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21 00:01:48,717 --> 00:01:52,000 Como ela trata esse espa�o como um palco? 22 00:01:52,398 --> 00:01:54,658 Como faz com que as pessoas se movimentem dentro dele, 23 00:01:54,759 --> 00:01:57,098 e faz nossos olhos se moverem ao longo do espa�o? 24 00:01:59,666 --> 00:02:04,066 Foi voc� que me ligou. 25 00:02:05,270 --> 00:02:06,702 N�o fui n�o. 26 00:02:06,803 --> 00:02:10,703 Essa cena � um grande exemplo de uma das formas mais simples. 27 00:02:11,303 --> 00:02:12,769 Duas pessoas se encontram. 28 00:02:12,870 --> 00:02:15,936 Ambas foram trazidas a esse lugar sob falso pretexto. 29 00:02:16,503 --> 00:02:19,236 T�mida, ela sai andando. 30 00:02:22,447 --> 00:02:25,969 Seus p�s indo na sua dire��o, para a esquerda. 31 00:02:26,070 --> 00:02:28,970 Os p�s dele andando para a direita, o caminho dele. 32 00:02:31,903 --> 00:02:33,536 Mas a� ela para. 33 00:02:35,670 --> 00:02:39,136 E ele tamb�m, e ele vira para a esquerda. 34 00:02:41,499 --> 00:02:44,265 Ser� que ela o ouve se aproximar, sente sua aproxima��o? 35 00:02:46,171 --> 00:02:48,005 Uma tomada dos dois. 36 00:02:57,297 --> 00:02:59,563 A lua est� linda. 37 00:03:01,097 --> 00:03:03,030 �, est� mesmo. 38 00:03:03,997 --> 00:03:06,297 Mas a� a c�mera olha para a esquerda. 39 00:03:08,830 --> 00:03:11,597 Em seguida para a direita, e a� ele vira novamente. 40 00:03:14,130 --> 00:03:16,062 Para a direita e andando. 41 00:03:16,163 --> 00:03:19,297 Mas a� ela vira-se, parada. 42 00:03:21,563 --> 00:03:25,263 S�o duas rota��es em uma linha horizontal. 43 00:03:25,630 --> 00:03:29,462 A encena��o � como as pessoas s�o movimentadas no espa�o. 44 00:03:29,563 --> 00:03:32,763 Ao fazerem isso, elas d�o forma ao espa�o. 45 00:03:34,891 --> 00:03:37,358 A diretora Kinuyo Tanaka destramente, 46 00:03:37,459 --> 00:03:39,321 de maneira hitchcockiana, 47 00:03:39,422 --> 00:03:41,891 nos leva a imaginar uma linha esquerda-direita, 48 00:03:41,992 --> 00:03:45,308 o que na matem�tica � chamado de eixo X. 49 00:03:45,454 --> 00:03:49,454 � o eixo das persegui��es de carros e dos duelos. 50 00:03:50,162 --> 00:03:55,061 Mas na encena��o cinematogr�fica, um outro eixo, o eixo Z, 51 00:03:55,162 --> 00:03:57,162 � mais fascinante. 52 00:04:06,595 --> 00:04:09,595 Essa cena de �As Faces de Toni Erdmann� mostra o motivo. 53 00:04:10,429 --> 00:04:14,528 � direita est� a mulher que vimos antes, tentando tirar o vestido. 54 00:04:14,629 --> 00:04:17,194 Ela est� em um restaurante chique, com suas colegas de trabalho. 55 00:04:17,295 --> 00:04:20,529 Est�o rindo de um homem rid�culo que conheceram mais cedo. 56 00:04:20,995 --> 00:04:24,730 As colegas n�o sabem que o homem � o pai da mulher. 57 00:04:24,831 --> 00:04:26,931 Ele est� se passando por um idiota, 58 00:04:27,032 --> 00:04:29,232 tentando desconcertar sua filha. 59 00:04:34,351 --> 00:04:39,118 Ela est� olhando pra tr�s e vemos uma mesa se movendo pra frente. 60 00:04:41,729 --> 00:04:43,762 Ele continua ali. 61 00:04:45,525 --> 00:04:51,091 A diretora Maren Ade planta sua piada, a bomba, o pai, no pano de fundo. 62 00:04:52,947 --> 00:04:59,613 O eixo, dessa vez, n�o � esq-dir, o X, mas dentro-fora, o Z. 63 00:05:01,347 --> 00:05:03,612 Ela move nossos olhos para baixo no quadro. 64 00:05:03,713 --> 00:05:06,547 Ela encena a cena em profundidade. 65 00:05:10,080 --> 00:05:12,180 -Voc� comeu o carpaccio? -Comi sim. 66 00:05:13,347 --> 00:05:14,913 O polvo presta? 67 00:05:16,505 --> 00:05:19,841 A diretora russo-ucraniana- -romena Kira Muratova 68 00:05:19,942 --> 00:05:22,542 � uma mestra do eixo Z. 69 00:05:23,047 --> 00:05:26,512 Um transl�cido set de apartamento bloqueia nossa vis�o do fundo, 70 00:05:26,613 --> 00:05:28,280 at� que ela desce. 71 00:05:37,280 --> 00:05:40,029 E vemos, atrav�s da estrutura em madeira, 72 00:05:40,130 --> 00:05:43,930 que as pessoas que falam na cena est�o no distante eixo Z. 73 00:05:44,076 --> 00:05:45,210 Elas falam. 74 00:05:45,311 --> 00:05:48,142 Eu n�o sei, eu n�o sei. 75 00:05:48,243 --> 00:05:49,279 E quem sabe? 76 00:05:49,380 --> 00:05:52,445 Talvez tenha sido o Igor, talvez Yura, quem sabe Gisha, 77 00:05:52,546 --> 00:05:56,180 talvez Pasha. Eu n�o tenho nada a ver com isso. 78 00:05:57,113 --> 00:05:59,512 Muratova faz uma tracking para a direita. 79 00:05:59,613 --> 00:06:02,912 Quando isso vai acabar? 80 00:06:03,013 --> 00:06:05,397 Destru�ram minha cena inteira de novo. 81 00:06:05,546 --> 00:06:07,679 O p�blico riu de mim. 82 00:06:07,780 --> 00:06:10,303 N�o leve isso t�o a s�rio! N�o aconteceu nada t�o ruim. 83 00:06:11,180 --> 00:06:14,545 Estou fazendo um papel s�rio e o p�blico riu de mim. 84 00:06:14,646 --> 00:06:17,079 Mostre-lhes o dedo e eles rir�o. 85 00:06:17,180 --> 00:06:19,945 Eu fiquei mal no palco! 86 00:06:20,046 --> 00:06:23,180 E quantas vezes ser� que terei de lhe perguntar? 87 00:06:23,746 --> 00:06:27,113 E a�, um dos personagens avan�a em nossa dire��o. 88 00:06:28,613 --> 00:06:32,012 Seu movimento parece fazer a tomada retroceder. 89 00:06:32,113 --> 00:06:35,245 Ao faz�-lo, os verdadeiros interlocutores s�o revelados. 90 00:06:35,346 --> 00:06:38,346 Eles estiveram atr�s da imagem o tempo todo. 91 00:06:38,880 --> 00:06:41,379 E por que voc� est� questionando o meu trabalho? 92 00:06:41,480 --> 00:06:42,845 N�o estou lhe dizendo como voc� deve fazer o papel! 93 00:06:42,946 --> 00:06:43,912 Como se pudesse... 94 00:06:44,013 --> 00:06:46,745 Ele n�o o ensina a interpretar o papel. 95 00:06:46,846 --> 00:06:48,929 Uma encena��o wellesiana. 96 00:06:49,030 --> 00:06:52,830 Uma cena que n�o soaria estranha em seu filme �A Marca da Maldade�. 97 00:06:57,913 --> 00:07:00,662 Essa cena de �Garotas�, de C�line Sciamma, 98 00:07:00,763 --> 00:07:03,729 combina encena��es nos eixos X e Z. 99 00:07:03,833 --> 00:07:06,345 Primeiro vem um radical eixo Z. 100 00:07:06,446 --> 00:07:09,746 A a��o vem diretamente de encontro � lente. 101 00:07:12,580 --> 00:07:15,380 Em seguida estamos no interior, numa escada. 102 00:07:18,580 --> 00:07:21,485 Mas, em seguida, esse corte para a garota e a parede, 103 00:07:21,586 --> 00:07:23,753 que bloqueia o pano de fundo. 104 00:07:25,413 --> 00:07:26,846 E o garoto chega. 105 00:07:27,646 --> 00:07:31,380 E novamente estamos em esquerda- -direita, como o casal japon�s. 106 00:07:36,046 --> 00:07:39,380 E a�, quando se beijam, as luzes se apagam, 107 00:07:40,239 --> 00:07:42,488 e praticamente n�o conseguimos ver nada. 108 00:07:42,748 --> 00:07:45,314 O diretor Jean-Luc Godard disse que a escurid�o 109 00:07:45,415 --> 00:07:48,148 � o �fora do quadro por outros meios�. 