiosa.

Quero que ela veja,

quero que ela veja
como é a vida aqui,

e que a vida nas montanhas
é um estilo de vida legal.

[música suave]

Eu nem acredito
que ela vai subir aqui.
Vai ser muito engraçado.

Amadureci em um mês, e eu
acho que eu me saí muito bem.

Eu tô muito feliz nas
montanhas com o Charlie.

[motor de carro]

[Jen] -Oi!
[Susan] -Oi!

[Jen e Susan riem]

[Jen] Que bom!

-Oi.
[Susan] -E aí?

[Jen ri] Ei.

-Eu não acredito!
Oi, linda!
[Susan] -Oi!

[Charlie] Nós levamos a Jen
pra caçar rãs ontem à noite.

A Susan veio lá da Flórida
pra participar do banquete.

[Jen e Susan] Que bom te ver!

[Jen] -Nossa, não tô
acreditando.
[Susan] -Eu vim mesmo!

[Jen] Sim, sim.
Esse é o Charlie

[Charlie] -Oi.
[Susan] -Oi.

[Susan] -Prazer.
[Jen] -Vocês ouviram
falar muito um do outro.

[Charlie] Ah, que
bom te ver. Que bom.

-Bem-vinda à montanha!
[Susan] -Obrigada

[todos riem]

[Susan] -Eu tô um pouco
nervosa.
[Jen] -Sério?

[Susan] Ele me falou
dos ursos, então eu fiquei
com medo.

[Jen] -Sei.
[Susan] -Sabe?

Aí eu fiquei pensando que nós
seríamos atacados no caminho.

[Jen] Olha, eu
pensava a mesma coisa.

[Susan e Jen riem]

Eu já tô um pouco
mais acostumada, mas...
Ai, como você tá linda!

[Susan] Obrigada!
Você também,

-garota da montanha!
[Jen] -Gostou da minha
camisa de flanela?

[Susan] Olha só você!

[Jen] Quando eu saí
da Flórida, ela ficou
preocupada

com o fato de eu
vir morar numa cabana
nas montanhas.

Então, eu quero
que ela veja pessoalmente,
pra talvez me entender melhor.

[música tensa]

[Susan] Espera.
Você vai morar
numa cabana de caça?

[Jen] -Eu vou...
[Susan] -Quando eu fiquei
sabendo dessa história,

eu não acreditei
que fosse verdade,

e que ela fosse partir
dentro de poucos dias.

Eu tô em pânico, porque
eu fiquei preocupada com ela!

[Jen] Eu adorei
ela ter vindo aqui,

porque ela é uma grande amiga
e parte da minha vida.

Vai ser muito importante
pra mim.

-Essa é a casa.
[Susan] -Certo.

[Jen] Isso aqui é bem recente.

[Susan] -A varanda?
[Jen] -A varanda, é.

E aqui a gente cozinha,

-bem aqui.
[Susan] -Vocês cozinham nisso?

[Jen] -Com essa... coisa.
[Susan] -Certo.

Eu vim à montanha dar apoio
à minha amiga Jen.

Então todo dia, toda refeição,
vocês usam isso?

[Jen] Isso. Isso.

[Susan] Nós somos
muito amigas, e ela
pediu que eu viesse aqui.

Eu tava preocupada com ela.

Mas a Jen sempre venceu
muitas adversidades.

De verdade,
ela é muito [bipe].

[Jen] Bom,
esta é a casa inteira.

[Susan] Só isso?

[Jen] -Isso.
[Susan] -Certo.

[Jen] -Entra. Você quer ver?
[Susan] -Não tem nem
uma cama de casal!

E tem um cheiro ruim
aqui, é sério.

[Jen funga]

-Eu sinto o cheiro.
[Jen] -Sério?

[Susan] -É, eu sinto, sim.
[Jen] -Ah. Vamos tirar
isso daqui.

[Susan e Jen riem]

O que deu em mim?
Eu nem notei isso.

[Susan] Tá fedendo.

Eu não imagino
a Jen morando aqui.

Ela está sempre limpa,
arrumada, brilhando,
então eu não entendo

ter um spa com uma
pele de coiote pendurada.

[Jen] Eu tenho
um difusor de aromas.

[Susan] Tudo bem.
Então aumente esse negócio,

-porque não tá funcionando.
[Jen ri] -Eu nem sei por que
tá ligado agora.

