All language subtitles for Trafficked.with.Mariana.van.Zeller.S01E06.Cocaine.1080p.WEB.h264-CAFFEiNE.sub

Essa Miami maravilhosa
que voc� v�

come�ou com dinheiro de drogas.

Esta cidade foi constru�da
com dinheiro de coca�na...

cada peda�o dela.

Se voc� usou coca�na nos EUA
nos anos 80,

� bem prov�vel
que ela tenha passado por Miami.

Miami � a cidade da coca�na,

o principal ponto de tr�nsito
entre os EUA e as Bahamas.

Milh�es de d�lares em drogas
foram contrabandeados

apenas por este homem.

Eu recebia 500 mil d�lares
por viagem.

E n�o faria por menos.

Gangues rivais brigavam por
sua parte no lucro do tr�fico,

fazendo de Miami a capital
dos assassinatos dos EUA

e inspirando meu programa
de TV favorito quando crian�a.

Foi meu primeiro vislumbre
do submundo da coca�na.

Eu ficava fascinada
pelo dinheiro, pela viol�ncia,

pelos personagens exagerados

e, � claro, pelas escolhas
de moda do Crockett.

Eu n�o fazia ideia
de que d�cadas depois,

o contrabando em Miami
ficaria aquecido de novo.

M�os para cima!
Ponham as m�os para cima!

E que eu estaria
perseguindo os traficantes.

As antigas regras
est�o voltando,

com conex�es
na Am�rica Central e do Sul.

Esta � a hist�ria

de uma das rotas
de contrabando mais infames

e incontrol�veis do planeta.

Quanta droga voc� tem?

A coca�na ajuda
a sustentar este pa�s.

Todos eles traficam drogas.

Pol�cia!

Depois de 40 anos
da guerra multibilion�ria

contra as drogas nos EUA,

como a coca�na continua barata
e dispon�vel como sempre?

A pol�cia n�o pega ningu�m.
Os delatores que entregam.

Vamos. Vamos.
Fomos vistos.

E quem s�o as pessoas
que colocam suas vidas em risco

para entregar aos americanos
sua droga preferida?

Para prote��o, esta granada.

Eu vou fazer uma jornada
de quase cinco mil quil�metros,

das folhas verdes
� linha branca,

para descobrir.

Mercado Ilegal com Mariana van Zeller

"Ponto de verifica��o
obrigat�rio de Machente."

� a checagem policial.

- Ol�. Bom dia.
- Bom dia.

- Documento, por favor.
- Claro.

Oi.
Tudo bem?

Um momento.
Vamos revistar o carro, certo?

Tudo bem.

Quando voc� faz reportagens
sobre mercados ilegais,

algumas checagens s�o esperadas.

O que voc�s est�o levando?

Equipamento de filmagem.

Mas nada ati�a mais
as borboletas no est�mago

do que o �ltimo
ponto de checagem

antes de voc� pisar
em territ�rio desgovernado.

- V�o em frente.
- Obrigado.

Ent�o, eles est�o fazendo
uma busca por drogas?

Por drogas, isso.

Por sermos equipe de filmagem,
n�o procuraram muito.

- Geralmente, eles checam tudo?
- Tudo. Os pneus, tudo.

- Desmontam o carro.
- Sempre est�o ali?

Sim, sempre.

Ap�s o ponto de checagem,
entramos em uma regi�o sem lei

que produz aproximadamente
um quinto da coca�na no mundo:

o VRAEM.

N�o me orgulho disso,

mas somos um dos melhores
produtores de coca�na,

pela abund�ncia
das folhas de coca,

que � a mat�ria-prima
para fazer o produto.

Ent�o, a qualidade da coca�na
vinda daqui � muito boa?

Excelente.

Meu guia neste mundo
� meu amigo Ceviche,

que viveu no VRAEM
por muitos anos.

Est�o secando
as folhas de coca ali.

- S�rio?
- Sim.

Est�o secando
folhas de coca ali.

Aquilo � coca.

Est�o secando.

Os locais aqui no VRAEM

plantam coca
h� milhares de anos.

Mas esta n�o �
uma comunidade agr�cola t�pica.

Apresentar armas!

Aqui, n�s lutamos
contra o crime.

Contra ladr�es,
pessoas que roubam

e quem vive uma vida de crimes.

Quem garante a lei
em Santa Rosa?

O Comit� de Autodefesa!

Por todo o vale,
mil�cias justiceiras, como esta,

s�o a lei desta terra.

Estes cultivadores de coca
viraram soldados

para defender
suas comunidades...

e suas lavouras.

Aqui est� a coca.

Isto s�o folhas de coca.
Certo.

Voc� coloca na boca,
deste jeito?

- Posso colocar?
- Sim.

� normal.

Apenas mastigue, n�o engula.

S� mastigar, n�o...

Eles disseram para eu
apenas mastigar, n�o engolir.

Tem gosto de folha.

- A boca fica meio dormente?
- Sim.

- Porque ela tem droga.
- Sim.

O sabor � bom,
um pouco amargo, mas bom.

Aqui, no Peru,

cultivar e vender
folhas de coca � legal.