110 00:08:04,873 --> 00:08:08,340 E, quando a luz se acende de novo, ouvimos vozes. 111 00:08:12,107 --> 00:08:14,806 O casal n�o quer ser visto por essas pessoas. 112 00:08:14,907 --> 00:08:18,640 Elas est�o fora do quadro, outro tipo de encena��o. 113 00:08:25,773 --> 00:08:27,572 Essa cena mostra o qu�o eficaz 114 00:08:27,673 --> 00:08:30,440 o fora de quadro pode ser para a encena��o. 115 00:08:32,107 --> 00:08:36,506 Jovens espalhados � beira de uma piscina no eixo X. 116 00:08:36,607 --> 00:08:39,539 Uma casa antiga como pano de fundo teatral. 117 00:08:39,640 --> 00:08:42,573 Ouvimos uma briga vindo da casa. 118 00:08:42,940 --> 00:08:45,227 O personagem interpretado por Tom Hiddleston 119 00:08:45,328 --> 00:08:48,962 est� tomando uma bronca do pai, por ter batido com seu carro. 120 00:08:50,823 --> 00:08:53,106 Eu me importo porque o carro foi inutilizado 121 00:08:53,207 --> 00:08:55,739 e quatro vidas correram perigo! 122 00:08:55,840 --> 00:08:59,307 As pessoas ao redor da piscina t�m sua parcela de culpa. 123 00:08:59,707 --> 00:09:02,873 O pai que est� gritando poderia estar culpando-as. 124 00:09:04,007 --> 00:09:06,673 Voc� � um mimadinho indigno! 125 00:09:07,840 --> 00:09:09,506 N�o quero voltar a v�-lo! 126 00:09:09,607 --> 00:09:13,339 Se voc� me bater, eu baterei em voc�, t� bem? 127 00:09:13,440 --> 00:09:17,640 Nossos olhos est�o livres para vagar por esse palco externo. 128 00:09:37,640 --> 00:09:40,139 Falar em mover os olhos atrav�s de um palco 129 00:09:40,240 --> 00:09:45,907 parece soar como coreografia, e a encena��o � um tipo disso. 130 00:09:47,873 --> 00:09:52,239 Esse filme argentino sobre uma famosa poeta/freira do s�culo 17 131 00:09:52,340 --> 00:09:55,507 � um bom exemplo de encena��o coreografada. 132 00:09:55,978 --> 00:09:59,445 As freiras est�o votando, mas movem-se como cobras. 133 00:10:04,107 --> 00:10:06,473 Em seguida, corta para uma tomada de grua � esquerda. 134 00:10:07,873 --> 00:10:09,639 Uma fileira move-se para a esquerda, 135 00:10:09,740 --> 00:10:13,373 mas outras est�o descendo pelas escadas, movendo-se para a direita. 136 00:10:14,807 --> 00:10:16,672 A diretora Maria Lu�sa Bemberg 137 00:10:16,773 --> 00:10:20,940 faz a encena��o como se fosse uma rotina de dan�a teatral. 138 00:10:32,607 --> 00:10:34,040 E que tal essa? 139 00:10:34,407 --> 00:10:35,706 Estamos na Ucr�nia. 140 00:10:35,807 --> 00:10:39,340 Um menino corre em c�mera lenta ao longo do eixo X. 141 00:10:39,773 --> 00:10:42,940 Os fazendeiros ceifando s�o coreografados em conjunto. 142 00:10:49,527 --> 00:10:50,972 E de novo. 143 00:10:51,073 --> 00:10:53,940 A estepe como um vasto palco. 144 00:10:57,373 --> 00:10:59,806 A diretora Yuliya Solntseva contrasta 145 00:10:59,907 --> 00:11:03,223 o mundo dos trabalhadores, ceifando flores selvagens, 146 00:11:03,536 --> 00:11:06,775 com o menino livre, que passa correndo por eles. 147 00:11:07,927 --> 00:11:11,561 Ainda n�o lhe pertence o rigor encenado da vida adulta. 148 00:11:25,006 --> 00:11:28,740 Aqui, v�rios elementos da encena��o se unem. 149 00:11:29,240 --> 00:11:34,340 Os codiretores Agn�s Varda e JR est�o sentados em cont�ineres. 150 00:11:34,673 --> 00:11:38,240 Eles observam uma obra de arte que fizeram sendo montada. 151 00:11:38,873 --> 00:11:44,273 � como se os artistas observassem empilhadeiras dan�ando no palco. 152 00:11:44,740 --> 00:11:46,572 Eles fotografaram as esposas dos estivadores, 153 00:11:46,673 --> 00:11:49,373 e as imagens imensas est�o se materializando. 154 00:11:49,973 --> 00:11:53,539 A�, no ritmo da m�sica, esse corte... 155 00:11:53,640 --> 00:11:57,606 e a c�mera sobe e a empilhadeira est� planando. 156 00:12:04,073 --> 00:12:07,039 E � como se Agn�s conduzisse todo esse movimento, 157 00:12:07,140 --> 00:12:08,806 toda essa encena��o. 158 00:12:09,206 --> 00:12:13,206 E agora, plataformas inteiras parecem dan�ar ao redor deles. 159 00:12:18,740 --> 00:12:21,240 Uma sequ�ncia magistralmente encenada. 160 00:12:27,619 --> 00:12:30,739 Mulheres-totem, sim. Mas audaciosas tamb�m. 161 00:12:30,840 --> 00:12:35,073 Preparadas para sentar-se dentro de seus pr�prios cora��es. 162 00:12:55,773 --> 00:12:58,372 A influ�ncia do teatro na iconografia cinematogr�fica 163 00:12:58,473 --> 00:13:01,539 � ainda mais acentuada em um filme como esse, 164 00:13:01,640 --> 00:13:04,006 �The Girls� de Mai Zetterling. 165 00:13:06,631 --> 00:13:09,931 Um grupo est� em viagem para o norte da Su�cia. 166 00:13:10,406 --> 00:13:12,340 Um corredor em eixo Z. 167 00:13:14,473 --> 00:13:16,340 Uma mulher abre uma porta 168 00:13:20,706 --> 00:13:24,106 e nos desvenda o espa�o mais teatral at� o momento. 169 00:13:27,173 --> 00:13:30,906 As roupas s�o despidas como se as pessoas fossem interligadas. 170 00:13:31,540 --> 00:13:34,239 O filme de Zetterling � sobre esse tipo de interconex�o, 171 00:13:34,340 --> 00:13:37,140 sobre como a experi�ncia pode ser coletiva. 172 00:13:38,206 --> 00:13:42,540 N�o indiv�duos, mas uma companhia se entrecruzando no quarto. 173 00:13:52,506 --> 00:13:56,572 E, finalmente, veja esse complexo entrecruzar, 174 00:13:56,673 --> 00:13:58,272 essa encena��o. 175 00:13:58,373 --> 00:14:00,872 Uma tomada de oito minutos e meio. 176 00:14:00,973 --> 00:14:03,140 A tomada final do filme. 177 00:14:04,773 --> 00:14:05,939 Um quarto. 178 00:14:06,040 --> 00:14:08,273 A borda da cama est� � esquerda. 179 00:14:12,106 --> 00:14:14,273 Mas de onde v�m as vozes? 180 00:14:22,651 --> 00:14:24,851 E de onde emana o choro? 181 00:14:28,288 --> 00:14:30,122 A� n�s vemos essa mulher... 182 00:14:36,273 --> 00:14:39,873 e notamos que h� um espa�o � esquerda da tomada. 183 00:14:40,273 --> 00:14:41,840 E atr�s da tomada. 184 00:14:42,440 --> 00:14:44,973 O espa�o est� se reavivando. 185 00:14:56,106 --> 00:14:58,940 Em seguida, a mulher abre a porta do arm�rio. 186 00:14:59,573 --> 00:15:02,206 O espelho nos mostra quem est� na cama. 187 00:15:02,573 --> 00:15:05,673 O personagem principal do filme, Stefan Zweig. 188 00:15:06,312 --> 00:15:07,546 Ele est� morto. 189 00:15:16,606 --> 00:15:22,039 A� as pessoas saem e, genialmente, a porta vira ainda mais, 190 00:15:22,140 --> 00:15:25,173 como se estivesse fazendo uma panor�mica em tomada est�tica, 191 00:15:27,273 --> 00:15:32,073 e vemos outra porta, a porta que sai do quarto, do filme. 192 00:15:39,263 --> 00:15:40,795 Encena��o em profundidade. 193 00:15:40,896 --> 00:15:46,229 Eixo Z, eixo X e a geometria no meio deles. 194 00:15:46,763 --> 00:15:50,596 Um momento comovente, espetacularmente encenado. 195 00:16:21,596 --> 00:16:23,728 Para onde v�o essas pessoas? 