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TARASCON, FRAN�A
1956

- Est�s atrasado, Jacques.
- Desculpe, Padre.

Vai buscar o vinho.

Porque n�o vais tu busc�-lo?

- Desculpa?
- Nada.

Santificai estes dons,
derramando sobre eles o Vosso Esp�rito,

de modo que se convertam, para n�s,

no Corpo e Sangue
de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O Corpo de Cristo.

�men.

- O Sangue de Cristo.
- �men.

- Padre.
- Sim?

- Est� aqui algu�m.
- Onde?

Quem est� a�?

Quem quer que seja,
seja qual for o motivo que o trouxe aqui,

est� numa casa de Deus.

E Ele est� a observ�-lo.

THE NUN:
A FREIRA MALDITA II

Ponha esta debaixo do outro pneu.

Irm� Irene!
Irm� Irene!

Irm� Debra.

� a Irm� Debra.

Ela � um problema.
Arranja problemas todos os dias.

E agora, recusa-se a confessar-se.

E sabe porqu�?

Ela acha que n�o tem nada para confessar.

S� por isto devia confessar-se.

Vou falar com ela,
Madre Superiora.

Grazie, Irm�.

Irm� Debra?

Irm� Irene.

� por causa da confiss�o?

Vai fazer com que a Madre
tenha um ataque card�aco.

Talvez nessa altura tenha algo a confessar.

O seu pai mandou-a para aqui, n�o foi?

Sim.

Comigo foi diferente.

Expulsar-me foi mais f�cil
do que perceber quem eu era.

E o que disse a sua m�e?

Mal me lembro dela.

Mas o meu pai dizia sempre
que eu era igual a ela.

Acho que ele n�o dizia isto
como um elogio.

A minha fam�lia � do Mississippi,

mas tivemos l� uns problemas.

Quando eu tinha quatro anos,
uns brancos descobriram onde mor�vamos

e queimaram a nossa casa.

Depois disto,
os meus irm�os alistaram-se no ex�rcito.

O meu pai pensou:
"Se os meus rapazes v�o servir o pa�s,

a minha filha vai servir Deus."

Nem nos meus sonhos mais loucos
pensei acabar aqui.

Ainda tenho de me confessar?

Acho que j� se confessou.

E uma a uma,
as irm�s foram assassinadas.

Enforcadas nas janelas.
Com as gargantas cortadas.

Atos de suic�dio,
�s vezes pior.

Descobriram, que por baixo da sua long�nqua
abadia, se escondia um segredo terr�vel.

Um portal para o inferno.

E que por este portal,
um dem�nio tinha fugido.

Sabemos que um dem�nio
pode assumir qualquer forma,

mas eles escolhem a forma
para desafiar a vossa f�

e enfraquecer o vosso esp�rito.

Agora, para as freiras de Saint Carta,

este dem�nio
escolheu a mais �mpia,

a mais blasfema das formas.

Escolheu parecer-se com uma delas.

E depois o que aconteceu?

O Vaticano enviou
dois ca�adores de dem�nios.

Um padre e uma freira.

- E como � que o pararam?
- Boa pergunta.

Usaram uma antiga rel�quia,

um frasco que continha o sangue
de Jesus Cristo.

Por isso, regressaram como her�is
e beijaram o anel do Papa.

O padre ascendeu a bispo.

O que aconteceu � freira?

Ningu�m sabe.

Dizem que a experi�ncia
foi muito forte para ela.

H� quem diga que enlouqueceu.

O Vaticano teve de a fechar
num asilo.

Apanhei-te!
Depressa!

Porque tem a Senhora tanto vinho?

Isto foi um mosteiro.
Os monges eram uns b�bedos gordos.

Meninas, todas l� para baixo, por favor.
S�o quase 8h00.

Vamos l�.

Apanh�mo-las.

Demoraste muito tempo.

Av� Maria cheia de gra�a,
o Senhor � convosco.

Bendita sois v�s entre as mulheres,

e bendito seja o fruto do vosso ventre,
Jesus.