S� se torna ilegal

quando voc� transforma
as folhas em coca�na.

- E isso d� energia?
- Energia, coragem.

- Coragem.
- �.

Coragem.

- For�a.
- For�a.

Originalmente,
as mil�cias foram formadas

em resposta a Sendero Luminoso,

um grupo comunista implac�vel

que chegou ao poder nos anos 80.

Seus membros mantiveram
uma guerra civil por d�cadas

para derrubar o governo peruano.

Nossos inimigos est�o ali,
nas montanhas.

O Sendero Luminoso.

O Sendero Luminoso controla
rotas importantes para o tr�fico

e � conhecido
por atacar comunidades

para expandir seu territ�rio.

� assim que o grupo
ganha dinheiro,

extorquindo cultivadores,

fabricantes e contrabandistas
por prote��o ou passagem segura.

N�o � segredo
que o Sendero Luminoso

sobrevive do tr�fico de drogas.

Mas, de certa forma,
todos no VRAEM

sobrevivem disso.

Nossa popula��o vive
da venda de folhas de coca.

N�o tem outra coisa.

� nosso �nico
meio de vida no VRAEM.

A pol�tica no VRAEM
� complicada.

Para financiar a luta
contra o Sendero Luminoso

e manter suas fam�lias,

estes agricultores vendem
sua colheita de coca

sem jamais perguntar a inten��o
de uso de seus compradores.

Mas a verdade � que quase 94%
das folhas de coca no VRAEM

v�o para traficantes de drogas.

Aqui, o neg�cio de drogas
� controlado

por pequenos cl�s de fam�lias

que operam independentemente

e todos eles s�o arredios
de estrangeiros.

Quando os locais veem
um bando de gringos,

acham que s�o
da pol�cia dos EUA.

Por isso estou contando
com o Ceviche

para me ajudar a ter acesso
ao pr�ximo passo do processo.

Eu dirigia um t�xi.

E algumas pessoas levavam
insumos para outra cidade.

Insumos?
Quer dizer coca�na?

- N�o.
- O que �?

Insumos s�o ingredientes
para a coca�na,

como �cido

ou folhas de coca.

Mas voc� sabia que eles usariam
isso para produzir coca�na?

Para que est�o levando
cinco gal�es de alvejante?

- Eles lavam tanta roupa? N�o.
- O que voc� fazia

quando sabia
que estava carregando...?

Eu s� dirigia.

Acontece que um dos antigos
passageiros do Ceviche

ainda est� na ativa
no neg�cio da coca�na.

Ele � de um cl� familiar
que compra folhas de coca

para transformar
em pasta base de coca�na.

� complicado.

Eles s� mostram
se confiarem em voc�.

- E a que dist�ncia fica daqui?
- Uma hora.

Seu contato concordou
em nos encontrar,

mas deu pouca informa��o.

Ele nos mandou pegar
a estrada que sai da cidade

e esperar por mais instru��es.

Ent�o, estamos dirigindo
h� uma hora,

subindo a montanha
em estradas de terra,

para encontrarmos o due�o,
o dono da opera��o de drogas,

que nos deixou filmar
o laborat�rio no meio da selva.

Tudo que sei � que ele prometeu
me deixar ver o lugar

onde a coca�na come�a

sua jornada de quase 5 mil km
para os EUA.

Mas, por enquanto,

estamos todos ansiosos
para chegarmos l�.

Eles nos disseram para,
sempre que um carro se aproximar

ou que atravessarmos
cidades com luz,

encobrirmos nossos rostos,

porque eles n�o gostam de ver
gringos nesta �rea,

porque levanta suspeitas.

Abaixe a c�mera.

Esta regi�o � muito perigosa.

Mesmo tendo permiss�o de visitar
esse laborat�rio de coca�na,

para chegar l�,
precisamos passar

por territ�rios controlados
por outros cl�s e mil�cias

que n�o fazem ideia
de quem somos

ou o que pretendemos.

� para parar aqui por um minuto.

E desligar os far�is.

Eu fico um pouco apreensiva

quando, no meio
de uma estrada deserta...

Est� um breu.

Um homem aparece, de repente,
no meio da escurid�o.

Estou tentando entender
quem � esse cara.

Ent�o, voc� vem com a gente?

Sim.

Est� bem. Voc� trabalha l�?
O que voc� faz? Desculpe.

Sim, eu sou qu�mico.

O qu�mico, a figura central
na opera��o toda,

estava parado
na estrada da montanha,

em plena escurid�o.

S�o coisas imposs�veis
de se inventar.

Est�o checando a �rea

para garantir
que tudo est� seguro.

Pronto.
Vamos.

Certo, apaguem todas as luzes.

E aqui est�,
a entrada para a selva.

Aquela � a nossa cidade,
ent�o n�o podemos usar luzes.

Os moradores daqui s�o unidos.

Quando acontece alguma coisa,

toda a cidade se organiza
e todos v�m.

Ele disse
que tem uma cidade perto

e, se nos virem,
podemos ter problemas.

Esses laborat�rios
s�o os motores econ�micos

das comunidades locais.

Sem eles, haveria pouca demanda
por folhas de coca.

