All language subtitles for Transfer S01E05 (2017)

Transplant�mos a tua mente noutro corpo.

�s o Sylvain Bernard.

Estou no corpo de um homem
de quem n�o sei nada.

Preciso de saber se h� resqu�cios
da personalidade anterior.

H� muita coisa que n�o sabemos
sobre transferidos.

As transfer�ncias foram proibidas
devido a um fen�meno imprevisto.

Chama-se "revers�o".

- Vou perd�-lo?
- Luta pela exist�ncia do Florian.

E se for um transferido e n�o o Sylvain?

- Reconhece-lo?
- Sim, � ele.

Tenciono combater os traficantes.

Conheces algum?

Eles t�m � medo dos transferidos.

Quem � o teu conselheiro pol�tico?
Deus ou eu?

- Os transferidos seriam detidos.
- Empate-os.

VENDA ANULADA

Foda-se, o que � que fez?

- Acho que j� sabes quem sou.
- Sim, o Woyzeck.

Fico enjoado
com o que fizeste � tua fam�lia.

Estamos atr�s do mesmo homem, Florian.
Ajuda-me a encontrar o sacana que a matou.

Teste n� 44 de rejei��o de transfer�ncia.

Em primeiro lugar,
irei inocular a mol�cula E-863.

Desculpem a qualidade do v�deo.

Ele mostra
uma revers�o induzida no Centro �mega.

Tenha calma, minha senhora. Descontraia.

A rea��o � quase instant�nea.

O que � que fez? O que fez? Deixe-me!

Deixe-me em paz! Vou mat�-lo! Vou mat�-lo!

Liberte-me!

Nada de extraordin�rio.

O Prof. Edelstein
faz revers�es artificiais h� dois anos.

Sim.
Conhe�o o trabalho do Prof. Edelstein.

N�o est�o a patrocinar-me
para reproduzi-lo.

Sr. Syrmay, eu sei que quer resultados.

A Syrmedic inventou a transfer�ncia
e tinha o seu monop�lio at� � proibi��o.

Eu sei o que a proibi��o oficial
das transfer�ncias legais lhe custou.

Est� a dizer que foi bem sucedido?

Consegui identificar
as causas da revers�o. Mas melhor ainda...

Observem.

Deixem-me em paz!

N�o se mexa.

Tenho tanta vergonha.

Consegue parar
a revers�o de transfer�ncia?

N�o exatamente.

Sab�amos que os resqu�cios de emo��es
no sistema l�mbico do dador

ressurgem quando a am�gdala,

que governa o medo e a agressividade,
deixa de funcionar bem.

Pensem na am�gdala
como se fosse uma porta.

Posso configur�-la
para abrir e fechar quando queremos.

A pr�xima etapa � encontrar
um c�digo universal para a manter fechada.

Com um pouco mais de tempo,
a vossa confian�a

e capital adicional, acho que encontrarei

um protocolo para erradicar a revers�o
e estabilizar as transfer�ncias.

Conhece o meu filho?

Gaetan.

Em breve, ele ir� suceder-me.

Tem a nossa confian�a
e acesso ao nosso capital.

Mas tempo, Vautier...

Isso n�o lhe posso dar.

Estou doente.

O tempo tornou-se
muito dispendioso para mim.

Eu proporciono-lhe a imortalidade,
Sr. Syrmay. Tem a minha palavra.

Em breve,
a revers�o ser� s� uma lembran�a.

A imortalidade e o seu respetivo poder
estar� ao seu alcance em breve.

TRANSFER�NCIA

� aqui.

Quando proibiram as transfer�ncias,
arrum�mos a m�quina pois n�o a recolheram.

V�o, finalmente, tir�-la daqui?

- Tratam sobretudo doentes em coma aqui?
- Sim, sobretudo.

Posso ver a certid�o de �bito?

Sim.

CERTID�O DE �BITO

BASSOT FLORIAN
MARCENEIRO

Est� � procura de algu�m?
Talvez possa ajudar.

O que se passa?

Engan�mo-nos ao pensar
que ainda era poss�vel.

Isto.

N�o �ramos perfeitos.
Tinha os meus defeitos.

Quase nos separ�mos
quando o Thomas nasceu.

Chamaste-me "imaturo" e "irrespons�vel".

Mas �ramos n�s.

Somos n�s.