Acho que ver a Susan,
e tê-la aqui comigo

me fez ver que eu
mudei bastante,

e eu tô me acostumando
à montanha.

E eu tô tentando
fazer com que ela também
goste da montanha.

O que vocês vão fazer?

[Charlie] A gente tem
que preparar as rãs.

A gente vai tirar
a pele delas, e eu
preciso que ajudem.

[Susan] -Rãs?
[Charlie] -Certo?

[Susan] -Rãs?
[Jen] -Já comeu rãs?

[Susan] Na França.

[Jen] -Ah!
[Susan] -Paris.

[Jeremy] Aqui não é Paris.

[Charlie] Vocês só têm
que preparar algumas.

[Jen] Eu não sei se sou capaz.

[Charlie] Vocês só têm
que imaginar que estão
tirando a calça delas.

-É só isso.
[Jeremy] -É, isso mesmo.

[Susan] -Ai, meu Deus!
[Jeremy] -É bem simples.

[Charlie] Tem que tirar
a roupinha delas.

É como trocar um bebê.

[Jen] É nojento.

[Charlie] Ter a amiga da Jen
aqui é como ter
o diabinho no ombro.

A Jen vai lembrar
da pessoa que ela era
antes de vir pra cá.

Mas eu vou ver o quanto a Jen
mudou morando aqui
nas montanhas.

Vamos lá.

[Jen] Melhor eu tirar
isso daqui.

[Susan] Jen, sério?

Não faz isso.
Por favor, não faz isso.

Não combina com você.
Não faz isso. Eu te imploro.

Você não vai gostar disso.

[Charlie] Vamos.
Você vai gostar muito
quando comer.

[Susan] -Não.
[Jen] -Eu não quero
nada respingando em mim.

[Susan] -Não mesmo!
[Charlie] -Tá.

[Susan] -Eu não quero
comer isso!
[Charlie] -Olha.

[música animada]

[Charlie] Eu faço
um pequeno corte
nas costas dela.

E olha, olha.
Viu como eu abri a pele aqui?

[música animada]

-Aí você pega o alicate...
[Susan] -Alicate não.
Alicate não.

[Susan grunhe]

[Charlie] -E você tira
a calça dela.
[Susan] -Não! Ai, meu Deus!

[música animada]

[Charlie] Bem.
Eu vou segurar essa aqui.

Agora eu vou apertar bem
pra você cortar.

[Jen] Você segura,
que eu corto.

Eu faço o corte.

-Corto se você segurar.
[Charlie] -Leva a sério,
porque tem trabalho.

[Jen] Eu preciso que você
segure a rã.

[Charlie] Eu preciso
que você corte.

É só usar
como você usa uma faca
na cozinha, amorzinho.

[Jen] -Ela fede também.
[Charlie] -Não fede nada.

-Meu amor,
você precisa, você...
[Jen] -Eu tô cortando!

[Charlie] Viu? Você não fez
o corte reto. Você não
tá cortando direito.

[Jen] Mas essa faca
não tá afiada.

[Charlie] Ah, ela tá
bem afiada. Vai.

[Jen grita]

[Charlie] -Agora
segura nas perninhas, vai.
[Jen] -Não.

[Susan] -Ah, meu Deus!
[Jen] -Susan,
segure as pernas!

[Charlie] -Vem cá, Susan.
Segura aqui.
[Susan] -Não.

[Jen] -E aí?
[Charlie] -Isso. Continua.

[Jen] -Que nojo.
[Susan] -Repugnante.

[Jen] Isso é um nojo.
Totalmente nojento. Pronto.

[Susan] -Ai, meu Deus!
[Charlie] -Isso. Agora aqui.

[Susan] Ah, não.
Não faça isso.
Ai, meu Deus!

[música tensa]

[Charlie] -Do que mais
tem medo?
[Jen] -Rãs.

[Charlie] -Estão mortas.
[Jen] -Rãs mortas.

[Charlie e Jen riem]

[Charlie] Aqui.

[música tensa]

Segura direito.
Você tem que segurar
no lugar certo. Espera.

Agora tira a calça dela.
Puxa.

[Jen] -Não olha, Susan.
[Susan] -Eu não vou olhar.

[Charlie] É isso aí.
Muito bem!

[Jen] Ah, que nojo.

[Charlie] Agora coloca no...

[Jen] Eu não acredito que
comeu isso na França.

[Susan] Olha,
agora eu já vi de tudo.