Por isso os moradores daqui
s�o t�o protetores.

Somos, basicamente,
uma amea�a � sua sobreviv�ncia.

O qu�mico me fez jurar

que n�o revelarei a localiza��o.

Eu disse que n�o seria
um problema.

Eu mal posso ver meus p�s.

N�o vejo nada.

N�o vejo nada.

Eu estou bem.
Obrigada.

� aqui?

Chegamos.

� bem aqui!

O que � isso?
Pode me explicar?

Ele est� pisando
nas folhas de coca

para extrair a droga delas.

Eu n�o vou mentir,

� sempre emocionante ter acesso
a esses mundos clandestinos.

O po�o de coca�na,
o ponto de partida

de um neg�cio ilegal
t�o cheio de hist�rias,

est� no topo do ranking.

Mas, quando passa
a empolga��o de rep�rter,

eu percebo que todo o processo
se resume a trabalho bruto

e qu�mica simples.

Faz quanto tempo
que come�ou esse processo?

- H� tr�s dias.
- Tr�s dias.

Est�o fazendo isso h� tr�s dias.

E, agora, � o passo final,
em que eles misturam com sal.

S�o necess�rios 400 quilos,

quase 900 libras,
de folhas de coca

para fazer um quilo de coca�na.

As folhas s�o mergulhadas
em �gua, �cido e alvejante,

o que retira a droga das folhas.

Agora, ela est� pronta
para ser levada

em pequenos recipientes
ao laborat�rio.

- Daqui, vai para o laborat�rio?
- Isso.

Cuidado.

Neste laborat�rio improvisado,

eles come�am o processo
de purifica��o.

Agora, usamos cimento
para cortar a droga.

Cimento?

Pesquisadores descobriram
como retirar a coca�na

das folhas de coca
h� mais de 150 anos.

E americanos experimentaram
a droga pela primeira vez

na Coca-Cola, no s�culo 19,

antes de ser proibida
pelo governo federal em 1914.

O cheiro � muito intenso.

� gasolina?

- Sim.
- Sim?

A gasolina vai puxar a droga.

Para purificar a coca�na
em meio � selva peruana,

eles descobriram
como extrair a droga

usando produtos caseiros simples

e muita gasolina.

Neste laborat�rio,
cada lote requer 265 litros.

Qual � o pr�ximo passo?

Vamos preparar o �cido.

S� meia tampa.

Este �cido � muito forte.

Am�nia, alvejante,

cimento, cal e gasolina.

A cada aditivo t�xico,

a droga se torna
cada vez mais concentrada.

Eles est�o removendo o topo,
que � o combust�vel.

E o fundo � uma esp�cie
de l�quido claro

e � ali que a droga fica.

Viu?
Est� muito escuro.

E isso � tudo gasolina.

E a parte clara l� embaixo...

O que � isso?

Aquilo ali s�o as drogas.

Sim, s�o as drogas bem ali.

Eles chamam
aquele l�quido claro de "sopa".

Pode experimentar a �gua,

como ela deixa
sua boca dormente.

Quer sentir?

N�o, obrigada.

Ele perguntou se eu queria.

Mas posso tocar?

Pode.
N�o tem nada de errado.

- Ela n�o vai...
- N�o vai acontecer nada.

� fria.

Veja isto.

� impressionante.

� incr�vel pensar que,
daqui algumas semanas,

esta sopa da selva

vai desaparecer nas narinas
de algum americano.

Agora � hora do �ltimo passo.

Uma pitada de am�nia
para solidificar as drogas.

Temos que nos apressar.

Depressa.

Eles falaram que temos
que nos apressar.

Com tantas vidas
dependendo deste laborat�rio,

o amigo do Ceviche
est� correndo altos riscos

nos deixando olhar
por tr�s das cortinas.

Quando o qu�mico some
por uns minutos,

come�o a me preocupar.

Temos que ir, imediatamente.

- Certo. Por qu�?
- Porque umas pessoas nos viram.

- Quem nos viu?
- A cidade.

O vigia avisou que os moradores
sabem que estamos aqui.

Temos que ir agora.

Rapazes, temos que sair agora.

- Vamos. Depressa.
- Vamos.

Vamos, vamos.

N�s fomos vistos
por algu�m na estrada.

Eles disseram
que temos que ir embora.

Temos que ir depressa.

Est�o todos aqui?

Felizmente, escapamos
sem qualquer incidente,

mas a longa jornada
das drogas para o norte

est� apenas come�ando.

� um novo dia no VRAEM.

A pasta de coca
de ontem � noite virou tijolos.

O pr�ximo desafio?

Tirar tudo do vale.

O jeito mais f�cil
seria de avi�o.

Mas agora o ex�rcito peruano

tem permiss�o para abater
voos suspeitos de terem drogas.

Por via rodovi�ria
tamb�m funcionaria,

mas as estradas est�o cheias
de barreiras policiais.

Um meio de transporte mais
simples ganha a prefer�ncia:

uma mochila.

Os mesmos caras
que dirigem o laborat�rio

nos mandaram ir
para fora da cidade

em uma trilha
que leva aos Andes.