Est�vamos bem h� bocado.

Foi um sonho.

Um sonho bonito.

Dormi com a Beatrice.

� normal.

Os nossos corpos atraem-se.

Enfim, sabe-se l� o que � normal.

O meu corpo encaixava-se no teu.

Sabes qual � a pior parte?

O odor.

Sempre foste sens�vel ao odor.
Eu sei que este � repugnante para ti.

N�o dev�amos ter entrado neste jogo.
N�o existo.

N�o voltamos a ser o que fomos.

Im� Hadid,

Rabino-Chefe Abensur,
� para mim uma grande honra receber-vos.

� um encontro informal.

- Isto n�o pode ser divulgado.
- N�o se preocupe.

Os jornalistas est�o a dormir.

Respeitaram as nossas condi��es.

Agrade�o ao Sr. Dangeac,
que possibilitou este encontro.

Como sabem,
decidi enveredar pela pol�tica.

Acho que estamos � beira
de um momento hist�rico.

As nossas religi�es lutaram entre si
e, sim, ainda subsistem tens�es,

mas as transfer�ncias causaram
uma onda de febre religiosa.

A Humanidade tem de se virar para Deus.

Ap�s s�culos de laiciza��o,
creio que a sociedade est� pronta

para restaurar
o papel central da religi�o no Estado.

Esta revolu��o espiritual e democr�tica
n�o pode reavivar o comunitarismo.

O que receia? Novo pogrons?
Mais uma noite de S�o Bartolomeu?

Tenho uma vis�o vasta,
duradoura e moderna.

O secularismo ensinou-nos a coexistir.

Um estado religioso
pode fortalecer-nos sem nos dividir.

Se concordamos com o princ�pio de um Deus,
mas tr�s religi�es diferentes,

n�o poder�amos concordar com o princ�pio
de um Estado ao servi�o de tr�s religi�es?

- Prop�e uma alian�a?
- Pol�tica, n�o doutrin�ria.

Essa �, ao menos, uma proposta in�dita.

Lamento muito.
Eu sei que ele era importante para ti.

Estava l�.

- Vi tudo.
- Est�s a tremer.

Podes trazer um cobertor, por favor?

Obrigada.

- Como te chamas?
- Liza.

- Porque estavas c� fora �quela hora?
- Beatrice.

Ela viu o acidente.

Este � o meu colega, o Capit�o Bernard.
Chama-se Sylvain.

O que � que viste?

O carro virava em todas as dire��es.

Como se tivesse perdido o controlo
a alta velocidade.

- Tive tanto medo.
- Pronto, j� passou.

Est� tudo bem.

Eu levo-a a casa e pe�o-lhe o depoimento.

- Anda.
- O que foi?

Nada. Vamos.

O Padre Luc � um homem do futuro.

� um homem determinado, com uma vis�o.

- S� quero adaptar-me ao mundo moderno.
- E faz muito bem.

Por�m, tem uma certa ingenuidade
que poder� ser um obst�culo � sua ambi��o.

S� tenho c�pias f�sicas destes documentos.
N�o confio na tecnologia digital.

S�o confidenciais. Espero,
para o seu bem, que assim permane�am.

Antes de moldarmos o futuro,
devemos purgar o presente.

N�o � preciso acompanhar-me.
Sei o caminho.

Adeus.

- Est� tudo bem?
- Est�.

Florian, n�o consigo andar depressa
com as minhas perninhas.

N�o me ignores!

O que foi? N�o me digas
que o Gabriel teve um acidente.

Fiz tudo o que me pediste.

Os amigos ajudam-se uns aos outros.

- N�o somos amigos, seu monte de esterco.
- Insultos n�o, por favor.

- E ent�o? N�o queres saber?
- N�o! Deixa-me em paz!

O teu amigo descobriu quem �s
e localizou a tua fam�lia.

Sabes o que isso quer dizer?

Ele denunciava-te.
Fiz isto para te proteger.

Os transferidos t�m de cooperar entre si.

N�o tens de me agradecer.

Diz-me l�: tens uma paixoneta
por aquela pol�cia, n�o tens?

Eu percebo.
Tem bons seios, pequenos e firmes.

Deixa a Beatrice em paz! Deixa-a em paz!

- Pronto, n�o digo mais nada.
- D�i-me tanto a cabe�a, caralho.