[Charlie] Quando você enfrenta
o seu medo, ele desaparece.

[Jen] Eu esfolei uma rã.

[música animada]

[Charlie] -Vai, termina essa.
[Jen] -Não. Não vou fazer.

[Charlie] A Jen tá
se ajustando ao novo
estilo de vida,

então é algo positivo.

Pode parecer negativo,
mas acho que é uma
experiência positiva.

É um aprendizado pra Jen.

Acho que a Jen tá pegando
o jeito da vida nas montanhas.

Vamos terminar logo essa.
Eu vou cortar as pernas.

[música suave]

[música animada]

[Lyndsay ri]

[Spence] -Vamos, cachorrada!
[Lyndsay comemora] -Uh!

Legal.

-E aí, tá pronta
pra se molhar, amor?
[Lyndsay] -Eu tô.

[Spence] Ah, legal! Vamos lá.

[música animada]

-Legal!
[Lyndsay] -Aqui vou eu! [ri]

[Spence] -Só não vai virar
a gente, por favor.
[Lyndsay] -Ai, tudo bem.

[Lyndsay grita e ri]
[Spence ri]

[Spence] -Você me fez deitar
de costas!
[Lyndsay] -Eu consegui!

[Lyndsay e Spence riem]

[Spence] A gente trabalhou
no banheiro externo e a gene
precisava de uma pausa.

Precisava se divertir
um pouco.

-Vem, cachorrada!
[Lyndsay] -Venham, meninos!

Aqui! Eles estão com frio.

[Spence grita]

[Lyndsay] Não! Para!
Eu não quero me molhar, amor!

[Spence] -Você não quer
se molhar?
[Lyndsay] -Não!

[Lyndsay grita]
[Spence ri]

Me larga! [grita]

Tá muito fria!

[Spence gargalhando]
[Lyndsay ri]

Areia pegajosa!

É isso que faz a vida
aqui valer a pena, sabe?

Poder aproveitar o lago,
e também sair pra explorar
com todos nossos cães soltos.

E o Spence é um cara
que trabalha muito, sabe?

Então eu fico feliz
que ele esteja aprendendo
a relaxar um pouco,

e a aproveitar a vida
e fazer pausas saudáveis,

e eu fico feliz de ter tido
essa influência sobre ele.

[Spence] -Vem cá,
linda. Vem cá.
[Lyndsay ri] -Por quê?

[Spence] Vem cá!

[Lyndsay] -Ah, é?
[Spence] -Eu te amo.

[Lyndsay] -Tá querendo
ser doce agora?
[Spence] -É, eu te amo.

Obrigado por brincar comigo.

[Lyndsay ri]

Agora eu tô pronto
pra uma fogueira
e uma taça de vinho.

[Lyndsay] OÓtima ideia!

-Oi! Ele quer carinho!
[Spence] -Dá licença.

[Lyndsay] Ele quer
carinho agora.

[Lyndsay encantada] Oh!

[Lyndsay ri]

[Spence] Eu não imagino
um jeito melhor de passar
o dia.

-Isso pra mim é perfeição.
[Lyndsay] -É. Que fofo!

[Spence] -É. Saúde, amor.
Obrigado por me aguentar.
[Lyndsay] -Saúde.

[Spence] Eu sei que não é
fácil viver esse estilo
de vida.

Mas poder sentar aqui
e ver toda essa beleza
em volta,

faz valer a pena, mesmo
com todas as dificuldades.

Eu sei que sou meio bruto
às vezes,

e sem querer tirar
minha responsabilidade,

mas eu quero
que você fique aqui.

E o outono tá chegando,
e o inverno é bem rigoroso,

e eu quero
que você fique aqui comigo
em tempo integral.

Eu quero mesmo.

Então, eu só queria saber
o que você acha disso.

[música suave]

[Lyndsay] A minha disposição
de morar nas montanhas
varia a cada dia.

Tem dias que eu adoro,
e, em outros, eu não suporto.

Mas nós dois cedemos
com relação à nossa vida aqui
neste lugar

e no geral
eu estou bem animada

com o desenvolvimento
do nosso relacionamento.

É, sim.
Eu adoro muito estar
aqui com você.

Eu adoro, aqui é um
paraíso total,
eu não tenho dúvida.

Mas é que eu, sabe,
eu preciso ver gente,

e de vida social,
e eu adoro poder entrar

e sair de um lugar
que eu possa chamar de lar.

