All language subtitles for La.Octava Clausula 2022

Amor.

Preciso de ajuda.

Amor,

me ajude, por favor.

Por favor, me ajude.

Quê?

Querida.

Calma, não é nada. Venha.

Vamos ao hospital. Venha, com calma.

Vamos, querida.

Entre.

Espere aqui, não se preocupe.

É tudo culpa minha.

Calma.

A polícia.

Calma, não se preocupe.

Vai dar tudo certo.

Policial.

Então, o senhor disse que entraram
em sua casa para roubar?

Sim, isso mesmo.

- Posso ir com ela?
- Sim, tenho só mais umas perguntas.

- Disse que invadiram a casa pela tarde.
- Sim.

Não. Primeiro, veio uma garota.

Era loira, cabelo crespo, com uma jaqueta

dizendo que sofreu um acidente
e não tinha sinal.

E, como em casa havia sinal,
entrou, comemos e esperamos a sua mãe.

A mãe.

Bem, isso foi o que ela disse.

Mas uma coisa leva a outra.

Que quer dizer
com uma coisa levou a outra?

Posso ir com a minha mulher, por favor?

Jimmy!

Pegue os papeis do carro.

- Seu sobrenome?
- Riscal. Sr. Riscal.

- Aonde vão?
- Calma, ela está bem.

Está estável.

Nós o manteremos informado,
mas tem que vir até a delegacia.

- Quem? Eu?
- Por favor.

Por favor.

Não, quero ela fora da empresa.

24 horas antes

Que não tenha voto.

Certo, o que mais?

Quero também a maioria das ações.

Ter controle absoluto da empresa.

E o mais importante,

que ela seja obrigada a comparecer
quando convocada.

Para que me veja
quando tenha algo importante a dizer.

Isso vai ser complicado.

Não me importa.

Você é meu advogado e é isso que quero.

Bem, se é isso que quer.

Ela poderia dizer que não?

Olha, estiveram juntos tentando levantar
a empresa por quase uma década.

Deveria ter pensado antes de...

Olha, Kat é muito preparada.

Desde que vinha ao escritório com o pai

e entrava nas reuniões com todos.

Ela não falava nada,

mas tenho certeza de que entendia bem

quando falávamos de fusões e aquisições.

E seu pai nunca disse nada.

Ao contrário, ele queria
que estivesse preparada para o futuro.

Sim, já sei.

Enquanto leio esses estatutos,
você tenta resolver tudo com calma.

Droga, são sete anos desperdiçados,
jogados no lixo.

Certo, usaremos no processo.

Olha, se ela não aceitar a oferta,
entraremos com o divórcio.

Alegaremos abuso de confiança e adultério.

Que tudo aconteceu pelas suas costas,

enquanto você se matava pela empresa.

O juiz verá isso como um agravante

já que já está demonstrada
a relação que vocês tinham.

Vamos ameaçá-la também.

Acabar com sua reputação
nas redes sociais e em outros meios.

E vai dar certo?

Claro, tenho certeza.

O único que me preocupa é a cláusula oito.

Acho que isso poderia ser algo negativo.

É incomum, desmedido.

Teria que encontrar algo muito forte
para compreender o seu estado de ânimo.

Você tem provas ou algo assim?

Sim, espera.

Tenho umas fotos, vou enviá- las.
Não desligue.

Pronto, estão a caminho.

Sim, aqui estão.

Que droga, a coisa foi séria.

E outra coisa, obrigado por me escolher.

Não, não se preocupe.

Mas, vou lhe dizer uma coisa.

Controle-se, certo?

Não se deixe levar pela emoções
e acabe fazendo algo de que se arrependa.

Sim, pode deixar.
Ligo quando tudo isto termine.

Certo.

Até logo, amigo.

Não a reconhece?

Sim.

É a minha esposa.

Com alguém que conheço.

- Estavam em sua casa anexadas a...
- E?

- Me deixe terminar a pergunta.
- Sim, me desculpe.

Você entrou com pedido de divórcio?

- Sim.
- As fotos foram o estopim para isso?

Eu as mandei a meu advogado.

Pode responder à pergunta?

Não, se meu advogado
não está aqui presente.

Me diga o que aconteceu à noite.

Vamos lá.

Tudo bem?

- Sim, e com você, irmão?
- Já está vindo, não?

Daqui a pouco. Quer alguma coisa?

Não, tenho tudo aqui.

Está tudo bem?

Sim, claro. Por quê?

Porque é o aniversário de vocês, não?

Não sei por que me quer aí?

É o meu melhor amigo, não?

Pois deveriam fazer algo juntos, não?

Está viajando.

No aniversário de casamento?

Sim. Trabalho é trabalho.