- Sentes-te bem?
- N�o, n�o sinto.

- Sentes-te bem?
- O que est�s a fazer?

- O qu�?
- Afasta-te.

Tenho a cabe�a a rebentar.

Florian, tem calma. Calma.

Escuta. O teu nome � Florian Bassot.
�s um transferido. Isto � normal. Calma.

N�o digas isso!
Chamo-me Sylvain Bernard! Sylvain Bernard!

Chamas-te Florian Bassot.

Inspira!
Se tentas resistir, � pior. Respira fundo.

Florian. Florian.

Florian, o que...

Florian.

A primeira revers�o
� sempre assustadora,

mas ver�o que o fen�meno
t�o cedo n�o se repete.

- Deveria ficar aliviado?
- H� um tratamento em alguns pa�ses.

N�o, n�o comprem nada no mercado negro.

� s� banha da cobra. N�o resulta e tem,
muitas vezes, efeitos secund�rios graves.

Efeitos secund�rios?
Este corpo � um efeito secund�rio.

- Quer dizer que estou fodido, �?
- N�o.

Em breve, terei algo para ti.

Para j�, dou-te calmantes.
Evita o stress ao m�ximo.

Como � que evito o stress
quando perdi o controlo da minha vida?

Florian, tem calma.

Confia na Sophie.

Ela lutou por ti. Ela ama-te.

O amor � o melhor rem�dio
para te estabilizar.

- Agora, deu em psic�logo.
- Escuta, Florian.

N�s ultrapassamos isto. Est� bem?

Ultrapassamos isto.

Sabes uma coisa?
Fui eu que inventei a transfer�ncia.

"Inventei".

Paguei para que a inventassem.

Agora, estou �s portas da morte. Logo eu.

Est�s-te a borrifar. Tens nove vidas.

Nove vidas.

Chegou o relat�rio da Pol�cia.

- Foi um acidente est�pido.
- Ele estava b�bedo?

O Gabriel?

- Podes tirar um dia ou dois de folga.
- N�o, quero trabalhar.

Em breve, apanhamos
os traficantes do caso Lantier.

Era bom se consegu�ssemos prend�-los.

Estou a organizar uma ora��o
pela alma dele. Conto convosco?

N�o, Viviane. Aqui n�o.

N�o posso dar apoio psicol�gico a todos,
mas uma ora��o de grupo pode fazer bem.

Acho que o Gabriel n�o aprovaria.
Mas l� estarei.

Merda para a vossa religi�o.

N�o quero que venham investigar
as coisas dele.

- Podes esvaziar a secret�ria dele?
- Conte comigo.

Voltem ao trabalho.

Puta que pariu.

O bem e o mal... s�o insepar�veis.

J� devias saber.

- Ao menos, podias neg�-lo.
- Para qu�?

Sim, � verdade.
Realizo transfer�ncias ilegais.

E nem sou o pior no meu grupo, acredita.

Transfer�ncias! Como foste capaz?
� tudo contra o qual lutamos.

Abre os olhos, Luc.

Sim, modernizaste a Igreja.
Nunca tinha tido tantos crentes.

No entanto, a tua cruzada � cara.
O dinheiro faz falta.

Sabes como �.
O bem e o mal andam de m�os dadas.

- Recuso-me a ouvir isso.
- Ai �?

Diz-me. As pessoas d�o-te ouvidos.
"N�o! Chega de transfer�ncias!"

E d�o-te ouvidos porqu�?

Porque s� veem o mal � volta delas.

Porque est�o desesperadas.

E eu alimento esse desespero,
para que captures os cora��es delas.

- �s o Diabo.
- Se sou o Diabo, tu �s Deus.

Porra, vamos ser pragm�ticos.

Se me abandonares hoje,

o esc�ndalo ser� tal
que n�o conseguir�s salvar o mundo.

Tenho de proteg�-lo de pessoas como tu.

Escuta. Quiseste entrar na pol�tica.

� um neg�cio trai�oeiro.

Temos de ser astutos.

Confia em mim, sim?

A seu tempo, eu dou-te a vit�ria.
Nesse dia, deixo de fazer transfer�ncias.

O drag�o morre e o mal desaparece.

Ser�s como o S�o Jorge,
com a sua espada de luz.

Ser�s impar�vel.