Entendido,
estamos seguindo o comboio.

Estamos atr�s
dos outros dois carros.

Aqui?
Est� bem.

Certo.
N�s chegamos.

Vou pegar a lanterna.

Eles s�o conhecidos
como mochileros,

a palavra em espanhol
para mochileiros.

Suas mochilas
est�o cheias de tijolos e p�.

Eles s�o os sherpas
do mundo da coca�na.

Fiquei surpresa ao ver
que o qu�mico da noite passada

tamb�m era um mochilero.

� mais perigoso esta viagem?

Transportar a droga
do que fabric�-la?

� claro.

Transportar � mais perigoso.

A altitude � de mais
de 1.800 metros,

e d� para sentir.

S� come�amos h� 15 minutos,
e eu j� estou exausta.

E nem estou carregando 10 quilos
nas minhas costas.

S�o 3h30 da manh�.

� aqui que paramos um pouco
para recuperar o f�lego,

para descansar.

Pode dizer
o que est� carregando?

Para minha prote��o,
eu carrego s� isto aqui.

Um rifle?
O que mais tem para se proteger?

- O meu "abacaxi".
- Chama isto de "abacaxi"?

Uma granada.

Todo mundo envolvido
nesse tipo de neg�cio

est� armado.

Cl�s rivais,
policiais corruptos,

ladr�es de todos os tipos,

� o Velho Oeste nessas trilhas.

Perguntei o que aconteceria
se eles fossem atacados.

Seria uma guerra.

Correria muito sangue.

Para se salvar,
voc� atira nos seus inimigos.

Estou seguindo
a "estrada da coca�na",

das montanhas do Peru
para as boates de Miami.

S�o 4h da manh�

e estou acompanhando
um grupo de jovens

que arriscam suas vidas

para tirar 30 quilos de coca�na
do vale do VRAEM.

Isto � tudo o que eles levam.

Uma lata de atum, biscoitos,

um pl�stico,

que usam para se cobrirem
em caso de chuva,

e �lcool, que eles dizem
ajudar no mal de altitude,

porque eles v�o
muito alto na montanha.

Aqui est� a droga, � claro.

Isto aqui vale 900 d�lares.

Cada quilo, nos Estados Unidos,

depois de processado,
vale 25 mil d�lares.

Quantos quilos de droga tem?

De 25 quilos a 35 quilos.

- No total?
- Sim, em tudo.

Isso quer dizer
que est�o carregando

cerca de 750 mil d�lares
em coca�na bruta.

Aqui est� a droga, a pedra.

A pedra.
� como uma rocha.

Isto � o que obtemos
da pasta base.

O p� � feito disto.

Pasta de coca�na peruana,

uma das mais
procuradas no mundo.

Os mesmos tijolos que Escobar
levava para a Col�mbia

para processar em p�.

Pode cheirar.

- Posso?
- Sim.

Pode experimentar.

Obrigada.

Parece t�o despretensiosa.

� dif�cil imaginar
as marcas de viol�ncia

que ela deixa em seu rastro.

Qual foi a coisa mais perigosa
que j� aconteceu com voc�?

Sofremos uma emboscada.

De quem?

- Ladr�es.
- Eram em quantos?

Cerca de 10.

Quase todos armados.

Eu fiquei apavorado.

Eles machucaram algu�m?

Sim.
Alguns foram at� mortos.

Amigos seus?

Quantos?

- Tr�s pessoas.
- S�rio?

Quais as idades
das pessoas que morreram?

Cerca de 20 ou 19.

- Por volta disso.
- Jovens?

Sim, eram jovens.

As pessoas que fazem
esse servi�o s�o sempre jovens?

- Sim.
- �?

Quantos anos tinha quando fez
pela primeira vez?

- Quinze.
- Quinze anos?

- Sim.
- E voc�?

Tinha 16.

E por quanto tempo acham
que v�o continuar fazendo isso?

Este ano e acabou.

Eu paro ano que vem.
Vou para a faculdade.

O que quer estudar?

Bem, eu quero ser dentista.

- Dentista?
- Sim, isso mesmo.

Por qu�?

�s vezes, eu vejo
propagandas na televis�o

que tem aqueles sorrisos.

Voc� quer ter dentes
como aqueles, n�o �?

Esse � o meu sonho.

Voc� quer deixar
as pessoas felizes?

Ver todos sorrindo.

Que lindo.

Eles est�o ansiosos
para continuar.

Ao observar esses jovens
se preparando,

eu sinto um conflito.

Sei que o que eles
est�o fazendo � ilegal

e que essa droga

causa sofrimento a milh�es
de fam�lias no mundo todo.

Mas, ap�s passar
dois dias com eles,

n�o consigo n�o me preocupar
com a seguran�a deles.

S�o apenas crian�as,

apenas um pouco mais velhos
do que meu filho.

Parece injusto que a falta
de op��es no VRAEM

signifique que precisam
arriscar suas vidas

para que os americanos
possam curtir seus baratos.

Cuidem-se.

Obrigada.

Eles disseram que v�o andar
por mais 12 horas,

ent�o, v�o descansar

e depois continuar
por mais um dia e meio.