O que comprou para ela?

- Como?
- Para o aniversário, o que você comprou?

Na verdade, não encontrei
nada que ela gostasse.

Talvez você possa me ajudar.

A encontrar algo que ela goste.

Quase a conhece tão bem quanto eu.

- Não?
- Sim, claro.

Vamos encontrar algo que ela goste.

Não se preocupe.

Ótimo.

E outra coisa, estou feliz
que venha neste fim de semana.

Vai ser bom.
Precisava fazer algo com os amigos.

- Como já sabe.
- No final, é sempre só nós dois.

Bem, já vou, OK?

Certo, dirija com cuidado.

- Já chegou?
- Claro, onde mais iria?

Venha.

- Cozinhou o jantar?
- Sim.

Sinta o cheiro.

Olha isso.

Cheira bem, não?

Fazia tempo
que você não cozinhava para mim.

Posso tomar um banho antes?

Sim, claro.

Hoje é o seu dia.

Que gostoso!

É uma delícia.

Um Margaux 59.

Não estávamos guardando
para momentos especiais?

Sempre estamos guardando
para momentos especiais.

E que melhor ocasião especial

que a celebração do nosso matrimônio?

Tome. Além disso,

me disse que queria
explorar os limites, não?

- Eu?
- Sim, você.

A nós.

A você.

Quero provar.

A campainha tocou.

Está esperando alguém?

Ou serão flores
ou algum presente de aniversário?

Que está fazendo aqui?

- Não estava viajando?
- Viajando?

Marcos, que bom vê-lo.

Que surpresa, entre.

Amor!

Marcos!

Já chegou?

Entra.

Kat vai tomar banho agora.

O jantar está pronto.

Abri um vinho maravilhoso.
Vai gostar.

Que ótimo!

Pode servir-se. Eu já vou.

Pode me explicar
por que convidou o Marcos?

Eu disse que hoje me sentia espontâneo.

E disse que gostava.

Está tudo bem.

Vamos nos divertir. Você vai ver.

Nossa! Como cozinha bem, irmão.

Acho que comi muito.

Fico feliz.

Irmão.

Sempre cozinhou muito bem.

Só não entendo o que estou fazendo aqui.

Mas não posso reclamar.

A nós.

Estamos felizes de tê-lo aqui.

Sim, não tenha dúvidas.

Ao meu melhor amigo.

Sete anos depois e aqui estamos.

Os três.

Parece que foi ontem,
nunca tinha ficado tão bêbado.

E aqui estamos.
Os três.

Um casamento lindo.

Quase me esqueci.

Tem mais.

Já não aguento mais.

Acredite, você vai gostar.

Por favor, dá um jeito de ir embora.

Isso tudo é muito estranho,
então, dê uma desculpa para ir embora.

Vamos ver o que o chef preparou.

Voilà!

- O que é?
- A sobremesa.

Este para você.

E este para você.

Aproveite, campeão.

Contrato de confidencialidade.

Para que é isso?

Vai abrir uma nova empresa?

Que cara engraçado.

Sempre pensando nos negócios.

Não sei o que é isso.

É uma sobremesa especial
para as duas pessoas mais especiais.

Não é isso.

Isso não tem nada a ver com negócios.

- É sobre nós.
- Exato.

Mas, não.

Mas, sim.

É sobre você.

Sobre nós.

E do nosso negócio.

Bem, é melhor eu ir.

Agora é tarde para isso, idiota.

Sim?

Isso é entre vocês. É melhor deixá-los.

O que está acontecendo
aqui é exatamente assunto seu.

Parem de fingir. Já sei de tudo.
Vi as suas fotos.

Tudo.

Como pode ser tão sínico?
Está louco?

- Eu sou sínico?
- Sim, você.

O que é isso? É o divórcio?

Não. É um contrato porque quer comprar
a minha parte da companhia.

Quê?

É um divórcio funcional.

Com este contrato, terei o controle
de suas ações na empresa.

E digo mais,

eu lhe darei dinheiro suficiente
para que faça o que queira onde queira.

Assim, vocês desaparecem
e fico com a empresa.

Aqui eu continuarei com isso.
Uma campanha para renomear a marcar.

Você desaparecerá gradualmente,
sem complicações e sem escândalo.

E se esconderão como ratos.

E eu poderei seguir
com a empresa que construí.

Que construímos.

Olha, perdeu o direito de dizer isso
quando dormiu com o meu melhor amigo.

- Isso não tem nada a ver.
- Como? Vai dar uma de mártir comigo?

Aqui a vítima sou eu.

Entendeu?

E digo mais, honestamente,

qualquer homem,
nas mesmas circunstâncias que eu,

não lhe daria nem a metade
do que estou oferecendo.