Portanto, continua a combater
o que represento, mas...

... n�o me combatas,
pois sou o teu maior aliado.

Pai?

Tive saudades tuas.

Tamb�m tive saudades tuas.

Porque � que n�o me disseste nada?

N�o sei.

Devia ter confiado em ti.

Tenho orgulho em ti. A s�rio.

A escola diz para termos cuidado
com os transferidos, mas n�o me importo.

Ningu�m pode saber. Nem sequer a tua irm�.

Posso contar contigo?

Que reuni�o rid�cula � esta?

J� tens preconceito contra n�s?

Quero que deixes a minha fam�lia em paz.

O reencontro com o Thomas foi comovente.

- At� chorei um pouco.
- Pronto, j� chega.

Recuperaste o teu filho, mas eu perdi
as minhas filhas para sempre.

Quem me dera que quisesses saber disso.

N�o consigo trazer a tua fam�lia de volta.

Tens raz�o.

Mas posso vingar-me.

Assegura-te de que o Gabriel n�o morreu
em v�o. Continua a investiga��o.

- J� te disse que acabou. Deixa-nos.
- Pap�! Por favor, pap�!

Quero a Virgem Maria t�o linda!
N�o te pe�o mais nada!

- Cala a boca!
- Obrigada.

Andor.

Descontrai. O stress faz-te mal.

Segue o meu exemplo.
Sou mais velho. Acho eu.

Eu at� estou bem. Se bem que preferia
que n�o me crescessem mamas.

Escolheste esse corpo e vida.

N�o, roubaram-me a vida.

N�o consigo. Nem sou pol�cia a s�rio.
Os traficantes s�o sempre mais espertos.

Eu deixo a tua fam�lia em paz.
Dizemos que a minha m�e voltou da viagem.

Mas encontra o filho da m�e
que � o cabecilha da rede.

Estou a tentar.

At� localizei um gajo
que ia licitar um corpo.

Jacques Lantier. Estivemos quase.

Se esse tal de Lantier
queria ser transferido,

entrou em contacto com os traficantes.

Vai por mim, que tenho experi�ncia.
Nunca se abordam clientes ao acaso.

O perfil, situa��o financeira
e aspira��es dele foram investigados.

Ele confiou neles. Volta � estaca zero.

N�o h� pachorra.

Volta a interrog�-lo.
Descobre quem o abordou.

Faz como bem entenderes,
desemerda-te, mas segue essa pista.

�men.

Ol�, meu filho.
� a tua primeira confiss�o?

Podes contar-me tudo.
Os teus segredos est�o a salvo.

Filho da m�e.

Bom dia, Sr. Lantier.

Eu sei que j� o interroguei durante horas,

mas fa�a um �ltimo esfor�o.

O senhor � crente.

Confessa-se com frequ�ncia?

Sim.

Durante uma confiss�o, disse ao Padre Luc
que queria mudar de vida?

Sim, n�o temos segredos para ele.

A f� era o que me sustinha.
Tra�-a por uma ilus�o.

Obrigado, Sr. Lantier.

Bom. Vim por tua causa,
mas a tua hist�ria n�o me convence.

Escuta, tu usas os confession�rios deles,
sabes como funcionam.

S� eles � que t�m essa informa��o.

Sim, e n�o temos o direito de pedi-la.
� o princ�pio do sigilo da confiss�o.

Somos a BATI. Temos esse direito.
Temos de encontrar os traficantes.

Vens comigo, ou n�o?

Teimoso que nem uma mula. � por aqui.

N�o fizeram votos de pobreza.

Tenho vergonha, Sr. Padre.
Tudo o que lhe disse...

Nunca pensei revelar isto a algu�m.

O Padre Luc pede desculpa
por n�o vos receber, mas est� ausente.

Voc�s oferecem uma alternativa moral
e pol�tica h� muito esperada.

Que palavras encantadoras.

Como � �bvio,
o Padre Luc apoia o trabalho da BATI.

Combatemos a mesma praga.
As transfer�ncias.

A ci�ncia... A tecnologia...

Seria bom podermos voltar atr�s no tempo.

As transfer�ncias salvaram vidas.

N�o deveria dizer isso aqui.

Mas eu perdoo-o.

S� se fala das suas fa�anhas,
Capit�o Bernard.

Dificulta a vida aos traficantes.