Av� Maria, M�e de Deus, rogai por
n�s pecadores agora e na hora da nossa...

Jesus Cristo!

Santo Deus!

Kate.

Bom dia.

J� a dar no duro?

Sempre.

Bom dia, Maurice.

Capit�!

Vamos, Sophie.

- Ol�, Maurice.
- Bom dia.

- Bom dia, Maurice.
- Meninas.

Maurice, hoje queres
jogar basebol connosco?

Claro que quero.
Sabes uma coisa?

Vou ensinar-te a lan�ar uma knuckleball.

- Maurice! Maurice!
- Capit� Sophie.

Tenente.

Fiz-te isto.
� uma pulseira da amizade.

Cada uma das contas representa
uma qualidade de um bom amigo.

� linda, Sophie.
Obrigado.

Est�s a pedir o teu namorado em casamento,
pequena Sophie?

- Devolve-me isso.
- N�o me podes obrigar.

N�o �s um professor.
�s o criado.

At� o criado sabe que deves tratar todos
com carinho e respeito.

Meninas, o que pensam que est�o a fazer?

Isto n�o � um recreio.

Para a aula!

E tu, Maurice.

Havia outra barata no meu quarto.

Que azar.

� uma infesta��o.
� nojento.

Vou j� tratar disso.

- � bom que sim.
- Prometo.

Capit�! Capit�!
Espera.

Como fizeste isso?

Habilidades que aprendi numa outra vida.

Fica-me bem?

Anda, vai para a aula.
Vai.

Entrega.

Est� bem?

Irm�.

Tem uma visita.

Madre Superiora?

Maurice?

Salve-me, Irm�.

Irene!
Est� tudo bem. Est� tudo bem.

Est� tudo bem.
Est� tudo bem.

O seu nariz.

Irm� Irene.

Tem uma visita.

Irm� Irene.

Emin�ncia.

Houve um incidente.

Uma s�rie deles.

Szeleste, uma pequena aldeia na Hungria.

Uma freira de 90 anos
suicidou-se nos degraus da igreja.

Graz, �ustria.

Um padre cortou a garganta com um ros�rio
durante a missa de Natal.

Edolo, It�lia.

Uma novi�a atirou-se da janela.

Diz-lhe alguma coisa?

H� apenas um m�s, em Tarascon, Fran�a,

outro padre,
assassinado dentro da igreja.

Imolado.

Nota alguma tend�ncia?

Desloca-se para oeste atrav�s da Europa,
mas as suas origens apontam para a Rom�nia.

N�o pode ser.

O dem�nio est� vivo.

J� falou com o Padre Burke?

O Padre Burke est� morto.

- Como?
- C�lera.

� a �nica pessoa viva
que j� lidou com algo semelhante.

A Igreja gostava que investigasse.

Que descobrisse o que ele quer
e para onde vai a seguir.

N�o.

Desculpe?

Eu disse: "N�o."

- N�o posso fazer isso.
- N�o pode ou n�o quer.

N�o sabe o que aconteceu
em Saint Carta.

Tive sorte em sobreviver.

Tem raz�o.
N�o sei o que enfrentou l�.

Mas naquela abadia, Irm�,
fez um milagre.

A Igreja precisa de outro.

- Est� aqui.
- Irm�?

Estava com medo
de me ter enganado no comboio.

O que faz aqui?

Vim olhar por si.

- Algu�m tem de o fazer.
- Irm�, pode ser expulsa.

Porque est� aqui?

A minha m�e.

Ela morreu num inc�ndio.

Ela era a minha religi�o.

Quero acreditar que h� milagres.

Mas quando vejo o padre levantar-se

e dizer que transformou o vinho
no sangue de Cristo.

� dif�cil de acreditar.

� um ato de f�.

Ele limita-se a dizer
um monte de palavras ao vinho.

O vinho transforma-se no sangue de Cristo,
porque n�s acreditamos.

O mais extraordin�rio da nossa f�
s� � real porque acreditamos.

Acho que sim.