Não se faça de vítima.

Melhor acalmar- se.

- Você fique calado.
- Calado? E por que estou aqui?

Quero que me olhem nos olhos.

Depois de tudo isso.

Durante tanto tempo,
tanta merda e tantas mentiras.

Quero dar um ponto final.

Vou embora.

Vai abandoná-la aqui?

Tanto tempo dormindo com ela
e a abandona?

Garanto a você que tudo isso
também me deixa louco.

Havia outra pessoa com vocês
quando isso aconteceu?

- Sim. Meu amigo Marcos.
- Sim, Marcos.

Sr. Riscal, é melhor
o senhor cooperar e não mentir.

Eu estou dizendo a verdade.

Sua casa estava intacta.

Não havia indícios de roubo.
Só encontramos a mala da sua mulher.

E Marcos?

O que quer que eu diga?

Errei.

Um grande erro.

Olha,

por alguma razão,

em algum momento,
você se esqueceu de mim e me substituiu.

Não se deu conta disso?

Não sei se percebeu, mas você colocou
toda a sua energia na empresa.

Nossa relação se converteu
em apenas um negócio.

Você se esqueceu de mim.

Você é um homem de sucesso

e não gosta de fracassar.

Por isso pensei que não daríamos certo.

Pensei que poderíamos
superar isso, entende?

De repente, começaram as viagens.

Primeiro foram as escapadas,
depois viraram essas viagens de negócios

que cada vez tomavam mais e mais dias.

E nós perdemos o rumo.

E perdemos o rumo de tudo.
E isso se tornou comum.

Com as mentiras e as traições e tudo mais.

E nesta maldita casa que pensei
que íamos a estar você e eu.

Só nós,

para recuperar o que tínhamos.

Acabou que eu fui a única que ficou.
Percebeu isso?

Você é boa.
Mas não acredito em você.

Claro. Espera.

Olha.

Não, espera. Olha.

Já chega.

Vai assinar os papéis?

É isso o que você quer?

É isso que vai fazê-lo feliz?

Não sei o que me vai fazer feliz agora.

Mas sei que não tive outra opção.

Certo.

Tem certeza?

Obrigado.

Eu sinto muito de verdade.

Não me importa nem um pouco.

Agora basta seu namorado
assinar a cláusula de confidencialidade

e terminamos com os negócios.

Essa tarefa vou deixar com você.

Assim você se despede dele,
porque vou continuar saindo com ele.

Acho que você não leu bem essa parte.

Sua oferta é nula se ele não assinar.

Assim que aconselho que fale com ele.

Não vai gostar muito.

Outra coisa,

nosso advogado

já não é nosso advogado.

É meu advogado.

Você sabe por quem sinto
realmente vergonha?

Por mim não tenha,
porque estou melhor que nunca.

E não mereço que me diga
que é por esse idiota aí fora.

Não, por mim.

Sinto por mim.

E, na verdade, pelos dois.

Porque perdemos tudo o que éramos.

Nos perdemos nesta merda.

E, sim, me deixei levar.

Você é muito boa.

Agora que percebeu?

Leu a última cláusula do contrato?

Dá uma olhada.

Filho da puta!

O que aconteceu, moça?

Tenho um lugar.

Quer que eu estacione?

É esse o preço?

Para as princesas como você, é grátis.

Que bom.

De onde você é?

Hoje não é um bom dia para essas bobagens.

Que personalidade! Já entendi.

É a Juana?

Não é da sua conta.

Quer que eu chame a polícia?

Honestamente, esse sotaque me prende.

Por que não me dá permissão?

Permissão para quê?

Você é um traidor.
Como se atreve a fazer algo assim?

Eu confiava em você.

Quanto te ofereceu?

Kat, primeiro, acalme-se.

Cale-se!

Sabe que posso
processá-lo por isso, não é?

Só estou fazendo o meu trabalho.

Sabe que tenho todo a paciência do mundo
para acabar com a sua vida em um processo.

Estou no meio da separação
de duas pessoas que gosto muito.

Precisa entender a minha posição. Só isso.

Meu pai o considerava um amigo.
Por sorte está morto para não ver isso.

Tome.

Em que estava pensando?

Qual era a sua lógica

para dormir com a minha mulher?

Já pensou em quem o trouxe ao México?

Quem lhe deu uma casa.

Quem lhe deu tudo.

Há quanto nos conhecemos?
Dez anos?

Olhe para mim.

Gosta tanto assim dela?

Nossa.

Faz semanas que rio de você.

Bem, isso é o que acontece
se tenta ter uma relação aberta.

Ou não?

Então, por isso você acha
que pode dormir com a minha mulher?

Vai me deixar falar ou não?