H� pouco tempo, uma das suas admiradoras,
uma freira, comparou-o a Abra�o.

Ele sacrificou o pr�prio filho.

� uma compara��o forte,
mas tem a ver convosco.

A tecnologia n�o vos incomoda assim tanto.

- Porque est� ao servi�o de Nosso Senhor.
- Ou de quem fala em Seu nome.

Gostar�amos de aceder
�s confiss�es de Jacques Lantier.

Mesmo que quisesse, n�o � poss�vel.

- As confiss�es s�o enviadas para Deus.
- Deus?

Desculpem.
� o nome do nosso computador central.

D.E.U.S.

Sim, est� programado para guardar dados,

mas a sua mem�ria est� bem protegida,
e nenhum de n�s pode aceder a ela.

S�o segredos inviol�veis.

Mas, durante a confiss�o,
o confessor tem acesso aos dados?

Em parte.

Deus filtra apenas
a informa��o necess�ria.

Talvez um desses homens se lembre
de Jacques Lantier.

Escute, os nossos confessores
s�o padres ordenados.

Eles respeitam o sigilo das confiss�es.

Lamento, mas n�o posso fazer mais.

- Querem que vos acompanhe � sa�da?
- N�o � necess�rio. Obrigado.

- Muito obrigada. Adeus.
- N�o tem de qu�.

Porque � que confias neles?

E lhes contas
os teus segredos mais �ntimos?

Porqu�? Porque s�o homens de f�.

O confessor do Lantier
pode contactar os traficantes.

Isso j� n�o � s� amn�sia. S�o del�rios.
A Igreja � contra as transfer�ncias.

Eles vendem mentiras.
O avatar do Padre Luc � uma mentira.

N�o somos ot�rios. N�s sabemos.

O Padre Luc n�o pode ouvir todos os fieis.
E da�? Confiamos nas palavras dele.

S� podes estar a brincar.
Isto � um neg�cio. � pol�tica.

N�o passa de um projeto de marketing.
N�o sejas cr�dula.

Sabes que mais? Foi bom ver-te outra vez,
mas desiste. Vou para casa.

Beatrice, espera...

Acreditas em Deus?

Porqu�?

H� dias em que gostaria de acreditar.
Deve ser reconfortante.

Acredito no Pai e no Filho.
Eles que tratem do Esp�rito Santo.

Pai?

Pai? O que se passa?

Pai?

O que se passa? Responde. Inspira fundo.

Estou feliz por ti.

A Liza voltou para casa,
mas diz que h� de nos visitar.

Ela � muito querida.

Pensei que tinha chegado a minha hora.

N�o, Alexandre.
�s s�lido que nem uma rocha.

Com todo este trabalho pela imortalidade,
comecei a acreditar que era eterno.

E �s.

Damia,

�s a �nica que amei.

Eu sei.

Agora, tens de descansar.

E ent�o?

� o fim.

Merda.

N�o pode ser. Era uma montagem.

Merda.

As viagens dos nossos ve�culos
ficam registadas?

Sim. Manda-me os dados
da �ltima viagem do Gabriel.

Estou a come�ar a gostar destes m�sculos.

Tens de fazer exerc�cio
para manter este corpo de atleta.

Vou ficar com ci�mes do meu corpo.

Estou a tentar habituar-me a ele.

Havemos de conseguir.

Lembra-te de tomar os calmantes.

Quero duas.

N�o, fa�o-te tr�s.

- Quatro?
- Cinco.

- Queres vir�-la?
- Sim.

Ena, alguma coisa mudou.

- Podemos fazer panquecas?
- Sim.

Tenta.

Ena.

Dupla volta.

E se fizeres assim?

Toma.

Espera, Beatrice!

PARA O NOSSO QUERIDO
FLORIAN BASSOT

� aqui que ele est� enterrado?

- N�o, � o meu corpo.
- A alma dele, caralho.

- Tem de estar enterrada em algum lado.
- Desculpa.

Conheci tantos transferidos.
N�o sabia que custava tanto.

O Gabriel descobriu e tentou avisar-me.
Fui mesmo parva.

Causaste o acidente dele?

Estava contigo.

N�o tive nada a ver com isso.

- Queria poupar-te a isto.
- Fizeste merda.

Vais-me denunciar?

Ainda tens lata
para me perguntar isso?