196 00:16:23,829 --> 00:16:27,595 Nosso pr�ximo cap�tulo faz a mesma pergunta. 197 00:16:27,696 --> 00:16:31,429 10 - JORNADA 198 00:16:34,396 --> 00:16:38,328 Vimos como filmes s�o estabelecidos e como eles s�o visualizados. 199 00:16:38,429 --> 00:16:41,128 Mas o cinema � feito de quadros em movimento, claro. 200 00:16:41,229 --> 00:16:42,795 As pessoas se movem nele. 201 00:16:42,896 --> 00:16:45,062 Elas partem em jornadas. 202 00:16:47,829 --> 00:16:50,595 Como se faz uma boa jornada no cinema? 203 00:16:50,696 --> 00:16:52,896 Como elas funcionam no cinema? 204 00:16:53,829 --> 00:16:57,229 Algumas das jornadas mais simples do cinema s�o m�gicas. 205 00:17:07,929 --> 00:17:11,696 Voltamos a �The Enchanted Desna�, de Yuliya Solntseva. 206 00:17:13,296 --> 00:17:18,462 Um menino, uma �rvore, m�sica suave, como o suave cheiro da flor. 207 00:17:20,162 --> 00:17:23,895 A c�mera de Solntseva enxerga as �rvores como um devaneio. 208 00:17:23,996 --> 00:17:28,095 O menino pausa para ver tudo, em seguida parte. 209 00:17:28,196 --> 00:17:30,062 Sua jornada tem in�cio. 210 00:17:33,429 --> 00:17:35,802 Ele � como a Polegarzinha de Lotte Reiniger, 211 00:17:35,903 --> 00:17:38,496 encantada pela sinfonia da natureza. 212 00:17:44,696 --> 00:17:47,362 Mas aqui Reiniger acrescenta um novo elemento. 213 00:17:48,462 --> 00:17:50,762 A borboleta puxa a garota. 214 00:17:51,262 --> 00:17:54,595 Uma personagem � puxada para uma jornada, ou empurrada? 215 00:17:54,696 --> 00:17:56,262 Ou ambos? 216 00:18:11,396 --> 00:18:14,895 A pequena Nana, que vimos antes brincando com um coelho morto, 217 00:18:14,996 --> 00:18:16,728 agora est� na estrada. 218 00:18:16,829 --> 00:18:20,196 Sua m�e desapareceu, mas n�o sabemos para onde. 219 00:18:20,862 --> 00:18:24,395 A Polegarzinha foi puxada, mas talvez Nana seja empurrada, 220 00:18:24,496 --> 00:18:28,762 para encontrar comida, agora que sua m�e n�o lhe d� mais nada. 221 00:18:30,829 --> 00:18:33,129 Estamos est�ticos atr�s dela. 222 00:18:34,696 --> 00:18:38,796 A diretora Val�rie Massadian foi assistente da fot�grafa Nan Goldin, 223 00:18:40,029 --> 00:18:43,162 e aqui � como se ela estivesse tirando uma s�rie de fotos. 224 00:18:43,629 --> 00:18:46,272 Nana pula por cima do fosso e nos faz rir, 225 00:18:46,373 --> 00:18:48,640 mas tamb�m existe um risco nele. 226 00:18:49,829 --> 00:18:52,662 Uma dica dos perigos das jornadas. 227 00:18:54,129 --> 00:18:57,128 Como ele p�de ter feito isso, se s� consertou os ossos? 228 00:18:57,229 --> 00:19:00,296 Ele � muito flex�vel. �timo. 229 00:19:04,962 --> 00:19:06,861 Fant�stico, incr�vel! 230 00:19:06,962 --> 00:19:10,028 O genial �S�ndrome Ast�nica�, de Kira Muratova, 231 00:19:10,129 --> 00:19:12,095 tem v�rias dessas jornadas. 232 00:19:12,196 --> 00:19:15,629 Aqui, uma mulher em p� balan�a. 233 00:19:16,496 --> 00:19:19,796 Que conversa � essa? 234 00:19:21,029 --> 00:19:22,995 O �nibus chegou. 235 00:19:23,096 --> 00:19:25,561 De novo com essas flores secas. 236 00:19:25,662 --> 00:19:27,562 Sobe em um bonde. 237 00:19:28,062 --> 00:19:30,262 Voc� n�o vai conseguir. Essa � a �ltima parada. 238 00:19:30,996 --> 00:19:32,762 Uma viajante solit�ria. 239 00:19:33,829 --> 00:19:38,368 Nessa tomada, os sons eletr�nicos e as sombras do bonde 240 00:19:38,469 --> 00:19:41,207 fazem-nos sentir como se estiv�ssemos dentro de sua cabe�a. 241 00:19:48,262 --> 00:19:51,862 � o ve�culo que se movimenta ou � o sol? 242 00:20:20,096 --> 00:20:23,728 Em seguida, um empurr�o igual, e ao contr�rio, para descer do bonde. 243 00:20:23,829 --> 00:20:26,961 -Ajude-me. -Permita-me, senhorita. 244 00:20:27,062 --> 00:20:28,861 Ela est� com raiva das pessoas... 245 00:20:28,962 --> 00:20:30,928 -Ajude-me. -Vai. 246 00:20:31,029 --> 00:20:32,529 E da modernidade. 247 00:20:39,860 --> 00:20:41,327 Em seguida, trilhos. 248 00:20:52,960 --> 00:20:55,076 Aguardando uma nova jornada? 249 00:20:55,273 --> 00:20:58,055 E ela fica em p�, balan�ando de novo. 250 00:20:58,156 --> 00:21:01,156 O mundo a empurra rumo ao desespero. 251 00:21:26,062 --> 00:21:29,061 Nesse filme pouco visto de Marva Nabili, 252 00:21:29,162 --> 00:21:33,062 ela recusa-se a se casar e tira o len�o debaixo da chuva. 253 00:21:35,603 --> 00:21:37,761 Ela segue seu pr�prio caminho. 254 00:21:37,862 --> 00:21:41,328 Carrega folhas como se fossem as asas de anjos. 255 00:21:43,795 --> 00:21:46,203 J� se passaram 34 minutos de proje��o, 256 00:21:46,304 --> 00:21:48,394 mas ainda n�o vimos seu rosto. 257 00:21:48,495 --> 00:21:50,595 Uma viajante misteriosa. 258 00:22:10,328 --> 00:22:12,762 -Qual o problema? -Tenho de deixar entrar ar frio. 259 00:22:13,256 --> 00:22:16,056 Mikey e Nicky s�o bem menos misteriosos. 260 00:22:16,157 --> 00:22:19,227 E h� dois deles. Dois na estrada. 261 00:22:19,328 --> 00:22:21,327 Est�o partindo em uma jornada. 262 00:22:21,428 --> 00:22:26,394 Como Nana e a mulher iraniana, s�o empurrados do quarto de hotel. 263 00:22:26,495 --> 00:22:28,261 Algu�m os persegue. 264 00:22:29,161 --> 00:22:30,927 -Vamos. -Voc� vai acordar todo mundo. 265 00:22:31,028 --> 00:22:33,027 Por onde, escada ou elevador? 266 00:22:33,128 --> 00:22:34,594 Elevador. 267 00:22:34,695 --> 00:22:35,994 Escada. Vamos! 268 00:22:36,095 --> 00:22:37,995 Elevador ou escada? 269 00:22:39,361 --> 00:22:42,294 Elaine May nos mostra a ansiedade da partida, 270 00:22:42,395 --> 00:22:44,160 a indecis�o de come�ar, 271 00:22:44,261 --> 00:22:46,661 um come�o de jornada acidentado. 272 00:22:59,428 --> 00:23:01,260 -Voc� � rid�culo. -Voc� sairia primeiro? 273 00:23:01,361 --> 00:23:04,260 -Sim, eu saio primeiro. -Voc� vai sair primeiro? 274 00:23:04,361 --> 00:23:08,228 Sim, eu saio primeiro. Mas n�o tem ningu�m l�. 275 00:23:08,561 --> 00:23:09,894 Eu sou o �nico que sabe que voc� est� aqui. 276 00:23:09,995 --> 00:23:13,228 -Ent�o por que n�o sai primeiro? -Eu vou sair primeiro. 277 00:23:20,995 --> 00:23:22,827 Outra dupla na estrada. 278 00:23:22,928 --> 00:23:24,958 Eles t�m vinho e flores. 279 00:23:25,059 --> 00:23:26,626 Como vimos antes, 280 00:23:26,727 --> 00:23:29,627 ela � de classe m�dia e ele de classe oper�ria. 281 00:23:31,095 --> 00:23:33,728 Uma trombeta soa a desaprova��o desse homem. 282 00:23:39,595 --> 00:23:41,495 Agora est�o de m�os dadas, 283 00:23:51,161 --> 00:23:53,895 mas um pintor tamb�m os desdenha. 284 00:24:02,261 --> 00:24:04,528 Em seguida esse homem, um contrabaixo. 285 00:24:05,798 --> 00:24:07,360 Um padr�o se constr�i. 286 00:24:07,461 --> 00:24:09,561 A cidade toda os julga. 287 00:24:11,961 --> 00:24:14,927 Est�o em exposi��o, uma jornada moral. 