- Se não for mentir.
- Estou tentando explicar.

Tem consciência me mente há anos?

Já chega. Vou indo.

Já disse que quero entender.

De verdade, Marcos.

Quero entender em que você pensou
para dormir com a minha mulher.

Não sou como você.

Olha, desde que nos conhecemos
eu o vejo ficar rico.

Vi você comprando vinte casas como está.

Estar e se apaixonar
por todas as mulheres que queria.

Não sei do que está falando.
Não entendo.

Tem até um rio, um bosque.

Você sabe o que está acontecendo.

Sabe o que quer.

O que não quer é ser parte da minha vida.

Quer viver minha vida.

Isso não pode, rapaz.

Se esforçaram muito
para que vivêssemos os três uma mentira.

Não entendo.

O que lhe faltou aqui?

Chamei você várias vezes
para trabalhar comigo.

Mas você nunca quis.

- Nunca quis responsabilidades.
- Responsabilidades?

E que responsabilidades você tem?

Eu?

Isso é coisa minha.

Mas não machuco ninguém,
menos ainda as pessoas de quem eu gosto.

Escute bem.

Quando alguém quer algo

tem que ser homem suficiente
para olhar as cartas na mesa

e tomar uma decisão.

Tem que ser homem, garoto.

Por isso tudo isso.

Mas você, não.

Preferiu se esconder por aí
em alguma esquina.

Esperando

o momento certo para dormir
com a minha mulher.

Esse é você, Marcos.

E mais uma coisa.

Esperaria isso dela,
mas do meu melhor amigo?

De você?

Não tem nenhuma justificativa.

Não tem desculpa.

Nem mesmo é homem suficiente
para falar comigo.

Olha, não queríamos que soubesse
ou que se machucasse.

Mas não meta ela nisso. Ela não merece.

Você a abandonou. Não se lembra?

Só quero que assinem os documentos.

- E que vão embora.
- Sim. Perfeito.

Vamos embora.

Aqui está o seu contrato.

Obrigado.

Aonde pensa que vai?

Não é da sua conta.

Se não cumpre sua parte no contrato,
isto não vale nada.

E eu garanto que, em menos de 24h,

suas fotos vão estar
em todos os meios de comunicação.

Não será capaz, Borja.

Está louco se acha que faremos isso.

Está com raiva? Entendo, está com raiva.

Mas o que mais você quer?

Que saiam.

Borja.

Vá em frente. Faça.

Mas será a última coisa que fará.

Agora se faz de valente...

Vá em frente. E ponho você na cadeia.

Se eu não matá-lo.

Parem! Já chega!

Escutem, ou cumprem sua parte do contrato

ou vou destruí-los com tudo que tenho.

- Borja.
- Por favor.

- Olá.
- Oi.

Desculpa, mas preciso de ajuda.

Sofri um acidente
e não tenho sinal no celular.

E tenho que avisar a minha família.

O carro não dá a partida
e não sei qual o problema com o telefone.

- Não tenho sinal e...
- Desculpa, mas hoje é um dia ruim.

Então, bem-vindo ao clube.

Se quiser, pode usar o meu telefone.

- Mas, entre.
- Sim. Obrigada.

Não vai parar até conseguir o que quer.

Está se comportando como um idiota.
Isso, sim.

- Já estou cansado.
- É que não há outra opção.

Não estou reconhecendo você, Kat.

Estamos juntos nisso
e se faço isso é por nós dois.

Eu sei disso.

Entendo, mas não quero jogar o jogo dele.

Quieto.

Vamos para a casa.

- Tem que haver outra maneira.
- Não há.

Você leu o contrato?

Falaremos com nossos advogados
e resolveremos isso tudo.

- Acredita mesmo que será fácil assim?
- Não sei.

Mas aqui não é para falar disso.

Não entendo como pode ser tão louco
para pôr essa cláusula.

- E se as fotos vazam?
- Não vai acontecer.

E se acontecer?

Sim, mamãe. Sim.

Estou bem.

Certo. Eu espero aqui.

Qual é o endereço daqui?

Camino de la Arboleda, 65.

Camino de la Arboleda, 65.

O contrato diz que se ele não cumpre,
terá que desfazer tudo.

Não acho que ele queira perder tudo.

Daremos um jeito...

- De desmentir as fotos?
- Sim.

Ele entrará com um divórcio
e tudo isso vai a público.

Já chega.
Não está sozinha nisso.

Certo?

Que foi? Não gosto dessa cara.

Temos que fazer.

Está falando sério?

Deixará que ele a humilhe assim?

Sim.

Certo. Não, não se preocupe.

Sério. Estou bem.

Sim, consegui ajuda.

Sim.

Sim.

Está tudo bem. Um senhor está me ajudando.