Ent�o, nos vemos no domingo?

Sim, domingo.

Combinamos de nos encontrar
no fim da jornada deles,

mas estou preocupada.

Tudo pode acontecer
nessa trilha.

A gente arrisca
a vida fazendo isso.

Assim que os mochileros
saem do vale,

o pre�o da coca�na sobe.

O trabalho deles
� apenas o primeiro

de uma rede
de distribui��o global.

Se os mochileros
sobreviverem � escalada,

eles vender�o a um novo dono,

que vai levar as drogas
de carro at� Lima

e depois para o norte.

Cada vez que a droga
troca de m�os,

seu pre�o sobe.

Contrabandistas
t�m que considerar o valor real

do transporte e dos riscos.

Al�m disso, cada um vai retirar
sua parte nos lucros.

Finalmente, a coca�na passa
pelo Equador para a Col�mbia,

minha pr�xima parada.

� primeira vista,

Turbo parece s� mais
uma cidade pesqueira caribenha.

Mas, por tr�s de tudo isso...

h� outra realidade.

As pessoas dizem que a vida
em Turbo � s� festejar, transar.

Voc� bebe muito, festeja muito

e, logo, pode ser
um cara morto nas ruas.

Porque quase todo mundo aqui
tem um p� em um mundo perigoso.

A popula��o de Turbo �,
em sua maioria, de pescadores.

Mas o neg�cio da coca�na
� a atividade principal.

Oliver Schmieg
� um fotojornalista alem�o

que passou d�cadas na Col�mbia
documentando o narcotr�fico.

Temos que entender

que a maioria das drogas
que v�o da Col�mbia

para os Estados Unidos
passa por Turbo.

Se quer comandar rotas
de contrabando pelo oceano,

� o lugar perfeito.

� muito f�cil recrutar pessoas

que conseguem dirigir
barcos de carga.

Qual � a chance
de vermos um desses barcos

ou viajar em um deles?

Estou aqui h� 21 anos

e consegui um acesso muito bom
aos cart�is de drogas.

� s� uma quest�o do quanto
eles podem confiar em n�s.

Oliver aciona seus contatos

e me direciona a um cais
no limite da cidade,

que n�o tenho permiss�o
de mostrar na c�mera.

Mas, como ele me prometeu,

me encontro com dois
contrabandistas de coca�na

em um barco.

Por que pescadores s�o melhores
para esse servi�o?

Por causa da experi�ncia

e a lei n�o se incomoda

com pescadores.

Voc� passa despercebido.

H� muitos grupos armados.

Todos contratam nossos servi�os,

pois precisam de barcos r�pidos
para suas mercadorias.

Este � um servi�o especial,
� como um voo fretado.

Hoje, os barcos est�o sem carga.

Os contrabandistas concordam
em falar sobre seu trabalho,

mas n�o me permitiram
contato com o produto.

As cargas multimilion�rias
que eles carregam

s�o muito valiosas

para se arriscarem
com jornalistas estrangeiros.

Ent�o, quando est�o
transportando drogas

aqui no barco,
como voc�s as escondem?

Com redes de pesca.

� onde v�o as drogas.

Ent�o, parece que voc�s
est�o pescando?

Exatamente, sim.

Mas, na verdade...

- S�o drogas.
- Coca�na?

Coca�na.

Por que transportar drogas
em barcos como este?

S�o mais velozes.

Ele desliza.

Ele desliza na �gua.

� uma m�quina.

Isto � fibra de vidro.

Os radares n�o conseguem captar
se voc� estiver na �gua.

Contrabandistas
usam barcos de fibra de vidro

de baixa tecnologia

para evitarem
o ex�rcito colombiano

e sua aliada,
a guarda costeira dos EUA.

Ondas de radar, que detectam
metais com facilidade,

conseguem apenas sinais fracos
de fibras de vidro,

tornando barcos como este
praticamente invis�veis.

Se as autoridades avistam voc�s,
o que voc�s fazem?

O que faz?

N�s come�amos a jogar
as drogas na �gua.

N�s jogamos tudo na �gua.

E, depois,
para onde vai essa droga?

� perdida.

�s vezes, a gente se encrenca
com o dono da mercadoria

e podemos ser at� mortos.

Por que estamos gravando aqui,
no meio do mar?

Quem manda em toda esta �rea
� o Cl� do Golfo,

e eles t�m vigias
em toda esta �rea.

Eles devem estar
nos observando agora.

- Agora mesmo?
- Claro.

Eles ficam escondidos.

Muitos pescadores
que voc� n�o conhece.

� por isso
que est�o t�o nervosos?

O que eu estou fazendo aqui,
n�o se faz.

Porque acham
que voc� est� passando...

Informa��o, exatamente.

Eles podem matar todos n�s.

Tem um barco logo ali.

- Barco de pesca.
- Certo. � um pescador.

Mas eles disseram antes que,
se qualquer coisa,

qualquer barco se aproximar,

eles t�m que tirar as m�scaras,
n�s temos que abaixar as c�meras

e dizer que �
para um programa de turismo.

Eles n�o est�o
se sentindo � vontade.

Ent�o, n�s vamos...