N�o est� preparada.

Porqu�?

Um convento inteiro de freiras morreu
a enfrentar esta coisa.

Mulheres que dedicaram a vida � sua f�.

E sacrificaram a vida
porque acreditavam em algo maior.

Precisa de mim.

S� espero que consiga encontrar a sua f�
quando chegar o momento.

"Porqu�, vai-te embora.
Quem � que vos atrapalha?"

"Um cora��o insensato
que deixo para tr�s."

"O qu�, com o Lysander?"

"Com o Demetrius."

"N�o tenha medo.
Ela n�o lhe far� mal, Helena."

"N�o, senhor, ela n�o o far�,
embora v�s tomeis a parte dela."

"Quando ela est� zangada,
� perspicaz e astuta.

Era uma bruxa quando ia � escola.

E apesar de pequena,
� feroz."

"Outra vez, pequena!

S� uma coisa baixa e pequena...
Porque a vai permitir..."

Vamos fazer um intervalo.
Quinze minutos.

Agora que estava a entrar na personagem.

Sim, uma personagem horr�vel.

- Muito bem, meninas. Devagar. Devagar.
- Meninas.

Querida, leva isto para o escrit�rio.

�s a maior.

Ouvi dizer que havia
um arm�rio estragado por aqui.

O fecho n�o abre.

- Posso?
- Por favor.

Est� preso.

Pode, por favor,
carregar aqui?

Sim. Aqui.

Isso.
Obrigado.

Parece que partilhamos a �ltima moda.

Acho que sim.

Pronto.

Muito obrigada.

De nada.

Muito bem.

� uma mi�da fant�stica.
Deve estar orgulhosa.

E estou.

Precisas de ajuda?

N�o, est� tudo bem.

Calma, Sophie.
N�o vamos fazer nada.

Juro.

N�s fomos muito m�s.

Eu fui sacana.

Tudo bem.

O que vais fazer a seguir?

Temos de voltar para a aula.

S� daqui a dez minutos.

Queres divertir-te?

A Senhora diz que n�o podemos
entrar na capela.

Eu sei.

O que fazemos aqui?

� um jogo.

Chama-se "Desafia o Diabo".

N�o vejo diabo nenhum.

O diabo est� sempre presente.

Tu � que n�o procuraste bem.

Depende da posi��o em que se est�
e do momento em que se olha.

A uma certa hora do dia,

o sol bate no vidro com o �ngulo certo.

E se vires com aten��o,
ele olha diretamente para ti.

Diz-se que,
se desviarmos o olhar,

o diabo aparece sob a forma
de um bode monstruoso.

V�s?
Ele est� a olhar para ti.

Fa�as o que fizeres, ou�as o que ouvires,
n�o desvies o olhar.

Deixem-me sair!

Sophie? O que se passa?
O que aconteceu?

Est� tudo bem.

O que aconteceu?

O que aconteceu?

Claro, o namorado veio salv�-la.

Achas que tem piada?

Achas?

Est� tudo bem.
J� passou.

O que aconteceu ali dentro?

Podes contar-me.

- Nada.
- Sophie?

Porque n�o est�s na aula?

A culpa n�o � dela.

As mais velhas estavam a jogar
um jogo qualquer.

Desculpa, m�e.

Com licen�a.

Claro.

Est�s bem?

TARASCON, FRAN�A

Irm� Astrid?

Bem-vindas a Tarascon.
Por favor, entrem.

Ainda celebramos missa,
mas j� ningu�m vem.

As pessoas acreditam que foi o dem�nio.

Dizem que a nossa igreja est� amaldi�oada,
que Deus nos abandonou.

Foi aqui onde o encontr�mos.

Irm�?

Est� bem?

Estou �tima.

Podemos ver o quarto do Padre Noiret,
por favor?

Claro.

Assustador.

Santa L�cia.

Santa Padroeira dos cegos.

Foi assassinada por pag�os.

Pegaram-lhe fogo,
mas ela n�o ardia.

Antes de a matarem
arrancaram-lhe os olhos.