Espera.

Onde está o meu celular?

Acho que está no porta-luvas.

- Quer que eu te ajude.
- Não, não se mexa.

Não?

Mas não estou fazendo nada.

Eu disse...

que não...

se movesse.

Está tocando. Sai, por favor.

Não estou fazendo nada importante.
Conte comigo.

Nada importante?

Vou para lá...

Saia!

Desculpa, não o vi.

Queria saber se havia sinal,
mas não há.

Não funciona mais. Morreu.

Que descanse em paz.

Hoje é um daqueles dias
que seria melhor não sair da cama.

Sim, o que é isso.

Conhece algum lugar
por aqui onde possa esperar

ou beber alguma coisa?

Não sou um expert, mas se quiser,
eu posso dar uma olhada no seu carro.

- Não.
- Quer ajuda?

Não, não precisa.

Minha mãe já está vindo.
E não quero incomodar.

- Não é incômodo.
- Não.

Melhor não.

Com certeza, estava ocupado.

Se quiser, eu me sento lá fora
e espero.

Não tem problema.

Insisto. Será bom para mim.

Vamos.

Certo, eu faço.

Mas eu também estou perdendo muito aqui.

Portanto, quero que fique tudo claro.

Por tudo que é mais sagrado.

É um contrato.
Para isso são os contratos.

Acha que isso vai acabar?

Não, claro que não.
Ele não nos deixará viver em paz.

Mas se deixo que me humilhe assim,
acharei uma forma de me defender.

De outro jeito, só vou sentir mais culpa.

Tem certeza?

Qual é a outra opção?

De qualquer forma,
ele não vai nos deixar em paz.

Sim.

Temos que encontrar a maneira
de nos livrarmos dele.

É estranho.

Dá a partida, mas logo morre.

Faço alguma coisa?

Não.

Deve ser o motor de arranque
ou a correia.

- Algo assim.
- Não sei nada de carros.

Não é muito grave.

Muito obrigada.

- Não fiz nada.
- Pelo menos, você tentou.

Vai chamar o reboque?

Não, ainda não.
Vou esperar que venham me buscar.

Mas, não se preocupe. Eu espero aqui.

Obrigado por tudo.

Pode esperar na minha casa se quiser.

Minha mãe já está chegando.

A sua mãe tem o endereço da minha casa
e quando chegar teremos que vir até aqui.

Claro.

Tem razão. Que tonta.

Teria problema dizer a ela que estou aqui?

Ou quem sabe posso ir com você?

Sim, claro. Com certeza.
Vamos.

Borja.

- Onde está?
- Talvez, saiu da casa.

- Que loucura.
- Nem imagina.

Certo.

Diremos que foi legítima defesa
e acreditarão em nós.

Situações extremas,
medidas extremas, certo?

Tem certeza?

- Isso não importa.
- Sim, importa.

Preciso saber que não é só por mim.

Já disse que não está sozinha nisso.

Temos que pensar nos passos seguintes.

E ter o mesmo argumento.

E você tem certeza?

Aí está.

- Esqueci minhas coisas.
- Sim, não se preocupe.

Espere.

Borja está me ligando.

Não atenda.

Está começando a fazer um pouco de frio.

Sim, realmente.

Tem certeza de que posso
esperar em sua casa?

Claro, tenho certeza.

E se não quisesse, eu diria.

Ultimamente, não guardo nada.

Que bom.

Porque ultimamente não há homens assim.

Sinceros.

Pronto.

Depois, precisaremos
das digitais dele, certo?

Ele descobriu o nosso caso.

Fez você assinar o contrato
e eu me neguei.

Eu tentei tirá- la da casa,

você foi fazer as malas
e ele perdeu a cabeça.

- E eu...
- E você?

Legítima defesa.

Bem, veremos o que acontece
e escolhemos o melhor momento.

E como faremos isso?

Vai conseguir?

Olha, faremos o que ele quer.

Faremos sexo em frente dele
e cumprir o contrato.

Querida, ele ficará violento.
Não vou provocá- lo. Não se preocupe.

Vamos.

Então,

vamos assinar.

Vamos. Assina.

Certo, droga.

Pronto.

Que fique claro
que fizemos tudo que pediu.

Que assinamos o contrato,
mas não foi suficiente.

Calma.

Quer vinho?

- Quem está aí?
- Não sei.

- Sim.
- Sim, claro.

Olha quem chegou, os pombinhos.

Liguei para você.
Pensei que tinham fugido.

Olá.

Muito prazer.

Quem é você?

O nome dela é...

Jennifer.

Sim, me chamo Jennifer.

Tive um problema...

Teve um problema
com o carro aí fora na estrada.