288 00:24:15,028 --> 00:24:18,361 S�o rebeldes sociais. Bonnie e Clyde. 289 00:24:19,728 --> 00:24:21,513 A jornada os une. 290 00:24:21,614 --> 00:24:23,947 A viagem � uma esp�cie de cola. 291 00:25:05,228 --> 00:25:06,794 Para al�m de empurrar e puxar, 292 00:25:06,895 --> 00:25:10,095 para al�m das aventuras solit�rias e de duplas nas estradas, 293 00:25:11,295 --> 00:25:14,227 h� um dos grandes tropos do cinema de entretenimento, 294 00:25:14,328 --> 00:25:16,028 a cena de persegui��o. 295 00:25:17,528 --> 00:25:20,394 A persegui��o dinamiza o eixo X. 296 00:25:20,495 --> 00:25:23,261 E isso desde o come�o do cinema. 297 00:25:24,593 --> 00:25:28,059 Alice Guy-Blach� foi uma das primeiras diretoras, 298 00:25:28,160 --> 00:25:30,159 das primeiras diretoras de fic��o, 299 00:25:30,260 --> 00:25:35,326 e foi diretora art�stica do maior est�dio pr�-Hollywood dos EUA. 300 00:25:35,427 --> 00:25:39,108 Aqui ela mostra um cachorro que roubou v�rias salsichas. 301 00:25:39,209 --> 00:25:40,609 Algu�m o persegue. 302 00:25:40,710 --> 00:25:42,186 E a� outra pessoa. 303 00:25:42,287 --> 00:25:45,587 Em seguida, metade da cidade. Eles est�o furiosos. 304 00:25:49,515 --> 00:25:51,549 E a� o cachorro pula por uma janela. 305 00:25:53,749 --> 00:25:55,881 Uma mulher estava tirando as penas de um ganso. 306 00:25:55,982 --> 00:25:58,015 Ela ignora o que est� prestes a arrebat�-la. 307 00:25:59,815 --> 00:26:01,749 A sociedade em persegui��o. 308 00:26:06,049 --> 00:26:08,215 As penas por todos os lados. 309 00:26:14,515 --> 00:26:16,248 O ganso se transforma na arma dela. 310 00:26:16,349 --> 00:26:17,782 Caos. 311 00:26:19,015 --> 00:26:22,449 Uma boa persegui��o � cheia dele. Ela cresce. 312 00:26:23,815 --> 00:26:26,749 Encontra obst�culos e acaba com os obst�culos. 313 00:26:32,702 --> 00:26:34,935 Agora estamos em um trilho. 314 00:26:37,015 --> 00:26:38,715 O que poderia dar errado? 315 00:27:09,549 --> 00:27:11,414 Em seu primeiro filme como diretora, 316 00:27:11,515 --> 00:27:15,682 Kinuyo Tanaka nos brindou com uma persegui��o lenta e emotiva. 317 00:27:17,482 --> 00:27:19,248 Um homem procura uma mulher. 318 00:27:19,349 --> 00:27:22,982 Ele soube que ela usa um conjunto xadrez e luvas brancas. 319 00:27:24,982 --> 00:27:28,182 O vislumbre de tal conjunto por tr�s. Seria ela? 320 00:27:38,215 --> 00:27:42,281 Eles chegam � esta��o. O conjunto de novo. E as luvas. 321 00:27:42,382 --> 00:27:44,049 Com certeza � ela. 322 00:28:05,231 --> 00:28:06,247 Michiko! 323 00:28:06,348 --> 00:28:10,148 Em seguida, ela est� num trem e vira a cabe�a. � ela. 324 00:28:10,782 --> 00:28:12,015 Michiko! 325 00:28:17,548 --> 00:28:19,014 Ela abandona sua jornada. 326 00:28:19,115 --> 00:28:21,082 Eles se impelem um para o outro. 327 00:28:30,082 --> 00:28:32,214 Em seguida, essa tomada lateral dele. 328 00:28:32,315 --> 00:28:35,481 Ela entra no quadro e, de repente, n�s estamos dentro do trem, 329 00:28:35,582 --> 00:28:38,447 e aquela bela porta a bloqueia por um instante, 330 00:28:38,548 --> 00:28:40,315 em seguida, o trem parte. 331 00:28:40,948 --> 00:28:44,715 Uma pequena aula magna de como filmar uma persegui��o. 332 00:28:54,082 --> 00:28:57,381 83 anos ap�s o cachorro correndo com as salsichas, 333 00:28:57,482 --> 00:29:01,182 Kathryn Bigelow aproveitou v�rias de suas ideias visuais. 334 00:29:02,982 --> 00:29:05,214 Um sujeito segurando uma mangueira � derrubado. 335 00:29:05,315 --> 00:29:07,148 A c�mera corre com eles. 336 00:29:10,082 --> 00:29:13,047 Uma bicicleta, um caminh�o, como o trem de Guy-Blach�, 337 00:29:13,148 --> 00:29:14,648 outras duas bicicletas. 338 00:29:18,715 --> 00:29:20,747 Diversos cortes. C�mera na m�o. 339 00:29:20,848 --> 00:29:22,948 A vida como um curso de ataque. 340 00:29:26,848 --> 00:29:30,648 Em seguida, entra numa casa com uma mulher como a do ganso. 341 00:29:34,915 --> 00:29:36,714 Chicotes e mais corrida. 342 00:29:36,815 --> 00:29:39,247 S�o quantas portas, paredes e becos at� agora? 343 00:29:39,348 --> 00:29:41,248 Uma d�zia? Mais? 344 00:29:55,960 --> 00:29:58,815 O vidro � estilha�ado. Outra mulher do ganso. 345 00:30:02,348 --> 00:30:05,382 Uma persegui��o � como uma vida em rota��o r�pida. 346 00:30:13,492 --> 00:30:17,657 Viajantes solos, duplos, persegui��es. 347 00:30:17,758 --> 00:30:21,757 Essas estradas nos levam, claro, para os carros no cinema, 348 00:30:21,858 --> 00:30:23,824 em especial no cinema americano. 349 00:30:23,925 --> 00:30:26,857 Um carro � como uma c�mera. 350 00:30:26,958 --> 00:30:31,592 Mais uma vez, a base vem do cinema mudo. 351 00:30:32,499 --> 00:30:36,198 A pioneira escritora-diretora- -produtora canadense Nell Shipman 352 00:30:36,299 --> 00:30:39,999 amava carros e adorava filmar externas. 353 00:30:40,365 --> 00:30:42,840 D�cadas antes do programa �Top Gear�, 354 00:30:42,941 --> 00:30:45,641 ela codirigiu uma cena assim. 355 00:30:46,999 --> 00:30:48,731 Um carro como aventureiro, 356 00:30:48,832 --> 00:30:51,464 um brinquedo testado at� a destrui��o. 357 00:30:51,565 --> 00:30:55,132 O ato de dirigir como um teste de vontade e de coragem. 358 00:31:24,165 --> 00:31:28,298 Nessa cena de �Docinho da Am�rica�, de Andrea Arnold, em contraste, 359 00:31:28,399 --> 00:31:30,764 o carro � um lugar seguro. 360 00:31:30,865 --> 00:31:33,564 Um quarto e um reduto sobre rodas. 361 00:31:33,665 --> 00:31:37,199 uma alcova onde voc� encontra com os amigos para falar e rir. 362 00:31:38,732 --> 00:31:41,398 Um microcosmo, uma carona roqueira. 363 00:31:41,499 --> 00:31:43,498 Yeah, yeah 364 00:31:43,599 --> 00:31:45,431 Eu tiro da lama 365 00:31:45,532 --> 00:31:47,498 Yeah, yeah, yeah 366 00:31:47,599 --> 00:31:49,464 Veja como eu quebro meu pulso 367 00:31:49,565 --> 00:31:51,264 Fa�o esse chicote de �gua 368 00:31:51,365 --> 00:31:53,031 Estico-o e o viro 369 00:31:53,132 --> 00:31:55,032 S� penso nas batatinhas 370 00:31:55,632 --> 00:31:58,631 Os pensamentos dos jovens de Arnold logo se viram para o sexo, 371 00:31:58,732 --> 00:32:01,431 assim como os de muitos viajantes em carros no cinema. 372 00:32:01,532 --> 00:32:05,332 Os carros eram comercializados como m�quinas de sexo. 373 00:32:10,365 --> 00:32:12,264 No primeiro longa de Kathryn Bigelow, 374 00:32:12,365 --> 00:32:14,331 codirigido por Monty Montgomery, 375 00:32:14,432 --> 00:32:18,332 essa cena disseca o aspecto visual dos carros. 376 00:32:20,233 --> 00:32:21,992 Um carro quebrado. 377 00:32:22,093 --> 00:32:24,198 Um momento arquet�pico de jornadas. 378 00:32:24,299 --> 00:32:27,199 Sua porta aberta enquadra o motociclista. 379 00:32:28,865 --> 00:32:30,532 � o Willem Dafoe. 380 00:32:33,093 --> 00:32:34,560 A c�mera faz um tracking. 