Encontrei-as.
Por favor.

Havia um rapaz naquela noite?
Uma testemunha?

Sim. O Jacques.
Ele viu tudo.

Onde o podemos encontrar?

A m�e dele n�o quer que ele fale disto.

Mas podem encontr�-lo na cidade
a jogar futebol.

Estava mais algu�m na igreja?

T�nhamos um ajudante.

Foi-se embora
no dia a seguir ao sucedido.

Sabe para onde ele foi?

N�o sei.

Mas era um viajante pelo mundo.

Veio da Rom�nia.

Foi onde arranjou a alcunha.

Costumavam chamar-lhe

- Frenchie.
- Frenchie.

Para onde vais a seguir?

Tenho dinheiro suficiente
para ir at� � Hungria,

e, a partir da�, o mundo � meu.

Pelo menos a Hungria �.

- Salvaste-me a vida.
- Aquilo? N�o foi nada.

N�o, acabaste de ganhar uma...
Como lhe chamam?

Uma d�vida para com a vida.

� muito simples.

Tu e eu estaremos unidos
para toda a eternidade.

Ia-me esquecendo.

N�o � nada, s� um obrigado.

Sementes de tomate.
Obrigado.

Disseste que um dia querias ter uma quinta.
Tens de come�ar por algum lado.

Vou ter saudades tuas, Irene.

Irene?

Quem � este Frenchie?

Chama-se Maurice.

Era o nosso guia em Saint Carta.

Quando enfrentei o dem�nio,
veio buscar-me.

Salvou-me a vida.

Foi quando aquilo aconteceu.

Foi assim que o dem�nio fugiu.

� por isso que anda por a�,
a fazer estas coisas.

Ent�o, ele est� possu�do.

Maurice.

Ol�, outra vez.

Apercebi-me de que nunca te agradeci.

A Sophie disse-me o que fizeste.

N�o. Aquelas meninas s�o uns monstrinhos.

Nem todas.
S� algumas.

Olha, a capela.
Porque � que a Senhora a mant�m fechada?

� perigoso.

O filho dela foi morto l� dentro
durante os bombardeamentos.

O Cedric.
Ele era ac�lito.

N�o sabia que ela tinha um filho.

Ela n�o fala disso.

A Senhora � uma mulher exigente,
mas tem sido muito boa para n�s.

- Tenho de voltar para as crian�as.
- Claro, sim.

Tenho de voltar para o meu trabalho.

Apanhei-te!

- O que estavas a fazer?
- Nada.

Estavas a espiar.

- Talvez.
- Talvez?

Talvez, provavelmente,
sem d�vida, seguramente.

De que estavam a falar?

De nada.

Alguma coisa era.
Ele fez-te rir.

N�o � da tua conta.

Agora, vamos embora.
Chega de espionagem.

Sophie?

M�e?

M�e?

M�e?

M�e?

Vamos, meninas.
Depressa. Depressa.

Sophie.

Para onde fugiste?

- Tenho andado � tua procura, anda.
- M�e.

Depressa.

E agora?

� um beco sem sa�da?

N�o. H� aqui qualquer coisa.

O qu�?

Sente alguma coisa?

Algo do g�nero.

Irm�s.

Tenho uma reserva,
em nome de Irene Palmer.

Palmer?

Desculpe mas n�o encontro.

O qu�? N�o pode ser.
Tenho uma reserva.

Minha senhora, n�o est� aqui.

Deixe-me tratar disto.

Senhor, podemos falar com o gerente?

- Com certeza, minha senhora.
- Obrigada.

Jacques?

�s o rapaz.

N�o tenhas medo. Chamo-me Irene.
A Igreja mandou-me c� para ajudar.

Sei que estavas l� naquela noite.

Tu viste.

Naquela noite.
Tinhas um ter�o?

N�o. Era do Padre Noiret.

- O qu�?
- Tirei-lho.

Desculpe, estava com medo.

Jacques! Espera!

Jacques?

Irene? Irene!

Irene! Irene!