E como ultimamente
estamos tão hospitaleiros

e deixamos qualquer um entrar,

disse que ficasse.

Esta é a minha esposa fiel, Kat.

E está bem?

Sim. Estou bem.

Apenas tive um dia duro e...

Borja.

Ela ainda não sabe.

Você não sabe,

mas é testemunha de uma das noites
mais importantes de nossas vidas.

E nos conhecemos agora.

Dá para acreditar?

Por que não esperamos lá fora?

E você se decide.

Desculpa, seu nome é...

Marcos.

Muito prazer.

- Vou ver o carro.
- Não se preocupe. Vamos.

Passe.

Tenho a sensação
de que estou interrompendo.

- Não, por quê?
- Não sei.

Não se preocupe, Jennifer.

Borja, é o anfitrião perfeito.

Preparou uma noite maravilhosa.

Vamos comemorar.

Pelos bons tempos.

Aí está como queria.

Por que de repente mudou de ideia?

Digo na frente dela?

Como vai falar com a sua mãe?

Sim, claro.

Desculpa, é o cansaço.

Meu telefone não funciona.

Entendi.

Com licença.

O que aconteceu?

Para mim, isso é demais.

Desculpa, posso usar o banheiro?

Sim, claro. Em cima, tem outro.

Obrigada.

Bem,

isso merece um brinde.

Está melhor?

Não, normal.

Mas, teremos uma noite mais divertida.

Isso também é demais para mim.

Claro.

Já vai buscá- la?

Vou buscar umas taças. Não queria brindar?

Por que a pressa?

Para onde está indo tão rápido?

Bairro vizinho.

Documentos.

Alfonso Fernandes Cuevas.

Espere um momento.

O que está fazendo?

Já sabe que gosto de tudo bem organizado.

Mande sua amiguinha embora.

Agora me vem com ciúmes?

Um pouco tarde para isso, não acha?

Como quer que façamos?

Não entendi, amor.

Que como, quando e onde
devo fazer sexo com sua mulher.

Você tem muita imaginação.

A você.

Se não a tira daqui, tiro eu.

Relaxe, o pior já passou.

Dada as circunstâncias é melhor assim.

Temos que seguir com nosso plano.

Isso, relaxe. Já somos todos grandinhos.

Finalmente, disse algo que faz sentido.

Você gosta?

Já chega.

Aqui não.

Tem certeza que quer isso?

Hoje foi uma noite estupenda.

A placa está limpa. Tudo bem.

Obrigado, policial.

- Posso ir?
- Sim.

- Dirija com cuidado.
- Obrigado.

Ora, vejam só.

Quê?

Confesso que não esperava isso.
Não a conheço como pensava.

Muito tempo sozinha.

Aqui.

Pare.

Aqui não.

Você vem?

Vamos.

Sr. Riscal.

Sr. Riscal.

Olha, minha mulher me traia
com meu melhor amigo.

E não sei por que
os fiz assinar o contrato,

acho que não me conheço bem
e não esperava algo assim.

Assim como?

Assim. Tudo se descontrolou.

A situação é a seguinte.

Sua mulher, mesmo fora de perigo,
está na emergência com um tiro na perna.

Não pudemos falar com ela,
mas falamos o seu advogado, Alfred.

E entendemos que você
a ameaçou com um divórcio.

E ela não aceitou muito bem.

Também encontramos um contrato
em que a obriga a ceder ações da empresa

e a fazer sexo em sua presença
com o Sr. Marcos Sorse.

É a cláusula oito.

Pare.

Assim, não.

Isso é sério, Borja?

Há uma mulher aqui
que não faço ideia de quem seja.

Podemos esperar que vá embora, pelo menos?

O que está fazendo?
O que tem na cabeça?

- Só estou provocando-o.
- Está louco?

Venha aqui.

Não o vi.

Estava demorando.

Me preocupei.

Coisas de mulheres.

Obrigada.

Que loucura foi essa?

Lembra quando estávamos
no meio do deserto?

Me lembro de como chegamos,
mas não me lembro de como saímos.

Jennifer, você não faz ideia,
mas estamos comemorando.

O que estão comemorando?

A liberdade.

Está muito feliz.

Me sinto livre. O que posso dizer?

E faz tempo que se conhecem?

Bem, conhecer- se...

Tem que ser mais específica.

- Já faz muitos anos já.
- Sim, alguns.

Estas são as melhores amizades.

Você nem imagina.

Verdade.

Escuta.

Marcos.

Fique calma. É só um momento.

Escuta.

- Pensei que não tivesse sinal.
- Estava checando.

Não perco a esperança.

O que faz da vida?

Sou diretora financeira.

Diretora financeira?

Desculpa, mas em realidade não parece.

É que não estou trabalhando agora.