381 00:32:38,032 --> 00:32:41,099 Vemos uma mulher. Ela fecha a porta. 382 00:32:41,965 --> 00:32:44,332 Ela est� enquadrada, assim como ele. 383 00:32:45,499 --> 00:32:48,432 Os olhos dela o seguem em torno da casa de vidro. 384 00:32:49,774 --> 00:32:51,607 Os p�s dele... 385 00:32:53,099 --> 00:32:56,899 Eu podia jurar que os pneus desses carros se trocavam sozinhos. 386 00:32:58,165 --> 00:32:59,264 �. 387 00:32:59,365 --> 00:33:02,264 A�, um espelho lateral permite que ela o veja. 388 00:33:02,365 --> 00:33:05,064 O carro � como uma cabine. Em seguida, a m�o dele. 389 00:33:05,165 --> 00:33:07,599 Quer me dar as chaves do porta-malas? 390 00:33:08,032 --> 00:33:11,499 Um instante depois, o primeiro olhar trocado entre os dois. 391 00:33:13,932 --> 00:33:17,531 Em seguida, estamos dentro do carro, o local seguro dela. 392 00:33:17,632 --> 00:33:20,997 O espa�o de vis�o dela, a porta os separa... 393 00:33:21,098 --> 00:33:22,731 N�o vou ficar esperando o trem. 394 00:33:22,832 --> 00:33:24,597 como um guich� de compra de passagens. 395 00:33:25,298 --> 00:33:29,298 � como se ele estivesse vendendo, ou ela. 396 00:33:42,565 --> 00:33:44,532 A� ele vai embora de novo, 397 00:33:45,798 --> 00:33:48,965 mas ela usa o retrovisor para olhar para tr�s. 398 00:33:53,098 --> 00:33:55,631 Pulamos para Buenos Aires 399 00:33:55,732 --> 00:33:59,565 e o filme �Chuva�, da diretora argentina Paula Hern�ndez. 400 00:34:00,198 --> 00:34:02,698 Essa mulher est� morando em seu carro. 401 00:34:04,798 --> 00:34:07,748 Um lugar de seguran�a de novo, depois da chuva. 402 00:34:07,882 --> 00:34:09,464 Uma lanchonete. 403 00:34:09,565 --> 00:34:11,064 Ela est� presa no tr�nsito, 404 00:34:11,165 --> 00:34:13,997 mas uma como��o tem in�cio, e ela olha para todos os lados. 405 00:34:14,098 --> 00:34:16,148 O carro, novamente, � uma casa de vidro. 406 00:34:16,249 --> 00:34:18,282 Mas a� ocorre uma viola��o. 407 00:34:23,973 --> 00:34:27,064 A necessidade de seguran�a dele parece maior do que a dela. 408 00:34:27,165 --> 00:34:28,664 Ela sente medo. 409 00:34:28,765 --> 00:34:31,465 O carro n�o protege tanto quanto ela imaginava. 410 00:34:33,165 --> 00:34:35,498 Ser� que agora ser�o dois na estrada? 411 00:34:45,698 --> 00:34:46,931 Em �O Bababook�, 412 00:34:47,032 --> 00:34:50,897 Jennifer Kent empurra a ansiedade automotiva ao limite. 413 00:34:50,998 --> 00:34:53,231 Uma mulher respira com dificuldade. 414 00:34:53,332 --> 00:34:57,631 Em seguida, vidros quebrados, e luzes se movendo ao redor. 415 00:34:57,732 --> 00:35:00,032 Ela � uma esp�cie de astronauta. 416 00:35:11,526 --> 00:35:15,056 Virando ao ritmo de seus temores. Incr�dula. 417 00:35:15,157 --> 00:35:16,957 Ela v� seu homem. 418 00:35:17,298 --> 00:35:20,398 E sobrev�m a luz branca... da morte? 419 00:35:20,832 --> 00:35:23,098 Em seguida, de alguma forma, ela est� caindo. 420 00:35:24,132 --> 00:35:25,664 Foi um pesadelo? 421 00:35:25,765 --> 00:35:27,832 A jornada como pesadelo? 422 00:35:28,865 --> 00:35:30,066 M�e! 423 00:35:31,032 --> 00:35:34,965 Sim, parcialmente. Mas o contr�rio tamb�m. 424 00:35:35,332 --> 00:35:39,631 As jornadas que vimos tiveram ansiedade, desd�m, fantasia, 425 00:35:39,732 --> 00:35:43,046 adrenalina, brincadeira e terror. 426 00:35:43,147 --> 00:35:46,731 Jornadas cinematogr�ficas querem tocar seu inconsciente. 427 00:35:46,832 --> 00:35:49,297 � isso que a Polegarzinha faz, 428 00:35:49,398 --> 00:35:52,897 e o que o menino ucraniano nas �rvores tamb�m tem como alvo: 429 00:35:52,998 --> 00:35:55,931 O m�tico, o nacionalista, quem sabe. 430 00:35:56,032 --> 00:35:57,826 Algo fora do mundo. 431 00:35:57,927 --> 00:36:02,627 Nossos �ltimos tr�s exemplos tocam nessas coisas. 432 00:36:03,398 --> 00:36:06,997 Nessa cena, Claire Denis nos mostra um condutor de trem. 433 00:36:07,098 --> 00:36:10,331 Estamos � direita da cabe�a dele, e em seguida vem um t�nel, 434 00:36:10,432 --> 00:36:12,264 e estamos � esquerda da cabe�a dele. 435 00:36:12,365 --> 00:36:14,731 E a� aparece um cavalo nos trilhos. 436 00:36:14,832 --> 00:36:18,164 N�o exatamente, porque ele est� montado no cavalo. 437 00:36:18,265 --> 00:36:19,781 Com sua filha. 438 00:36:20,061 --> 00:36:24,197 Ent�o, essa � uma lembran�a, uma imagem on�rica. 439 00:36:24,298 --> 00:36:27,198 A rela��o deles t�m sido dif�cil, mas tenra. 440 00:36:34,328 --> 00:36:36,348 Em seguida, estamos de volta no trem. 441 00:36:36,449 --> 00:36:38,749 O devaneio acabou. 442 00:36:39,965 --> 00:36:43,432 �s vezes precisamos fugir das pr�prias jornadas. 443 00:36:44,165 --> 00:36:46,065 Ou elas podem nos hipnotizar. 444 00:36:47,298 --> 00:36:49,332 Especialmente as vazias. 445 00:37:01,132 --> 00:37:03,931 Aqui, Kelly Reichardt nos mostra uma jovem 446 00:37:04,032 --> 00:37:06,898 que acaba de visitar a mulher por quem est� se apaixonando. 447 00:37:08,498 --> 00:37:10,064 Houve pouca reciprocidade. 448 00:37:10,165 --> 00:37:12,731 Ela est� em seu carro, o lugar seguro, 449 00:37:12,832 --> 00:37:14,698 sua casa de vidro, dirigindo. 450 00:37:19,898 --> 00:37:23,925 A c�mera est� nela. N�o acontece muita coisa. 451 00:37:24,432 --> 00:37:28,064 Ela talvez esteja se recuperando, esperando que o caminho, 452 00:37:28,165 --> 00:37:31,808 que a cena que se passa em ondas, 453 00:37:32,528 --> 00:37:34,394 a hipnotize. 454 00:37:44,965 --> 00:37:48,131 Para al�m da excita��o. ou do medo de viajar, 455 00:37:48,232 --> 00:37:52,565 Reichardt nos mostra a quietude, uma de suas assinaturas. 456 00:38:07,518 --> 00:38:09,268 Uma �ltima cena. 457 00:38:09,418 --> 00:38:13,184 � sobre o rescaldo de uma viagem, sobre o que sobrou. 458 00:38:13,732 --> 00:38:16,312 Uma fam�lia de n�mades est� seguindo caminho. 459 00:38:16,413 --> 00:38:18,913 Seu yurt deixou um c�rculo na relva, 460 00:38:19,014 --> 00:38:21,147 e eles est�o fazendo uma oferenda nele. 461 00:38:22,232 --> 00:38:25,598 A jornada deixa para tr�s o fantasma de onde estiveram. 462 00:38:25,932 --> 00:38:28,465 O rosto ansioso de uma das filhas. 463 00:38:30,065 --> 00:38:32,865 A ansiedade que Mikey e Nicky sentiram. 464 00:38:40,265 --> 00:38:43,965 Em seguida, eles se perdem na paisagem, como a Polegarzinha. 465 00:38:45,704 --> 00:38:47,731 O que mais eles deixar�o para tr�s? 466 00:38:47,832 --> 00:38:49,531 Que pele descamar�o? 467 00:38:49,632 --> 00:38:53,598 Em que a menina se transformar� no novo lugar para onde ir�o? 468 00:38:58,627 --> 00:39:00,510 Como ela se transformar�? 469 00:39:00,699 --> 00:39:02,799 O que ela descobrir�? 470 00:39:13,965 --> 00:39:17,098 11 - DESCOBERTA 471 00:39:20,665 --> 00:39:23,164 Alguns dos momentos mais famosos do cinema 472 00:39:23,265 --> 00:39:25,031 s�o sobre descobertas. 