Sim, porque os pescadores...

N�o se pode confiar
nesses pescadores.

Est� bem.

Eles v�o tirar as m�scaras.

Vamos l�, tirando.

Eu estou em um barco,
na costa da Col�mbia,

com dois contrabandistas
de coca�na muito nervosos.

Eles se assustaram
com pescadores que passaram,

ent�o est�o me levando
para �guas mais profundas,

onde � mais seguro
para conversarmos.

Ele estava dizendo
que todos esses pescadores,

todos aqui, basicamente,
trabalham para o cl�.

Ent�o, se o virem
falando com a gente,

eles v�o dedurar,
e pode ser perigoso para eles.

Se eles nos virem,

podem informar ao cl�
e meter voc�s em encrenca?

Encrenca?
Voc� quer dizer morte.

N�o tem conversa.

� morte na certa.

O Cl� do Golfo

� o maior e mais poderoso
cartel de drogas da Col�mbia,

formado por, em sua maioria,
lutadores paramilitares dur�es

e criminosos de guerra
procurados.

Qual o grau de viol�ncia
do Cl� do Golfo?

� preciso ter muito cuidado,
� claro.

Voc� est� lidando
com criminosos.

Um ano e meio atr�s,

eles simplesmente fecharam
uma cidade inteira.

Ent�o, eles s�o muito poderosos.

� como um supercartel.

Eles podem ser mais poderosos

do que grupos no M�xico,
por exemplo.

Eu sei que conseguir acesso
ao l�der do cartel

� pedir demais.

Por dias, n�o me parecia
que isso seria poss�vel

e ent�o, de repente,
recebemos autoriza��o.

Acabamos de virar
� primeira direita, gente.

Estamos juntos, vamos.

No carro � nossa frente

est� um dos alto comandantes
do Cl� do Golfo nesta �rea.

N�o sabemos aonde vamos,

mas estamos
seguindo o comandante.

Estamos vendo
uns dois militares?

- Sim.
- Soldados logo ali.

E tem um policial ali tamb�m?

Como assim?

N�o tem problema?

N�o.

Est� bem.

Mas, com militares
por toda parte,

estamos um pouco nervosos.

Vamos tentar entrar
bem r�pido aqui.

Certo.

Por favor.

� aqui.

� uma casinha de fazenda.

Certo.

Um, dois.

Pode me ouvir?
Um, dois, tr�s, quatro...

Ouvi. Certo.
Tudo bem.

Estamos correndo muito risco
estando com voc�s aqui.

Mesmo que o comandante e seu
guarda-costas confiem no Oliver,

esta � a primeira vez
que nos encontramos

e eles est�o c�ticos.

Porque n�o sabemos ao certo
quem s�o voc�s.

Se s�o da lei ou n�o.

N�o, n�o se preocupe.

Voc� tem que confiar em n�s.
Veja.

Mostro algumas fotos
de trabalhos anteriores

e espero convenc�-lo
de que n�o sou da pol�cia.

Tudo bem, pode come�ar.

Finalmente,
eles concordam com a entrevista.

Ent�o, me diga,
quantas pessoas voc� controla?

No momento,
eu controlo 300 pessoas.

- � muita gente, n�o �?
- Sim, sempre.

Qual o tamanho do Cl� do Golfo
aqui na Col�mbia?

No lado em que eu opero,

temos 2.500 homens.

No tradicional
mundo dos neg�cios,

ele poderia ser considerado
vice-presidente de opera��es.

Ele ajuda a comandar

uma complexa
rede criminosa global

em uma fazenda
no interior da Col�mbia.

Quanta coca�na voc� acha
que � manuseada aqui?

Eu n�o sei.

Quanto?

Uma tonelada.

A cada m�s ou ano?

Cada semana.

Uma tonelada de coca�na
transportada toda semana pelo...

Pelo mar.

Isso � um carregamento
semanal de coca�na,

no valor
de 25 milh�es de d�lares

nas ruas de Miami.

Quem controla o grupo?

O homem que controla
nosso grupo se chama Otoniel.

Sou Dario Antonio �suga David,
comandante geral

das For�as Gaitanistas
de Autodefesa da Col�mbia, AGC.

O alto comandante
do Cl� do Golfo, Otoniel,

� o inimigo p�blico
n�mero um da Col�mbia,

com uma recompensa de 5 milh�es
de d�lares por sua cabe�a.

Ele � conhecido por assassinar
oficiais do governo

e ordenar a detona��o
de uma granada

em um clube noturno.

Ele exige total lealdade
de seus soldados.

Voc� tem que fazer
o que n�o quer.

Coisas que voc� jamais faria.

Voc� tem que fazer
porque � uma ordem.

E se voc� n�o fizer,
eles executam voc�.

N�o quero ser executado,
eu quero viver.

Enquanto conversamos,
eu come�o a perceber

que, mesmo quando voc�
est� pr�ximo ao topo do cartel,

a seguran�a n�o � uma garantia.

Como aceitamos estar aqui,

essas pessoas podem descobrir
e nos matar.

Porque algu�m pode estar
nos observando

e contar o que estamos fazendo.