Nem eu. Me acabaram de despedir.

Mas não pode se queixar, vive bem.

Não é verdade. Tudo isso é do meu marido.

Pela cláusula oito!

Marcos, já bebeu muito. Já chega.

Saúde.

O que é a cláusula oito?

Não sabe o que é?

Não. Pois, vou explicar.

Eu explico.

- Pare, Marcos. Já bebeu muito.
- Deixa que explico.

- É criação de Borja.
- Pare. Está falando demais.

Nem sabe o que vou dizer.

Ele é o marido de Kat.

Bem, o futuro ex- marido.

Sinto muito.

Nem triste, nem devastado, nem nada.
É o homem moderno do século XXI.

E sempre vê o lado positivo,
até nas piores situações.

- Não vai se calar?
- Não, porque não estou dizendo nada mal.

Olha, um pouco de contexto.

Não gosta de perder,

então transformou seu divórcio
em uma competição.

- Marcos, já chega.
- Fica calada.

Desculpa?

Cuidado como fala com ela.

Vou explicar bem a situação.

Inventou um contrato
em que toma tudo da sua mulher.

- Marcos.
- Quê?

Já chega!

- Marcos!
- Não.

Remexeu tudo que podia.

Sabe o que ele buscava?
A mim.

Pare, Marcos.

E o contrato diz que devo fazer sexo
com ela na frente dele.

O que você acha?

Não sei. Nada.

Muito bem.

- Não é verdade?
- Pare, Marcos.

Não, não vou parar.

Você é um covarde.

É um covarde de merda.

Em vez de ser homem e...

Filho da puta!

Marcos!

Idiota de merda!

Onde está?

Já chega.

Nem sangue tem, então pare.

Vamos chamar a polícia.
Isso é uma agressão.

- O contrato...
- Não chamaremos ninguém.

Temos uma testemunha. Acabou.

Fim.

Já estou cansado disso.

Não aguento mais.

Está bem?

Não sei.

Ainda o ama, não é?

Responde à pergunta. Ainda o ama?

Ainda quer continuar com isso?

Claro. Porque isso é culpa sua.
Entende ou não?

Que tudo isso é por você.

Tem joias, relógios,
tenho certeza que têm dinheiro.

Faça o que eu disser e não se ferirá.

Mas qualquer deslize, eu a mato.

- Espera.
- Calada.

De agora em diante, só eu falo.

- O que você quer?
- Brincar de esconde-esconde, não vê?

Onde está o cofre?

Onde está o cofre?

Quieta.

Princesa.

Por que está demorando tanto, amor?

Já estou aqui fora, calma.

Me avise quando entrar, certo?

Escuta.

O que aconteceu? Pegaram você?

Mais ou menos.

Mas está tudo sobre controle.
Me avise, certo?

Desculpa pelo soco.

Foi idiotice. Está bem?

Estou bem. Não se preocupe.
Foi culpa minha.

- O álcool e eu não temos uma boa relação.
- Onde está Kat?

Foi procurá-lo.

Quero que saiba que não queria
que nada disso tivesse acontecido.

Vai me matar?

Não se faça de idiota?

Acabei de avisar meu advogado
que minha arma não está no cofre.

Não sei nada de arma.

Não pode ser.
Só eu e Kat sabemos a combinação.

Mas nunca se sabe, não é?

Estará acabado se me acontecer algo.

Por que foi buscar a arma?

Vai me matar?

Não sei. Me diga você.

Atira.

Atira se for homem.

Atira covarde.

Borja.

Vamos lá, idiotas.

Mãos para cima e quietos
ou estouro a cabeça dela.

O que é isso?

Se fazem exatamente o que digo,
será tudo rápido e ninguém se machucará.

Sabia que aqui tem câmeras?

Pense bem no que vai fazer.

Obrigada. Fique onde está.
Quietos!

Você, abra a porta.

Por que não se mexe?
Anda!

- Certo. Calma.
- Vai, idiota. Vai.

Se fizer bobagem, já sabe.

- Rápido.
- Estou indo.

Quietinho e cooperando, amigo.

Vire- se.

Olha só.

Que surpresa.

Calma.

Calma.

E aí, galera?

Boa noite.

Deixem-me eu me apresentar.
Eu sou o seu melhor amigo.

Ou o seu pior pesadelo.

Depende de como se comportem.

Estou aqui para cobrir
algumas de minhas necessidades.

E para isso preciso
que prestem bastante atenção

e que façam tudo o que eu peça, entendido?

Entendido?

- Não escutei.
- Sim, entendido. Entendi.

Agora, sim.

Que diferença. O ambiente já melhorou.

O cofre está no porão.

Bem.

Amarre-os. Eu faço o resto.