Estou numa situa��o lixada por tua causa.

Tens filhos. Eu queria ter filhos com ele.

Eu entrego-me.

Acho bem, seu cabr�o.

POL�CIA

Saiam.

Voc�s os dois.

J� para o meu gabinete.

Estou � espera.

- A culpa � minha.
- S� dizes isso?

Porque raio
foram chagar o ju�zo ao Padre Luc?

Ideia do Sylvain.

- Pens�mos, com confiss�es do Lantier...
- N�o pensem.

O Padre Luc � uma figura influente.

Talvez seja o nosso maior aliado.
Quanto ao Dangeac...

Foda-se. At� tu, Beatrice.

Ele ligou-me assim que foram embora.
Foi muito expl�cito.

N�o quero que voltem l�.

- Foi um erro.
- J� cometeram erros a mais, Beatrice.

N�o vou passar a vida a ralhar-vos.

Bom, encontr�mos os malucos
cujos corpos foram leiloados.

N�o adianta l� irem, mas que se lixe.
Est�o na fronteira. V�o interrog�-los. V�.

Sylvain.

Tenho sido muito permissivo contigo.
Chega de desilus�es.

A Beatrice est� destro�ada
com a morte do Gabriel.

Apoia-a, por amor de Deus.
�s tudo o que lhe resta.

- J� l� est�o agentes. Vamos como?
- Beatrice.

Fica calado e n�o fa�as perguntas.
Temos trabalho.

J� se conheciam? Foi ela que vos recrutou?

N�o nos conhec�amos.
Partilh�vamos s� a mesma f�.

- F� no suic�dio em massa?
- N�o.

Que esta vida n�o adianta.
Que a morte � o que nos redime.

N�o. Deus nunca nos pediu
que morr�ssemos por ele.

Ele quer que fa�amos o oposto.

Diga-me,

quando acordaram depois da cerim�nia,
estavam presos?

Lembra-se de algum nome ou rosto?

Pens�vamos que �amos morrer.
Que iriam utilizar os nossos corpos.

Eles n�o tinham de se esconder.

Lembro-me do chefe.
Tratou-nos como se f�ssemos mercadoria.

Pode descrev�-lo?

N�o era muito alto.
Devia ter 50 e tal anos.

- Talvez 50 anos.
- Cabelo ruivo.

Tinha uma verruga ao lado do nariz.

Lembra-se de algum nome
ou de informa��es que pudessem ser �teis?

Reconhece este homem, David?

Sim, � ele.

- De certeza?
- Sim.

Reconhece este homem?

Sim, � ele. Ele disse: "Deus est� morto."

Vais continuar a envenenar a minha vida?
Qual � o teu problema?

Quem �s tu? O que � que queres?
Queres dar cabo da minha vida?

Faz sentido. O Lantier, o confession�rio.

Est�s a falar
sobre a minha Igreja, percebes?

Desde quando � que �s pol�cia?
�s marceneiro.

- Cortas madeira. �s um z�-ningu�m.
- Calma. Escuta.

N�o escuto. N�o existes.

- Ent�o porque n�o me denuncias?
- Por caridade, porra.

Pensei que, se uma parte do Sylvain
vive em ti, isso pudesse ser um sinal,

mas tu queres destruir
tudo aquilo em que acredito.

Tens algum plano?

Eu sei o que � que ele e a Igreja
significam para ti.

- Nem fazes ideia.
- Fa�o sim.

Acordei num mundo corrupto,
onde ningu�m � o que parece ser.

- Sobretudo tu.
- Eu sei.

Mas, pelo menos, sei que podemos mudar
qualquer coisa, percebes?

O Dangeac � o nosso alvo desde o in�cio.
O teu, o meu, at� do Sylvain.

N�o digas o nome dele.

Nunca tentei substitui-lo.
Sobretudo contigo.

N�o sei como explicar
o que se passa dentro de mim. O que sinto.

Estou-me a cagar para o que sentes.

- Certo.
- E tu nunca te perguntaste como me sinto?

N�o me confundas com o Sylvain!

J� chega!

Fiz tudo o que podia. Mais � imposs�vel.

Foi apanhado, Dangeac.
A culpa n�o � minha.

E n�o esconde a sua alegria, pois n�o?

Nada disso.

Tramou-se a si mesmo.
Foi a melhor prenda que me p�de dar.