Ent�o, se � t�o perigoso
para voc�s,

por que est�o aqui?

N�s estamos aqui

porque estamos cansados
dessa guerra.

Queremos que o mundo saiba
como � o nosso pa�s

e o que n�s vivemos.

Tenho uma filha de quatro anos.

N�s queremos ver
nossos filhos crescerem.

Queremos uma vida livre,
livre do perigo do governo,

livre do perigo do nosso pr�prio
pessoal nos matando.

� tudo o que queremos.

Come�ar uma nova vida.

- Come�ar uma nova vida?
- Sim.

Tem uma guerra no nosso pa�s
e no mundo,

tudo por causa da coca�na.

Por isso o mundo
� cheio de guerras.

Todo mundo quer um peda�o.

Nos �ltimos anos,

o tr�fico de coca�na na Col�mbia
atingiu n�veis recorde.

Pelo que esses homens me contam,

esse aumento foi tudo,
menos glamuroso.

Ainda assim, o pa�s
� o centro de distribui��o

do neg�cio global de coca�na.

Daqui, quase metade
do suprimento

� embarcado para a Europa,
�frica, �sia e Austr�lia.

A outra metade vai acabar
nos Estados Unidos.

Isso se os contrabandistas
escaparem destes caras.

Acabamos de localizar
um navio rumo ao norte

vindo do sul em uma �rea
conhecida por tr�fico de drogas.

Normalmente,
uma embarca��o desse tamanho,

com mais de 12 metros,
tem cabines

e espa�os onde se pode esconder

uma grande quantidade
de narc�ticos.

Vamos abordar um navio suspeito
de contrabando de narc�ticos.

Encontrar�o um comandante.

Ele pode ou n�o estar armado.

Cuidem uns dos outros,
fa�am seu trabalho,

obtenham conformidade,
n�o importa como.

Nos �ltimos cinco anos,
a guarda costeira dos EUA

confiscou uma quantidade
recorde de coca�na no mar.

Estamos aqui para descarregar
6.400 quilos...

- Onze toneladas...
- Vinte e duas toneladas...

de coca�na pura n�o cortada,

avaliada em mais
de 190 milh�es de d�lares.

M�os para cima!
Ponham as m�os para cima!

Essas organiza��es s�o criativas

e sempre buscam formas
de escapar da detec��o.

Pode ser um barco r�pido,

pode ser um barco discreto,

pode ser um semissubmers�vel,
um submers�vel total,

pode ser um tr�fego
comercial leg�timo.

Pegue o navio, proa a estibordo.

Vamos juntar
a equipe de embarque,

coloc�-los em um barco pequeno
para ver o que est� acontecendo.

Descendo.

N�o d� para saber o que est�
acontecendo fisicamente,

at� voc� pisar no conv�s.

A parte mais perigosa
do servi�o de um oficial:

abordar o que acredita ser
um barco de tr�fico de drogas.

Os relat�rios mostram
que tem pacotes no conv�s.

Contrabandistas, nesta situa��o,
t�m uma escolha dif�cil.

Abandonar sua carga
e encarar a f�ria do cartel

ou tentar escapar
do vermelho, branco e azul.

Guarda costeira,
mostre suas m�os!

Sem movimentos bruscos,
voc� tem armas a bordo?

Vamos subir e fazer uma inspe��o
da sua embarca��o,

para ver se est�o
de acordo com as leis federais

para um barco desse tamanho.

A 226 quil�metros de Miami,

a guarda costeira intercepta
um barco suspeito de contrabando.

Abordagem feita com sucesso.

As rotas de contrabando
mais tradicionais do Caribe

est�o com atividade crescente.

Temos tr�fego constante
de barcos.

Alguns podem
estar mesmo pescando,

mas tamb�m
t�m drogas escondidas a bordo.

A coca�na representa 94%
de toda droga apreendida no mar.

Depois de abordarmos,
descobrimos que o barco

havia sido fretado
em uma �rea suspeita.

Todos a bordo colaboraram,

e esse � o melhor resultado
que se pode ter em uma situa��o,

em termos de seguran�a.

N�o encontram drogas.

A guarda costeira segue adiante.

Pegar contrabandistas
em alto mar

� um ardiloso jogo
de gato e rato.

Estamos operando em uma �rea

maior do que a �rea
continental dos EUA.

Imagine tr�s ou quatro
carros de pol�cia

patrulhando os EUA continentais.

� o que a guarda costeira
est� fazendo, com seus navios.

As apreens�es por aqui
s�o cruciais,

antes que essas drogas
cheguem aos EUA

e possam ser dispersadas
para v�rios estados.

Com uma �rea
t�o grande para patrulhar,

� imposs�vel pegar todos eles.

Com todos os esfor�os,
cumprindo a miss�o,

n�s s� pegamos 10% das drogas

que sabemos que est�o indo
em dire��o aos EUA.

Os restantes 90% da coca�na
passam sem serem detectados

e v�o para Miami
acobertados pela escurid�o.

Quarenta anos depois da coca�na
ter constru�do este horizonte,

o dinheiro da droga
continua jorrando.