473 00:39:26,298 --> 00:39:29,830 Luke Skywalker descobre que Darth Vader � seu pai. 474 00:39:29,931 --> 00:39:34,465 Descobrimos o que � Rosebud ao final do �Cidad�o Kane� de Welles. 475 00:39:35,431 --> 00:39:39,164 Mas, para al�m dos momentos famosos, h� muita humanidade, 476 00:39:39,265 --> 00:39:41,931 engenho e insight na descoberta. 477 00:39:42,365 --> 00:39:44,864 H� aprendizados e encontros ao longo de nossas vidas, 478 00:39:44,965 --> 00:39:51,165 portanto vejamos exemplos da inf�ncia, maturidade e velhice. 479 00:39:51,798 --> 00:39:53,131 Primeiro a inf�ncia. 480 00:39:59,398 --> 00:40:03,231 Essas duas irm�s t�m economizado dinheiro em seu cofrinho. 481 00:40:03,665 --> 00:40:06,264 Closes. Luz natural. 482 00:40:06,365 --> 00:40:07,697 Telefoto. 483 00:40:07,798 --> 00:40:11,730 A mais nova gastou uma moeda grande, recebendo outras pequenas. 484 00:40:11,831 --> 00:40:15,249 Ela acha que descobriu algo que o mundo desconhece. 485 00:40:15,350 --> 00:40:19,216 Ela n�o se d� conta que as moedinhas valem bem menos. 486 00:40:19,317 --> 00:40:21,140 O naturalismo delas. 487 00:40:21,241 --> 00:40:23,341 Sua alegria na descoberta. 488 00:40:24,798 --> 00:40:28,498 Elas economizam dinheiro para que sua m�e volte pra casa. 489 00:40:31,374 --> 00:40:33,698 Uau, j� temos um mont�o. 490 00:40:42,198 --> 00:40:44,364 Esse menino � s� um pouco mais velho, 491 00:40:44,465 --> 00:40:46,664 mas ele est� num mundo bem diferente. 492 00:40:46,765 --> 00:40:48,498 Um mundo surreal. 493 00:40:50,698 --> 00:40:53,365 Ele � como um vagalume iluminando a noite. 494 00:40:58,231 --> 00:41:00,031 Ent�o, estamos atr�s dele. 495 00:41:05,065 --> 00:41:06,598 O foco muda. 496 00:41:07,565 --> 00:41:11,631 A descoberta � uma mudan�a de foco, uma mudan�a em como n�s vemos. 497 00:41:12,765 --> 00:41:16,430 Em seguida, ele olha por cima de um penhasco e... uau! 498 00:41:16,531 --> 00:41:18,598 Mulheres se contorcendo. 499 00:41:18,998 --> 00:41:21,165 S�o como focas encalhadas. 500 00:41:25,201 --> 00:41:26,964 A c�mera se aproxima. 501 00:41:27,065 --> 00:41:30,298 � ansiedade ou algo sexual? 502 00:41:30,731 --> 00:41:35,364 A descoberta dele � chocante, fantasmag�rica ou er�tica? 503 00:41:35,465 --> 00:41:38,364 Ele est� descobrindo uma nova esfera? 504 00:41:38,465 --> 00:41:40,797 A esfera do corpo, do toque? 505 00:41:40,898 --> 00:41:43,365 Ou algo mam�fero? 506 00:41:52,755 --> 00:41:53,956 Josh! 507 00:41:54,731 --> 00:41:56,064 A c�mera faz um tracking para frente, 508 00:41:56,165 --> 00:41:59,631 nesse vislumbre bem distinto do futuro de um garoto. 509 00:42:00,098 --> 00:42:02,898 Um garoto de 12 anos desejou ser maior. 510 00:42:03,431 --> 00:42:06,097 Vamos, dorminhoco, voc� vai perder o �nibus 511 00:42:06,198 --> 00:42:07,797 e hoje n�o posso lev�-lo. 512 00:42:07,898 --> 00:42:11,031 Em seguida, vemos pernas. Pernas adultas. 513 00:42:14,798 --> 00:42:18,565 E o ch�o treme quando ele pousa, como se fosse um gigante. 514 00:42:25,931 --> 00:42:27,931 A m�e do menino n�o o v�, 515 00:42:33,231 --> 00:42:35,264 mas a� vem uma cena de espelho. 516 00:42:35,365 --> 00:42:38,398 H� muitos espelhos nas descobertas cinematogr�ficas. 517 00:42:39,031 --> 00:42:40,798 Ele tem uma rea��o 518 00:42:53,701 --> 00:42:56,464 e descobre como � o queixo de um homem. 519 00:42:56,565 --> 00:42:59,398 E outras partes do corpo masculino. 520 00:43:01,361 --> 00:43:05,636 Ele em seguida pula, como o menino em �Evolution�. 521 00:43:07,265 --> 00:43:11,631 Penny Marshall d� corda no rel�gio para frente em �Quero Ser Grande�. 522 00:43:13,898 --> 00:43:18,930 Mas, nas origens do cinema, Alice Guy-Blach� fez o contr�rio. 523 00:43:19,031 --> 00:43:22,730 Ela pegou uma das propriedades b�sicas do cinema, - o tempo, - 524 00:43:22,831 --> 00:43:27,130 e o retrocedeu. O dia se desfazia. 525 00:43:27,231 --> 00:43:31,365 Paris caminhava e rodava para tr�s at� o amanhecer. 526 00:43:31,898 --> 00:43:34,430 O cineasta Robert Bresson aconselhou as pessoas 527 00:43:34,531 --> 00:43:38,298 a mostrarem aquilo que, sem elas, nunca seria visto. 528 00:43:38,931 --> 00:43:43,430 Alice Guy fez isso. E foi uma descoberta. 529 00:43:43,531 --> 00:43:45,965 Olhar com novos olhos. 530 00:43:51,198 --> 00:43:52,897 No cap�tulo sobre enquadramento, 531 00:43:52,998 --> 00:43:56,697 vimos �Di�rio para Minhas Crian�as�. de M�rta M�sz�ros. 532 00:43:56,798 --> 00:44:01,964 Aqui, a jovem �rf� do filme tamb�m descobre um sentido de beleza. 533 00:44:02,065 --> 00:44:05,830 Um espelho de descoberta. Ela experimenta o batom. 534 00:44:05,931 --> 00:44:08,764 A descoberta de si mesma. 535 00:44:08,865 --> 00:44:11,164 Tracking para outro espelho, 536 00:44:11,265 --> 00:44:14,030 e tem uma foto de uma estrela de cinema no canto. 537 00:44:14,131 --> 00:44:16,230 Em seguida, esse belo corte. 538 00:44:16,331 --> 00:44:19,431 E uma pausa, antes de ela se vestir. 539 00:44:34,115 --> 00:44:36,881 Em seguida, ela est� no cinema. 540 00:44:37,364 --> 00:44:41,098 O cinema est� ajudando-a a descobrir o glamour em si mesma. 541 00:44:43,231 --> 00:44:44,863 Inf�ncia e adolesc�ncia 542 00:44:44,964 --> 00:44:48,364 parecem momentos de constante descoberta e revela��o, 543 00:44:48,731 --> 00:44:52,131 mas o processo continua na idade adulta. 544 00:44:53,522 --> 00:44:56,094 A campainha da casa de uma m�e foi tocada. 545 00:44:56,195 --> 00:45:00,994 Sua filha, como vimos antes, est� brincando como menino. 546 00:45:01,095 --> 00:45:02,850 Mas a m�e ignora isso. 547 00:45:02,951 --> 00:45:04,027 Eu n�o entendo. 548 00:45:04,128 --> 00:45:06,156 Ele disse que seu filho fez isso com ele. 549 00:45:06,257 --> 00:45:08,294 Voc� deve estar equivocada. 550 00:45:08,395 --> 00:45:11,495 Foi ele... o Mik�el. 551 00:45:12,228 --> 00:45:15,795 A cabe�a dela vira ao mesmo tempo em que ela descobre... 552 00:45:18,128 --> 00:45:20,528 Sim, � verdade. Fui eu. 553 00:45:20,933 --> 00:45:22,794 A c�mera est� est�tica, 554 00:45:22,895 --> 00:45:25,694 mas n�o h� nada est�tico nos pensamentos da m�e. 555 00:45:25,795 --> 00:45:27,128 Eles est�o a mil. 556 00:45:27,628 --> 00:45:29,625 � quase como uma cena de espelho. 557 00:45:29,726 --> 00:45:32,758 Ela v� sua filha sob uma nova luz. 558 00:45:32,859 --> 00:45:35,392 Os segredos das crian�as. 559 00:45:35,493 --> 00:45:38,225 Os segredos que os adultos descobrem. 560 00:45:38,326 --> 00:45:41,059 -N�o vai acontecer de novo. -N�o vai acontecer de novo. 561 00:45:43,693 --> 00:45:46,726 Obrigado. Tchau. 562 00:45:56,636 --> 00:46:01,018 Como espelhos, portas s�o lugares de descobertas no cinema. 