N�o deite foguetes antes da festa.
Ainda tenho um trunfo.

Deixou-os fugir, Dangeac.

� demasiado arrogante.

Amanh�, ser� formalmente identificado.

Nem eu, nem o senhor podemos impedi-lo.

No entanto, muito pode acontecer
da noite para o dia, comandante.

Vamos.

Vamos sair daqui.

- Nem um sobrevivente?
- N�o.

- O que fazemos quanto ao Dangeac?
- Sem testemunhas, n�o temos provas.

- Desculpe?
- Eles identificaram-no.

N�o pode deixar passar isto.
A BATI tem autoridade.

O Dangeac � uma figura p�blica.
N�o tinham como n�o o identificar.

N�o tem nexo mostrar a foto dele
a um bando de fan�ticos inst�veis,

conforme se provou.

Bom, fiquem por aqui.
Caso encerrado. � uma ordem.

Tudo o que fizemos foi em v�o?

Isto n�o pode ficar assim.

Onde � que vais?

"O suic�dio de 28 pessoas
que adoravam a um falso deus

demonstra a decad�ncia moral
da nossa civiliza��o.

Todos conhecem a raz�o.

A praga das transfer�ncias,
que assola a sociedade...

Minha senhora, n�o pode entrar.

- O que se passa?
- Precisamos de falar, Sr. Padre.

Pode ir, irm�.

Sr. Padre.

Acredito em si.
Quero continuar a acreditar.

Beatrice Lourmel, n�o �?

Ouvi falar muito de si.
Mas para qu� esta entrada t�o teatral?

Paul Dangeac.

- O que sabe sobre as atividades dele?
- O Paul � um amigo de longa data.

Ele administra a minha campanha
e d�-me conselhos.

O Dangeac trafica transfer�ncias.

Essa � uma acusa��o muito grave,
como deve calcular.

Tem provas que a corroborem?

N�o quanto bastem para o prender.
Ele matou pessoas. Ajude-nos.

O que acabou de me contar
� preocupante, mas...

... n�o chega para me convencer.

Diz que um homem em quem confio
� um Judas.

Tudo o que vejo � um Paul �ntegro...

O Sr. Padre sabia.

N�o �?

Tem de cumprir o seu dever. Eu entendo.

Durante dois anos,

bebi cada palavra dos seus serm�es,
tal como centenas de milhares de crentes.

Por amor de Deus, n�o pode proteg�-lo.

J� chega, minha filha.

Desde o in�cio da minha cruzada,

houve in�meras cal�nias para me difamar.

Se me preocupasse com cada uma delas,
n�o ia a lado nenhum.

Se suspeita de mim
ou do Paul Dangeac, prenda-me.

Podia prend�-lo.

Tenho esse poder.

Mas n�o o far�.

Agora, deixe-me.

- Acreditei em si.
- Deixe-me.

Damia,

chegou a hora de chamar o m�dico.

DR. LEONID PAVEL
CONFIDENCIAL

Thomas, leva a tua irm� para dentro. J�.

O que est�s aqui a fazer?

Vem comigo.

Podemos parar por um momento?

O que raio fazemos aqui?

Quero um filho dele.

N�o teu. Dele.

Substitu�ste-o, n�o?

Quero os genes dele.

� tudo o que terei dele. Despe-te.

Despe-te.

V�.

O que � isto?

Pai...

N�o olhes para mim.

M�e.

- M�e.
- Vai tudo correr bem.

Porque est�o a fazer isto? M�e.

Solta-me. Solta-me!

Pai, porqu� eu?

N�o, pai.

Eu amo-te! N�o fa�as isto!

Obrigado, Gaetan.

- Foste um bom filho.
- Solta-me! Solta-me!

Foda-se, soltem-me!

Isto n�o se faz!

Sou o vosso filho!

Solta-me, m�e! �s horr�vel!

Parem! N�o fa�am isto!

Pai! Pai, n�o!

Por favor! Por favor!

Pai!

M�e, por favor.

M�e! Porqu� eu?

M�e! M�e!

M�e, eu amo-te!

INICIAR

Porqu� eu?

M�e!

N�o fa�as isto, pai!

Pai!

Pai, n�o fa�as isto!

Por favor!

Pai!

Legendas: Jo�o Lino Monteiro