Aqui a vida é muito,
muito dura. [ri]

E você é totalmente dedicado
a essa vida caseira,
e eu gosto de viajar, sabe?

E eu fico me pergunto, sabe,

quanto tempo você vai
continuar assim

achando que você
precisa estar, sabe,

aqui, trabalhando
nessa terra dia após dia.

Quando será que você
vai conseguir fazer as malas

e ir pra um outro país,
ir à AÁsia,

ou à Índia comigo, tipo
um mochilão, sabe, amor?

[Spence] Bom, essa é
uma pergunta com
várias respostas,

porque eu preciso garantir
que a minha propriedade
resista por um ano...

[Lyndsay] -Uhum.
[Spence] -...sem
que os canos congelem,

sem perder tudo o que eu
já fiz na nossa casa até hoje.

Eu preciso garantir que a casa
onde a gente mora,

o teto que a gente tem
sobre a cabeça vão estar aqui
quando a gente voltar.

Então, é um processo
constante.

A coisa que eu tenho certeza,
110 por cento, é que
você vale...

vale tudo pra mim.

Você vale.

Você vale a felicidade,
você vale a tristeza,

os tempos bons
e tudo que tem no meio,

e eu vou lutar e trabalhar
sempre por isso.

[Lyndsay encantada] Ah!

[Spence] Eu só acho
que a gente precisa
viver um dia de cada vez.

-É tudo que a gente
pode fazer.
[Lyndsay] -É. Acho que sim.

[Spence] Viver um dia
de cada vez.

É claro que eu quero
ter você no meu futuro.

Eu quero colocar uma
aliança no seu dedo.

Esse é o objetivo
de tudo isso.

[Lyndsay] -Ah, que fofo!
[Spence] -Sério.
Eu te amo mais do que tudo.

[Lyndsay ri]

[Lyndsay] -Ah,
eu também te amo.
[Spence] -Vem cá.

[música suave]

Eu tô louco pra ver
no que isso vai dar.

Eu prometo que eu vou ser
sempre honesto e fiel a você,
não importa o que aconteça.

[música suave]

E eu prometo que a gente vai
fazer cocô juntos uma hora.

[Spence e Lyndsay riem]

[Lyndsay] Eu não vou fazer
cocô ao seu lado!

Mas eu prometo que vou ficar
aqui durante o inverno
com você,

e ver como as coisas vão,
porque eu te amo.

[Spence] Hum, obrigado, amor.

Eu também te amo.

A gente vai
fazer dar certo.
[beijo]

[música suave]

[cricrilar]

[crepitação]

[música suave]

[crepitação]

[Charlie] Olha, isso aqui
é ouro pros caipiras,
sabem como é?

[Jen e Susan riem]

[Jeremy] -É. Pode crer.
[Charlie] -É! A Jen é boa
em não deixá-las escapar.

Ter a Susan aqui
realmente mostrou pra gente
o progresso que a Jen fez,

com todas as coisas novas
que ela teve que enfrentar.

A Jen continua sendo
a pessoa que sempre foi.
Ela é forte.

Ela ainda é
uma pessoa doce, carinhosa,
mas também é muito forte.

[Jen] Sabe, sair numa canoa,
pra procurar aquelas rãs
que você viu...

[Susan] Ah, eu
nem consigo imaginar.

-Seria maluquice.
[Jen] -Ah, não.
Não imagina.

Essa história toda me deu
nos nervos,

e acho que o pior
foi cortar as rãs.

Ver aquelas rãs nojentas,
e sair atrás delas, no escuro!

Mas os desafios
e as dificuldades são...

as coisas que tornam um
relacionamento mais forte,
não é a parte fácil.

É por isso que eu tô aqui.

[Charlie] Você superou
muita coisa.

Mas agora vem a parte final:
vamos comer.

Aqui um garfo.

[Susan] -Ah, não. Obrigada.
[Charlie] -Não vai querer?

[Susan] Eu não,
eu não vou provar.

[Charlie] -Não vai provar?
[Susan] -Não, eu não como
nada empanado.

[Charlie] -Ah, não come
nada empanado?
[Susan] -Não.

[Charlie] -Sério?
[Susan] -Eu não como
glúten, lacticínios,

soja, milho. Eu levo
uma vida saudável.

[Charlie] Amor, quer provar
uma perninha?

[Jen] -Tá bom.
[Charlie] -Eu vou te dar a
melhor parte, a carne branca.