Não, você os amarra.

Vai lá. Vai logo.

Muito bem, crianças.

Vamos fazer uma brincadeira.

Costas com costas.

Está bem, já vamos. Calma.

Entraram para roubar
e atiraram na minha mulher.

Vocês discutiram, ela quis ir embora
e você não deixou.

E como disse em sua declaração
uma coisa levou a outra.

E você atirou nela.

É sua arma e tem suas digitais.

Aqui está.

Aqui vamos, idiotas.

Cagando-se de medo.

Mãozinhas.

Não se atreva a me tocar.

- Olha só.
- O que disse?

Cale a boca se não quer
que estoure a sua cabeça.

Não está rindo agora, não é?

Pare!

- Pare com isso, idiota?
- Solte a arma!

O próximo não vai ser na perna.

Calma.

Vire-se, idiota!

Como dói.

- Tite!
- Pois, que se danem.

Não! Que merda você fez?

- Eu te avisei!
- Eu disse a eles.

- E as câmeras.
- No porão.

Que merda!

Espera. Já sei no que está pensando,
mas não foi assim.

A verdade é que queria afundá-los.
Isso, sim.

Mas nunca os machucaria fisicamente.
Não sou um assassino.

Repito que o tiro que atingiu
a sua mulher veio da sua arma.

A arma estava com Marcos.
Armaram para mim.

- Eles?
- Sim, eles.

Querem me pegar.

Quando a sua mulher acordar

um policial vai interrogá- la
para confirmar tudo isso.

Honestamente, Sr. Riscal,
sua mulher é sua melhor opção

para não ser acusado
de tentativa de homicídio.

As câmeras.

Tenho câmeras.
Deve estar tudo gravado.

Já verificamos.

- O sistema não gravou as últimas 24h.
- Como?

Imagino que se pediu
que sua mulher e seu amigo

fizessem sexo, não queria isso gravado.

Está doendo muito.

Me empresta o seu cinto.

Para quê, mulher?

Só me dá.

Levante a perna.

Pode me explicar que merda é essa?

Acalme-se. Temos um acordo.

Espera.

Tenho uma proposta.

Vamos fazer um acordo.

Certo. Repita.

A senha do cofre é...

a dia do meu casamento.

03-06-13.

O que mais?

O controle das câmeras está no escritório

e a senha é 84-36-19.

Perfeito.

Tem que apagar as últimas 24h
e desconectá- las.

Certo.

Preciso que acorde ele.

Rápido.

Olá, bebê.

Bingo.

- Pare!
- Calma!

O próximo não será...

Filha da puta.

Filha da puta.

A arma estava no cofre.

Só eu e ela conhecíamos a senha.

Aí está.

No fundo.

Pronto.

Faremos uma investigação
para verificar tudo isso.

Quero falar com ela.

Tudo a seu tempo, Sr. Riscal.

Posso fazer uma ligação?

Sugiro que espere
seu advogado para ajudá- lo.

Você tem marido?

Esposa.

3 dias depois

Entre.

Falei com a polícia.

Disse que quando estávamos jantando
assaltantes invadiram a casa.

E nos ameaçaram.

Atiram na minha perna

e, quando você tentou me defender,
eles o golpearam e você desmaiou.

E o Marcos?

Onde está o Marcos?

- Temos que levá-la ao hospital.
- Calma.

Estou bem.

Confie em mim.

Lembra-se quando disse
que faria qualquer coisa por mim?

Claro que sim. Como iria esquecer?

O que isso tem a ver?
Precisamos de uma ambulância.

Calma.

Estou bem.

Sinto muito.

Tem 24h para assiná- lo.

Leia tudo,

com calma.

O seu advogado...

Nosso advogado,

agora é meu advogado.

Isso foi muito baixo.

Meu pai o considerava um amigo.
Por sorte está morto para não ver isso.

Olá. Que surpresa.

Preciso de você.

É urgente.

Aonde vamos?

Para casa, meu amor.

Para casa.

- Olá, bom dia.
- Bom dia.

Por favor, não me passem nenhuma ligação.

Quanto tempo sem saber de você.

Tudo bem. Faltava ajustar
alguns detalhes, mas já arrumei.

O amor triunfou de novo, não?

Que loucura.

Obrigado.

Não precisa agradecer.

Não sabe o que evitou.

Sim, sei.

Por isso, acabei de mandar-lhe
uma nova proposta.

E uma cópia das provas
do que aconteceu naquela noite.

Não quer que ninguém descubra, não é?

Seria suspeita de assassinato.

Esse não foi o combinado.

Quê? Por acaso assinamos algo?

Me ligue depois de lê- lo.

Mas, com calma,
porque se eu cair, todos caímos.