Irene, acorde!
Meu Deus. Acorde.

Precisamos de um m�dico.
Socorro! Socorro!

Algu�m me ajude!
Preciso de um m�dico!

Irene.

Algu�m me ajude!

Ave Maria, cheia de gra�a,
o Senhor � convosco.

Bendita sois v�s
entre as mulheres e bendito...

Maurice?

Maurice.

Senhora Laurent?

O que est�s a fazer?

N�o sei.
N�o sei.

- N�o sei.
- Volta para o teu quarto.

Sim.

- Desculpe.
- N�o faz mal.

- Desculpe.
- N�o faz mal.

Meu Deus.
Meu Deus. Meu Deus.

M�e!

Quem est� aqui?

Cedric?

Cedric.

Para!

C� est� ela.
Regressou dos mortos.

- Obrigada, doutor.
- De nada, Irm�.

O que aconteceu ontem � noite?

Estamos perto.
Tive uma vis�o.

Vi o que o dem�nio quer.

� poderoso.

Um pr�mio cobi�ado,
uma rel�quia antiga.

Tem estado a usar o Maurice
para o conseguir.

Orientando-o.

Sugando-o.

Mantendo-o vivo s�
para encontrar esta coisa.

Vai mat�-lo quando acabar.

O ac�lito.

Esqueci-me de lhe dizer.
Encontrei-o.

- O qu�?
- Bem, ele encontrou-me.

Passou por c� quando estava inconsciente.
Ele deu-me isto.

O ter�o do Padre Noiret.

O s�mbolo,

parece-me t�o familiar,
mas n�o consigo situ�-lo.

Eu consigo.
As fotografias.

Acho que vi aquilo numa das v�timas.

Veja.

� uma liga��o.

Se descobrirmos o que isso significa,

talvez possamos descobrir
para onde est� a ir.

Como vamos fazer isso?

Tenho um amigo nos arquivos cat�licos.

N�o consigo encontrar a Sophie.
Viste-a?

N�o.

Ent�o, ent�o, ent�o.
N�o te preocupes. Ela n�o deve estar longe.

Vou procur�-la, est� bem?

Sophie!

Sophie!

Sophie.

Ent�o.

Tens aqui um belo s�tio.
Posso fazer-te companhia?

Para qu�?

S� para falar.

A Senhora nunca entrava na capela.

N�o sei porque foi l� ontem � noite.

H� algo de errado com esta escola.

H� alguma coisa que n�o me soa bem.

� como se estivesse aqui alguma coisa

que n�o devia estar.

Sophie.

O que aconteceu?

Viste alguma coisa?

N�o.

� s� uma sensa��o.

N�o faz mal ter medo.

Eu tamb�m tenho medo.

Houve alturas na minha vida

em que o medo me levou a fazer coisas
que nunca pensei serem poss�veis.

Guardaste a minha pulseira.

Sim, bem, tentei vend�-la.
Mas ningu�m a quis comprar.

Anda.
Dev�amos voltar l� para baixo.

A tua m�e est� preocupada,
est� bem?

Ela est� sempre preocupada.

N�o sei porqu�.
Talvez ela te ame?

Vamos.
S� espero que ela n�o te ponha de castigo.

Pe�o desculpa.

Pe�o imensa desculpa.
Muito obrigada. Deus vos aben�oe.

PAL�CIO DOS PAPAS, FRAN�A
OS ARQUIVOS CAT�LICOS

- Onde o encontrou?
- Em Tarascon.

Isto era do padre?

- Era. Como sabia?
- Estive a falar com o Vaticano.

Disseram-me que o dem�nio
de Saint Carta regressou.

� um bras�o de fam�lia.

De que fam�lia?

Santa L�cia de Siracusa.

Estas v�timas devem ser descendentes dela.

Santa L�cia?

Acho que sei o que ele quer.

O qu�?

Os olhos.

Os olhos? Que olhos?

Quando a L�cia foi assassinada por pag�os,
a fam�lia dela fugiu.

Foram perseguidos.