Este convers�vel � um tributo
aos meus �dolos da inf�ncia:

Crockett e Tubbs.

Enquanto vou para South Beach
encontrar um traficante,

relembro o epis�dio final
de Miami Vice,

quando eles devolvem
seus distintivos

porque percebem que a guerra
contra as drogas � invenc�vel.

Depois de quase 5 mil km
na estrada da coca�na,

eu estaria mentindo se dissesse
que n�o me pergunto o mesmo.

- Tem algo do que vende com voc�?
- Tenho um pouco aqui.

- Tem a� no seu bolso?
- Sim. Trouxe uns dois pinos.

Parece p� normal.

S�o s� dois pinos.
Eu os levo comigo, sabe?

Parece uma cigarreira.

Sim, claro.
Por isso eu guardo aqui.

Sabe, � um pouco menos suspeito.

Eu ganhei a maior parte
do meu dinheiro

com pinos de 20 d�lares.

Venho para South Beach

e vendo um pino de 20 d�lares
por 40 d�lares

e multiplico.

Ent�o, em um bom dia,

eu consigo 60 gramas
por cerca de 2 mil pratas.

Se vender tudo,
quanto voc� pode ganhar?

Cerca de 5 mil, quase 6 mil.

Em quanto tempo voc� vende tudo?

Tudo acaba em tr�s dias.

Voc� pode fazer
3 mil d�lares em tr�s dias?

- Isso.
- Mil d�lares por dia.

�, quase isso.

A coca�na que voc� vende � pura?

� da boa, sim.

Ela deixa a pessoa
ligada por dias.

South Beach adora.

Nos clubes, todo mundo, sabe?

South Beach � coca�na.

Este ano, esta gera��o,
� o que todo mundo quer.

Todo mundo adora balada.
Eles v�m para Miami

porque querem curtir
na cidade da curti��o.

� disso que se trata.

J� passa da meia-noite

e o traficante permite
que eu o veja trabalhar.

Mas tenho que obedecer
as regras dele.

N�o podemos levar
nossas c�meras.

Ele s� nos deixou filmar isso

se ficarmos no carro
e filmarmos daqui.

Como voc� faz a venda?

Voc� tem que ser discreto.

Voc� tem que estar
bem ligado, sabe?

As pessoas tentam enrolar voc�
com coisas diferentes.

Voc� tem que estar preparado.

Com quantidades maiores,

tenho que levar uma arma,
coisas assim,

porque as pessoas
tentam me roubar.

Que arma voc� tem?

Uma Magnum.357
com um cano de 15 cm.

� uma das minhas favoritas.

Voc� j� a usou?

N�o, n�o quero falar disso.

Ele recebeu uma liga��o.

E est� indo para algum lugar.

Cara, ele entrou ali,
em algum lugar.

A maioria das coisas rola
por mensagem de texto.

Tenho um celular descart�vel,
um celular n�o rastre�vel.

Muito bem,
ele est� andando por ali.

Vou l� ver
o que est� acontecendo.

Foi isso, ela comprou meio grama

por 40 pratas.

Bem ali, dentro da pizzaria?

Bom, no banheiro.

Voc� entrou no banheiro
e voc�s fizeram a troca?

Isso.
Podia ter sido dois,

mas o pre�o � dobrado
em South Beach.

- Certo.
- Eu preciso desse lucro.

Para quantas pessoas voc� vende
em uma semana?

Em uma semana?

Eu diria que para
umas 75 pessoas, talvez.

� bastante!

O produto se vende.

N�o tem medo de ser pego?

Bom, agora eu tenho,
porque tenho fam�lia e tudo,

mas eu tenho
que aliment�-los, sabe?

Tenho que cuidar da fam�lia,

n�o importa como, s� isso.

� um pequeno sacrif�cio, certo?

Guardo um dinheiro para fian�a.

� isso, estou pronto,
aconte�a o que acontecer.

Poucas pessoas
conhecem a jornada

que um quilo de coca�na faz

para chegar aos EUA,

ou as m�os que ele toca
ao longo do caminho.

Mas o trajeto que ele segue
do in�cio ao fim

� moldado
por uma economia simples.

Isso fica t�o claro
nas ruas de Miami

quanto nos barcos da Col�mbia

ou nas trilhas no Peru.

Certo, pare.

Eles est�o aqui.

De volta ao VRAEM, o qu�mico
e o aspirante a dentista

acabaram de cumprir sua miss�o.

Outros 30 quilos
est�o indo para o norte.

Cad� os outros?

Eles n�o conseguiram.

Um deles se machucou.

O outro ficou doente e voltou.

- Sabe se ele chegou?
- Ainda n�o sei.

� assim que s�o as coisas.

Voc� arrisca a vida.

E se acontecer algo, voc� morre.

Quando voc� acha
que vai fazer isso de novo?

Em 15 dias.

Vai voltar a fazer isso
em 15 dias?

� isso que eu fa�o.

� assim que vou ganhar dinheiro
para o resto da minha vida.

A coca�na � o dinheiro
mais f�cil do mundo.

A coca�na nunca vai acabar.

Nunca.
Ela nunca vai acabar.

Ela s� acaba se o mundo acabar.