Foi a que eu encontrei.
Pega essa aqui, é bem peque.

[Jen ri] Ai, meu Deus!
Você ficou louco.
Que tal esse pedacinho aqui?

[Susan ri]

[Jen grunhe] Que nojo!

[Charlie] Deixa eu tirar
isso aqui de perto.

[Jen] Se eu não tivesse
visto as rãs,

e pegasse esse pedacinho,
eu comeria ele
bem mais facilmente.

[grilos]

[Jen grunhe]
[Susan ri]

[Charlie] Isso!

[música suave]
[Susan ri]

[Jen] O gosto não
é ruim, eu admito.

Achei que a carne
fosse pegajosa.
Mas não é, é bem seca.

[Jeremy] -Pegajosa? Não,
é muito gostosa.

[Jen] -Não é.
[Jeremy] -É uma delícia.

[Charlie] -Quer mais?
[Jen nega]

Porque eu odeio esse animal.

[Susan ri]

Porque eu vi a rã.

Ninguém mima
você nas montanhas.

Você é obrigada a virar
uma adulta, crescer um pouco,

tem que ser mais forte,
mais dura.

E isso é bom, e eu queria
que a Susan visse isso também.

[Charlie] Amorzinho, eu fico
muito orgulhoso
do seu progresso.

[música suave]

[Jen] -Quer me beijar
com hálito de rã?
[Charlie] -Aham.

[Charlie imita rã]
[Jen ri]

[Susan] Eu fiquei surpresa por
ver ela comer a perna da rã,
isso não é do gosto dela.

Eu realmente vi uma mudança
nela, aqui nas montanhas,
vivendo esse tipo de vida.

Mas ela continua sendo
uma típica garota da Flórida.
Ninguém tira isso dela.

[Jen] Puxa, aqui estamos nós!

[Susan] -Pois é, que louco.
[Jen] -É bem gostoso

ficar perto da fogueira,
à noite. Sabe?

[Charlie] Ter a Susan aqui,
com aquela atitude
de gente sofisticada,

me fez ver que eu prefiro
viver nas montanhas,
onde eu posso ir pro mato,

a qualquer momento,

e encontrar alimento
pra minha família.

[Jen] É bem bonito aqui,
tem um charme na vida
nas montanhas.

Eu acho que eu tô
começando a gostar.
O Charlie me faz feliz.

[Susan] Ah, eu fico feliz.
Eu gostei de vir aqui
e te conhecer pessoalmente.

A chamada de vídeo
não te faz justiça,

-com certeza.
[Jen] -Verdade.

[Jen e Susan ri]

[Susan] Agora que estamos
de cara a cara,

eu queria saber por que você
não está na Flórida,
com os seus filhos.

-Porque você
não tem filhos, certo?
[Charlie] -Não.

[Susan] -Não é?
[Charlie] -Mas eu sou filho,

e a minha mãe mora aqui,
e ela não tem ninguém.

E essas terras
estão com a minha família
desde o começo do século 20.

E eu quero cuidar bem delas,
e construir uma boa casa aqui.

[música tensa]

[Jeremy] Você é contra
a gente estar aqui?
É isso que você tá dizendo?

[Susan] Eu tenho
certas reservas.

Mas, se vocês estão felizes,
vão ter que ver como isso
se desenrola na prática.

Eu fico orgulhosa por ela ter
saído da zona de conforto,

mas eu acho que ela tá fazendo
todos os sacrifícios
nesse relacionamento.

[Jen] Olha, ter você aqui é
claro que me faz lembrar das
coisas que eu sinto falta...

[Susan] -Uhum.
[Jen] -...lá na Flórida.

E eu me sinto dividida,
mas esse é o primeiro passo
pra mim,

pra eu poder me adaptar,
e depois...

trazer os meninos.

Eu acho que a montanha
seria algo positivo
na vida deles.

[Charlie] A gente podia sair
pra caçar.

Talvez pudessem vir pra ficar.

[Susan] Eu acho que a decisão
mais fácil pra ela seria
voltar pra Flórida,

onde ela tem o apoio
da família e dos amigos.

Mas eu ainda me sinto dividida
e preocupada com ela.

Mas eu adoro ver a ligação
que ela tem com o Charlie.

Isso me deixou um pouco
mais tranquila.

[Jen] -Eu quis me abrir
totalmente pra isso...
[Susan] -Aham.

[Jen] ...pra ver como
é de verdade.