Espalhados pelo mundo.

E durante todo este tempo,
eles t�m estado a proteger um segredo.

Uma rel�quia sagrada.

Os olhos de Santa L�cia.

Ent�o, o dem�nio anda atr�s
de um par de olhos?

Porque havia ele de querer isso?

� um dem�nio.

E eu sou s� um bibliotec�rio reconhecido.
Nem consigo imaginar.

Mas, j� que estamos a discutir teorias,

talvez gostassem de pensar
que este dem�nio j� foi um anjo.

Rejeitado por Deus.

Despojado do seu poder sagrado
que Deus normalmente d� aos Seus santos.

Ele quer recuperar esse poder.

Os dem�nios s�o infinitos.

Ele esteva l� com Santa L�cia e tem vindo
a perseguir a linhagem desde ent�o.

Esta rel�quia � um objeto muito poderoso.

Nas m�os de um dem�nio,
� impens�vel.

Mas nas suas m�os,
pode ser uma arma.

Como usou o sangue de Cristo
em Saint Carta.

� o que tem de fazer.

� assim que vai mandar aquela coisa
de volta para o inferno.

Mas n�o sabemos onde est�.

Eu posso saber.

Temos estado a catalogar estas rel�quias,
a investigar rumores,

e se a minha mem�ria n�o me falha,
esta foi parar �s m�os de um monge.

Jean-Paul Redar.

Segundo as cartas que escreveu ao Vaticano,

enterrou os olhos algures no seu mosteiro.

Santa Maria. Aix-en-Provence.

� a uma hora daqui.

Ainda � um mosteiro?

N�o, foi vendido a uma adega e agora

� um col�gio interno.

Irene, espere.

Aconte�a o que acontecer esta noite,
n�o hesite.

N�s n�o sabemos
o que esta rel�quia pode fazer.

E o mesmo se passa com o dem�nio.

Pode assumir qualquer forma,

e escolhe a forma
para se aproveitar dos vossos medos

e dos medos daqueles que vos rodeiam.

Tem de estar preparada para o impedir,
a todo o custo.

O que est�s a fazer?

Chama-se feijoada.
� um guisado portugu�s.

O que � que tem?

Lesmas.

E carac�is.

Menti-lhe.

Em rela��o a qu�?

Eu disse que n�o me lembrava da minha m�e.

Mas lembro-me.

Lembro-me de tudo acerca dela.

Era muito religiosa.

Disse que Deus lhe falou diretamente.

Que Ele lhe mostrou coisas.

Vis�es.

Como eu.

O meu pai n�o acreditou nela.

Ele disse que ela era maluca.

Her�tica.

O que lhe aconteceu?

O meu pai levou-a ao m�dico.

Depois voltaram e levaram-na.

Estarei sempre contigo.

Nunca mais a vi.

Tu d�s a volta,
fazes-me dar a volta.

Minha senhora.

M�e, � a tua vez.

N�o, n�o devia.

Por favor?

Por favor?

Est� bem.

Est�s bem?

Estou. N�o � nada.

- Est� bem.
- N�o � nada.

Maurice!

Tens uma coisa debaixo da pele.

N�o.

Vamos! Vamos!
Temos de ir embora! Vamos!

Por aqui! Por aqui!
Vamos!

Meu Deus. Irm�.

Maurice.

Voltou.
Est� aqui.

- Maurice, preciso que tu...
- Kate, � a Irene.

- N�o, Maurice, tens de...
- � minha amiga, vai ajudar-nos.

- Temos de ir. J�!
- Afasta-te delas!

O qu�?

Tens de te ir embora.
J�!

�s tu.

O qu�?

Est� dentro de ti.

N�o.

- N�o.
- A culpa � minha.

Porque voltaste por minha causa,
foi a� que aconteceu.

Meu Deus. N�o.

Maurice, o que se passa?

N�s podemos par�-lo.

Ol�, Irm�.

Maurice?

Irene, est� bem?

Pare-o.

Dem�nio.