563 00:46:01,183 --> 00:46:04,083 Eis uma das maiores. 564 00:46:04,626 --> 00:46:07,392 No cap�tulo sobre encontros de personagens, 565 00:46:07,493 --> 00:46:11,859 vimos um cl�rigo extasiado com vislumbres de uma mulher. 566 00:46:12,293 --> 00:46:16,592 Nessa cena, o pr�prio cl�rigo est� prestes a ser descoberto. 567 00:46:16,693 --> 00:46:20,259 N�s avan�amos em dire��o a uma porta on�rica. 568 00:46:20,993 --> 00:46:25,193 Momentos mais tarde, um general a atravessa em c�mera lenta. 569 00:46:26,793 --> 00:46:29,659 O que ele est� descobrindo? O que ele est� vendo? 570 00:46:32,833 --> 00:46:34,958 A nuca do cl�rigo. 571 00:46:35,059 --> 00:46:36,792 Em seguida, essa marcha. 572 00:46:36,893 --> 00:46:40,059 A descoberta como uma marcha em dire��o � revela��o. 573 00:46:57,759 --> 00:46:58,858 Em seguida, a cabe�a de novo, 574 00:46:58,959 --> 00:47:01,972 e o que s�o esse l�quido e o vidro quebrando? 575 00:47:03,926 --> 00:47:07,293 E quem � esse no teto? � um filme de vampiro? 576 00:47:14,193 --> 00:47:18,093 O general est� pendurado, invadindo o quadro. 577 00:47:28,069 --> 00:47:29,969 Em seguida, a parte de tr�s de uma orelha. 578 00:47:31,926 --> 00:47:34,026 A montagem fazendo descobertas. 579 00:47:35,226 --> 00:47:37,334 A descoberta, aqui, � cubista. 580 00:47:37,435 --> 00:47:40,725 Foi isso que a m�e de �Tomboy� sentiu? 581 00:47:40,826 --> 00:47:43,293 Em seguida, a revela��o. 582 00:47:43,759 --> 00:47:47,559 O rosto do cl�rigo e o l�quido estranho. 583 00:47:53,885 --> 00:47:56,625 Outra descoberta na idade adulta. 584 00:47:56,726 --> 00:48:00,203 Uma mulher chega em casa. A porta est� trancada. 585 00:48:00,304 --> 00:48:01,803 N�o � algo normal. 586 00:48:01,904 --> 00:48:04,804 L� dentro, uma tela negra. 587 00:48:05,812 --> 00:48:07,242 Em seguida, seu marido. 588 00:48:07,343 --> 00:48:11,076 Ele est� com outra mulher. Uma tomada fugaz dela. 589 00:48:19,079 --> 00:48:20,879 Desculpe por ter me atrasado. 590 00:48:22,340 --> 00:48:23,603 Sem problemas. 591 00:48:23,704 --> 00:48:25,971 Estava com visita? 592 00:48:26,546 --> 00:48:28,179 Quem era? 593 00:48:30,359 --> 00:48:34,259 O rigor dos enquadramentos nos filmes de Kinuyo Tanaka. 594 00:48:37,292 --> 00:48:39,459 Em seguida, a amante dele d� umas batidinhas. 595 00:48:41,959 --> 00:48:44,258 A economia dessa tomada da bolsa. 596 00:48:44,359 --> 00:48:46,459 Mas a esposa ouviu. 597 00:48:54,492 --> 00:48:57,324 Timing. Olhares. Ritmo. 598 00:48:57,425 --> 00:49:01,559 A descoberta � uma s�rie de momentos, um colar de p�rolas. 599 00:49:10,859 --> 00:49:14,692 Uma tomada mais longa, no ch�o, agora que ela sabe. 600 00:49:16,192 --> 00:49:19,525 Voc� mentiu pra mim! 601 00:49:19,859 --> 00:49:21,425 Aquela mulher! 602 00:49:25,725 --> 00:49:28,158 Em seguida, ela v� as pantufas da amante. 603 00:49:28,259 --> 00:49:29,258 Provas. 604 00:49:29,359 --> 00:49:31,859 A descoberta se faz aos poucos. 605 00:49:35,125 --> 00:49:37,292 A percuss�o no t�mpano. 606 00:49:48,897 --> 00:49:51,664 E veja onde se encontra o foco nessa tomada. 607 00:50:06,925 --> 00:50:08,792 As pantufas s�o arremessadas. 608 00:50:09,325 --> 00:50:11,492 N�o precisamos v�-la jogando-as. 609 00:50:27,892 --> 00:50:31,424 Corpos, ideologia, beleza, individualidade, segredos, 610 00:50:31,525 --> 00:50:33,157 tudo com um visual cubista. 611 00:50:33,258 --> 00:50:36,825 H� tanto a descobrir, a ver com novos olhos. 612 00:50:46,458 --> 00:50:49,991 Essa � uma das amazonas criadas por Zeus 613 00:50:50,092 --> 00:50:52,992 para proteger a humanidade, nada menos do que isso. 614 00:50:53,425 --> 00:50:56,324 Ela j� � uma hero�na, uma guerreira? 615 00:50:56,425 --> 00:50:57,791 Ainda n�o. 616 00:50:57,892 --> 00:51:00,625 Ela ainda tem que escalar a fortaleza. 617 00:51:01,125 --> 00:51:03,791 H� grandes barreiras para as descobertas m�ticas. 618 00:51:03,892 --> 00:51:05,392 Muralhas. 619 00:51:10,858 --> 00:51:14,058 Quando ela est� l� dentro, as armas surgem r�pido. 620 00:51:17,792 --> 00:51:20,258 A espada � em h�lice dupla. 621 00:51:34,258 --> 00:51:38,124 Ela a ergue com facilidade, assume a posi��o de guerreira. 622 00:51:38,225 --> 00:51:40,291 N�o h� uma luta arturiana. 623 00:51:40,392 --> 00:51:43,408 A luta ainda est� por vir. 624 00:51:43,604 --> 00:51:48,570 Mas, antes de partir para a guerra, ela tem de fazer outra descoberta. 625 00:51:49,025 --> 00:51:51,658 Ela nunca viu um homem nu. 626 00:51:52,358 --> 00:51:53,792 Pausa. 627 00:51:55,226 --> 00:51:57,192 N�o a vi entrar. 628 00:51:58,858 --> 00:52:01,725 A fala hesitante da descoberta. 629 00:52:02,925 --> 00:52:05,792 Voc� diria que � 630 00:52:06,658 --> 00:52:08,991 um exemplo t�pico do seu sexo? 631 00:52:09,092 --> 00:52:12,758 E uma piada sobre olhar e g�nero. 632 00:52:14,625 --> 00:52:16,125 Acima da m�dia. 633 00:52:17,425 --> 00:52:19,691 Uma sacudidela no olhar masculino. 634 00:52:19,792 --> 00:52:21,458 O que � isso? 635 00:52:23,025 --> 00:52:24,492 �, hum... 636 00:52:26,492 --> 00:52:27,693 Ah... 637 00:52:30,058 --> 00:52:31,592 � um rel�gio. 638 00:52:32,225 --> 00:52:34,591 E o que acontece quando a guerreira faz sua descoberta, 639 00:52:34,692 --> 00:52:37,058 quando o rel�gio est� fazendo tique-taque? 640 00:52:41,192 --> 00:52:43,157 Dedos percorrendo uma linha. 641 00:52:43,258 --> 00:52:44,224 Closes. 642 00:52:44,325 --> 00:52:45,991 N�o vemos o rosto dele. 643 00:52:46,092 --> 00:52:49,225 Mas ouvimos seus p�s nas pedras e a respira��o. 644 00:52:54,858 --> 00:52:57,691 A� ele � envolto por uma cerca distante. 645 00:52:57,792 --> 00:52:59,792 Ele move-se um pouco � frente, 646 00:53:00,658 --> 00:53:02,492 para algo que desconhecemos. 647 00:53:05,925 --> 00:53:06,991 Secund�rio. 648 00:53:07,092 --> 00:53:08,958 A um instante dele. 649 00:53:14,125 --> 00:53:17,724 Em seguida estamos no alto, e � como se ele estivesse na lua. 650 00:53:17,825 --> 00:53:20,158 A solid�o de sua descoberta. 651 00:53:20,725 --> 00:53:22,292 Em seguida, a resolu��o. 652 00:53:26,258 --> 00:53:27,925 Ai meu Deus. 653 00:53:28,758 --> 00:53:32,824 As bombas s�o desenterradas, todas apontando para ele. 654 00:53:32,925 --> 00:53:36,058 Sua curiosidade pode ser fatal. 655 00:53:39,192 --> 00:53:41,024 O instinto guerreiro ressurge 656 00:53:41,125 --> 00:53:45,224 nessa cena visualmente sutil de �Silent Waters�, 657 00:53:45,325 --> 00:53:49,425 premiado filme paquistan�s, ambientado em 1979. 658 00:53:49,892 --> 00:53:53,725 Homens sikhs discutem o que ocorreu com mulheres da aldeia. 