[Susan] Eu entendo.
Um dos motivos de eu querer
vir até aqui

foi pra ver se você não estava
sendo apenas inconsequente.

Mas eu vi amor entre vocês
e isso é evidente.

O que vocês decidirem,
eu saberei que foi algo
bem pensado.

[música suave]

[Charlie] Bom,
no final das contas,

é uma escolha
que a Jen vai ter que fazer.

[Susan] Ela obviamente
te ama muito,

porque senão ela
jamais teria feito nada disso.

[Jen] Eu acho que eu descobri

que eu consigo viver
nas montanhas.

Eu consigo viver aqui.
E eu amo o Charlie,
e quero ter a vida com ele.

[Charlie] Levou 28 anos
pra acontecer de novo.

Talvez a gente possa passar
os próximos 28,
30, 40 anos juntos.

[Jen] Mas se a gente não tiver
um lugar pros meus
filhos ficarem,

eu não poderei
ficar na montanha.

Porque, se não funcionar
pros meus filhos,
não vai funcionar e ponto.

Uma mãe não abandona
os filhos, é assim
que as coisas são. Pronto.

[Susan] Eu fico feliz
que vocês estejam morando
na cabana do amor.

[Charlie ri] É bem melhor
do que o Jeremy que fica
na cabana de caça.

[Jeremy] É.

[Susan ri]

[grilos]

[música suave]

[Angela] -E aí?
[Josh] -Tudo bem?

[música suave]

[Angela] Tá tudo indo.
Você tá bem?

[Josh] Tô.
Só tava aqui pensando.

[música suave]

[Angela] No quê?

[Josh suspira]

[Josh] Tá [bipe] aqui.

[música suave termina]

[Josh pensativo] É muito
diferente viver em condições
como essa.

Eu acho que pra você deve
ser normal, mas, pra mim,
tá sendo bem difícil.

Poxa, eu só tenho só 27 anos.

Você é legal,
é uma boa pessoa.

Só que eu não nasci
pra isso aqui, entendeu?

[música tensa]

[Angela] Foi alguma coisa
que eu fiz ou...

[Josh] Eu sei que teve
a atração que a gente sentiu,
a gente era jovem,

aí eu vim pra cá
e vi isso aqui,

eu fiquei feliz em te ver,
rolou uma coisa legal...

[Angela] Olha,
eu sinto um clima
entre a gente,

mas eu achei que o calor
tivesse te deixando
estressado, sei lá.

[Josh] Bom,
não é só o calor, não.

Poxa, é chato
ficar repetindo isso
toda hora.

Não são as condições
que você vive, não.

Não tem nada de errado,
só que eu não tô acostumado.

[música tensa]

Eu me sinto mal, poxa.

É...
Parece que eu tô acampando.

Às vezes, acho
que, sei lá, acho que acampar
é até melhor do que isso aqui.

[Angela] Eu tentei explicar
pra você como eram
as coisas aqui.

Eu te falei que era quente
e que a vida era dura,
e você disse que aguentava.

[Josh] Eu disse.
E nem sempre é ruim.
No começo foi difícil,

depois eu comecei
a me acostumar.

Só que agora eu não
posso, sabe, te enganar nem...

[Angela] Bom, mas eu acho
que foi mais ou menos isso
que você fez.

[Josh] A questão é que
esse não é o estilo de vida
pra mim, entendeu?

[Angela] Acho
que eu vou entrar.

[Angela funga]

[Josh] Poxa, eu nem sei mais
o que dizer.

Eu tava empurrando
com a barriga.

[música tensa]

[Angela] Você tá querendo
ir embora agora?

Você quer ir embora
hoje ainda?

[Josh] -É, acho que é melhor
eu ir, sim.
[Angela] -Nossa.

[Josh] Eu acho que...

[Angela] Que ótimo.

[música tensa]

[Josh] ...não adianta eu ficar
aqui, depois dessa conversa.

Eu não posso.
Não tem por que

-continuar sofrendo.
Entende?
[Angela] -Tudo bem então.

[Angela] Eu não vou tentar
segurar você.

-Eu só tô...
[Josh] -Eu acho que...

[Angela] ...chocada por ser
tão abrupto.

[música dramática]

[Josh] Eu refleti muito,
e essa foi a conclusão
que eu cheguei.

[música dramática]
[Angela funga]

[música dramática]

[música animada]

[música animada]

[música animada]

[música animada]