Em nome de Deus e do Esp�rito Santo,
ordeno-te que deixes este homem!

Deixa-o em paz!

Acha que aquilo o vai segurar?

Vamos trabalhar depressa.

Voc�s as duas est�o bem?

O que foi aquilo?
O que se passa com ele?

Est� doente.

Vamos ajud�-lo,
mas precisamos da vossa ajuda.

Ele foi para ali.

O que h� ali?

� a capela.

De que andam � procura?

De uma rel�quia antiga deixada aqui
por um monge chamado Jean-Paul Redar.

Diz-lhe alguma coisa?

Sou apenas uma professora.
Ningu�m pode entrar aqui.

O Redar deve ter deixado alguma forma
de os descendentes a encontrarem.

Para onde est�s a olhar?

Para o bode.

� o dem�nio.

N�o, � s� um jogo que os mi�dos jogam.

Que jogo?

O sol entra pela janela,

e faz com que os olhos do bode
fiquem vermelhos.

� o dem�nio.
Est� a ver-te.

� ali.

Alguma coisa?

N�o, ainda n�o.

Est� muito alto.
Baixe.

Espere.
Espere, espere.

Para tr�s, devagar.

Pare!

� a�.

Encontr�mos.

Encontr�mos!

Sophie.

Sophie.

Celeste, ouviste aquilo?

Est� algu�m l� em cima.

Vai l� ver.

Espere. Espere.

Os olhos de Santa L�cia.

- Ol�.
- Quem �s tu?

Est� tudo bem.
Sou amiga da Kate.

Acho que est� algu�m l� em cima.

Que raio!

O que est� a fazer?
O que � aquilo?

Que coisa � aquela?

� o dem�nio.

As meninas!

M�e! M�e!

O que est� ela a fazer?

- � a Senhora Laurent.
- O qu�?

Est� em p� no quarto dela.

N�o! N�o!

Sophie.

Sophie sou eu, o Maurice.

N�o tenhas medo.
Sou teu amigo.

Sophie. Sophie!

Sophie.

Nunca te faria mal.

Lembras-te?
Capit�?

Os olhos.

Sophie!

Sophie!

- Sophie!
- Irene!

Est�s bem?

Eu tenho-a.

Dem�nio!

Irene!

Est�s a mago�-lo.

Irm�, por favor.

Est� a matar-me.

N�o!

N�o!

Onde est� a Sophie?

N�o se afastem.

Levanta-te!

Vai, vai!

As portas! As portas!

Salva-me, Deus, pelo teu nome.

N�o!

Traz a t�bua!

Voltem para a capela!

Simone, anda comigo.

Fica atr�s de mim.

Estarei sempre contigo.

Olha para mim.

Est� bem?

Estou.

Foi um milagre.

O vinho.

Sophie! Sophie!

Irene!

N�o.
N�o, Maurice, n�o!

N�o!

N�o!

Maurice, n�o! N�o!

Vamos, por favor!

Para!

Irm�.

Reze comigo.

Este � o c�lice do meu sangue.

Quando L�cia foi assassinada,
a fam�lia dela fugiu.

Foram perseguidos,
dispersos pelo mundo.

O sangue da nova
e eterna alian�a.

Derramado por v�s e por todos os homens

para remiss�o dos vossos pecados.

Eu disse que n�o me lembrava da minha m�e,
mas lembro-me.

Santa L�cia.
Santa Padroeira dos cegos.

Pegaram-lhe fogo,
mas ela n�o ardia.

Fazei isto em mem�ria de mim.

Estas v�timas devem ser
os descendentes dela.

Tens os meus olhos.

�men.

Irm�,

salvaste-me.

Maurice.

Lamento.

Lamento.

Est� tudo bem.

Lamento.

THE NUN:
A FREIRA MALDITA II

Sr. Warren? Sr. Warren?

Fala o Padre Gordon.

Ele disse que � uma emerg�ncia.

Sim, Padre.

Como posso ajudar?

THE NUN:
A FREIRA MALDITA II

Tradu��o Lu�s Zanguineto