659 00:53:54,216 --> 00:54:00,224 Ouvi dizer que algumas de nossas mulheres foram deixadas para tr�s. 660 00:54:00,325 --> 00:54:03,546 Quem disse isso? Como ele se chama? 661 00:54:03,647 --> 00:54:05,224 Um lento tracking para frente. 662 00:54:05,325 --> 00:54:07,124 Como eu vou saber seu nome? 663 00:54:07,225 --> 00:54:12,891 Besteira. Nenhuma sobreviveu. Elas foram pra casa do meu tio, 664 00:54:12,992 --> 00:54:17,902 e disseram, �matem-nos�. Ele come�ou a atirar. 665 00:54:18,258 --> 00:54:22,657 Todas as 22 mulheres. Nossa honra foi salva. 666 00:54:22,758 --> 00:54:26,791 N�s as matamos. Os mu�ulmanos n�o tocaram nelas. 667 00:54:26,892 --> 00:54:28,924 Muitas foram raptadas. 668 00:54:29,025 --> 00:54:32,691 Por anos elas tentaram voltar. Ningu�m as queria. 669 00:54:32,792 --> 00:54:36,524 Algumas devem ter ficado aqui. Pode ser que estejam vivas. 670 00:54:36,625 --> 00:54:42,492 Alguns homens e n�s, a plateia, descobrimos que foram mortas. 671 00:54:43,425 --> 00:54:45,757 Assassinadas por quest�o de honra pelos seus pr�prios homens, 672 00:54:45,858 --> 00:54:48,392 para que os mu�ulmanos n�o tocassem nelas. 673 00:54:48,992 --> 00:54:51,225 A� surge um flashback em preto e branco... 674 00:54:53,825 --> 00:54:58,025 -Filha de um infiel! -O que h� com voc�? Para. 675 00:54:58,358 --> 00:54:59,692 Come isso. 676 00:55:00,892 --> 00:55:05,087 em seguida, um close de Ayesha, a personagem principal do filme. 677 00:55:05,188 --> 00:55:08,755 A lembran�a dela. A perspectiva dela. 678 00:55:24,058 --> 00:55:26,991 E que tal a descoberta na velhice? 679 00:55:27,092 --> 00:55:28,725 Dois exemplos. 680 00:55:29,358 --> 00:55:33,729 O primeiro no document�rio �Walking in the Land of the Old�. 681 00:55:33,830 --> 00:55:36,964 Essa mulher nunca viu o mar. 682 00:55:37,291 --> 00:55:40,924 E a primeira vez que est� aqui e a c�mera faz uma panor�mica, 683 00:55:41,025 --> 00:55:44,269 mas � n�tido que ela n�o est� muito impressionada. 684 00:55:45,101 --> 00:55:50,200 Ela nunca vira o mar, por isso realizamos esse sonho, 685 00:55:50,301 --> 00:55:56,101 e para ela foi maravilhoso descobrir o mar aos 92 anos. 686 00:55:57,601 --> 00:56:02,168 E, no mesmo filme, essa mulher anda de moto pela primeira vez. 687 00:56:09,301 --> 00:56:13,067 Filmado do meio da rua, em toda a sua gl�ria. 688 00:56:20,913 --> 00:56:25,480 E a�, essas mulheres falando sobre a descoberta do orgasmo vaginal. 689 00:56:26,635 --> 00:56:29,140 O estilo mais simples de filmagem document�ria 690 00:56:29,241 --> 00:56:32,567 e a revela��o de conversar sobre esse tipo de coisa. 691 00:56:32,668 --> 00:56:36,467 Dormimos juntos na primeira noite, ambos apreensivos, 692 00:56:36,568 --> 00:56:39,334 porque ficamos imaginando como aquilo seria e, na verdade, 693 00:56:39,435 --> 00:56:44,483 foi maravilhoso, e posso dizer que foi quando descobri o amor real, 694 00:56:44,584 --> 00:56:48,984 e o puro amor carnal, porque digo que aos 60 anos, 695 00:56:49,085 --> 00:56:52,184 eu ainda n�o conhecera o desejo carnal. 696 00:56:52,285 --> 00:56:56,384 Eu havia feito sexo, tive um marido, e j� tinha uma crian�a, 697 00:56:56,485 --> 00:57:00,951 tive alguns relacionamentos e, claro, senti prazer. 698 00:57:01,052 --> 00:57:04,617 Mas voc� n�o devia dizer que n�o conheceu o verdadeiro amor carnal. 699 00:57:04,718 --> 00:57:06,117 N�o, mas... 700 00:57:06,218 --> 00:57:10,884 Porque voc�... como dizemos hoje? Bem... �gozou�. 701 00:57:10,985 --> 00:57:17,117 Hoje falamos sobre orgasmo. Voc� tinha sentido isso? 702 00:57:17,218 --> 00:57:19,584 Sentido sim, porque sou bem vaginal. 703 00:57:19,685 --> 00:57:21,917 Bem, j� tive os dois... 704 00:57:22,018 --> 00:57:27,385 Mas sendo mais vaginal, claro que senti muita satisfa��o no ato, 705 00:57:27,486 --> 00:57:30,863 mas nunca conhecera outra coisa. 706 00:57:39,954 --> 00:57:44,854 E a� temos �Mr. Pascal�, na bela anima��o de Alison De Vere. 707 00:57:45,488 --> 00:57:47,020 Ele est� sentado sozinho. 708 00:57:47,121 --> 00:57:49,787 Um v�o sino bate ao ritmo de sua solid�o. 709 00:57:49,888 --> 00:57:53,920 Mais a�, a imagem se funde e seus olhos est�o pensativos. 710 00:57:54,021 --> 00:57:57,153 Ele olha para cima. Descobre algo. 711 00:57:57,254 --> 00:57:59,888 E ele parte. Para onde? 712 00:58:01,421 --> 00:58:02,820 Ele � um sapateiro. 713 00:58:02,921 --> 00:58:05,201 Antes o vimos com sua esposa. 714 00:58:05,302 --> 00:58:06,902 Mas ela partiu. 715 00:58:09,188 --> 00:58:10,953 N�s o vimos em ruas movimentadas. 716 00:58:11,054 --> 00:58:12,620 Ningu�m falava com ele. 717 00:58:12,721 --> 00:58:14,687 E o que ele est� fazendo agora? 718 00:58:14,788 --> 00:58:17,254 Sua ideia parece energiz�-lo. 719 00:58:24,788 --> 00:58:26,488 Em seguida, uma tempestade. 720 00:58:27,121 --> 00:58:30,988 Ele encontrou um amigo. Um amigo Cristo. 721 00:58:39,321 --> 00:58:42,220 Oi, meu nome � Joyce e isso � legal. 722 00:58:42,321 --> 00:58:45,621 Pelo amor de Deus, essa � a voz dela? 723 00:58:47,919 --> 00:58:49,353 Deus do c�u. 724 00:58:49,454 --> 00:58:52,388 E que tal essa descoberta depois da vida terminar? 725 00:58:53,088 --> 00:58:54,754 Isso � poss�vel? 726 00:58:55,754 --> 00:58:57,154 Que tal isso... 727 00:58:57,521 --> 00:59:01,687 Uma galeria de pessoas, todas filmadas em cabe�a e ombros, 728 00:59:01,788 --> 00:59:04,620 todas contra um pano de fundo brilhante. 729 00:59:04,721 --> 00:59:08,221 Cortes. Rea��es. Descobertas. 730 00:59:10,466 --> 00:59:13,015 Oi, meu nome � Joyce e isso � legal. 731 00:59:13,321 --> 00:59:15,121 Ela est� mascarando a voz. 732 00:59:16,621 --> 00:59:19,188 Isso traz tantas lembran�as. 733 00:59:19,932 --> 00:59:22,965 Oi, meu nome � Joyce e isso � legal. 734 00:59:25,321 --> 00:59:26,920 De onde isso veio? 735 00:59:27,021 --> 00:59:31,087 O filme de Carol Morley � sobre uma mulher, Joyce, que morreu, 736 00:59:31,188 --> 00:59:35,620 e cujo corpo permaneceu no apartamento por dois anos. 737 00:59:35,721 --> 00:59:39,253 Um dos grandes filmes sobre coisas que n�o s�o descobertas. 738 00:59:39,354 --> 00:59:42,754 �, � ela mesma, gostava de flertar. 739 00:59:43,488 --> 00:59:45,820 Ela n�o era sexy? Ela era sexy. 740 00:59:45,921 --> 00:59:48,420 Quando ela diz �Meu nome � Joyce�, soa direitinho como ela. 741 00:59:48,521 --> 00:59:52,520 N�o no in�cio, mas em seguida, sabe, � bem curto. 742 00:59:52,621 --> 00:59:56,387 E a� parece que ela quer falar com um sotaque de rua, 743 00:59:56,488 --> 00:59:58,621 mas n�o consegue passar isso. 744 00:59:59,754 --> 01:00:02,987 � quase irreconhec�vel, mas, de resto, 745 01:00:03,088 --> 01:00:06,521 voc� pega um pouco da ess�ncia da voz dela ali. 60169

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